RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Opinião

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes

Diogo Gomes é docente na Universidade de Aveiro e investigador na área da informática e telecomunicações. Coordenou o programa autárquico da Iniciativa Liberal em Aveiro e é candidato número dois à Assembleia Municipal.

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes
Diogo Gomes

Diogo Gomes

Opinião
10 out 2025, 18:01

As eleições autárquicas de 2025 em Aveiro são mais do que uma disputa local — são um espelho de duas formas de encarar o tempo: entre quem insiste em reviver o passado e quem ousa pensar o futuro.

Este fim de semana, Aveiro vai a votos numas eleições autárquicas dominadas pelo passado. A candidatura da coligação “Aliança Mais Aveiro” parte para o sufrágio, assombrada pelo legado de 12 anos de Ribau Esteves, a quem a cidade deve estabilidade financeira, após o descalabro herdado de anos de má gestão do PS e do próprio PSD. Mas esses três mandatos também ficaram marcados por polémicas, decisões contestadas e por uma notória incapacidade de ouvir a sociedade civil. Essa tensão entre o agradecimento e o desgaste está bem espelhada no slogan da coligação liderada pelo PSD: “continuidade & inovação”. O projeto de Luís Souto é, pois, indissociável do passado — sem o seu protagonista principal é uma mão cheia de nada.

Na candidatura socialista reencontramos o seu irmão. Alberto Souto encarna como poucos a ideia de círculo fechado que tem marcado a política aveirense. Autarca entre 1997 e 2005, regressa agora, vinte anos depois, movido por um impulso quase revanchista — uma tentativa de reabilitar a imagem de despesismo e de ruína financeira que se lhe seguiu. O slogan “Um futuro com todos” promete futuro, mas a campanha vive do passado: do que fez, do que diz ter feito e da vontade de reescrever a memória de um tempo em que Aveiro mergulhou na estagnação orçamental.

Há ainda outro nome que remete para o passado: Diogo Machado, candidato do CHEGA, autointitulado herdeiro de Girão Pereira, histórico autarca aveirense do CDS. Mais um representante de velhas famílias e dinastias políticas, preso a uma retórica de nostalgia que idealiza a Aveiro dos anos 80 e 90 — uma cidade que já não existe, nem deve existir.

Em contraste com este panorama, surge a Iniciativa Liberal (IL), que se apresenta como a verdadeira candidatura do futuro. Sob o lema “Somos a diferença que Aveiro precisa”, a IL apresenta uma equipa com perfis jovens e profissionais: Miguel Gomes para a Câmara e Cláudia Rocha para a Assembleia Municipal. Esta mudança geracional é, por si só, um sinal de esperança: menos carreirismo político, mais mérito, mais trabalho e mais ideias. A IL distingue-se pelo compromisso com a modernização institucional, pela defesa de uma gestão municipal mais leve, transparente e orientada para resultados, e pela aposta na liberdade individual, na competitividade e na inovação como motores de progresso. Em vez de repetir as fórmulas do passado, propõe uma nova relação entre a autarquia, os cidadãos e as empresas.

O PSD, o PS e o CHEGA representam, cada um à sua maneira, a nostalgia de um tempo que já passou — uns pela herança familiar, outros pela inércia, outros ainda pela crítica sem proposta. A Iniciativa Liberal é a única força política que fala a linguagem do futuro: habitação, mobilidade inteligente, cultura, empreendedorismo e participação cívica real. Aveiro precisa disso, de ideias novas, de políticas modernas, de energia transformadora. Porque o futuro da cidade constrói-se com a coragem de redesenhar.

Recomendações

"A ciência e a investigação são um bem público, não são mercadoria", opinião de Miguel Pedro Araújo
Opinião

"A ciência e a investigação são um bem público, não são mercadoria", opinião de Miguel Pedro Araújo

A proposta orçamental para a Ciência e Tecnologia em 2025 já tinha marcado um retrocesso preocupante: 607 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2018. A herança deixada pelo Governo de António Costa - um orçamento de 675 milhões de euros, mais 2,5% do que em 2023 - foi desperdiçada, revelando não só falta de ambição, mas também um desrespeito profundo pelo papel estratégico da ciência. Mas este Governo preferiu continuar a escolher enfraquecer deliberadamente um setor vital para o desenvolvimento do país. Depois da não inclusão de uma Secretaria de Estado para o Ensino Superior na orgânica do Governo, em 2024, surgiu a decisão de extinguir a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), fundindo-a numa nova estrutura orgânica (Agência para a Investigação e Inovação) sem identidade, nem referência, diluindo e esvaziando a missão de uma instituição que, com as suas limitações, era central para a consolidação do sistema científico português. A ciência precisa de estabilidade, previsibilidade e autonomia, não de reformas administrativas que se traduzem em incerteza, perda de história institucional e riscos para a continuidade de projetos, bolsas e, nomeadamente, para as carreiras profissionais, aumentando a precaridade laboral que marca o setor da investigação. Como se tudo isto não fosse, por si só, preocupante, ainda mais inquietante e revelador da ideologia estratégica do Governo é a visão que o atual ministro da Educação deixou clara, no jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD (curiosamente, uma alegada iniciativa de formação de jovens quadros) ao afirmar que “a sociedade tem que perceber que é importante e os cientistas têm que perceber que têm a obrigação de devolver à sociedade o investimento que é feito neles”. Esta declaração encerra uma conceção mercantilista e economicista da investigação, como se o valor da ciência pudesse ser medido apenas como retorno imediato ou em ganhos financeiros. A comunidade científica já devolve à sociedade o investimento que recebe. Fá-lo através da produção de conhecimento, da formação qualificada, da inovação que capacita empresas e instituições públicas, e sobretudo pela construção de uma cidadania crítica e informada. O conhecimento científico não é um luxo nem um custo: é um bem público, indispensável para o ensino superior, para a saúde, para a cultura, para a economia, para a justiça social e para que a sociedade seja mais capacitada para enfrentar os grandes desafios do século XXI: das alterações climáticas às desigualdades, da transição digital à defesa da democracia. A imprevisibilidade nos apoios, a instabilidade das carreiras científicas e a instrumentalização da investigação para fins conjunturais fragilizam um sistema que levou (e leva ainda) tempo a consolidar-se. O risco é claro: transformar a ciência e a investigação numa engrenagem subalterna (subsidiodependente) de curto prazo, sem autonomia, incapaz de planear e de responder com liberdade às necessidades da sociedade. Está em causa uma visão do país que queremos ser. E este Governo parece escolher a via de desvalorização do conhecimento, onde a ciência é reduzida a mercadoria, em vez de ser reconhecida como pilar do saber e do desenvolvimento humano, social, económico e cultural de Portugal. É preciso defender a ciência e a investigação, defender o conhecimento, defender o futuro. E isso faz-se com mais investimento, mais estabilidade e mais respeito pelos que dedicam a sua vida à investigação. Porque sem ciência não há futuro. E sem respeito pelos cientistas e investigadores não há democracia digna desse nome.

"Ensino: a prioridade sazonal", opinião de Joana Regadas
Opinião

"Ensino: a prioridade sazonal", opinião de Joana Regadas

Habituámo-nos enquanto seres humanos a diferentes épocas ao longo do ano. Vemos nas épocas festivas o aconchego da família, nos Santos Populares o festejo do início do verão, do convívio entre amigos e família, e na época balnear o prazeroso agosto que promete repor todas as energias, realinhar as ideias e deixar todas e quaisquer preocupações para trás. Há, no entanto, uma época bastante característica em Portugal, que ao contrário das outras três vem carregada de muita reflexão e notícias preocupantes: a época educacional, traduzida como o único período do ano em que se ouve falar sobre o ensino. Todas estas quatro épocas, apesar de muito diferentes, têm alguns fatores em comum: são sazonais, previsíveis e repetem-se de ano para ano. Porém, seria de esperar que a educação e o ensino - o fundamento do crescimento de qualquer sociedade - não aparecessem apenas em duas ocasiões ao longo do ano e sempre com as mesmas motivações. Vemos entre meados de junho/julho um acordar para a importância da educação, ouvimos falar da preocupação dos estudantes que irão realizar os exames nacionais, avalia-se o grau de dificuldade dos mesmos, discute-se a falta de preparação dos alunos, o desajuste dos programas curriculares e um ensino focado apenas para estes momentos, refletem-se anos de estudo nos resultados e estabelece-se um ranking das melhores escolas. Nas primeiras semanas de agosto o interesse na educação volta a reduzir (não caindo para os seus mínimos, isso só é atingido ao longo do ano letivo), discutindo-se com apreensão o número de candidatos ao Ensino Superior. Até que chega o final de agosto e início de setembro, onde o apogeu das notícias, preocupações, deambulações, opiniões, introspeções sobre o ensino acontece. Ficamos cercados com a informação previsível, sazonal e repetitiva, falta de professores e resultados das candidaturas ao Ensino Superior. Chamam-se peritos, dá-se palco a estudantes, professores, quem durante todo o ano se encontra esquecido, mas que nesta altura tem lugar cativo em horário nobre, tentam-se encontrar justificações para o que continua a falhar e em outubro esquecemo-nos de novo desta problemática. Este ano a sazonalidade das épocas mantêm-se, os Santos Populares decorreram da mesma forma, a época balnear com os já tradicionais incêndios florestais (mais uma época sazonal, que fica bem guardada na gaveta quando não é o seu tempo) e o ensino encontra-se com visualizações acima do normal. Apesar da normalidade no decorrer do ano é de notar que as notícias sobre o ensino sofreram algumas alterações, no entanto estas não trazem com elas dados que nos apaziguem. No início de agosto relatava-se uma diminuição significativa no número de candidatos ao Ensino Superior, próximo dos valores de há 7 anos e no passado domingo as preocupações agravaram-se ainda mais, com menos 6 mil alunos a entrarem no Ensino Superior, 11.500 vagas por preencher e com muitos cursos com nenhum estudante colocado. Estes são de facto números alarmantes, números para os quais se discutem inúmeras justificações. Serão os custos associados ao Ensino Superior que explicam estes resultados, ou terá sido a alteração no modelo de acesso? Será um desajuste do ensino superior à procura das novas gerações, ou falta de esperança de que a aposta numa educação superior se reflita numa carreira profissional melhor? Poderá este número inverter-se na segunda fase, havendo mais estudantes que estão habilitados a candidatar-se ao Ensino Superior? Podemos tentar ser pragmáticos e fazer o exercício de analisar cada uma das possíveis justificações de forma individual. A primeira hipótese, e talvez mais consensual entre os comentadores, está relacionada com os custos associados ao Ensino Superior, custos estes que vão desde a habitação, aos transportes, à socialização e à alimentação, que chegam a rondar em Lisboa os cerca de 900 €, sabendo que em Aveiro um quarto ronda os 350€-400€, é expectável que o orçamento mensal não fique muito longe deste valor. É necessário partir esta questão em duas. Se por um lado este ano não se verificou um aumento significativo no alojamento, por outro o poder de compra das famílias tem vindo a diminuir, o que levanta a questão: “Será este o primeiro ano onde as famílias estejam a sentir as dificuldades económicas anunciadas já desde há algum tempo?”. Esta pode ser de facto uma justificação, principalmente para os resultados obtidos na Universidade de Aveiro, maioritariamente composta por estudantes deslocados. As questões que se colocam, caso seja esta a principal razão, são diversas, os complementos atuais deixaram de ser suficientes, estes estudantes deslocados optaram pelo Ensino Superior Privado devido aos custos associados à permanência enquanto estudante deslocado ser superior às propinas no privado, existe informação suficiente dos apoios existentes. Uma conclusão é certa, sendo esta a principal razão, ou só mais uma no bolo é de facto urgente reformular o sistema de ação social! É preciso, também, refletir sobre as implicações das alterações do modelo de acesso, modelo alterado em 2023 e que regressa com os exames obrigatórios para a conclusão do ensino secundário e que passou a obrigar a ter dois exames como prova de ingresso valendo cada um pelo menos 50%. Esta decisão foi fundamentada como necessária para nivelar a inflação das notas, promovidas em diferentes contextos escolares, no entanto, quando esta hipótese é colocada em cima da mesa é necessário de facto questionar se os exames nacionais são um fator nivelador ou não. Alguns dados importantes revelam-nos que os resultados dos exames nacionais subiram no ensino privado e desceram no público, e no acesso ao Ensino Superior verificou-se também uma diminuição dos estudantes em situações socioeconómicas desfavorecidas. A combinação destes dois fatores deve iniciar uma reflexão sobre se este modelo está de facto a cumprir o objetivo ou a perpetuar o distanciamento entre classes sociais mais baixas (com menos poder económico para investir num percurso com diferentes pedagogias e metodologias de apoio) e o acesso ao ensino superior. Estarão de facto os exames nacionais a colocar todos os alunos nas mesmas circunstâncias? A outra questão levantada encontra-se relacionada com o reconhecimento de valor no ensino superior pelas novas gerações, e para isso é importante, também, recordar dados recolhidos aquando da inscrição nos exames nacionais, onde o número de estudantes que respondeu positivamente se pretendiam ingressar no Ensino Superior, e se iam usar os exames nacionais para tal, diminuiu face a 2024. Porque estará a diminuir o interesse dos jovens em ir para o Ensino Superior, estarão à priori conscientes das dificuldades económicas familiares, estarão a optar por soluções fora de Portugal ou têm receio de que ter uma licenciatura em Portugal já não seja o suficiente para ter um emprego de qualidade? No meio de toda a discussão instaurada, e com a cautela necessária para não tirar conclusões antes dos resultados da 2º fase, não pode ficar esquecido o futuro. Daqui a 3, 5 anos teremos menos pessoas com um grau superior a entrar no mercado do trabalho, representarão estes menos 6 mil alunos de agora, menos 6 mil postos de trabalho qualificado no futuro de Portugal? Que futuro podemos esperar se esta tendência não for invertida? Será Portugal capaz de atingir o objetivo até 2030 de 45 % da população entre os 25 e 30 anos com licenciatura, ou irá, uma vez mais permanecer na cauda da Europa? As teorias são diversas, e as problemáticas enfrentadas agora são reflexo da sazonalidade da discussão do ensino em Portugal, que não tem palco nos programas eleitorais e que não é discutida a longo prazo. Resta-nos a esperança de saber que, pelo menos, durante o próximo mês o ensino estará na agenda do país.

"Afinal o que está errado com o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso?", opinião de Fernando Nogueira
Opinião

"Afinal o que está errado com o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso?", opinião de Fernando Nogueira

Quase tudo! O Plano de Pormenor é um ardil para dar legitimidade política e legal a um processo de licenciamento “por antecipação”, engrenado num cálculo privado de viabilidade financeira. 1 - A proposta de elaboração do Plano de Pormenor (PP) decorre da vontade política do presidente da Câmara e da sua governação de verem concretizado um hotel naquele espaço da cidade, assumida previamente a qualquer discussão estruturada sobre a conveniência de autorizar o referido empreendimento ou sobre os pressupostos e objetivos que deviam orientar a transformação daquela parcela de território. 2 - O PP é um “fato à medida” para o referido empreendimento. Mesmo antes da decisão de elaborar o plano, em janeiro de 2019, Ribau Esteves assumiu publicamente a necessidade de acomodar “os pressupostos dos promotores do investimento em causa [que] não parecem flexíveis em relação à ideia ‘em cima da mesa’” porque, como afirmou, “Se não for assim, não o vamos ter”. Não é inusitado um PP servir para apoiar intenções de investimento privadas, se acautelado o interesse coletivo. Mas esse foi atropelado desde os pressupostos: o projeto, inflexível, dos investidores estabelece a altura e volumetria e a Câmara dá o seu aval, defendendo que o mesmo decorre “da inerente viabilidade económico financeira da intervenção”. O Plano de Pormenor é um ardil para dar legitimidade política e legal a um processo de licenciamento “por antecipação”, engrenado num cálculo privado de viabilidade financeira. 3 - É boa prática urbanística que a execução de um PP seja feita por meio de perequação. Ou seja, todos os que têm capacidade de edificação devem ser considerados na proposta de urbanização. A Câmara considerou desnecessário proceder dessa maneira, adiantando ter sido adotado o sistema de “cooperação” (aspas no original) para a execução do plano. Da leitura do relatório do PP fica claro que a referida “cooperação” é apenas uma astúcia semântica, uma vez que aos restantes proprietários restará escolherem entre venderem as suas parcelas aos investidores do hotel, se estes lhas quiserem comprar, ou serem expropriados nos termos da lei, por força do próprio PP. Talvez por causa deste expediente de retórica, escape à CCDR a ultrapassagem de direitos consignados na lei que aqui se prefigura. 4 - Noutro registo, é curioso que seja a própria autoridade do Turismo a considerar que a solução edificatória pode não contribuir para a valorização turística da cidade. O parecer da Turismo de Portugal I. P. refere “Sobre o número de pisos previsto (12) para a Parcela P6, significativamente acima da envolvente, afigura-se que tal solução poderá traduzir-se numa dissonância urbanística, não concorrendo para a qualidade da paisagem urbana e, por esta via, para a valorização turística da cidade, matéria que, contudo, competirá à Câmara Municipal melhor aferir”. Este parecer, remete para o facto de a cidade ser território comum e para a maneira como ela pode ser apropriada por alguns com impactos na urbanidade de todos. Remete também a decisão para a CMA. A volumetria é discutível em termos estéticos e paisagísticos, mas também quanto às cargas sobre as infraestruturas e serviços urbanos e sobre as questões económicas e ambientais. É meu entendimento que matérias desta natureza não deveriam ser decididas pela Câmara de forma unilateral, nem sustentadas num processo de discussão pública de “faz de conta”. 5 - Oportunisticamente, o período de participação dos cidadãos e entidades da sociedade civil ocorre em agosto e está sujeito ao costumeiro processo de receção de “críticas e sugestões” pelo executivo, que as ponderará a recato de qualquer discussão coletiva, com base em “racionalidades prévias”. Cinicamente, refere-se no preâmbulo do PP que “Contamos, como sempre, com a participação ativa dos Cidadãos, das Empresas, das Instituições Públicas e de todos os que acreditam no potencial de crescimento e de desenvolvimento de Aveiro.” O princípio, esse, é o mesmo de sempre: se não houver nada ilegal, pode (e deve) fazer-se. 6 - Finalmente, o debate que decorre na esfera pública está enviesado. É voz corrente de que ali se fará um hotel e esse tem sido o “objeto” da discussão. O relatório do PP, referencia o conteúdo funcional do empreendimento como tratando-se de “um novo edifício destinado a hotel com oferta de serviços complementares, integrando, nomeadamente, valências funcionais de apoio ao turismo de negócios, eventos e atividades culturais.” Escapará ao leitor menos atento, que não se debruce sobre o Regulamento do PP, que no seu artigo 16º, nº2, se estabelece que “A capacidade máxima do empreendimento turístico é de 600 (seiscentas) camas instaladas em 300 (trezentas) unidades de alojamento (UA), das quais 50, no máximo, podem ser apartamentos.” Na verdade, até podem ser apartamentos em regime de apart-hotel, mas negócio bem diferente do da hotelaria, e da posição assumida pela Câmara em defesa da promoção do hotel, resultará da autonomização e promoção imobiliária destes 50 apartamentos. Cumpre-me denunciar, enquanto cidadão, professor de urbanismo e vereador em exercício, que a CMA promove, com sentido de propósito, a entorse de direitos privados e do direito de todos à cidade, usando os instrumentos de urbanismo em sentido contrário ao dos pressupostos que, em primeira instância, levaram à criação dos mesmos.

"Porquê orgulho? Porque ainda não é seguro viver sem medo", opinião de Hugo Filipe Nunes
Opinião

"Porquê orgulho? Porque ainda não é seguro viver sem medo", opinião de Hugo Filipe Nunes

Junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+. É um mês de visibilidade, de luta, de memória e de celebração. Mas, ano após ano, há quem insista em perguntar: “E o orgulho hetero, quando é?” Como se fosse comparável. Como se a história fosse igual para todas as pessoas. Como se o orgulho de quem foi silenciado, perseguido, ridicularizado ou agredido fosse um capricho — e não um ato de resistência. É importante dizer o óbvio: ninguém precisa de um “orgulho hetero” porque ninguém foi jamais espancado por ser heterossexual. Ninguém perdeu o emprego, foi expulso de casa ou ameaçado na rua por andar de mão dada com alguém do sexo oposto. Ninguém se viu forçado a esconder quem é — para sobreviver. O orgulho LGBTQIA+ não nasce da arrogância. Nasce da dor e da recusa da vergonha. É o contrário da superioridade; é uma resposta à humilhação imposta. Estamos em 2025. Portugal é, em muitos aspetos, um país progressista. Temos casamento igualitário, possibilidade de adoção por casais do mesmo sexo, reconhecimento legal da identidade de género, e algumas proteções anti-discriminação. Mas quem acha que “está tudo resolvido” vive numa bolha. As agressões homofóbicas continuam a acontecer. O bullying nas escolas é uma realidade. O acesso a cuidados de saúde competentes e respeitadores da identidade de género continua desigual. E há cada vez mais discursos públicos que ridicularizam ou atacam os direitos conquistados. Este ano, o mês do Orgulho acontece num contexto político particularmente preocupante. Com a extrema-direita a almejar cada vez mais poder, os direitos das pessoas LGBTQIA+ voltaram a ser alvo. Com linguagem disfarçada de “liberdade de expressão” ou “defesa da família”, o que se vê é o retorno de preconceitos já combatidos: a ideia de que somos uma ameaça à infância, de que devemo-nos “manter discretos”, de que exigir respeito é impor uma “agenda”. É neste contexto que surgem também os ataques ao chamado “wokismo”. A palavra “woke”, que começou por significar consciência social e atenção às injustiças, foi capturada e transformada num insulto. Sempre que alguém se indigna com o racismo, com a homofobia, com o sexismo ou com a desigualdade, é imediatamente apelidado de “woke”. Como se lutar por direitos fosse uma moda. Como se combater a exclusão fosse uma fraqueza. É uma estratégia velha: gozar com a linguagem para deslegitimar a causa. Mas as causas permanecem. E são justas. Não é coincidência que, em todos os países onde a extrema-direita governa ou tem alta influencia, os direitos LGBTQIA+ estejam entre os primeiros a serem atacados. A lógica é simples: criar inimigos internos, dividir a sociedade, impor uma moral única. Em nome da tradição, retiram-se direitos. Em nome da ordem, persegue-se a diferença. Mas a resposta a este avanço não pode ser o silêncio. Não podemos baixar os braços, nem tratar a igualdade como garantida. O Orgulho existe precisamente porque o perigo ainda existe. Porque, mesmo com avanços legislativos, o preconceito não desapareceu. Porque cada gesto público de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo ainda é, muitas vezes, um ato corajoso. Porque os adolescentes LGBTQIA+ continuam a crescer com medo, sem referências, sem apoio. Enquanto existir medo, vergonha, discriminação ou violência, o orgulho é necessário. Não é provocação; é defesa. Não é espetáculo; é sobrevivência. É dizer “estamos aqui” num mundo que tantas vezes nos quis apagar. E sim, este combate é político. Porque a liberdade e a igualdade não se defendem apenas com boas intenções. Exigem leis, políticas públicas, financiamento a organizações de apoio, campanhas de sensibilização. Exigem coragem de quem governa e de quem representa, mesmo em assembleias de freguesia. Neste junho, que ninguém se cale. Que se pinte, que se dance, que se ocupe o espaço público, que se abracem causas e pessoas. Porque o orgulho não é só de quem é LGBTQIA+. É de todas e todos os que acreditam que ninguém deve ser tratado como cidadão de segunda. Se ser woke é defender quem sempre foi silenciado, então que nunca me falte orgulho de o ser.

Últimas

Montenegro, Souto e Ribau alinhados contra “retroescavadora” da oposição na última ação da ‘Aliança’
Cidade

Montenegro, Souto e Ribau alinhados contra “retroescavadora” da oposição na última ação da ‘Aliança’

Perante uma praça que foi enchendo ao longo da tarde, com vários carros de campanha a buzinar e a mostrar bandeiras da coligação, o primeiro a tomar a palavra foi o ainda presidente da autarquia. Em vez de fazer o discurso de “boas-vindas” que lhe foi pedido, Ribau Esteves optou por fazer um discurso de “boas-idas”. Em primeiro lugar, o autarca desejou “boas-idas” ao PS para levar a “retroescavadora que quer trazer para a governação do Município […] para um sítio onde seja útil”. Diz o presidente que “só vê um sítio onde a retroescavadora socialista que quer andar para trás com o tempo e partir com tudo aquilo que andámos a fazer: a sede do próprio Partido Socialista, localizada junto ao Rossio. Ainda com o dedo apontado ao PS, o autarca escolheu também atacar o Chega. Se, em 2021, o PS decidiu concorrer coligado com o PAN na corrida aos órgãos autárquicos de Aveiro – aquilo que considera ter sido um “erro dramático” -, em 2025, Ribau diz que os socialistas “criaram um partido-adjunto com o qual articularam o discurso”. “Articularam a tipologia de mentira, articularam a má-língua que marcou esta campanha do Partido Socialista […] e do seu adjunto Partido Chega”, atirou. Também a Luís Souto o autarca dá uma “boa-ida” até domingo, dia em que se realizam as eleições. Aqui, tendo em consideração que a campanha termina nesta sexta-feira, dia 10, e que sábado é dia de reflexão, as palavras proferidas por Ribau Esteves podem dar aso a diferentes interpretações: “Nunca se esqueçam, há muito trabalho político para fazer até domingo às 19h00. É muito tempo que temos pela frente”. A “boa-ida” final foi para Luís Montenegro, a quem diz que dar “boas-vindas” seria pouco original, uma vez que o presidente do partido já esteve em Aveiro no início da campanha. Ao também primeiro-ministro, o presidente da Câmara Municipal desejou que tenha uma “boa-ida” até à noite de domingo em que, espera, o PSD volte a governar a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). Por seu lado, Luís Souto fez o rescaldo da campanha e disse que percorreu o concelho durante cerca de nove meses: “É o tempo de conceber um filho. É quase um filho que aqui temos, que é o resultado do contributo de todos”. Ao lado do primeiro-ministro, o candidato voltou a reforçar a importância de ter um alinhamento político entre a autarquia e o Governo. Segundo afirma, Aveiro conta com o executivo liderado por Luís Montenegro para melhorar a qualidade de vida na habitação, na saúde, na educação, na mobilidade, no crescimento económico e emprego qualificado e no ambiente. Dessa forma, adaptando a música “Deixa o Luís trabalhar”, que acompanhou o agora primeiro-ministro na disputa das últimas eleições legislativas, Luís Souto pediu: “Deixa o barco navegar, não é hora de parar. Deixa o Luís trabalhar, Aveiro não pode parar”. Como já tinha dito no início da semana, Luís Souto voltou a estabelecer os seus objetivos na maioria absoluta e na conquista de todas as freguesias. Já depois do comício, o candidato da ‘Aliança’ falou à Ria e disse que estava “mais confiante ainda”. “Eu também não seria uma pessoa tão conhecida quanto isso e acho que as pessoas que foram contactando comigo e com os nossos candidatos foram reconhecendo que esta é a escolha certa para Aveiro”, explicou, reforçando que a onda foi crescendo ao longo da campanha. Luís Montenegro fechou o comício com um discurso essencialmente voltado para o país. Naquilo que diz respeito a Aveiro, o presidente do PSD assinalou que foi com o trabalho conjunto entre Ribau Esteves, presidente da Câmara, e Luís Souto, presidente da Assembleia Municipal, que o Município “recuperou a capacidade da Câmara poder utilizar o seu património, nomeadamente financeiro, para poder, depois, refletir as suas decisões na vida das pessoas”. A partir daí, o também chefe de governo aproveitou para disparar na direção do Partido Socialista: “O que aconteceu em Aveiro já tinha acontecido também no país. Aqueles que aqui estiveram antes de nós depauperaram as finanças do Município e com isso prejudicaram os investimentos que aqueles que lhes sucederam tinham a possibilidade de fazer”. Luís Montenegro reforçou também aquele que já tinha sido o discurso de Luís Souto ao apontar que “a confiança que se dá a uma Junta de Freguesia ou a uma Câmara Municipal com o reforço das candidaturas do PSD é também o reforço das condições do Governo continuar a executar o seu programa”. Na mensagem para o país, Luís Montenegro aproveitou para fazer a defesa do Orçamento de Estado (OE) para 2026, que é um orçamento “bom para as pessoas, para as famílias, para as autarquias locais, para as empresas, para quem está a governar e até para a oposição, que tem um documento para poder viabilizar a bem do país”. Seguindo a linha de raciocínio, Luís Montenegro elogiou também os orçamentos que têm sido apresentados pela autarquia de Aveiro, “equilibrados e que potenciaram aquilo que aqui se cria com o trabalho e o esforço das pessoas”. Ainda no decorrer do discurso, o candidato da ‘Aliança’ falou sobre a divulgação de panfletos anónimos que se espalharam hoje por Esgueira e Aradas. Recorde-se que, como foi noticiado pela Ria, a coligação denunciou esta manhã a divulgação de panfletos acusatórios dos cabeças-de-lista às freguesias. Durante o discurso, Luís Souto disse que a oposição recorreu a “receitas à moda do passado”: “São calúnias cobardes depositadas à última da hora em papelinhos anónimos, como se fazia no tempo da PIDE”. Em entrevista à Ria, o cabeça-de-lista da ‘Aliança’ falou ainda sobre o facto de o fim das portagens da A25, entre Albergaria-a-Velha e Aveiro", não constar do Orçamento de Estado. Luís Souto recordou que, apesar de considerar a questão “vital”, é “muito complexa” e “se fosse simples já tinha sido resolvida há muito tempo”. “O PS foi quem esteve mais tempo no poder e nunca resolveu isso em definitivo”, atirou. O candidato garante que, uma vez eleito para a Câmara Municipal de Aveiro, vai continuar na “linha da frente” a reivindicar uma solução. Não obstante, aponta que Luís Montenegro já disse estar “atento ao problema”. Questionado se, não constando do OE, não se podem esperar soluções já em 2026, Luís Souto respondeu que “essa é uma questão que tem que colocar ao primeiro-ministro”. Na passagem por Aveiro, Luís Montenegro não prestou declarações aos jornalistas.

AveiroExpo: Presidente não esclarece dúvidas sobre atuação de Diogo Machado para evitar “campanha”
Cidade

AveiroExpo: Presidente não esclarece dúvidas sobre atuação de Diogo Machado para evitar “campanha”

Na sua intervenção, que Nuno Teixeira, deputado municipal do PCP, apelidou de “grande obra” do mandato, Ribau Esteves começou por dizer que a liquidação formal da AveiroExpo tinha sido traçada como “linha vermelha” a atingir até ao término das suas funções. Congratulando-se por ter conseguido atingir o objetivo a quatro dias das eleições autárquicas, Ribau Esteves não deixou de falar sobre a queixa-crime apresentada pelo candidato do Chega contra si. Recorde-se que, depois de, na última reunião de Câmara ter sido mencionada pelo vereador Rui Soares Carneiro uma dívida de 20 mil euros que Diogo Soares Machado terá à AveiroExpo, o candidato do Chega reagiu em conferência de imprensa ao apresentar uma queixa-crime contra o vereador e contra o presidente. Durante a Assembleia, Ribau Esteves disse que em momento nenhum tinha mencionado o nome do antigo dirigente porque já sabia que se ia gerar um “bruá absurdo”. No entanto, Rui Soares Carneiro, vereador eleito pelo PS que, entretanto, perdeu a confiança política do partido – com que Ribau Esteves, em tom de brincadeira, disse “já ter afinidades” - , acabou por levantar o nome de Diogo Soares Carneiro numa interpelação que, diz o autarca à Ria, foi “legítima”. O autarca assinala mesmo ter tentado fugir a mencionar o nome do candidato do Chega por já o conhecer “há muitos anos”. “Tenho uma coleção de emails [de Diogo Soares Machado] a tratar-me do pior que já fui tratado na minha vida, a ameaçar-me da pior violência […] O que é que eu faço ao e-mail? Imprimo para uma pilha que lá tenho e faço delete”, acrescentou. Para explicar o processo, Ribau Esteves começou por explicar o que são as “imparidades”. Segundo afirma, quando tem uma despesa em nome da Câmara, usa o cartão de crédito da CMA, pede fatura com o número de contribuinte da autarquia e, mais tarde, quando chega ao seu gabinete, preenche uma folha onde justifica a despesa. No entanto, aponta, Diogo Soares Machado não fazia as coisas da mesma forma: “Levantava dinheiro das máquinas e depois apresentava os comprovativos da despesa. É uma coisa muito original, mas era assim”. Nesse sentido, diz Ribau Esteves, as imparidades não resultam necessariamente de dinheiro que saiu da empresa e que não voltou a entrar, mas que podem ser apenas despesas não justificadas. Em entrevista à Ria, quando questionado sobre o porquê de a CMA não ter tentado pedir os documentos ao longo dos últimos anos, o presidente respondeu que “a pergunta que tem de fazer é outra. É à pessoa em causa dizer: «Dê-me uma cópia dos documentos que comprovam que você usou os 20 mil euros». Não é a mim estar aqui com conversas que me vão envolver numa disputa eleitoral”. Ribau Esteves afirma que Diogo Soares Machado pode alegar que “por algum motivo não os [documentos] quis entregar, ou não pôde, ou sei lá, perdeu, ou perdemo-los nós. Podia haver uma tese: «Olha, está aqui a cópia, e a empresa perdeu os papéis»”. Na discussão, o autarca encontrou a concordância de praticamente todos os partidos. Nuno Teixeira, do PCP, afirma que a empresa “foi quase ‘jobs for the boys’” e que “um deles mordeu a mão do dono”. Já João Moniz, do Bloco de Esquerda, disse que ia ter cuidado nas palavras para “não ser processado” e perguntou a Ribau Esteves se a dívida existe, a quanto corresponde e como caracteriza a gestão de Diogo Soares Machado. Jorge Girão, do CDS-PP, frisou que o ex-diretor da AveiroExpo já não tem qualquer ligação ao seu partido e considerou que não havia vantagens em dar tempo de antena a Diogo Soares Machado na discussão. Mário Costa, do PS, pediu apenas para que o presidente esclarecesse se era verdade que, rondando as imparidades os 20 mil euros, se Diogo Soares Machado foi indemnizado em cinco mil euros, como tem alegado. Manuel Prior, do PSD, usou da palavra apenas para celebrar a liquidação da empresa, tal como constava no programa eleitoral da coligação ‘Aliança com Aveiro’ em 2021. Fugindo a responder à maioria das perguntas para, segundo diz, não se envolver na disputa eleitoral – o presidente disse mesmo que gostava que o processo tivesse chegado à Assembleia mais cedo, de forma a poder discutir com maior clareza -, Ribau Esteves explicou apenas que o processo conduzido por Diogo Soares Machado contra a empresa não tem relação direta com este caso. O processo “era sobre questões laborais, da relação laboral deu com a empresa, antes da minha chegada […] E aquilo que se dá como sanado, com a decisão que a juíza do processo tomou, tem a ver com essa relação”, disse o autarca à Ria. Ribau Esteves acrescentou ainda que, mesmo depois de sair da Aveiro Expo, Diogo Soares Machado ainda fez uso do cartão de crédito da empresa “em cerca de 700 euros”. “Aí não havia dúvidas, obviamente repôs […] Foi a única coisa que conseguimos que fosse devolvida”, concluiu. O candidato do Chega reagiu na tarde de ontem, dia 9, através de uma publicação do Facebook. Nas suas palavras o presidente da Câmara Municipal de Aveiro “não percebeu ainda que o seu tempo acabou” e que “é tempo de reparar os danos graves que 12 anos da sua governação inflingiram a Aveiro”. A primeira medida do Chega caso ganhe as eleições no Município é, segundo o candidato, “solicitar com carácter de urgência uma auditoria exaustiva” aos últimos três mandatos da autarquia. Conforme aponta, “nessa altura se verá quem abusou sistematicamente do dinheiro dos impostos dos aveirenses”. Diogo Soares Machado acusa ainda Ribau Esteves de ter tentado “impor como sucessor o seu número dois [Rogério Carlos]” para “manter as gavetas mais sujas fechadas e os dossiers mais sensíveis no segredo dos cúmplices”. Como não o conseguiu, afirma o candidato, “tenta arrastar pessoas de bem para o lamaçal onde sempre se moveu”. De acordo com o candidato do Chega, as declarações do autarca em sede de Assembleia Municipal vão ser “anexadas à queixa-crime por difamação agravada”. Nesse sentido, diz ter a consciência “absolutamente tranquila” e reafirma ter em sua posse uma sentença do tribunal que diz “preto no branco que não devo e nunca devi um cêntimo à Aveiro Expo”.

Cerimónia de Abertura do Ano Letivo da UA recebe ministro Fernando Alexandre na próxima quarta-feira
Universidade

Cerimónia de Abertura do Ano Letivo da UA recebe ministro Fernando Alexandre na próxima quarta-feira

Para além de assinalar o arranque do novo ano letivo, a cerimónia também serve para distinguir os melhores estudantes que ingressaram nos cursos do primeiro ciclo de estudos da Universidade de Aveiro, bem como daqueles que, já frequentando a UA, “mantêm um excelente desempenho académico”. No total, vão ser entregues 114 bolsas a novos estudantes e 52 bolsas de manutenção. Para além destas bolsas, somam-se ainda aquelas que são entregues por empresas e entidades parceiras da instituição: no âmbito o Prémio de Mérito da Licenciatura em Engenharia Física, vão ser entregues quatro bolsas patrocinadas pelas empresas Aspöck Portugal, Porcelanas da Costa Verde, S.A., Prirev, e MTBrandão; no âmbito o Prémio de Mérito da Licenciatura em Engenharia de Materiais, serão atribuídas nove bolsas patrocinadas pelas empresas Saint-Gobain Portugal, SA, Durit-Metalurgia Portuguesa do Tungsténio, Lda, Polivouga - Indústria de Plásticos, SA, J. Prior, Fábrica de Plásticos, Lda, Grestel - Produtos Cerâmicos, SA, Palbit, SA, Isolago Europe Lda; Componit e Prifer e Technical Molds S.A. Durante a cerimónia vai ser ainda atribuído o Prémio Ambiente & Desenvolvimento, patrocinado pela Fundação Eng. António Pascoal e pelo Instituto do Ambiente e Desenvolvimento. Da mesma forma, ainda vai ser entregue o Prémio Literário Aldónio Gomes a Renata Flaiban Zanete, que venceu o XIV Prémio Literário Aldónio Gomes de 2025 na categoria de narrativa juvenil com o texto "Férias de verão e águas de bacalhau".

Rui Cordeiro rejeita acusações de panfletos anónimos em Esgueira
Cidade

Rui Cordeiro rejeita acusações de panfletos anónimos em Esgueira

Questionado sobre as alegações, Rui Cordeiro afirmou à Ria que não comenta o tema por envolver terceiros e entidades externas ao processo político. “Fiz parte da direção do Clube durante 15 anos e estou desligado há um ano e meio. Portanto, não quero sequer comentar o que está escrito porque acho que essas questões devem colocar ao clube e não a mim. (…) Só posso dizer que essa informação é completamente falsa e uma difamação muito grave”, assegurou. O candidato criticou ainda a forma como os panfletos foram distribuídos, envolvendo a sua família e locais estratégicos, incluindo escolas e carros particulares. “Esta noite, apareceram centenas de panfletos junto ao carro da minha filha. Na junta de freguesia havia também”, contou. “Não consigo sequer classificar [a situação]. Isto não é a minha maneira, não é a nossa maneira de estar na vida”, continuou o candidato à Junta de Freguesia de Esgueira, insistindo que não existe qualquer prova. “Eu estou nisto porque gosto de Esgueira, gosto das pessoas, quero trabalhar com as pessoas, mas pelos visto a nossa oposição não pensa assim. A oposição vive de difamar, ainda por cima, de uma forma anónima e sem qualquer tipo de justificação e fundamento. Não têm qualquer prova, não têm absolutamente nada”, vincou. Apesar da situação, Rui Cordeiro mostrou confiança em relação ao resultado autárquico de domingo. “Eu tenho a certeza de que os eleitores de Esgueira vão perceber que não é assim que se faz política e que não é essa a nossa postura. No domingo vamos ver o impacto que a situação tem no resultado das eleições”, disse. Recorde-se que, esta sexta-feira, a ‘Aliança’ denunciou, através de uma nota de imprensa enviada às redações, a distribuição anónima de panfletos considerados “injuriosos” e “mentirosos” contra dois dos seus candidatos às juntas de freguesia de Esgueira e Aradas.