RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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'Burnout' e saúde mental afetam portugueses mas só 3% fazem terapia

Mais de metade dos portugueses (61%) sentem-se esgotados ou em risco de ‘burnout’ e mais de um terço (36%) têm problemas de saúde mental, mas só 3% fazem terapia, revela um inquérito europeu hoje divulgado.

'Burnout' e saúde mental afetam portugueses mas só 3% fazem terapia
Redação

Redação

03 out 2025, 10:23

“No geral, 66% dos europeus já experimentaram esgotamento [‘burnout’], sentiram-se à beira dele ou, pelo menos, relataram sentimentos associados a ele”, um aumento considerável em comparação com o recorde anterior de 60% em 2024”, salienta o ‘STADA Health Report 2025’, realizado em 22 países.

Segundo o estudo, a que a agência Lusa teve acesso, os valores mais elevados foram registados na Irlanda (80%) e na Hungria (76%).

A nível europeu, as mulheres (71%) são mais propensas a sentirem esgotamento do que os homens (60%) e há também uma diferença marcante na experiência geracional, com 75% dos europeus com menos de 34 anos a relatarem sentimentos de esgotamento, em comparação com 71% dos 35 aos 54 anos e apenas 53% dos com 55 anos ou mais.

Portugal ocupa a 8.ª posição entre os 23 países europeus analisados no que diz respeito ao bem-estar psicológico, com 64% dos inquiridos a classificarem a sua saúde mental como “boa” ou “muito boa”. A Roménia (84%), a Bulgária (80%), a Sérvia e a Suíça (ambas com 74%) apresentam os valores mais altos. Já a Hungria surge no lado oposto, com apenas 44% dos participantes a avaliarem positivamente a sua saúde mental.

Desde 2022, os portugueses têm mantido uma perceção estável da sua saúde mental, com ligeiras melhorias nos indicadores negativos: A percentagem dos que se consideram com “má saúde mental” caiu de 10% em 2022, para 9% em 2023, 8% em 2024 e para 6% em 2025).

Já a avaliação “muito boa” da saúde mental subiu de 13% em 2022, para 22% em 2023, mas registou ligeiras quedas nos anos seguintes: 20% em 2024 e 19% em 2025.

O estudo também mostra que a perceção de que o estilo de vida e a situação económica afetam a saúde mental aumenta com a idade: Vai dos 45% nos jovens dos entre os 25 e os 34 anos até 78% nos maiores de 70 anos. Revela ainda que 73% consideram ter um estilo de vida saudável e 55% avaliam positivamente a sua situação financeira.

As preocupações financeiras (32%), o ‘stress’ no trabalho (26%) e a solidão (10%) são os principais fatores apontados para os problemas de saúde mental. A solidão é mais referida pelos mais jovens (28% dos 18-24 anos) e pelos mais velhos (39% dos maiores de 70 anos).

Apesar do impacto sentido, apenas 21% procuram ajuda externa para melhorar a saúde mental, enquanto 46% recorrem a estratégias próprias e 31% dizem não fazer nada.

Entre as principais formas de autocuidado apontadas estão passar tempo com amigos e familiares (23%) e fazer exercício físico (19%).

Os principais motivos apontados pelos inquiridos para não procurar apoio são o custo (25%), a perceção de ineficácia (22%), o desgaste emocional (9%), sentirem-se estigmatizados quando procuram ajuda (5%) e terem falta de apoio da família e amigos (4%).

O estudo também avaliou o teletrabalho, concluindo que trouxe efeitos positivos para 71% dos portugueses: 42% destacam o melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, 31% dizem sentir-se mais produtivos, 29% afirmam ter menos ‘stress’ e 23% referem melhoria da saúde mental.

No entanto, há quem aponte efeitos negativos, como dificuldades em desconectar-se do trabalho (14%), sentir-se mais isolado e sozinho (13%) e ser mais difícil ficar motivado e focado (11%).

O inquérito aponta também que 60% dos europeus consideram que a saúde mental e física não são tratadas de forma igualitária no sistema de saúde do seu país.

Esta perceção de desigualdade é particularmente forte em Espanha (78%), Hungria e Bulgária (76% cada) e Portugal (70%), ao contrário dos participantes na Suíça (40%) e no Uzbequistão (47%).

O inquérito ‘online’ foi realizado pela consultora Human8 em fevereiro e março e contou com amostras de 1.000 a 2.000 inquiridos, entre os 18 e os 99 anos, em cada país.

Recomendações

Jovens representaram 59% dos novos contratos de crédito à habitação até agosto
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Jovens representaram 59% dos novos contratos de crédito à habitação até agosto

“Os recentes benefícios para acesso dos jovens à primeira habitação própria permanente têm contribuído para o crescimento do crédito à habitação”, tendo os jovens passado “a ter maior expressão no novo crédito”, refere o Banco de Portugal (BdP) numa análise divulgada. Assim, se entre janeiro de 2022 e julho de 2024 o peso dos jovens nos novos contratos para aquisição de habitação própria permanente foi de 44%, em agosto de 2024 - após a entrada em vigor do decreto-lei que isenta os jovens do pagamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto do Selo (IS) - o peso dos jovens aumentou para 53% do montante de novos contratos. Já considerando os primeiros oito meses de 2025, em que se fizeram também sentir os efeitos de uma outra medida que estabeleceu o regime de garantia pessoal do Estado para jovens até 35 anos, estes representaram já 59% do montante de novo crédito para aquisição de habitação própria permanente. De acordo com o banco central, até agosto, o montante acumulado de novos contratos de crédito para habitação própria permanente atingiu os 12.000 milhões de euros, o que compara com 8.200 milhões em igual período de 2024. Os jovens até 35 anos, inclusive, contrataram 7.100 milhões daquele total, superando os 3,5 mil milhões registados em igual período de 2024. Já os mutuários com idade superior a 35 anos contrataram um montante de 4.900 milhões de euros, apenas mais 200 milhões do que nos primeiros oito meses de 2024. Considerando o período a partir de janeiro de 2022, o montante mensal de novos contratos de crédito para aquisição de habitação própria permanente registou um valor mínimo em abril de 2023 (598 milhões de euros) e uma tendência de crescimento desde então. No que diz respeito ao montante médio de crédito concedido aos jovens para aquisição de habitação própria permanente, “praticamente não se alterou” entre janeiro de 2022 (136,1 mil euros) e dezembro de 2023 (134,7 mil euros). Contudo, em 2024 “iniciou-se uma tendência de aumento deste valor”, que subiu para 159,2 mil euros em agosto, após a entrada em vigor do diploma que isenta os jovens do pagamento de IMT e IS. Em agosto deste ano, o montante médio de crédito para habitação própria permanente concedido aos jovens foi de 192,6 mil euros, o que representa um aumento de 43% relativamente a dezembro de 2023. Já para os mutuários com mais de 35 anos, o montante médio de crédito concedido para aquisição de habitação própria permanente aumentou menos no mesmo período: passou de 127,3 mil euros em dezembro de 2023 para 159,2 mil euros em agosto de 2025, o que corresponde a uma variação de 25%. Os dados divulgados hoje pelo BdP indicam ainda que o preço médio da habitação própria permanente adquirida com recurso a crédito pelos jovens aumentou 8% nos primeiros oito meses de 2025, passando de 218,4 mil euros em dezembro de 2024 para 235,7 mil euros em agosto de 2025. No período homólogo tinha subido 14%. O banco central nota que o preço médio da habitação própria adquirida pelos jovens se manteve abaixo do dos mutuários com mais de 35 anos, tendo este diferencial aumentado nos primeiros oito meses deste ano. Em agosto, as casas adquiridas com recurso a crédito por maiores de 35 anos custavam, em média, 275,4 mil euros, mais 39,8 mil euros do que no caso dos jovens. Em 2024, o diferencial médio tinha sido de 29,0 mil euros. Apesar de as casas adquiridas com recurso a crédito pelos jovens terem um preço médio mais baixo face aos restantes mutuários, os jovens obtêm um montante médio de crédito superior, evidenciando um menor recurso a capitais próprios por parte destes últimos. Em agosto de 2025, o montante médio dos créditos obtidos pelos jovens representava 82% do preço médio de aquisição das habitações, acima do peso de 58% observado entre os mutuários com mais de 35 anos. Nos primeiros oito meses deste ano, com a entrada em vigor da garantia pessoal do Estado, aquele rácio aumentou sete pontos percentuais entre os jovens, enquanto para os mutuários com mais de 35 anos se reduziu em um ponto percentual. Considerando o ‘stock’ de crédito à habitação, atingiu 107.100 milhões de euros em agosto, dos quais 23% referentes a contratos com mutuários jovens, mais três pontos percentuais face ao período homólogo. Em agosto, este ‘stock’ cresceu 8,4% em termos homólogos, tendo os jovens contribuído para a quase totalidade da variação. Segundo o BdP, o ‘stock’ de crédito à habitação apresentou taxas de variação anuais positivas e crescentes desde junho de 2024, tendo os dois escalões etários dos mutuários contribuído para esta aceleração: O contributo dos mutuários jovens passou de 2,7 pontos percentuais em junho de 2024 para 8,2 pontos percentuais em agosto de 2025, enquanto o dos mutuários com mais de 35 anos passou de -2,6 pontos para 0,1 pontos percentuais.

Universidades chamadas a verificar autenticidade de documentos de alunos e professores estrangeiros
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Universidades chamadas a verificar autenticidade de documentos de alunos e professores estrangeiros

Em meados de setembro, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) recebeu uma proposta de protocolo a celebrar com a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), em que as instituições de ensino superior (IES) ficariam responsáveis pela “recolha, análise e remessa da documentação necessária” para ceder vistos e autorizações de residência a alunos, professores e investigadores estrangeiros. As instituições teriam de recolher “dados pessoais”, como a morada ou contacto telefónico, e enviá-los à AIMA, segundo a proposta de colaboração a que a Lusa teve acesso. As IES seriam também obrigadas a enviar todos os documentos necessários para avançar com os pedidos de autorização ou vistos, devendo previamente “atestar a respetiva veracidade e fiabilidade” desses mesmos documentos. O texto do protocolo atribui onze obrigações às instituições, que também teriam de “envidar todos os esforços” para garantir a presença dos requerentes nas lojas da AIMA e até “comunicar com antecedência possível” caso não pudessem estar presentes. A proposta foi entregue ao CRUP que, numa primeira reunião, levantou “algumas preocupações”. O assunto está agora nas mãos da Comissão de Internacionalização do CRUP, que irá pronunciar-se e apresentar sugestões, contou à Lusa o presidente do conselho de reitores, Paulo Jorge Ferreira. “Há aqui problemas graves a ultrapassar. Há informação pessoal e sensível de estudantes, professores e investigadores que nos pedem que seja partilhada ou passada a outros”, alertou Paulo Jorge Ferreira, questionando qual “a legitimidade e enquadramento legal que permite às instituições passar informações pessoais”. A verificação da autenticidade de documentos poderá ser outro dos problemas: “Não compete às universidades verificar a legalidade dos documentos”. “As universidades não são entidades policiais, nem têm trabalhadores com formação para fazer esse tipo de verificação”, acrescentou, lembrando que seria preciso contratar mais funcionários para operacionalizar o modelo proposto. Além disso, as instituições teriam também de desenvolver uma série de outras atividades e tarefas, como promover ações para divulgar a lei de estrangeiros ou assegurar a presença dos interessados em ações de formação da AIMA. Paulo Jorge Ferreira sublinhou que “o protocolo é facultativo e só adere quem quer”, mas as verbas do Orçamento de Estado só cobrem cerca de 72% dos custos com recursos humanos, ou seja, a proposta apresentada iria agravar ainda mais a situação financeira das instituições. Apesar das críticas, o presidente do CRUP reconheceu que “a proposta é muito bem-intencionada”, porque tenta responder a um problema sentido pelas IES portuguesas, que recebem cada vez mais estudantes internacionais. Os alunos estrangeiros representam já cerca de 5% do total de estudantes no ensino superior em Portugal. “A chegada de talento exterior ao país é muito bem-vinda e um dos obstáculos é precisamente a carga burocrática para legalizar a situação dos alunos no nosso país. As dificuldades de legalização desencorajam os estudantes de nos procurarem e isso é um obstáculo a internacionalização”, disse. Por isso, o CRUP vai convidar a AIMA para uma reunião ainda este mês para debater o protocolo e apresentar algumas propostas. Para o reitor da Universidade de Aveiro, a solução para o problema não pode passar por “sobrecarregar as IES com mais tarefas”. Em alternativa, Paulo Jorge Ferreira lembrou uma medida já em vigor na sua universidade, que em 2019 recebeu um Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) para apoiar a respetiva comunidade internacional e "retirar dos CLAIMs locais a sobrecarga que a universidade estava a provocar”. Na opinião do reitor, as IES poderiam ceder um espaço nos seus campus para fornecerem este serviço, que “seria tripulado por pessoas das agências” ou formadas para aquelas tarefas: “Nós cedíamos o espaço e eles providenciavam o serviço”. A Lusa contactou a presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Técnicos, que disse não ter ainda recebido o documento, que também prevê as mesmas obrigações para os institutos politécnicos. Também a AIMA foi contactada pela Lusa, não tendo respondido até ao momento.

Votação antecipada nas autárquicas por motivos profissionais começa na quinta-feira
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Votação antecipada nas autárquicas por motivos profissionais começa na quinta-feira

Na quinta-feira termina ainda a recolha dos votos antecipados de estudantes, doentes internados ou presos (não privados de direitos políticos) que requereram exercer o seu direito de voto. A votação antecipada por motivos profissionais pode ser feita entre 02 e 07 de outubro na Câmara Municipal do município onde o eleitor está recenseado, perante o presidente da câmara, que pode excecionalmente fazer-se substituir pelo vice-presidente ou por qualquer vereador do município. Os trabalhadores abrangidos nas exceções que permitem o voto antecipado devem levar um cartão de identificação e um documento comprovativo do impedimento emitido pelo superior hierárquico ou entidade patronal ou outro documento que comprove suficientemente a existência do impedimento. Estão abrangidos neste voto antecipado os trabalhadores dependentes, independentes ou profissionais liberais, assim como militares, agentes das forças e serviços de segurança interna, bombeiros ou agentes da Proteção Civil que no dia das eleições não possam deslocar-se às secções de voto por motivos profissionais. Também os trabalhadores dos setores marítimo, aeronáutico, ferroviário ou rodoviário de longo curso que tenham a previsão de estarem a trabalhar nesse dia podem votar antecipadamente. Os outros profissionais abrangidos são os membros de delegações oficiais do Estado em deslocação ao estrangeiro em representação do país, os elementos das seleções nacionais em representação oficial no estrangeiro, pessoas coletivas dos setores público, privado ou cooperativo e representantes das organizações representativas dos trabalhadores ou das atividades económicas. Depois de se identificar e fazer prova do impedimento, o eleitor receberá os três boletins de voto (um branco para a Assembleia de Freguesia, um amarelo para a Assembleia Municipal e um verde para a Câmara Municipal) e dois envelopes (um azul e um branco). Os boletins de voto serão introduzidos no envelope branco, que é fechado e introduzido, juntamente com o documento comprovativo do impedimento, no envelope azul, que também é então fechado. O eleitor receberá um recibo comprovativo do exercício do direito de voto. O presidente da Câmara, ou seu representante, enviará o envelope azul à mesa da assembleia de voto do eleitor, ao cuidado da respetiva Junta de Freguesia, até 08 de outubro. Mais de 9,3 milhões de eleitores estão inscritos para votar nas eleições autárquicas de 12 de outubro, dos quais mais de 41 mil são cidadãos estrangeiros recenseados em Portugal, segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI). A campanha oficial para as eleições autárquicas decorrerá até 10 de outubro, sexta-feira que antecede o dia eleitoral. Os dados provisórios da CNE estimam que se candidatam nestas autárquicas 817 forças políticas e movimentos, dos quais 618 são candidaturas de grupos de cidadãos eleitores, 181 candidaturas de diferentes coligações partidárias e ainda de 18 partidos políticos. De acordo com os números provisórios, no total, as candidaturas apresentaram 1.588 listas às câmaras municipais, 1.524 às assembleias municipais e 9.750 a assembleias de freguesia. Nas eleições autárquicas, que decorrem entre as 08:00 e as 19:00 de 12 de outubro, os eleitores vão eleger os órgãos dirigentes de 308 câmaras municipais, 308 assembleias municipais e 3.221 assembleias de freguesia. Outras 37 freguesias vão escolher o executivo em plenários de cidadãos, por terem menos de 150 votantes.

Cerca de 67% dos idosos vitimas de violência estão fora de serviços da rede de apoio social
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Cerca de 67% dos idosos vitimas de violência estão fora de serviços da rede de apoio social

Na véspera do Dia Nacional da Pessoa Idosa, a entidade fundadora desta linha nacional, a Fundação Bissaya Barreto, de Coimbra, divulga números recolhidos durante mais de uma década e que apontam como prioridade a proteção da saúde mental e as redes de apoio no combate à violência contra esta faixa etária. Nos mais de 2.000 pedidos de ajuda referentes a pessoas idosas vítimas de violência recebidos pela linha desde que foi criada, em 2014, a violência psicológica é a forma mais identificada (55%), seguida da negligência (41%), da violência financeira (28%) e da violência física (20%). Os casos de abandono atingem os 11%, a violência institucional 8% e a autonegligência 12%, adiantam os dados a que a agência Lusa teve hoje acesso. O estudo adianta que a maioria dos agressores de pessoas idosas convive diariamente em coabitação com a vítima (47%), sendo muitas vezes os próprios filhos ou cônjuges, o que torna a violência um fenómeno oculto e de difícil denúncia, sendo que metade dos agressores é filho/a da vítima e cerca de 21% dos casos de violência prolongam-se durante mais de cinco anos, “revelando um caráter reiterado”. A maioria das situações reportadas envolve mulheres, muitas vezes viúvas, em situação de dependência física ou cognitiva, com escassa rede de apoio familiar ou comunitário, segundo os números da Linha SOS Pessoa Idosa, dirigida por Marta Ferreira. A análise dos casos mostra que a saúde mental é uma das áreas mais críticas, pois cerca de um quarto das vítimas apresenta indícios ou diagnóstico de demência e 22% sofre de doença mental, “fatores que agravam a vulnerabilidade e o risco de isolamento”, segundo a análise efetuada, que acrescenta que também nos agressores a presença de patologias mentais é frequente e indicada como um fator preditor da ocorrência de violência. Os dados apontam que cerca de 30% dos agressores apresentam problemas de saúde mental, frequentemente associados a consumos de estupefacientes ou álcool (11%). Além disso, acrescenta a fundação, a sobrecarga do cuidador (12%), isolamento social, antecedentes de violência e dependência habitacional do idoso constituem fatores adicionais que potenciam este ciclo de abuso. A responsável por este serviço nacional, Marta Ferreira afirma, em comunicado, que “as redes de apoio representam uma das ferramentas mais poderosas na prevenção e combate à violência, mas, infelizmente, o alcance é limitado”, salientando que “este acompanhamento possibilita a deteção de casos e intervenções mais profícuas, transformando a rede de apoio num verdadeiro fator de proteção e de prevenção da violência”. “É crucial reforçar os recursos disponíveis e garantir que a saúde mental passa a ocupar um lugar central nas políticas públicas e na ação institucional”, defende. Apesar da dimensão do problema, os dados apontam que a subnotificação dos casos continua a ser elevada, pois em 58% das situações é pedido anonimato e muitos idosos não denunciam por medo, vergonha ou dependência emocional e financeira. “O silêncio continua a ser o maior aliado da violência. É essencial que a comunidade esteja atenta e que as redes de apoio funcionem de forma eficaz”, alerta Marta Ferreira. Desde maio de 2014 que o Serviço SOS Pessoa Idosa disponibiliza uma linha nacional e gratuita (800 102 100) e o contacto por e-mail, [email protected], para denúncia de situações de violência ou negligência. O serviço “assegura anonimato a quem procura ajuda e dispõe de atendimento direto e personalizado, assim como de mediação familiar. Paralelamente, promove a articulação entre governo, instituições, organizações, comunidades e cidadãos, com o objetivo de reforçar as redes de apoio e valorizar as pessoas idosas”.

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Livre arranca arruada em Aveiro com críticas à mobilidade e apelo a uma cidade mais “inclusiva”
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Livre arranca arruada em Aveiro com críticas à mobilidade e apelo a uma cidade mais “inclusiva”

Foi no Largo da Estação de Comboios, em Aveiro, que o Livre deu o pontapé de saída para mais uma arruada pela cidade. Um local que, segundo Bruno Fonseca, não foi escolhido ao acaso por se tratar de um “ponto central" que “deveria representar uma maior mobilidade na cidade”. “Foi intencional para dar uma mensagem que a cidade de Aveiro pode ser mesmo um concelho com uma mobilidade séria. O que não acontece até hoje”, atirou. O candidato explicou que o projeto do Livre pretende transformar essa realidade: “Apresentar uma mobilidade e uma rede que seja para todos. A mobilidade não é só o comboio, não é só o Vouguinha, envolve todos os transportes. Temos de incentivar o uso da bicicleta criando ciclovias seguras e interligadas e não que terminem em pontes. Temos de fazer esse processo e apresentar essas ideias. Só com todos é que conseguimos fazer uma cidade que seja inclusiva e democrática no transporte”. Entre bandeiras, megafones e a distribuição de panfletos e do jornal do partido, a iniciativa contou com a presença de Rui Tavares. A acompanhar a comitiva seguia também o ‘pequeno’ José Caçador, de 14 anos, natural de Ílhavo, que se destacava- além da sua tenra idade- ao levar uma das bandeiras do partido. Aos jornalistas, explicou que o que mais o atraía no Livre eram os seus valores: “O europeísmo e a vertente verde, que o diferenciam. É por isso que sou do Livre e não de outro partido”. Terminada a primeira paragem, a arruada prosseguiu pela Avenida Lourenço Peixinho, onde Rui Tavares ia cumprimentando com quem se cruzava pelo caminho.  Durante a caminhada, aconteceu uma situação insólita: os megafones da carrinha da ‘Aliança com Aveiro’, estacionada na Avenida, eram claramente audíveis. A situação não passou despercebida a Bruno Fonseca.  “Demonstra, mais uma vez, a falta de consciência do que é a mobilidade nesta Avenida. Como podemos verificar é de trânsito. Nós temos de arranjar alternativas para a cidade. As pessoas têm de ter o desejo de querer usar o transporte e não como primeira opção o carro ou o uber”, comentou à Ria. Já pelo Fórum Aveiro, Rui Tavares aproveitou para tomar o segundo café do dia e para conversar com alguns estudantes de 17 anos, indecisos sobre seguir ou não para a universidade. No momento, tirou até uma foto com os jovens. “É sempre uma oportunidade para ouvir as pessoas até mais do que falar. Pelo menos, essa foi a maneira que eu fui encontrando para me sentir confortável nesta pele de político e candidato que não era aquilo que tinha pensado fazer na minha vida. Na verdade, o grande motivo de interesse que tenho quando faço estas caminhadas e estes contactos com as pessoas é perguntar-lhe acerca delas”, contou aos jornalistas. Questionado sobre as expectativas para os resultados das autárquicas, em Aveiro, já que esta é a primeira vez que o partido concorre no concelho, Rui Tavares disse que eram “altas”. “Queremos que o Livre seja um representante político aqui, com o Bruno Fonseca, a Aurora Cerqueira e tantas outras candidatas que honram Aveiro e os cidadãos deste município. Queremos identificar os problemas ambientais, patrimoniais e sociais que podem ser corrigidos e, acima de tudo, apresentar uma visão e um modelo de desenvolvimento que acompanhem o dinamismo da cidade e os sonhos das pessoas que vêm para Aveiro. Há muita gente que vem estudar aqui e decide ficar, e queremos que essas pessoas tenham opções, oportunidades económicas e possam ser felizes em Aveiro”. “Uma candidatura municipal era absolutamente imprescindível para construirmos um caminho de enraizamento. Pessoas que já votaram no Livre [nas legislativas] (…) poderão agora votar no Livre para eleger o Bruno Fonseca para a Câmara Municipal”, acrescentou. A Ria aproveitou ainda para questionar o co-porta-voz sobre o que já tinha ouvido falar da campanha autárquica em Aveiro, marcada pela disputa entre dois irmãos: Alberto Souto de Miranda, pelo PS, e Luís Souto de Miranda, pela ‘Aliança com Aveiro’. “Não é o único município”, respondeu, apontando o Porto como exemplo. “Eu tenho acompanhado a campanha autárquica, um pouco por todo o país, o que espero é que os munícipes de Aveiro tenham escolha. Nós achamos que faltava aqui escolha numa esquerda verde, europeia, que defenda os direitos humanos que, no fundo, representa uma candidatura de progresso, de humanismo e queríamos muito ter esta escolha no boletim de voto”. A arruada terminou no Rossio, depois de uma passagem pela Câmara de Aveiro, onde Rui Tavares perguntou em tom alegre se já era altura de provar os tradicionais ovos moles. Recorde-se que no passado sábado, 27 de setembro, o Livre apresentou a sua candidatura autárquica ao concelho de Aveiro. Entre as prioridades do partido estão a habitação, a mobilidade, a saúde, entre outras. Relembre-se também que esta é a primeira vez que o partido avança com uma candidatura à Câmara de Aveiro. Neste caso, encabeçada por Bruno Santos Fonseca, especialista em Relações Internacionais, de 33 anos, natural de Ovar e residente, atualmente, em Esgueira. 

Diogo Machado apresenta queixa contra Ribau Esteves em resposta a acusação de dívida por cobrar
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Diogo Machado apresenta queixa contra Ribau Esteves em resposta a acusação de dívida por cobrar

A queixa de Diogo Soares Machado também inclui Rui Soares Carneiro, vereador eleito pelo Partido Socialista, que, durante a reunião, interpelou o presidente a respeito de uma das “imparidades reconhecidas” relacionadas com o “adiantamento por conta de despesas do ex-funcionário Diogo Machado, de um valor superior a 20 mil euros”. Nas palavras do candidato do Chega, quando Ribau Esteves mente sobre si, sobre o seu carácter e sobre o seu comportamento, sabe que Diogo Soares Machado “não lhe perdoa e muito menos deixará que a mentira fique sem punição”. “Ribau é um escroque e terá o tratamento que os escroques merecem. Tal como o esbirro Carneiro”, concluiu o ex-diretor da AveiroExpo. A conferência de imprensa marcada pelo chega para o final da tarde de hoje, dia 3, vai servir para que “tudo fique em pratos limpos”, diz Diogo Soares Machado, que afirma também que “o resto é com o Ministério Público”. Na publicação, o candidato do Chega anexou ainda uma fotografia da Ata de Audiência de Julgamento, referente ao dia 29 de janeiro de 2015, em que fica determinado que a empresa AveiroExpo teve de pagar 5.000€ a Diogo Soares Machado pela cessação do contrato de trabalho.

Autárquicas: Miguel Gomes (IL) propõe "choque liberal" para transformar Aveiro
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Autárquicas: Miguel Gomes (IL) propõe "choque liberal" para transformar Aveiro

Miguel Gomes sublinha que o objetivo é “aproximar freguesias, criar qualidade de vida e devolver espaço à cidade e aos cidadãos”. O primeiro eixo deste plano é a "Mobilidade 360º", que assenta na criação de um Terminal Intermodal do futuro junto à Estação de Aveiro, na requalificação da Avenida Europa como espinha dorsal da mobilidade, servida por autocarros rápidos, ‘shuttles’ e bicicletas e na modernização da Linha do Vouga, transformada em linha de superfície ágil e frequente, também a ligar Ílhavo. Com este modelo, o cabeça de lista garante que todas as freguesias ficam a cinco minutos do centro sem depender do automóvel, adiantando que o plano tem ainda impacto direto na habitação. “Quando for tão apelativo viver em Esgueira, Aradas, Cacia como no centro, a oferta aumenta e os preços deixam de sufocar”, explica Miguel Gomes. A segunda proposta incide sobre a antiga lota, um espaço que se encontra devoluto há cerca de 20 anos, e para onde a IL propõe um “lugar de oportunidades, turismo e ambiente”, com esplanadas, bares e restaurantes voltados para a ria, um parque verde com ciclovias e zonas de lazer e um pavilhão multiúsos, assim como espaços dedicados à arte, associações e desportos náuticos. “O espaço da lota deve ser devolvido à cidade como lugar de encontro, cultura e futuro para os aveirenses, dinamizando economicamente aquela área”, afirma Miguel Gomes. A terceira proposta recupera uma ideia já defendida pela IL desde 2021, que é a criação de um Parque Central nos terrenos entre a Avenida 25 de Abril e a Avenida Europa, atrás do pavilhão dos Galitos. “Inspirado no 'Central Park', este será um pulmão verde com mais de 20 hectares que prevê relvados para famílias, lago paisagístico, espaços para desporto e cultura ao ar livre com anfiteatros verdes, arte pública e áreas para feiras e concertos”, refere Miguel Gomes. Para o cabeça de lista da IL, partido que não tem nenhum eleito em Aveiro, estas três propostas são a base de um novo caminho para Aveiro: “Este é o verdadeiro choque liberal para Aveiro. Três projetos que transformam a cidade para as próximas gerações e que só são possíveis com o voto liberal”. Além de Miguel Gomes, pela IL, são candidatos à Câmara de Aveiro Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM), Alberto Souto (PS), Diogo Machado (Chega), João Moniz (BE), Isabel Tavares (CDU), Bruno Fonseca (Livre), Ana Rita Moreira (PAN) e Paulo Alves (Nós, Cidadãos!). A Câmara de Aveiro é atualmente liderada pelo social-democrata José Ribau Esteves, que, no seu terceiro mandato, integra o executivo com outros cinco eleitos da coligação PSD/CDS-PP/PPM e ainda três vereadores da parceria PS/PAN.

Aprovadas 22 candidaturas da região de Aveiro ao Mar 2030 de 5,8 milhões de euros
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Aprovadas 22 candidaturas da região de Aveiro ao Mar 2030 de 5,8 milhões de euros

“Das 38 propostas submetidas, 22 receberam parecer favorável, totalizando um investimento de 5.813.363,88 de euros, e foram enviadas para homologação pela Autoridade de Gestão do Mar 2030”, informa uma nota de imprensa da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro. De acordo com aquela entidade, “o maior ênfase, tanto em quantidade como em apoio financeiro, recai na melhoria de infraestruturas físicas e na aquisição de material de apoio à transformação, distribuição e comercialização dos produtos”. Outro destaque é a aquisição de equipamentos, como os de apoio à “Arte Xávega”, ou de embarcações que apoiam a preservação da construção naval tradicional. “As propostas aprovadas também fomentam o empreendedorismo ligado ao mar e promovem a sustentabilidade ambiental e a adaptação às alterações climáticas”, realça a nota de imprensa. O Grupo de Ação Costeira da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro é responsável pela execução da Estratégia de Desenvolvimento Local (EDL), “apoiando iniciativas que reforcem a competitividade dos setores da pesca e aquicultura e valorizem o património marítimo-cultural”. “A CIRA assume, assim, um papel ativo na concretização deste instrumento nacional que aplica o Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura, visando promover uma economia azul sustentável”, refere a nota.