RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

País

Ensino Superior: Fernando Alexandre defende uma maior “participação” na eleição dos reitores

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre partilhou, em entrevista à Ria, que, neste momento, “vê vantagens num mandato único de seis anos” para a eleição do reitor, ao invés dos atuais “quatro anos renováveis”. A partilha foi feita à margem da apresentação da proposta de revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), como avançou a Ria esta tarde.

Ensino Superior: Fernando Alexandre defende uma maior “participação” na eleição dos reitores
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
18 dez 2024, 20:02

Instagram - Ria

Segue-nos no Instagram e acompanha toda a atualidade.

Fernando Alexandre que participou na cerimónia dos 51 anos da Universidade de Aveiro (UA), esta quarta-feira, 18 de dezembro, incidiu o seu discurso, principalmente, a apresentar os motivos para a proposta de revisão do RJIES que está, neste momento, a decorrer tal como noticiado pela Ria.

O documento estruturante do Ensino Superior em Portugal propõe uma série de alterações, destacando-se a alteração ao modelo de eleição do reitor. Questionado agora à margem do evento sobre a proposta de revisão do RJIES – à qual a Ria teve acesso – em que o Governo retira a competência aos conselhos gerais na eleição do reitor e torna o processo mais inclusivo e abrangente, o ministro da Educação, Ciência e Inovação realçou que esta sugestão foi “largamente consensual”.

“O Conselho Geral teve muitas virtualidades, mas há um largo consenso da comunidade de que o facto de o Conselho Geral eleger o reitor retirou um papel muito importante e de independência ao próprio Conselho Geral. Fica envolvido na eleição e perde independência”, realçou. “Por isso, nós queremos reforçar o papel do Conselho Geral, mas não na eleição”, atentou.

Para Fernando Alexandre, a eleição deve ser feita de uma “forma participada” e “democrática”, passando agora também a incluir os antigos estudantes [a grande novidade desta alteração]. “Essa eleição deve ser para dentro (professores, investigadores, pessoal não docente, para os alunos), mas também para o exterior. A proposta que nós fazemos é que convoquem e temos de convocar os ex-alunos e mobilizá-los a participar nestas eleições”, reforçou.

Interpelado sobre o reforço do papel dos estudantes neste processo de eleição, o ministro da Educação recordou o papel “transformador” do RJIES, em 2007 e sugeriu que está, neste momento, a ser avaliado o que funcionou “bem” e o “menos bem” para se corrigir. “Talvez pudesse ter sido feito mais cedo, mas o que importante é que estamos a fazer agora…. Temos muita informação e agora o que é importante é ouvir o setor, as Universidades, os Politécnicos, os estudantes, as associações académicas, os sindicatos, uma série de entidades e de facto a partir dessa audição tenho a certeza de que a nossa proposta vai ficar muito melhor”, afirmou.

Relativamente à limitação dos mandatos dos reitores para um único mandato [outro dos destaques da proposta], mas com a duração de seis anos (ao contrário dos atuais quatro anos renováveis), Fernando Alexandre sugeriu que esta é uma forma de evitar que os reitores a meio dos seus projetos tenham de andar envolvidos “num ato político eleitoral”. Assim, estão “seis anos focados na implementação do seu projeto e penso que pode ser mais efetivo. Vamos ver como reagem. (…) Há vantagens nas duas formas de eleição eu, neste momento, vejo vantagens num mandato único de seis anos”, esclareceu.

No que toca ao prazo para a conclusão do processo de revisão, Fernando Alexandre avançou que espera ter o mesmo concluído até “fevereiro de 2025”.

Segundo a proposta de lei que está a ser apresentada pelo Governo, para efeito de apuramento dos resultados finais da eleição do reitor têm que ser observados os seguintes requisitos: os votos dos professores e investigadores terão que ser ponderados em, pelo menos, 30%; os votos dos estudantes em, pelo menos, 25%; os votos do pessoal não docente e não investigador em, pelo menos, 10%; os votos dos antigos estudantes em, pelo menos 25%. Para este efeito, o documento considera apenas os antigos estudantes que tenham obtido, há mais de cinco anos, pelo menos um grau académico na sua IES e nela não estejam matriculados e inscritos.

Recorde-se que, no contexto da Universidades de Aveiro, os professores e investigadores representam hoje mais de metade do peso total da eleição do reitor e, com esta proposta do Governo, passam para um contexto minoritário. Já os estudantes têm atualmente um peso na ordem dos 15% que passa agora a ser reforçado para, pelo menos, 25%.

O RJIES, que regula o funcionamento e organização das Instituições de Ensino Superior (IES) em Portugal, tanto públicas como privadas, não é revisto desde a sua implementação em 2007. A revisão do regime foi iniciada pela ex-ministra do anterior Governo do Partido Socialista, Elvira Fortunato, com a criação de uma comissão de avaliação. O processo conhece agora novos avanços sob a liderança de Fernando Alexandre, após a entrada do novo Governo liderado por Luís Montenegro.

Recomendações

Crise política em Portugal: a Ria explica-te tudo o que precisas de saber
País

Crise política em Portugal: a Ria explica-te tudo o que precisas de saber

Tudo começou quando o jornal Correio da Manhã noticiou que a mulher e os filhos do primeiro-ministro eram sócios de uma “empresa de compra e venda de imóveis”, a Spinumviva, uma empresa criada inicialmente por Luís Montenegro que poderia, alegadamente, beneficiar da alteração à lei dos solos. Dias mais tarde, o Expresso noticiava que a empresa Solverde, de exploração hoteleira e de casinos, com sede em Espinho, tinha uma avença com a empresa Spniumviva de 4500 euros mensais pela prestação de serviços. A Solverde detém concessões de jogo em casinos no Algarve e em Espinho, com contratos a expirar no final de 2025. A continuidade destas concessões dependerá de negociações com o Governo. O Governo propõe a aprovação de uma moção de confiança como forma de ultrapassar a crise política atual, pois afirma que Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, já prestou todos os esclarecimentos necessários. Ao obter o apoio da Assembleia da República, o Governo pretende reforçar a sua legitimidade e estabilidade para continuar a governar. O Partido Socialista (PS) propõe a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o caso da Spinumviva, a empresa da família de Luís Montenegro. Segundo o PS, esta iniciativa visa apurar os factos e responsabilidades, contribuindo para a clarificação da situação política. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito é um instrumento da Assembleia da República destinado a investigar assuntos de interesse público. Estas comissões têm poderes para convocar testemunhas, requisitar documentos e realizar audições, com o objetivo de apurar factos e responsabilidades sobre temas específicos. A moção de confiança é uma iniciativa do Governo, prevista na Constituição e dirigida à Assembleia da República, solicitando a aprovação de um voto de confiança durante o debate do respetivo programa, sobre uma declaração de política geral ou assunto de relevante interesse nacional. No fundo, quando o Governo apresenta uma moção de confiança pretende verificar se tem apoio na Assembleia da República para continuar a governar. Se a moção for reprovada por maioria simples dos deputados presentes, implica a demissão do Governo. Segundo o texto que acompanha a moção de confiança do Governo, os partidos da oposição persistem “em fomentar um clima de suspeição desprovido de bases factuais” em relação ao primeiro-ministro. O Governo com a apresentação da moção de confiança pretende uma “clarificação política” e “estabilidade política efetiva”. Não, o chumbo de uma moção de confiança não implica obrigatoriamente a realização de eleições antecipadas. Se a moção de confiança for rejeitada, o Governo é obrigado a demitir-se. No entanto, a decisão sobre a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas cabe ao Presidente da República. Antes de tudo, importa relembrar que não é a Assembleia da República que nomeia o primeiro-ministro. Essa é uma responsabilidade atribuída na Constituição ao Presidente da República. No cenário de chumbo da moção de confiança, o Presidente da República pode, por exemplo, pedir ao PSD, partido que venceu as últimas legislativas, para propor um novo primeiro-ministro. Contudo, não se deve colocar este cenário, pois os dirigentes do PSD já afirmaram publicamente que continuam a apoiar Luís Montenegro e dificilmente estariam disponíveis para propor outra pessoa.

Casa da Música celebra mulheres na música com ciclo de concertos que se inicia no sábado
País

Casa da Música celebra mulheres na música com ciclo de concertos que se inicia no sábado

De acordo com a Casa da Música, em comunicado, a compositora parisiense do século XIX Augusta Holmès, “quase remetida ao esquecimento, renasce nos concertos deste ciclo”, ao lado de “figuras grandes do panorama internacional”, como a maestrina Ustina Dubitsky e a pianista Yeol Eum Son, e da música de compositoras como Yiran Zhao, Olga Neuwirth, Lili Boulanger, e da compositora em residência na presente temporada, Liza Lim, “ela própria evocando a poeta grega Safo”. No ciclo “Mulheres na Música” surgem também representados “homens que refletiram sobre figuras femininas”, como Leoš Janáček, que contou a história trágica de Jenufa, uma mulher amada por dois homens, Beethoven, que teve em Leonora a protagonista da ópera “Fidelio”, e Mark-Anthony Turnage, que escreveu uma ópera sobre a “figura trágica” da atriz e modelo Anna Nicole Smith ("Anna Nicole", estreada em 2011 na Royal Opera House). O ciclo abre no sábado com o programa "Tchaikovski, primeiro concerto", em torno do primeiro Concerto para piano e orquestra do compositor russo, com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música a ser dirigida pela maestrina assistente da Orquestra Gürzenich de Colónia, Ustina Dubitsky, com a pianista Yeol Eum Son, como solista. Além do primeiro concerto, a pianista irá interpretar duas peças da compositora francesa Lili Boulanger, “D’un matin de printemps” e “D’un soir triste”, assim como “Jenufa-Rhapsodie”, do compositor checo Leoš Janáček. Ainda no sábado, acontece “XX”, um concerto “totalmente no feminino, que celebra tanto o passado como o futuro da música eletrónica e o seu impacto ao longo dos quase 20 anos de atividade da Casa da Música”. O programa deste concerto inclui obras de compositoras de várias gerações, “desde as pioneiras da música eletrónica, como Delia Derbyshire e Daphne Oram, passando por compositoras que estiveram em residência na Casa da Música, como Kaija Saariaho e Unsuk Chin, até jovens compositoras portuguesas, como Ema Ferreira e Francisca Martins (COW Shift Z)”. O ciclo prossegue no dia 14 de março com “Uma noite de Amor”, programa no qual a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música oferece “três distintas representações do feminino, acrescentando-lhes a flautista Ana Maria Ribeiro, na interpretação de uma obra concertante central no repertório do instrumento”, o Concerto para flauta e orquestra, de Carl Reinecke. No dia 16 de março, haverá “Contos de Ravel”, um concerto comentado, com a Orquestra Sinfónica, sob a direção do maestro Nuno Coelho, no qual serão interpretadas peças de Augusta Holmès ("La nuit et l’amour") e de Maurice Ravel ("Ma mère l’oye"). Em 18 de março, o Quatuor Agate apresenta “Outlaws”, que junta “música e as histórias de artistas considerados ‘fora da lei’, pelo seu distanciamento das normas musicais ou sociais do seu tempo”, como Carlo Gesualdo, Ethel Smith e Dmitri Chostakovitch. O concerto “Cinderella(s?)” marca a estreia em Portugal das peças “Texan Tenabrae”, da ópera “Anna Nicole”, de Mark-Anthony Turnage, e “Sappho/Bioluminescence", de “Annunciation Tryptich”, de Liza Lim. No concerto, no qual é ainda apresentada a “Suite de Cinderella”, de Prokofieff, a Orquestra Sinfónica é dirigida pelo maestro Ludovic Morlot, titular da Sinfónica de Barcelona e aclamado pelo seu percurso histórico como diretor musical da Sinfónica de Seattle. O ciclo “Mulheres na Música” termina em 25 de março com “Do Cabaré ao Barroco”, “um programa totalmente constituído por estreias em Portugal, incluindo a primeira audição mundial de uma obra de Yiran Zhao”, "the unreachable shore", uma encomenda da Casa da Música. Neste concerto, que inclui também obras de Olga Neuwirth ("Hommage a Klaus Nomi") e Liza Lim ("Speak, be silent", o Remix Ensemble Casa da Música interpreta também pela primeira vez o compositor Jo Kondo ("Albizzia").

Lucros da Brisa Concessão Rodoviária sobem 17,8% para 325,9 ME em 2024
País

Lucros da Brisa Concessão Rodoviária sobem 17,8% para 325,9 ME em 2024

De acordo com a Brisa, o tráfego médio diário (TMD) durante o ano foi de 24.386 veículos por dia, “o que representa um aumento de 4,9% em comparação com o período homólogo”, sendo que “a circulação aumentou 5,2%, beneficiando do facto de 2024 ser um ano bissexto”. De acordo com a BCR, “a análise do tráfego por tipo de veículo mostra uma evolução mais favorável dos veículos pesados face aos ligeiros”, destacando que o “crescimento do TMD registado nos veículos pesados foi de 5,7% e nos veículos ligeiros de 4,8%”. Ainda assim, os veículos ligeiros representaram 93,7% do total do tráfego. No final do ano, os rendimentos operacionais da BCR totalizaram 843,4 milhões de euros, “um acréscimo de 7,4% face ao período homólogo”, com as receitas de portagem a atingir os 806,5 milhões de euros, mas 7,6% em relação a 2023. Já as receitas relacionadas com as áreas de serviço atingiram os 30,6 milhões de euros, uma subida de 4,7%. Segundo a BCR, o resultado operacional (EBITDA) no final de 2024 foi de 689,9 milhões de euros, “o que representa um acréscimo de 8,9% face ao período anterior”. A BCR realçou ainda que os gastos operacionais, excluindo amortizações, depreciações, ajustamentos e provisões, atingiram os 153,4 milhões de euros em 2024, registando-se um aumento de 1,2% face ao período homólogo. No ano passado, o investimento (capex) na rede concessionada totalizou 61,8 milhões de euros, “em linha com o valor do período homólogo”, indicou, acrescentando que este montante inclui 40,3 milhões de euros “referentes a grandes reparações, maioritariamente relacionadas com trabalhos de pavimentação na A1, A2, A3 e A6, mas também com intervenções em viadutos e outras estruturas, com destaque para a reabilitação de viadutos na A1 e A3. Foram ainda realizados trabalhos de estabilização de taludes e estruturas de contenção inseridos na A1”, referiu. Em 31 de dezembro de 2024, a dívida bruta da BCR era de 1.384 milhões de euros. Segundo a BCR, “cerca de 59% da dívida está sujeita ao regime de taxa de juro fixa e cerca de 41% ao regime de taxa de juro variável”. A concessionária revelou ainda que “em 2024, o número de vítimas mortais em acidentes rodoviários na rede BCR caiu 56,3% face a 2019, ano de referência para esta década (14 em 2024 vs. 32 em 2019)” e que “o número de feridos graves diminuiu 40,2% face ao mesmo ano (61 em 2024 vs. 102 em 2019)”. A empresa revelou que “o número de mulheres no conselho de administração da BCR subiu para 33,3%, sendo ainda de salientar, no pilar da governança, que, do total de administradores, 25% são independentes”. Poroutro lado, “o número de mulheres em cargos de liderança fixou-se nos 33% em 2024, sendo objetivo da BCR chegar a 39% até 2029”, indicou.

Mulheres jovens são as mais prejudicadas no mercado laboral
País

Mulheres jovens são as mais prejudicadas no mercado laboral

No estudo “As mulheres jovens no mercado de trabalho: desemprego, precariedade laboral e desigualdades”, de Inês Tavares e Renato Miguel do Carmo, revela-se que, “apesar dos avanços verificados ao longo dos anos, as sociedades contemporâneas atuais são ainda profundamente marcadas pela desigualdade de género” em vários domínios da sociedade. Apesar de as desigualdades se verificaram para o geral da população, têm particular incidência entre os mais jovens “nos quais as mulheres são as mais prejudicadas”, pelo que o estudo propôs-se explorar estas desigualdades de género no mercado laboral jovem, analisando Portugal no contexto europeu. Ao longo do estudo os autores verificaram que, modo geral, os jovens são um grupo mais exposto “a situações de debilidade face ao desemprego, precariedade ou às desigualdades” no mercado de trabalho e, tanto entre os jovens como entre o total da população, “as mulheres encontram-se numa situação de maior desigualdade face a estes indicadores”. Em relação ao desemprego, em Portugal, tanto as mulheres jovens como as mulheres em idade ativa são sistematicamente as que mais se encontram no desemprego, quando comparadas com os homens. Em todos os países europeus as taxas de desemprego jovem superam sempre as taxas de desemprego geral, enfatizando como os jovens são mais permeáveis ao desemprego, revela-se no estudo. Ao analisar os níveis de escolaridade alcançados, na maioria dos países europeus são as mulheres com o ensino básico as que revelam taxas de desemprego mais elevadas. São as mulheres que, tanto em Portugal como na média dos 27 países da União Europeia, tendem a ser mais penalizadas pelo desemprego, realidade que se agrava quão mais baixos forem os seus níveis de escolaridade. Já tomando a precariedade laboral como exemplo, no estudo constata-se que, embora os jovens europeus tenham mais proporção de contratos a tempo parcial, quando se analisa o trabalho a tempo parcial involuntário, os valores já são superiores em Portugal, evidenciando como a precariedade laboral se encontra mais presente no país, face ao resto da Europa. Mais uma vez, em ambas as situações, as mulheres são mais afetadas por esta precariedade. No caso do trabalho temporário, os jovens em Portugal são mais pautados pelo trabalho temporário e pelo trabalho temporário involuntário que a generalidade dos jovens europeus, sendo as mulheres as mais afetadas. É ainda de notar a desigualdade de género encontrada entre os jovens que não estudam nem trabalham, entre os quais, na maioria dos países europeus, existe maior proporção de mulheres que de homens. Relativamente às desigualdades face ao mercado de trabalho jovem em Portugal, aprofundadas através dos dados do inquérito que serviu de base ao livro “Jovens e o Trabalho em Portugal: Desigualdades, (Des)proteção e Futuro”, é de sinalizar como a desigualdade de género está presente em todos os indicadores. Os homens beneficiam, sistematicamente, face a mulheres com o mesmo nível de escolaridade, tanto ao nível dos rendimentos, como da pluriatividade, do desemprego ou de receber apoio monetário de familiares e amigos. Esta desigualdade reflete-se nas disparidades de género encontradas em cada nível de escolaridade e demonstra que os níveis de escolaridade mais elevados tendem a beneficiar mais os jovens homens do que as jovens mulheres. O estudo foi divulgado no dia em que se assinala o Dia Internacional da Mulher.

Últimas

Autárquicas Aveiro: Advogado aveirense Pedro Teixeira avalia candidatura como independente à CMA
Cidade

Autárquicas Aveiro: Advogado aveirense Pedro Teixeira avalia candidatura como independente à CMA

Questionado pela Ria sobre se confirmava que no passado sábado, 8 de março, tinha participado num almoço com o intuito de avançar com uma candidatura independente ao Município de Aveiro, Pedro Teixeira corroborou a afirmação. “É verdade… Aconteceu porque há (…) um determinado projeto (…) que está a ser pensado e está a ser analisado pelo melhor de Aveiro e para os aveirenses, mas não posso dizer muito mais do que isso”, afirmou. “Posso dizer que se reuniram várias pessoas no sentido de pensar sobre Aveiro e desse almoço, no sábado, surgiram novas ideias para Aveiro que eu acho que são muito importantes”, completou. Interpelado ainda se considera que há espaço para uma candidatura independente, o advogado aveirense afirmou que “sem dúvida”. “Porque me parece que no enquadramento da política autárquica, neste momento, há espaço para pessoas independentes, com convicções próprias e genuínas, muito diferentes de todas aquelas que estão a ser apresentadas”, considerou. Sobre quem integrará esse projeto, Pedro Teixeira preferiu não adiantar nomes à Ria, mas realçou que o mesmo será composto, entre outros, por “empresários, professores, médicos, juristas e advogados”. O advogado aveirense reafirmou ainda à Ria que o interesse por liderar uma candidatura independente não se deve a estar “descontente” com a realidade política atual, nem às candidaturas dos restantes partidos políticos. “Agora, efetivamente, acho que os candidatos, neste momento, têm as suas ideias e nós temos outras ideias diferentes, mais abrangentes, com outro querer para Aveiro. Portanto, não estou descontente com as outras ideias, não vou dizer que as outras ideias estão erradas ou estão mal, ou que eu considero que não são boas, mas acho que temos melhores”, sublinhou. Sobre quando surgiu o interesse para ser o próximo presidente da Câmara de Aveiro, Pedro Teixeira disse que a ideia começou “há dois meses”. “Foi uma ideia que começou a amadurecer e estamos a ver se realmente temos as condições necessárias para isso (…) Eu também não lhe estou a dizer que o irei fazer, mas estou a dizer que há um grupo pensado e estruturado para isso”, vincou, assegurando ainda que “tem” perfil para ser presidente da CMA. À Ria, o advogado adiantou também que não foi iniciativa própria a formação desse grupo para o projeto. “Foi esse grupo que me fez a mim… Mas, efetivamente, e é isso que me agrada, é ver tantas pessoas que me querem bem e que me querem nessa posição”, exprimiu. No que toca à data para tomar uma decisão final, mais uma vez, Pedro Teixeira preferiu não revelar, destacando que o tempo “não o preocupa”. “Conto na próxima semana reunir-me com algumas pessoas que podem dar este maior aporte a esta candidatura. Conto falar com determinadas pessoas. Aliás, já falei e estou à espera de algumas respostas que também estão a pensar em termos familiares. Se vir que tenho equipa avanço… Agora, saber se é daqui a uma semana ou a duas, não sei”, afirmou. Numa etapa final da conversa, o advogado assegurou que “há muitas pessoas” em Aveiro que olham para uma eventual candidatura sua como uma “nova esperança”. “Porque posso trazer alguma coisa de novo para Aveiro que não está ligado aos partidos, que não tem história do passado político e que pode ser uma lufada de ar fresco”, garantiu. Pedro Teixeira é advogado e investigador jurídico. Licenciou-se em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e possui um Título de Suficiência Investigadora pela Universidade de Salamanca. Doutorando em Direito na Universidade de Vigo, pós-graduado em Direito pela Universidade de Lisboa e pós-graduado em Direito pela European V. Academy. Autor de diversos livros, tendo recebido diferentes prémios e menções honrosas. Foi ainda, recentemente, mordomo na Mordomia de São Gonçalinho.

ENDA: AAUAv aprova moção com propostas para redução do abandono escolar no Ensino Superior
Universidade

ENDA: AAUAv aprova moção com propostas para redução do abandono escolar no Ensino Superior

Com o título “Frequentar o Ensino Superior: um caminho que não pode ficar perdido a meio”, a AAUAv propõe nessa moção a recomendação de “quatro etapas de ação” para reduzir o número de estudantes que, atualmente, abandonam o Ensino Superior. A primeira passa pela “fase antes da entrada para o Ensino Superior”, através da promoção de projetos pilotos no Ensino Secundário que “promovam um processo de transição adequado para o Ensino Superior, aproximando metodologias de avaliação e ensino e calendários escolares”. A AAUAv sugere ainda o aumento do número de psicólogos “para o acompanhamento vocacional durante o Ensino Secundário” e a aproximação do contacto dos estudantes do Ensino Secundário com os estudantes do Ensino Superior, “promovendo mais iniciativas conjuntas e de deslocação às Instituições de Ensino Superior (IES) nas áreas envolventes”. Numa segunda fase, já no Ensino Superior, a AAUAv recomenda a criação de um estatuto do estudante, “assegurando direitos e deveres iguais para todos os estudantes a nível nacional, tal como existe na educação obrigatória, assegurando por exemplo a conciliação entre estudo e trabalho”; a revisão do estatuto trabalhador-estudante, “permitindo que cada estudante, independentemente da situação socioeconómica, possa frequentar o Ensino Superior com sucesso ao mesmo tempo que exerce uma função laboral”; a promoção de programas de mentoria “que acompanhem todo o percurso académico e não se cinja ao primeiro ano de frequência do curso”; a redução da exaustão académica “através da implementação de medidas que garantam um equilíbrio entre os desafios enfrentados pelos estudantes com dependentes e a necessidade de atingir os objetivos de aprendizagem”; o incentivo de programas de práticas de inovação pedagógica “para que os programas curriculares continuem adaptados às necessidades dos estudantes e do mercado de trabalho emergente” e a identificação de medidas de detecção precoce de indícios de abandono escolar, “tais como pagamento de propinas em atraso, ausência nos momentos de avaliação, monitorização de carga de trabalho ao longo do semestre”. Num terceiro momento, e numa fase após a frequência do Ensino Superior, a Associação Académica propõe também a valorização dos estudantes recém-licenciados “através de programas que promovam a contratação dos mesmos” e a realização de estudos anuais “que permitam auferir a satisfação dos estudantes com os programas curriculares, o acompanhamento ao longo do percurso académico, a preparação para o mercado de trabalho e as taxas de empregabilidade na área de estudo”. Por último, e numa perspetiva geral, são ainda aconselhados o alargamento do “Programa de Promoção de Sucesso e Redução de Abandono no Ensino Superior a todas as IES” e a realização de um relatório anual e estudos regulares “sobre a eficácia do Programa de Promoção de Sucesso e Redução de Abandono no Ensino Superior e sobre o abandono e insucesso escolar”. Na moção, a AAUAv sustenta e relembra que as taxas de abandono escolar “são preocupantes em toda a Europa, apresentando cenários desencorajadores”. “Cerca de 20% dos estudantes que ingressam no Ensino Superior abandonam os seus estudos ainda no primeiro ano. O Ensino Superior em Portugal não se encontra à margem da realidade europeia, e o último estudo conduzido pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, DGEC, em 2018, revelava que quase 30 % dos estudantes portugueses de licenciatura interrompem os seus estudos, sendo que no primeiro ano de licenciatura, no ano letivo 2022/2023, este valor encontra-se nos 11,10%, o valor mais alto nos últimos 8 anos. Os valores apresentados nos alunos de cursos técnico superiores profissionais, CTeSP, é ainda mais alarmante, chegando aos 26,90% no mesmo ano letivo”, lê-se. Sobre os motivos que levam ao abandono, a Associação descreve que são “inúmeros”. “Veja-se por exemplo as conclusões retiradas em 2013 pelo grupo de trabalho do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) que elencava que os motivos de abandono escolar têm vários fatores na sua génese: questões de ordem vocacional, dificuldades em corresponder ao grau de exigência da formação superior, dificuldades de gestão de tempo/carga horária, desmotivação por expectativas geradas, défice na formação base, perceção na dificuldade de empregabilidade, má integração do estudante na instituição e as carências económicas”, aponta. Com base no estudo apresentado em 2024 pela Fundação La Caixa, a AAUAv recorda ainda que há uma “maior propensão de abandono por parte de estudantes do género masculino, frequentadores de licenciatura e deslocados”. “Apesar do cenário desmotivante, é de reconhecer o esforço feito com o Programa de Promoção de Sucesso e Redução de Abandono no Ensino Superior. O programa, no entanto, fica aquém das expectativas por não conseguir ser implementado em todas as IES, garantindo que todos os estudantes têm o acompanhamento necessário para diminuir a taxa de propensão de abandono escolar”, finaliza a moção. O documento da AAUAv teve como destinatários o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), o Ministério da Juventude e Modernização (MJM), a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), o CRUP, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Conselho Nacional para a Inovação Pedagógica no Ensino Superior (CNIPES) e os Grupos Parlamentares. O ENDA que decorreu, no passado fim de semana, contou com a presença, além das diferentes Associações Académicas, de Ana Abrunhosa, deputada e ex-ministra da Coesão Territorial, de Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã e de Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão. No caso da AAUAv recorde-se que esta foi a primeira vez que Joana Regadas participou no encontro enquanto presidente da direção. A ação social e o abandono escolar, a empregabilidade e a coesão territorial foram alguns dos temas em discussão neste encontro.

'Break the Box’: primeira edição das Jornadas Empreendedoras arranca dia 21
Universidade

'Break the Box’: primeira edição das Jornadas Empreendedoras arranca dia 21

A primeira edição da iniciativa ‘Break the Box’ decorrerá nos dias 21 e 28 de março e 4 de abril. Por enquanto, ainda só é conhecida a programação da próxima sexta-feira, dia 21. O arranque está marcado para as 14h, no Auditório Joaquim José da Cunha do ISCA-UA. A sessão vai contar com intervenções de Francisco Picado, diretor do ISCA; Hugo Coelho, diretor do Iberia Business; Pedro Bandeira, cofundador YAngel; João Pedro Rodrigues, cofundador & CTO at The Loop Co. & LoopOS e Vera Silva, CEO na Lexicode. A sessão, que se vai debruçar sobre a temática ‘Start-ups & ecossistema de Incubação’, contará ainda com um debate a realizar-se pelas 15h30. A iniciativa é de participação gratuita, mas carece de inscrição prévia. No dia 28 de março a iniciativa irá versar sobre a temática ‘Think green’ e no dia 4 de abril o objetivo é dar a conhecer histórias reais de empreendedorismo. A iniciativa ‘Break the Box’ nasceu de um desafio proposto pela professora Irina Amaral aos alunosda unidade curricular de Empreendedorismo Internacional e Desenvolvimento de Negócios, do Mestrado Competitividade e Desenvolvimento de Negócio do ISCA-UA. “Quebra. Cria. Empreende.” é o mote do manifesto da iniciativa académica que tem como objetivo a promoção da partilha de conhecimento, experiências e estratégias na área do empreendedorismo. “Somos estudantes, inquietos por natureza. Vivemos a perguntar, a questionar, a testar os limites. E descobrimos que não há limites. Não há barreiras, nem paredes. Apenas um espaço em branco no ato de empreender, à espera de ser preenchido”, lê-se no manifesto do Break the Box.

Câmara de Aveiro quer fim de aterro de Eirol e aponta incineração como alternativa
Cidade

Câmara de Aveiro quer fim de aterro de Eirol e aponta incineração como alternativa

No âmbito da gestão de resíduos no Município de Aveiro, a Câmara deu nota de que continua a pressionar o Governo para que o aterro sanitário, atualmente instalado na freguesia de Eirol, seja encerrado. Em alternativa o município sugere que seja feita “a incineração (da fração resto)” a realizar “noutra localização da Região Centro”. Em comunicado, a Câmara recorda ainda que o aterro em questão “está perto de esgotar a sua capacidade e que a ERSUC pretende, até junho de 2028, expandi-lo até uma capacidade de 1.200.000 toneladas”. “Para a CMA é tempo (…) de começar a pensar numa nova solução técnica, que entendo dever ser a incineração, noutra localização da Região Centro. Há mais de duas décadas que os resíduos de vários municípios da Região são dirigidos para Aveiro, no aterro sanitário de Taboeira e no UTMB de Eirol. Uma vez esgotada a capacidade da Unidade de Tratamento Mecânico-Biológico (UTMB) de Eirol e do seu aterro sanitário, o destino dos resíduos deverá passar a ser outro”, defende José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro. O autarca saúda ainda a “solução apontada no ‘Plano de Ação TERRA – Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais’”, apresentada na passada sexta-feira, dia 7, que assume a construção de “uma Incineradora na Região Centro, terminando com a deposição em aterro”. A nota faz ainda referência a um parecer que terá sido enviado por José Ribau Esteves, em janeiro do corrente ano, ao grupo de trabalho supramencionado onde assumiu “uma posição clara sobre esta matéria”. No parecer lê-se que Aveiro considera “urgente” a decisão em investir “numa nova estrutura de unidades de tratamento e valorização de Resíduos Urbanos”, lamentando “o arrastamento da abordagem deste assunto assumido por Governos anteriores”. A comunicação do edil aveirense ao grupo de trabalho frisa, ainda, que entende a construção da incineradora como uma hipótese “muito relevante” e defende “a opção por uma Incineradora para a denominada “fração resto”, com uso de tecnologia moderna), em simultâneo com a continuidade da operação do UTMB e seu Aterro com condicionante de limitação temporal e concretização prévia de investimentos que aumentem a sua sustentabilidade ambiental e boa relação com as zonas urbanas envolventes”.