Ciclaveiro critica Câmara por falta de apoios a projetos que promovem mobilidade ativa
Numa nota enviada às redações, esta quinta-feira, a Ciclaveiro chama a atenção para a falta de apoio da autarquia para projetos que promovem a mobilidade sustentável. A organização aveirense lamenta, ainda, que o executivo municipal continue “a optar por apoiar iniciativas de carácter desportivo e de competição, traduzidas em eventos pontuais que em nada alteram os hábitos de mobilidade”.
Redação
O comunicado surge na sequência da comparticipação financeira aprovada e atribuída na última reunião de Câmara (24 de junho), à Federação Portuguesa de Ciclismo para apoio ao programa “O Ciclismo vai à Escola”, que integra a realização da 3.ª Etapa da 5.ª edição da Volta a Portugal Feminina em Bicicleta. A instituição aveirense “felicita o Executivo Municipal pelo seu declarado compromisso com a promoção da mobilidade suave”, mas critica a comunicação da autarquia, apontando que “uma prova de ciclismo — ou mesmo o termo “ciclismo”, enquanto prática desportiva — não deve ser confundida ou promovida como mobilidade suave”. A Ciclaveiro atenta ainda que o ciclismo se trata efetivamente de uma atividade física, “mas com objetivos distintos, centrados na velocidade e num ambiente de competição, e não no uso quotidiano da bicicleta como modo de transporte acessível, seguro e sustentável, inserido num contexto diário de deslocação na cidade”.
A nota frisa a promoção “contínua, resiliente e com bastantes desafios orçamentais” levada a cabo pela Ciclaveiro na promoção da mobilidade sustentável e apontam projetos como “a Casa da Bicicleta - com cicloficina comunitária, veloteca e agenda de eventos -, o PéPedal, a Academia Mini Rodas e a KidicalMass” como exemplos de “iniciativas que incentivam a mudança de comportamentos, envolvendo a comunidade local e as comunidades escolares na promoção do uso diário da bicicleta em segurança”. Atentam, ainda, que “o impacto destas ações seria significativamente ampliado se a preocupação da autarquia se traduzisse também no apoio consistente a estas iniciativas e na criação de condições reais de segurança e acessibilidade para os cidadãos que querem, mas não conseguem, utilizar a bicicleta como modo de transporte na cidade”.
A Ciclaveiro sublinha ainda que as atividades têm sido desenvolvidas “com o apoio institucional do Agrupamento de Escolas de Aveiro, o apoio logístico e de mobilização das 4 Associações de Pais e Encarregados de Educação das escolas de ensino pré-escolar e básico de 1º ciclo, com a disponibilidade inspiradora de cerca de 200 pais e encarregados de educação e os recursos humanos da Ciclaveiro, que trabalham de forma totalmente voluntária para gerir, coordenar, operacionalizar e articular toda a implementação do PéPedal nas 4 escolas” do Agrupamento de Escolas de Aveiro. Reparam, ainda, que as atividades são desenvolvidas sob o compromisso com “uma mudança efetiva de hábitos de mobilidade das famílias” e que o projeto “visa efetivamente promover hábitos de mobilidade ativa das crianças e das famílias nas deslocações para a escola”.
Ainda assim, “até à presente data, a autarquia não tem visto neste projeto qualquer mérito que mereça apoio financeiro ou sequer institucional, apesar dos inúmeros contactos e tentativas de envolvimento do Município que a Ciclaveiro tem feito desde o primeiro dia da sua implementação”. “Entendemos que ter o Município como parceiro institucional do PéPedal e apoio financeiro para a sua execução e manutenção ao longo do ano letivo nas escolas básicas do centro da cidade permitiria alavancar o impacto do projeto na comunidade e na real transformação da mobilidade urbana, dando-lhe uma visibilidade e projeção necessárias à captação de fundos nacionais e europeus que permitissem melhorá-lo e até replicá-lo para outras escolas do concelho”, afirmam.
A Ciclaveiro termina o seu comunicado lamentando que o executivo municipal não tenha “entendido” e continue “a optar por apoiar iniciativas de carácter desportivo e de competição, traduzidas em eventos pontuais que em nada alteram os hábitos de mobilidade das crianças e jovens do concelho que continuarão a usar a bicicleta em contexto desportivo e/ou de lazer, perpetuando o paradigma de mobilidade assente no uso do automóvel privado com óbvios e sobejamente conhecidos prejuízos para o bem estar, saúde e qualidade de vida dos cidadãos, aumento do congestionamento urbano, poluição e desequilíbrios ambientais”. A Ciclaveiro aponta que “continuará a fazer o seu trabalho de forma convicta, contando com todos os que, de forma extraordinária e notável, acreditam e apoiam uma mudança na forma como nos deslocamos na cidade”.
Recomendações
Edifício inacabado na Lourenço Peixinho volta a tribunal, mas AM48 garante avanço do projeto
O emblemático edifício, localizado no gaveto entre a Avenida Dr. Lourenço Peixinho e a Rua Eng. Oudinot, está ao abandono há mais de 20 anos e envolvido num processo judicial que se arrastava há quase década e meia. No dia 6 dezembro de 2024, o Município de Aveiro enviava uma nota às redações onde anunciava a resolução do embargo judicial, após um acordo entre as partes, que contou com o envolvimento da Câmara. O Município admitiu ter tido “um papel relevante” na origem do problema, ao não definir, “no início do mandato 2009–2013”, a altura máxima do edifício — a chamada cércea, que oscilava entre cinco e sete pisos. Na altura, a Câmara Municipal era liderada por Élio Maia (PSD/CDS). Tal como recorda o Jornal de Notícias (JN), a história deste edifício remonta ao início dos anos 2000, quando uma empresa apresentou à autarquia um projeto para construir um edifício de sete andares. A construção avançou e a estrutura chegou a ser erguida, mas, entretanto, foi aprovado o Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro (PUCA), que passou a limitar os edifícios na zona a cinco pisos. O então presidente da Câmara, Élio Maia, determinou que o novo plano deveria ser cumprido, ordenando o embargo da obra. A promotora não aceitou a decisão e iniciou um diferendo judicial que se prolongaria ao longo dos anos, agravado pela posterior falência da empresa construtora [Canal Capital]. Já em fase de insolvência, a AM48 adquire o prédio à massa falida, mas depara-se com mais um obstáculo: um ex-sócio da empresa original alega que o imóvel já tinha sido vendido a outra entidade. O novo litígio arrastou-se nos tribunais até 21 de novembro de 2024, quando, por sugestão do juiz, foi alcançado um entendimento entre a AM48 e o ex-sócio. O desbloqueio só foi possível porque, pelo meio, em dezembro de 2019, a revisão do Plano Diretor Municipal e do Estudo Urbanístico da Avenida Dr. Lourenço Peixinho fixou a cércea em seis pisos. Ainda assim, a empresa teria que “demolir o último piso”, conforme afirmou José Ribau Esteves, atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ao JN. Na nota enviada à comunicação social em dezembro, a Câmara de Aveiro dava ainda nota de que já teria começado a trabalhar com a empresa dona do imóvel - a AM48 - “para que o projeto dê entrada nos Serviços Municipais, assegure a necessária aprovação, de modo a permitir o início da obra de reabilitação do edifício, o mais rapidamente possível”. E acrescentava: “Realçamos a perspetiva positiva e otimista que temos sobre o futuro próximo deste edifício, já que a empresa que fica definitivamente com a titularidade do imóvel é a mesma que tem em curso no Canal de São Roque, a operação de investimento “Foz de Prata”, o que significa que estamos a falar de uma empresa com capacidade de investimento, credível e fazedora”. No entanto, apesar do acordo judicial anunciado pela CMA, a Ria apurou que deu entrada, a 28 de fevereiro de 2025, uma nova ação em tribunal. Em resposta a um pedido de esclarecimento, no dia 11 de março, a AM48 explicou por email que o processo, movido pela empresa “Lugares Intemporais – Promoção Imobiliária, Lda., impulsionada pelo aveirense Mário Duarte Fonseca Santos, contra os senhores Carlos da Silva e Maria Manuela das Neves Louro Miranda Neto da Silva, tem por objeto um contrato promessa assinado pelo dito Mário Santos, que entre eles celebraram relativamente ao prédio da Avenida Doutor Lourenço Peixinho151; sucede que, como esse prédio era e é propriedade da Canal Capital, esta sociedade está envolvida nesse processo judicial, apenas e só porque é a sua proprietária e não porque tenha nada a ver com as motivações do litígio”, lê-se. Nesse email, a AM48 garantiu ainda que o “desenvolvimento do projeto para licenciamento no decurso de 2025”, bem como o investimento anunciado, se “manteriam”. Quatro meses depois, em entrevista à Ria, Francisca Martins voltou a garantir que esta nova ação “em nada impactou o desenvolvimento do projeto, a entrega à Câmara, o licenciamento, nem o envolvimento da AM48”. Reforçou ainda que o processo resultou de uma aquisição natural de uma empresa que “estava em insolvência”. Segundo a responsável, o projeto para o novo edifício segue em desenvolvimento e deverá ser apresentado publicamente “no último trimestre deste ano”. Neste momento, estão em análise dois cenários: manter e adaptar a estrutura existente ou optar pela demolição total. Sobre a futura função do edifício, Francisca Martins afirma que “todas as possibilidades estão em cima da mesa, entre habitação, comércio e turismo”. “Temos os dois cenários em cima da mesa. (…) O mais importante para nós é garantir um projeto seguro, com qualidade e com tudo aquilo que são as linhas e o ADN da AM48”, assegura. Apesar de ainda não estar definido o montante total do investimento, a administradora considera que será um projeto com impacto positivo “a nível social, ambiental e governativo”. Ao contrário do projeto do emblemático edifício na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, que ainda se encontra em fase de projeto e sem data prevista para início das obras, a urbanização Foz de Prata já está em desenvolvimento. No passado dia 17 de junho, foram inaugurados os primeiros espaços públicos deste novo empreendimento, que marca também o primeiro grande projeto da AM48 a concretizar-se no terreno em Aveiro. À Ria, a administradora apontou que a “localização privilegiada” e o “subaproveitamento” da zona do empreendimento Foz de Prata foram os principais fatores que levaram a empresa a apostar na região aveirense. “É uma das zonas de entrada da cidade, portanto, é (…) a cara da cidade de Aveiro”, afirmou. A responsável sublinhou que o desafio de transformar positivamente uma zona com potencial foi um dos principais fatores de motivação para a empresa. “[Este projeto] marcou muito a forma como a AM48 opera e desenvolve os seus projetos”, disse. A cidade de Aveiro é apontada pela administradora como “um polo”, destacando o turismo, o dinamismo universitário e a forte componente industrial como condições para a criação de “um conjunto de parcerias estratégicas” nas várias vertentes do projeto. Os espaços públicos agora inaugurados incluem um parque infantil e juvenil, um campo de jogos, uma zona lagunar, áreas verdes, bancos de jardim e um novo passeio pedonal ao longo do canal, além de uma ciclovia. “Queríamos um projeto para a cidade e tudo o que isso implica”, frisou Francisca Martins. A intervenção contempla ainda o alargamento da Avenida Carlos Candal e o prolongamento do Canal de São Roque, empreitada que já foi adjudicada “à empresa Paviazeméis, que vai criar uma baía de moliceiros e novos portos de moliceiros ao longo do canal”. A aposta em criar espaços públicos, “que vão beneficiar tanto os obviamente promitentes compradores, mas também a própria cidade”, nasce daquilo que Francisca apontou como uma das “maiores preocupações” da empresa: “aproximar as pessoas do canal [de São Roque], dos espaços verdes e das zonas de lazer e ao ar livre”. A administradora destacou ainda que as valências públicas do projeto Foz de Prata são um “empreendimento de carbono zero” e sublinhou que o grupo se alinha com “uma preocupação muito grande (…) para que fosse respeitado e valorizado aquilo que é o envolvimento social e ambiental”. Ainda nesse sentido, Francisca Martins aproveitou a oportunidade para apontar o Foz de Prata como “o primeiro loteamento a nível nacional com uma certificação LEED NB [Leadership in Energy and Environmental Design– Neighborhood Development], uma certificação de sustentabilidade que tem aqui um conjunto de métricas que se têm de respeitar”. “Nós temos aqui na vanguarda daquilo que são os novos bairros, (…) porque as cidades têm de começar a ser repensadas na forma como são desenvolvidas”, frisou. As obras da urbanização também já arrancaram. O empreendimento traduz-se na construção numa área global de 50.017,75 m2, com a “criação de 400 fogos de habitação, 272 lugares de estacionamento público, uma média superfície comercial com 1870 m2 e um Hotel que ocupará 11.600 m2”, num investimento total de “cerca de 150 milhões de euros”. A ambição da AM48 é que todo o projeto esteja concluído “até 2030”, embora haja empreendimentos a ser “desenvolvidos por outros parceiros e por outros promotores”, como o “Ethula” e o “Ceramium”. “O nosso grande objetivo é que sim, em 2030 o Foz de Prata esteja em pleno funcionamento e plena construção e é para isso que estamos a trabalhar”, garantiu. Quanto ao hotel, a administradora revelou que “nos próximos meses” será anunciada a marca hoteleira que irá operar a unidade. “Já temos um acordo fechado com todas as condições base definidas. Vamos agora assinar o contrato”, adiantou, acrescentando que se trata de “uma marca internacional de grande renome” e que será um hotel de “cinco estrelas”.
Inova-Ria celebra 22 anos com ambição de crescer ainda mais em associados e sinergias
Em entrevista à Ria, Davide Ricardo, presidente da direção da Inova-Ria desde há cerca de meio ano, destacou o percurso da associação ao longo de mais de duas décadas, frisando a importância do seu papel no ecossistema tecnológico nacional. “O objetivo da Inova-Ria é ser uma associação empresarial que estimula o ecossistema nas áreas das tecnologias de informação, reunindo empresas não só de Aveiro, mas de várias zonas do país”, recordou. Com um crescimento “sustentável”, a Inova-Ria conta atualmente com “84 associados”. Segundo Davide Ricardo, este número reflete a evolução da associação, que começou na região de Aveiro, mas hoje já marca presença noutras regiões e também a nível internacional. “O objetivo não é ter um número ideal, mas sim crescer. Quantas mais empresas na área tecnológica fizerem parte da associação, melhor, porque vamos ter mais competências e podemos criar mais sinergias entre todos os associados”, desejou. A sessão desta quinta-feira incluiu mais uma edição dos Tech Meetups, centrada no tema da cibersegurança. O evento contou com os contributos de Luís Gonçalves, consultor especializado em segurança da informação na ArtResilia — empresa anfitriã desta edição —, Catarina Silva, gestora de proteção de dados e segurança da informação no grupo DISA Portugal, e Hélder Almeida, consultor em cibersegurança. Com um olhar crítico sobre estas iniciativas, o presidente da direção deixou a garantia de que o objetivo é continuar com este tipo de atividades “este ano, mas também em 2026”. Acrescentou ainda que os Tech Meetups têm um “cariz mensal”, mas que a associação promove outras iniciativas que contribuem para a divulgação das competências dos seus membros. “É uma atividade contínua que tem cariz mensal, neste caso, mas fazemos outras, obviamente, para além destas que também proporcionam a divulgação, não só daquilo que são as competências da Inova-Ria, mas principalmente dos associados”, vincou, destacando que outras das temáticas futuras a abordar será a “área da saúde”. Numa nota final, Davide Ricardo reforçou ainda a missão estratégica da associação neste novo ciclo de liderança. “Estamos atentos às tendências, e é isso que temos vindo a fazer neste início de triénio. Esta direção iniciou agora o seu mandato com o objetivo claro de acompanhar as exigências do mercado, dotando a associação das capacidades necessárias e aproveitando as competências dos nossos associados para responder a esses desafios. Uma das nossas funções é precisamente essa: não só promover a criação de emprego, mas também atrair mais associados que possam trazer valor acrescentado à rede, potenciando sinergias entre todos”, identificou. Logo após o término do Tech Meetup, como já é habitual, houve ainda um momento informal de networking, acompanhado de cerveja e pizzas. Desta vez, com direito a bolo de aniversário.
2º Torneio Flor de Sal conta com participação de cerca de 300 atletas de várias regiões do país
O torneio “que homenageia o território e a tradição local”, vai contar com a participação de clubes como CCR Maceda, SCS João de Ver, Escola Livre de Azeméis, ACR Pessegueiro, AC Salreu, HC Mealhada, AD Mira e HC Tigres. A competição vai ter lugar no Pavilhão do CENAP, em Cacia. As provas estão distribuídas por várias categorias, desde iniciação, formação, pré-competição e competição, envolvendo atletas de diferentes níveis de desenvolvimento. Todos os participantes vão receber medalhas de participação, com possibilidade de conquistar prémios de pódio. O clube com maior pontuação geral vence a taça do torneio. “Desde a introdução da modalidade em 2016, o CENAP tem registado um crescimento consistente e entusiástico, tendo atualmente cerca de 90 atletas, dos quais 55 estarão em pista nesta edição”, aponta o clube. A organização sublinha ainda “a importância da formação desportiva, da convivência entre atletas de diferentes realidades e da promoção do desporto junto da comunidade. O evento é também uma oportunidade para desfrutar de um ambiente festivo, com uma tenda gigante de petiscos junto ao pavilhão, aberta a todos os visitantes”. A entrada é livre a promessa é a de um fim-de-semana repleto de “emoção, talento e espírito de comunidade”.
CDU realizou na quarta-feira uma auscultação pública sobre cultura
Segundo nota enviada às redações, a iniciativa contou com “a participação de dezenas de artistas e agentes culturais no município”. Os presentes, aponta a CDU, chamaram a atenção para as “dificuldades de acesso a apoios públicos, a inexistência de espaços de produção artística, as dificuldades de licenciamento, a burocracia e as taxas excessivas para a realização de espetáculos, entre outras dificuldades que condicionam a produção e fruição cultural”. O partido aponta, assim, que é necessário que a Câmara Municipal crie “condições, por via do apoio, aos agentes culturais, às estruturas que existem no terreno, às coletividades, às estruturas formais e informais”, permitindo “que a produção cultural floresça em toda a cidade de forma equilibrada e coerente”. “É essencial que o município dê o devido apoio material, logístico e financeiro às instituições de forma a fomentar a produção cultural e de edificar um diálogo de confluência entre a educação e a cultura, promovendo o trabalho desenvolvido nas escolas e na Universidade”, frisam ainda. A iniciativa contou com a presença de Isabel Tavares e de Nuno Teixeira, candidatos da CDU, respetivamente, à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro. Isabel nota que “Aveiro é um município com vastas potencialidades, mas com as prioridades erradas”, considerando como “urgente” a aposta em “apoios aos artistas e associações locais para o desenvolvimento deste sector”. A CDU termina a sua nota sublinhando que “as autarquias locais têm um papel determinante na promoção da cultura e na luta pela criação de condições para a democratização da criação e fruição culturais”. “A cultura é para a CDU uma componente essencial ao desenvolvimento humano”, enfatizam.
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Edifício inacabado na Lourenço Peixinho volta a tribunal, mas AM48 garante avanço do projeto
O emblemático edifício, localizado no gaveto entre a Avenida Dr. Lourenço Peixinho e a Rua Eng. Oudinot, está ao abandono há mais de 20 anos e envolvido num processo judicial que se arrastava há quase década e meia. No dia 6 dezembro de 2024, o Município de Aveiro enviava uma nota às redações onde anunciava a resolução do embargo judicial, após um acordo entre as partes, que contou com o envolvimento da Câmara. O Município admitiu ter tido “um papel relevante” na origem do problema, ao não definir, “no início do mandato 2009–2013”, a altura máxima do edifício — a chamada cércea, que oscilava entre cinco e sete pisos. Na altura, a Câmara Municipal era liderada por Élio Maia (PSD/CDS). Tal como recorda o Jornal de Notícias (JN), a história deste edifício remonta ao início dos anos 2000, quando uma empresa apresentou à autarquia um projeto para construir um edifício de sete andares. A construção avançou e a estrutura chegou a ser erguida, mas, entretanto, foi aprovado o Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro (PUCA), que passou a limitar os edifícios na zona a cinco pisos. O então presidente da Câmara, Élio Maia, determinou que o novo plano deveria ser cumprido, ordenando o embargo da obra. A promotora não aceitou a decisão e iniciou um diferendo judicial que se prolongaria ao longo dos anos, agravado pela posterior falência da empresa construtora [Canal Capital]. Já em fase de insolvência, a AM48 adquire o prédio à massa falida, mas depara-se com mais um obstáculo: um ex-sócio da empresa original alega que o imóvel já tinha sido vendido a outra entidade. O novo litígio arrastou-se nos tribunais até 21 de novembro de 2024, quando, por sugestão do juiz, foi alcançado um entendimento entre a AM48 e o ex-sócio. O desbloqueio só foi possível porque, pelo meio, em dezembro de 2019, a revisão do Plano Diretor Municipal e do Estudo Urbanístico da Avenida Dr. Lourenço Peixinho fixou a cércea em seis pisos. Ainda assim, a empresa teria que “demolir o último piso”, conforme afirmou José Ribau Esteves, atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ao JN. Na nota enviada à comunicação social em dezembro, a Câmara de Aveiro dava ainda nota de que já teria começado a trabalhar com a empresa dona do imóvel - a AM48 - “para que o projeto dê entrada nos Serviços Municipais, assegure a necessária aprovação, de modo a permitir o início da obra de reabilitação do edifício, o mais rapidamente possível”. E acrescentava: “Realçamos a perspetiva positiva e otimista que temos sobre o futuro próximo deste edifício, já que a empresa que fica definitivamente com a titularidade do imóvel é a mesma que tem em curso no Canal de São Roque, a operação de investimento “Foz de Prata”, o que significa que estamos a falar de uma empresa com capacidade de investimento, credível e fazedora”. No entanto, apesar do acordo judicial anunciado pela CMA, a Ria apurou que deu entrada, a 28 de fevereiro de 2025, uma nova ação em tribunal. Em resposta a um pedido de esclarecimento, no dia 11 de março, a AM48 explicou por email que o processo, movido pela empresa “Lugares Intemporais – Promoção Imobiliária, Lda., impulsionada pelo aveirense Mário Duarte Fonseca Santos, contra os senhores Carlos da Silva e Maria Manuela das Neves Louro Miranda Neto da Silva, tem por objeto um contrato promessa assinado pelo dito Mário Santos, que entre eles celebraram relativamente ao prédio da Avenida Doutor Lourenço Peixinho151; sucede que, como esse prédio era e é propriedade da Canal Capital, esta sociedade está envolvida nesse processo judicial, apenas e só porque é a sua proprietária e não porque tenha nada a ver com as motivações do litígio”, lê-se. Nesse email, a AM48 garantiu ainda que o “desenvolvimento do projeto para licenciamento no decurso de 2025”, bem como o investimento anunciado, se “manteriam”. Quatro meses depois, em entrevista à Ria, Francisca Martins voltou a garantir que esta nova ação “em nada impactou o desenvolvimento do projeto, a entrega à Câmara, o licenciamento, nem o envolvimento da AM48”. Reforçou ainda que o processo resultou de uma aquisição natural de uma empresa que “estava em insolvência”. Segundo a responsável, o projeto para o novo edifício segue em desenvolvimento e deverá ser apresentado publicamente “no último trimestre deste ano”. Neste momento, estão em análise dois cenários: manter e adaptar a estrutura existente ou optar pela demolição total. Sobre a futura função do edifício, Francisca Martins afirma que “todas as possibilidades estão em cima da mesa, entre habitação, comércio e turismo”. “Temos os dois cenários em cima da mesa. (…) O mais importante para nós é garantir um projeto seguro, com qualidade e com tudo aquilo que são as linhas e o ADN da AM48”, assegura. Apesar de ainda não estar definido o montante total do investimento, a administradora considera que será um projeto com impacto positivo “a nível social, ambiental e governativo”. Ao contrário do projeto do emblemático edifício na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, que ainda se encontra em fase de projeto e sem data prevista para início das obras, a urbanização Foz de Prata já está em desenvolvimento. No passado dia 17 de junho, foram inaugurados os primeiros espaços públicos deste novo empreendimento, que marca também o primeiro grande projeto da AM48 a concretizar-se no terreno em Aveiro. À Ria, a administradora apontou que a “localização privilegiada” e o “subaproveitamento” da zona do empreendimento Foz de Prata foram os principais fatores que levaram a empresa a apostar na região aveirense. “É uma das zonas de entrada da cidade, portanto, é (…) a cara da cidade de Aveiro”, afirmou. A responsável sublinhou que o desafio de transformar positivamente uma zona com potencial foi um dos principais fatores de motivação para a empresa. “[Este projeto] marcou muito a forma como a AM48 opera e desenvolve os seus projetos”, disse. A cidade de Aveiro é apontada pela administradora como “um polo”, destacando o turismo, o dinamismo universitário e a forte componente industrial como condições para a criação de “um conjunto de parcerias estratégicas” nas várias vertentes do projeto. Os espaços públicos agora inaugurados incluem um parque infantil e juvenil, um campo de jogos, uma zona lagunar, áreas verdes, bancos de jardim e um novo passeio pedonal ao longo do canal, além de uma ciclovia. “Queríamos um projeto para a cidade e tudo o que isso implica”, frisou Francisca Martins. A intervenção contempla ainda o alargamento da Avenida Carlos Candal e o prolongamento do Canal de São Roque, empreitada que já foi adjudicada “à empresa Paviazeméis, que vai criar uma baía de moliceiros e novos portos de moliceiros ao longo do canal”. A aposta em criar espaços públicos, “que vão beneficiar tanto os obviamente promitentes compradores, mas também a própria cidade”, nasce daquilo que Francisca apontou como uma das “maiores preocupações” da empresa: “aproximar as pessoas do canal [de São Roque], dos espaços verdes e das zonas de lazer e ao ar livre”. A administradora destacou ainda que as valências públicas do projeto Foz de Prata são um “empreendimento de carbono zero” e sublinhou que o grupo se alinha com “uma preocupação muito grande (…) para que fosse respeitado e valorizado aquilo que é o envolvimento social e ambiental”. Ainda nesse sentido, Francisca Martins aproveitou a oportunidade para apontar o Foz de Prata como “o primeiro loteamento a nível nacional com uma certificação LEED NB [Leadership in Energy and Environmental Design– Neighborhood Development], uma certificação de sustentabilidade que tem aqui um conjunto de métricas que se têm de respeitar”. “Nós temos aqui na vanguarda daquilo que são os novos bairros, (…) porque as cidades têm de começar a ser repensadas na forma como são desenvolvidas”, frisou. As obras da urbanização também já arrancaram. O empreendimento traduz-se na construção numa área global de 50.017,75 m2, com a “criação de 400 fogos de habitação, 272 lugares de estacionamento público, uma média superfície comercial com 1870 m2 e um Hotel que ocupará 11.600 m2”, num investimento total de “cerca de 150 milhões de euros”. A ambição da AM48 é que todo o projeto esteja concluído “até 2030”, embora haja empreendimentos a ser “desenvolvidos por outros parceiros e por outros promotores”, como o “Ethula” e o “Ceramium”. “O nosso grande objetivo é que sim, em 2030 o Foz de Prata esteja em pleno funcionamento e plena construção e é para isso que estamos a trabalhar”, garantiu. Quanto ao hotel, a administradora revelou que “nos próximos meses” será anunciada a marca hoteleira que irá operar a unidade. “Já temos um acordo fechado com todas as condições base definidas. Vamos agora assinar o contrato”, adiantou, acrescentando que se trata de “uma marca internacional de grande renome” e que será um hotel de “cinco estrelas”.
Inova-Ria celebra 22 anos com ambição de crescer ainda mais em associados e sinergias
Em entrevista à Ria, Davide Ricardo, presidente da direção da Inova-Ria desde há cerca de meio ano, destacou o percurso da associação ao longo de mais de duas décadas, frisando a importância do seu papel no ecossistema tecnológico nacional. “O objetivo da Inova-Ria é ser uma associação empresarial que estimula o ecossistema nas áreas das tecnologias de informação, reunindo empresas não só de Aveiro, mas de várias zonas do país”, recordou. Com um crescimento “sustentável”, a Inova-Ria conta atualmente com “84 associados”. Segundo Davide Ricardo, este número reflete a evolução da associação, que começou na região de Aveiro, mas hoje já marca presença noutras regiões e também a nível internacional. “O objetivo não é ter um número ideal, mas sim crescer. Quantas mais empresas na área tecnológica fizerem parte da associação, melhor, porque vamos ter mais competências e podemos criar mais sinergias entre todos os associados”, desejou. A sessão desta quinta-feira incluiu mais uma edição dos Tech Meetups, centrada no tema da cibersegurança. O evento contou com os contributos de Luís Gonçalves, consultor especializado em segurança da informação na ArtResilia — empresa anfitriã desta edição —, Catarina Silva, gestora de proteção de dados e segurança da informação no grupo DISA Portugal, e Hélder Almeida, consultor em cibersegurança. Com um olhar crítico sobre estas iniciativas, o presidente da direção deixou a garantia de que o objetivo é continuar com este tipo de atividades “este ano, mas também em 2026”. Acrescentou ainda que os Tech Meetups têm um “cariz mensal”, mas que a associação promove outras iniciativas que contribuem para a divulgação das competências dos seus membros. “É uma atividade contínua que tem cariz mensal, neste caso, mas fazemos outras, obviamente, para além destas que também proporcionam a divulgação, não só daquilo que são as competências da Inova-Ria, mas principalmente dos associados”, vincou, destacando que outras das temáticas futuras a abordar será a “área da saúde”. Numa nota final, Davide Ricardo reforçou ainda a missão estratégica da associação neste novo ciclo de liderança. “Estamos atentos às tendências, e é isso que temos vindo a fazer neste início de triénio. Esta direção iniciou agora o seu mandato com o objetivo claro de acompanhar as exigências do mercado, dotando a associação das capacidades necessárias e aproveitando as competências dos nossos associados para responder a esses desafios. Uma das nossas funções é precisamente essa: não só promover a criação de emprego, mas também atrair mais associados que possam trazer valor acrescentado à rede, potenciando sinergias entre todos”, identificou. Logo após o término do Tech Meetup, como já é habitual, houve ainda um momento informal de networking, acompanhado de cerveja e pizzas. Desta vez, com direito a bolo de aniversário.
2º Torneio Flor de Sal conta com participação de cerca de 300 atletas de várias regiões do país
O torneio “que homenageia o território e a tradição local”, vai contar com a participação de clubes como CCR Maceda, SCS João de Ver, Escola Livre de Azeméis, ACR Pessegueiro, AC Salreu, HC Mealhada, AD Mira e HC Tigres. A competição vai ter lugar no Pavilhão do CENAP, em Cacia. As provas estão distribuídas por várias categorias, desde iniciação, formação, pré-competição e competição, envolvendo atletas de diferentes níveis de desenvolvimento. Todos os participantes vão receber medalhas de participação, com possibilidade de conquistar prémios de pódio. O clube com maior pontuação geral vence a taça do torneio. “Desde a introdução da modalidade em 2016, o CENAP tem registado um crescimento consistente e entusiástico, tendo atualmente cerca de 90 atletas, dos quais 55 estarão em pista nesta edição”, aponta o clube. A organização sublinha ainda “a importância da formação desportiva, da convivência entre atletas de diferentes realidades e da promoção do desporto junto da comunidade. O evento é também uma oportunidade para desfrutar de um ambiente festivo, com uma tenda gigante de petiscos junto ao pavilhão, aberta a todos os visitantes”. A entrada é livre a promessa é a de um fim-de-semana repleto de “emoção, talento e espírito de comunidade”.
Autárquicas: Cláudia Afonso repete candidatura pelo BE à Câmara de Águeda
Militante do BE desde 2017, Cláudia Afonso repete a candidatura bloquista à Câmara Municipal de Águeda, de que foi também cabeça de lista em 2021, tendo sido anteriormente candidata à Junta de Freguesia de Recardães. A candidata, divulgada pelo BE em comunicado, é apresentada como “uma mulher e política de ação e de palavra”, e afirma-se como “defensora do território e da participação dos cidadãos na vida pública”. Pedagoga social e produtora agrícola, Cláudia Afonso é licenciada em Educação Social e foi formadora de adultos e de jovens em situação de risco, tendo coordenado várias dinâmicas comunitárias. A cabeça de lista do BE tem estado ainda envolvida em atividades de promoção do desenvolvimento local e da sustentabilidade ambiental, sendo voluntária em diversas iniciativas ambientais e sociais no distrito de Aveiro. Segundo o comunicado do BE, nos últimos anos, tem conciliado a produção agrícola com a criação de conteúdos audiovisuais ligados à natureza e à valorização do património natural e cultural do concelho e do Baixo Vouga. Nas eleições autárquicas de 2021 o PSD coligado com o MPT obteve 44,77% e conquistou quatro mandatos no executivo presidido por Jorge Almeida, enquanto o PS foi o segundo partido mais votado, com 29,52%, obtendo dois mandatos, e o CDS-PP conseguiu um mandato com 13,04% dos votos. Além de Cláudia Afonso (BE), estão já confirmadas as candidaturas de Jorge Almeida (PSD/MPT), Antero Almeida (CDS-PP) e Francisco Vitorino (PS). As eleições autárquicas estão marcadas para o dia 12 de outubro.