RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Cidade

SC Beira-Mar: Direção espera apresentar um novo investidor aos sócios até final de setembro

Na sequência da Assembleia Geral que decorreu ontem, Nuno Quintaneiro, presidente da direção do Sport Clube Beira-Mar (SC Beira-Mar), revelou a intenção de apresentar um novo projeto de constituição de uma Sociedade Desportiva por Quotas (SDQ) até ao final do verão, visando garantir a sustentabilidade financeira do clube. Apesar de os pressupostos para a criação da SDQ se manterem, o dirigente reconheceu que a pressão financeira se agravou, num contexto marcado pela aprovação de um segundo orçamento consecutivo com saldo negativo - desta vez superior a 170 mil euros.

SC Beira-Mar: Direção espera apresentar um novo investidor aos sócios até final de setembro
GP

Gonçalo Pina

31 jul 2025, 17:02

Aprovado o orçamento para a época 2025/2026, que prevê um prejuízo superior a 170 mil euros, o SC Beira-Mar vê-se agora numa posição ainda mais fragilizada. Na Assembleia Geral desta quarta-feira, o presidente da direção Nuno Quintaneiro voltou a referir que é “preciso investimento para gerar a receita que o clube não consegue gerar por si próprio”. Lembre-se que os auri-negros estiveram perto de constituir uma sociedade desportiva com o parceiro Breno Dias Silva, mas acabaram por perder confiança no investidor e decidiram recuar.

De volta à busca por um parceiro, o presidente da direção explica que “voltou à fase de ouvir todos”. A discussão tida até à data já deixa o processo mais adiantado, afirma Nuno Quintaneiro, que nota que a proposta aprovada pelos sócios em Assembleia Geral já pode ser usada para filtrar quem não se identifique com o caminho escolhido pelos beiramarenses.

Ainda sem nenhuma garantia, o responsável do SC Beira-Mar conta à Ria que espera poder trazer uma nova proposta aos sócios até ao final do verão. Quintaneiro acredita que no momento da votação do Relatório de Atividades e Contas relativos à temporada 2024/2025 - que, de acordo com os estatutos do clube, deve ser apresentado até 30 de setembro - já deve ter algo para apresentar.

Relativamente ao novo processo negocial com os investidores interessados, Nuno Quintaneiro assume que se mantêm os pressupostos para a constituição da sociedade desportiva aprovados pelos sócios em Assembleia Geral. No entanto, não nega que a aprovação de um segundo orçamento consecutivo de saldo negativo faz o clube ficar ainda mais apertado.

Beira-Mar quer restituir a Breno Dias Silva cerca de 300 mil euros que o empresário já tinha investido

Pela primeira vez, Nuno Quintaneiro falou ainda abertamente sobre a queda do negócio que o clube ia firmar com o empresário. O dirigente explica que, ao longo dos meses em que trabalhou com o empresário brasileiro, a direção foi-se apercebendo de que o investidor “não tinha o perfil certo”: “É preciso perceber a indústria do futebol para ser rentável, é preciso ter responsabilidade. Percebemos que o Breno não estava preparado para as exigências que um clube como este exige. É preciso ter uma lisura à prova de bala”.

Durante a intervenção em Assembleia Geral, o presidente lembrou que, no investimento a ser feito no clube, se juntavam a Breno Dias Silva um conjunto de parceiros que têm “um projeto com vista à aceleração de empresas e na área das tecnologias de inovação na região de Aveiro”. Se estas empresas “mereciam a maior credibilidade” ao Beira-Mar, o facto de Breno ter sido afastado dessa rede acabou por dificultar o negócio. Nuno Quintaneiro reconhece que o empresário não agiu de má-fé e que, embora de forma “atabalhoada”, tentou cumprir com aquilo que estava acordado com o SC Beira-Mar, embora, segundo o presidente, não o tenha conseguido fazer na totalidade ou nos prazos pré-definidos.

Até ao momento em que o SC Beira-Mar decidiu desistir do acordo, o investidor já tinha efetuado um pagamento de cerca de 300 mil euros, conforme afirmou o presidente do clube. Segundo a direção, o clube não está legalmente obrigado a devolver esse montante, mas Nuno Quintaneiro assegura que tudo será restituído “ao cêntimo”. Para os dirigentes, não proceder ao reembolso “não seria ético” e transmitiria uma imagem de “gangsters” por parte dos responsáveis do clube auri-negro.

Ainda sem ter chegado a acordo sobre o valor definitivo, o clube quer “ter a casa arrumada” quando chegar um novo investidor e, portanto, pretende pagar o mais rapidamente possível. De acordo com o presidente do Beira-Mar, a verba já terá sido utilizada para abater o passivo do clube e ajudar a financiar a parte final da temporada transata.

Recomendações

Catarina Barreto afirma que oposição garantiu aprovação do executivo após reunião negocial
Cidade

Catarina Barreto afirma que oposição garantiu aprovação do executivo após reunião negocial

A sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos de Aradas estava marcada para as 21h00. O Salão Nobre Manuel Simões Madaíl foi o local escolhido para o evento, mas, ainda antes da hora marcada, já se percebia que o espaço seria pequeno para acolher as dezenas de pessoas que quiseram assistir ao momento. Muitas acabaram mesmo por ficar de pé. Entre os presentes destacavam-se, entre outros, Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, e Diogo Machado, vereador eleito pelo Chega na Câmara Municipal de Aveiro. À chegada ao salão, Catarina Barreto começou por exigir aos vários elementos da oposição - Movimento Sentir Aradas, Partido Socialista (PS) e Chega - que se encontravam sentados na fila da frente, que se posicionassem de acordo com a ordem determinada pelo tribunal. Concluído esse processo, a sessão teve início cerca de oito minutos depois da hora prevista. Seguiu-se a instalação da Assembleia de Freguesia, com a tomada de posse dos diferentes eleitos. Catarina Barreto passou então a presidir à primeira reunião da Assembleia de Freguesia, destinada à instalação dos órgãos autárquicos. “Desejo que este ato decorra com urbanidade e humildade democrática na sequência também das reuniões que foram assim havidas”, vincou a presidente. A verdade é que a primeira reunião demoraria apenas cerca de 30 minutos. Tal como anteriormente avançado pela Ria, Catarina Barreto optou por submeter à votação o primeiro vogal do futuro executivo através de votação nominal, em vez de votação em lista. A proposta acabou por ser reprovada pelos membros da Assembleia, com sete votos contra e seis a favor, e os trabalhos foram imediatamente suspensos pela presidente de Junta. No seguimento, a autarca alertou os presentes de que a Junta se manteria em gestão com o órgão executivo em funções e que seria agendada uma nova Assembleia de Freguesia, embora sem adiantar uma data. Mesmo depois de ter comunicado a suspensão dos trabalhos, restando apenas a assinatura da ata final, o número de pessoas presentes manteve-se praticamente inalterado até Catarina Barreto encerrar a sessão. Antes disso, Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento ‘Sentir Aradas’, pediu à presidente para intervir e fazer uma declaração de voto, ao que esta respondeu que o fizesse por escrito. Perante a resposta, um dos cidadãos presentes comentou, em tom baixo, com outro: “Isto é uma vergonha”. Questionada no final pela Ria, sobre a suspensão dos trabalhos, Catarina Barreto explicou que teve uma reunião com a oposição, “na passada quarta-feira”, e que foi acordado aprovar a “composição” que tinha indicado. “A maioria do acordo não contemplava nada do que foi falado. A reunião iniciou-se às 17h30 e durou até às 19h30”, contou. Recorde-se que, tal como noticiado, a oposição em Aradas estava disponível para aprovar um executivo integralmente constituído por elementos da coligação ‘Aliança com Aveiro’, tendo proposto um conjunto de condições, com destaque para a realização de uma auditoria financeira independente, o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal e a reintegração das duas funcionárias, alegadamente vítimas de assédio laboral, nas anteriores funções e local de trabalho. Ainda sobre a reunião de negociação do “acordo de entendimento” que decorreu na passada quarta-feira, 22 de outubro, a presidente de Junta assegurou que em “momento algum foi utilizada a palavra auditoria” e que “em momento algum iríamos reconhecer o quer que seja quanto à questão das trabalhadoras”. “Até porque a questão das trabalhadoras é uma questão, como foi explicado, que está a ser devidamente investigada pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF), e, portanto, teria oportunamente que aguardar o seu desenlace”, disse. “Eu disponibilizei-me até, inclusivamente, a mostrar todos os documentos que tínhamos quanto à IGF. (…) Foi de comum acordo que não seria dado nenhum desenlace à questão das trabalhadoras”, continuou. Relativamente à auditoria, Catarina Barreto assegurou que só soube esta quinta-feira, 23 de outubro, da exigência. “Ficou acordado que eles redigiriam o documento escrito e que me enviariam até ao final da manhã. O email chegou eram 17h15 [de quinta-feira]. Não foi enviado para o meu email pessoal, foi enviado para os serviços da secretaria da Junta. Quando eu tive conhecimento do mesmo, de imediato, iniciei a redação do email em que narrei todas as questões que foram abordadas e que não estão contempladas”, referiu. Segundo a presidente, o acordo “preconizava só obrigações para o órgão executivo e obrigações que não podem”. “O projeto votado foi o projeto da ‘Aliança com Aveiro’. (…) Como é que uma reunião que decorre com líderes partidários para definir a composição dos órgãos não consta nenhuma referência a essa mesma composição?”, questionou, dando nota que a oposição, “em vez de responder ao meu email, comunicaram à comunicação social. Isto não é de todo [correto]…. O email devia ter tido uma resposta”, exprimiu. Entretanto, a Ria já teve acesso ao email que Catarina Barreto remeteu para a oposição esta quinta-feira, pelas 19h23, onde criticou a alegada mudança de posição da oposição e propôs uma “revisão integral do acordo e das suas cláusulas”, manifestando “disponibilidade para firmar o acordo que espelhe o que foi discutido e acordado em sede da reunião, nos moldes e termos nela analisados e por todos aceites”. No fim, interpelada ainda se estaria disponível para assinar o acordo, no caso da oposição manter as condições, nomeadamente a realização de uma auditoria, a presidente de Junta respondeu prontamente: “A postura da ‘Aliança com Aveiro’ mantém-se”. “A ‘Aliança com Aveiro’ está disponível, dentro do que foi conversado e acordado, em sede de reunião de líderes. (…) Não é uma questão de estar disponível ou não para a auditoria. A Junta de Freguesia de Aradas foi fiscalizada por várias entidades… Aliás, eu não percebo como é que uma das condições do acordo era contratarmos uma auditoria escolhida por eles. Como é que em termos de procedimentos administrativos eles podem indicar a contratação da empresa que nós teríamos. A ser uma auditoria teria de ser lançado um concurso como todos sabemos… Portanto, não me parece viável eles indicarem uma empresa à escolha deles para a Junta de Freguesia suportar”, atentou. A Ria consultou o “acordo de entendimento” disponibilizado pela própria presidente de Junta de Aradas, onde a oposição fala que “deverá ser efetuada consulta ao mercado, podendo as entidades a serem consultadas serem sugeridas por qualquer um dos signatários do presente acordo”.

Executivo em Aradas reprovado: e agora? A Ria explica-lhe o que se segue
Cidade

Executivo em Aradas reprovado: e agora? A Ria explica-lhe o que se segue

Não. Segundo a ANAFRE, o princípio da continuidade do mandato (artigo 80.º da Lei n.º 169/99, na redação da Lei n.º 5-A/2002) determina que os titulares dos órgãos autárquicos mantêm-se em funções até serem legalmente substituídos. Isto significa que o anterior executivo - ainda que cessante - continua em funções até que um novo seja aprovado e tome posse, evitando qualquer vazio de poder na gestão local. De acordo com a ANAFRE, a proposta dos vogais é apresentada pela presidente da Junta à Assembleia de Freguesia, que vota de forma secreta. Se a proposta for rejeitada, “cria-se uma situação de bloqueio e a consequente paralisação da atividade dos dois órgãos da freguesia”. Nessa situação, a presidente deve reformular a proposta e apresentá-la novamente, podendo este processo repetir-se “até esgotadas todas as possibilidades”, esclarece a ANAFRE. A lei não prevê uma dissolução automática nem eleições intercalares imediatas por causa da não aprovação dos vogais do executivo. Enquanto não houver novo executivo, mantém-se o anterior em funções, em gestão corrente, até que uma nova proposta seja aprovada pela Assembleia de Freguesia. Se o impasse persistir, o que poderá provocar eleições é a renúncia dos eleitos e a verificação da falta de quórum no órgão (note-se que, por exemplo, foi por esse motivo que foram convocadas eleições intercalares em São Jacinto, em 2022). Neste período os órgãos das autarquias locais e os seus titulares, no âmbito das respetivas competências, sem prejuízo da prática de atos correntes e inadiáveis, ficam impedidos de deliberar ou decidir em relação às seguintes matérias: “Contratação de empréstimos; Fixação de taxas, tarifas e preços; Aquisição, alienação ou oneração de bens imóveis; Posturas e regulamentos; Quadros de pessoal; Contratação de pessoal; Criação e reorganização de serviços; Nomeação de pessoal dirigente; Nomeação ou exoneração de membros de conselhos de administração dos serviços municipalizados e das empresas municipais; Remuneração dos membros do conselho de administração dos serviços municipalizados; Participação e representação da autarquia em associações, fundações, empresas ou quaisquer outras entidades públicas ou privadas; Municipalização de serviços e criação de fundações e empresas; Cooperação e apoio a entidades públicas ou privadas e apoio a atividades correntes e tradicionais; Concessão de obras e serviços públicos; Adjudicação de obras públicas e de aquisição de bens e serviços; Aprovação e licenciamento de obras particulares e loteamentos; Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequados, no apoio a atividades de interesse da freguesia de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra; Afetação ou desafetação de bens do domínio público municipal; Deliberar sobre a criação dos conselhos municipais; Autorizar os conselhos de administração dos serviços municipalizados a deliberar sobre a concessão de apoio financeiros, ou outro, a instituições legalmente constituídas; Aprovar os projetos, programas de concurso, caderno de encargos e adjudicação”.

Partido Socialista aprova executivo de Rui Cordeiro na Junta de Esgueira
Cidade

Partido Socialista aprova executivo de Rui Cordeiro na Junta de Esgueira

A proposta teve apenas dois votos contra. [EM ATUALIZAÇÃO]

Primeiro vogal para executivo de Aradas chumbado e Catarina Barreto suspende trabalhos
Cidade

Primeiro vogal para executivo de Aradas chumbado e Catarina Barreto suspende trabalhos

Logo após o chumbo do nome apresentado, Catarina Barreto suspendeu de imediato os trabalhos, sem permitir intervenções por parte dos eleitos da oposição. A decisão surpreendeu os restantes membros da Assembleia, que aguardavam a possibilidade de intervir antes de dar seguimento ao processo. A reunião ficará assim adiada, mantendo-se em aberto a definição do executivo que irá liderar a freguesia nos próximos anos. Segundo a oposição, Catarina Barreto recusou assinar o "acordo de entendimento" que previa a realização de uma auditoria financeira e gestão aos mandatos 2017-2021 e 2021-2025, a disponibilização de todos os documentos que constam da sentença do Tribunal de Aveiro e que resultou na apresentação de um recurso por parte da Junta de Freguesia e o regresso das funcionárias da Junta que alegam serem vítimas de assédio laboral aos seus anteriores local de trabalho e funções. [EM ATUALIZAÇÃO]

Últimas

Catarina Barreto afirma que oposição garantiu aprovação do executivo após reunião negocial
Cidade

Catarina Barreto afirma que oposição garantiu aprovação do executivo após reunião negocial

A sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos de Aradas estava marcada para as 21h00. O Salão Nobre Manuel Simões Madaíl foi o local escolhido para o evento, mas, ainda antes da hora marcada, já se percebia que o espaço seria pequeno para acolher as dezenas de pessoas que quiseram assistir ao momento. Muitas acabaram mesmo por ficar de pé. Entre os presentes destacavam-se, entre outros, Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, e Diogo Machado, vereador eleito pelo Chega na Câmara Municipal de Aveiro. À chegada ao salão, Catarina Barreto começou por exigir aos vários elementos da oposição - Movimento Sentir Aradas, Partido Socialista (PS) e Chega - que se encontravam sentados na fila da frente, que se posicionassem de acordo com a ordem determinada pelo tribunal. Concluído esse processo, a sessão teve início cerca de oito minutos depois da hora prevista. Seguiu-se a instalação da Assembleia de Freguesia, com a tomada de posse dos diferentes eleitos. Catarina Barreto passou então a presidir à primeira reunião da Assembleia de Freguesia, destinada à instalação dos órgãos autárquicos. “Desejo que este ato decorra com urbanidade e humildade democrática na sequência também das reuniões que foram assim havidas”, vincou a presidente. A verdade é que a primeira reunião demoraria apenas cerca de 30 minutos. Tal como anteriormente avançado pela Ria, Catarina Barreto optou por submeter à votação o primeiro vogal do futuro executivo através de votação nominal, em vez de votação em lista. A proposta acabou por ser reprovada pelos membros da Assembleia, com sete votos contra e seis a favor, e os trabalhos foram imediatamente suspensos pela presidente de Junta. No seguimento, a autarca alertou os presentes de que a Junta se manteria em gestão com o órgão executivo em funções e que seria agendada uma nova Assembleia de Freguesia, embora sem adiantar uma data. Mesmo depois de ter comunicado a suspensão dos trabalhos, restando apenas a assinatura da ata final, o número de pessoas presentes manteve-se praticamente inalterado até Catarina Barreto encerrar a sessão. Antes disso, Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento ‘Sentir Aradas’, pediu à presidente para intervir e fazer uma declaração de voto, ao que esta respondeu que o fizesse por escrito. Perante a resposta, um dos cidadãos presentes comentou, em tom baixo, com outro: “Isto é uma vergonha”. Questionada no final pela Ria, sobre a suspensão dos trabalhos, Catarina Barreto explicou que teve uma reunião com a oposição, “na passada quarta-feira”, e que foi acordado aprovar a “composição” que tinha indicado. “A maioria do acordo não contemplava nada do que foi falado. A reunião iniciou-se às 17h30 e durou até às 19h30”, contou. Recorde-se que, tal como noticiado, a oposição em Aradas estava disponível para aprovar um executivo integralmente constituído por elementos da coligação ‘Aliança com Aveiro’, tendo proposto um conjunto de condições, com destaque para a realização de uma auditoria financeira independente, o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal e a reintegração das duas funcionárias, alegadamente vítimas de assédio laboral, nas anteriores funções e local de trabalho. Ainda sobre a reunião de negociação do “acordo de entendimento” que decorreu na passada quarta-feira, 22 de outubro, a presidente de Junta assegurou que em “momento algum foi utilizada a palavra auditoria” e que “em momento algum iríamos reconhecer o quer que seja quanto à questão das trabalhadoras”. “Até porque a questão das trabalhadoras é uma questão, como foi explicado, que está a ser devidamente investigada pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF), e, portanto, teria oportunamente que aguardar o seu desenlace”, disse. “Eu disponibilizei-me até, inclusivamente, a mostrar todos os documentos que tínhamos quanto à IGF. (…) Foi de comum acordo que não seria dado nenhum desenlace à questão das trabalhadoras”, continuou. Relativamente à auditoria, Catarina Barreto assegurou que só soube esta quinta-feira, 23 de outubro, da exigência. “Ficou acordado que eles redigiriam o documento escrito e que me enviariam até ao final da manhã. O email chegou eram 17h15 [de quinta-feira]. Não foi enviado para o meu email pessoal, foi enviado para os serviços da secretaria da Junta. Quando eu tive conhecimento do mesmo, de imediato, iniciei a redação do email em que narrei todas as questões que foram abordadas e que não estão contempladas”, referiu. Segundo a presidente, o acordo “preconizava só obrigações para o órgão executivo e obrigações que não podem”. “O projeto votado foi o projeto da ‘Aliança com Aveiro’. (…) Como é que uma reunião que decorre com líderes partidários para definir a composição dos órgãos não consta nenhuma referência a essa mesma composição?”, questionou, dando nota que a oposição, “em vez de responder ao meu email, comunicaram à comunicação social. Isto não é de todo [correto]…. O email devia ter tido uma resposta”, exprimiu. Entretanto, a Ria já teve acesso ao email que Catarina Barreto remeteu para a oposição esta quinta-feira, pelas 19h23, onde criticou a alegada mudança de posição da oposição e propôs uma “revisão integral do acordo e das suas cláusulas”, manifestando “disponibilidade para firmar o acordo que espelhe o que foi discutido e acordado em sede da reunião, nos moldes e termos nela analisados e por todos aceites”. No fim, interpelada ainda se estaria disponível para assinar o acordo, no caso da oposição manter as condições, nomeadamente a realização de uma auditoria, a presidente de Junta respondeu prontamente: “A postura da ‘Aliança com Aveiro’ mantém-se”. “A ‘Aliança com Aveiro’ está disponível, dentro do que foi conversado e acordado, em sede de reunião de líderes. (…) Não é uma questão de estar disponível ou não para a auditoria. A Junta de Freguesia de Aradas foi fiscalizada por várias entidades… Aliás, eu não percebo como é que uma das condições do acordo era contratarmos uma auditoria escolhida por eles. Como é que em termos de procedimentos administrativos eles podem indicar a contratação da empresa que nós teríamos. A ser uma auditoria teria de ser lançado um concurso como todos sabemos… Portanto, não me parece viável eles indicarem uma empresa à escolha deles para a Junta de Freguesia suportar”, atentou. A Ria consultou o “acordo de entendimento” disponibilizado pela própria presidente de Junta de Aradas, onde a oposição fala que “deverá ser efetuada consulta ao mercado, podendo as entidades a serem consultadas serem sugeridas por qualquer um dos signatários do presente acordo”.

Executivo em Aradas reprovado: e agora? A Ria explica-lhe o que se segue
Cidade

Executivo em Aradas reprovado: e agora? A Ria explica-lhe o que se segue

Não. Segundo a ANAFRE, o princípio da continuidade do mandato (artigo 80.º da Lei n.º 169/99, na redação da Lei n.º 5-A/2002) determina que os titulares dos órgãos autárquicos mantêm-se em funções até serem legalmente substituídos. Isto significa que o anterior executivo - ainda que cessante - continua em funções até que um novo seja aprovado e tome posse, evitando qualquer vazio de poder na gestão local. De acordo com a ANAFRE, a proposta dos vogais é apresentada pela presidente da Junta à Assembleia de Freguesia, que vota de forma secreta. Se a proposta for rejeitada, “cria-se uma situação de bloqueio e a consequente paralisação da atividade dos dois órgãos da freguesia”. Nessa situação, a presidente deve reformular a proposta e apresentá-la novamente, podendo este processo repetir-se “até esgotadas todas as possibilidades”, esclarece a ANAFRE. A lei não prevê uma dissolução automática nem eleições intercalares imediatas por causa da não aprovação dos vogais do executivo. Enquanto não houver novo executivo, mantém-se o anterior em funções, em gestão corrente, até que uma nova proposta seja aprovada pela Assembleia de Freguesia. Se o impasse persistir, o que poderá provocar eleições é a renúncia dos eleitos e a verificação da falta de quórum no órgão (note-se que, por exemplo, foi por esse motivo que foram convocadas eleições intercalares em São Jacinto, em 2022). Neste período os órgãos das autarquias locais e os seus titulares, no âmbito das respetivas competências, sem prejuízo da prática de atos correntes e inadiáveis, ficam impedidos de deliberar ou decidir em relação às seguintes matérias: “Contratação de empréstimos; Fixação de taxas, tarifas e preços; Aquisição, alienação ou oneração de bens imóveis; Posturas e regulamentos; Quadros de pessoal; Contratação de pessoal; Criação e reorganização de serviços; Nomeação de pessoal dirigente; Nomeação ou exoneração de membros de conselhos de administração dos serviços municipalizados e das empresas municipais; Remuneração dos membros do conselho de administração dos serviços municipalizados; Participação e representação da autarquia em associações, fundações, empresas ou quaisquer outras entidades públicas ou privadas; Municipalização de serviços e criação de fundações e empresas; Cooperação e apoio a entidades públicas ou privadas e apoio a atividades correntes e tradicionais; Concessão de obras e serviços públicos; Adjudicação de obras públicas e de aquisição de bens e serviços; Aprovação e licenciamento de obras particulares e loteamentos; Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequados, no apoio a atividades de interesse da freguesia de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra; Afetação ou desafetação de bens do domínio público municipal; Deliberar sobre a criação dos conselhos municipais; Autorizar os conselhos de administração dos serviços municipalizados a deliberar sobre a concessão de apoio financeiros, ou outro, a instituições legalmente constituídas; Aprovar os projetos, programas de concurso, caderno de encargos e adjudicação”.

Partido Socialista aprova executivo de Rui Cordeiro na Junta de Esgueira
Cidade

Partido Socialista aprova executivo de Rui Cordeiro na Junta de Esgueira

A proposta teve apenas dois votos contra. [EM ATUALIZAÇÃO]

Primeiro vogal para executivo de Aradas chumbado e Catarina Barreto suspende trabalhos
Cidade

Primeiro vogal para executivo de Aradas chumbado e Catarina Barreto suspende trabalhos

Logo após o chumbo do nome apresentado, Catarina Barreto suspendeu de imediato os trabalhos, sem permitir intervenções por parte dos eleitos da oposição. A decisão surpreendeu os restantes membros da Assembleia, que aguardavam a possibilidade de intervir antes de dar seguimento ao processo. A reunião ficará assim adiada, mantendo-se em aberto a definição do executivo que irá liderar a freguesia nos próximos anos. Segundo a oposição, Catarina Barreto recusou assinar o "acordo de entendimento" que previa a realização de uma auditoria financeira e gestão aos mandatos 2017-2021 e 2021-2025, a disponibilização de todos os documentos que constam da sentença do Tribunal de Aveiro e que resultou na apresentação de um recurso por parte da Junta de Freguesia e o regresso das funcionárias da Junta que alegam serem vítimas de assédio laboral aos seus anteriores local de trabalho e funções. [EM ATUALIZAÇÃO]