RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Trabalhar e estudar: a correria invisível e a luta incansável de 1815 estudantes da UA

Joana Rocha e Xavier Brites são dois dos muitos estudantes da Universidade de Aveiro (UA) que, atualmente, conciliam o trabalho com os estudos. Ambos frequentam o mestrado, mas apenas Xavier possui o estatuto de trabalhador-estudante. Joana optou por não o fazer devido aos prazos rígidos para o pedido. A Ria foi conhecer de perto as histórias destes estudantes.

Trabalhar e estudar: a correria invisível e a luta incansável de 1815 estudantes da UA
Ana Patrícia Novo

Ana Patrícia Novo

Jornalista
13 jun 2025, 09:10

Joana Rocha tem 26 anos e licenciou-se no Politécnico do Porto em Línguas e Culturas Estrangeiras. Atualmente, estuda no segundo ano do mestrado em Estudos Editoriais da UA, para seguir a paixão que tem pelo mundo dos livros. A licenciatura, aponta à Ria, baseava-se “muito no ensino”, um percurso que Joana quer agora seguir, mas ligada ao mundo dos manuais escolares. “A produção de manuais foi sempre o que eu quis”, conta.

Trabalhou durante todo o seu percurso académico como “professora de Português Língua Estrangeira”, dando tutorias a outros estudantes “até há seis meses”, sublinha. Dividiu o tempo entre o trabalho e os estudos, de forma a “conseguir currículo” e a “conquistar” a sua “independência financeira”, aponta. Joana destaca, no entanto, que nunca usufruiu do estatuto de trabalhador-estudante.

Nunca pediu o estatuto, porque sentia que “não precisava”. Parece estranho, mas Joana esclarece: “Sempre fiz os meus horários (…) nunca precisei de estar dependente do estatuto de trabalhador por causa das faltas, por exemplo, ou dos dias de exames”, aponta. Ainda assim, “mesmo tendo controlo do teu horário, tu tens de responder às responsabilidades dos dois lados” e a vida da estudante era sempre feita na base da correria. “O que eu não fazia durante a semana, em termos de responsabilidades académicas, tinha de fazer ao fim-de-semana”, repara. O mesmo se passava relativamente às “responsabilidades profissionais”. “Nem conseguia respirar”, ilustra Joana Rocha.

Mas a possibilidade de gerir o seu próprio horário na atividade profissional e, dessa forma, não precisar de faltar às aulas, não foi a única razão pela qual Joana optou por não pedir o estatuto de trabalhador-estudante. Num dos primeiros empregos com contrato que conseguiu, deparou-se com uma limitação que considera “absolutamente ridícula”: não pôde fazer o pedido porque começou a trabalhar após o prazo estipulado para a submissão do requerimento no PACO (Secretaria Virtual da UA). Para Joana, esta rigidez burocrática reflete uma desconexão entre a realidade dos trabalhadores-estudantes e o sistema universitário, alimentando um sentimento de desmotivação face à fraca proteção oferecida.

“Este timing que tu tens no início do ano para pedir o estatuto não faz sentido nenhum: se eu arranjar um trabalho a meio do ano letivo, já não posso pedir o estatuto?”, questiona a estudante. “Não faz muito sentido”, responde a si mesma. “Estamos a limitar demasiado, principalmente em Portugal, onde os horários universitários são feitos para sermos estudantes a full time, praticamente”, acrescenta. “Eu acho que nós, quando digo ‘nós’ digo as universidades, temos de parar um bocadinho e repensar de facto a situação dos estatutos, porque não está a funcionar muito bem”, termina Joana, frisando que não há tempo limite para começar a passar recibos verdes, nem assinar contratos.

Afinal, até quando posso pedir e o que é o estatuto trabalhador-estudante?

A resposta a esta pergunta é-nos dada por Maria João Soares, diretora dos Serviços de Gestão Académia (SGA) da UA que explica que “o timing do pedido tem a ver primeiro com o alinhamento do início do ano letivo e do semestre e também com o facto dos alunos beneficiarem de (…) prioridade na escolha de horários se tiverem estatuto registado”. Note-se que o período para escolha dos horários decorre no início de cada semestre (setembro e fevereiro).

Desde o início do ano letivo, os estudantes que estejam a trabalhar podem efetivar o pedido do estatuto até 31 de outubro, para um ou dois semestres, conforme o seu contrato de trabalho. A data é estratégica: “tem a ver com a com a questão a partir do qual um estudante já pode reprovar por faltas”, aponta Maria João Soares. A diretora avisa ainda que no próximo ano letivo está a ser ponderado antecipar esta data-limite “precisamente para obrigar os estudantes a refletir sobre esta necessidade [de pedir o estatuto mais cedo]”.

A UA conta atualmente com 1815 estudantes a beneficiar do estatuto de trabalhador-estudante (cerca de 11% da comunidade estudantil total), um número que tem aumentado nos últimos dois anos letivos, segundo dados recolhidos junto da universidade. A maioria dos estudantes com este estatuto são, segundo a informação recolhida, mulheres e frequentam o segundo ciclo de estudos.

O estatuto, consagrado no Código de Trabalho e no Regulamento de Estudos da Universidade de Aveiro, garante aos estudantes um conjunto de direitos tais como a impossibilidade de reprovar por faltas, o direito a aulas de compensação ou de apoio pedagógico e a não limitação de inscrição em exames de recurso. A Ria não encontrou nenhum trabalhador-estudante que esteja a usufruir de aulas de compensação ou de apoio pedagógico, sendo certo que a lei afirma que este casos devem surgir sempre que “considerados imprescindíveis pelos órgãos do estabelecimento de ensino”.

Também a entidade empregadora tem também algumas obrigações para com o trabalhador que seja estudante. A dispensa do horário laboral para tempo de estudo é uma dessas obrigações.

O pedido do estatuto de trabalhador-estudante é concedido perante a apresentação à instituição de ensino de um comprovativo da entidade empregadora em como emprega o estudante, sendo que a instituição tem de comprovar também que o estudante se encontra matriculado no Ensino Superior. O estatuto pode ser válido durante todo o ano letivo, ou de forma isolada para o semestre necessário. São abrangidas várias formas de prestação de trabalho, desde contratos, prestação de serviços [recibos verdes] e até o desemprego.

No caso da UA, Sandra Soares, vice-reitora do ensino e da formação, sublinha ainda que conta com quatro mestrados que funcionam em horário pós-laboral e três licenciaturas – todas elas do Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCA). Note-se que, no que diz respeito ao subsistema universitário e de entre as maiores universidades públicas portuguesas, a Universidade de Aveiro é daquelas que menos oferta apresenta para o regime pós-laboral.

Apesar disso, a oferta é complementada com a aposta em mestrados profissionalizantes com a duração de um ano, em Cursos Técnico Superior Profissionais (CTESP) e na criação de microcredenciais. Apesar de não conferirem grau, as respostas da UA são consideradas pela vice-reitora do ensino e da formação como uma aposta na formação ao longo da vida. “Sabemos que culturalmente Portugal não tem este hábito de fazer formação ao longo da vida (…) mas, de facto, temos vindo a assistir a um crescimento muito interessante nesta área”, aponta Sandra Soares. A UA registou um crescimento de 141 inscrições em CTESP entre o ano letivo de 2022/23 e o ano letivo corrente.

“Segunda, terça e quarta fazia 10 horas de trabalho, à quinta-feira conseguia fazer duas horas de manhã e trabalhava depois das 19h às 21h”

Xavier Brites é agora estudante do segundo ano no mestrado em Comunicação Audiovisual Para Novos Média, mas aponta que a oferta do mesmo curso em pós-laboral podia ter sido uma ajuda para quem, como ele, decidiu prosseguir estudos ao mesmo tempo que tenta “ganhar experiência no terreno”. A história de Xavier começa no final da licenciatura em Marketing, pelo ISCA-UA, em horário pós-laboral. As aulas ao final do dia fizeram com que o estudante procurasse “aproveitar ao máximo essa disponibilidade (…) para começar a trabalhar”. O ginásio onde realizou o estágio curricular para terminar o curso acabou por ser essa oportunidade.

“Eles gostaram de mim e convidaram-me para ficar”, conta o estudante. Xavier aceitou a proposta e continuou a trabalhar, mas queria continuar a estudar. “Eu sempre tive interesse na parte de vídeo e como essa também é uma componente que está presente nas redes sociais, então acho que foi assim um upgrade que está dentro do meu percurso”, conta. Do ISCA saltou então para o Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da UA, sempre com um pé no marketing do ginásio.

O estudante pediu o estatuto pela primeira vez este ano, algo que, admite, não lhe faz falta. “É indiferente neste momento, porque eu estou a escrever a tese (…) já não tenho horário nenhum - só tenho reuniões, não tenho que fazer nenhuma aula ou presenças na Universidade - por isso é indiferente”, refere. Xavier assume ter deixado passar o tempo limite para obter o estatuto e justifica: “inicialmente não tinha conhecimento desse estatuto, só sabia do estatuto do estudante-atleta”.

Só depois “em diálogo com alguns colegas” teve “conhecimento deste estatuto”. Contudo, a informação tardou e o prazo limite da candidatura tinha já passado. “Quando era para me candidatar daquilo que eu estive a ver era preciso contrato de trabalho”, algo que Xavier, à altura, ainda não tinha. “Quando tive o contrato de trabalho, já foi depois do prazo limite”, lembra.

Mas se no último ano do mestrado Xavier revela uma certa indiferença perante a obtenção do estatuto, admite que o mesmo não se aplicava no primeiro ano. Às aulas e às 40 horas semanais de trabalho no ginásio, o estudante começou a somar a carga extra de “trabalho prático” e em grupo exigido pelo mestrado, algo que lhe dificultou a vida. Caso estivesse abrangido pelo estatuto teria direito a seis horas semanais de dispensa do trabalho sem que isso afetasse a sua remuneração. “Tinha dado jeito”, admite o estudante que desconhecia.

Como não estava abrangido pelo estatuto, Xavier organizava as suas 40 horas semanais diretamente com a entidade patronal de forma a conseguir marcar presença nas aulas e a cumprir as horas do contrato. “Eu tinha aulas às quintas-feiras, o dia todo - e à segunda-feira eram três horas; segunda, terça e quarta fazia 10 horas de trabalho e à quinta-feira conseguia fazer duas horas de manhã e trabalhava depois das 19h às 21h”, recorda Xavier. Admite, porém, que o fazia “por opção”: “no trabalho sempre foram flexíveis nesse aspeto”, frisa.

“O problema é que o mestrado exigia muito trabalho extracurricular, muitas vezes saía do trabalho à noite e era o tempo de jantar e ir para a biblioteca fazer os trabalhos”, lembra Xavier. A exigência do curso era tal que o estudante aponta que mesmo para pessoas que estivessem a trabalhar em part-time o curso “não estava assim tão bem-adaptado”.

Provedor do estudante e AAUAv pedem mais proteção e melhor comunicação

Pedro Lages, provedor do estudante da UA, tem também estado atento à questão dos estatutos, em especial no que diz respeito aos trabalhadores-estudantes. No seu último relatório disponível, referente a 2023, lê-se mesmo que um dos objetivos para 2024 e para o futuro se prende com o “reforço da proteção e mecanismos de compensação a estudantes com estatutos especiais, com especial incidência nos trabalhadores-estudantes”, algo que admite também em entrevista recente à Ria.

Note-se que há vários estatutos especiais em vigor, como são exemplos o estatuto de dirigente associativo ou de estudante-atleta. Curiosamente, os dirigentes associativos têm a oportunidade de usufruir de um conjunto de direitos muito superiores aos dos trabalhadores-estudantes, nomeadamente a possibilidade de “requerer até cinco exames em cada ano letivo, para além dos exames nas épocas normais e especiais já consagradas na legislação em vigor, com um limite máximo de dois por disciplina”. Este direito não está acessível para trabalhadores-estudantes.

Sandra Soares admite também ter recebido sugestões relativamente ao tema, tanto por parte do provedor do estudante como por parte de Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). “As únicas sugestões foram, ao nível da aula, trabalhar melhor a comunicação”, aponta Sandra Soares. A vice-reitora admite ainda que apesar das propostas não serem algo “regulamentar”, é possível “deixar claro no regulamento que os docentes têm o dever” de disponibilizar os materiais e conteúdos aos estudantes.

A vice-reitora mostrou-se também empenhada, fruto das conversas com Joana Regadas e Pedro Lages, em fazer com que casos como os de Xavier – que não tinha conhecimento do estatuto até ser tarde demais – possam ser prevenidos. A reitoria assume que a separação dos estatutos especiais do regulamento foi feita de forma que “os estudantes consigam ver o documento de uma forma muito mais fácil”.

Além disso, Sandra Soares admite existir “um outro aspeto que para nós é relevante e que gostaríamos de fazer”: a disponibilização de “um documento com perguntas frequentes que nós sabemos que surgem” numa página que responda a essas dúvidas “usando ferramentas de inteligência artificial”. No fundo, criar “um documento que depois pode ir sendo dinâmico”, aponta a docente. “Achamos que ter este apoio na leitura e na interpretação das peças regulamentares é fundamental”, sublinha Sandra Soares que pretende apostar na adoção de medidas “mais proativas” no que toca à comunicação dos regulamentos.

Esta reportagem insere-se numa parceria estabelecida entre a Ria - Rádio Universitária de Aveiro e a direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e resultará, ao longo dos próximos meses, num conjunto de artigos sobre temas que afetam diariamente a vida dos estudantes da UA. Todas as reportagens serão acompanhadas por um cartoon satírico que pretende representar a problemática abordada. Se tens sugestões de temas que gostarias de ver abordados envia um email para [email protected].

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O que é a poluição atmosférica? Que quantidade de ar respiramos? O que influencia o consumo de ar em cada pessoa? Estas foram algumas das perguntas que a atividade ‘Inspirar: uma força invisível?’, integrada no programa Ciência Mix da Academia de Verão, lançou durante a tarde desta terça-feira, dia 7, a alunos do 5º e 6º ano de escolaridade que estão de passagem pela UA até dia 11. A iniciativa ‘InspirAR: uma força invisível?’ é apenas uma das atividades dos vários programas que estão a decorrer no âmbito da Academia de Verão. Decorreu no Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da UA, mas o programa é organizado em conjunto com outros departamentos. Bruno Augusto, doutorado emCiências e Engenharia do Ambiente e bolsista de investigação, é um dos responsáveis pelo Laboratório de Aerodinâmica da Atmosfera (LAA) – também conhecido como túnel de vento. À Ria, Bruno confidencia que quando chegam à atividade os alunos “têm sempre a ideia errada e as expectativas são baixas”, mas que isso é revertido e conseguem sempre “surpreendê-los pela positiva”. A atividade a que a Ria assistiu tenta dar a conhecer não só o túnel de vento e a “aerodinâmica da atmosfera”, como também falar e mostrar tudo o que se faz no DAO. “Tentamos fazer algo que seja interessante”, resume Bruno. A acompanhar Bruno na sessão esteve Diogo Nascimento, também estudante de doutoramento no DAO. A sessão contou com uma apresentação dinâmica, em que os alunos do 5º e 6º ano respondiam a perguntas que iam sendo colocadas, e recebiam, em simultâneo, pistas sobre as utilidades do túnel de vento. “O túnel do vento é só uma ferramenta: o nosso papel é melhorar as cidades”, ouviu-se a certa altura. Os estudantes responsáveis por dar a conhecer o LAA ao grupo de alunos explicaram que o objetivo do túnel é observar como se comporta o vento em várias situações. Para isso são utilizadas maquetes, que depois são colocadas no túnel para determinar uma solução para um dado problema, ou mesmo para prevenir os mesmos. A título de exemplo, Diogo e Bruno apontaram maquetes já utilizadas que agora penduradas por cima do túnel, apenas dão cor ao laboratório. Mas serviram, outrora, para solucionar problemas. “Esta maquete é de um anfiteatro ao ar livre que há em Setúbal, e o que é que acontecia? Da maneira que estava construído, o vento não deixava as pessoas ouvirem o que se estava a fazer no palco e as pessoas que estavam no palco também não conseguiam ouvir nada”, começam por explicar os responsáveis pela atividade. A solução passou então por construir barreiras e utilizar árvores, de forma a “controlar o vento e impedir que ele fosse para esse anfiteatro”. O túnel, acrescentam ainda, foi utilizado para determinar o local onde essas barreiras deveriam ser colocadas. Entre outros exemplos, estava dado o mote para a restante atividade: melhorar as cidades. Depois da explicação, em traços gerais, sobre como funciona o túnel, os alunos foram divididos em grupos com a missão de criarem um modelo 2D de três edifícios da cidade de Aveiro, à escala de 1:200 – pormenor importante por ter sido um dos pontos que adicionou alguma dificuldade à atividade. Contas feitas e com os moldes desenhados e recortados, chegou a vez dos alunos perceberem como são feitas as maquetes das cidades que são colocadas no túnel. Impressão 3D era uma das “respostas certas” e os alunos tiveram, então, a oportunidade de ver uma máquina a trabalhar para um projeto que está a ser desenvolvido no LAA. Os olhos dos alunos brilharam, no entanto, de forma especial quando conseguiram “visualizar” o movimento do ar no túnel do vento apesar do ponto alto ter sido, sem dúvida, a possibilidade de terem os cabelos despenteados com o vento produzido pela ventoinha do mesmo túnel. Finda a atividade no DAO, os alunos contaram à Ria outras atividades que foram desenvolvendo ao longo do dia. Mensagens secretas, lâmpadas de lava e a criação de um “caviar de manga” foram algumas das atividades que marcaram o grupo. Foram 16 os alunos que participaram na atividade de ontem. No total, nestas duas semanas vão passar pela Academia 440 alunos, a maioria dos quais frequenta já o ensino secundário. Em declarações à Ria, Artur Silva, vice-reitor com a pasta da investigação, inovação e formação de terceiro ciclo e acreditação dos ciclos de estudos na UA, frisa precisamente este número e destaca a importância da atividade, sobretudo para os alunos do ensino secundário – que compõem a larga maioria dos alunos participantes: “cerca de 330”, aponta. Artur Silva frisa ainda que a iniciativa, “uma marca da Universidade de Aveiro”, tem sempre grande procura. “No dia em que se abre as inscrições está toda a gente a clicar no botão para tentar ser o escolhido”, repara. A iniciativa é, segundo o vice-reitor, não só “uma forma dos jovens passarem um pouco do seu tempo de verão”, como também de começarem a ver “oportunidades e opções para o seu futuro”. Para o vindouro o aumento do número de vagas para os participantes é uma vontade da universidade. Ainda assim, Artur admite que essa é uma possibilidade “difícil” de concretizar, especialmente em termos logísticos. Aumentar o número de vagas implicaria também “aumentar o alojamento” o que constitui “um constrangimento”. Artur Silva sublinha também o número de vagas “financiadas por entidades externas”. A inscrição na Academia de Verão tem um custo associado de 90 ou 100 euros, com mais de uma centena dos participantes a verem esse custo a ser suportado pela autarquia ou por instituições, o que reforça a relevância da iniciativa da UA. A Academia de Verão decorre na UA até dia 18 e conta com um total de 26 programas com atividades diárias e com o envolvimento de praticamente todos os departamentos da academia aveirense. A iniciativa, que completa 20 anos em 2026, convida os alunos do 5º ao 12º ano para, durante duas semanas, virem a Aveiro experenciar a vida universitária.

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Ao longo da noite, foram entregues várias distinções, sendo a primeira atribuída à Comissão Instaladora da Associação, que deu origem à primeira direção da AAAUA. Esta foi presidida por Luís Almeida e contou com Augusto Tomé, João Miguel Dias, Osvaldo Rocha Pacheco e Ana Manata. O grupo recebeu o “Prémio Reconhecimento”. No lote dos vencedores esteve também a Associação Alumni de Espanha, representada pelo seu presidente, António José Redondo, que venceu o “Prémio Instituição”. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, aproveitou a presença do congénere espanhol para fazer um roteiro sobre os trabalhos realizados e a concluir relativos “à criação da Associação Alumni de Portugal”. Um projeto que “desejamos sediar em Aveiro, após a conclusão dos processos eleitorais de duas associações”, destaca a AAAUA na nota. Ao longo do evento, Pedro Oliveira avançou ainda que os “próximos meses” serão destinados a concluir os trabalhos de mudança de sede no “edifício 1” e a preparar a exposição a propósito dos 35 anos da Associação. O presidente aproveitou também para elogiar o Núcleo de Futebol, que apresentou os novos equipamentos, “num projeto sustentável” com a inscrição do novo logótipo da AAAUA adequado ao Núcleo. Nesta noite de muitos reencontros entre a comunidade dos antigos alunos da UA, coube a Artur Silva, vice-reitor para as matérias atinentes à investigação e inovação, salientar a importância dos alumni para o projeto da UA, “valorizando o trabalho que a atual direção tem vindo a realizar, com a promoção de diversas iniciativas de reunião, o que contribui para a dinamização desta rede”. O aniversário ficou também marcado pela entrega dos novos títulos de Sócio Honorário a João Veloso, vice-reitor para as matérias atinentes à cooperação Universidade-Sociedade, bem como a Miguel Casal, fundador e CEO da Grestel e a Fatinha Ramos, artista e ilustradora. Além do mais, valorizando a “dinâmica interna dos 22 núcleos alumni em funcionamento, envolvendo 111 dirigentes”, foram ainda entregues os prémios de: Melhor Núcleo ao Núcleo Alumni de Biologia e de melhor atividade ao Núcleo Alumni de Rugby. Ao nível do prémio colaboração, a nota refere também que “foram valorizadas as duas primeiras parcerias com horizonte plurianual outorgadas pela AAAUA, com a SAGE e o ITM, respetivamente representados pelo diretor Ibérico de parcerias, Francisco Rayo e pela diretora geral, Ana Ocana”. No âmbito destas comemorações foi ainda editada a 30ª edição do jornal Antiguinho, que reuniu as memórias de várias personalidades, numa edição especial de aniversário, coordenada pelo Tiago Almeida, vice-presidente da AAAUA. A gala contou com a atuação do SOUL ID um grupo formado por duas antigas alunas da UA, Diana Silva e Inês Bola, e com a participação do ilusionista, Ricardo Pimenta. A apresentação esteve a cargo de Manuela Nunes, igualmente alumni da UA e membro da atual direção. A festa terminou com o habitual corte do bolo e um brinde à Associação.

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Em declarações à Ria, João Ribeiro, diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA), explicou que a decisão visa "preservar as condições de funcionamento" daquele espaço. “Executamos os trabalhos de manutenção e limpeza exigidos, face ao trabalho intensivo e ininterrupto de dois serviços de alimentação diários”, referiu. Segundo João Ribeiro, a Cantina de Santiago requer uma intervenção diferenciada devido à “elevada afluência” que regista ao longo do ano. A reabertura está prevista para o início do próximo ano letivo. Apesar do encerramento, a Cantina de Santiago mantém esta semana o fornecimento de refeições aos participantes da 30.ª edição da Aveiro Cup, torneio internacional de futebol juvenil que decorre de 2 a 6 de julho. Este ano, o evento reúne 40 clubes e centenas de jovens atletas entre os 8 e os 17 anos, com jogos espalhados por vários campos do concelho, incluindo o relvado sintético do Crasto, na UA. “A Cantina do Crasto não tem as mesmas condições em termos de centralidade e, por uma questão de segurança dos miúdos e também de logística, é prática recorrente servir estas refeições em Santiago”, justificou o diretor delegado dos SASUA. As restantes unidades de alimentação da universidade: Restaurante TrêsDê, Espaço Grelhados, Restaurante Universitário e Restaurante Vegetariano – mantêm o seu funcionamento regular.

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Dos vereadores do executivo municipal apenas Ana Cláudia Oliveira, responsável pelos pelouros da mobilidade e transportes, não esteve presente na reunião. A sua ausência foi justificada por José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, que informou que a vereadora se encontrava de férias. Entre os principais assuntos aprovados na reunião desta quinta-feira destaca-se o lançamento de um novo concurso público para a reabilitação do Museu de Aveiro / Santa Joana. O novo procedimento “tem uma base de concurso de 5.618.000 euros, cerca de 700 mil euros acima da anterior”, afirma José Ribau Esteves. O prazo de execução da obra mantém-se nos 540 dias. A prorrogação do prazo de entrega das propostas para a empreitada de construção do novo edifício de apoio às Piscinas e Recinto de Feiras de Caciafoi também aprovado em reunião camarária. O prazo inicialmente previsto para a entrega de propostas foi alargado em duas semanas a pedido, aponta o autarca, de “uma ou duas empresas”. “É um sinal de interesse, entendemos dizer que sim”, afirma. A autarquia aprovou também a adjudicação da empreitada de reabilitação e ampliação da Escola da Alumieira, num concurso que contou com “três empresas interessadas, mas apenas uma com proposta válida”. Relativamente à Escola das Barrocas foi aprovada a execução de trabalhos complementares à obra. Ribau Esteves garante que “a obra segue nos seus ajustamentos finais” e que o objetivo é que “esteja tudo pronto” no arranque do ano letivo de 2025/26. “Se algo não estiver pronto ainda será a placa desportiva, mas isso não impede que aquilo que é prioridade esteja ao dispor da nossa turma de pré-escola e da nossa turma do primeiro ciclo”, repara.

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