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Fnam considera que urgências regionais não vão resolver o problema do SNS

A presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) disse hoje que a criação de urgências regionais anunciada na quarta-feira “não vai resolver os problemas” e criticou a ministra da Saúde por “normalizar o colapso do SNS”. “A criação de urgências regionais não vai resolver o problema da distância e o problema das grávidas terem de continuar a correr tantos quilómetros. Antevemos que até seja uma tragédia anunciada, porque cada quilómetro a mais pode ser fatal”, disse Joana Bordalo e Sá.

Fnam considera que urgências regionais não vão resolver o problema do SNS
Redação

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10 jul 2025, 10:22

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Fnam disse que a proposta que apresenta pela ministra da Saúde na quarta-feira em entrevista à Sic “é um exemplo extremamente preocupante” porque a “reorganização só acontece devido à falta de médicos” e “na prática pode significar que muitas grávidas vão continuar a ter que fazer quilómetros e quilómetros para receber cuidados básicos”. “Na semana passada, tivemos dois casos fatais, muito infelizmente, que muito lamentamos. No ano passado, tivemos, segundo dados dos bombeiros, meia centena de bebés a nascerem em ambulâncias. Em 2025, ainda vamos a meio do ano, e já vamos em 36 bebés nascidos nas ambulâncias. Isto não é normal”, referiu.

Na entrevista à Sic, Ana Paula Martins adiantou que a criação de urgências regionais, previstas no Programa do Governo, implicam diplomas próprios, que vão ser negociados em setembro com os sindicatos, alegando que o Governo não pode avançar com a medida sem negociar a nova organização do trabalho. Hoje, dia 10, Joana Bordalo e Sá considerou que o Ministério da Saúde “continua sem apresentar soluções estruturais para resolver e salvar o Serviço Nacional de Saúde” e que “há uma crise grave no acesso à saúde pública”, crise à qual “a resposta política tem sido marcada por improviso, inação e até uma retórica que parece desconectada da realidade”.

“A senhora ministra promete soluções, mas entrega desculpas. Ou seja, este verão as grávidas continuam a ser postas em risco. Vai ser assim o verão todo. As urgências vão continuar a fechar. No seu discurso parece haver quase uma normalização de todo este colapso”, referiu À Sic, Ana Paula Martins anunciou que o Hospital Garcia de Orta vai ter a urgência de obstetrícia aberta 24 horas por dia a partir de setembro, com o reforço de médicos que estavam no privado e que vão integrar o SNS e reconheceu que a Península de Setúbal é a "área mais crítica" na resposta de ginecologia e obstetrícia.

Em resposta, Joana Bordalo e Sá apontou que “não é só na margem sul que existem problemas” e deu exemplos. “São mais urgências encerradas e atenção que isto não é só na margem sul. O Hospital do Braga, um grande hospital do norte que é universitário, está com contingência a nível 3, a nível dos serviços de urgência de obstetrícia, ao fim de semana, sextas, sábados e domingos. O Hospital de Aveiro, por exemplo, agora em julho em metade dos dias não vai ter um serviço de obstetrícia aberto”, apontou.

A Fnam também criticou a ausência de respostas a outras questões. “Nem uma palavra foi dita em relação ao facto de termos mais de 1,6 milhões de utentes sem médico de família, quando os cuidados de saúde primários são um dos pilares do Serviço Nacional de Saúde. Sem os cuidados de saúde primários a funcionar, os hospitais têm mais pressão”, disse Joana Bordalo e Sá, lamentando “o tom” da entrevista de Ana Paula Martins.

“As famílias não precisam quase de lágrimas em direto. As famílias e as pessoas precisam de um assumir de responsabilidades e precisam de medidas concretas. A ministra da Saúde não deve ser uma especialista em gerir desculpas, não é assim que deveria ser. Deveria ser uma ministra da Saúde a gerir o Serviço Nacional de Saúde”, concluiu.

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Nova edição do cheque-livro avança até fim do ano com reforço financeiro
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Nova edição do cheque-livro avança até fim do ano com reforço financeiro

“Até ao final do ano, o Governo vai avançar com a 2.ª edição do cheque-livro”, uma medida concreta para garantir que o livro “continua a ser protegido, promovido e valorizado”, disse a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, durante a apresentação do 3.º Book 2.0. O prazo para terminar a primeira edição do cheque-livro, no valor de 20 euros, foi prolongado até 15 de julho, após a sua taxa de execução ter ficado nos 20%, possibilitando assim que mais jovens usufruam da medida. Concluída esta fase, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) irá elaborar um relatório de avaliação que permitirá ao ministério compreender melhor o alcance da iniciativa, o seu impacto real e os aspetos que importa aperfeiçoar. “Ainda de forma preliminar, tudo aponta que será possível fazer um reforço do valor atribuído. Além disso, estamos conscientes que temos de fazer um esforço maior para divulgar esta medida, para que chegue a mais jovens, em mais lugares, de norte a sul do país”, adiantou Margarida Balseiro Lopes. Miguel Pauseiro, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que promove o Book 2.0, sublinhou, a propósito do anúncio da ministra, que “o valor é relevante”. “Não é num ano que vamos fazer leitores, mas também não é com 20 euros que vamos fazer leitores. Temos que começar a trabalhar em melhorar o valor, a comunicação e a operacionalização em livraria”, afirmou. Margarida Balseiro Lopes começou a sua intervenção destacando a importância que dá e quer dar ao livro, no seu mandato, referindo que um sinal claro dessa sua intenção foi a escolha da visita à Feira do Livro de Lisboa como primeiro ato público. Para a ministra, a alteração da forma como se vive, trazida pela tecnologia, “altera profundamente” a forma de viver, aprender e comunicar, tornando “mais importante do que nunca” pensar sobre “o lugar da leitura, da literacia e do conhecimento na construção de uma sociedade não só mais preparada, mas também mais livre”. “Falar de leitura é muito mais do que falar de livros: é falar de acesso e de igualdade”, considerou a ministra, acrescentando que “um país que valoriza o livro é um país que compreende que educar não é apenas transmitir conhecimento, mas também formar espírito crítico, sensibilidade e imaginação”, e que “uma sociedade que lê é uma sociedade mais preparada, mais livre e mais consciente das escolhas que faz”. O Ministério da Cultura prolongou até julho a possibilidade de utilização do cheque-livro pelos jovens de 18 anos, uma medida anunciada no dia 23 de abril, quando terminaria o prazo e quando a execução do programa estava abaixo dos 20%. De acordo com dados preliminares da DGLAB, esta quinta-feira revelados, nesta primeira edição do cheque-livro, a decorrer até 15 de julho, num universo estimado de 220 mil jovens beneficiários, foram emitidos cerca de 47 mil cheques-livro. Na altura em que se começou a perceber que o cheque-livro não estava a ter a adesão esperada, Miguel Pauseiro disse em entrevista à Lusa um dos entraves ao sucesso do programa era o valor do cheque-livro, que ficou “muito longe” dos 100 euros propostos pela APEL. Para o responsável, o valor proposto pela APEL é “compaginável com o objetivo de criar leitores”. “Não se criam leitores com a compra de um livro, criam-se leitores com uma regularidade do hábito da leitura e, portanto, isso pressupõe mais do que uma compra”, defendeu o responsável, na altura. O presidente da APEL considerou também fundamental ajustar e reforçar a comunicação junto dos jovens, para estimular a adesão, bem como agilizar o acesso ao cheque-livro, uma vez que foram identificadas dificuldades operacionais, como a exigência da chave móvel digital.

Trabalhadores dos bares dos comboios da CP em greve no início do turno até domingo
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Trabalhadores dos bares dos comboios da CP em greve no início do turno até domingo

“A FESAHT [Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal] e os sindicatos empenharam-se desde o princípio em negociações com a empresa ITAU para se encontrar uma solução que não representasse a perda de direitos e rendimentos, assim os trabalhadores decidiram em plenário fazer greve às duas primeiras do início do turno de trabalho nos dias 11, 12 e 13 de julho de 2025”, lê-se numa nota da federação, divulgada esta quarta-feira. A federação sindical acusa a empresa de não querer cumprir a revisão do acordo da empresa de 2025, celebrado com a anterior concessionária. Em causa estão, por exemplo, escalas de horários que respeitem a carga de oito horas diárias e 35 horas semanais, o pagamento do trabalho ao sábado e domingo com uma valorização de 25%, bem como de um subsídio de refeição diário de 11,50 euros, prémios de responsabilidade, subsídio de transporte e o pagamento de diuturnidades no valor de 20 euros cada. A FESAHT denunciou ainda que a empresa, após rececionar o pré-aviso de greve, enviou ‘e-mails’ e cartas aos trabalhadores “querendo impor proporcionalidade à greve e ameaçando os trabalhadores com faltas injustificadas, as restantes horas do turno e processos disciplinares”.

Mais de 50 crianças e jovens morreram por afogamento entre 2020 e 2023
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Mais de 50 crianças e jovens morreram por afogamento entre 2020 e 2023

Num comunicado conjunto, a APSI e a Guarda Nacional Republicana (GNR) relembram a campanha que teve inicio em 16 de junho e termina a 30 de setembro que visa sensibilizar as famílias para a importância das regras de segurança a respeitar junto da água, nomeadamente, nas praias, rios, barragens, piscinas ou tanques. De acordo com dados da APSI, entre 2020 e 2023 morreram 55 crianças e jovens por afogamento (14 em 2020, 12 em 2021,19 em 2022 e 10 em 2023, segundo os números do Instituto Nacional de Estatísticas). Dezanove das crianças que morreram por afogamento tinham até 04 anos, quatro entre os 05 e os 09, oito adolescentes entre os 10 e os 14 anos e 24 jovens entre os 15 e os 19 anos. De acordo com os dados da APSI, que têm por bases casos noticiados na imprensa, as piscinas são o local onde acontecem mais afogamentos, principalmente as de uso particular. “De uma maneira geral, o número de mortes e internamentos em crianças e jovens na sequência de um afogamento tem diminuído nas últimas décadas – de 28 para 10 no caso das mortes e de 49 para 10 no caso dos internamentos (anos 2002 e 2023 respetivamente)”, refere a APSI. Contudo, entre 2020 e 2023 o número médio de mortes por afogamento, por ano, subiu para 14 (quando 7,3 foi a média do triénio antecessor). “Este facto, associado ao maior número de casos de afogamentos fatais e não fatais registados na imprensa nos últimos cinco anos, parece indiciar, ao contrário do que vinha acontecendo, uma tendência de aumento no número de mortes por afogamento”, indica a Associação. A APSI refere também que nos casos reencaminhados pelo 112 para o CODU/INEM, que incluem os acidentes de mergulho, se verificou um aumento em 2020, 2021, 2022 e 2023. Em 2024, a APSI registou 12 casos de afogamento noticiados na imprensa, tendo sete sido fatais. “Os casos noticiados pela imprensa nos últimos cinco anos, nomeadamente com desfecho fatal, foram mais elevados do que nos anos anteriores. Isto poderá indiciar um aumento dos casos de afogamentos fatais nos anos mais recentes”, é referido no relatório.

Greve dos procuradores paralisa tribunais e cancela julgamentos em todo o país
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Greve dos procuradores paralisa tribunais e cancela julgamentos em todo o país

“Há comarcas em que se verifica 100% da adesão (…). Isto significa que os julgamentos sumários, ou julgamentos que estejam agendados para hoje, não se enquadrando nos serviços mínimos, não vão ser realizados”, disse a presidente da Direção Regional do Norte do sindicato, Rosário Barbosa, num ponto de situação aos jornalistas realizado à porta do Palácio da Justiça, no Porto. Socorrendo-se de números do Norte, um cenário que, disse, “se repete no país todo”, a presidente da direção-regional do Norte do SMMP apontou que a adesão é de 100% em Bragança, Braga, Barcelos e Esposende, bem como nos juízos locais criminais do Porto. Já Vila Real regista 80% de adesão à greve nacional de dois dias, Porto Oeste 95%, Viana de Castelo 75%, Vila Nova de Famalicão 85%. Guimarães 86%. Segundo a responsável no Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (Diap) e no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto a adesão ronda os 75%. “O julgamento denominado ‘Babel’, que é um julgamento que corre termos nos juízos centrais criminais de Vila Nova de Gaia, um julgamento mediático, foi adiado porque os dois procuradores que estavam a assegurar a representação do Ministério Público em julgamento fizeram greve”, exemplificou. Em causa está o aviso de abertura do movimento de magistrados do Ministério Público, publicado em 04 de junho em Diário da República, que inclui lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo. A Procuradoria-Geral da República tem justificado a opção com a necessidade de "otimizar os recursos existentes", num "contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos". “Não há magistrados no Ministério Público. Esse é o grande problema. Já desde 2014 que não se consegue cumprir todas as vagas e isto tem piorado. Chegamos a um ponto de rutura completa. Nós já não aguentamos. Esta luta é pelas nossas condições de trabalho e também pelo serviço prestado ao cidadão, porque nós não conseguimos prestar um bom serviço, estando a correr de um lado para o outro, estando cheios de trabalho”, disse Rosário Barbosa. Para a dirigente sindical, “além de todas as ilegalidades de violação de princípios estatutários, esta deliberação veio também pôr em causa, quer o princípio da igualdade, quer a proteção da parentalidade”. “Determinados lugares a concurso que seriam atrativos, até porque são próximos dos grandes centros, não podem ser preenchidos por colegas que previsivelmente se encontrem em situação de baixa superior a 60 dias. Ora, quer dizer, eu quando concorro em junho tenho que saber durante o próximo ano, de setembro a julho, se vou estar de baixa durante 60 dias. Isto obviamente prejudica quem quer ser mãe, quem quer ser pai, quem quer exercer a parentalidade”, afirmou. Questionada sobre quantos mais magistrados seriam precisos para assegurar o trabalho, Rosário Barbosa disse que entre 120 e 200 “daria algum alento e alguma capacidade de poder respirar outra vez e colmatar falhas”. “Mas não vamos ter sorte. Já tivemos reunião com a senhora ministra da Justiça na segunda-feira, e não nos pareceu recetiva. Agora está nas mãos do Conselho Superior que reúne hoje. Nós não temos interesse nenhum em continuar a greve, nós queremos é que a nossa situação seja ouvida e percebida”, disse. Este protesto, convocado pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, prevê ainda a realização de paralisações regionais a 11, 14 e 15 de julho, o último dia antes das férias judiciais de verão. Estão assegurados serviços mínimos como atos processuais necessários à garantia da liberdade, ou seja, arguidos presos, bem como menores que estejam detidos, situações de terrorismo, detenções, tratamentos ao abrigo da lei de saúde mental, todos os procedimentos referidos na lei de proteção de crianças e jovens em perigo, interrogatórios de cidadãos estrangeiros detidos em situação também ilegal para aplicação de medidas com ação e habeas corpus. “E decidimos incluir as autópsias médico-legais para não deixar as famílias sem esse conforto. Nós podíamos ter optado, de facto, por não assegurar serviços mínimos, mas não queríamos prejudicar o cidadão e quisemos evitar que houvesse presos por mais tempo”, concluiu.

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Alberto Souto afirma que Rui Carneiro “não representa nada, não tem mandato de ninguém”
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Alberto Souto afirma que Rui Carneiro “não representa nada, não tem mandato de ninguém”

Na mesma publicação em que Alberto Souto critica Ribau Esteves pela abertura de “concursos de milhões” em final de mandato, o candidato socialista deixa uma nota final relativamente a Rui Carneiro. Após a retirada de confiança política, aponta Alberto, “o Dr. Rui Carneiro ainda não teve a hombridade de se demitir”. Considerando que “cada dia que permaneça em funções é uma vergonha para a democracia”, Alberto Souto aponta que Rui Carneiro foi “convidado pelo PS e foi oferecer- se ao Bloco de Esquerda” e que “ninguém o quis” para apontar o dedo ao agora vereador independente por permanecer “impávido e ilegitimamente a receber os trinta dinheiros municipais”. “Não foi eleito por ninguém. Não representa o PS, não representa nada, não tem mandato de ninguém. É um suplente sem qualquer legitimidade”, reitera Alberto na sua publicação. “Representa a falta de dignidade e de ética na política. Quantas senhas de presença valerá a sua indignidade?”, questiona ainda o candidato socialista. Contactado pela Ria, Rui Carneiro preferiu não prestar declarações, remetendo para as afirmações anteriormente divulgadas.

Luís Souto de Miranda alvo de críticas por intervenção em evento solidário na Pateira do Carregal
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Luís Souto de Miranda alvo de críticas por intervenção em evento solidário na Pateira do Carregal

O caso ganhou visibilidade após a publicação de uma “carta aberta” de um munícipe, divulgada esta quinta-feira, 10 de julho, nas redes sociais. Na mensagem, o autor questiona “em que qualidade” o candidato subiu ao palco e fez uma intervenção pública ao lado do presidente da junta, considerando que houve um “aproveitamento político de um evento cívico, humanitário e apartidário”. Luís Souto de Miranda, entretanto, partilhou fotografias da sua participação nas redes sociais da candidatura da “Aliança Mais Aveiro”, o que motivou ainda mais críticas da oposição, que vê na publicação a confirmação do alegado “aproveitamento”. Alberto Souto de Miranda, candidato do Partido Socialista (PS), manifestou-se “estupefacto”: “Espero que haja uma explicação. Esta fotografia, porém, reflecte só por si, o aproveitamento a que te referes. Como é que é possível?? Utilizar uma ação em favor da Liga Portuguesa contra o Cancro, para fazer política???”, escreveu na publicação. Também João Moniz, candidato do Bloco de Esquerda (BE), reagiu à publicação, acusando o “PSD/CDS” de repetir práticas que diz serem recorrentes: a “instrumentalização de eventos, associações e até de inaugurações de obras públicas com o intuito de obter ganhos eleitorais”. “Essa tem sido a práctica de Ribau Esteves, e a ser verdade o que é relatado nesta publicação, Luís Souto Miranda pretende manter a coerência com essa tradição. Mas tendo em conta a causa e natureza deste evento em particular, a situação torna-se ainda mais sórdida. Completamente lamentável. O candidato do PSD/CDS deve um pedido de explicações”, afirmou. Na polémica, o munícipe denuncia ainda alegações de exclusão de participantes. Segundo a carta aberta, um grupo de “cerca de 30 pessoas” de Nariz e Requeixo não conseguiu inscrever-se na caminhada, apesar de ter manifestado interesse antes do evento. O munícipe alega ainda que foram abertas mais “50” vagas na véspera da iniciativa, às quais o grupo não teve acesso. Em declarações à Ria, Miguel Silva, presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, rejeitou as acusações de “instrumentalização” política, esclarecendo que Luís Souto participou “na qualidade de presidente da Assembleia Municipal de Aveiro” e que a sua intervenção teve meramente esse carácter.  “Simplesmente proferiu umas palavras enquanto presidente da Assembleia Municipal, valorizando três aspetos: a prática de caminhadas, convívio das pessoas e o objetivo nobre desta caminhada que era recolher fundos para uma causa tão nobre que era a Liga Portuguesa Contra o Cancro”, explicou. Sobre a alegada gestão irregular das inscrições, Miguel Silva nega qualquer problema. “Nós atingimos um valor total de 320 inscrições e quando atingimos o limite encerramos. As inscrições tiveram abertas cerca de um mês. É evidente que nós não tínhamos logística para termos 500 ou 1000 pessoas”, assegurou. Apesar da controvérsia e não querendo comentar diretamente as críticas proferidas, o presidente da Junta sublinha que o evento alcançou o seu principal objetivo: angariar “dois mil euros” para a Liga Portuguesa Contra o Cancro, valor que será formalmente entregue “no próximo domingo”. Contactado pela Ria, Luís Souto de Miranda preferiu não comentar o episódio.

Alberto Souto aponta Executivo como “irresponsável” pela abertura de “concursos de milhões”
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Alberto Souto aponta Executivo como “irresponsável” pela abertura de “concursos de milhões”

Um “afã irresponsável e de terra queimada” é a forma como Alberto Souto de Mirandacaracteriza os concursos públicos que foram ontem, dia 10, discutidos na reunião de câmara.O candidato socialista foca-se, em especial, na deliberação do “novo concurso para obras de reabilitação do Museu de Aveiro, no valor base de 5,6 Milhões de euros”. Lembrando que foi “contra a “municipalização” do Museu”, Alberto Souto atenta que ao se despromover “o museu da categoria de Museus Nacionais” os “encargos da sua gestão/manutenção (…) ficaram a cargo do Município”. “Agora aí estão as consequências. Por mim, o Museu regressaria à órbita do Estado, de onde nunca devia ter saído”, sustenta ainda. O candidato socialista aproveitou ainda a oportunidade para lembrar que “a três meses de cessar funções”, o executivo continua a aprovar a abertura de concursos públicos. “Quem vier a seguir que se amanhe. Irei amanhar, na defesa dos interesses do Município”, afirma Alberto Souto. O socialista adianta ainda que “na primeira semana pós-eleições, o novo Executivo terá que verificar a cabimentação orçamental de todos os concursos abertos este ano no orçamento de 2026 e da sua oportunidade/prioridade”. Alberto Souto atenta ainda que “o orçamento de 2026 não será feito pelo Eng. Ribau Esteves”. “Para além dos erros colossais (como o Pavilhão Oficina) e das decisões de má-fé política (venda dos terrenos na rotunda do rato, para impedir a Avenida de Sta Joana), todos os concursos abertos sem financiamento garantido e que não sejam considerados prioritários serão anulados. Fica o alerta para investidores e empreiteiros”, frisa. Dirigindo-se diretamente a Ribau Esteves, Alberto Souto aponta ainda que “as coisas boas que fez são para manter: o Festival dos Canais é uma delas. Com ajustamentos, claro”.

Nova edição do cheque-livro avança até fim do ano com reforço financeiro
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