RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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“Festival Política” chega à Universidade de Aveiro e divide opiniões nas redes sociais

A Universidade de Aveiro (UA) vai acolher pela primeira vez o “Festival Política”, nos dias 15 e 16 de outubro, mas o anúncio do evento já está a gerar polémica nas redes sociais. Em causa estão os nomes convidados Hugo van der Ding, ilustrador e humorista, António Brito Guterres, investigador e especialista em estudos urbanos, e Beatriz Gosta, performer e comunicadora, apontados por alguns ‘críticos’ como figuras ligadas à esquerda política.

“Festival Política” chega à Universidade de Aveiro e divide opiniões nas redes sociais
Redação

Redação

02 out 2025, 13:02

Em entrevista à Ria, Alexandra Queirós, vice-reitora da UA para a Cultura e Vida nos Campi, rejeitou a controvérsia e garantiu que a escolha dos convidados não é da responsabilidade da instituição, mas sim da “direção artística”. “Nem sequer é uma questão que se coloca quando nós escolhemos determinados eventos ou festivais em eventos culturais. Para mim é uma não questão. Não faz sentido nenhum. (…) A Universidade é completamente apartidária”, sublinhou.

A vice-reitora da UA acrescentou ainda que a decisão de abrir as portas ao festival decorreu dos valores que este promove. “O que nos chamou a atenção no Festival Política foram alguns dos seus eixos programáticos, que também defendemos, nomeadamente a promoção da cidadania e o combate à discriminação. Queríamos, de certa forma, incentivar um maior envolvimento da comunidade e estimular a participação ativa nos processos de decisão e em diferentes temas da sociedade”, justificou.

Quanto ao funcionamento do evento, Alexandra Queirós comparou o processo ao de qualquer outro evento cultural na universidade. “Há obviamente a promoção do evento pela Universidade de Aveiro. Depois, há uma curadoria, que implica custos, e uma direção artística que escolhe os artistas de acordo com o tema do festival”, disse. Segundo a vice-reitora, sob o tema “Revoluções em Curso”, a edição de Aveiro procurará cruzar humor, reflexão e participação cívica, seguindo critérios definidos em conjunto pela Universidade de Aveiro e pela direção artística.

A primeira edição do Festival Política em Aveiro coincide ainda com a cerimónia de abertura do ano letivo da UA, marcada para 15 de outubro. O evento será também uma forma de acolher os novos estudantes.

O Festival Política teve a sua primeira edição em 2017 e é uma iniciativa Associação Isonomia (ONG) que tem como objetivo promover a participação cívica, a defesa dos direitos humanos e o combate à abstenção.

Segundo o site do evento, a programação do festival é composta por “debates, performances, concertos, oficinas para adultos e crianças, exposições, cinema e visitas guiadas que promovam a literacia democrática e selecionados tendo em conta os eixos programáticos e o tema anual, visto que cada edição tem um tema-central”. Todas as atividades são de entrada gratuita.

Sob o tema “Revoluções em Curso- na sociedade portuguesa e além-fronteiras”, o Festival Política já anunciou, este ano, datas para três cidades: Aveiro, Loulé e Coimbra. No caso de Aveiro, as atividades vão decorrer na Universidade de Aveiro e na Fábrica Centro Ciência Viva.

Recomendações

Autárquicas: Mais de três dezenas de estudantes deslocados da UA votaram ontem antecipadamente
Universidade

Autárquicas: Mais de três dezenas de estudantes deslocados da UA votaram ontem antecipadamente

Pouco depois da hora de almoço, a Ria esteve no local de voto para acompanhar as movimentações, mas encontrou fraca adesão. Durante cerca de uma hora, apenas uma estudante se deslocou às urnas. Em conversa com a Ria, Marta, estudante madeirense da UA, contou que o processo foi simples e que o seu Município até o “facilitou”. Embora explique que a informação não chegou até si, a aluna da UA afirma que não foi difícil informar-se sobre a votação e aponta que os ‘timings’ não a preocuparam. O único problema que relata prende-se com sinalização do local de voto. Para a estudante, não foi fácil aceder à sala onde estariam as urnas. Uma vez chegada ao Centro de Congressos, Marta diz ter questionado quem encontrou e acabou por ser devidamente orientada. Até às 18h00 desta quarta-feira, Marta foi uma das 34 estudantes a exercer o direito de voto. Segundo fonte da Câmara Municipal de Aveiro, cerca de um terço dos votantes eram naturais da Madeira, outro terço dos Açores e o restante de diferentes municípios do continente. Recorde-se ainda que tal como noticiado pela Ria, os eleitores inscritos que não possam votar nas eleições autárquicas do dia 12 de outubro por motivos profissionais poderão exercer o voto antecipado a partir desta quinta-feira, 2 de outubro, de acordo com o calendário definido pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

UA recebe Festival Política com Hugo van der Ding, António Brito Guterres e Beatriz Gosta
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UA recebe Festival Política com Hugo van der Ding, António Brito Guterres e Beatriz Gosta

O primeiro a subir a palco é Hugo Van Der Ding, que atua no Auditório Renato Araújo no dia 15, quarta-feira, pelas 21h30. O espetáculo que apresenta, “O que importa é participar”, o autor vai “realizar uma viagem humorística pela História de Portugal recordando episódios insólitos de revoltas, greves e lutas populares”. No dia seguinte, a 16 de outubro, António Brito Guterres propõe uma oficina de cartografia representativa da cidade de Aveiro à luz das tendências globais. O encontro, que tem inscrição obrigatória através do email [email protected] – para onde deve ser enviado nome, contacto telefónico e a indicação da existência ou não de algum condicionamento na mobilidade ou necessidade de Língua Gestual Portuguesa -, acontece a partir das 15h00, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Mais tarde, pelas 19h00, António Brito Guterres fala no Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GrETUA) sobre "Cidades: espaços de desigualdade e resistência". Às 21h30, Beatriz Gosta fecha a passagem do festival em Aveiro com um espetáculo onde “abordará temas como feminismo, discriminação e preconceito, partindo das inquietações que atravessam também o seu mais recente trabalho, “Resort””.

Paulo Macedo é o novo presidente do Conselho Geral da Universidade de Aveiro
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Paulo Macedo é o novo presidente do Conselho Geral da Universidade de Aveiro

A eleição e tomada de posse dos membros cooptados marcou o primeiro passo do novo Conselho Geral da Universidade de Aveiro, depois de, em junho, terem sido eleitos os seus representantes docentes e investigadores, os estudantes e o elemento do pessoal técnico, administrativo e de gestão (TAG). Com a tomada de posse desta terça-feira, o Conselho Geral passa a estar completo, com os seus 19 membros: dez representantes de professores e investigadores, três estudantes, um representante do pessoal TAG e cinco personalidades externas de reconhecido mérito. A sessão de posse foi dirigida pelo conselheiro decano Luís Castro, professor catedrático do Departamento de Matemática e antigo vice-reitor da UA, que desejou aos novos membros um mandato profícuo. O reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, saudou a entrada dos cooptados, sublinhando a importância do contributo de personalidades externas para as grandes decisões estratégicas da universidade. Os novos membros manifestaram entusiasmo e empenho na missão que agora assumem. A eleição de Paulo Macedo para a presidência do Conselho Geral acontece num momento em que está em curso o processo de revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). Caso a nova lei seja aprovada pela Assembleia da República, é expectável que o mandato agora iniciado tenha uma duração de cerca de dois anos, já que as instituições terão um ano para aprovar novos estatutos alinhados com o RJIES e, após esse prazo, disporão de até 180 dias para eleger e cooptar os membros do novo Conselho Geral, de acordo com a futura composição estatutária. O Conselho Geral da UA, agora com todos os seus membros em funções, terá nos próximos meses uma das suas responsabilidades mais relevantes: a eleição do próximo reitor da universidade. Paulo Macedo, antigo ministro da Saúde (2011-2015) e ex-diretor-geral dos Impostos (2004-2007), tem uma longa ligação à Universidade de Aveiro, reforçada recentemente através do protocolo de mecenato plurianual assinado entre a Caixa Geral de Depósitos e a UA, com impacto na valorização do ensino superior, da investigação e da inovação, e pela parceria para a construção da Nave Caixa UA.

GrETUA abre semestre com “três concertos de tumulto” esta quinta-feira
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GrETUA abre semestre com “três concertos de tumulto” esta quinta-feira

De acordo com uma nota enviada às redações, o GrETUA promete “três concertos de tumulto, em três horas e pico”. “Do alvoroço post-punk e grunge dos putos Parte Fraca, à bomba eletrónica performativa da Rezmorah, até ao ritual eletrónico e audiovisual de Piurso. Uma noite de viagem pela sombra. Só não fiquem presos por aí”, refere. Na nota, o GrETUA descreve os Parte Fraca como “três putos + um gajo com idade para ter juízo, mas todos com mania suficiente para pôr Aveiro no mapa”. “Misturam post-punk e grunge como quem bebe gemada ao pequeno-almoço, e com uma confiança que só podia nascer em 2024”, continua. A noite prossegue com Rezmorah com “performance, eletrónica e natureza a dar a mão” e com “música que mexe com o subconsciente e que nos leva a lugares que não se encontram no Google Maps”. O fecho cabe a Piurso, “num ritual eletrónico e audiovisual que convoca graves, instintos primordiais e criaturas de floresta”. Os bilhetes para o concerto podem ser adquiridos aqui. A entrada é gratuita para estudantes e têm um custo simbólico de três euros para não estudantes. O evento resulta de uma co-produção entre o GrETUA e a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv).

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“Aliança com Aveiro” responde à Ciclaveiro e esclarece polémica com a viatura de campanha
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“Aliança com Aveiro” responde à Ciclaveiro e esclarece polémica com a viatura de campanha

Segundo uma nota enviada à Ria, o partido confirma que a carrinha esteve imobilizada no local “durante cerca de uma hora” no dia 30 de setembro, enquanto eram carregados materiais de campanha, e “cerca de cinco minutos” no dia 1 de outubro, para recolher um elemento da equipa. “Tal facto não serve de desculpa”, reconhece a Aliança com Aveiro, sublinhando que “a prática foi incorreta e a infração rodoviária cometida deveria ter sido evitada”. Apesar desta posição, a candidatura critica a forma como a Ciclaveiro tornou público o caso, considerando “no mínimo estranho que a associação faça uma publicação com aquele teor, consubstanciando-se numa intencional e deliberada intromissão na campanha eleitoral”. O comunicado acrescenta ainda que a associação “tem razão em denunciar a prática menos correta”, mas não deve “fazer juízos de carácter e de conduta pessoal em relação ao candidato Luís Souto Miranda, quando não foi o candidato o autor da infração”. O partido garante que a situação “não voltará a acontecer” e rejeita que o episódio possa ser usado como sinal de incoerência política. Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, a Ciclaveiro denunciou esta quarta-feira, 1 de outubro, através das redes sociais, o estacionamento indevido na faixa dedicada a autocarros e bicicletas de uma carrinha de campanha da ‘Aliança com Aveiro’, considerando-o “um comportamento desrespeitoso e incoerente”.

Autárquicas: Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM) irá assumir pelouro da Cultura na Câmara de Aveiro
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Autárquicas: Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM) irá assumir pelouro da Cultura na Câmara de Aveiro

“Acho que, modéstia à parte, tenho provas dadas na área da Cultura. Foi sempre uma área que me interessou, e daí também a vontade em ficar [com o pelouro] e também valorizar a área da Cultura como área estratégica para o município de Aveiro”, afirmou Luís Souto, à margem de uma ação de campanha da coligação da Aliança com Aveiro (PSD/CDS-PP/PPM). Como exemplo da sua relação de muitos anos com a Cultura, o candidato apontou a sua passagem pela direção da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) e a campanha que a associação fez para a recuperação das igrejas geminadas de Santo António e São Francisco, um monumento nacional que “estava entregue ao desleixo total”. Disse ainda ter várias ideias para a Cultura, dando como exemplo o futuro Centro de Arte Contemporânea de Aveiro multipolar, que quer potenciar de forma a atrair o público que frequentemente visita a Fundação de Serralves no Porto. Luís Souto falava à Lusa após uma visita ao mercado semanal de Cacia, onde andou com a restante comitiva a distribuir t-shirts, sacos, bonés e canetas da candidatura. “Olha esta senhora não tem um saquinho. Não quer um saco? Olhe que isto é de qualidade. Não se esqueça de votar no dia 12”, disse Luís Souto, enquanto cumprimentava as pessoas que passavam e os vendedores, apelando ao voto na Aliança Com Aveiro. O candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM mostrou-se satisfeito com a forma como está a decorrer a campanha, afirmando que tem sido recebido de uma forma encantadora, e disse que este contacto das feiras “é uma oportunidade de ouvir as pessoas, uma a uma”. “Demora-nos algum tempo, porque não estamos aqui só para passar e andar. Estamos aqui mesmo para ouvir e também estamos disponíveis e abertos para receber uma ou outra reclamação de algo que ainda não conseguimos fazer neste mandato”, referiu. “A gente nunca deve olhar só para o futuro. É olhar para trás, para as asneiras que os outros fizeram. O meu pai foi presidente da Junta antes do 25 de Abril. Foi para lá o meu o irmão do PS e deu cabo de tudo”, confidenciou um homem que abordou o candidato, provocando risadas entre a comitiva. “Eu digo a mesma coisa, foi para lá o meu irmão e deu cabo de tudo. Olhe como eu o entendo”, respondeu Luís Souto, referindo-se ao facto de o irmão mais velho, Alberto Souto, estar novamente a concorrer à Câmara de Aveiro depois de ter cumprido dois mandatos. Um pouco mais à frente, o candidato encontra o vereador Rui Carneiro eleito pelo PS e a quem o partido retirou a confiança política. “Eu sou como o povo. Não digo que não a brindes”, disse Rui Carneiro, que aceitou tirar uma fotografia no meio da comitiva da coligação PSD/CDS-PP/PPM. Luís Souto nega que a fotografia seja uma provocação à candidatura do PS, adiantando que sente muita consideração pelo trabalho desenvolvido por Rui Carneiro, um vereador da oposição mas que “votou várias vezes com a maioria, porque teve um sentido de responsabilidade daquilo que ele achava que era o melhor para Aveiro”. Questionado pela Lusa, o candidato não responde se irá manter-se no executivo se perder as eleições, mas garantiu que não irá sair se não obtiver a desejada maioria absoluta. “Nunca iria renunciar, porque isso era uma traição à democracia e aos aveirenses. Seja no cenário que nós acreditamos, que é a maioria absoluta, seja numa situação diferente que nós não estamos a equacionar, iremos sempre defender os interesses da Aveiro. É isso que nos move”, afirmou.

Jovens representaram 59% dos novos contratos de crédito à habitação até agosto
País

Jovens representaram 59% dos novos contratos de crédito à habitação até agosto

“Os recentes benefícios para acesso dos jovens à primeira habitação própria permanente têm contribuído para o crescimento do crédito à habitação”, tendo os jovens passado “a ter maior expressão no novo crédito”, refere o Banco de Portugal (BdP) numa análise divulgada. Assim, se entre janeiro de 2022 e julho de 2024 o peso dos jovens nos novos contratos para aquisição de habitação própria permanente foi de 44%, em agosto de 2024 - após a entrada em vigor do decreto-lei que isenta os jovens do pagamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto do Selo (IS) - o peso dos jovens aumentou para 53% do montante de novos contratos. Já considerando os primeiros oito meses de 2025, em que se fizeram também sentir os efeitos de uma outra medida que estabeleceu o regime de garantia pessoal do Estado para jovens até 35 anos, estes representaram já 59% do montante de novo crédito para aquisição de habitação própria permanente. De acordo com o banco central, até agosto, o montante acumulado de novos contratos de crédito para habitação própria permanente atingiu os 12.000 milhões de euros, o que compara com 8.200 milhões em igual período de 2024. Os jovens até 35 anos, inclusive, contrataram 7.100 milhões daquele total, superando os 3,5 mil milhões registados em igual período de 2024. Já os mutuários com idade superior a 35 anos contrataram um montante de 4.900 milhões de euros, apenas mais 200 milhões do que nos primeiros oito meses de 2024. Considerando o período a partir de janeiro de 2022, o montante mensal de novos contratos de crédito para aquisição de habitação própria permanente registou um valor mínimo em abril de 2023 (598 milhões de euros) e uma tendência de crescimento desde então. No que diz respeito ao montante médio de crédito concedido aos jovens para aquisição de habitação própria permanente, “praticamente não se alterou” entre janeiro de 2022 (136,1 mil euros) e dezembro de 2023 (134,7 mil euros). Contudo, em 2024 “iniciou-se uma tendência de aumento deste valor”, que subiu para 159,2 mil euros em agosto, após a entrada em vigor do diploma que isenta os jovens do pagamento de IMT e IS. Em agosto deste ano, o montante médio de crédito para habitação própria permanente concedido aos jovens foi de 192,6 mil euros, o que representa um aumento de 43% relativamente a dezembro de 2023. Já para os mutuários com mais de 35 anos, o montante médio de crédito concedido para aquisição de habitação própria permanente aumentou menos no mesmo período: passou de 127,3 mil euros em dezembro de 2023 para 159,2 mil euros em agosto de 2025, o que corresponde a uma variação de 25%. Os dados divulgados hoje pelo BdP indicam ainda que o preço médio da habitação própria permanente adquirida com recurso a crédito pelos jovens aumentou 8% nos primeiros oito meses de 2025, passando de 218,4 mil euros em dezembro de 2024 para 235,7 mil euros em agosto de 2025. No período homólogo tinha subido 14%. O banco central nota que o preço médio da habitação própria adquirida pelos jovens se manteve abaixo do dos mutuários com mais de 35 anos, tendo este diferencial aumentado nos primeiros oito meses deste ano. Em agosto, as casas adquiridas com recurso a crédito por maiores de 35 anos custavam, em média, 275,4 mil euros, mais 39,8 mil euros do que no caso dos jovens. Em 2024, o diferencial médio tinha sido de 29,0 mil euros. Apesar de as casas adquiridas com recurso a crédito pelos jovens terem um preço médio mais baixo face aos restantes mutuários, os jovens obtêm um montante médio de crédito superior, evidenciando um menor recurso a capitais próprios por parte destes últimos. Em agosto de 2025, o montante médio dos créditos obtidos pelos jovens representava 82% do preço médio de aquisição das habitações, acima do peso de 58% observado entre os mutuários com mais de 35 anos. Nos primeiros oito meses deste ano, com a entrada em vigor da garantia pessoal do Estado, aquele rácio aumentou sete pontos percentuais entre os jovens, enquanto para os mutuários com mais de 35 anos se reduziu em um ponto percentual. Considerando o ‘stock’ de crédito à habitação, atingiu 107.100 milhões de euros em agosto, dos quais 23% referentes a contratos com mutuários jovens, mais três pontos percentuais face ao período homólogo. Em agosto, este ‘stock’ cresceu 8,4% em termos homólogos, tendo os jovens contribuído para a quase totalidade da variação. Segundo o BdP, o ‘stock’ de crédito à habitação apresentou taxas de variação anuais positivas e crescentes desde junho de 2024, tendo os dois escalões etários dos mutuários contribuído para esta aceleração: O contributo dos mutuários jovens passou de 2,7 pontos percentuais em junho de 2024 para 8,2 pontos percentuais em agosto de 2025, enquanto o dos mutuários com mais de 35 anos passou de -2,6 pontos para 0,1 pontos percentuais.

Ciclaveiro denuncia estacionamento indevido de veículo da “Aliança com Aveiro” na faixa BUS/BICI
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Ciclaveiro denuncia estacionamento indevido de veículo da “Aliança com Aveiro” na faixa BUS/BICI

A Ciclaveiro recorda que Luís Souto Miranda, candidato da ‘Aliança’ à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) tem defendido uma mudança na mobilidade do Município, “com menos carros no centro urbano e promoção do uso da bicicleta”. Em conversa com a Ria, Maria Miguel Galhardo, presidente da direção da Ciclaveiro, explica que a infração cometida pela candidatura é algo que “toda a gente faz”, mas recorda que é especialmente grave quando é feito por alguém com aspirações a presidir à CMA. Embora não consiga assegurar que o veículo esteve parado durante todo o tempo, a dirigente garante que as fotografias foram tiradas às 18h24 e às 19h17 de terça-feira, dia 30, pelo que deduz que tenha lá estado estacionado durante cerca de uma hora. Segundo relatos que chegaram à Ciclaveiro, a carrinha voltou a ser vista no mesmo local na manhã de quarta-feira, dia 1. A associação explica que a prática “bloqueou a livre circulação dos utilizadores de bicicleta naquela faixa, sobretudo numa hora de pico de tráfico automóvel, obrigando-os a contornar pelo meio de automóveis e autocarros”. Embora reafirme que “toda a configuração da via é uma péssima opção e está tecnicamente mal executada”, a Ciclaveiro considera que “a falta de sancionamento eficaz e consistente ao estacionamento ilegal e abusivo naquela faixa BUS/BICI tem normalizado este tipo de imagem”. Nesse sentido, os responsáveis pela publicação identificaram as contas oficiais da Polícia Municipal, da Polícia de Segurança Pública e do Município de Aveiro para pedir que fossem retiradas as “devidas consequências legais como se de outro cidadão se tratasse”. A Ria tentou ainda contactar Luís Souto de Miranda e a Polícia Municipal de Aveiro, mas até ao momento não obteve resposta. Após a publicação, foram vários os nomes das duas principais candidaturas que se manifestaram nas caixas de comentários. Foi o caso de Óscar Ratola Branco, candidato à Junta de Freguesia de Santa Joana pela ‘Aliança com Aveiro’, que questiona as "virgens ofendidas" sobre “qual a opinião sobre os ciclistas que andam na estrada a ocupar a via rodoviária quando têm ciclovias disponíveis”, ou de Leonardo Costa, número quatro da candidatura do PS à Câmara Municipal, que diz “não lhe parecer” que haja preocupações com esta postura por parte da candidatura da ‘Aliança’. Destaca-se, no entanto, a troca de palavras entre João Manuel Oliveira, 14º da lista da ‘Aliança’ à Assembleia Municipal, e Rui Castilho Dias, terceiro do PS na lista à Câmara. João Manuel Oliveira escreveu que a discussão foi dirigida “para a bolha”, uma vez que “a publicação feita pela direção da associação do qual o número três da lista do PS é vogal é comentada pelo número 5 da mesma lista, pelo elemento candidato a AM da mesma lista e pela assessora de imprensa da mesma lista”. Em resposta, Rui Castilho Dias esclareceu já não fazer parte dos órgãos sociais da Ciclaveiro, uma vez que suspendeu as funções após ter aceitado o convite do projeto encabeçado por Alberto Souto. Dessa forma, questionou o opositor “se a mesma exigência de separação entre funções políticas e associativas é feita a todos os candidatos de todas as listas ou apenas quando convém levantar suspeitas”. Para além disso, o candidato acusou o opositor de “relativizar uma infração ao Código da Estrada” e de querer fazer parecer que a “ilegalidade está em quem denuncia e não em quem a comete”. Rui Castilho Dias apontou ainda que “instrumentalizar uma ONG com mais de uma década de trabalho, órgãos sociais autónomos e mais de 300 associados revela desconhecimento (ou desvalorização) da seriedade, do esforço e da dedicação que o movimento associativo exige”. João Manuel Oliveira encerrou a discussão a dizer que não relativizou ou insinuou nada, que faz parte da associação e que “apenas alertou do caricato da bolha protagonizada”.