Luís Souto diz contar com apoio de socialistas e apresenta candidatos às freguesias a 20 de junho
A coligação “Aliança Mais Aveiro” – PSD/CDS/PPM vai apresentar oficialmente os seus candidatos às dez juntas de freguesia do concelho, assim como o mandatário da candidatura, no dia 20 de junho, “em princípio, no Teatro Aveirense”, segundo confirmou Luís Souto. Quanto à lista à Câmara Municipal de Aveiro, garantiu que ainda está em fase de definição, admitindo a continuidade de vereadores do atual Executivo, mas ponderando também uma renovação. O candidato deu nota ainda que tem recebido o apoio de “vários socialistas”.
Isabel Cunha Marques
JornalistaDepois da Comissão Política da Secção do Partido Social Democrata (PSD) de Aveiro ter aprovado no passado dia 2 de junho, em plenário de militantes, os cabeças de lista às dez juntas de freguesia do concelho, no âmbito das eleições autárquicas de 2025, tal como noticiado pela Ria, Luís Souto avançou esta segunda-feira à Ria que a apresentação dos mesmos, assim como do mandatário da candidatura , decorrerá no dia 20 de junho, “em princípio, no Teatro Aveirense”.
Questionado sobre o ponto de situação da escolha da sua equipa à Câmara Municipal, Luís Souto preferiu não avançar com uma data para a apresentação, mas deu nota que não há “nenhuma razão para excluirmos [nomes] da [atual] equipa que está a governar”. “Nós acreditamos nela, valorizamos muito a equipa e o seu trabalho, liderado pelo engenheiro Ribau Esteves. Portanto, todos os elementos da equipa atual para nós poderiam ser bons elementos, mas depois teremos de equacionar em função (…) da aposta de renovação e também das expectativas e das carreiras e ambições pessoais da vida privada [de cada um] - que são legítimas. Portanto, deste equilíbrio todo, iremos construir a nossa lista”, avançou.
Luís Souto acrescentou ainda à Ria que “vários elementos do Partido Socialista” lhe têm feito chegar “palavras de apoio” e que se “reveem mais” no seu projeto para a autarquia aveirense. “Isso é um facto. (…) Não vou concretizar nomes, porque também não fui mandatado para revelar quais”, assegurou.
Sobre a candidatura de Bruno Ferreira, atual tesoureiro da Junta de Freguesia de Glória e Vera Cruz, agora como cabeça de lista pelo PS, Luís Souto classificou a situação como “lamentável”. “Quando somos eleitos num programa político, numa aliança PSD/CDS/PPM e o mandato que recebemos foi dentro desse quadro político... Não faz sentido nenhum a pessoa estar a ocupar um cargo político, eleito por esse projeto político, e está, digamos, a tirar vantagem dessa posição, ao serviço de uma candidatura para a qual não foi eleita.Isso é que é grave”, manifestou.
Recomendações
Marginal de São Jacinto encerrada ao trânsito nos fins de semana e feriados no verão
A medida foi aprovada na reunião do executivo municipal realizada na passada quinta-feira, 5 de junho. Esta restrição é extensível, também, aos dias 22, 23 e 24 de agosto, por ocasião da realização do Festival das Dunas de São Jacinto 2025.
São Gonçalinho: entre amizades, amores e a marca da Universidade de Aveiro
Estávamos no ano de 2011. Ricardo Torres e Diogo Matos, dois amigos de infância, deixavam a sua terra natal - a Guarda - para rumarem a Aveiro para ingressarem no curso de mestrado integrado em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações na UA. O objetivo era simples para ambos: terminar o curso e regressar à Guarda. A verdade é que após 14 anos esse objetivo foi em parte cumprido já que ambos continuam, atualmente, na cidade de Aveiro. Ricardo a trabalhar e a concluir o doutoramento na UA na área das telecomunicações. Diogo só a trabalhar. Foi também no curso que ambos se apaixonaram e conheceram as suas atuais companheiras. Por sinal, aveirenses. Ironia do destino, no ano passado, sem que se apercebessem, foram ainda ambos desafiados, por diferentes mordomos, a integrar a mordomia de São Gonçalinho ao longo dos próximos dois anos. Manda a tradição que, no final do segundo ano, cada mordomo em funções escolhe a quem quer entregar o seu ramo. O mesmo acontece com o gabão. Assim aconteceu com estes dois jovens. Ricardo recebeu o convite “em finais de outubro/inícios de novembro” do ano passado por parte do “Vasco”. Nega-se a dizer que quem o convidou foi um “ex-mordomo”. “Uma vez que somos mordomos, somos mordomos para sempre”, justificou prontamente. Prefere referir-se ao “Vasco” como um “mordomo da antiga mordomia”. Partilha que aceitou o convite só depois de conversar com a sua família. É a primeira vez que vai assumir o papel de mordomo de uma festividade. Contra todas as previsões, em Aveiro. “Na Guarda participei em uma ou duas [festividades], mas mais naquela situação de ajudar amigos em que eles é que, efetivamente, eram os mordomos e eu estava lá para ajudar (…). Nunca na vida pensei numa coisa destas. Eu apenas coloquei Aveiro [nas candidaturas ao Ensino Superior] porque o meu pai me disse que Eletrónica poderia ser um curso com muita saída”, recordou. Diz que sentiu a “responsabilidade” de assumir o ‘cargo’ no dia em que as Festas de São Gonçalinho 2025 terminaram. “Até ao dia da passagem do ramo, eu era um aveirense emprestado por assim dizer. Quando entramos na capela já com o ramo na mão aí sim, deu-me um arrepiozinho de receio com satisfação”, descreveu. Até hoje, Ricardo Torres não consegue associar a um único episódio a ligação “especial” que sente por São Gonçalinho, mas sim a um conjunto de momentos e pessoas. A maioria associado ao contexto de estudante e da UA. Ainda assim, não deixa de reconhecer que uma das peças “mais relevantes” foi a sua namorada. Uma pessoa que descreve como “extremamente devota ao santo”. “Ela apresentou-me o santo não da forma festiva como eu o conhecia. Apresentou-me a parte mais devota e mais brincalhona do santo, por assim dizer. Eu comecei-me a enturmar e a gostar bastante e, entretanto, este ano, alguém decidiu, por obra e graça do santo, como nós dizemos, que eu era merecedor desta honra e deste convite”, partilhou. Conhecido também como o santo casamenteiro, Ricardo acredita que, até aos dias de hoje, este foi o santo que deu o “empurrãozinho” para conhecer a sua companheira. Diogo estava a organizar o almoço de aniversário da sua namorada quando recebeu o convite para a Mordomia de São Gonçalinho “em meados de novembro” do ano passado. Confidencia que não esperava o convite “num futuro tão próximo” já que sabia o que significava aceitar um “desafio destes” num ano em que tem também planeado casar. Conta, entre risos, que ficou em “estado de choque”. “Fiquei sem saber o que é que ia fazer. Não estava nada à espera disto. Entretanto, quando aceitei, liguei [ao Ricardo] e foi quando soube que ele também tinha sido convidado”, relembrou. Recorda que o primeiro contacto que teve com o São Gonçalinho surgiu logo “nos primeiros anos” quando chegou a Aveiro enquanto estudante. Na altura, numa abertura do Festival Internacional de Tunas da Universidade de Aveiro (FITUA) que decorreu na capelinha de São Gonçalinho. “Não conhecia de todo o São Gonçalinho. Ouvi falar que era uma festa de atirar cavacas…”, partilhou. Das Festas de São Gonçalinho, enquanto estudante, relembra ainda os tempos em que tinha de fazer “um jogo de cintura” para conseguir ir às festividades já que “coincidiam sempre com a época de exames”. “Foi engraçado ver essa evolução e o crescimento das festas. As festas antes eram num pequeno palco no antigo Rossio, que agora está todo remodelado. Agora temos uma tenda que está ao nível das semanas académicas. Eu acho que isso foi engraçado de se ver”, sublinhou com um orgulho evidente no olhar. A relação “mais próxima” com o São Gonçalinho acabaria por surgir “nestes últimos quatro ou cinco anos”. “Foi quando o pessoal mais próximo de mim e do Ricardo fez parte da mordomia. Foi aí que começamos a viver um bocadinho mais de próximo e mais intensamente estas festividades aqui da Beira Mar e mais relacionadas com o santo”, contou. Sobre o que representa para si o São Gonçalinho? Diogo diz ser “complicado de responder”. “Para mim representa amizade e família. Foi aqui no São Gonçalinho que cresceram várias relações, nomeadamente, da minha namorada e dos meus amigos. É o significado de estar em família. Acho que é um bocadinho a definição que consigo pôr em palavras de forma mais concisa”, assegurou. Osvaldo Pacheco foi o juiz da mordomia escolhido, este ano, pelos 21 novos mordomos das Festas de São Gonçalinho. É, atualmente, a figura máxima dentro do grupo. Curiosamente, também ele tem ligação à UA e ao Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) enquanto professor auxiliar. Foi também pró-reitor da UA durante oito anos. A única diferença entre Ricardo e Diogo é que Osvaldo nasceu e sempre viveu em Aveiro. Atribui os seus 14 anos como a idade de descoberta da festividade já que passou a sua infância na freguesia de Glória. “Na altura, vinha à festa com a família, mas não da forma como as pessoas do Bairro da Beira-Mar a viviam. Eu visitava as festas… Era uma coisa diferente”, reconheceu. Sublinha que antes o São Gonçalinho “era algo muito pequeno”. “Tenho poucas memórias, mas recordo-me que havia um coreto e que já havia o lançamento das cavacas. Lembro-me de uma fogueira, algures por aí, e que era uma festa muito mais pequena, com uma dimensão que não tinha nada a ver”, relembrou. Tal como Ricardo e Diogo, também Osvaldo recebeu o convite para ser mordomo. Explica que foi o grupo atual que, posteriormente, o “escolheu” para ser o juiz da mordomia. “Nós não vimos para a mordomia por causa do cargo. Vimos para servir aquilo que é o bem maior, que são as festividades em torno de São Gonçalinho”, vincou. À Ria, recorda que recebeu o convite para ser mordomo “um ano antes” e que demorou “muito tempo a aceitar” por saber que a tarefa exigia uma “grande disponibilidade mental e física”. “Eu tenho uma atividade profissional também muito impactante e com muita dedicação. Portanto, conciliar tudo isto significa que os dias passam a ser mais longos e que são mais as horas que eu não dedico à família e a outras coisas que eu gosto… Ao meu Benfica e ao meu Beira-Mar”, brincou. Apesar da hesitação inicial, Osvaldo Pacheco acabou por aceitar ser mordomo e, posteriormente, ser juiz. Sublinha que o fez por uma única razão: a “paixão”. “Isto é o concretizar de um namoro e que depois se transforma em casamento (…) A mim aconteceu um pouco o mesmo sendo que a minha família também é devota do São Gonçalinho. A minha filha e a minha mulher foram as primeiras a dizer-me que tinha de ser mordomo e a empurrarem-me para ser mordomo”, contou com um sorriso rasgado. Este ano, dos 21 novos mordomos de São Gonçalinho, Osvaldo realça, com orgulho, que “oito ou nove” são alumnis da UA. “Muitos deles são nascidos e criados aqui no Bairro. Outros vieram de fora, como o Diogo e o Ricardo e depois vivenciam o Bairro como se fosse deles… E é o bairro de todos. Portanto, não só respeitam as tradições como as querem manter, como querem ser os curadores dessas tradições”, exprimiu. “Isso do meu ponto de vista é muito bom, porque só enriquece quer o bairro, quer as Festas de São Gonçalinho”, continuou. Satisfeito com o que já foi feito, Osvaldo Pacheco diz querer dar “continuidade” ao “legado” que as anteriores mordomias deixaram. “Queremos fazer as festas com pequenos toques pessoais, mas fazer da mesma maneira, para criar, no fundo, o hábito de existir certas atividades para que a comunidade se reveja nelas. Nós não podemos esquecer que o São Gonçalinho é mais do que uma festa religiosa. É multidimensional”, recordou. Entre os “toques pessoais” aponta um dia dedicado à UA. “A Universidade de Aveiro é obviamente uma das grandes instituições da cidade e do país. Essa ligação [entre a UA e o São Gonçalinho] existe mais do que nós pensamos. As Tunas Universitárias – feminina e masculina - da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) têm como padroeiro o São Gonçalinho. (…) Eu gostava que essa ligação se estendesse à universidade… Aí ainda não estamos no ponto que gostava que estivéssemos”, confidenciou. Também nos desejos desta mordomia está em fazer com que a festa se estenda a todo o Bairro da Beira-Mar. “Ela já lá está, mas podemos ter novas centralidades dentro do bairro, com outros eventos mais pequenos, em que aproxime toda a gente da festa”, apontou. Os restantes desejos? Osvaldo prefere não os revelar sublinhando que “o segredo é a alma do negócio”. No final da festividade, Osvaldo Pacheco partilha ainda à Ria que “gostava muito” que os 21 mordomos que iniciaram em janeiro terminassem com o sentimento de que constituíram “uma família”. Sobre se gostará mais do São Gonçalinho, nos próximos dois anos, do que do seu Beira-Mar ou do seu Benfica? Osvaldo responde-nos com uma gargalhada: são “coisas complementares”. “Diria que, nestes dois anos, a minha prioridade, para além da parte profissional e familiar (…) onde eu vou dedicar grande parte do meu tempo, é esta causa. Tem de ser. Não há outra forma de lidar com estas coisas”, reconheceu. Até janeiro de 2026, altura em que ocorrem, novamente, as Festas de São Gonçalinho, os 21 novos mordomos vão afinando a voz, por aqui e acolá, ensaiando com devoção a marcha que todos esperam ouvir: a “Marcha de São Gonçalinho”.
Seis anos e cinco meses de prisão para autor de três fogos em Aveiro
Durante a leitura do acórdão, o juiz presidente disse que o tribunal ficou convicto de que o arguido cometeu os factos que lhe vinham imputados na acusação do Ministério Público. O arguido foi condenado em três penas parcelares (uma de três anos e meio, outra de três anos e nove meses e outra de quatro anos de prisão) por três crimes de incêndio florestal. Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de seis anos e cinco meses de prisão. O tribunal decidiu ainda manter em regime de prisão preventiva o arguido até esgotar o prazo para recorrer da decisão. Os incêndios ocorreram em 16 de agosto de 2023 e em 08 e 15 de setembro de 2024, em várias zonas do concelho de Aveiro (Cacia, Monte do Paço e Mataduços). O arguido, que já cumpriu pena de prisão pelo mesmo tipo de crime, foi captado pelas câmaras de videovigilância instaladas numa residência situada em Monte do Paço, em Esgueira, junto a um terreno onde deflagrou um dos incêndios. O homem foi detido, fora de flagrante delito, pela Polícia Judiciária (PJ) em setembro de 2024, após o último incêndio ocorrido em Cacia. Aquando da detenção, a PJ informou que o incêndio ocorreu numa zona de extensa mancha florestal, onde nas proximidades se encontravam várias habitações e instalações industriais e “só não atingiu grandes dimensões graças à pronta deteção e combate do mesmo”. A Judiciária referiu ainda que o detido "revela uma propensão para a repetição do comportamento incendiário, não tendo sido possível determinar “qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática” dos crimes.
Ribau Esteves critica “pressa” nas presidenciais e Simão Santana apoia Gouveia e Melo
A cerca de meio ano para as eleições presidenciais há já três nomes em cima da mesa. Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD; Henrique Gouveia e Melo, ex-chefe do Estado-Maior da Armada; António José Seguro, ex-secretário-geral do PS. Mariana Leitão da Iniciativa Liberal (IL) também tinha anunciado a sua candidatura, mas esta quinta-feira acabou por a retirar para disputar a liderança da IL, depois da saída de Rui Rocha. Interpelado pela Ria, no final da reunião camarária desta quinta-feira, Ribau Esteves criticou a excessiva aceleração e a partidarização do processo eleitoral. “Nunca percebi a pressa nestas eleições presidenciais. Nunca percebi, de todo. Nem a pressa, nem a partidarização. Esta questão de que cada partido tem de ter um candidato, eu discordo”, frisou. Para o autarca, “os candidatos têm de se apresentar, têm de fazer o seu trabalho”, cabendo depois aos partidos decidir se apoiam ou não.” Como exemplo, referiu a candidatura de Luís Marques Mendes, que, num “ato muito simbólico”, decidiu “formalmente deixar de ser militante do PSD”. Reconheceu, no entanto, “que Marques Mendes nunca deixou de ser militante do PSD, mas formalmente deixou de o ser”, acrescentando que foi “um sinal de que aquela eleição não é partidária - embora, há muito tempo, esta eleição tenha sido partidarizada”. Numa visão sobre os partidos, Ribau Esteves criticou ainda a forma como estes têm tratado a eleição presidencial. “O PSD tem um candidato, o PS anda à rasca, mas está à procura de um, a Iniciativa Liberal tem um [entretanto Mariana Leitão retirou a sua candidatura], o Chega já teve um, agora não sabemos se vai continuar ou não”, expôs, vincando ser “contra isto”. Num tom mais pessoal acrescentou ainda que, oportunamente, tomará uma decisão e que a tornará pública, “tranquilo da minha vida”. “Qual é a pressa?”, voltou a questionar Ribau Esteves. Para o autarca aveirense “vivemos numa sociedade em que tudo anda com uma pressa absurda”. Ainda sem uma decisão tomada, garantiu: “Vou querer o mais possível fazer aquela escolha boa de qual destes todos é o melhor, mas mesmo que essa não acontecesse (…) ia pela outra de qual destes todos é o menos mau”. Ribau Esteves terminou assegurando à Ria que votará “em alguém, não me vou abster, nem anular o voto, nem votar em branco, mas não há pressa nenhuma”. Por sua vez, Simão Santana, adjunto do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, revelou à Ria que está a apoiar Henrique Gouveia e Melo “por uma questão de convicção”. O ex-presidente do PSD-Aveiro consta na lista de apoiantes que foi tornada pública no site oficial da candidatura de Gouveia e Melo. “Acho que o espaço democrático em Portugal está minado pelo medo e os partidos (…) não têm sido capazes de conquistar as pessoas pela esperança, pelo futuro, pelas coisas boas que podemos fazer, não só para nós próprios, mas para o nosso país”, opinou. “Acho que Gouveia e Melo representa esta liderança que precisamos. É um líder nato, não é uma segunda ou terceira figura de um partido, até porque isto não se trata de uma eleição de partidos. Trata-se de uma eleição de pessoas”, assegurou. Neste seguimento vincou à Ria, ser “um simples apoiante português” que considera o antigo almirante o “líder certo, na hora certa”. Questionado sobre o facto do PSD ter declarado, na última semana, apoio à candidatura presidencial de Marques Mendes, Simão Santana respondeu que apesar de discordar da escolha continua a apoiar o partido. “Não está nada disso em causa, não misturo. Além do mais, é importante, dentro do PSD, que existam ideias diferentes, porque isto obviamente enriquece o PSD. Acho que a candidatura do Gouveia e Melo vai enriquecer o espaço político e vem ajudar os partidos (…) moderados a poderem ter mais força no mundo”, justificou. Neste seguimento, relembrou ainda que é “apenas um militante livre, que gosta muito do seu partido, mas que gosta muito do seu país”. “O país está sempre à frente de qualquer circunstância pessoal”, assegurou. Sobre o nome de Luís Marques Mendes foi mais além e disse que esta foi uma decisão “fabricada” pela direção do PSD. “Eu acho que não é uma boa escolha. Eu gostaria muito que o Partido Social Democrata pudesse apoiar o antigo almirante à presidência da República. Acho que era a escolha certa”, insistiu. Questionado ainda pela sua saída da presidência da concelhia do PSD-Aveiro e por um possível regresso à vida política, Simão Santana reafirmou que “não” abandonou a política. “Eu simplesmente saí da minha posição de presidente do PSD porque achei que não fui bem tratado, nem tido em conta (…) num momento da decisão que me diria absolutamente respeito. Portanto, eu não saí da vida política ativa, continuo como conselheiro nacional. E enquanto achar que sou útil ao PSD cá continuarei”, assegurou.
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Trabalhadores de museus e monumentos nacionais em greve esta terça-feira
A convocação foi feita na altura da Páscoa, com prazo até 31 de dezembro deste ano, para exigir a valorização do trabalho prestado em dias feriados e também do trabalho suplementar, que os trabalhadores consideram ser insuficientemente pagas. Contactado pela agência Lusa, Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, indicou que “até ao momento não houve qualquer resposta da tutela", o anterior Ministério da Cultura - e agora Ministério da Juventude e Desporto -, às reivindicações destes trabalhadores. “Nos feriados anteriores houve forte adesão à greve e muitos dos mais importantes equipamentos culturais tiveram de encerrar”, disse Orlando Almeida, acrescentando que os sindicados vão renovar o pedido de reunião com a nova ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes. Em abril, o dirigente sindical tinha indicado à Lusa que a federação se tinha reunido em março com a anterior ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e com a administração da Museus e Monumentos de Portugal: “Não houve nem abertura para negociar, nem uma proposta sequer” por parte da tutela. “Não houve rigorosamente nada. Estamos abertos a que se possa negociar, mas com algo de concreto”, acrescentou, na altura, o sindicalista. Segundo Orlando Almeida, os trabalhadores dos museus, monumentos e sítios arqueológicos de tutela pública recebem, em dias de feriado, cerca de 15 a 20 euros, o que representa “metade de um dia normal”, e são-lhes pagas apenas até duas horas suplementares, embora por vezes tenham de trabalhar mais do que esse tempo no total. “Há anos que este problema se arrasta, sem que os sucessivos governos tenham tomado uma decisão no sentido de valorizar o trabalho prestado em dias feriados nos museus, monumentos e sítios classificados”, criticou, por outro lado, a federação, em comunicado. Nos 38 museus, monumentos e palácios nacionais geridos pela Museus e Monumentos de Portugal, entre os quais o Palácio Nacional de Mafra, o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, em Lisboa, e o Convento de Cristo, em Tomar, trabalham atualmente cerca de mil funcionários, estimou Orlando Almeida. A agência Lusa contactou por correio eletrónico a Museus e Monumentos de Portugal sobre a greve e a possibilidade de abertura de negociações com trabalhadores, no início da semana, e a entidade respondeu, através da direção de comunicação: “Nesta fase, não temos comentários adicionais a fazer.” Em 2023, os 38 equipamentos da Museus e Monumentos de Portugal receberam mais de cinco milhões de visitantes.
Autárquicas: Sofia Inês Creoulo é a candidata do PS à Junta de Freguesia de São Salvador
Numa nota enviada à Ria, a concelhia do PS de Ílhavo justifica a escolha de Sofia Creoulo por ser uma “mulher de causas, de proximidade e de ação, que valoriza o diálogo, a escuta ativa e o trabalho em equipa”. “A sua candidatura representa uma nova energia e uma nova forma de estar na política local — com sensibilidade, profissionalismo e dedicação total à comunidade”, defende. Sofia Inês Creoulo aponta que quer ser “uma presidente acessível, presente e capaz de transformar desafios em oportunidades para todos”. Segundo a nota, Sofia Inês Creoulo nasceu em São Salvador. É licenciada em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo pela Universidade da Beira Interior e, atualmente, frequenta o curso de Terapia da Fala. A candidata “alia o conhecimento técnico à sensibilidade social. Possui uma vasta experiência na coordenação de projetos comunitários, no empreendedorismo social e na promoção de iniciativas culturais e de integração, essencialmente a nível local, mas também com relevância a nível internacional”, lê-se. A concelhia destaca ainda o seu percurso no mundo do voluntariado “em projetos educativos em Cabo Verde” e enquanto promotora em projetos de empreendedorismo comunitário e sustentável como o “Aveiro Delicious” e o “Kukia-Wavy Colour”. Foi também fundadora e vice-presidente da Associação Intercultural e Intergeracional Aiido_Moitinhos e consultora da UNICEF em Angola, na elaboração de planos de reintegração de crianças e jovens.
Autárquicas: Maria Manuel Cruz avança como independente em Espinho para eliminar “velhos hábitos”
Maria Manuel Cruz tomou posse como chefe do Executivo da referida autarquia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto em janeiro de 2023, então como autarca socialista, na sequência da renúncia de Miguel Reis ao cargo após a sua detenção no âmbito do caso policial Vórtex. Em fevereiro de 2025, contudo, o PS nacional optou por propor Luís Canelas, número 2 do mesmo executivo, como o cabeça de lista dos socialistas, após o que Maria Manuel Cruz lhe retirou a confiança política e os respetivos pelouros, e se desvinculou da militância no partido. A candidatura independente da autarca que antes trabalhou 40 anos na escola pública como professora de Física e Química diz-se, por isso, “determinada em afirmar uma nova etapa política no concelho, livre de amarras partidárias e centrada nas pessoas, no território e no futuro de Espinho”. Em nota à Lusa, Maria Manuel Cruz declara que, até aqui, a sua prioridade foi “a reorganização interna da autarquia, o reequilíbrio financeiro e o encerramento de dossiês críticos herdados de gestões anteriores”, uma vez que, quando assumiu funções, “a cidade estava à beira do colapso institucional, com serviços paralisados, funcionários sob investigação, processos judiciais em curso e um vazio de liderança que ameaçava a própria funcionalidade da câmara”. “Ninguém estava preparado para o que encontrámos”, realça. “Mas segurámos o barco, reorganizámos os serviços, recuperámos a confiança da comunidade e colocámos Espinho novamente no rumo certo (…) enquanto outros optaram pelo ruído e pela guerrilha partidária”, acrescenta. Quanto às avaliações negativas, antecipa-as. “A quem critica o estado das estradas, dos passeios ou da limpeza urbana, quero dizer com toda a frontalidade: têm razão. Mas tínhamos de começar pela base e estabilizar a câmara municipal primeiro. Agora, com projetos aprovados, fundos garantidos e obras preparadas, estamos prontos para transformar”, explica. Avançando como independente, porque “Espinho não pode ficar refém de interesses partidários nem de ambições pessoais disfarçadas de projetos coletivos”, Maria Manuel Cruz defende que o seu projeto é, por um lado, “uma proposta de rutura com os velhos hábitos da política local” e, por outro, “uma continuação natural do trabalho iniciado, agora com a liberdade de quem responde apenas perante os cidadãos”. A atual presidente da autarquia ainda não começou a recolha das assinaturas necessárias para validar judicialmente a sua candidatura, mas diz contar com “cidadãos de diferentes sensibilidades políticas e sociais, personalidades independentes, técnicos, profissionais e membros da sociedade civil”, sendo que desse apoio resultarão listas de candidatos não apenas à câmara, mas também à Assembleia Municipal e àquelas que serão cinco juntas de freguesia após a dissolução em curso da União de Anta e Guetim. As metas para os quatro anos de governação que terá pela frente em caso de vitória já estão identificadas: são elas “a execução dos projetos financiados e já em curso nas áreas da habitação, saúde, escolas, equipamentos desportivos e culturais, e requalificação urbana; a resolução de problemas do quotidiano que afetam diretamente a qualidade de vida, como a rede viária, limpeza urbana, sinalética e passeios [para peões]; a promoção de políticas de coesão social, juventude, envelhecimento ativo, cultura e identidade local; e a consolidação de uma cultura institucional baseada na transparência, no planeamento e na escuta ativa dos cidadãos”. Além de Maria Manuel Cruz a título independente, outros cabeças de lista já anunciados para as eleições autárquicas previstas para setembro ou outubro no referido concelho de 21,4 quilómetros quadrados e 33.000 habitantes são Pilar Gomes da CDU, Luís Canelas do PS e Ricardo Sousa do PSD. Depois de indicado pela nacionjal, Luís Canelas foi votado como cabeça de lista pela estrutura local do PS, mas aguarda decisão do conselho de jurisdição nacional do partido quanto à validade burocrática da votação do seu nome. Situação idêntica enfrenta também Ricardo Sousa, que, embora proposto para a Câmara pela concelhia do PSD, não teve o apoio da estrutura nacional do partido.
Festival AgitÁgueda teve impacto económico de 8 milhões de euros segundo estudo da autarquia
Durante 23 dias, em 2024, Águeda recebeu mais de 940 mil visitantes de Portugal e de 61 países, que se deslocaram para assistir ou participar no AgitÁgueda, que contou com mais de 30 espetáculos, em que participaram cerca de 1.500 artistas e grupos, apurou o estudo referido em nota de imprensa da câmara. Espanha foi o país com maior número de visitantes internacionais. Seguiram-se os Estados Unidos, França e Alemanha. “O impacto económico direto de oito milhões de euros foi notável para a economia local, sendo as áreas que mais beneficiaram a restauração, o comércio, os transportes e o alojamento”, considera o autarca, destacando que o AgitÁgueda é um evento que "ultrapassa fronteiras", posicionando Águeda como “uma referência nacional e internacional em cultura, inovação e sustentabilidade”. Edson Santos frisou que os números "refletem um trabalho sério, estruturado e comprometido, sendo o AgitÁgueda um festival "feito por todos e para todos, multicultural e multifacetado”. “É um festival que envolve centenas de voluntários e diversas instituições, promove a inclusão, dinamiza o comércio local e contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas”, disse. O estudo revela também que o festival “teve mais de 72 milhões de impressões nos media e redes sociais”, sendo a Espanha, os Estados Unidos, a Índia e o Brasil os países com destaque em publicações. Edson Santos promete “muitas surpresas” para a edição do AgitÁgueda de 2025, que vai decorrer de 05 a 27 de julho, e para a qual já foram anunciados nomes como Daniela Mercury, ProfJam e Diogo Piçarra.