RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Bruno Ferreira é o candidato do PS à União das Freguesias de Glória e Vera Cruz

É mais um volte-face que promete marcar estas eleições autárquicas no Município de Aveiro. Tal como a Ria já tinha noticiado, surge agora a confirmação oficial: Bruno Ferreira, atual tesoureiro da Junta de Freguesia de Glória e Vera Cruz, presidida pelo histórico autarca Fernando Marques, será o candidato pelo Partido Socialista (PS) a esta freguesia. Bruno Ferreira integrará as listas do PS como independente, exatamente a mesma condição com que tinha integrado as listas da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM) nas últimas eleições autárquicas.

Bruno Ferreira é o candidato do PS à União das Freguesias de Glória e Vera Cruz
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
15 abr 2025, 13:46

Numa nota enviada à Ria, Bruno Ferreira começa por recordar o convite que lhe foi dirigido, em 2021, por Fernando Marques, atual presidente da Junta de Freguesia, eleito pela coligação ‘Aliança com Aveiro’, com quem mantém boa relação. Bruno relembra que, na altura, aceitou o desafio, integrando a lista como independente, por “divergências e desacordo com o PS” e por não concordar com a opção de criação de uma “coligação com o PAN”, assim como com a escolha do “candidato [do PS] a cabeça de lista” da referida Junta de Freguesia. Apesar disso, Bruno Ferreira quis deixar claro: “nunca deixei de ser um social-democrata e em consciência com uma matriz na qual, em minha opinião, o Partido Socialista se insere”.

Com a proximidade das eleições autárquicas, “depois de ponderados diversos fatores e tendo em conta as circunstâncias e a forma como tem sido conduzida a candidatura à sucessão na liderança desta autarquia”, Bruno Ferreira anuncia que vai avançar como candidato a presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, desta vez integrando as listas do PS, mas mantendo na mesma a condição de independente.

Justifica a sua decisão pela “experiência adquirida durante este mandato para o qual fui eleito na condição de independente, na qualidade de elemento do Executivo e com a incumbência de pelouros de grande responsabilidade, aos quais dediquei toda a minha disponibilidade e empenho”. Recorda também na nota o “manifesto apoio e incentivo” que tem recebido de “inúmeras pessoas, entidades e associações das diversas áreas da nossa comunidade, salientando com reconhecido agrado o apoio confirmado da concelhia do Partido Socialista”.

Bruno Ferreira garante ainda que com “redobrada esperança” continuará, “num futuro próximo”, “com total empenho e disponibilidade, na prossecução de objetivos e soluções, tendentes a um melhor e mais amplo serviço público”.

Contactada pela Ria, Paula Urbano Antunes, presidente da concelhia do PS-Aveiro exprimiu que, na sua opinião, o atual tesoureiro da Junta de Freguesia já deveria ter sido o candidato pelo PS “há quatro anos”, por todo “o seu percurso pessoal e profissional, mas também pela notoriedade e credibilidade que tem junto dos fregueses nesta União de Freguesias”. “Foi militante em tempos do PS, integrou a lista da ‘Aliança com Aveiro’, na altura, por não se identificar com a coligação do PS/PAN, mas também por não estar de acordo com a escolha que o Partido Socialista fez para liderar essa candidatura na União de Freguesias. (…) É de facto um excelente candidato e acreditamos que com ele é possível ganhar na União das Freguesias de Glória e Vera Cruz”, vincou.

Paula Urbano Antunes mostrou-se confiante quanto a uma possível vitória de Bruno Ferreira. “Estamos a falar de uma pessoa que, em determinada circunstância, considerou que tinha um contributo a dar à sua freguesia e, francamente, acho que sim - que deu um contributo, nestes últimos quatro anos, e que continuará a dar”, reforçou a presidente do PS-Aveiro.

Questionada pela Ria sobre o facto de Bruno Ferreira integrar atualmente um Executivo de uma coligação entre PSD/CDS/PPM, Paula Urbano Antunes quis deixar claro que não vê “qualquer constrangimento”. “Não é uma pessoa que desconheçamos. É uma pessoa que vem do PS. Foi sendo militante há alguns anos e o PSD não é um partido que esteja assim tão longe do PS em termos de matriz ideológica”, continuou a presidente socialista.

Recorde-se que o atual presidente da Junta da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, Fernando Marques, é um histórico autarca do Município de Aveiro e não se poderá recandidatar por ter atingindo o limite de mandatos possíveis. Neste momento, tal como a Ria noticiou, Fernando Marques, filho do atual presidente, e Gonçalo Carvalho, ex-presidente da Associação de Andebol de Aveiro já mostraram disponibilidade para serem os candidatos de Luís Souto e da ‘Aliança Mais Aveiro’ nas próximas eleições autárquicas.

Fontes próximas da candidatura da ‘Aliança Mais Aveiro’ afirmam que a escolha de Fernando Marques como candidato a presidente da Junta de Freguesia não está em cima da mesa para Luís Souto. Confirmando-se esta informação, falta saber se a opção irá recair sobre Gonçalo Carvalho ou se, por outro lado, será anunciado um candidato fora desta equação.

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Em declarações à Ria, fonte da Aveirobus confirmou que o ferry se encontra novamente “inoperacional”, esta terça-feira, devido a uma avaria. “O ferry está inoperacional e não conseguimos dar a indicação de quando está previsto a retoma do mesmo”, afirmou, não adiantando os motivos da interrupção. Os serviços estão, neste momento, a ser assegurados pela lancha que não efetua “travessia de viaturas”, conforme se lê no site da AveiroBus, esta terça-feira.  Contactada pela Ria, Cristina Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de São Jacinto, disse também estar a par da avaria. “O conhecimento que eu tenho da avaria do ferry é exatamente o mesmo que a população”, realçou. Segundo a mesma, a Junta não recebeu, até ao momento, “qualquer tipo de informação oficial” sobre o motivo da avaria. “Estamos a criar diligências para que a comunicação entre a Junta, a Câmara e a empresa de transporte resultem, no futuro, num melhor resultado”, vincou. Recorde-se que já no passado dia 9 de novembro, o ‘Salicórnia’ tinha registado uma outra avaria. Perante esta nova paralisação, a presidente da Junta voltou a alertar para os “transtornos” causados à população. “As pessoas precisam, efetivamente, do ferry para aceder aos serviços básicos. Temos a lancha que substitui, o que já é muito bom, mas não é a solução ideal. Se temos um ferry ao serviço da população, em São Jacinto, é porque precisamos”, reforçou.

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Organizada pelo Associação de Natação Centro Norte de Portugal, a competição reuniu nas Piscinas Municipais de Estarreja 175 atletas oriundos de 37 clubes. A equipa mais numerosa foi mesmo a do Galitos/Bresimar, que se fez representar por 12 atletas, Com 32 medalhas, os aveirenses foram aqueles que mais distinções acumularam ao longo da prova. Para além dos 13 ouros, das 16 pratas e dos três bronzes, somam-se ainda três recordes nacionais e dez recordes regionais. A representar o Galitos/Bresimar estiveram Tomás Branco, Miguel Fernandes, Leonor Jesus, Leonor Mendes, Zoe Nunes, Xavier Pereira, Raquel Ré, Carolina Taveira, Francisco Vale, Santiago Valente, Sofia Vasconcelos e Daniel Volkov. A equipa foi orientada pelo treinador André Brito e pelos diretores Paulo Gomes Rodrigues e Paulo Rodrigues.

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É já a partir desta sexta-feira, 12 de dezembro, que a editora VIC NIC apresenta a estreia do ciclo IN LOCO. Arya (PT), Combray (ES), KØMMEN (IT), Lorenzo Donato (IT), MEMA. (PT), Miguel Torga (PT) e RENT (AT) são os artistas escolhidos para os três dias de “trabalho imersivo” no espaço da VIC Aveiro Arts House. De acordo com a nota, o primeiro dia será dedicado ao “brainstorming e à criação colaborativa em dois grupos”, sendo os dois dias seguintes abertos com atividades para o público em geral. No dia 13 de dezembro, pelas 13h30, decorrerão “sete sessões de 30 minutos” [de masterclasses] dedicadas a “práticas de performance ao vivo em música eletrónica, incluindo processos criativos, técnicas, dispositivos, improvisação e metodologias de palco”.  A inscrição para as sessões tem o custo de dez euros e inclui o bilhete para os espetáculos do dia seguinte. A mesma pode ser feita aqui.  Já no domingo, 14 de dezembro, pelas 17h30, decorrerão “concertos colaborativos” com “duas performances resultantes da micro-residência desenvolvida, apresentadas pela primeira vez na VIC”. A entrada tem o custo de cinco euros e é gratuita para os participantes das masterclasses. A VIC NIC adianta ainda que a “totalidade das atividades públicas será gravada com câmaras 360º para posterior disponibilização em formato VR (realidade virtual)”. O ciclo “IN LOCO” integra-se no projeto de cooperação internacional AMP — Adventurous Music Plateaux, coordenado pela organização polaca Plateaux Foundation e desenvolvido em colaboração com parceiros de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Áustria e Islândia, com o apoio da Comissão Europeia através do programa Europa Criativa. Os sete artistas resultam das parcerias estabelecidas com outras organizações europeias, como a HUM! (Sevilha), Sintetica (Turim), Sonic Territories (Viena) e Stansa (Barcelona). No comunicado, a organização refere também que este programa pretende dar continuidade ao trabalho que a VIC NIC “tem vindo a desenvolver de forma sustentada nos domínios da capacitação artística, da música eletrónica e da experimentação”.

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No relatório anual estatístico de Cultura de 2024, o INE explica que os dados em relação ao mercado livreiro são provisórios, mas demonstram que os 11.615 livros editados representam o segundo valor mais baixo em cinco anos. O INE faz uma comparação do mercado livreiro entre 2020 e 2024, indicando que em 2020, ano marcado pela pandemia da covid-19, foram editados 10.279 livros. Nos anos seguintes, o número de livros impressos foi subindo gradualmente - 12.302 livros em 2021, 13.157 em 2022 e 13.557 em 2023 -, registando-se no ano passado 11.615 obras impressas. Estes dados têm por base a atribuição do número de depósito legal, da Biblioteca Nacional de Portugal. Do total de livros impressos editados no ano passado, 87% foram primeiras edições e os restantes 13% reedições. Em Portugal, a literatura dominou a tipologia de livros editados em 2024 (67,4%), seguindo-se as denominadas “obras de referência”, como dicionários e enciclopédias (4,9%), e os manuais escolares (4,1%). Em 2024, publicaram-se obras de 9.484 autores, o que representa uma diminuição de 6,5% face ao ano anterior. Os livros foram o terceiro bem cultural mais exportado por Portugal em 2024, representando 7,3% do total de exportações. Segundo o INE, as exportações de bens culturais atingiram 244,8 milhões de euros em 2024, com um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior, e os livros foram o terceiro produto mais exportado (7,3%), logo a seguir aos artigos de joalharia (39,2%) e aos bens de artesanato (36,8% do total). Quando às importações, o valor total atingiu 513,7 milhões de euros, numa ligeira diminuição de 0,8% face a 2023. Nesta área, os bens culturais mais importados foram os artigos de joalharia (34,3% do total), os livros (15,8%) e os “bens de audiovisual e média interativa” (13,3%).

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“Durante a madrugada, tivemos vento do quadrante sudoeste, conjugado com a maré vazante e a chuva inundou de água o moliceiro que naufragou”, disse à Lusa Paulo Ramalheira, presidente do CVCN. O responsável referiu ainda que a embarcação, que pertence a um particular, estava temporariamente atracada no porto de abrigo do CVCN. Paulo Ramalheira explicou que, neste momento, o moliceiro “encontra-se completamente debaixo de água”, mas, aparentemente, não tem danos estruturais. Os responsáveis do CVCN vão durante a maré enchente, da parte da tarde, tentar retirar o moliceiro, que, entretanto, se encaixou entre o fundo e o pontão quebra-mar, e colocar a embarcação a flutuar. Este acidente ocorreu no dia em que a UNESCO anunciou a inscrição do barco Moliceiro na Lista de Património Imaterial em Necessidade de Salvaguarda Urgente daquele organismo. A arte da carpintaria naval da região de Aveiro, traduzida nos barcos moliceiros, foi hoje inscrita na lista de património imaterial em necessidade de salvaguarda urgente da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. A decisão foi tomada durante a 20.ª sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, a decorrer até sábado em Nova Deli, na Índia.

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