“Integra-te’24” já tem cartaz e a Caixa UA é o local escolhido
Pela primeira vez, a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) vai promover o “Integra-te’24”, na Nave Multiusos Caixa UA, na Universidade de Aveiro (UA). O cartaz oficial foi anunciado esta quinta-feira, 19 de setembro, e conta como artistas, entre outros, Ivandro, Julinho KSD e Mizzy Miles.
Isabel Cunha Marques
JornalistaA semana de concertos acontece, este ano, de 2 a 5 de outubro, e pretende cumprir a tradição de dar as boas-vindas aos novos estudantes da UA. Ao contrário dos anos anteriores, os espetáculos acontecem, pela primeira vez, na Caixa UA, a nova nave desportiva e multifunções da UA. Até agora, o “Integra-te” acontecia numa tenda colocada, no parque de estacionamento, atrás da cantina de Santiago.
Relativamente ao cartaz, o primeiro dia, 2 de outubro, conta com as atuações de Julinho KSD, Mayara Azevedo, Tuna Mista da Universidade de Aveiro (Marnotuna) e DJ Edgar Marques e tem o preço de dez euros para estudante e de 14 euros para não estudante.
O dia seguinte, fica a cargo de Mizzy Miles, Ganso e Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade de Aveiro (TFAAUAv). Os bilhetes têm um custo de nove euros para estudante e de 13 euros para não estudante.
Ivandro, DJ Roy e a Tuna Universitária de Aveiro (TUA) são os responsáveis por abrilhantar a sexta-feira, 4 de outubro. Os bilhetes têm um custo de 11 euros para estudante e de 15 euros para não estudante.
A última noite de concertos, 5 de outubro, conta com as atuações de Dillaz, DJ Perez e DJ Kold. Os bilhetes têm um custo de 11 euros para estudante e de 15 euros para não estudante.
Há ainda a possibilidade de adquirir o passe geral para o “Integra-te’24”. Para os sócios AAUAv tem o custo de 29 euros, na primeira fase, que decorre de 20 a 25 de setembro e de 33 euros, na segunda fase, que acontece de 26 de setembro a 1 de outubro. Para os não sócios AAUAv, tem o custo de 40 euros, de 20 setembro a 1 de outubro.
Os bilhetes diários e gerais podem ser adquiridos na aplicação da AAUAv, na loja da AAUAv, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h00, e no stand da AAUAv, no Glicínias Plaza, em horário a anunciar, brevemente.
Segundo a AAUAv, as vendas dos bilhetes gerais estão condicionadas a um limite máximo e os bilhetes diários para estudantes apenas estão à venda até ao dia anterior do concerto. Os bilhetes podem ser trocados pelas pulseiras que dão acesso ao recinto na loja da AAUAv ou no stand da AAUAv no Glicínias Plaza. Em alternativa, a troca poderá também ser feita na bilheteira do evento, a partir do dia 2 de outubro.
Recorde-se que a Nave Multiusos Caixa UA foi inaugurada em maio deste ano e situa-se na zona desportiva sul do Campus de Santiago. Com uma área de construção de cerca de sete mil metros quadrados, o equipamento foi concebido para acolher atividades desportivas, assim como eventos académicos, culturais e recreativos.
O cartaz na íntegra pode ser consultado, aqui.
*(Notícia atualizada no dia 20 de setembro, às 19h00, em virtude da atualização dos preços dos bilhetes gerais não-sócios)
Recomendações
Professores e investigadores pediram “ações concretas” ao ministro da Educação
Miguel Viegas, professor no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI) na UA [desde 2008] foi um dos manifestantes. Em entrevista à Ria assegurou que está “no primeiro escalão de carreira desde 2010”. “Na Administração Pública todas as carreiras estão a evoluir…. Estiveram congeladas é certo, mas depois foram descongeladas e todas elas estão a avançar menos a nossa”, expôs. Segundo este docente há “vários problemas”, atualmente, que estão a afetar o ensino superior e a ciência. “O sindicato dos professores da Região Centro decidiu aproveitar a vinda do ministro para confrontá-lo com um conjunto de problemas que aqui em específico foram dois: a questão do congelamento das carreiras porque as carreiras no ensino superior estão congeladas por falta de publicação de um despacho conjunto entre o Ministério da Educação e o Ministério das Finanças e pela situação dos investigadores porque estão a acabar os seus contratos e muitos deles estão em risco de ir para o desemprego”, alertou. “Resolvemos aqui fazer uma pequena concentração de investigadores e professores para explicar com a devida voz e olhos nos olhos ao ministro que há aqui problemas que carecem de uma resolução urgente”, continuou Miguel Viegas. Questionado se obteve qualquer resposta por parte do ministro da Educação, o docente de Economia reconheceu que o mesmo se mostrou “sensível” para com os problemas e com “vontade de os resolver”, mas que isso não é suficiente. “É preciso uma ação concreta e é com essa expectativa que saímos daqui”, vincou. Recorde-se que a UA acolheu, esta manhã, a Conferência 50:25 que tinha como objetivo assinalar os 25 anos da assinatura da Declaração de Bolonha, um dos principais marcos do processo homónimo – o Processo de Bolonha – que tem ao longo dos anos transformado o ensino superior europeu. Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA foi o responsável por abrir os trabalhos na Sala de Atos Académicos na UA. A iniciativa finalizou com a intervenção de Fernando Alexandre. O programa da Conferência 50:25 estruturou-se em dois painéis centrais dedicados a “Bolonha até aqui” e a “Bolonha depois daqui”. Moderado por Júlio Pedrosa, reitor na UA em exercício à data da Declaração de Bolonha, o primeiro painel procurou discutir o quão perto estamos de atingir os objetivos originais do Processo de Bolonha e de cumprir os compromissos estabelecidos nas sucessivas conferências ministeriais. Na conversa participaram Michael Gaebel, diretor da Unidade de Políticas de Ensino Superior da European University Association, e Pedro Teixeira, professor da Faculdade de Economia do Porto e investigador do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior. Já no segundo painel, moderado por Eduardo Marçal Grilo, ministro da Educação quando a Declaração de Bolonha foi assinada, foi discutido o que é necessário fazer para completar o que continua inacabado no processo e quais são os desafios à nossa frente. Na mesa da discussão esteve Anthony F. Camilleri, consultor político, gestor de projetos e perito em qualidade, Iris Kimizoglu, presidente da European Students Union, e Olga Wessels, chefe do gabinete em Bruxelas da European Consortium of Innovative Universities.
DCSPT promove conversa informal em torno da imigração
Distribuídos por nove grupos diferentes a sessão contou com um momento de teste aos conhecimentos dos participantes. A partilha de histórias e testemunhos foi o momento alto da sessão que deu depois espaço a reflexões em grupo com o objetivo de obter propostas para melhorar a integração académica, social, cultural e laboral. A organização de mais eventos de escuta ativa e de empatia, bem como ações de sensibilização sobre a desinformação relacionada com a imigração foram algumas das propostas discutidas na sessão. João Lourenço Marques, diretor do DSCPT sublinhou que a iniciativa pretende “trazer temas da atualidade e poder também ajudar a construir aquilo que é a nossa ação cívica num contexto mais global”. O diretor considerou ainda que é necessário “olhar para a migração de uma perspetiva diversificada”. José Carlos Mota, professor auxiliar do DSCPT e também um dos organizadores da iniciativa reforçou que o tema da primeira sessão pretendeu ainda desconstruir as dúvidas que existem relativamente ao tema da imigração. “Há aqui um momento muito importante de literacia sobre o tema das migrações e da imigração (…) há um discurso que deturpa aquele que é o real valor e a sua importância”, referiu o docente. Os docentes sublinharam ainda o elevado envolvimento por parte dos estudantes, especialmente do primeiro ano. “Estes alunos estão aqui há três meses e já estão a organizar um evento que é uma coisa, da minha experiência, raríssima”, referiu José Carlos Mota. João Vítor, coordenador do Núcleo de Estudantes de Administração Pública (NEAP) reforçou também a participação dos estudantes na iniciativa. Considera que são atividades “essenciais” e espera que continuem a acontecer uma vez que “a integração de alunos imigrantes tem de existir”. “Não podem chegar cá e simplesmente serem postos de parte ou não terem qualquer ligação com os outros alunos”, reforçou o coordenador do NEAP. Como principal objetivo da iniciativa João Vítor apontou ainda a despopularizarão do tema “que tem havido na sociedade”.
ESN Aveiro foi cozinhar às Florinhas do Vouga
Sopa, massa e frango foi a ementa do jantar da terça-feira passada, dia 19, no refeitório social das Florinhas do Vouga. A cozinha do número 43 da Rua de Espinho foi invadida por cinco estudantes universitários de diferentes países e três voluntários da ESN Aveiro. Hidde foi um dos estudantes que participou. É holandês e está em Aveiro durante um semestre a tirar Comunicação e Média, no Departamento de Comunicação e Arte (DeCA). Na terça-feira passada, 19, juntou-se a quatro outros colegas internacionais e foi para a cozinha do Florinhas do Vouga. “Eu gosto muito de cozinhar então pensei: se puder ajudar a cozinhar um bocadinho num espaço como este seria fantástico”, comentou Hidde à Ria. Não esconde alguma desilusão sobre não ter cozinhado tanto como pensou que ia fazer, mas brinca e justifica que “talvez tivessem expectativas baixas em relação às nossas habilidades culinárias”. Depois de pronta a comida o trabalho não tinha terminado. Servir a refeição e limpar o espaço estavam também nas tarefas atribuídas à ESN Aveiro. Hidde ficou responsável por colocar os copos nas bandejas que os utentes da Florinhas do Vouga vinham levantar. Com um português tímido – característica que partilhava com as colegas de linha de serviço – ia fazendo a pergunta que lhe ensinaram na hora: “quer copo?”. A frase ia sendo repetida em jeito de treino antes da chegada das pessoas. “Quando me perguntarem se aprendi português vou dizer ‘quer copo?’”, brinca o estudante. A comunicação entre a equipa da ESN Aveiro e das cozinheiras e responsáveis do refeitório social foi sendo traduzida – ora para português, ora para inglês. Nas interações, ouviam-se também tímidas duas estudantes chinesas “quer sopa”, perguntavam aos utentes do Florinhas. Se os utentes respondessem algo além do ‘sim’ ou ‘não’ a que já estão habituadas, recorriam à ajuda dos voluntários portugueses. Fernanda Silva trabalha há cerca de 12 anos no refeitório Social Florinhas do Vouga e está prestes a reformar-se. Falou com a Ria no dia a seguir a abrir a porta da cozinha – que não é só sua – aos estudantes da ESN de Aveiro. Foi contando histórias passadas enquanto embrulhava os talheres. Umas melhores – como quando recebe estudantes que a ajudam - outras piores – como a vez em que foi ameaçada por um utente que ficou desagradado com o menu. “Vim para cá sem saber o que era as Florinhas do Vouga”, admite. Uma fábrica sanitária foi o seu local de trabalho durante 17 anos. Uma lesão fez com que se tivesse de retirar daquela que era a sua praia e veio descobrir a sua segunda na cozinha salpicada de azulejos coloridos da Florinhas do Vouga. Fernanda não esconde que sente algum cansaço e descontentamento. Apesar de gostar do trabalho que tem, Fernanda admite que “de há uns tempos para cá” está “saturada”. “A gente está a lidar com eles [utentes], eles ontem estavam calmitos mas é muito complicado”, começa por desabafar Fernanda. Diz sentir falta de apoio, sobretudo a nível psicológico por parte da chefia. “Não temos apoio de ninguém”, garante, “temos de saber lidar”. Fernanda, tal como as suas colegas de trabalho, conhece todos os utentes pelo nome. “Esta instituição, olhe, é assim - dá apoio a toda a gente”, informa. Por dia servem uma média entre 80 e 90 refeições ao almoço, outras tantas ao jantar. A essas refeições juntam-se ainda as refeições que não são consumidas no local. Quanto à ajuda prestada pelos estudantes, Fernanda considera que além de ser uma ajuda dada ao pessoal da cozinha é “uma experiência diferente” para os mesmos. “Eles ficam a saber como é que isto funciona porque muita gente não sabe”, apontou. Fernanda sublinhou ainda que o feedback que tem por parte de voluntários tem a ver com o desconhecimento e o impacto com a realidade e a pobreza em que as pessoas vivem. A essa informação a dona Fernanda acrescenta ainda que “muita gente precisa e tem vergonha de cá vir”. Hidde, voluntário, tinha partilhado uma ideia parecida no dia anterior. Para o estudante, a atividade “é interessante” precisamente por desafiar a sair da zona de conforto e a ter interações que “ajudam a pôr a tua realidade em perspetiva”. “Social e economicamente, a maior parte das pessoas [holandesas] estão bastante bem, mas não é assim para toda a gente”, refletiu o estudante. Hidde considerou ainda que a atividade também permite quebrar algumas ideias em relação aos estudantes de Erasmus. “Quando digo às pessoas que sou de Erasmus elas pensam ‘ah fixe, meio ano a passear por todo o lado, a beber e a festejar muito’ o que não é a realidade”, concluiu. Para Ayva Jacinto, coordenadora de projetos da ESN Aveiro, o Social Cuisine tem um sabor especial. Para a estudante que assume criar atividades com “impacto social e local” como principais objetivos, o projeto Social Cuisine permitiu que os estudantes internacionais sintam que “fizeram parte desta cidade e deixaram a sua marca positiva”. Ayva acredita ainda que o envolvimento tenha tornado “a experiência de Erasmus mais enriquecedora”. A coordenadora partilhou que apesar de ser uma iniciativa realizada anteriormente pelo ESN Aveiro, a aposta na divulgação do evento fez com que existisse uma maior adesão e a iniciativa corresse melhor. Sentiram-se “muito bem recebidos” pela instituição Florinhas do Vouga e apontaram como razões, além da parceria antiga, a simpatia e acolhimento das responsáveis e funcionárias do refeitório social. A iniciativa decorreu durante três dias da semana passada, (terça, quinta e sábado) e contou, no total, com a participação de 22 estudantes – nacionais, internacionais e de Erasmus. “Todos gostaram” da iniciativa e inclusive “estão dispostos a repetir”, informou Ayva. A coordenadora de projetos avança que está a ser pensada a organização de uma iniciativa semelhante para o próximo semestre, “vamos fazer mais datas e um projeto maior”, revela a estudante. O evento Social Cuisine foi realizado no âmbito das semanas dos Social Impact Days da ESN Internacional em Aveiro. A par destes a ESN Aveiro desenvolveu ainda iniciativas como workshops de primeiros socorros, upcycling e autodefesa bem com uma ação de reflorestação.
UA: João Carrilho anuncia candidatura à presidência da AAUAv
Questionado pela Ria sobre os motivos para se candidatar à presidência da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), João Carrilho afirmou que este não é um “projeto” só da sua iniciativa e que pretende demonstrar o “descontentamento” de várias pessoas, por exemplo, da falta de transparência da atual AAUAv. “Há coisas que são feitas e que nós até gostávamos de saber porque é que elas têm de ser assim e acabamos por não conseguir saber… Eu enquanto estudante sinto que não tenho propriamente voz, nem opinião”, atirou. “Temos vários membros da lista que já foram colaboradores ou que já foram dirigentes de núcleos e eles próprios (…) queixaram-se da mesma coisa”, completou. Sobre o descontentamento, o atual estudante em Gestão apontou, entre os exemplos, as condições em que o ‘Integra-te’ foi realizado. “Houve cursos a partilhar barracas e o espaço não era o indicado nem tinha condições de acesso, nomeadamente, para os estudantes com mobilidade reduzida… Não sei se têm noção, mas a Nave não tem rampa…. Não sei se tem outra entrada por trás…”, assinalou. “Eu estive a colaborar na Feira de Emprego e nós tínhamos umas placas de metal em que tínhamos de estar a pôr e a tirar consoante chegavam pessoas com mobilidade reduzida. Isto gera descontentamento e demonstra que se calhar não estamos a dar muita atenção aos estudantes”, exemplificou. Ainda no âmbito das críticas à atual AAUAv, João Carrilho apontou a falta de integração aos estudantes de Erasmus. “Acho que a Associação Académica podia também contribuir para isso. Eu já tive muitos amigos de Erasmus e eu sei que a maior parte deles não sabe o que é o arraial, o que são as festas no bar do estudante e são coisas que também seriam vantajosas para a associação se fossem divulgadas abertamente. Não estou a dizer que são divulgadas de forma fechada, mas podia haver cuidado de fazer chegar essa informação a eles”, disse. Apesar do descontentamento, o estudante realçou que também tem noção que “nem tudo o que AAUAv faz é mal”. “A Associação Académica faz muita coisa boa, mas nós achamos que ainda podia fazer mais (…) Claro que estamos aqui para ganhar, mas caso percamos só o facto de podermos dar voz a algum descontentamento que possa existir dentro da universidade é uma mais-valia para nós”, exprimiu. Interpelado sobre o principal objetivo que gostava de levar avante no caso de vencer, João revelou que teve o “privilégio de poder colaborar com algumas iniciativas” quando colaborava com a Universidade de Aveiro, entre elas “a Futurália e o Qualifica” e que isso lhe permitiu ter uma melhor noção das "expectativas" dos estudantes do secundário até à entrada na Universidade. Outra ideia apontada foi uma maior divulgação das Assembleias Gerais de Alunos.
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Aveiro preside à Rede Europeia Arte Nova
Ribau Esteves, que assume as funções de presidente da Rede Europeia Arte Nova a partir de janeiro de 2025, considera que “esta é uma eleição que confirma o trabalho notável que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos 11 anos. Devo recordar que em 2013, Aveiro não cumpria os seus compromissos com os seus parceiros europeus e tinha a sua participação vedada com dívidas de vários anos, com claros prejuízos para Aveiro e para a Cultura e a Arte Nova Aveirense. É por isso com grande satisfação e com o simbolismo de sermos em 2024, Capital Portuguesa da Cultura, que vemos agora o nosso trabalho reconhecido, depois de uma longa caminha de credibilização, de assunção dos compromissos com a Rede e de um profundo trabalho de valorização e promoção da Arte Nova”, concluiu Ribau Esteves. Aveiro sucede, assim, à cidade de Bruxelas na liderança desta rede, que já foi presidida por Barcelona (Espanha) e Ljubljana (Eslovénia). No ano em que Aveiro é Capital Portuguesa da Cultura, o Museu Arte Nova foi palco de uma exposição inédita, “O Mundo Arte Nova”: a transformação da natureza, que contou com a colaboração dos membros da Rede Europeia Arte Nova, que enviaram, para Aveiro, peças das suas valiosas coleções. Baseado na cooperação científica e cultural, na partilha de boas práticas, esta rede trabalha na transmissão de conhecimento, investigação, atividades de mediação e promoção do Movimento Arte Nova, bem como no desenvolvimento de projetos europeus e de iniciativas conjuntas.
“Cultura e Tecnologia” em discussão no Centro de Congressos de Aveiro
“O Município e a Região de Aveiro têm uma relação muito próxima com a inovação e a tecnologia e por isso decidimos dedicar o último trimestre da Capital Portuguesa da Cultura a esta temática e à sua relação com a cultura. Além de ser um elemento fundamental da identidade de Aveiro, das suas empresas e da sua gente, a tecnologia está presente da vida de todos, pelo que é da maior importância dedicar esta conferência abordar os desafios que nos são colocados, especialmente numa altura em que Inteligência Artificial (IA) faz cada vez mais parte do nosso dia a dia”, afirma José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, que fará a sessão de abertura deste evento, juntamente com o diretor do JN, Vítor Santos. A conferência irá contar com a participação de diversos académicos e especialistas, que irão debater os desafios futuros colocados pelas novas tecnologias e pela IA, particularmente no mundo do trabalho e no contexto português. A primeira intervenção, dedicada ao futuro da Cultura e da Tecnologia, estará a cargo do Keynote Speaker do evento, o professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e diretor do LIACC – Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação Luís Paulo Reis. Segue-se o primeiro debate sobre o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho, que será moderado por Helena Norte, chefe de redação do JN, e que contará com participação do diretor da Altice Labs, Paulo Firmeza, de Dora Martins, professora do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP-IPP), e de Pedro Santos, vice-presidente da ACEPI – Associação da Economia Digital. Num segundo painel, onde se questiona se a IA é nossa amiga, o vice-presidente da Câmara de Aveiro, Rogério Carlos, estará acompanhado por Paulo Novais, professor da Universidade do Minho e Coordenador do LASI (Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes) e Luís Agrellos, managing partner da Gema. A moderação será de Manuel Molinos, diretor digital editorial do JN. O encerramento da conferência estará a cargo de José Pina, coordenador de Aveiro 2024. A conferência "Cultura e Tecnologia" é de entrada livre, mas sujeita a inscrição prévia aqui.
Maria Teresa Horta na lista da BBC das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras
A escritora e jornalista portuguesa é descrita como "uma das feministas mais proeminentes de Portugal e autora de muitos livros premiados" destacando as "Novas Cartas Portuguesas", escrito em coautoria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. O livro no qual as autoras denunciavam as opressões a que as mulheres eram sujeitas, no contexto da ditadura, da violência fascista, da guerra colonial, da emigração e da pobreza que dominava o país, foi banido e censurado pelo regime. A proibição daquela obra pelo governo autoritário no ano da publicação, em 1972, e o julgamento do processo conhecido por "Três Marias", por alegada ofensa à moral pública, segundo os padrões da censura, "fez manchetes e inspirou protestos em todo o mundo", escreve a BBC. O impacto internacional da obra deu-se logo pouco depois da sua divulgação em França pela escritora Simone de Beauvoir, e pelo conhecimento público do processo de que as “Três Marias” estavam a ser alvo, com a cobertura do julgamento feita por meios de comunicação internacionais (entre os quais Le Monde, Time, The New York Times, Nouvel Observateur e televisões norte-americanas), manifestações feministas em várias embaixadas de Portugal no estrangeiro e a defesa pública da obra e das autoras por várias personalidades internacionais, como Marguerite Duras, Doris Lessing, Iris Murdoch e Delphine Seyrig. Estas ações fizeram com que o caso fosse votado, em junho de 1973, numa conferência da National Organization for Women (NOW), em Boston, como a primeira causa feminista internacional. O caso foi simbólico na queda do regime pela Revolução de 25 de Abril de 1974, a qual celebrou este ano o 50.º aniversário, recorda hoje a BBC. A lista “BBC 100 Women” deste ano inclui nomes de pessoas mais conhecidas, como a atriz norte-americana Sharon Stone, a artista britânica Tracey Emin, a sobrevivente do caso de violação em França Gisèle Pelicot e a iraquiana Nadia Murad, vencedora do Prémio Nobel da Paz. As brasileiras Lourdes Barreto, ativista pelos direitos das prostitutas, e a ginasta Rebeca Andrade e a bióloga Silvana Santos também estão na lista, que teve em conta a imparcialidade e a representação regional. A BBC salienta que, ao longo do ano, as mulheres “tiveram de se esforçar muito” para encontrar novos níveis de resiliência e enfrentaram “conflitos mortais e crises humanitárias” em Gaza, no Líbano, na Ucrânia ou no Sudão e testemunharam a “polarização das sociedades após um número recorde de eleições em todo o mundo”. A equipa do BBC 100 Woman elaborou a lista com base em nomes recolhidos através de pesquisas e sugeridos pela rede das 41 equipas linguísticas do Serviço Mundial da BBC, bem como pela BBC Media Action, e todas as protagonistas femininas deram o seu consentimento para aparecerem, que não são apresentados por uma ordem específica. A escritora portuguesa Maria Teresa Horta tem sido amplamente premiada ao longo da sua carreira literária, destacando-se, só nos últimos anos, o Prémio Autores 2017, na categoria melhor livro de poesia, para “Anunciações”, a Medalha de Mérito Cultural com que o Ministério da Cultura a distinguiu em 2020, o Prémio Literário Casino da Póvoa, que ganhou em 2021 pela obra “Estranhezas”, e a condecoração, em 2022, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube, militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, jornalista do jornal A Capital e dirigente da revista Mulheres. Como escritora, estreou-se no campo da poesia em 1960, mas construiu um percurso literário composto também por romance e conto. Com livros editados no Brasil, em França e Itália, Maria Teresa Horta foi a primeira mulher a exercer funções dirigentes no cineclubismo em Portugal e é considerada um dos expoentes do feminismo da lusofonia.
Desempenho de alunos portugueses a Matemática “é catastrófico"
Mais de cinco mil alunos de escolas portuguesas realizaram, no ano passado, a bateria de testes do Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), obtendo 475 pontos em 1.000 nas provas de Matemática, o que representa uma descida de 25 pontos em relação aos resultados obtidos nos testes anteriores, realizados em 2019. “O [resultado no] 8.º ano é catastrófico. Se fizermos uma média internacional há uma descida de apenas oito pontos, enquanto nós descemos 25 pontos. Numa escala de zero a mil pode parecer pouco, mas é uma descida muito violenta”, alertou Filipe Oliveira, professor associado do ISEG - Universidade de Lisboa, durante a apresentação dos resultados do TIMMS 2023, que decorreu hoje no Teatro Thalia, em Lisboa. O matemático analisou a evolução dos restantes países à procura de “descidas piores no mundo” e só encontrou “o Cazaquistão, a Malásia, o Bahrein, Israel e os EUA”, já que “no espaço europeu não há nada que se compare com os resultados” portugueses. Comparando apenas os resultados obtidos no ano passado pelos alunos dos 44 países e três economias que realizaram as provas de 8.º ano do TIMMS 2023, Portugal surge em 26.º lugar a Matemática e 17.º a Ciências, numa tabela que volta a ser liderada por Singapura, com 605 pontos a Matemática e 606 pontos a Ciências. Em Portugal, apenas 4% dos alunos do 8.º ano tiveram um desempenho de excelência a Matemática, por oposição a 19% dos estudantes que não conseguiram atingir os objetivos mínimos na bateria de testes. O TIMMS avaliou também os conhecimentos dos alunos do 4.º ano, onde o problema não é tão grave: Quase um em cada dez alunos do 4.º ano (9%) não conseguiu atingir os conhecimentos mínimos a matemática. No entanto, também entre os alunos do 4.º ano se registou um agravamento dos resultados quando comparados com as notas obtidas nas provas realizadas em 2019. Para o professor associado do ISEG, é preciso olhar “para o que se passou desde 2015”, quando se inverteu a tendência gradual de melhoria dos resultados dos alunos portugueses a praticamente todas as provas internacionais. “O que explica este pico é uma longa história, que começa nos anos 90, quando não fazíamos ideia de como nos comparar com o resto do mundo”, defendeu Filipe Oliveira. Nessa altura, recordou, o Governo português decidiu começar a participar em provas internacionais, mas perante os maus resultados dos seus alunos decidiu que “a estratégia a adotar era deixar de participar”. Na mudança de século, começou a haver “um grande esforço dos governos, quer socialistas quer da direita” em participar nas provas internacionais que permitissem fazer comparações com os outros países, mas também começaram a realizar provas de aferição para avaliar o conhecimento dos portugueses no final dos ciclos. “Em 2015, acabaram as provas em final de ciclo, em circunstâncias bastante inéditas”, lamentou o matemático, referindo-se à substituição por provas de aferição a meio dos ciclos. A esta mudança, Filipe Oliveira apontou ainda um “caos curricular”, em que “as metas não se coadunavam com as aprendizagens”, e o fim da certificação dos manuais em 2015, quando “os manuais escolares deixaram de ser revistos”. “A descida de 25 pontos na Matemática do 8.º ano deve-nos preocupar e devemos tirar algumas implicações”, afirmou por seu turno o ministro da Educação, Fernando Alexandre, que participou na apresentação dos resultados do estudo internacional de forma remota, por se encontrar num evento na Universidade de Aveiro. Fernando Alexandre mostrou-se também preocupado com o impacto do contexto socioeconómico no sucesso académico dos alunos, reconhecendo que “a igualdade de oportunidades é uma utopia que nunca será alcançada”.