Mais de 800 condutores apanhados numa semana por uso do telemóvel ao volante
Mais de 800 condutores foram detetados a usar o telemóvel durante a condução, segundo os dados divulgados hoje da campanha “Ao volante, o telemóvel pode esperar” realizada na última semana.
Redação
Em comunicado conjunto, a Polícia de Segurança Pública (PSP), a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e a Guarda Nacional Republicana (GNR), revelam que fiscalizaram 5.448.726 veículos, entre 14 e 20 de maio, e detetaram 25.098 mil infrações.
Das 815 infrações relativas ao uso indevido do telemóvel durante a condução, 797 registaram-se no continente e 18 nas Regiões Autónomas, tendo sido 654 detetadas pela GNR e 161 pela PSP.
No âmbito desta campanha, foram fiscalizados automaticamente por radar 5.387.981 veículos, dos quais 145.011 pelas forças de segurança (GNR e PSP) e 5.242.970 pelo SINCRO – Sistema Nacional de Controlo de Velocidade, da responsabilidade da ANSR.
As forças de segurança fiscalizaram presencialmente 60.745 veículos e condutores.
Ao longo da campanha da ANSR, GNR e PSP, foram contabilizados 2.723 acidentes, de que resultaram sete vítimas mortais, 54 feridos graves e 854 feridos ligeiros. Os acidentes com vítimas mortais ocorreram nos distritos de Aveiro, Santarém e Setúbal.
De acordo com a nota, esta é a quinta das 11 campanhas de sensibilização e de fiscalização planeadas no âmbito do Plano Nacional de Fiscalização (PNF) de 2025. Até ao final do ano serão realizadas mais seis campanhas, uma por mês, com ações de sensibilização e de fiscalização.
Das cinco campanhas, que decorreram em 2025, foram realizadas 23 ações, durante as quais 3.480 pessoas foram sensibilizadas, presencialmente. Quanto às ações de fiscalização, o número de condutores fiscalizados, presencialmente, foi de 330.131. Por radar, foram controlados 27.408.299 de veículos.
Recomendações
Operador da rede espanhola culpa empresas produtoras de eletricidade pelo apagão
O Governo de Espanha apresentou na terça-feira as conclusões da comissão de investigação que constituiu para apurar as causas do apagão e revelou que o colapso elétrico se deveu a uma "combinação de fatores" que causaram elevada sobrecarga de tensão na rede elétrica espanhola que o sistema foi incapaz de controlar ou absorver, apesar de haver infraestrutura suficiente de resposta. O executivo atribuiu responsabilidades a uma "má planificação" por parte da Red Elétrica de Espanha (REE) e a falhas na resposta a que estavam obrigadas empresas produtoras de energia, com suspeitas de incumprimento dos protocolos previstos para situações de sobrecarga de tensão. Hoje foi a vez de a REE apresentar as conclusões do inquérito interno ao apagão, numa conferência de imprensa em Madrid com os responsáveis máximos da empresa. "Se os geradores com obrigação de cumprimento de controlo dinâmico de tensão - os geradores ligados ao sistema no momento do incidente - tivessem cumprido, não teria havido apagão", disse a diretora geral de Operação da Red Elétrica, Concha Sánchez. Segundo a REE, o apagão resultou de uma série de circunstâncias que se acumularam e desembocaram num problema de sobrecarga de tensão que levou à paragem em cascata das instalações de produção de energia. O inquérito da REE concluiu que foram registadas oscilações relevantes no sistema a partir das 12:03 locais de 28 de abril (meia hora antes do apagão), com a primeira a ter sido, aparentemente, "forçada" e a resultar de possíveis anomalias internas numa unidade de produção. Seguiram-se, segundo a REE, perdas de produção no sistema, por terem sido desligadas unidades de forma "incorreta". A primeira oscilação ocorreu numa instalação fotovoltaica em Badajoz, que estava nesse momento ligada à rede de transporte de eletricidade, revelou a REE, sem dar mais detalhes. Seguiram-se então apagões de geração que levaram ao apagão total, com o primeiro a ocorrer na zona de Granada e a ter sido feito de forma "incorreta", incumprindo obrigações, uma vez que nesse momento a tensão no sistema estava "totalmente dentro dos limites" estabelecidos legalmente. Assim, de acordo com a REE, essas primeiras desconexões "não justificadas" de unidades de produção aliadas à falta de absorção da sobrecarga a que estavam obrigados os geradores de eletricidade, levou a sobrecargas de tensão já fora de limites normais e ao apagão, sem possibilidade de acionar mecanismos de defesa e equilíbrio do sistema. A REE recusou uma "má planificação" da empresa nos dias e horas anteriores ao apagão, como apontou o Governo espanhol, defendendo que o colapso teria sido evitado se as empresas com unidades de produção tivessem cumprido as obrigações que tinham naquele dia, por solicitação do operador. Nem o relatório apresentado pelo Governo espanhol, nem a investigação da REE revelam os nomes das empresas visadas, invocando, nos dois casos, questões legais de confidencialidade.
Incêndios: Disponíveis para combate 67 meios aéreos, menos nove do que o previsto
“À data, o dispositivo aéreo da ANEPC conta com 69 aeronaves, das quais duas estão inoperativas por motivos de manutenção”, refere a Proteção Civil, numa resposta enviada à Lusa, após os autarcas de Grândola, Ourique e Moura se terem queixado da falta de meios aéreos para combate aos incêndios rurais nestes concelhos e apelado a uma solução urgente para dar resposta às populações. A Diretiva Operacional Nacional (DON) que estabelece o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) prevê para o período de 01 a 30 de junho, denominado 'nível Charlie’, 76 meios aéreos. No entanto, apenas estão operacionais para o combate aos fogos 67. Segundo a ANEPC, os helicópteros ligeiros inoperacionais para manutenção estão sediados nos Centros de Meios Aéreos (CMA) de Arcos de Valdez (Viana do Castelo) e Santa Comba Dão (Viseu). Em Arcos de Valdevez existe um outro helicóptero que está operacional. Na resposta enviada à Lusa pela Proteção Civil apenas são mencionados os locais onde existem meios aéreos, faltando referir quais as aeronaves em falta. A Lusa questionou a Força Aérea Portuguesa, entidade responsável pela contratação dos meios aéreos de combate a incêndios rurais, sobre os motivos para a falta de aeronaves, mas até ao momento não obteve resposta. No início do mês de junho, quando entrou em vigou o 'nível Charlie’, fonte do setor afirmou à Lusa que a falta de meios aéreos estava relacionada com a documentação para poderem operar e falta de candidatos nos concursos. A ANEPC indicou que tem atualmente ao dispor 36 helicópteros ligeiros sediados nos CMA de Arcos de Valdevez , Famalicão, Fafe, Chaves (2), Ribeira de Pena, Bragança, Alfandega da Fé, Baltar, Vale de Cambra, Vila Real, Armamar, Águeda, Viseu, Aguiar da Beira, Mêda, Guarda, Seia, Covilhã, Cernache, Lousã, Pampilhosa da Serra, Pombal, Figueiró dos Vinhos, Alcaria, Castelo branco, Proença-a-Nova, Ferreira do Zêzere, Sardoal, Santarém, Lourinhã, Montijo, Évora, Monchique, Cachopo e Loulé. Estão também operacionais cinco helicópteros pesados localizados nos CMA de Macedo de Cavaleiros, Braga, Pombal, Ferreira do Zêzere e São Brás de Alportel e quatro helicópteros de reconhecimento, avaliação e coordenação em Vila Real, Lousã, Ponte de Sor e Beja. Existem também 18 aviões médios anfíbios em Mirandela (2), Vila Real (2), Viseu (2), Cernache (2), Castelo Branco (2), Proença-a-Nova (2), Ponte de Sor (2), Beja (2) e Portimão (2). Segundo a Proteção Civil, estão ainda ativos dois aviões anfíbios pesados em Castelo Branco e dois aviões de reconhecimento, avaliação e coordenação sediados nos CMA de Viseu e Ponte de Sor. O DECIR vai ser reforçado a 01 de julho e para essa altura estão previstos 79 meios aéreos.
DGS emite recomendações para população vulnerável devido a poeiras do Norte de África
A DGS adianta que, “pela sua maior vulnerabilidade aos efeitos deste fenómeno”, estes grupos, além de cumprirem as recomendações para a população em geral, devem, sempre que possível, permanecer no interior dos edifícios e, preferencialmente, com as janelas fechadas. Para a população em geral, a autoridade de saúde recomenda não fazer esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes. Numa nota publicada no ‘site’, a Direção-Geral da Saúde refere que “uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão, está prevista atravessar Portugal continental” durante o dia de hoje, podendo estender-se aos dias seguintes. “Prevê-se a ocorrência de uma situação de fraca qualidade do ar no continente, registando-se um aumento das concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar”, salienta. Segundo a DGS, este poluente (partículas inaláveis – PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, pelo que os cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações. Mantendo-se esta previsão, a DGS recomenda também aos doentes crónicos para manterem os tratamentos médicos em curso e em caso de agravamento de sintomas contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.
Uber lança hoje possibilidade de gravação áudio nas viagens para reforçar segurança
Em comunicado, a Uber - que foi a primeira plataforma TVDE (transporte rodoviário individual de passageiros em veículos descaracterizados) a operar no país - refere tratar-se de “uma medida única” no mercado que coloca “Portugal na linha da frente da inovação a nível europeu” (fora da Europa, a medida já existe em mercados como o Brasil ou os Estados Unidos). “Queremos que todos os utilizadores da Uber, em qualquer viagem, sintam e saibam que estão protegidos por mais de 20 ferramentas de segurança, que desenvolvemos e aperfeiçoamos continuamente, bem como por equipas especializadas em segurança baseadas em Portugal,” refere Francisco Vilaça, ‘general manager’ da Uber em Portugal, citado na nota. A funcionalidade de gravação áudio pode ser ativada pelos utilizadores no momento que pretenderem, seja antes de o motorista chegar ao ponto de recolha ou no decorrer da viagem. A gravação terminará automaticamente no final da viagem ou antes, se o utilizador a terminar. Todas as gravações são encriptadas, “protegidas por critérios rigorosos de privacidade”, e serão automaticamente eliminadas do dispositivo ao fim de sete dias. A gravação nunca pode ser acedida ou partilhada pelo utilizador fora da aplicação. De acordo com a plataforma, só nos casos em que o utilizador partilha a gravação áudio com a Uber, “no âmbito do reporte de uma questão relacionada com segurança, é que a esta tem acesso à mesma”. “Nestes casos, a gravação é de imediato analisada pelas equipas de suporte da Uber especializadas em segurança, que darão o devido seguimento”, refere a plataforma, adiantando ter equipas especializadas em segurança sediadas em Portugal, no seu Centro de Excelência, e uma equipa de segurança composta por 150 antigos agentes da autoridade que investigam e atuam na resolução de incidentes.
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Operador da rede espanhola culpa empresas produtoras de eletricidade pelo apagão
O Governo de Espanha apresentou na terça-feira as conclusões da comissão de investigação que constituiu para apurar as causas do apagão e revelou que o colapso elétrico se deveu a uma "combinação de fatores" que causaram elevada sobrecarga de tensão na rede elétrica espanhola que o sistema foi incapaz de controlar ou absorver, apesar de haver infraestrutura suficiente de resposta. O executivo atribuiu responsabilidades a uma "má planificação" por parte da Red Elétrica de Espanha (REE) e a falhas na resposta a que estavam obrigadas empresas produtoras de energia, com suspeitas de incumprimento dos protocolos previstos para situações de sobrecarga de tensão. Hoje foi a vez de a REE apresentar as conclusões do inquérito interno ao apagão, numa conferência de imprensa em Madrid com os responsáveis máximos da empresa. "Se os geradores com obrigação de cumprimento de controlo dinâmico de tensão - os geradores ligados ao sistema no momento do incidente - tivessem cumprido, não teria havido apagão", disse a diretora geral de Operação da Red Elétrica, Concha Sánchez. Segundo a REE, o apagão resultou de uma série de circunstâncias que se acumularam e desembocaram num problema de sobrecarga de tensão que levou à paragem em cascata das instalações de produção de energia. O inquérito da REE concluiu que foram registadas oscilações relevantes no sistema a partir das 12:03 locais de 28 de abril (meia hora antes do apagão), com a primeira a ter sido, aparentemente, "forçada" e a resultar de possíveis anomalias internas numa unidade de produção. Seguiram-se, segundo a REE, perdas de produção no sistema, por terem sido desligadas unidades de forma "incorreta". A primeira oscilação ocorreu numa instalação fotovoltaica em Badajoz, que estava nesse momento ligada à rede de transporte de eletricidade, revelou a REE, sem dar mais detalhes. Seguiram-se então apagões de geração que levaram ao apagão total, com o primeiro a ocorrer na zona de Granada e a ter sido feito de forma "incorreta", incumprindo obrigações, uma vez que nesse momento a tensão no sistema estava "totalmente dentro dos limites" estabelecidos legalmente. Assim, de acordo com a REE, essas primeiras desconexões "não justificadas" de unidades de produção aliadas à falta de absorção da sobrecarga a que estavam obrigados os geradores de eletricidade, levou a sobrecargas de tensão já fora de limites normais e ao apagão, sem possibilidade de acionar mecanismos de defesa e equilíbrio do sistema. A REE recusou uma "má planificação" da empresa nos dias e horas anteriores ao apagão, como apontou o Governo espanhol, defendendo que o colapso teria sido evitado se as empresas com unidades de produção tivessem cumprido as obrigações que tinham naquele dia, por solicitação do operador. Nem o relatório apresentado pelo Governo espanhol, nem a investigação da REE revelam os nomes das empresas visadas, invocando, nos dois casos, questões legais de confidencialidade.
AAUAv quer mais apoios e maior flexibilidade para os trabalhadores-estudantes da UA
Em declarações à Ria, Joana Regadas lembrou que muitos estudantes são forçados a trabalhar para sustentar os seus estudos, frequentemente em condições precárias e sem recorrer ao estatuto de trabalhador-estudante. “Muitos acabam por não pedir o estatuto, ou por desconhecimento ou porque o trabalho que têm é precário e não conseguem sequer provar que estão a trabalhar”, referiu. Segundo dados recolhidos junto da UA, tal como avançado pela Ria, a maioria dos estudantes com estatuto são mulheres e frequentam o segundo ciclo de estudos. No entanto, Joana Regadas acredita que o número real é significativamente superior. “A realidade é que está cada vez mais caro frequentar o Ensino Superior, os rendimentos das famílias não têm aumentado, nem têm conseguido equiparar-se àquele que tem sido o aumento das despesas - e já vimos uma diminuição nos candidatos ao Ensino Superior”, alertou. O pedido de estatuto pode atualmente ser feito apenas até 31 de outubro, com validade para um ou dois semestres, dependendo do contrato de trabalho do estudante. Maria João Soares, diretora dos Serviços de Gestão Académica (SGA), justificou a data com a regra que impede os estudantes de reprovarem por faltas após esse ponto do calendário académico. Apesar de compreender esta razão, Joana Regadas insiste na necessidade de adaptar os prazos às necessidades reais dos estudantes. “Muitos estudantes não contam ter essa necessidade [de trabalharem]. Só depois de estarem aqui e perceberem que de facto não conseguem ter uma qualidade de vida ou dar resposta a todas as necessidades financeiras (…) é que percebem que têm de facto de arranjar um trabalho part-time, full-time - e a Universidade tem de conseguir dar resposta a estas necessidades”, afirmou. Preocupada com o aumento de casos de abandono escolar por dificuldades em conciliar trabalho e estudos, a presidente da direção da AAUAv adianta que está a trabalhar com Sandra Soares, vice-reitora para o ensino e formação da UA, e com Pedro Lages, provedor do estudante, para encontrar uma solução. “A ideia é encontrar uma solução que seja fazível, mas que também vá ao encontro das necessidades levantadas pelos estudantes”, referiu. No último Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), a AAUAv defendeu a criação de dois momentos ao longo do ano letivo para o pedido de estatuto: no primeiro e no segundo semestre. A dirigente associativa reiterou ainda a preocupação com os custos crescentes do Ensino Superior - em particular o alojamento - e as declarações de Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, sobre o descongelamento das propinas a partir do próximo ano letivo. “As propinas são apenas mais uma gota num balde que já está a transbordar. Descongelá-las seria um retrocesso face às conquistas do movimento estudantil”, avisou. Já sobre os artigos de opinião da nova secretária de Estado do Ensino Superior, Cláudia S. Sarrico - nomeadamente a introdução de empréstimos reembolsáveis em função dos rendimentos futuros dos diplomados, tal como defendido num artigo de opinião publicado no Observador a 20 de dezembro de 2022 -, Joana Regadas foi clara: “As declarações são mais preocupantes. Acho que há aqui um desconforto muito grande e o movimento estudantil terá de se unir para mostrar que, de facto, este não é o caminho com o qual vamos compactuar”. Na reta final da entrevista, a presidente da direção da AAUAv, vincou que o “ensino nunca pode estar reservado apenas a alguns”. “Todos devem ter a oportunidade de começar na mesma linha de partida, independentemente das condições socioeconómicas. A UA tem a oportunidade de ser pioneira e exemplo nacional ao antecipar soluções para esta realidade que se agrava a cada ano”, insistiu.
UA inaugura “BIOMEDIC Lab” para reforçar ensino e inovação em Engenharia Biomédica
Localizado no segundo piso do DFis, o BIOMEDIC Lab assume-se como um espaço moderno, “aprazível” e “mais flexível”. No vidro transparente da entrada, destacam-se, em letras pretas e laranjas, as palavras que lhe dão nome. No interior, ressaltam à vista, entre outros aspetos, as várias mesas-redondas e as cadeiras distribuídas ao longo de todo aquele espaço. Em frente à porta de entrada, uma estante exibe diversos equipamentos, como "mãos programáveis" ou um "medidor de tensão arterial", entre outros. Estes dispositivos fazem parte da vasta gama de recursos avançados ali disponíveis, prontos a serem explorados em contexto de aprendizagem prática. Além da inauguração do espaço, o momento contou com uma mostra de projetos desenvolvidos por estudantes da licenciatura em Engenharia Biomédica, no âmbito da unidade curricular “Laboratórios e Engenharia Biomédica”. Entre os trabalhos apresentados, destacou-se o de Leonor Leal e Tiago Castro, estudantes do 2.º ano, que criaram um “estetoscópio digital” capaz de visualizar em tempo real a frequência cardíaca e respiratória. Tiago explicou à Ria que o dispositivo utiliza um “sensor de infravermelhos” para medir as pulsações, e que, através do uso ou não de uma membrana, é possível captar diferentes tipos de vibrações. “Com a membrana conseguimos detetar as vibrações cardíacas a uma distância curta. Sem a membrana, conseguimos medir as respiratórias a uma distância maior”, apontou. Leonor destacou o potencial do projeto em contextos hospitalares, particularmente na triagem. Segundo a estudante, “muitas vezes, os doentes ficam bastante tempo à espera, e com um sistema destes os médicos teriam acesso imediato a dados como a frequência cardíaca e respiratória, mesmo antes da consulta”, justificou. O projeto foi inicialmente desenvolvido no antigo laboratório de Engenharia Física, e Tiago não escondeu algum saudosismo ao afirmar que teria gostado de ter trabalhado já neste novo espaço. “Está bem organizado, é um espaço que nos pertence e onde podemos trabalhar em conjunto. Teria sido muito mais interessante desenvolver este projeto aqui”, exprimiu. Outro projeto que gerou curiosidade entre os que por lá se encontravam foi o de Carolina Guerra, Diogo Santos e Daniela Costa, do 3.º ano. O grupo desenvolveu uma cadeira de rodas controlada pelos movimentos da cabeça, pensada para pessoas com tetraplegia. Diogo partilhou que, depois de várias ideias em cima da mesa, optaram por esta por ser a mais exequível no tempo disponível e responder a uma necessidade real. “Há soluções para paraplégicos que usam as mãos, mas não conhecíamos uma abordagem prática para tetraplégicos que apenas conseguem mover a cabeça e o pescoço”, contou. Grande parte da construção do protótipo foi feita “fora da sala de aula”, sendo os testes realizados nas sessões práticas. Para Diogo, o novo laboratório representa uma melhoria significativa nas condições de trabalho. Comparando com os espaços anteriores, afirmou que “trabalhar numa mesa-redonda facilita muito mais a comunicação entre o grupo. Antes estávamos em filas, dispersos, e com poucos recursos ao alcance. Este espaço vai melhorar não só esta cadeira, como muitas outras”, considerou. Durante a cerimónia, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, sublinhou o simbolismo do momento com um toque de humor e nostalgia: “Já não cortava uma fita desde o tempo (…) da Nave Multiusos”. “Espero que a seguir a estas salas que venham outras e que elas impulsionem a relação entre a universidade e as empresas”, desejou. João Miguel Dias, diretor do DFis, destacou o percurso que levou à criação deste novo espaço. Lembrou que a formação em Engenharia Biomédica começou na UA em 2016, com um mestrado integrado, e foi-se consolidando com a criação da licenciatura e do mestrado em separado. Mais recentemente, no ano letivo 2023/24, foi lançado o programa doutoral. “Tomámos a iniciativa de criar um laboratório dedicado à biomédica porque acreditamos muito nesta área — é importante para o país e para todos nós”, defendeu. Referindo-se ao espaço, explicou que foi possível requalificar uma zona antes usada para investigação, tornando-a mais “aprazível”, “mais flexível” e totalmente dedicada ao ensino. Aqui, serão lecionadas várias disciplinas e desenvolvidos projetos de mestrado e doutoramento. A realização do “BIOMEDIC Lab” partiu da iniciativa e do apoio financeiro da Sword Health, empresa que nasceu na própria UA e que hoje é uma referência mundial em terapias digitais de saúde. Márcio Colunas, fundador da Sword Health, fez questão de estar presente neste momento simbólico de regresso aquela que considera ser ainda a sua “casa”. “Para mim é um prazer, porque é um voltar a casa. Formei-me aqui, e a Sword nasceu aqui. Hoje desenvolvemos cuidados de saúde apoiados em inteligência artificial, mas queremos manter e reforçar esta ligação com as universidades, especialmente com a Universidade de Aveiro”, vincou. “Há 15 anos, (…) a ligação entre empresas e a Universidade de Aveiro era muito diferente. Queremos cada vez mais essa aproximação”, continuou.
UA lança Centro de Competências para a Gestão de Dados de Investigação
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o projeto foi o mais bem classificado entre as “14” candidaturas aprovadas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito do Programa Nacional de Ciência Aberta e Dados Abertos de Investigação (PNCADAI), inserido no Plano de Recuperação e Resiliência. O UAveiro RDM Center visa oferecer suporte técnico, consultoria e formação em boas práticas de gestão de dados de investigação à comunidade científica da UA. Entre os serviços prestados, destaca-se o apoio à utilização de infraestruturas de publicação de dados, como o repositório institucional DUnAs, bem como o acompanhamento no uso de ferramentas de planeamento e curadoria de dados. O centro atua também como um motor de alinhamento institucional com as diretrizes da European Open Science Cloud (EOSC), promovendo a abertura, transparência e responsabilidade social da ciência. Ao garantir a partilha e preservação dos dados gerados em projetos financiados por fundos públicos nacionais e europeus, o projeto contribui para a consolidação de uma cultura de investigação mais acessível e colaborativa. Para além da criação de políticas institucionais de gestão de dados, o projeto contempla o reforço da capacitação da comunidade académica e científica através de formações específicas. A UA integra ainda uma “rede nacional de data stewards”, profissionais dedicados à gestão de dados de investigação, promovendo “um espaço de partilha, aprendizagem e colaboração”. O projeto, “que decorre até ao final de 2025”, permite à UA “um forte investimento em capacidade de armazenamento e computação, de modo a acomodar as necessidades correntes e de um futuro a médio/longo prazo da sua comunidade científica”, realça ainda a nota. O UAveiro RDM Center resulta de uma colaboração entre diversas unidades da UA, nomeadamente a vice-reitoria para a Investigação, Inovação e Formação de 3.º Ciclo, o Gabinete de Apoio à Investigação, os Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia, e os Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação. O UAveiro RDM Center é um projeto colaborativo entre a vice-reitoria de Investigação, Inovação e Formação de 3.º Ciclo, o Gabinete de Apoio à Investigação, os Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia e os Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação da UA. Também no âmbito do PNCADAI, foi criado um consórcio, o Re.Data, com coordenação da Universidade do Minho, em parceria com a Universidade de Coimbra e participação do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, Instituto Politécnico de Bragança e Universidade Nova de Lisboa, e que tem como missão fomentar uma comunidade nacional dedicada à gestão de dados FAIR, apoiando os 14 centros GDI selecionados pela FCT e assegurando a articulação com a legislação e infraestruturas nacionais e europeias. O ciclo de webinars promovido pelo UAveiro RDM Center arrancou a “12 de junho”.