RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Legislativas: Chegaram a Portugal 18,77% dos votos dos emigrantes

Perto de 19% dos votos dos emigrantes portugueses chegaram a Portugal até sexta-feira, estando marcada para terça-feira o início da sua contagem, que decorrerá até ao dia seguinte, em Lisboa.

Legislativas: Chegaram a Portugal 18,77% dos votos dos emigrantes
Redação

Redação

26 mai 2025, 14:45

Segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até sexta-feira tinham chegado a Portugal 296.283 cartas com os boletins de voto dos portugueses residentes no estrangeiro, o que representa 18,77% dos eleitores inscritos para as legislativas do passado dia 18.

Nas eleições de 2024, e no período homólogo, tinham chegado a Portugal 19,42% das cartas enviadas a estes cidadãos. Foram devolvidas 154.094 cartas, ou seja, 9,76% das expedidas a partir de Portugal para estes eleitores no estrangeiro.

As cartas começaram a ser enviadas a 12 de abril, para 192 destinos, tendo a última expedição acontecido a 21 de abril.

As escolhas dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro vão continuar a chegar a Portugal até quarta-feira, dia em que se conhecerá o seu resultado e qual o partido que ficará em segundo lugar: PS ou Chega.

Nos últimos 20 anos, o PS e o PSD dividiram os mandatos pela Europa e Fora da Europa, mas este bipartidarismo terminou em 2024, quando o Chega elegeu um deputado por cada um destes dois círculos. Às eleições do dia 18 concorreram 36 candidaturas aos dois círculos, 18 para cada um.

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Legislativas: Todos os boletins dos emigrantes registados, Chega é o mais votado
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Dados da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) indicavam, às 17:02, que tinham sido registados 155.808 boletins (44,22%). Na terça-feira, tinham sido registados 196.506 boletins. Os resultados oficiais indicam que, às 17:14, quando estavam apurados 11,76% dos votos, o Chega estava à frente, com 28,77% dos votos, seguido da coligação AD - PSD/CDS (17,23%) e do PS (12,84%). Na FIL ainda continuam a trabalhar várias das 150 mesas de votos, organizadas em dez filas, que continuam a registar os votos. Às 17:00, faltavam fechar 90 mesas. Até ao momento não existem dados oficiais sobre as escolhas destes eleitores, mas fonte partidária adiantou à Lusa que o Chega é o partido mais votado. Pelas 17h, o Chega reunia 32.385 votos, o PSD 38.235 votos e o PS 63.429 votos. Números que, contudo, vão sendo atualizados, mas apontam o Chega como vencedor. As mesas que vão fechando as suas listas expõem os resultados nas paredes do pavilhão, nas quais é possível apurar níveis elevados de votos nulos, que não são, contudo, uniformes: tendo sido identificadas pela Lusalistas com votos nulos superiores a 50%, mas também com valores como 1% ou 2%. No portal da SGMAI, os votos nulos atingiam, às 17:17, os 28,24%. Os representantes dos partidos políticos e alguns dos deputados eleitos para a anterior legislatura pelos círculos da Europa e Fora da Europa vão acompanhando o processo, com salvas de palmas a serem ouvidas sempre que uma mesa encerra os trabalhos. Pelas 18h50 os dados disponíveis apontam que pelo círculo da Europa faltam apurar quatro consulados (Espanha, Países Baixos, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e Restantes Países da Europa). Os resultados globais mostram queno círculo da Europa o Chega conquista 32,40% dos votos. A AD segue, por enquanto, com14,31% dos votos e o PS com13,17%. Cerca de 31% dos votos são nulos. No círculo eleitoral de Fora da Europa está apurado apenas um do total de sete consulados. A contagem dá, por enquanto,21,62% dos votos à AD, seguida do Chega (17,08%) e pelo PS (10,96%). Os votos nulos representam, pelas 19h,42,85% dos votos. Os resultados que serão ainda hoje conhecidos definirão o principal partido da oposição: PS ou Chega.

Autoridade Marítima Nacional pede aos banhistas muito cuidado no acesso ao mar
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Autoridade Marítima Nacional pede aos banhistas muito cuidado no acesso ao mar

“A época balnear ainda não abriu, as praias não têm vigilância, não há nadadores-salvadores dedicados às praias. Portanto, aproveito para apelar aos banhistas e aos frequentadores das praias que tenham muito cuidado no acesso ao mar”, afirmou aos jornalistas o capitão do Porto da Nazaré e comandante das operações de socorro, João Lourenço, naquela praia. Aos banhistas, João Lourenço pediu também para que escolham “as praias que sabem como é que elas são, não se aventurem para zonas fora de pé e se não souberem nadar não vão para dentro de água”. Duas crianças desapareceram no mar na tarde de domingo, depois de alegadamente estarem a banhos no Pedrógão, praia que ainda não se encontra vigiada nesta altura do ano, anunciou a AMN, que iniciou as buscas após recebido o alerta, às 17:25, através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa. Segundo a AMN, os menores têm 11 e 16 anos (a idade foi, entretanto, corrigida), e nacionalidade angolana. O Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou no domingo para a subida gradual da temperatura a partir de terça-feira em Portugal continental, com aumento do perigo de incêndio rural, cuja classificação máxima poderá atingir alguns concelhos do sul. Em comunicado, o IPMA salientou que a temperatura se encontra “já acima dos valores da normal climatológica do mês de maio na generalidade do território, e com tendência para uma subida gradual, mais significativa nos dias 29 e 30”. Desta forma, a temperatura máxima deverá atingir valores acima de 30°C na generalidade do território a partir de terça-feira, com exceção de alguns locais na faixa costeira ocidental, e valores acima de 35°C na região Sul e Vale do Tejo. A temperatura mínima também irá aumentar, prevendo, contudo, o IPMA ainda valores inferiores a 10°C em alguns locais das regiões Norte e Centro até segunda-feira, subindo gradualmente ao longo da semana para valores acima de 15°C na generalidade do território.

Mais de 800 condutores apanhados numa semana por uso do telemóvel ao volante
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Mais de 800 condutores apanhados numa semana por uso do telemóvel ao volante

Em comunicado conjunto, a Polícia de Segurança Pública (PSP), a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e a Guarda Nacional Republicana (GNR), revelam que fiscalizaram 5.448.726 veículos, entre 14 e 20 de maio, e detetaram 25.098 mil infrações. Das 815 infrações relativas ao uso indevido do telemóvel durante a condução, 797 registaram-se no continente e 18 nas Regiões Autónomas, tendo sido 654 detetadas pela GNR e 161 pela PSP. No âmbito desta campanha, foram fiscalizados automaticamente por radar 5.387.981 veículos, dos quais 145.011 pelas forças de segurança (GNR e PSP) e 5.242.970 pelo SINCRO – Sistema Nacional de Controlo de Velocidade, da responsabilidade da ANSR. As forças de segurança fiscalizaram presencialmente 60.745 veículos e condutores. Ao longo da campanha da ANSR, GNR e PSP, foram contabilizados 2.723 acidentes, de que resultaram sete vítimas mortais, 54 feridos graves e 854 feridos ligeiros. Os acidentes com vítimas mortais ocorreram nos distritos de Aveiro, Santarém e Setúbal. De acordo com a nota, esta é a quinta das 11 campanhas de sensibilização e de fiscalização planeadas no âmbito do Plano Nacional de Fiscalização (PNF) de 2025. Até ao final do ano serão realizadas mais seis campanhas, uma por mês, com ações de sensibilização e de fiscalização. Das cinco campanhas, que decorreram em 2025, foram realizadas 23 ações, durante as quais 3.480 pessoas foram sensibilizadas, presencialmente. Quanto às ações de fiscalização, o número de condutores fiscalizados, presencialmente, foi de 330.131. Por radar, foram controlados 27.408.299 de veículos.

Ornatos Violeta, GNR e Gisela João em palco pela criação de uma Casa do Artista do Norte
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Ornatos Violeta, GNR e Gisela João em palco pela criação de uma Casa do Artista do Norte

“Com o objetivo de angariar fundos para a construção da Casa do Artista na região Norte do país, este evento é um apelo à união em torno de uma causa comum: garantir dignidade, acolhimento e reconhecimento aos artistas que marcaram a nossa história”, pode ler-se no ‘site’ da sala da Rua de Passos Manuel. Em declarações à Lusa há semanas, o presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto, Miguel Guedes, afirmou que “o concerto é uma janela de esperança para uma casa que ainda não existe”. “O ideal seria que estas Casas do Artista se multiplicassem pelo país e se replicassem, mas a verdade é que só existe uma e é em Lisboa”, afirmou Miguel Guedes, lembrando que o projeto de criação de uma Casa do Artista no Norte é uma ambição antiga de muitas pessoas do setor, que ainda não teve desenvolvimentos concretos. A Casa do Artista, em Lisboa, foi fundada em 1999 e tem por objetivos “apoiar, dignificar e proteger aqueles que exercem ou tenham exercido funções relacionadas com a atividade artística e cultural”, segundo o ‘site’ da instituição, contando com uma residência para seniores. Nas palavras de Miguel Guedes, uma Casa do Artista será “um lugar seguro para um fim de vida ou início de outra”, lembrando que são promovidas várias iniciativas para dinamizar a entidade e envolver os próprios residentes. “Espero que [o concerto] seja um momento de celebração e que permita angariar mais associados, dar a conhecer [o projeto] e depois, com este reforço de visibilidade, exigir ao poder político que assuma a sua responsabilidade e que nos ajude”, afirmou o presidente da entidade gestora do Coliseu do Porto. Para Miguel Guedes, este será um momento de viragem: “Ou conseguimos colocá-la como uma necessidade absoluta e todos são convocados a assumir as suas responsabilidades, ou então temos de partir para outra solução”. Num comunicado partilhado com a Lusa este mês e assinado pelo presidente da Associação Mutualista dos Artistas (AMAR), João Cunha, é recordado que “a futura Casa do Artista tem projeto aprovado desde 2009, apesar da necessidade de ser revisto por obrigações de segurança e de dimensões, e teve terreno que, por erro administrativo à data, não permitiu que a construção avançasse”. “Neste momento estamos a retomar o processo, e do qual foram já iniciados contactos com o [arquiteto] Manuel Correia Fernandes para que, em conjunto com a Câmara Municipal de Matosinhos, se possa assegurar o terreno prometido para que seja refeito o projeto ao terreno em causa, assim como a dimensões e segurança exigidos por regulamentação vigente”, acrescentou, no mesmo texto. Na semana passada, em resposta a questões da Lusa, fonte oficial da Câmara Municipal de Matosinhos disse que a autarquia se mantinha disponível para encontrar um terreno onde possa nascer a futura Casa do Artista do Norte. A mesma fonte recordou que a “Assembleia Municipal, na sua sessão extraordinária de 14/05/2009, deliberou aprovar a proposta de cedência de um terreno municipal, sito na Rua Veloso Salgado, em Leça da Palmeira, pelo período de 25 anos, em regime de direito de superfície, à Associação Mutualista dos Artistas – Casa do Artista – Norte, para a criação de um Lar para a 3.ª Idade, com capacidade para 60 utentes”. No entanto, “o projeto, da autoria do arquiteto Correia Fernandes, não foi aprovado”. Mais tarde, já com Luísa Salgueiro na presidência, “o processo voltou à mesa de conversação e verificou-se que o terreno integrava agora uma AUDAC [Área Urbana Disponível A Consolidar] e que não tinha área suficiente para lá instalar um edifício com as dimensões constantes do projeto”. O cartaz do espetáculo de hoje inclui Gisela João, GNR, Miguel Araújo, Ornatos Violeta, a Banda Filarmónica de Matosinhos-Leça, José Raposo (diretor da Casa do Artista de Lisboa), Óscar Branco, Pedro Lamares, Rita Reis e Rui Xará. Os bilhetes custam entre 10 e 40 euros.

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As estudantes-atletas de futebol 7 trouxeram de Faro mais uma medalha de ouro. A conquista volta a acontecer pela primeira vez em sete anos e Rita Costa, estudante do quinto ano de Engenharia de Materiais da UA e capitã da equipa, sublinha que apesar da vitória por quatro a um no frente a frente com a equipa da Universidade do Minho, o jogo foi bastante disputado. “O jogo foi complicado, quatro golos é um resultado expressivo, mas não retrata o jogo porque foi um jogo bastante difícil, a equipa do Minho era uma equipa bastante boa: atrevo-me a dizer a melhor que encontramos no Campeonato Nacional Universitário”, aponta a capitã da equipa aveirense. No final, a “garra, raça e união” da equipa aveirense falou mais alto e valeram o ouro para a equipa da cidade dos canais, repara Rita. A capitã da equipa frisou ainda que o grupo foi constituído recentemente e é composto pela equipa de futsal da AAUAv/UA e “mais quatro ou cinco jogadoras de futebol que por acaso já jogam todas juntas”. Daniel Vilarinho, técnico responsável pela formação destaca que as jogadoras, um grupo criado com cerca de três meses de antecedência, “deram o que tinham e o que não tinham, todas elas”, algo que destaca como “a grande diferença” na conquista pelo título. O treinador aproveitou ainda a oportunidade para agradecer à universidade e aos clubes das estudantes-atletas pelo apoio prestado ao longo dos meses de preparação. “Valorizamos [a vitória] como nossa, mas ela é de uma série de instituições”, aponta o treinador. A vitória resulta ainda no apuramento para o Campeonato Europeu Universitário, e as expectativas são partilhadas pela equipa e pelo treinador: “representar o melhor possível o nosso país e a nossa academia”, apontam. “União, esforço e dedicação não irá faltar com certeza”, reforçou Daniel Vilarinho. A competição europeia acontece no final do mês de julho, em Camerino, na Itália. No início de maio, os atletas de Atletismo Pista Ar Livre da equipa aveirense conquistaram ainda doze pódios: cinco ouros, cinco pratas e dois bronzes. A AAUAv/UA conquistou ainda o terceiro lugar do pódio no futebol de praia masculino. A equipa ainda alcançou o primeiro lugar na fase de grupos (Grupo B) com 6 pontos, mas perdeu com a diferença de um golo para a agora campeã universitária - a Associação de Estudantes do ISCTE (AEISCTE-IUL). A competição decorreu nos dias 15 e 16 de maio, no Complexo Desportivo da Praia de Carcavelos. Importa ainda destacar a equipa de Rugby da AAUAv/UA que, apesar de não ter fechado o pódio nos CNU da sua modalidade [Rugby Sevens], alcançou o quinto lugar num universo de 12 equipas. A equipa da universidade aveirense conquistou assim um dos objetivos aos quais se tinha proposto, registando ainda uma subida de seis posições face aos resultados conseguidos na competição do ano passado. A competição decorreu no Campo de Rugby da Tapada da Ajuda, em Lisboa, nos dias 20 e 21 de maio. A equipa da AAUAv/UA conta neste momento com 57 medalhas no medalheiro e ocupa a 5ª posição na luta pelo Troféu Universitário de Clube. A equipa da AAUAv/UA volta a competir já este sábado, dia 31, nos CNU de Remo e em junho há ainda competições nacionais na modalidade de orientação, E-Sports, karting, triatlo e canoagem.

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Opinião

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Mudar o Paradigma de Gestão e de Governança da UA: Um Apelo à Liderança Participativa e à Cocriação de Soluções para o Futuro de Todos Ao celebrar mais de cinco décadas de história, a Universidade de Aveiro encontra-se num momento decisivo. Os desafios que hoje se colocam ao Ensino Superior, as restrições orçamentais, o necessário impacto social do ensino e da investigação, a sobrecarga de trabalho e em muitos casos de burnout dos seus recursos humanos, exigem uma profunda reavaliação dos modelos de liderança e gestão das Instituições de Ensino Superior. Urge transitar de modelos tradicionais de “governo” para abordagens de “governança” bottom-up, que se apoiem no ‘chão da universidade’. No centro desta transformação devem estar lideranças democráticas e transformativas assentes numa participação efetiva de Todos! O Conselho Geral da Universidade deve tornar-se o motor desta mudança. Defendemos um Conselho Geral que promova a eleição direta de todos os órgãos unipessoais, logo que legalmente possível. Que exija audições públicas abertas a toda a comunidade dos candidatos a reitor, o escrutínio aberto dos seus programas, o que é o oposto da atual situação de ‘conclave’ que reina no Conselho Geral. Defendemos um Conselho que envolva diretamente todos os segmentos da comunidade universitária, académicos e não académicos, em início de carreira e seniores, com contratos permanentes ou precários. A representação não pode ser simbólica e de cortesia para com as reitorias. O Conselho Geral deve ser a voz da comunidade e atuar como órgão de fiscalização dos órgãos da universidade: deve ser ativo, dinâmico e consequente. A governança participativa, de base, não é um ideal utópico. É uma exigência democrática. No contexto universitário, significa envolver ativamente quem trabalha e estuda na instituição na definição da sua direção, prioridades e cultura. É um modelo que reconhece os saberes diversos, as experiências vividas e as perspetivas críticas de quem está no terreno. Legitimar a governança bottom-up implica saber-se ser inclusivo e saber-se dialogar. A universidade deve refletir a inteligência coletiva da sua comunidade, o que requer dar poder de participação e decisão a Todos e não apenas às elites dos órgãos eleitos ou designados. Saber-se delegar - e não centralizar funções e decisões - é um ato de gestão inteligente. A governança participativa deve ir além da retórica. Deve estar presente nas estruturas e práticas institucionais do dia a dia. O Conselho Geral tem um potencial único para cumprir esse papel, não como mero validador das atividades do reitor, mas como espaço independente, inclusivo e construtivo de reflexão estratégica, debate e responsabilização. Para isso, precisamos de um Conselho Geral que escute, questione e proponha, que funcione como consciência coletiva da instituição. Esta visão exige uma transformação na cultura institucional. Reconstruir a confiança na governança universitária significa empoderar as pessoas. Significa garantir que docentes sobrecarregados com horas letivas excessivas, investigadores em situação de instabilidade e estudantes que procuram uma formação com sentido sintam que a sua voz conta. Governança não é controlo, é corresponsabilização. E só com corresponsabilidade poderemos construir uma universidade resiliente, inclusiva e preparada para os próximos 50 anos. Escolhamos o diálogo e a empatia com as pessoas, em vez da distância e da voz de comando, a transparência em vez da opacidade, a coragem em vez da gestão do dia a dia. Vamos co-construir a Universidade de Aveiro do futuro, em conjunto. Não para alguns, mas para todos!

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Equipa de radiologia de intervenção da ULS Gaia/Espinho demite-se em bloco

No total são sete os profissionais que entre junho e julho cumprem os últimos dias na ULSGE. Já o então diretor do Serviço de Imagiologia e coordenador da Unidade de Radiologia de Intervenção (URI), Pedro Sousa, apresentou a demissão a 01 de maio, situação à qual se seguiu um pedido de rescisão de contrato e um processo disciplinar instaurado pela ULSGE. Contactado pela Lusa, fonte da ULSGE avançou que foi nomeado, interinamente, um novo diretor, o neurorradiologista de intervenção Manuel Ribeiro, e que a direção do serviço e o conselho de administração “estão ativamente a realizar as diligências para uma normalização rápida”. “Hoje é o meu último dia. O contrato dos colegas obriga um aviso prévio de um mês e, portanto, alguns terminam a sua atividade a 18 de junho e outros colegas, que já tinham um contrato superior a dois anos, terminam funções a 18 de julho”, disse à Lusa Pedro Sousa. Questionado sobre o motivo pelo qual apresentou a sua demissão, o médico disse que “existe efetivamente uma diferença estratégica entre o atual conselho de administração e a direção de serviço à data” e que como diretor de serviço “sentia alguma inoperância”. “Os projetos estavam todos suspensos (…) A gota de água foi a falta de respeito institucional, a alteração de uma prática que tinha já há cinco anos”, disse Pedro Sousa, referindo-se a alegadas alterações à constituição do júri para a contratação de recém-especialistas da neurorradiologia. O conselho de administração da ULSGE, que era presidido pelo médico anestesista Rui Guimarães, foi substituído em fevereiro deste ano, sendo agora liderado por Luís Cruz Matos, que foi administrador executivo do Hospital da Prelada, pertencente à Santa Casa da Misericórdia do Porto. O médico Pedro Sousa foi um dos signatários de cartas enviadas à tutela, nomeadamente à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, quando ainda não era conhecido o novo conselho de administração, nas quais era pedida a continuidade de Rui Guimarães. Relativamente ao processo disciplinar instaurado pelo hospital, Pedro Sousa disse acreditar que este se deva a “incómodo” por este ter tornado pública a sua demissão. Sobre esta matéria, a ULSGE informou a Lusa que “foi instaurado um processo disciplinar ao dr. Pedro Sousa, por alegada violação do Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGPD)”. “Estão em causa situações de exposição de documentação institucional interna a entidades externas, sem o devido enquadramento legal, e com impacto nos direitos de privacidade de diversos profissionais da ULSGE”, lê-se na resposta da ULS. Quanto à prestação de cuidados aos utentes, essa, garante a ULSGE, “encontra-se assegurada”, estando “em curso todas as diligências para minimizar o impacto na atividade clínica, tanto localmente como na rede de articulação da região Norte, uma vez que a unidade serve uma população que ultrapassa os limites da ULSGE”. Acrescenta ainda a ULS que a nomeação do médico Manuel Ribeiro “decorre enquanto se processam as manifestações de interesse para as direções de serviço, um procedimento iniciado a 08 de maio” que é “transversal a toda a instituição e decorre por imposição legal por termo do mandato do anterior conselho de administração e que implica a renovação das comissões de serviço”. “A direção de serviço, em articulação com o conselho de administração, está empenhada na rápida estabilização do serviço. Reforça-se que esta unidade representa um investimento significativo do SNS [Serviço Nacional de Saúde], incluindo fundos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], tanto em equipamentos como em formação diferenciada. Importa ainda referir que parte dos profissionais agora demissionários terminou recentemente o seu percurso formativo”, conclui.

Dino D'Santiago atua no primeiro dia do Festival dos Canais em Aveiro
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Dino D'Santiago atua no primeiro dia do Festival dos Canais em Aveiro

Organizado pela Câmara de Aveiro, o evento, que celebra este ano a sua décima edição, inclui espetáculos de música, teatro, dança, novo circo, instalações artísticas, atividades para crianças e outras propostas que prometem transformar o quotidiano da cidade. Um dos destaques desta edição, segundo uma nota camarária, são os espetáculos sobre a água, entre os quais o “The Weight of Water”, da companhia Panama Pictures, dos Países Baixos, uma “parábola sobre o aquecimento global com seis intérpretes e uma plataforma flutuante" para ver no Canal Central, junto às comportas, nos dias 19 e 20 de julho. Na música, o primeiro nome revelado é o de Dino D’Santiago. O cantor que tem trabalhado a tradição cabo-verdiana com a marca contemporânea da eletrónica global irá atuar no arranque do evento, a 16 de julho, no palco maior do Festival dos Canais, instalado no Cais da Fonte Nova. No campo das estreias, o espetáculo verde/claro, de Rui Queiroz de Matos, é o primeiro exemplo, sendo também uma encomenda do Festival dos Canais que poderá ser vista todos os dias do evento, com quatro apresentações diárias. “Trata-se de uma criação com marionetas que celebra a natureza na sua escala mais íntima e questiona os espetadores sobre como seria a vida se os seres humanos tivessem apenas uns milímetros de altura”, refere a organização. Tal como aconteceu em anos anteriores, o evento contará com a participação da comunidade em algumas das suas atividades, como é o caso da Fanfarra dos Canais, uma formação musical itinerante que todos os anos conta com elementos recrutados através de uma ‘open call’, estando para breve a abertura das inscrições. A programação inclui ainda diversos espetáculos e atividades para as crianças e as famílias, que vão decorrer no espaço Jardim das Brincadeiras, na Baixa de Santo António. A exemplo dos últimos anos, o Festival dos Canais irá contar com um ‘pop-up’ do Chefs On Fire, um evento gastronómico que convida ‘chefs’ de renome a cozinhar em fogo lento, celebrando as origens da cozinha. A programação completa do Festival dos Canais será apresentada em breve e ficará também disponível na página do evento na internet.