Filas na Cantina de Santiago chegam a uma hora de tempo de espera e preços vão aumentar
O campus da Universidade de Aveiro (UA), em Aveiro, conta com dois espaços de serviço de refeição social: a Cantina de Santiago e a Cantina do Crasto. Nestas duas unidades alimentares geridas pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA), o preço praticado na refeição social é de 2,65 euros para estudantes. Na segunda semana de aulas, a cantina mais central - a de Santiago - registou uma fila com tempo de espera de cerca de uma hora, o tempo que a maioria dos estudantes da academia aveirense possuem para almoçar, segundo os mesmos.
Ana Patrícia Novo
JornalistaFaltam dez minutos para as 13h00. A Ria decide juntar-se aos estudantes que estavam na fila para a cantina, na Zona Técnica Central [Catacumbas]. Somos, por breves instantes, os últimos na fila. A chuva vai caindo e os estudantes vão chegando. Júlia Ferreira e Tânia Costa frequentam o segundo ano do curso de Administração Pública e são duas dessas estudantes. “É uma situação recorrente”, refere Júlia. “É sempre assim. A esta hora a fila está sempre assim e, às vezes, até chega a dar ali a volta e temos que nos enrolar naquele canto”, descreve Tânia. A situação, garantem, é “normal” e até “calma”, em comparação com outras situações já vividas.
A Ria foi falar com os SASUA que garantem que estão a par da situação. João Ribeiro, o diretor delegado destes serviços, afirma mesmo que o problema “já é recorrente e antigo”. As cantinas recebem, neste momento, números “superiores a 1000 estudantes à hora do almoço” e “cerca de 500 à hora de jantar”, afirma o diretor. A tendência, assume, é que os números venham a aumentar.
Como causas para o problema, João Ribeiro refere que os SASUA estão “limitados pelos recursos” e “pela antiguidade do edifício”. A Cantina de Santiago está “dimensionada para 800 refeições por hora”, revela João Ribeiro. “Se nós tivermos 2500 alunos a virem, entre as 13h00 e as 14h00, é impossível [evitar a fila]”, lamenta o diretor delegado.
A solução passa então por escoar os estudantes. O alargamento do horário de funcionamento das cantinas, bem como a alteração dos horários das aulas dos estudantes, para prevenir os fluxos, foram então algumas das soluções encontradas e já implementadas. Segundo João Ribeiro, essas alterações já foram introduzidas, em articulação com a reitoria, mas levaram a um novo desafio a ser superado. “Foi um grande esforço, em termos de articulação de todo o processo de preparação das refeições, para conseguirmos abrir mais cedo”, desabafa o diretor delegado. A cantina passou então a abrir mais cedo, às 11h45, e a fechar às 14h30. Isso, explica, “criou um problema que também já resolvemos”: o descanso dos operacionais.
Wilson Carmo, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) reconhece também que a “redução de staff” é problemática. “Mas isso para os estudantes [que estão na fila] não importa”, refere o dirigente associativo. Apesar de expressar compreensão pela falta de operacionais, sublinha que “a UA tem de garantir que os estudantes conseguem aceder à refeição social na sua hora de almoço”.
Na fila, as estudantes de Administração Pública alertam ainda para um outro problema: o não funcionamento – ou o mau funcionamento – das máquinas para carregar os cartões. “Muitas vezes temos de pagar a refeição normal, sem ser ao preço de estudante, porque não temos o cartão carregado, o que não faz sentido nenhum: a culpa não é nossa de as máquinas não estarem a funcionar”, refere Júlia Ferreira.
“O Crasto é a solução”
A Cantina de Santiago, mais central no campus, atrai para si a maioria dos estudantes. “Eu não vou lá à cantina [do Crasto] porque fico na biblioteca e dá-me mais jeito ficar aqui nesta cantina” referem as companheiras de fila do mesmo curso. “Até porque temos aulas aqui no departamento 12”, concluem.
João Ribeiro alerta que com a Cantina do Crasto “o serviço está duplicado” O edifício não tão central tem capacidade para servir “mil e tal” refeições por hora. “Estamos a falar de outra dimensão” diz. “O Crasto é a solução. O Crasto evita isto [as filas]”, refere o diretor.
“A nossa função é avaliar continuamente e tentar encontrar soluções para que se resolva este problema. Já o fizemos no passado, temos um novo problema, vamos tentar implementar novas”, começa por dizer João Ribeiro. O diretor refere-se às bicicletas que estão disponíveis à comunidade académica. O objetivo é atrair os estudantes à Cantina do Crasto através da diminuição do tempo de viagem. João Ribeiro adianta que, por enquanto, há cinco bicicletas disponíveis. A curto prazo o objetivo é “disponibilizar mais”. Já a médio e longo prazo o diretor acredita que a solução pensada “vai criar uma coisa: provavelmente o hábito das pessoas irem ao Crasto”.
Dinis Sampaio, estudante do primeiro ano da licenciatura de Engenharia Aeroespacial, chegou recentemente à academia aveirense. Para ele ir ao Crasto é uma opção “num dia normal, se a fila estiver grande”. “Principalmente se for de bicicleta - não demoro muito”, salienta. Nos dias de chuva, no entanto, admite, que a Cantina do Crasto “até poderia ter uma fila menor”, mas a ideia de “enfrentar o tempo de chuva, ficar todo ensopado para ir comer e voltar” não é algo que esteja disposto a enfrentar.
O presidente da AAUAv acredita também que a solução das bicicletas é “uma medida interessante”. Contudo, alerta que é uma medida que apenas “faz sentido na teoria, porque na prática não será suficiente o número de bicicletas que estamos a falar”. “Há cinco estudantes que podem ir e voltar de forma mais célere, mas são só cinco de cada vez”, refere.
Wilson Carmo aponta outras soluções para a diminuição do tempo da fila de espera na cantina. Refere já ter sugerido “mais agilidade das linhas, nomeadamente com a colocação de mais caixas de pagamento, de forma a acelerar o fluxo das pessoas”. Outras das medidas que sugere é a “preparação prévia dos tabuleiros”, evitando “o tempo que os estudantes demoram a pegar no tabuleiro, na proteção do tabuleiro, nos talheres, nos guardanapos, etc”. “Sei que estamos a falar de pequenos segundos, mas quando falamos em centenas de refeições servidas é muito tempo de espera”, conclui.
Aumento do preço da refeição social está em cima da mesa
O preço da refeição social na UA, apesar de fixada atualmente a 2,65 euros, vai sofrer alterações. O diretor delegado dos SASUA assume que está previsto um aumento de 15 cêntimos. O novo valor de 2,80 euros, assume, deveria ter entrado em vigor no início deste ano letivo. João Ribeiro justifica que a medida se deve, “ao valor da inflação”.
A medida foi contestada pela direção da AAUAv. “Fomos contra”, refere Wilson Carmo. “Estes 15 cêntimos por refeição, tendo em conta o número das refeições totais servidas, resultará num aumento das receitas dos SASUA, claro que sim, mas não terá um impacto tão significativo que justifique esta alteração do preço”, argumenta. O presidente assume, contudo, que quando confrontados com a votação, em reunião do Conselho de Ação Social, e apercebendo-se de que não conseguiriam travar o aumento, decidiram criar uma salvaguarda. “Fizemos uma proposta de haver um prato simples que componha então o prato (a proteína, os hidratos e a salada) e o pão”, refere. Esta refeição, mais simples, teria o custo de 2,20 euros e, na sua visão, é uma medida que se justifica porque “há muitos estudantes que optam, muitas vezes, por não terem uma sopa ou por não terem uma sobremesa ou os dois e, portanto, têm aqui a oportunidade, se quiserem, de ter uma refeição mais barata”. “Não é completo, como a refeição com a sopa e sobremesa”, admite, “mas é uma solução para que os estudantes tenham sempre, pelo menos, a possibilidade de ter uma refeição ao almoço e ao jantar, contornando o aumento dos preços”.
Com ou sem aumento do preço da refeição social, as filas continuam a crescer. O tempo vai passando e são vários os estudantes que desistem de ficar na fila da cantina. Passeiam pelo campus com sandes de panado na mão. “Se voltarmos daqui a uma hora isto está vazio, mas temos que ir para as aulas”, vai-se ouvindo.
Recomendações
Estudantes da UA trocam férias por voluntariado na reabilitação de casa em Sever do Vouga
André, estudante de Engenharia Civil, é um dos voluntários que decidiu aceitar o desafio. Ao longo de cinco dias de trabalho intenso, garante que a experiência está a ser “única” e cheia de aprendizagens práticas. “Já aprendi a fazer massa e até a aplicar pladur com o senhor Nuno, o mestre de obras responsável por nos acompanhar”, conta. Apesar das dificuldades, como o calor intenso e o esforço físico constante, André acredita que tudo vale a pena: “Não é algo fácil estar sempre ao sol a fazer massa, mas é uma experiência única e dá sempre jeito para o futuro". A decisão de participar surgiu de forma espontânea. “Inscrevi-me por incentivo de um colega. Como não tinha nada para fazer nas férias acabei por vir ter aqui com ele”, acrescenta. Também Afonso, aluno do mestrado em Bioinformática Clínica, juntou-se à equipa. Apesar da formação não estar diretamente ligada à construção civil, Afonso viu no projeto uma oportunidade para sair da sua zona de conforto. “Está a ser muito desafiante de facto. Sair da zona de conforto, desafiar-me. É um mundo bastante exigente e novo, mas estou a concretizá-lo e estou a gostar”, explica. A motivação principal foi ocupar o tempo livre de forma útil: “Vi que era uma oportunidade de ter impacto. Também sempre gostei de fazer voluntariado, então foi três em um", exprime. Sobre os desafios, não esconde que o ritmo é exigente. “O mais desafiante é acordar cedo. Ficar aqui cerca de oito, quase nove horas de trabalho e depois voltar para casa. Ao final do dia, já estamos mesmo muito cansados”, afirma. Ainda assim, garante que está a aprender bastante. “Da parte técnica, já aprendi muita coisa: a fazer massa, a colocá-la, a fazer e colocar preenchimento, etc", descreve. Mesmo reconhecendo que não seguiria esta vida profissionalmente, valoriza a experiência: “Estas duas semanas faço por gosto, mas na vida, provavelmente, não seria feliz. Acho que é uma excelente experiência para ocupar um pouco o nosso verão e as nossas férias”, realça com um sorriso. Entretanto, o grupo já concluiu a parte exterior da habitação, restando apenas finalizar o telhado e os trabalhos no interior da casa. Hugo Rodrigues, professor no Departamento de Engenharia Civil, é o responsável por acompanhar estes estudantes na experiência. Partilha à Ria que esta foi a primeira que a UA se uniu a este projeto. “Esta foi uma aproximação da Câmara de Sever do Vouga que já tinha esta parceria com a Mão Amiga com a UA. A Reitoria abraçou esta ideia e achou bem prosseguir com esta ideia e que, no fundo, sendo uma ação de reabilitação, entendeu por bem que o Departamento de Engenharia Civil podia ser um dos interlocutores iniciais. E foi assim que aconteceu esta aproximação”, explica. Hugo descreve a parceria com o Departamento de Engenharia Civil como “natural”, ainda que, desde o início, tenha feito questão de tornar esta iniciativa “aberta a todos os estudantes da Universidade de Aveiro”. As inscrições terminaram na passada quinta-feira, 10 de julho, e foi a partir delas que se selecionaram os dez voluntários que integram o grupo, entre os quais estão André e Afonso. A equipa é diversificada, reunindo estudantes de áreas tão distintas como Turismo, Engenharia Biomédica, Engenharia Civil e até Música. Para garantir a qualidade e segurança dos trabalhos, os voluntários contam com o acompanhamento de um mestre de obras. Apesar da ajuda, o docente não deixa de reconhecer a “exigência física” que estes jovens têm a cargo. Para equilibrar esse esforço, Hugo Rodrigues destaca que a Associação, em parceria com a Câmara Municipal, teve o cuidado de promover momentos de convívio, como uma atividade de team building realizada este domingo e um arraial solidário marcado para o dia 26 de julho. “Estas iniciativas permitem-nos, no fundo, cultivar o lado social, promovendo o convívio e o relaxamento no final do dia. Mas é uma atividade muito exigente. Confesso que os vejo sempre muito cansados, embora também animados, porque a construção tem essa vantagem de permitir ver algo a ganhar forma. De repente, tudo começa a ficar melhor”, admite. Numa nota final, Hugo Rodrigues disse ainda que, no final da primeira semana, o balanço é já “claramente positivo”, apontando para a continuidade do projeto nos próximos anos. “No futuro, queremos continuar com esta ação. Queremos que os estudantes tenham um papel ainda mais ativo, em particular, na definição das suas funções, na escolha de materiais para a reabilitação, etc”, finaliza.
Universidade de Aveiro abriu portas à primeira edição da FutuRegion Summercamp
Planeamento sustentável, urbanismo e interoperabilidade, dados e proteção cívica, gestão baseada em dados e experiência digital unificada foram as temáticas abordadas na primeira edição da FutuRegion Summercamp, que contou com a realização de várias sessões práticas, masterclasses técnicas, sessões de co-criação e momentos de networking. “Durante cinco dias, a Universidade de Aveiro foi palco de um ambiente de cocriação e aprendizagem multidisciplinar, reunindo mais de 60 participantes, entre técnicos municipais de norte a sul do país, (…) estudantes de licenciatura e doutoramento, investigadores e especialistas nacionais e internacionais”, atenta a organização do evento em nota enviada às redações. A iniciativa promoveu “o contacto direto com tecnologias emergentes aplicadas à gestão urbana”, com o objetivo de “capacitar profissionais, estudantes e técnicos autárquicos para os desafios das cidades inteligentes”. Em comunicado lê-se ainda que o FutuRegion Summercamp se afirmou “como uma experiência formativa pioneira em Portugal, aproximando o conhecimento académico das necessidades reais do setor público e empresarial e contribuindo para acelerar a transformação digital e sustentável das cidades e regiões”. A abertura da primeira edição ficou a cargo de João Veloso, vice-reitor da UA responsável pela cooperação Universidade-Sociedade, e de Nuno Ribeiro, co-CEO da Ubiwhere.
Relatório da AAUAv alerta para baixa retenção no mestrado e sugere revisão estrutural
De acordo com a nota, “no dia 28 de fevereiro do presente ano” foi solicitado aos 34 Núcleos de curso da AAUAv que analisassem os editais de candidatura dos mestrados que representam. Assim, foram rececionadas respostas de “11 núcleos”: “Núcleo de Estudantes de Ciências Biomédicas; Núcleo de Estudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações e Aeroespacial; Núcleo de Estudantes de Engenharia Física; Núcleo de Estudantes de Engenharia de Computadores e Telemática; Núcleo de Estudantes de Engenharia Mecânica; Núcleo de Estudantes de Informática; Núcleo de Estudantes de Gestão; Núcleo de Estudantes de Matemática; Núcleo de Estudantes de Meteorologia, Oceanografia e Clima; Núcleo de Estudantes de Multimédia e Tecnologias da Comunicação e Núcleo de Estudantes de Química”, lê-se. A partir dessas respostas “foi possível tirar ilações fundamentadas acerca do processo em causa”. “Importa salientar que o Núcleo de Estudantes de Gestão (NEG) e o Núcleo de Estudantes de Multimédia e Tecnologias da Comunicação (NEMTC) manifestaram concordância com os regulamentos de candidatura aos respetivos mestrados, não tendo reconhecido a necessidade de alterações. Esta posição é igualmente relevante, uma vez que evidencia a adequação dos procedimentos atuais em alguns contextos específicos da UA”, continua a nota da AAUAv. No caso de Engenharia e Gestão Industrial, o edital de candidatura ao 2º ciclo de estudos “foi revisto previamente por membros da direção da AAUAv”. Entre os pontos destacados desta auscultação encontram-se a “flexibilização do acesso com unidades curriculares em atraso, a valorização de atividades extracurriculares, o reforço da transparência nos critérios de avaliação e o reconhecimento do percurso académico dos estudantes da Universidade de Aveiro”. O relatório sublinha que estas recomendações “devem ser uniformizadas e aplicadas de forma transversal” e realça a importância de um olhar mais holístico sobre o percurso académico, valorizando também “a participação ativa em estruturas representativas e associativas, que contribuem significativamente para o desenvolvimento de competências transversais valorizadas tanto no meio académico como no profissional.” Foram igualmente propostas alterações “nos prazos de resposta, maior previsibilidade na abertura de vagas em fases posteriores e uma reavaliação das limitações no acesso a ramos de especialização, com o objetivo de promover maior clareza e equidade”. O documento reforça ainda a necessidade de uma reflexão alargada sobre o segundo ciclo, tendo em conta os “baixos níveis de retenção atualmente verificados”. “É possível retirar duas conclusões principais: ou os estudantes da UA não reconhecem vantagens claras nos mestrados disponíveis, seja por serem demasiado similares ao primeiro ciclo, por não corresponderem às suas expectativas, ou até por não encontrarem o curso desejado na instituição, ou então sentem que a própria universidade não valoriza suficientemente os seus estudantes”, sintetiza o documento. Neste contexto, a AAUAv considera relevante repensar “não só os critérios de acesso, mas também a estrutura e relevância dos programas de mestrado oferecidos”. “Este projeto da AAUAv visa apoiar uma revisão estrutural do processo de candidatura a mestrado, centrada na experiência e nas necessidades dos estudantes da Universidade de Aveiro”, finaliza.
Protocolo de mecenato entre UA e CGD reforça “ação de serviço público e responsabilidade social”
Em declarações à Ria, Paulo Moita de Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD frisa que a colaboração e apoio entre a UA e a CGD existe já “há mais de três décadas”. O documento assinado esta tarde corresponde a um apoio financeiro que ascende aos 3 milhões de euros. Destina-se “a diversas iniciativas da universidade, desde bolsas a prémios de mérito científico, até ao apoio no desenvolvimento de infraestruturas”, aponta o presidente da CGD. Recorde-se que a Nave Caixa UA, local que acolheu a assinatura do protocolo, nasceu do mecenato com a CGD. O representante da CGD dá ainda nota de que a parceria com a UA é “particularmente” satisfatória “porque primeiro ela é duradoura, segundo tem permitido atingir coisas muito concretas e terceiro, a universidade, neste momento, precisa de ser apoiada e precisa de ter recursos mais qualificados”. “Uma universidade que já tem mais de 20 mil estudantes é sem dúvida um estímulo para a sociedade, para o país e também para a Caixa”, acrescenta. O presidente da Comissão Executiva da Caixa salienta ainda a importância do apoio para a gestão da vida da Universidade, especialmente tendo em conta o contexto mundial atual, com os Estados a fazer investimentos maiores à escala global para dar respostas na área da segurança. Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, salienta por sua vez a parceria entre as duas entidades públicas como “uma forma das duas, em colaboração através da figura do Mecenato, continuarem a sua ação de serviço público e da responsabilidade social”. “É muito importante e um sinal muito positivo para a sociedade, uma vez que as entidades do sistema público devem servir [o sistema público] e aqui estamos a dar um sinal claríssimo de sintonia quanto à vontade de servir”, frisa. Questionado sobre a polémica em torno da legalidade da infraestrutura Nave Caixa UA, o reitor apenas reforçou que “a Universidade não é ator do panorama político e que respeitou escrupulosamente a legalidade”. “Espero sinceramente que tudo esteja esclarecido até ao momento e que se confirme no futuro que esta infraestrutura serve Aveiro e a sua região”, termina o reitor.
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Presidente da Câmara de Anadia reitera preocupação com traçado da alta velocidade
“Aproveito para solicitar ao senhor ministro [Miguel Pinto Luz] a devida atenção à preocupação já manifestada pelos produtores da nossa região face ao traçado previsto para a linha de alta velocidade, que se sobrepõe à mancha vitivinícola do concelho”, destacou. Na sessão inaugural de 16 fogos de habitação a custos controlados, no concelho de Anadia (distrito de Aveiro), Teresa Cardoso aproveitou a presença do governante para aludir aos prejuízos inerentes à destruição dos vinhedos e à transformação da paisagem e demais consequências para o setor económico. “Na Bairrada, o leitão é rei à mesa, mas ainda muito mais apreciado com os excelentes néctares que aqui são produzidos e trabalhados”, sustentou. Em resposta, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou que a alta velocidade “é um desafio enorme” e que “está a andar a alta velocidade”. “Temos já a avaliação do impacto ambiental para o terceiro troço Soure-Carregado. Estamos a avançar a passos largos, até ao final do ano, para a conclusão dos projetos da quadruplicação da linha”, informou. Segundo Pinto Luz, estão “a cumprir com o prazo”, com Lisboa-Porto a ser realizado em uma hora e um quarto até 2032, com estações em Aveiro, Coimbra, Campanhã, Gaia, Leiria e Lisboa. “Por isso, é mais difícil o desafio que me coloca porque há sempre sacrifícios a fazer e o comboio tem que passar, para chegar a horas”, referiu. Aos presentes disse ainda que apostaram muito naquela região e distrito, tendo “uma visão que não é centralizadora”. “Não é por acaso que essa aposta clara de alta velocidade, com três estações em três capitais de distrito, neste caso Leiria, Coimbra e Aveiro. Diz muito do esforço deste Governo de criar outras zonas de expansão e desenvolvimento económico e social”, concluiu. Os 16 fogos de habitação hoje inaugurados, situados na Quinta do Rangel, em Ancas, começaram a ser construídos em maio de 2023, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, representando um investimento na ordem dos 1,8 milhões de euros. Foram construídos dez fogos de tipologia T1, quatro fogos de tipologia T2, um fogo de tipologia T3 e um fogo de tipologia T4.
Ministro das Habitação diz ser urgente levantamento do número de casas precárias ilegais
“É urgente fazer um levantamento mais atualizado, até porque a situação de Loures é disso exemplo. Como sabemos, as barracas que foram demolidas foram construídas nos últimos três meses, ou seja, o fenómeno é um fenómeno urgente, é de agora, portanto, esse levantamento tem de ser feito”, afirmou. À entrada para a sessão inaugural de 16 fogos de habitação a custos controlados, no concelho de Anadia, Pinto Luz destacou que o próprio Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) tem situações dessas. “Nós estamos a fazer esse levantamento. Caberá a todos, aos municípios em conjunto com o IHRU e com o Estado Central, encontrarmos formas de fazer esse balanço”, sustentou. Aos jornalistas disse ainda que o Governo tem colocado à disposição, em termos de orçamento, “o maior investimento em habitação pública desde o 25 de Abril” de 1974. “Só isso é sinalizador da nossa vontade, nós não ficámos pelas 26 mil casas, nós financiámos todas as outras. As 133 mil casas que estão nas estratégias locais de habitação também encontrarão financiamento possível e isso é uma revolução”, garantiu. De acordo com o ministro das Infraestruturas e Habitação, esta “revolução” não acontece de um dia para o outro e “não se resolve em dois dias", "nem num ano”. “É um problema que tem de se resolver com mais oferta pública e oferta privada, mas precisamos também de mudar muitas regras, mudar os sistemas de incentivos para provocar uma mudança positiva nos mercados. Nós não acreditamos em tetos de rendas, não acreditamos em condicionalismos de qualquer espécie ao mercado”, apontou. No seu entender, o mercado tem de funcionar, com o Estado a regular. “[O Governo] Tem de garantir que o mercado é justo e que não há situações de injustiça e de portugueses que não têm acesso à habitação”, concluiu. As autarquias de Loures e Amadora promoveram esta semana operações de demolição de habitações precárias ilegais, desalojando várias famílias nos dois concelhos. Loures iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64, onde vivem 161 pessoas, no Bairro do Talude Militar. No primeiro dia foram demolidas 51 construções, tendo a suspensão das operações sido decretada no segundo dia pelo Tribunal Administrativo de Lisboa na sequência de uma providência cautelar interposta por 14 moradores. Na Amadora, na Estrada Militar da Mina de Água, no antigo bairro de Santa Filomena, está prevista a demolição da totalidade das 22 construções ilegais, onde vivem cerca de 30 adultos e 14 crianças e jovens.
Estudantes da UA trocam férias por voluntariado na reabilitação de casa em Sever do Vouga
André, estudante de Engenharia Civil, é um dos voluntários que decidiu aceitar o desafio. Ao longo de cinco dias de trabalho intenso, garante que a experiência está a ser “única” e cheia de aprendizagens práticas. “Já aprendi a fazer massa e até a aplicar pladur com o senhor Nuno, o mestre de obras responsável por nos acompanhar”, conta. Apesar das dificuldades, como o calor intenso e o esforço físico constante, André acredita que tudo vale a pena: “Não é algo fácil estar sempre ao sol a fazer massa, mas é uma experiência única e dá sempre jeito para o futuro". A decisão de participar surgiu de forma espontânea. “Inscrevi-me por incentivo de um colega. Como não tinha nada para fazer nas férias acabei por vir ter aqui com ele”, acrescenta. Também Afonso, aluno do mestrado em Bioinformática Clínica, juntou-se à equipa. Apesar da formação não estar diretamente ligada à construção civil, Afonso viu no projeto uma oportunidade para sair da sua zona de conforto. “Está a ser muito desafiante de facto. Sair da zona de conforto, desafiar-me. É um mundo bastante exigente e novo, mas estou a concretizá-lo e estou a gostar”, explica. A motivação principal foi ocupar o tempo livre de forma útil: “Vi que era uma oportunidade de ter impacto. Também sempre gostei de fazer voluntariado, então foi três em um", exprime. Sobre os desafios, não esconde que o ritmo é exigente. “O mais desafiante é acordar cedo. Ficar aqui cerca de oito, quase nove horas de trabalho e depois voltar para casa. Ao final do dia, já estamos mesmo muito cansados”, afirma. Ainda assim, garante que está a aprender bastante. “Da parte técnica, já aprendi muita coisa: a fazer massa, a colocá-la, a fazer e colocar preenchimento, etc", descreve. Mesmo reconhecendo que não seguiria esta vida profissionalmente, valoriza a experiência: “Estas duas semanas faço por gosto, mas na vida, provavelmente, não seria feliz. Acho que é uma excelente experiência para ocupar um pouco o nosso verão e as nossas férias”, realça com um sorriso. Entretanto, o grupo já concluiu a parte exterior da habitação, restando apenas finalizar o telhado e os trabalhos no interior da casa. Hugo Rodrigues, professor no Departamento de Engenharia Civil, é o responsável por acompanhar estes estudantes na experiência. Partilha à Ria que esta foi a primeira que a UA se uniu a este projeto. “Esta foi uma aproximação da Câmara de Sever do Vouga que já tinha esta parceria com a Mão Amiga com a UA. A Reitoria abraçou esta ideia e achou bem prosseguir com esta ideia e que, no fundo, sendo uma ação de reabilitação, entendeu por bem que o Departamento de Engenharia Civil podia ser um dos interlocutores iniciais. E foi assim que aconteceu esta aproximação”, explica. Hugo descreve a parceria com o Departamento de Engenharia Civil como “natural”, ainda que, desde o início, tenha feito questão de tornar esta iniciativa “aberta a todos os estudantes da Universidade de Aveiro”. As inscrições terminaram na passada quinta-feira, 10 de julho, e foi a partir delas que se selecionaram os dez voluntários que integram o grupo, entre os quais estão André e Afonso. A equipa é diversificada, reunindo estudantes de áreas tão distintas como Turismo, Engenharia Biomédica, Engenharia Civil e até Música. Para garantir a qualidade e segurança dos trabalhos, os voluntários contam com o acompanhamento de um mestre de obras. Apesar da ajuda, o docente não deixa de reconhecer a “exigência física” que estes jovens têm a cargo. Para equilibrar esse esforço, Hugo Rodrigues destaca que a Associação, em parceria com a Câmara Municipal, teve o cuidado de promover momentos de convívio, como uma atividade de team building realizada este domingo e um arraial solidário marcado para o dia 26 de julho. “Estas iniciativas permitem-nos, no fundo, cultivar o lado social, promovendo o convívio e o relaxamento no final do dia. Mas é uma atividade muito exigente. Confesso que os vejo sempre muito cansados, embora também animados, porque a construção tem essa vantagem de permitir ver algo a ganhar forma. De repente, tudo começa a ficar melhor”, admite. Numa nota final, Hugo Rodrigues disse ainda que, no final da primeira semana, o balanço é já “claramente positivo”, apontando para a continuidade do projeto nos próximos anos. “No futuro, queremos continuar com esta ação. Queremos que os estudantes tenham um papel ainda mais ativo, em particular, na definição das suas funções, na escolha de materiais para a reabilitação, etc”, finaliza.
Urgências de Obstetrícia e Ginecologia de Aveiro encerradas este fim de semana
As urgências de Obstetrícia e Ginecologia dos hospitais de Almada (Garcia de Orta), Setúbal, Aveiro e Leiria e a de Ginecologia de Vila Franca de Xira vão estar encerradas no sábado, o mesmo acontecendo com a urgência de Pediatria de Vila Franca de Xira. No domingo estarão fechadas as urgências de Ginecologia/ Obstetrícia de Almada, Setúbal, Vila Franca de Xira, Santarém, Aveiro e Leiria, mantendo-se igualmente encerrada a urgência de Pediatria em Vila Franca de Xira. Hoje estão encerradas quatro urgências de Ginecologia e Obstetrícia: Aveiro, Santarém, Barreiro e Almada. Quanto às urgências referenciadas, que apenas recebem casos encaminhados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ou pela linha SNS 24, o portal indica que funcionarão neste regime no sábado e no domingo as urgências pediátricas do Hospital Amadora-Sintra (entre as 00:00 e as 08:00 e as 20:00 e 24:00) e do Hospital Beatriz Ângelo (Loures). Também a funcionar neste regime de referenciação estão as urgências de Obstetrícia e Ginecologia dos hospitais de Braga e S. Francisco Xavier (Lisboa), tanto no sábado como no domingo. No dia de hoje, o portal indica que estão referenciadas as urgências de Obstetrícia e Ginecologia do São Francisco Xavier e do Hospital de Braga, assim como a urgência de Pediatria do Amadora-Sintra, esta última durante a noite (das 20:00 às 24:00). As autoridades de saúde apelam à população para que, antes de se deslocar a uma urgência, contacte a Linha SNS24 (808 24 24 24) para receber orientação adequada.