RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

Filas na Cantina de Santiago chegam a uma hora de tempo de espera e preços vão aumentar

O campus da Universidade de Aveiro (UA), em Aveiro, conta com dois espaços de serviço de refeição social: a Cantina de Santiago e a Cantina do Crasto. Nestas duas unidades alimentares geridas pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA), o preço praticado na refeição social é de 2,65 euros para estudantes. Na segunda semana de aulas, a cantina mais central - a de Santiago - registou uma fila com tempo de espera de cerca de uma hora, o tempo que a maioria dos estudantes da academia aveirense possuem para almoçar, segundo os mesmos.

Filas na Cantina de Santiago chegam a uma hora de tempo de espera e preços vão aumentar
Ana Patrícia Novo

Ana Patrícia Novo

Jornalista
02 out 2024, 16:05

Faltam dez minutos para as 13h00. A Ria decide juntar-se aos estudantes que estavam na fila para a cantina, na Zona Técnica Central [Catacumbas]. Somos, por breves instantes, os últimos na fila. A chuva vai caindo e os estudantes vão chegando. Júlia Ferreira e Tânia Costa frequentam o segundo ano do curso de Administração Pública e são duas dessas estudantes. “É uma situação recorrente”, refere Júlia. “É sempre assim. A esta hora a fila está sempre assim e, às vezes, até chega a dar ali a volta e temos que nos enrolar naquele canto”, descreve Tânia. A situação, garantem, é “normal” e até “calma”, em comparação com outras situações já vividas.

A Ria foi falar com os SASUA que garantem que estão a par da situação. João Ribeiro, o diretor delegado destes serviços, afirma mesmo que o problema “já é recorrente e antigo”. As cantinas recebem, neste momento, números “superiores a 1000 estudantes à hora do almoço” e “cerca de 500 à hora de jantar”, afirma o diretor. A tendência, assume, é que os números venham a aumentar.

Como causas para o problema, João Ribeiro refere que os SASUA estão “limitados pelos recursos” e “pela antiguidade do edifício”. A Cantina de Santiago está “dimensionada para 800 refeições por hora”, revela João Ribeiro. “Se nós tivermos 2500 alunos a virem, entre as 13h00 e as 14h00, é impossível [evitar a fila]”, lamenta o diretor delegado.

A solução passa então por escoar os estudantes. O alargamento do horário de funcionamento das cantinas, bem como a alteração dos horários das aulas dos estudantes, para prevenir os fluxos, foram então algumas das soluções encontradas e já implementadas. Segundo João Ribeiro, essas alterações já foram introduzidas, em articulação com a reitoria, mas levaram a um novo desafio a ser superado. “Foi um grande esforço, em termos de articulação de todo o processo de preparação das refeições, para conseguirmos abrir mais cedo”, desabafa o diretor delegado. A cantina passou então a abrir mais cedo, às 11h45, e a fechar às 14h30. Isso, explica, “criou um problema que também já resolvemos”: o descanso dos operacionais.

Wilson Carmo, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) reconhece também que a “redução de staff” é problemática. “Mas isso para os estudantes [que estão na fila] não importa”, refere o dirigente associativo. Apesar de expressar compreensão pela falta de operacionais, sublinha que “a UA tem de garantir que os estudantes conseguem aceder à refeição social na sua hora de almoço”.

Na fila, as estudantes de Administração Pública alertam ainda para um outro problema: o não funcionamento – ou o mau funcionamento – das máquinas para carregar os cartões. “Muitas vezes temos de pagar a refeição normal, sem ser ao preço de estudante, porque não temos o cartão carregado, o que não faz sentido nenhum: a culpa não é nossa de as máquinas não estarem a funcionar”, refere Júlia Ferreira.

“O Crasto é a solução”

A Cantina de Santiago, mais central no campus, atrai para si a maioria dos estudantes. “Eu não vou lá à cantina [do Crasto] porque fico na biblioteca e dá-me mais jeito ficar aqui nesta cantina” referem as companheiras de fila do mesmo curso. “Até porque temos aulas aqui no departamento 12”, concluem.

João Ribeiro alerta que com a Cantina do Crasto “o serviço está duplicado” O edifício não tão central tem capacidade para servir “mil e tal” refeições por hora. “Estamos a falar de outra dimensão” diz. “O Crasto é a solução. O Crasto evita isto [as filas]”, refere o diretor.

“A nossa função é avaliar continuamente e tentar encontrar soluções para que se resolva este problema. Já o fizemos no passado, temos um novo problema, vamos tentar implementar novas”, começa por dizer João Ribeiro. O diretor refere-se às bicicletas que estão disponíveis à comunidade académica. O objetivo é atrair os estudantes à Cantina do Crasto através da diminuição do tempo de viagem. João Ribeiro adianta que, por enquanto, há cinco bicicletas disponíveis. A curto prazo o objetivo é “disponibilizar mais”. Já a médio e longo prazo o diretor acredita que a solução pensada “vai criar uma coisa: provavelmente o hábito das pessoas irem ao Crasto”.

Dinis Sampaio, estudante do primeiro ano da licenciatura de Engenharia Aeroespacial, chegou recentemente à academia aveirense. Para ele ir ao Crasto é uma opção “num dia normal, se a fila estiver grande”. “Principalmente se for de bicicleta - não demoro muito”, salienta. Nos dias de chuva, no entanto, admite, que a Cantina do Crasto “até poderia ter uma fila menor”, mas a ideia de “enfrentar o tempo de chuva, ficar todo ensopado para ir comer e voltar” não é algo que esteja disposto a enfrentar.

O presidente da AAUAv acredita também que a solução das bicicletas é “uma medida interessante”. Contudo, alerta que é uma medida que apenas “faz sentido na teoria, porque na prática não será suficiente o número de bicicletas que estamos a falar”. “Há cinco estudantes que podem ir e voltar de forma mais célere, mas são só cinco de cada vez”, refere.

Wilson Carmo aponta outras soluções para a diminuição do tempo da fila de espera na cantina. Refere já ter sugerido “mais agilidade das linhas, nomeadamente com a colocação de mais caixas de pagamento, de forma a acelerar o fluxo das pessoas”. Outras das medidas que sugere é a “preparação prévia dos tabuleiros”, evitando “o tempo que os estudantes demoram a pegar no tabuleiro, na proteção do tabuleiro, nos talheres, nos guardanapos, etc”. “Sei que estamos a falar de pequenos segundos, mas quando falamos em centenas de refeições servidas é muito tempo de espera”, conclui.

Aumento do preço da refeição social está em cima da mesa

O preço da refeição social na UA, apesar de fixada atualmente a 2,65 euros, vai sofrer alterações. O diretor delegado dos SASUA assume que está previsto um aumento de 15 cêntimos. O novo valor de 2,80 euros, assume, deveria ter entrado em vigor no início deste ano letivo. João Ribeiro justifica que a medida se deve, “ao valor da inflação”.

A medida foi contestada pela direção da AAUAv. “Fomos contra”, refere Wilson Carmo. “Estes 15 cêntimos por refeição, tendo em conta o número das refeições totais servidas, resultará num aumento das receitas dos SASUA, claro que sim, mas não terá um impacto tão significativo que justifique esta alteração do preço”, argumenta. O presidente assume, contudo, que quando confrontados com a votação, em reunião do Conselho de Ação Social, e apercebendo-se de que não conseguiriam travar o aumento, decidiram criar uma salvaguarda. “Fizemos uma proposta de haver um prato simples que componha então o prato (a proteína, os hidratos e a salada) e o pão”, refere. Esta refeição, mais simples, teria o custo de 2,20 euros e, na sua visão, é uma medida que se justifica porque “há muitos estudantes que optam, muitas vezes, por não terem uma sopa ou por não terem uma sobremesa ou os dois e, portanto, têm aqui a oportunidade, se quiserem, de ter uma refeição mais barata”. “Não é completo, como a refeição com a sopa e sobremesa”, admite, “mas é uma solução para que os estudantes tenham sempre, pelo menos, a possibilidade de ter uma refeição ao almoço e ao jantar, contornando o aumento dos preços”.

Com ou sem aumento do preço da refeição social, as filas continuam a crescer. O tempo vai passando e são vários os estudantes que desistem de ficar na fila da cantina. Passeiam pelo campus com sandes de panado na mão. “Se voltarmos daqui a uma hora isto está vazio, mas temos que ir para as aulas”, vai-se ouvindo.

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Um grupo formado pela estudante de doutoramento Cristina Dias, o investigador Nuno Moura e os docentes Amparo Faustino, Graça Neves (ambas membros do LAQV-REQUIMTE - Laboratório Associado para a Química Verde), Vítor Gaspar e João Mano (CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro) e Luisa Helguero (Instituto de Biomedicina de Aveiro, iBIMED), desenvolveu e caracterizou novos derivados de clorofila nos laboratórios do Departamento de Química da Universidade de Aveiro e no Departamento de Ciências Médicas, respetivamente. Os compostos demonstraram resultados promissores em ensaios experimentais de terapia fotodinâmica, tanto em cancro da mama triplo negativo, como em outros tipos de cancro, incluindo o cancro do pâncreas. Amparo Faustino, professora do Departamento de Química e membro do LAQV-REQUIMTE, explicou algumas das caraterísticas e comportamentos destes compostos, com destaque para a eficácia e sustentabilidade da solução. “A aplicação de derivados de clorofila (extraídos a partir de fontes naturais) como agentes terapêuticos em terapia fotodinâmica permite não só utilizar recursos disponíveis de forma sustentável, como minimizar efeitos indesejáveis”, explicou a docente.  Amparo Faustino revelou ainda que “os compostos absorvem radiação na região do vermelho do espectro de visível, onde a luz penetra melhor os tecidos” o que facilita “a ativação dos derivados de clorofila presentes nas células tumorais”. Os novos compostos foram caracterizados ao nível da sua atividade anti tumoral, em colaboração com Luisa Helguero, professora do Departamento de Ciências Médicas e membro do iBIMED, e apresentam, segundo concluiu a equipa, uma toxicidade muito baixa na ausência de luz e uma elevada eficácia na eliminação de células tumorais, quando ativados sob condições controladas de iluminação (terapia fotodinâmica). “A utilização destes compostos em terapia fotodinâmica do cancro de mama triplo negativo representa uma solução promissora para suprir a falta de abordagens terapêuticas eficazes e seguras para os pacientes. Este tratamento é minimamente invasivo, e atua apenas na área iluminada”. A solução apresenta-se assim como “uma alternativa viável (…) especialmente em casos de resistência aos tratamentos convencionais”, afirma Amparo Faustino. A expectativa é ainda de que abordagem possa ser estendida a outros tipos de cancros, como o cancro de pâncreas e do pulmão. A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do doutoramento de Cristina Dias, cuja tese será defendida em breve na UA, e envolveu três grupos de investigação com conhecimentos complementares. A universidade submeteu, através da UACOOPERA, um pedido provisório de patente e está a avaliar uma estratégia mais ampla de proteção.

Moções discutidas na Assembleia Geral de Alunos da AAUAv geram divergências
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Ambas as temáticas foram apresentadas, no ponto seis da ordem de trabalhos, pelo estudante Pedro Coutinho. Relativamente à primeira moção, que tinha como objetivo o fim das propinas no Ensino Superior, o estudante recordou que “com o marco histórico dos 50 anos do 25 de Abril e os sucessivos ataques às conquistas que saíram desta Revolução, urge defender e concretizar o Ensino Superior tal como ele está consagrado na Constituição da República Portuguesa, um Ensino Superior público, gratuito, democrático e de qualidade”. Assim, para Pedro Coutinho a existência da propina “é inconciliável com estes objetivos, pelo obstáculo financeiro que representa ao acesso e frequência, fomentando não só a elitização do Ensino Superior, como também o seu subfinanciamento, já que serve como justificação para se desresponsabilizar o Estado Central da sua tarefa constitucional de financiar o Ensino Superior Público”. No que toca aos Serviços de Ação Social, o estudante apelou à necessidade de garantir mais residências públicas, melhorar as existentes e aumentar o valor do complemento de alojamento, considerando o “preço incomportável” com o da habitação em Portugal. No documento apresentado, Pedro Coutinho apontou ainda críticas às refeições sociais na UA, realçando ser contra o seu aumento “para os 2,80 euros” e denunciando a falta de condições que leva a que os tempos de espera sejam muito longos”, tal como noticiado pela Ria. Assim, com a aprovação desta moção, o estudante exigia que a AAUAv “publicitasse exaustivamente esta moção e todas as iniciativas em torno da luta pelo fim da propina”; prestasse contas sobre as diligências “que tomou para cumprir os pontos desta moção” e que participasse e se mobilizasse “para a luta pelo fim da propina por mais e melhores residências públicas, por melhores condições nas cantinas da UA e por mais ação social escolar, no dia 5 de novembro às 16h00 em frente à reitoria”. Wilson Carmo, presidente da AAUAv parabenizou a proposta, mas sugeriu algumas alterações ao documento, nomeadamente, no que toca à extinção total da propina. “Esta direção defende a gratuitidade do ensino superior. Quanto à propina [a direção] defende uma redução progressiva e não uma redução para amanhã (…) O custo do ensino superior não são só as propinas (…) Acreditamos que a base está no reforço da ação social para criar condições económicas para conseguir comportar os custos do ensino superior”, afirmou. Quanto à proposta de manifestação, no dia 5 de novembro, o presidente da AAUAv discordou da iniciativa dando nota que a Associação Académica já “participou numa manifestação em março” e de que tem estado em “reuniões sucessivas” com a UA e com o Ministério da Educação para discutir o tópico. “Não nos parece que esta seja a melhor forma de divulgar”, reconheceu. Face a isto, sugeriu ainda a votação deste ponto de forma isolada. Após um período de discussão com o restante plenário, as sugestões foram aceites por Pedro Coutinho, tendo sido os dois primeiros pontos [fim gradual da propina e as contas sobre as diligências da moção] aprovados com um voto contra, uma abstenção e 31 votos a favor. Relativamente ao terceiro ponto [manifestação na reitoria] foi reprovado com 14 votos contra, dez abstenções e nove votos a favor. Em declaração de voto, Samuel Xavier, um dos estudantes presentes na Assembleia Geral, realçou que a direção da AAUAv deve ter “autonomia” em participar no que “muito bem entender” em relação a manifestações. “Caso contrário, entramos num pretexto de sermos uma direção mendiga que está à espera de que a Assembleia Geral lhe diga o que deve fazer. Acho que a direção deve sim [ter autonomia] por também considerar que a direção publica mais festas e paródias do que qualquer outro tema (…) Se quiser organizar uma manifestação eu sou a favor e eu lá estarei… Só não acho que deva ser a Assembleia Geral a forçar”, sugeriu. Num momento posterior, Pedro Coutinho propôs ainda a aprovação de uma moção pela paz no Médio Oriente. Segundo o estudante, “perante a violação sucessiva da Carta Universal dos Direitos Humanos, nomeadamente do seu artigo 3° que consagra que todos os seres humanos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. É urgente que se adote uma solução que coloque um fim ao horror a que os palestinianos estão expostos”. Face ao apresentado, a direção da AAUAv enviou à mesa da Assembleia uma proposta alternativa à moção que tinha como objetivo exigir a “paz global”. De acordo com Wilson Carmo a moção apresentada por Pedro Coutinho estava “muito focada no Médio Oriente e (…) aquilo que devemos lutar seria pela paz (…) em geral e não apenas no Médio Oriente”, justificou. Após a apresentação de ambos os argumentos, o plenário decidiu deliberar e votar sobre ambos os documentos [do Pedro e da direção da AAUAv] tendo sido aprovado apenas o da direção com 0 votos contra, quatro abstenções e 24 votos a favor. A primeira moção foi rejeitada com 11 votos contra, nove a favor e oito abstenções. Face ao chumbo, mais uma vez, Samuel Xavier voltou a pedir uma declaração de voto onde afirmou ser “assustador e deprimente, a direção da AAUAv votar contra uma moção que fala de um tema tão sensível como são as atrocidades que estão a ser feitas contra o povo palestiniano. Fica aqui o meu desagrado e descontentamento”, expôs. Em forma de resposta, o presidente da AAUAv assegurou que a “segunda proposta que foi aprovada não vai contra o que está a acontecer (…) só não menciona de forma tão vincada. A leitura não é justa”, insistiu. Gustavo Oliveira, secretário-geral da direção da AAUAv, acrescentou ainda que a moção "alternativa" acaba por ser "muito mais completa e geral". "Aqui a principal questão é que a AAUAv tem de definir um equilíbrio justo (...) Nós temos de ter um critério único de forma a que estas questões sejam abordadas de forma clara e a interpretação seja igual. A nossa abordagem tem de ser nesse sentido", relembrou. Pedro Coutinho salientou não perceber os argumentos da AAUAv, realçando que a sua proposta não era uma "moção alternativa, mas sim adicional". "Vejo que foi muito bem aprovada a moção global (...) como ao bocado a direção não teve a oportunidade de responder à minha pergunta volto a perguntar o porquê do voto contra e não uma mera abstenção ou aprovação se realmente na vossa própria moção defendem a paz universal", questionou. Wilson Carmo referiu, em "forma de correção", que não foi a direção da AAUAv que votou contra a sua moção, mas antes "alguns dos estudantes que fazem parte da direção", realçando que "houve até estudantes que fazem parte da direção que se abstiveram". Após as várias trocas de argumentos, Pedro Coutinho voltou a solicitar que gostaria de dar mais uma oportunidade aos membros da direção da AAUAv [que votaram contra a sua proposta] sobre o porquê de não terem optado pela “abstenção”, solicitando à mesa da assembleia que ficasse registado em ata a falta de respostas por parte destes. Ao longo da Assembleia Geral de alunos da AAUAv foram ainda aprovados um conjunto de votos de louvor, nomeadamente, à Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) pela realização das fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s) em Aveiro, com zero votos contra, duas abstenções e 52 votos a favor; ao Conselho Nacional da Juventude pela realização do Encontro Nacional da Juventude em Aveiro com zero votos contra, cinco abstenções e 46 votos a favor; aos atletas vencedores de competições desportivas de elevado renome com zero votos contra, uma abstenção e 50 votos a favor e às Assembleias Municipais de Aveiro, Oliveira de Azeméis, Águeda, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Estarreja pelos incêndios que afetaram a região de Aveiro em setembro deste ano com zero votos contra e abstenções e 52 votos a favor. Após a aprovação deste último ponto cumpriu-se um minuto de silêncio. Ainda na ordem de trabalhos o presidente da mesa da Assembleia Geral, Gonçalo Marques e o presidente da direção da AAUAv apresentaram as suas propostas de membros para a restruturação interna dos órgãos sociais da AAUAv. Após votação, Renato Alexandre Lourenço Dias foi o escolhido para secretário da mesa da Assembleia Geral e Guilherme José Rodrigues Carola para vogal da direção da AAUAv. A candidatura de Renato foi aprovada com dez votos contra, cinco votos em branco e 26 votos a favor e a do Guilherme com 12 votos contra, quatro votos em branco e 25 votos a favor. *Notícia atualizada no dia 24 de outubro, pelas 21h44, em virtude do Gustavo Oliveira ser secretário-geral da direção da AAUAv e ter respondido às declarações do estudante Pedro Coutinho.

Júnior empresas querem ser uma “prioridade” na UA
Universidade

Júnior empresas querem ser uma “prioridade” na UA

Bruno Fernandes, ex-presidente da Aveiro Smart Business (ASB) foi um dos estudantes que participou na mesa-redonda. Ao longo do evento, o responsável pela ASB partilhou que as júnior empresas têm passado a ser mais reconhecidas pela academia aveirense. No entanto, reconheceu que ainda há um longo caminho a fazer no que toca a serem uma “prioridade” para a UA. “Da mesma forma que um reitor se posiciona ao lado de um Wilson [presidente da Associação Académica de Aveiro] também se podia posicionar ao lado das júnior empresas e dar-lhes essa confiança”, atirou. A opinião foi partilhada também por Sofia Neto, presidente da mesa da Assembleia Geral da Scientific Junior Value. A estudante acrescentou ao raciocínio de Bruno Fernandes a ideia de que as júnior empresas, à semelhança do que acontece com as bolsas de investigação, são também responsáveis pelo reconhecimento da UA. Como exemplo a estudante deu nota que, em 2025, está prevista a realização de dois dos eventos da Federação Portuguesa de Júnior Empresas pela primeira vez na UA. Miguel Antunes, presidente da mesa da assembleia geral da Júnior Empresa Lean de Aveiro (JELA) acrescentou que o “problema chave” passa pela “cultura da universidade” já que, na sua opinião, a “formação académica oferecida [pela UA] não orienta os estudantes para o mundo do trabalho”. Para Miguel é necessário que a universidade perceba que as júnior empresas podem ser uma mais-valia para colmatar a falta de contacto com a realidade do tecido empresarial, preparando de forma mais completa os “indivíduos que vão sair da universidade e que vão ter carreiras bem-sucedidas”, refletiu. Samuel Xavier, comunity manager da Step UP Aveiro partilhou que para dar uma maior credibilidade e confiança às júnior empresas está a ser discutido um alargamento do suplemento ao diploma para os estudantes que participam nas júnior empresas e iniciativas, à semelhança do que acontece a quem desempenha, por exemplo, cargos na associação académica. “É o responder da universidade a uma necessidade que é sentida pela comunidade de como é que se formaliza esta formação”, revelou Samuel. Já Lara Marinho, presidente da júnior iniciativa Aveiro Norte Creative Solutions, da Escola Superior Aveiro Norte (ESAN-UA) disse que por ser uma júnior iniciativa mais recente não tem, por enquanto, “razões de queixa”. Sobre a sexta edição da “Semana do Empreendedorismo”, Marta Marques, coordenadora da Unidade Transversal para a Cooperação com a Sociedade da Universidade de Aveiro (UACOOPERA) avançou que o objetivo da iniciativa “não é só focar nos alunos, mas também trazer todo o ecossistema empreendedor da região de Aveiro que possa beneficiar destas iniciativas”. Admitiu, no entanto, que “o grande desafio” passou por aumentar a adesão da comunidade académica ao evento, nomeadamente através da proximidade com os professores “para eles próprios também encaminharem os alunos para cá”, revelou. Atualmente, existem em Portugal 25 júnior empresas que movimentam anualmente mais de 500 mil euros. No caso concreto de Aveiro há, neste momento, duas júnior empresas formadas – ASB e Scientific Junior Value– e duas júnior iniciativas – Aveiro Norte Creative e JELA. As júnior empresas são organizações sem fins lucrativos formadas e geridas por estudantes do ensino superior. Antes de se conseguirem formar como júnior empresas passam pelo estágio de ser júnior iniciativas sendo que compete às júnior empresas tanto o desenvolvimento de uma atividade empresarial como a orientação das júnior iniciativas. A “Semana do Empreendedorismo” decorre até esta quinta-feira, 24 de outubro e está aberta a toda a comunidade académica apesar de ser necessária inscrição prévia. A programação pode ser consultada na íntegra aqui. O evento está integrado no programa comemorativodos 50 anos da UA.

UA, PCI e YAngel lançam pós-graduações para business angels e startups
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Os cursos terão início no dia 10 de janeiro de 2025 e estão formatados para o desenvolvimento de competências e conhecimentos adaptados aos business cases dos founders e, simultaneamente, ao desenvolvimento do perfil dos investidores a partir de casos reais e atuais. Os cursos de especialização “Startup Readiness Level” e “Business Angels and Mentorship” resultam da convergência do ecossistema e da mobilização de vários agentes, que pretendem, através de um modelo de formação especializada baseado em cocriação, contribuir para o aumento da competitividade, inovação e empreendedorismo. Estes dois cursos apresentam uma plataforma única de formação e networking, em que founders e investidores se especializam, em simultâneo, através do acesso a temas essenciais, a formadores peritos em áreas-chave e a uma rede de mentores com experiência relevante. Cada curso é composto por quatro microcredenciais, num total de 90 horas de formação, em regime b-learning (híbrido, presencial e online), correspondentes a 12 ECTS. As sessões realizadas num formato híbrido, com aulas presenciais a cada três semanas no PCI, intercaladas com sessões online, proporcionarão uma experiência de aprendizagem intensiva e prática. Cada edição do curso está limitada a 15 participantes. O curso  “Startup Readiness Level” destina-se a empreendedores que desejam preparar-se para rondas de investimento. Focado na criação, validação, estratégia de captação de investimento e gestão de startups, este curso é essencial para startups que pretendam angariar fundos nos próximos 12 meses. Já “Business Angels and Mentorship” é o primeiro curso em Portugal, concebido para preparar futuros business angels e mentores de startups. Os participantes focar-se-ão em estratégias de investimento em fases iniciais, due diligence e mentoria de startups, adquirindo experiência prática ao trabalharem diretamente com startups. Os cursos serão dirigidos por Mariana Pita (“Startup Readiness Level”) e por Carlos Andrade (“Business Angels and Mentorship”), ambos docentes do ISCA-UA.

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Eduardo Feio, presidente do conselho de administração do Porto de Aveiro, e Martín Fernández Prado, presidente da Autoridade Portuária da Corunha (Espanha), assinaram hoje um memorando que reforça a cooperação entre as duas entidades, “para promover a transição energética e a sustentabilidade industrial”. De acordo com uma nota de imprensa da administração portuária, o objetivo é “impulsionar políticas de transição ecológica e a promoção de uma indústria sustentável, focando-se no desenvolvimento de energias renováveis, nomeadamente a energia eólica offshore” (no mar). Segundo a mesma fonte, as duas entidades vão avançar com uma ação conjunta, “para promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências profissionais entre as duas instituições, no âmbito da descarbonização da economia e da transição energética”. “O foco principal será o desenvolvimento da energia eólica offshore, de forma a beneficiar toda a cadeia de valor dos ambientes logístico-portuários e dos setores industriais mais próximos”, salienta a nota. A cooperação entre os portos de Aveiro e da Corunha “tem, ainda, o objetivo de gerar sinergias económicas que beneficiarão as economias regionais do Norte e Centro de Portugal e da Galiza”. A coordenação de projetos industriais e logísticos que integrem soluções de baixo carbono é uma das áreas de cooperação previstas. “A longo prazo, a parceria visa consolidar um modelo de colaboração entre as entidades portuárias e os seus ambientes industriais, cooperando para um desenvolvimento sustentável contínuo, alicerçado na utilização de fontes de energia renováveis”, adianta a nota portuária.

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Aveiro adere este sábado ao dia de cinema palestiniano à volta do mundo
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Além de Aveiro, os filmes serão exibidos por todo o mundo, este sábado. A atividade insere-se no “Palestine Cinema Day Around The World”, promovido pela AFLUMUNA, que pretende colocar a questão palestiniana numa roda de conversas dinâmicas provocadas pela ação da 7ª arte. No caso concreto da cidade aveirense, serão três os filmes em exibição, nomeadamente, “Naila and The Uprising”, na Aveiro Arts House, pelas 21h00; “Little palestine – diary of a siege”, na Taberna do Rockabílio, pelas 17h30 e “Eleven Days in May”, pelas 14h30, em local a definir. Pode consultar aqui mais informações sobre o "Palestine Cinema Day Around The World" em Aveiro.  A AFLUMUNA é uma organização cultural sem fins lucrativos sediada em Beirute, no Líbano, que trabalha para aproveitar o poder do cinema árabe independente e para elevar os movimentos sociais, políticos e culturais mais urgentes de agora. “Somos um grupo formado por pessoas que, voluntariamente e de forma independente, pretendem organizar e promover este evento em espaços com capacidade para a exibição de cinema", lê-se numa nota enviada à Ria. O objetivo passa por desenrolar "discussões sobre os temas disputados" e por demonstrar "vontade solidária com a causa palestiniana, as suas ramificações, passado, consequências contemporâneas e futuras”, continua.