RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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“Aliança com Aveiro” responde à Ciclaveiro e esclarece polémica com a viatura de campanha

A “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM) reagiu esta quinta-feira, 2 de outubro, às críticas da Ciclaveiro sobre o estacionamento irregular de uma viatura da campanha na faixa BUS/BICI da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, em frente à sua sede. Num comunicado, o partido admite a infração, mas acusa a associação de se estar a “intrometer na campanha eleitoral”.

“Aliança com Aveiro” responde à Ciclaveiro e esclarece polémica com a viatura de campanha
Redação

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02 out 2025, 18:17

Segundo uma nota enviada à Ria, o partido confirma que a carrinha esteve imobilizada no local “durante cerca de uma hora” no dia 30 de setembro, enquanto eram carregados materiais de campanha, e “cerca de cinco minutos” no dia 1 de outubro, para recolher um elemento da equipa. “Tal facto não serve de desculpa”, reconhece a Aliança com Aveiro, sublinhando que “a prática foi incorreta e a infração rodoviária cometida deveria ter sido evitada”.

Apesar desta posição, a candidatura critica a forma como a Ciclaveiro tornou público o caso, considerando “no mínimo estranho que a associação faça uma publicação com aquele teor, consubstanciando-se numa intencional e deliberada intromissão na campanha eleitoral”.

O comunicado acrescenta ainda que a associação “tem razão em denunciar a prática menos correta”, mas não deve “fazer juízos de carácter e de conduta pessoal em relação ao candidato Luís Souto Miranda, quando não foi o candidato o autor da infração”.

O partido garante que a situação “não voltará a acontecer” e rejeita que o episódio possa ser usado como sinal de incoerência política.

Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, a Ciclaveiro denunciou esta quarta-feira, 1 de outubro, através das redes sociais, o estacionamento indevido na faixa dedicada a autocarros e bicicletas de uma carrinha de campanha da ‘Aliança com Aveiro’, considerando-o “um comportamento desrespeitoso e incoerente”.

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Autárquicas: Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM) irá assumir pelouro da Cultura na Câmara de Aveiro
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“Acho que, modéstia à parte, tenho provas dadas na área da Cultura. Foi sempre uma área que me interessou, e daí também a vontade em ficar [com o pelouro] e também valorizar a área da Cultura como área estratégica para o município de Aveiro”, afirmou Luís Souto, à margem de uma ação de campanha da coligação da Aliança com Aveiro (PSD/CDS-PP/PPM). Como exemplo da sua relação de muitos anos com a Cultura, o candidato apontou a sua passagem pela direção da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) e a campanha que a associação fez para a recuperação das igrejas geminadas de Santo António e São Francisco, um monumento nacional que “estava entregue ao desleixo total”. Disse ainda ter várias ideias para a Cultura, dando como exemplo o futuro Centro de Arte Contemporânea de Aveiro multipolar, que quer potenciar de forma a atrair o público que frequentemente visita a Fundação de Serralves no Porto. Luís Souto falava à Lusa após uma visita ao mercado semanal de Cacia, onde andou com a restante comitiva a distribuir t-shirts, sacos, bonés e canetas da candidatura. “Olha esta senhora não tem um saquinho. Não quer um saco? Olhe que isto é de qualidade. Não se esqueça de votar no dia 12”, disse Luís Souto, enquanto cumprimentava as pessoas que passavam e os vendedores, apelando ao voto na Aliança Com Aveiro. O candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM mostrou-se satisfeito com a forma como está a decorrer a campanha, afirmando que tem sido recebido de uma forma encantadora, e disse que este contacto das feiras “é uma oportunidade de ouvir as pessoas, uma a uma”. “Demora-nos algum tempo, porque não estamos aqui só para passar e andar. Estamos aqui mesmo para ouvir e também estamos disponíveis e abertos para receber uma ou outra reclamação de algo que ainda não conseguimos fazer neste mandato”, referiu. “A gente nunca deve olhar só para o futuro. É olhar para trás, para as asneiras que os outros fizeram. O meu pai foi presidente da Junta antes do 25 de Abril. Foi para lá o meu o irmão do PS e deu cabo de tudo”, confidenciou um homem que abordou o candidato, provocando risadas entre a comitiva. “Eu digo a mesma coisa, foi para lá o meu irmão e deu cabo de tudo. Olhe como eu o entendo”, respondeu Luís Souto, referindo-se ao facto de o irmão mais velho, Alberto Souto, estar novamente a concorrer à Câmara de Aveiro depois de ter cumprido dois mandatos. Um pouco mais à frente, o candidato encontra o vereador Rui Carneiro eleito pelo PS e a quem o partido retirou a confiança política. “Eu sou como o povo. Não digo que não a brindes”, disse Rui Carneiro, que aceitou tirar uma fotografia no meio da comitiva da coligação PSD/CDS-PP/PPM. Luís Souto nega que a fotografia seja uma provocação à candidatura do PS, adiantando que sente muita consideração pelo trabalho desenvolvido por Rui Carneiro, um vereador da oposição mas que “votou várias vezes com a maioria, porque teve um sentido de responsabilidade daquilo que ele achava que era o melhor para Aveiro”. Questionado pela Lusa, o candidato não responde se irá manter-se no executivo se perder as eleições, mas garantiu que não irá sair se não obtiver a desejada maioria absoluta. “Nunca iria renunciar, porque isso era uma traição à democracia e aos aveirenses. Seja no cenário que nós acreditamos, que é a maioria absoluta, seja numa situação diferente que nós não estamos a equacionar, iremos sempre defender os interesses da Aveiro. É isso que nos move”, afirmou.

Ciclaveiro denuncia estacionamento indevido de veículo da “Aliança com Aveiro” na faixa BUS/BICI
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Ciclaveiro denuncia estacionamento indevido de veículo da “Aliança com Aveiro” na faixa BUS/BICI

A Ciclaveiro recorda que Luís Souto Miranda, candidato da ‘Aliança’ à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) tem defendido uma mudança na mobilidade do Município, “com menos carros no centro urbano e promoção do uso da bicicleta”. Em conversa com a Ria, Maria Miguel Galhardo, presidente da direção da Ciclaveiro, explica que a infração cometida pela candidatura é algo que “toda a gente faz”, mas recorda que é especialmente grave quando é feito por alguém com aspirações a presidir à CMA. Embora não consiga assegurar que o veículo esteve parado durante todo o tempo, a dirigente garante que as fotografias foram tiradas às 18h24 e às 19h17 de terça-feira, dia 30, pelo que deduz que tenha lá estado estacionado durante cerca de uma hora. Segundo relatos que chegaram à Ciclaveiro, a carrinha voltou a ser vista no mesmo local na manhã de quarta-feira, dia 1. A associação explica que a prática “bloqueou a livre circulação dos utilizadores de bicicleta naquela faixa, sobretudo numa hora de pico de tráfico automóvel, obrigando-os a contornar pelo meio de automóveis e autocarros”. Embora reafirme que “toda a configuração da via é uma péssima opção e está tecnicamente mal executada”, a Ciclaveiro considera que “a falta de sancionamento eficaz e consistente ao estacionamento ilegal e abusivo naquela faixa BUS/BICI tem normalizado este tipo de imagem”. Nesse sentido, os responsáveis pela publicação identificaram as contas oficiais da Polícia Municipal, da Polícia de Segurança Pública e do Município de Aveiro para pedir que fossem retiradas as “devidas consequências legais como se de outro cidadão se tratasse”. A Ria tentou ainda contactar Luís Souto de Miranda e a Polícia Municipal de Aveiro, mas até ao momento não obteve resposta. Após a publicação, foram vários os nomes das duas principais candidaturas que se manifestaram nas caixas de comentários. Foi o caso de Óscar Ratola Branco, candidato à Junta de Freguesia de Santa Joana pela ‘Aliança com Aveiro’, que questiona as "virgens ofendidas" sobre “qual a opinião sobre os ciclistas que andam na estrada a ocupar a via rodoviária quando têm ciclovias disponíveis”, ou de Leonardo Costa, número quatro da candidatura do PS à Câmara Municipal, que diz “não lhe parecer” que haja preocupações com esta postura por parte da candidatura da ‘Aliança’. Destaca-se, no entanto, a troca de palavras entre João Manuel Oliveira, 14º da lista da ‘Aliança’ à Assembleia Municipal, e Rui Castilho Dias, terceiro do PS na lista à Câmara. João Manuel Oliveira escreveu que a discussão foi dirigida “para a bolha”, uma vez que “a publicação feita pela direção da associação do qual o número três da lista do PS é vogal é comentada pelo número 5 da mesma lista, pelo elemento candidato a AM da mesma lista e pela assessora de imprensa da mesma lista”. Em resposta, Rui Castilho Dias esclareceu já não fazer parte dos órgãos sociais da Ciclaveiro, uma vez que suspendeu as funções após ter aceitado o convite do projeto encabeçado por Alberto Souto. Dessa forma, questionou o opositor “se a mesma exigência de separação entre funções políticas e associativas é feita a todos os candidatos de todas as listas ou apenas quando convém levantar suspeitas”. Para além disso, o candidato acusou o opositor de “relativizar uma infração ao Código da Estrada” e de querer fazer parecer que a “ilegalidade está em quem denuncia e não em quem a comete”. Rui Castilho Dias apontou ainda que “instrumentalizar uma ONG com mais de uma década de trabalho, órgãos sociais autónomos e mais de 300 associados revela desconhecimento (ou desvalorização) da seriedade, do esforço e da dedicação que o movimento associativo exige”. João Manuel Oliveira encerrou a discussão a dizer que não relativizou ou insinuou nada, que faz parte da associação e que “apenas alertou do caricato da bolha protagonizada”.

Aveiro 5.º município mais competitivo do país, mas com fragilidades na dívida municipal e habitação
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Aveiro 5.º município mais competitivo do país, mas com fragilidades na dívida municipal e habitação

Segundo o estudo, que avalia 186 municípios com mais de 10 mil habitantes, Aveiro alcançou uma pontuação global de 53,6 pontos, ficando atrás apenas de Lisboa, Oeiras, Porto e Coimbra. O ranking mede o desempenho municipal em 10 dimensões - que vão desde o rendimento das famílias à habitação, passando pela educação, cultura, fiscalidade e endividamento autárquico ou serviços públicos - e inclui ainda um fator de “competitividade envolvente”, que avalia o efeito da vizinhança de municípios mais ou menos competitivos. De acordo com o Instituto Mais Liberdade, “o Ranking de Competitividade Municipal compara a atratividade e a qualidade de serviços e infraestruturas dos 186 municípios com mais de 10 mil habitantes em Portugal. O objetivo é oferecer informação clara e comparável para famílias, empresas e decisores públicos, evidenciando padrões, boas práticas e fragilidades a nível local. Procura-se assim estimular o desenvolvimento de cada município e valorizar aqueles que apresentam melhores indicadores em cada dimensão de análise.” O Instituto Mais Liberdade, que se apresenta como uma organização independente dedicada à promoção de políticas públicas baseadas em evidência, tem tido ao longo dos anos nos seus órgãos sociais várias figuras conhecidas da direita portuguesa, entre as quais Cecília Meireles (CDS), Lídia Pereira (atual eurodeputada do PSD), Fernando Alexandre (atual ministro da Educação), Adolfo Mesquita Nunes (ex-CDS), Ana Rita Bessa (CDS) e Carlos Guimarães Pinto (Iniciativa Liberal). No ranking publicado esta quarta-feira, 1 de outubro, entre os pontos fortes de Aveiro, destaca-se o capital humano, que ocupa a 3.ª posição nacional, refletindo uma população ativa e qualificada, com elevada proporção de residentes com Ensino Superior e baixo desemprego. Também no capital produtivo, Aveiro aparece em 5.º lugar, beneficiando de uma forte densidade empresarial, da presença de empresas inovadoras e de um tecido económico diversificado. No que toca aos rendimentos familiares, o município surge em 10.º lugar, sinal de um nível de rendimentos superior à média nacional. Já a "Habitação" e a "Fiscalidade e Endividamento Autárquico" são duas das áreas que mais penalizam Aveiro no Ranking de Competitividade Municipal 2025, refletindo desafios estruturais para a qualidade de vida dos residentes e a competitividade do concelho. Na Habitação, a avaliação é feita a partir de cinco indicadores com igual peso (20% cada): o valor mediano das rendas por metro quadrado de novos contratos de arrendamento, o valor mediano das vendas de habitação nos últimos 12 meses, o número de fogos licenciados em construções novas para habitação por cada 10 mil habitantes, a percentagem de alojamentos sobrelotados e a percentagem de alojamentos com necessidades de reparação. Esta abordagem permite medir não só os preços da habitação, mas também a resposta da oferta e a qualidade do parque habitacional existente. Aveiro surge na 136.ª posição nesta categoria, penalizada sobretudo pelos preços elevados da habitação, tanto no mercado de compra como no de arrendamento, que dificultam o acesso à casa, em especial para jovens e estudantes. A pressão sobre o mercado imobiliário é um dos fatores que mais prejudicam a competitividade do município, aproximando-o de grandes centros urbanos como Lisboa ou Porto, que enfrentam problemas semelhantes. Já a área de Fiscalidade e Endividamento Autárquico avalia o impacto direto das políticas municipais nas famílias e empresas, também com base em quatro indicadores igualmente ponderados (25% cada): o total de impostos cobrados pelas câmaras municipais per capita, a taxa de IMI, a taxa normal da derrama municipal e a dívida municipal per capita. Estes critérios medem tanto a pressão fiscal como a sustentabilidade financeira das autarquias. Neste domínio, Aveiro tem um desempenho ainda mais negativo, ocupando o 166.º lugar entre os 186 municípios avaliados, refletindo uma carga fiscal mais elevada e um nível de endividamento municipal superior ao registado em muitos concelhos do país. Este resultado contrasta com a boa performance de Aveiro em áreas como o capital humano e o capital produtivo e evidencia que o concelho combina dinamismo económico com desafios significativos no que toca a garantir um ambiente fiscal mais favorável e contas públicas equilibradas. O relatório do Instituto Mais Liberdade sublinha que os municípios mais competitivos continuam a concentrar-se nos grandes centros urbanos, que beneficiam de maior densidade populacional, tecido empresarial diversificado, mão de obra qualificada e melhor acesso a serviços públicos e privados. Ao mesmo tempo, alerta para desigualdades persistentes no território, sobretudo no que respeita ao custo da habitação e à capacidade fiscal das autarquias. Para Aveiro, os resultados do ranking são um sinal do dinamismo económico e académico do município, mas também um aviso de que o crescimento sustentado depende de políticas que enfrentem os desafios do acesso à habitação e à saúde, dois setores que mais penalizam a qualidade de vida local.

João Moniz defende “urbanismo para as pessoas” e propõe novos parques urbanos em Aveiro
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João Moniz defende “urbanismo para as pessoas” e propõe novos parques urbanos em Aveiro

“Imaginemos que, em vez de uma praça árida e sem sombra, existisse no Rossio um jardim verde com sombras e equipamentos de fruição, como bancos, bebedouros, zonas de leitura ao ar livre, parques infantis e mesas de convívio. Essa é a visão que o Bloco de Esquerda quer trazer para Aveiro”, afirmou João Moniz, sublinhando que a ação poderia ter decorrido em várias outras zonas da cidade. O candidato destacou que a prioridade do BE passa por “um urbanismo para as pessoas e não para o automóvel ou para a especulação”, com propostas como a criação de praças arborizadas em cada freguesia, corredores verdes que liguem bairros e equipamentos públicos, e parques urbanos com zonas de lazer, circuitos funcionais e espaços dedicados a animais de companhia. Entre as medidas concretas, João Moniz defendeu a expansão da rede ciclável segura e contínua, a reconversão da BUGA em sistema gratuito e universal e um plano de arborização do espaço público. O programa inclui ainda um manual de boas práticas para preservar o arvoredo e a reposição de árvores sempre que haja cortes. O BE propõe também a implementação de “parklets”, estruturas permanentes ou provisórias para lazer e convívio em locais atualmente ocupados por automóveis. Na área dos parques urbanos, o candidato anunciou duas propostas: a criação do Parque Verde-Azul, nos terrenos da antiga Lota, articulando espaços verdes com a Ria de Aveiro, e o Parque do Cais do Paraíso, em alternativa ao projeto de um hotel de 12 andares previsto para o local. Este último espaço incluiria a valorização do moinho “Bom Jardim/dos Bóias” e a reconstrução do antigo aquartelamento da Polícia Marítima, com o objetivo de integrar um contínuo de parques urbanos entre o Bairro de Santiago, o Parque Infante D. Pedro, a Baixa de Santo António e o Bairro do Alboi. “Ao contrário do modelo atual, centrado em grandes eventos e na lógica do turismo, propomos um espaço público convidativo, pensado para o bem-estar diário de quem cá vive”, concluiu João Moniz.

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Autárquicas: Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM) irá assumir pelouro da Cultura na Câmara de Aveiro
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“Acho que, modéstia à parte, tenho provas dadas na área da Cultura. Foi sempre uma área que me interessou, e daí também a vontade em ficar [com o pelouro] e também valorizar a área da Cultura como área estratégica para o município de Aveiro”, afirmou Luís Souto, à margem de uma ação de campanha da coligação da Aliança com Aveiro (PSD/CDS-PP/PPM). Como exemplo da sua relação de muitos anos com a Cultura, o candidato apontou a sua passagem pela direção da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) e a campanha que a associação fez para a recuperação das igrejas geminadas de Santo António e São Francisco, um monumento nacional que “estava entregue ao desleixo total”. Disse ainda ter várias ideias para a Cultura, dando como exemplo o futuro Centro de Arte Contemporânea de Aveiro multipolar, que quer potenciar de forma a atrair o público que frequentemente visita a Fundação de Serralves no Porto. Luís Souto falava à Lusa após uma visita ao mercado semanal de Cacia, onde andou com a restante comitiva a distribuir t-shirts, sacos, bonés e canetas da candidatura. “Olha esta senhora não tem um saquinho. Não quer um saco? Olhe que isto é de qualidade. Não se esqueça de votar no dia 12”, disse Luís Souto, enquanto cumprimentava as pessoas que passavam e os vendedores, apelando ao voto na Aliança Com Aveiro. O candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM mostrou-se satisfeito com a forma como está a decorrer a campanha, afirmando que tem sido recebido de uma forma encantadora, e disse que este contacto das feiras “é uma oportunidade de ouvir as pessoas, uma a uma”. “Demora-nos algum tempo, porque não estamos aqui só para passar e andar. Estamos aqui mesmo para ouvir e também estamos disponíveis e abertos para receber uma ou outra reclamação de algo que ainda não conseguimos fazer neste mandato”, referiu. “A gente nunca deve olhar só para o futuro. É olhar para trás, para as asneiras que os outros fizeram. O meu pai foi presidente da Junta antes do 25 de Abril. Foi para lá o meu o irmão do PS e deu cabo de tudo”, confidenciou um homem que abordou o candidato, provocando risadas entre a comitiva. “Eu digo a mesma coisa, foi para lá o meu irmão e deu cabo de tudo. Olhe como eu o entendo”, respondeu Luís Souto, referindo-se ao facto de o irmão mais velho, Alberto Souto, estar novamente a concorrer à Câmara de Aveiro depois de ter cumprido dois mandatos. Um pouco mais à frente, o candidato encontra o vereador Rui Carneiro eleito pelo PS e a quem o partido retirou a confiança política. “Eu sou como o povo. Não digo que não a brindes”, disse Rui Carneiro, que aceitou tirar uma fotografia no meio da comitiva da coligação PSD/CDS-PP/PPM. Luís Souto nega que a fotografia seja uma provocação à candidatura do PS, adiantando que sente muita consideração pelo trabalho desenvolvido por Rui Carneiro, um vereador da oposição mas que “votou várias vezes com a maioria, porque teve um sentido de responsabilidade daquilo que ele achava que era o melhor para Aveiro”. Questionado pela Lusa, o candidato não responde se irá manter-se no executivo se perder as eleições, mas garantiu que não irá sair se não obtiver a desejada maioria absoluta. “Nunca iria renunciar, porque isso era uma traição à democracia e aos aveirenses. Seja no cenário que nós acreditamos, que é a maioria absoluta, seja numa situação diferente que nós não estamos a equacionar, iremos sempre defender os interesses da Aveiro. É isso que nos move”, afirmou.

Jovens representaram 59% dos novos contratos de crédito à habitação até agosto
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Jovens representaram 59% dos novos contratos de crédito à habitação até agosto

“Os recentes benefícios para acesso dos jovens à primeira habitação própria permanente têm contribuído para o crescimento do crédito à habitação”, tendo os jovens passado “a ter maior expressão no novo crédito”, refere o Banco de Portugal (BdP) numa análise divulgada. Assim, se entre janeiro de 2022 e julho de 2024 o peso dos jovens nos novos contratos para aquisição de habitação própria permanente foi de 44%, em agosto de 2024 - após a entrada em vigor do decreto-lei que isenta os jovens do pagamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto do Selo (IS) - o peso dos jovens aumentou para 53% do montante de novos contratos. Já considerando os primeiros oito meses de 2025, em que se fizeram também sentir os efeitos de uma outra medida que estabeleceu o regime de garantia pessoal do Estado para jovens até 35 anos, estes representaram já 59% do montante de novo crédito para aquisição de habitação própria permanente. De acordo com o banco central, até agosto, o montante acumulado de novos contratos de crédito para habitação própria permanente atingiu os 12.000 milhões de euros, o que compara com 8.200 milhões em igual período de 2024. Os jovens até 35 anos, inclusive, contrataram 7.100 milhões daquele total, superando os 3,5 mil milhões registados em igual período de 2024. Já os mutuários com idade superior a 35 anos contrataram um montante de 4.900 milhões de euros, apenas mais 200 milhões do que nos primeiros oito meses de 2024. Considerando o período a partir de janeiro de 2022, o montante mensal de novos contratos de crédito para aquisição de habitação própria permanente registou um valor mínimo em abril de 2023 (598 milhões de euros) e uma tendência de crescimento desde então. No que diz respeito ao montante médio de crédito concedido aos jovens para aquisição de habitação própria permanente, “praticamente não se alterou” entre janeiro de 2022 (136,1 mil euros) e dezembro de 2023 (134,7 mil euros). Contudo, em 2024 “iniciou-se uma tendência de aumento deste valor”, que subiu para 159,2 mil euros em agosto, após a entrada em vigor do diploma que isenta os jovens do pagamento de IMT e IS. Em agosto deste ano, o montante médio de crédito para habitação própria permanente concedido aos jovens foi de 192,6 mil euros, o que representa um aumento de 43% relativamente a dezembro de 2023. Já para os mutuários com mais de 35 anos, o montante médio de crédito concedido para aquisição de habitação própria permanente aumentou menos no mesmo período: passou de 127,3 mil euros em dezembro de 2023 para 159,2 mil euros em agosto de 2025, o que corresponde a uma variação de 25%. Os dados divulgados hoje pelo BdP indicam ainda que o preço médio da habitação própria permanente adquirida com recurso a crédito pelos jovens aumentou 8% nos primeiros oito meses de 2025, passando de 218,4 mil euros em dezembro de 2024 para 235,7 mil euros em agosto de 2025. No período homólogo tinha subido 14%. O banco central nota que o preço médio da habitação própria adquirida pelos jovens se manteve abaixo do dos mutuários com mais de 35 anos, tendo este diferencial aumentado nos primeiros oito meses deste ano. Em agosto, as casas adquiridas com recurso a crédito por maiores de 35 anos custavam, em média, 275,4 mil euros, mais 39,8 mil euros do que no caso dos jovens. Em 2024, o diferencial médio tinha sido de 29,0 mil euros. Apesar de as casas adquiridas com recurso a crédito pelos jovens terem um preço médio mais baixo face aos restantes mutuários, os jovens obtêm um montante médio de crédito superior, evidenciando um menor recurso a capitais próprios por parte destes últimos. Em agosto de 2025, o montante médio dos créditos obtidos pelos jovens representava 82% do preço médio de aquisição das habitações, acima do peso de 58% observado entre os mutuários com mais de 35 anos. Nos primeiros oito meses deste ano, com a entrada em vigor da garantia pessoal do Estado, aquele rácio aumentou sete pontos percentuais entre os jovens, enquanto para os mutuários com mais de 35 anos se reduziu em um ponto percentual. Considerando o ‘stock’ de crédito à habitação, atingiu 107.100 milhões de euros em agosto, dos quais 23% referentes a contratos com mutuários jovens, mais três pontos percentuais face ao período homólogo. Em agosto, este ‘stock’ cresceu 8,4% em termos homólogos, tendo os jovens contribuído para a quase totalidade da variação. Segundo o BdP, o ‘stock’ de crédito à habitação apresentou taxas de variação anuais positivas e crescentes desde junho de 2024, tendo os dois escalões etários dos mutuários contribuído para esta aceleração: O contributo dos mutuários jovens passou de 2,7 pontos percentuais em junho de 2024 para 8,2 pontos percentuais em agosto de 2025, enquanto o dos mutuários com mais de 35 anos passou de -2,6 pontos para 0,1 pontos percentuais.

Ciclaveiro denuncia estacionamento indevido de veículo da “Aliança com Aveiro” na faixa BUS/BICI
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Ciclaveiro denuncia estacionamento indevido de veículo da “Aliança com Aveiro” na faixa BUS/BICI

A Ciclaveiro recorda que Luís Souto Miranda, candidato da ‘Aliança’ à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) tem defendido uma mudança na mobilidade do Município, “com menos carros no centro urbano e promoção do uso da bicicleta”. Em conversa com a Ria, Maria Miguel Galhardo, presidente da direção da Ciclaveiro, explica que a infração cometida pela candidatura é algo que “toda a gente faz”, mas recorda que é especialmente grave quando é feito por alguém com aspirações a presidir à CMA. Embora não consiga assegurar que o veículo esteve parado durante todo o tempo, a dirigente garante que as fotografias foram tiradas às 18h24 e às 19h17 de terça-feira, dia 30, pelo que deduz que tenha lá estado estacionado durante cerca de uma hora. Segundo relatos que chegaram à Ciclaveiro, a carrinha voltou a ser vista no mesmo local na manhã de quarta-feira, dia 1. A associação explica que a prática “bloqueou a livre circulação dos utilizadores de bicicleta naquela faixa, sobretudo numa hora de pico de tráfico automóvel, obrigando-os a contornar pelo meio de automóveis e autocarros”. Embora reafirme que “toda a configuração da via é uma péssima opção e está tecnicamente mal executada”, a Ciclaveiro considera que “a falta de sancionamento eficaz e consistente ao estacionamento ilegal e abusivo naquela faixa BUS/BICI tem normalizado este tipo de imagem”. Nesse sentido, os responsáveis pela publicação identificaram as contas oficiais da Polícia Municipal, da Polícia de Segurança Pública e do Município de Aveiro para pedir que fossem retiradas as “devidas consequências legais como se de outro cidadão se tratasse”. A Ria tentou ainda contactar Luís Souto de Miranda e a Polícia Municipal de Aveiro, mas até ao momento não obteve resposta. Após a publicação, foram vários os nomes das duas principais candidaturas que se manifestaram nas caixas de comentários. Foi o caso de Óscar Ratola Branco, candidato à Junta de Freguesia de Santa Joana pela ‘Aliança com Aveiro’, que questiona as "virgens ofendidas" sobre “qual a opinião sobre os ciclistas que andam na estrada a ocupar a via rodoviária quando têm ciclovias disponíveis”, ou de Leonardo Costa, número quatro da candidatura do PS à Câmara Municipal, que diz “não lhe parecer” que haja preocupações com esta postura por parte da candidatura da ‘Aliança’. Destaca-se, no entanto, a troca de palavras entre João Manuel Oliveira, 14º da lista da ‘Aliança’ à Assembleia Municipal, e Rui Castilho Dias, terceiro do PS na lista à Câmara. João Manuel Oliveira escreveu que a discussão foi dirigida “para a bolha”, uma vez que “a publicação feita pela direção da associação do qual o número três da lista do PS é vogal é comentada pelo número 5 da mesma lista, pelo elemento candidato a AM da mesma lista e pela assessora de imprensa da mesma lista”. Em resposta, Rui Castilho Dias esclareceu já não fazer parte dos órgãos sociais da Ciclaveiro, uma vez que suspendeu as funções após ter aceitado o convite do projeto encabeçado por Alberto Souto. Dessa forma, questionou o opositor “se a mesma exigência de separação entre funções políticas e associativas é feita a todos os candidatos de todas as listas ou apenas quando convém levantar suspeitas”. Para além disso, o candidato acusou o opositor de “relativizar uma infração ao Código da Estrada” e de querer fazer parecer que a “ilegalidade está em quem denuncia e não em quem a comete”. Rui Castilho Dias apontou ainda que “instrumentalizar uma ONG com mais de uma década de trabalho, órgãos sociais autónomos e mais de 300 associados revela desconhecimento (ou desvalorização) da seriedade, do esforço e da dedicação que o movimento associativo exige”. João Manuel Oliveira encerrou a discussão a dizer que não relativizou ou insinuou nada, que faz parte da associação e que “apenas alertou do caricato da bolha protagonizada”.

“Festival Política” chega à Universidade de Aveiro e divide opiniões nas redes sociais
Universidade

“Festival Política” chega à Universidade de Aveiro e divide opiniões nas redes sociais

Em entrevista à Ria, Alexandra Queirós, vice-reitora da UA para a Cultura e Vida nos Campi, rejeitou a controvérsia e garantiu que a escolha dos convidados não é da responsabilidade da instituição, mas sim da “direção artística”. “Nem sequer é uma questão que se coloca quando nós escolhemos determinados eventos ou festivais em eventos culturais. Para mim é uma não questão. Não faz sentido nenhum. (…) A Universidade é completamente apartidária”, sublinhou. A vice-reitora da UA acrescentou ainda que a decisão de abrir as portas ao festival decorreu dos valores que este promove. “O que nos chamou a atenção no Festival Política foram alguns dos seus eixos programáticos, que também defendemos, nomeadamente a promoção da cidadania e o combate à discriminação. Queríamos, de certa forma, incentivar um maior envolvimento da comunidade e estimular a participação ativa nos processos de decisão e em diferentes temas da sociedade”, justificou. Quanto ao funcionamento do evento, Alexandra Queirós comparou o processo ao de qualquer outro evento cultural na universidade. “Há obviamente a promoção do evento pela Universidade de Aveiro. Depois, há uma curadoria, que implica custos, e uma direção artística que escolhe os artistas de acordo com o tema do festival”, disse. Segundo a vice-reitora, sob o tema “Revoluções em Curso”, a edição de Aveiro procurará cruzar humor, reflexão e participação cívica, seguindo critérios definidos em conjunto pela Universidade de Aveiro e pela direção artística. A primeira edição do Festival Política em Aveiro coincide ainda com a cerimónia de abertura do ano letivo da UA, marcada para 15 de outubro. O evento será também uma forma de acolher os novos estudantes. O Festival Política teve a sua primeira edição em 2017 e é uma iniciativa Associação Isonomia (ONG) que tem como objetivo promover a participação cívica, a defesa dos direitos humanos e o combate à abstenção. Segundo o site do evento, a programação do festival é composta por “debates, performances, concertos, oficinas para adultos e crianças, exposições, cinema e visitas guiadas que promovam a literacia democrática e selecionados tendo em conta os eixos programáticos e o tema anual, visto que cada edição tem um tema-central”. Todas as atividades são de entrada gratuita. Sob o tema “Revoluções em Curso- na sociedade portuguesa e além-fronteiras”, o Festival Política já anunciou, este ano, datas para três cidades: Aveiro, Loulé e Coimbra. No caso de Aveiro, as atividades vão decorrer na Universidade de Aveiro e na Fábrica Centro Ciência Viva.