RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Cidade

João Moniz: BE avança até “ao início do ano” com candidato à Câmara de Aveiro

João Moniz, dirigente da concelhia do Bloco de Esquerda (BE) foi o quarto convidado no âmbito das grandes entrevistas aos presidentes dos partidos políticos de Aveiro, inseridas no podcast ‘Eleições Autárquicas 2025’, promovido pela Ria – Rádio Universitária de Aveiro.

João Moniz: BE avança até “ao início do ano” com candidato à Câmara de Aveiro
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
16 dez 2024, 19:58

Em grande entrevista à Ria, João Moniz resumiu os últimos 19 anos de governação PSD-CDS, no Município de Aveiro, com “serviços públicos no mínimo e impostos no máximo”. Entre os principais problemas da governação à direita apontou a “política de privatização de serviços públicos e de alienação de património da Câmara e a desvalorização do serviço público e da ação social”. O bloquista considerou ainda a política fiscal do Município como “muito agressiva” realçando que a mesma foi “imposta aos aveirenses” para “resolver os problemas”, nomeadamente, da governação de “Élio Maia”, mas também da governação de “Alberto Souto”. Ainda assim, não deixou de reconhecer que “tem havido um caminho, embora tímido, de desagravamento fiscal, em sede de IMI” (Imposto Municipal sobre Imóveis). “Na nossa opinião ele devia ser acelerado, mas isto é uma realidade que os aveirenses conhecem há dois anos”, constatou.

No que toca ao Executivo atual, liderado por José Ribau Esteves, sustentou que “a questão da habitação é uma marca deste Executivo”. “Aqui mais pela inação do que pela ação (…)”, atirou. “Entre outras variáveis que explicam o galopar dos preços da habitação está precisamente o modelo do Município que foi inaugurado por Ribau Esteves (…) de ultra valorização do turismo (…)”, criticou. “Existe esta estratégia de deixar ao mercado o problema da habitação, mas a Câmara também tem uma outra política pública (…) que também tem efeito na habitação que é esta política que a Câmara tem na requalificação do espaço público (…) na Avenida, no Rossio e em muitos outros sítios (…) Como não existe uma política de habitação e de intervenção no edificado, o efeito que essa requalificação urbana tem é de aumentar brutalmente o valor do património imobiliário (…)”, justificou.

Questionado sobre a obra do Rossio [uma das empreitadas que o BE foi mais crítico no âmbito da qualificação urbana, nos últimos anos, em Aveiro], João Moniz reconheceu que “era preciso requalificar aquela zona” culpabilizando os “executivos liderados por Ribau Esteves, Hélio Maia e por Alberto Souto” pelo estado de “degradação” da mesma. No ponto de vista do Bloco de Esquerda o espaço devia ter mantido a sua função original, neste caso, de “jardim urbano de usufruto público”. “Não foi essa a opção da Câmara… A Câmara decidiu criar ali uma praça de eventos (…) e fazer também o parque de estacionamento que tem consequências logo à partida de atração de mais tráfego automóvel para aquela zona que tendo em conta aquilo que é o consenso de políticas de urbanismo, hoje em dia, nós devíamos de estar a fazer o contrário. (…)”, apontou.

Sobre a recente inaugurada obra do Monumento Evocativo da Muralha de Aveiro, junto à Sé, João afirmou que este “assunto é complexo”. “Nós temos visto que o debate tem andado muito à volta do valor estético da obra. Essa é certamente uma variável, mas na nossa perspetiva não seria a principal variável. Em primeiro lugar, qual era o objetivo daquele monumento? Era evocar a memória histórica da muralha e para tal criou-se esta ideia de que ela seria feita em pedra de Eirol. Ora bem, no momento, em que essa possibilidade ficou descartada aquele monumento parece perder grande parte do seu valor. Isso é uma variável”, expôs. “E depois há outra questão mais de fundo que tem a ver com a forma que nós enquanto comunidade escolhemos aquilo que está no espaço público. E na nossa perspetiva essa escolha não devia pender sobre a vontade do presidente e dos seus gostos pessoais (…) Essas escolhas deviam de ser feitas em diálogo e em articulação com a comunidade, com a cidadania e não estarem à mercê dos gostos pessoais de quem ocupa a Câmara, naquele momento (…)”, continuou.

“Nós queremos continuar a ser o terceiro partido municipal em Aveiro”

Com o aproximar das eleições autárquicas, o bloquista considerou que com base nos resultados anteriores existe uma “adesão razoável” dos aveirenses ao partido “que tem margem para crescimento”. “O Bloco tem dois eleitos à Assembleia Municipal, tem eleitos em várias freguesias, em Esgueira, na Glória Vera Cruz, em Oliveirinha e, portanto, eu diria que existe esse reconhecimento por parte da parte da população, mas a forma como encaramos esse reconhecimento é que nos coloca numa posição de exigência e nós queremos responder a essa posição (…)”, garantiu. “(…) Nós queremos continuar a ser o terceiro partido municipal em Aveiro”, esperançou.

À Ria, João Moniz adiantou ainda que o Bloco de Esquerda tem o “objetivo” de anunciar o candidato à Câmara de Aveiro até “ao início do ano”. “Queremos primeiro focar a nossa intervenção no âmbito do programa e das ideias que vamos apresentar aos nossos cocidadãos. Estamos a preparar esse programa e, portanto, essa será a primeira etapa deste processo… E só depois disso iremos focar as baterias na candidatura do ponto de vista dos nomes específicos. Nós estamos a fazer essas conversações”, sublinhou.

“Nós já tínhamos fechado essa porta ao Partido Socialista”

Relativamente à possibilidade do BE se coligar, o representante do partido realçou que lançou um “repto” à esquerda, em Aveiro, para que o Bloco de Esquerda “pudesse ser um polo agregador para uma candidatura mais forte”. “Nós estamos a fazer esse caminho e esse diálogo com a esquerda em Aveiro. Nós vamos fazer o esforço para que essa alternativa aconteça cientes de que se for preciso iremos sozinhos a eleições”, reforçou. Sobre o diálogo [com os outros partidos], João Moniz alertou que o mesmo tem “linhas vermelhas”. “Nós não vamos falar, nem estamos particularmente interessados em falar, pelo menos, neste âmbito de coligação pré-eleitoral com partidos que apoiaram, por exemplo, a venda de terrenos públicos para depois serem alvo de construção e intervenção para a habitação no setor prémio a valor especulativos. Exclui o partido socialista (…) Estamos a falar de outras forças à esquerda que existem aqui no concelho: o Partido Comunista, o Livre (…)”, revelou.

Interpelado com as declarações de Paula Urbano Antunes, líder do PS-Aveiro, em grande entrevista à Ria, onde garantiu que o PS estaria “totalmente indisponível” para se coligar com o BE, João Moniz não se mostrou surpreendido com a afirmação. “Na verdade, o repto que nós lançamos já tinha essa ressalva. Nós não íamos fazer. Não quer dizer que não existam acordos, no sentido, de aproximação (…) Se houver hipótese de haver uma proposta conjunta para aumentar a oferta pública de habitação certamente que sim. Se o Partido Socialista se quiser juntar ao Bloco de Esquerda nessa luta certamente que sim. Nós não vamos fechar essa porta. Agora no âmbito de candidatura autárquica (…) nós já tínhamos fechado essa porta ao Partido Socialista (…)”, relembrou.

Confrontado com os nomes mais falados para os candidatos à Câmara Municipal de Aveiro, da Aliança com Aveiro, entre eles, o de Rogério Carlos, atual vice-presidente do Município de Aveiro, o bloquista realçou que se este “decidir dar continuidade ao projeto de Ribau Esteves nós vamos fazer uma avaliação negativa desse projeto (…)”. Já do lado dos socialistas, João Moniz teceu críticas mais duras quanto ao nome de Alberto Souto de Miranda”. “É um pouco perplexante o facto do Partido Socialista ter de ir buscar alguém que governou a Câmara Municipal há quase duas décadas… Um homem do passado, um homem de ontem para liderar o projeto (…)”, descreveu.

Por fim, questionado pela Ria sobre a possibilidade de também ele ser um dos candidatos à Câmara de Aveiro, João defendeu que “está disponível para aquilo que o Bloco de Esquerda achar que deve ser a minha responsabilidade. Se os militantes do BE acharem que eu tenho esse perfil eu farei uma avaliação pessoal dessa escolha e vou tomar uma decisão (…)”, defendeu.

Recomendações

Tribunal de Aveiro manteve condenação de ex-administrador judicial acusado de peculato
Cidade

Tribunal de Aveiro manteve condenação de ex-administrador judicial acusado de peculato

O coletivo de juízes decidiu manter a pena única do cúmulo jurídico que tinha sido fixada no primeiro julgamento, realizado em outubro de 2023, e que foi mandado repetir por ordem do Tribunal da Relação do Porto. Apesar de o arguido ter visto reduzida a pena parcelar de um dos dois crimes de peculato de que estava acusado, o tribunal decidiu condená-lo por um novo crime de abuso de confiança qualificado, tendo em conta que alguns dos levantamentos em numerário terão sido feitos depois de este já não estar a exercer as funções de administrador. O arguido foi assim condenado por dois crimes de peculato, nas penas parcelares de um ano de prisão e dois anos e nove meses, e um ano e três meses de prisão, por um crime de abuso de confiança qualificado. Tal como na primeira sentença, a suspensão da pena ficou condicionada à obrigação de o arguido pagar 30 mil euros às duas massas insolventes que ficaram lesadas. O Tribunal declarou ainda perdido a favor do Estado cerca de 174 mil euros. No primeiro julgamento, o ex-administrador judicial tinha sido condenado por dois crimes de peculato nas penas parcelares de três anos e três meses de prisão e dois anos e nove meses de prisão, tendo-lhe sido aplicado um cúmulo jurídico de quatro anos e meio de prisão. No entanto, o arguido recorreu da decisão para a Relação do Porto que mandou repetir o julgamento, por entender que a decisão recorrida evidenciava a omissão de factos que podiam e deviam ter sido averiguados. Em causa estão dois processos relativos a duas massas insolventes, que correram termos nos Juízos de Comércio de Coimbra e de Lisboa, entre 2015 e 2017, e em que o arguido interveio como administrador de insolvência. De acordo com a investigação, o arguido teria transferido para a sua conta e efetuado vários levantamentos em dinheiro sem documentos que o justificassem, sem autorização ou conhecimento da comissão de credores, apropriando-se de cerca de 495 mil euros. Embora tenha considerado irregular esta conduta, o Tribunal deu como provado que o arguido se apropriou apenas de cerca de 175 mil euros.

Alberto Souto critica "apoio cínico” e responde a "aprendizes de cobardes" e "traidorzecos"
Cidade

Alberto Souto critica "apoio cínico” e responde a "aprendizes de cobardes" e "traidorzecos"

Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à CMA, reagiu esta quinta-feira, numa publicação no Facebook, à tensão política que se tem sentido nas últimas horas em Aveiro. Sem nomear diretamente os visados, o candidato socialista deixou críticas duras aos que considera serem “apoiantes cínicos” que "dão o dito por não dito" e aos "traidorzercos", numa mensagem que aparenta surgir na sequência da reafirmação pública do apoio de Ribau Esteves a Luís Souto e da hesitação de Rui Soares Carneiro em apoiar a sua candidatura. “De vez em quando a pequena política entra na campanha. Anda para aí algum ruído. Uns, por um prato de lentilhas, dão o dito por não dito e protestam apoio cínico a quem espetaram a faca. Que vergonha. Eu não dormiria descansado com tal apoiante”, escreveu o candidato socialista, numa aparente alusão à mudança de posição de Ribau Esteves, que, depois de ter afirmado que Luís Souto não tinha “nenhuma experiência de gestão” nem “perfil” para liderar a autarquia, marcou presença na apresentação pública da sua candidatura e recomendou, esta semana, o voto nele durante uma entrevista à SIC Notícias. A publicação prossegue com críticas indiretas aparentemente dirigidas a Rui Soares Carneiro, atual vereador socialista, que, tal como a Ria noticiou, evitou assumir apoio direto a Alberto Souto e não afastou por completo uma eventual candidatura independente à Junta de Freguesia de Cacia no futuro. “Outros, aprendizes de cobardes e em estágio para desleais, que a vaidade assim o chama, ameaçam com uma navalha de plástico. Que vergonha”, escreveu Alberto Souto. Sem rodeios, o candidato do PS reforçou o seu desinteresse por apoios de figuras que considera incoerentes: “O povo desconfia de juras de amor compradas na mira de prebendas e nunca gostou de traidorzecos de ocasião. Eu durmo descansado por não ter tal apoiante”.

Alberto Souto promove encontro temático dedicado aos territórios inteligentes este sábado
Cidade

Alberto Souto promove encontro temático dedicado aos territórios inteligentes este sábado

Numa nota enviada à Ria, a concelhia do PS Aveiro destaca que a cidade reúne “todas as condições para se afirmar como um território mais inteligente”. Reconhece que já foram dados “passos importantes” nesse sentido, mas sublinha que “ainda há muito por fazer”. “Territórios Inteligentes são mais do que espaços com tecnologia. São lugares pensados para as pessoas onde a inovação serve o bem-estar de quem cá vive, trabalha e visita. São territórios que usam os dados, a tecnologia e o conhecimento para melhorar o dia a dia: nos transportes, no ambiente, na saúde, na educação ou na participação cívica”, justifica.  Este sétimo encontro terá como oradores Rui Castilho Dias, responsável pelo negócio de Administração Pública e Territórios na Indra Portugal; Susana Sargento, professora catedrática na Universidade de Aveiro; Pedro Roseiro, gestor de projetos na Inova-Ria; Jorge Saraiva, vice-presidente europeu da Prozeal e Mário Campolargo, professor convidado na Universidade de Aveiro. O encontro é aberto à participação de todos os aveirenses.

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro
Cidade

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro

A informação foi confirmada à Ria por Nuno Teixeira, atual membro da Comissão Concelhia do PCP em Aveiro. Questionado sobre quem será o cabeça de lista à Câmara, Nuno Teixeira preferiu manter a decisão em reserva, adiantando apenas que o nome será divulgado durante a apresentação de amanhã. Recorde-se que, no podcast Eleições Autárquicas 2025, promovido pela Ria, o próprio Nuno Teixeira não excluiu a possibilidade de ser o escolhido, sublinhando que, caso o PCP ou o coletivo optem pelo seu nome, assumirá essa responsabilidade como uma “tarefa” que está disponível para cumprir. Quanto à escolha de candidatos às juntas de freguesia, Nuno Teixeira garantiu que o processo está em curso e que os nomes serão anunciados em breve. Afirmou ainda que a CDU terá candidatos em todas as freguesias do concelho de Aveiro.

Últimas

Universidade de Aveiro homenageia 210 trabalhadores pelos anos de serviço
Universidade

Universidade de Aveiro homenageia 210 trabalhadores pelos anos de serviço

Entre os distinguidos, Aida Oliveira, técnica superior do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), foi uma das três funcionárias da UA a receber a medalha pelos 45 anos de serviço. Em entrevista à Ria, Aida expressou a emoção e o significado deste reconhecimento, recordando o seu longo percurso na instituição. “Foi um reconhecimento especial pelos 45 anos ao serviço da universidade, a quem fico muito grata e a quem agradeço muito por me ter acolhido e me ter mantido durante estes anos todos”, afirmou. Aida chegou à UA com apenas 18 anos, numa altura em que a instituição contava apenas com seis anos de existência. “Éramos as duas muito jovens e a UA ainda era muito pequenina. Existiam apenas três edifícios, nós éramos ainda muito poucos funcionários e funcionávamos como uma grande família. Tratávamos as pessoas pelo próprio nome”, recordou, com nostalgia. Com o crescimento da universidade, o ambiente tornou-se menos próximo, mas ainda há espaço para a convivência. “Hoje a Universidade cresceu e já não é bem assim. Já estamos um bocado mais afastados uns dos outros. Já não há aqui um contacto tão pessoal, mas ainda nos conseguimos conhecer, pelo menos pelos nomes, e interagirmos — não tão pessoalmente, mas pelo telefone ou pelo email, que é o mais habitual”, referiu. Relembrando os primeiros anos pela UA, Aida Oliveira destacou o espírito reivindicativo dos estudantes da época. “Lembro-me que, quando a universidade chegou, os alunos eram um bocado mais reivindicativos, fechavam a universidade a cadeado, nós tínhamos que ficar em casa. Reivindicavam a comida, não gostavam da cantina. Foi assim uma altura mais complicada”, recordou. Apesar das mudanças, Aida Oliveira conclui com satisfação: “Agora é diferente. Continua a haver reivindicações, mas já não é tão próximo. Já não se fecha nada a cadeado. Hoje já não é necessário. Há outros meios. Foi muito bom permanecer aqui 45 anos”, continuou. Também Rafik Mendes, técnico superior no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT), foi homenageado, tendo completado dez anos de serviço na UA. Embora a sua ligação à Universidade seja mais recente, sublinhou à Ria o orgulho e o valor do percurso realizado até aqui. “Dez anos são muitos dias… Passei por alguns serviços e estou neste com todo o gosto. Não penso daqui sair. Gosto muito do trabalho de secretaria, do departamento, tenho bons colegas, na universidade tenho-me cruzado com excelentes pessoas e é uma enorme honra trabalhar na UA”, partilhou. Entre os momentos que marcaram o seu trajeto, Rafik destaca a construção da Nave Multiusos Caixa UA como um dos mais importantes. “Era uma obra necessária e que foi feita em tempo recorde. Foi uma mais-valia para a instituição”, opinou. À Ria, Rafik Mendes recorda ainda a sua entrada na UA. “Há 12 anos estava longe de imaginar que iria trabalhar cá e que o meu futuro seria por outro lado, mas a vida dá voltas. Vim para aqui fazer um estágio e fiquei com todo o gosto. Gosto muito de estar aqui e não penso sair tão breve”, exprimiu. Questionado sobre as suas aspirações para o futuro da UA, Rafik é claro: “O reconhecimento por parte de pessoas externas, tanto alunos como professores de outras instituições. É um patamar que toda a gente deseja alcançar… Quantos mais alunos tivermos é um sinal de que estamos num bom caminho, porque uma universidade sem alunos não cumpre o seu propósito”, lembrou. Ao todo, a UA entregou 16 medalhas pelos 10 anos de serviço, 45 pelos 20 anos, 63 pelos 25 anos, 47 pelos 30 anos, 16 pelos 35 anos, 20 pelos 40 anos e três pelos 45 anos. Presente na cerimónia, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, começou por destacar o simbolismo do momento. “Hoje, fazemos uma pausa. Hoje, suspendemos o turbilhão diário e paramos um pouco para agradecer, para reconhecer, para conviver”, disse. Em jeito de reflexão sobre o percurso da UA relembrou ainda que “a força da nossa Universidade não se mede só por números”. “Não é determinada apenas pela qualidade do ensino que oferecemos, ou pelo mérito da investigação que desenvolvemos, pelas patentes que registamos ou pelos prémios que conquistamos. A força da Universidade de Aveiro reside também nas suas pessoas, e esta cerimónia celebra essa força, talvez a que melhor define e sustenta a nossa identidade”, afirmou. Este ano, foram celebrados 210 percursos, que, nas palavras de Paulo Jorge Ferreira, “juntos, formam uma boa parte da história coletiva da nossa comunidade”. “Atrás de cada número está uma história, um percurso singular nesta casa, uma pessoa que aqui vai deixando a sua marca. É precisamente isso que hoje homenageamos”, exprimiu. “Cada um de vós construiu parte da história da Universidade. Quantas transformações testemunharam ao longo dos anos? Quantas gerações de estudantes viram passar? Que dificuldades superaram? Quantas soluções encontraram, mesmo quando o caminho parecia incerto? Quantas vezes, com discrição e firmeza, fizeram acontecer algo de que muitos nem se aperceberam?”, questionou os presentes. Ao longo da sua intervenção, o reitor sublinhou também que o futuro da universidade depende da colaboração e inovação de toda a comunidade. “O nosso futuro começa no compromisso com a permanente necessidade de inovar, colaborar e promover a qualidade em todas as dimensões da nossa atividade, e cresce com a energia de quem acredita — como nós — que sozinhos podemos fazer pouco, mas juntos podemos chegar longe”, garantiu. Numa etapa final, Paulo Jorge Ferreira reforçou a importância do sentimento de pertença. “A Universidade é, para muitos, mais do que um local de trabalho. É um espaço de realização, de construção coletiva, de aprendizagem mútua. Este sentimento de pertença não se compra nem se decreta. Constrói-se. Com confiança, com respeito, com partilha, entre gerações, entre áreas, entre funções. Todos — absolutamente todos — têm lugar e valor nesta comunidade”, vincou. Além de Paulo Jorge Ferreira, a cerimónia contou ainda com a intervenção de Mário Pelaio, administrador da UA. As celebrações de homenagem prosseguem este sábado, 14 de junho, com a cerimónia de entrega de prémios escolares aos melhores estudantes finalistas e de diplomas aos graduados, a partir das 10h00. Durante a tarde, terá lugar o encontro “Alumni & Família”, que incluirá a entrega de medalhas aos diplomados de há 25 e 35 anos. O evento será transmitido online através do canal de Youtube da UA.

Calle Mambo e Vitor Kley na Albergaria Convida 2025
Região

Calle Mambo e Vitor Kley na Albergaria Convida 2025

Organizado pela autarquia, o Albergaria Convida - Feira Regional de Artesanato e Gastronomia de Albergaria-a-Velha conta com nove tasquinhas de gastronomia local, sete bares e mais de três dezenas de espaços de artesanato e stands institucionais. Na música, o público pode contar com espetáculos de Calle Mambo, Augusto Canário, Vitor Kley, Buba Espinho e Mizzy Miles, além dos já habituais “After Hours” com DJ sets. O programa começa no dia 3 de julho, com as atuações dos Calle Mambo, num concerto que faz parte do Festim – Festival Intermunicipal de Músicas do Mundo, e de Augusto Canário, o “cantador ao desafio”, que tem sido um dos principais embaixadores deste género musical de raiz popular. No dia 4, é a vez do brasileiro Vitor Kley subir ao palco situado na Quinta da Boa Vista/ Torreão, num concerto inserido na tournée “As Pequenas Grandes Coisas”, que serve para apresentar o seu novo álbum. Buba Espinho, o cantor natural de Beja, é a proposta para o dia 5, estando o concerto de encerramento, no dia 6, a cargo de Mizzy Miles, um dos grandes nomes nacionais do mundo do hip-hop e música urbana, somando, em poucos anos de atividade, sete temas de platina e sete de ouro. Os concertos de 3 e 6 de julho são de acesso gratuito, com as entradas a 1 euro para Vitor Kley e Buba Espinho. No domingo, dia 6, será possível fazer uma visita livre ao Castelo e Palacete da Boa Vista. Nas tardes do fim de semana haverá animação musical itinerante no recinto. Em permanência estarão as exposições “As Invasões Napoleónicas em Albergaria-a-Velha” e “Caminhos de Santiago – Coleção Privada de Paulo Sá Machado”.

Sítio arqueológico de São Julião com candidatura a imóvel de interesse público
Região

Sítio arqueológico de São Julião com candidatura a imóvel de interesse público

A candidatura à classificação do Sítio Arqueológico de São Julião como Imóvel de Interesse Público foi aprovada na última reunião do executivo municipal e, após ser votada pela Assembleia Municipal, deverá ser submetida ao Ministério da Cultura, tutelado por Margarida Balseiro Lopes. Segunda-feira teve início a “12.ª campanha de escavações arqueológicas no Monte de São Julião”, sob coordenação do Centro de Arqueologia de Arouca, que tem uma equipa de profissionais deslocada para aquele local da Freguesia da Branca, a qual concentra a atividade na mamoa ali descoberta. Numa fase posterior, com início a 07 de julho, os trabalhos alargam-se a outras áreas do sítio arqueológico, com a participação de estagiários da Universidade do Minho e de voluntários. As escavações do Monte de São Julião foram retomadas em 2014, o que permitiu identificar “vestígios significativos de ocupação com cerca de três mil anos, remontando ao final da Idade do Bronze” e pôr a descoberto os restos da estrutura que delimitava o antigo povoado, bem como um monumento funerário megalítico, a mamoa que está a ser alvo das atenções dos arqueólogos presentes. Os trabalhos arqueológicos das sucessivas campanhas permitiram já recolher “cerca de 52 mil fragmentos de cerâmica, entre outros materiais que documentam a ocupação contínua do local desde a Pré-História”. A classificação, cuja candidatura foi agora aprovada pela autarquia, visa proteger o sítio, tendo como objetivo a musealização e a recuperação das estruturas arqueológicas, estando a Câmara de Albergaria-a-Velha empenhada em promover a requalificação da floresta e adquirir terrenos na área, para a qual está a ser desenvolvido o projeto de “Regeneração Integral e Valorização do Sítio Arqueológico do Monte de São Julião”, com o apoio do Turismo de Portugal.

Sérgio Magueta é o candidato do PS à Gafanha da Encarnação e defende uma freguesia “mais próxima”
Região

Sérgio Magueta é o candidato do PS à Gafanha da Encarnação e defende uma freguesia “mais próxima”

De acordo com uma nota enviada à Ria, a concelhia do PS Ílhavo refere que Sérgio Magueta reúne “todas as condições para liderar uma mudança necessária e urgente na Gafanha da Encarnação, atualmente marcada pela ausência de ação e proximidade por parte da Junta de Freguesia, sob gestão PSD”. “Com um profundo conhecimento da realidade local, ligação direta à comunidade e um percurso profissional alicerçado no serviço público e na inovação, Sérgio Magueta apresenta-se como o candidato certo para devolver à freguesia uma gestão presente, participada e orientada para as pessoas”, lê-se. Na candidatura, Sérgio Magueta defende uma Junta de Freguesia “mais próxima, mais ativa e mais justa”. “Tenho um compromisso com a terra onde nasci e onde crio a minha família. (…) É tempo de construir uma nova etapa, com diálogo, competência e visão”, afirma na nota. Sérgio Magueta tem 51 anos, é casado e é pai de dois filhos. É natural e residente na Gafanha da Encarnação e licenciado em Eletrónica e Informática pela Universidade de Aveiro e mestre em Tecnologias de Informação e Comunicação, com especialização em Comunicação Multimédia. É ainda professor de Informática do ensino básico e secundário no Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré. É, desde 2017, líder da bancada do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia da Gafanha da Encarnação, após ter sido cabeça de lista nessa mesma eleição