RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Diogo Soares Machado é o candidato do Chega à CMA e promete auditoria às contas da autarquia

Diogo Soares Machado, 56 anos, empresário e antigo presidente da concelhia e da distrital do CDS-PP em Aveiro, será o cabeça de lista do Chega à Câmara Municipal de Aveiro nas eleições autárquicas de 2025. Em declarações à Ria – Rádio Universitária de Aveiro, o candidato lança duras críticas à gestão de Ribau Esteves, coloca muitas dúvidas sobre a situação financeira do Município e apresenta como bandeira principal a construção de um novo hospital central e universitário nos terrenos do Parque Desportivo de Aveiro.

Diogo Soares Machado é o candidato do Chega à CMA e promete auditoria às contas da autarquia
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
31 jul 2025, 19:06

“Os executivos liderados pelo Eng. Ribau Esteves durante 12 anos, na minha opinião, reduziram as possibilidades e as probabilidades de Aveiro se afirmar num contexto nacional como uma capital de distrito pujante, forte e uma cidade de futuro. Basicamente isso. Há, obviamente, fatores e elementos que nós iremos analisar uma vez passadas as eleições e em caso de vitória”, afirma o candidato, que expressa ainda preocupações sobre a saúde financeira da autarquia. “Eu tenho muito receio - e receio fundamentado - de que a situação financeira da Câmara Municipal de Aveiro não seja aquela que o Eng. Ribau Esteves apregoa aos sete ventos. Isto é: há de facto uma opacidade, uma nebulosidade e uma total falta de transparência em tudo o que diz respeito a finanças, estado de solvabilidade da Câmara de Aveiro, dívidas, ajustes diretos, concursos públicos, tudo isso.”

Diogo Soares Machado garante que, se vencer as eleições, o seu primeiro ato será pedir uma auditoria à Inspeção-Geral de Finanças (IGF): “Um dos nossos compromissos é o compromisso com o rigor e as contas certas. E na lógica desse compromisso, posso-lhe dizer que, em caso de vitória e assim que ganharmos, a primeira ação que devemos tomar é solicitar à IGF uma auditoria completa e o mais profunda possível a toda a atividade municipal e às contas da Câmara Municipal de Aveiro.”

O candidato lembra que, em 2023, “Aveiro estava a cerca de 30 milhões de euros de atingir o limite máximo de endividamento permitido por lei, que é de 90 milhões”. E continua: “Imagine que parámos em 2023 e só juntamos o empréstimo que o Sr. Ribau Esteves contraiu agora para a construção do novo pavilhão desportivo municipal – que são 22 milhões de euros. 60 com 22 são 82. Estamos só a 8 milhões de euros de atingir o máximo de endividamento que a lei permite ao Município de Aveiro. Se isto é um Município com as contas certas, vou ali e já venho.”

Critica também o passado da governação socialista: “Já vimos um histórico de presidentes de Câmara que deixaram a Câmara de Aveiro hipotecada a 50 anos. Nomeadamente, o atual candidato do PS, quando foi presidente de Câmara, deixou-nos uma dívida de aproximadamente 250 milhões de euros. E vamos pelo mesmo caminho com o Eng. Ribau Esteves, que anda aí a dizer que com ele pagam os seis dias. Não pagam. Aliás, saiu um artigo bastante curioso no Jornal de Notícias, que diz que, neste momento, de todos os municípios analisados, Aveiro é o sexto com a maior dívida.”

A candidatura será apresentada sob o lema “Compromisso com Aveiro” e, além da promessa de auditoria, apresenta como uma das principais medidas a construção de um novo hospital. “No caso presente, uma das grandes bandeiras da nossa candidatura vai ser a construção de um novo hospital central e universitário, localizado fora de Aveiro, na confluência das grandes autoestradas, nos terrenos do Parque Desportivo de Aveiro. É um projeto que terá cerca de 15 hectares, para ir para a frente e será um projeto extremamente ambicioso. Posso dizer-lhe que só em construção, se calhar, custará menos do que o dito pavilhão desportivo que o Eng. Ribau Esteves acabou de anunciar a quatro meses do final do mandato.”

O hospital será, segundo o candidato, complementar ao atual, que passaria a funcionar como centro de saúde de proximidade. “Será um projeto que levaremos para a frente, em parceria estreita com a Universidade de Aveiro, que durante anos lutou para ter um curso de medicina e finalmente conseguiu. Portanto, também aí estaremos na frente. Queremos recuperar a obrigatória relação de proximidade e parceria estratégica fundamentais entre a Câmara e a Universidade.”

Para viabilizar o projeto, Diogo Soares Machado admite recorrer a financiamento europeu e a parcerias público-privadas. “A construção de um hospital é competência de quem o quiser construir. Até poderia ser uma competência dos privados. O Estado só tem que autorizar e licenciar o aparecimento de um novo hospital. Estes projetos não se fazem apenas com dinheiro dos municipais: fazem-se com recursos a fontes de financiamento europeus, fazem-se com as parcerias públicas ou privadas. Nomeadamente na questão dos terrenos. Os terrenos estão lá, existem. Uma empresa que se chama Parque Desportivo de Aveiro SA, em que a Câmara é sócia, detém cerca de 186 hectares nessa zona, dos quais nós decidimos com um sócio privado a utilização de 15. E, portanto, só aí já, como vê, é uma fatia de orçamento que não sai de custos públicos.”

O candidato assegura que este será um projeto com execução garantida: “Isto é um projeto que, connosco, daqui a quatro anos está no terreno. Isso não tenho dúvida absolutamente nenhuma. Aliás, tenho o compromisso firme, fechado e fiel da direção do partido e dos quatro deputados eleitos por Aveiro, no sentido de que a partir do momento em que formos eleitos, este é o dossiê fundamental.”

Outra das marcas da candidatura será a criação de um “Departamento da Transparência” na estrutura da Câmara Municipal. “A criação, dentro da Câmara Municipal, de um departamento de atendimento ao munícipe, que se irá designar exatamente por Departamento da Transparência, que é, nem mais nem menos, do que pôr ao escrutínio de qualquer dos munícipes de Aveiro, ou de qualquer pessoa que se dirija aos serviços municipais, todos os processos de licenciamento, todos os investimento, o estado das contas municipais, porque, no fundo, uma Câmara Municipal, um Executivo de uma Câmara Municipal, nada mais é do que servidores do público, do povo que os elegeu.”

E reforça: “Se o público os elegeu, tem que ter acesso a toda a atividade que a Câmara a qualquer momento vai fazendo. Essa é uma bandeira nossa. Em nome do rigor e das contas certas, os executivos do Eng. Ribau Esteves, vão ter que passar pela auditoria da IGF, porque se houver contas a prestar e responsabilidades a assumir, vão ter que as prestar e assumir.”

A segurança será outro dos pilares da candidatura. “Queremos avançar até ao final do primeiro ano de mandato, com o sistema de videovigilância e com a instalação de duas novas esquadras de polícia em meio urbano.” O candidato relata mesmo um episódio recente em que foi vítima de furto e teve dificuldades em apresentar queixa. “Roubaram uma matrícula do carro aqui junto à sede do Chega, fui ao antigo Governo Civil para apresentar queixa, mas não se pode apresentar ali, só na esquadra da Griné.”

O plano inclui entre 150 a 200 câmaras de videovigilância espalhadas pelo concelho e duas esquadras localizadas na freguesia da Glória e Vera Cruz: “Uma na parte ‘cagaré’, digamos assim, da freguesia da Glória e Vera Cruz e outra na parte ‘ceboleira’.”

Sobre a hipótese de coligações, Diogo Soares Machado rejeita fazer cenários e garante que o objetivo é vencer. “Estamos no início do processo. Seria precipitado da minha parte estar a analisar cenários de alianças pós-eleitorais. Nós concorremos para ganhar. Ponto final. Os aveirenses vão ter uma palavra a dizer e no final disso analisaremos o cenário. Não estou a colocar nem fora nem dentro. Agora, não quero uma coligação, não quero. Queremos ganhar e queremos governar e mostrar que já chega dos mesmos sempre.”

Por fim, atira uma crítica direta ao que considera uma “chacota nacional”: “Sobretudo quando ainda por cima chegamos ao ridículo ético e moral, digamos assim, de que os mesmos sempre, ou seja, PS e PSD/CDS, têm a ousadia de colocar Aveiro num registro de chacota a nível nacional em que dois irmãos concorrem cada um pelo seu bloco, quase como que garantindo que o poder fica na família ganhe quem ganhar. E isto é uma noção de democracia – apesar de não ser ilegal, nem ilegítimo – que a mim parece bastante distorcida, está a ver.”

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A sessão desta terça-feira contará com a presença dos dois candidatos à Câmara Municipal de Aveiro: Alberto Souto de Miranda pelo PS e João Moniz pelo BE. Alberto Souto de Miranda tem 67 anos, é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e pós-graduado e mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Clássica de Lisboa. Foi presidente do Município de Aveiro entre 1998 e 2005 e Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações no XXI e no XXII Governos constitucionais. No currículo profissional constam ainda empresas como a Caixa Geral de Depósitos, a Autoridade Nacional das Comunicações, o Tribunal de Justiça da União Europeia e o Banco Europeu de Investimento. João Moniz, tem 35 anos, é natural da freguesia da Glória, doutorado em Ciência Política pela Universidade de Aveiro e trabalha como investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.Para além da carreira académica, tem um percurso de ativismo social, especialmente na luta pela habitação acessível. É coordenador do movimento "Casa para Viver" no distrito, tendo organizado várias manifestações sobre o tema em Aveiro nos últimos anos. Foi ainda eleito para a Assembleia de Freguesia em Esgueira em 2017 e para Assembleia Municipal de Aveiro em 2021. O frente-a-frente de hoje [entre o PS e o BE] terá início pelas 20h30 e poderá ser acompanhado pelo Facebook e pelo Youtube da Ria. O próximo encontro acontece já amanhã, 17 de setembro, entre o PAN e a CDU, seguindo-se o PS e o Chega, na quinta-feira, no mesmo horário e nos mesmos moldes. Os debates irão abordar questões sobre a atualidade da campanha, perguntas temáticas em áreas como habitação, urbanismo, mobilidade, transportes, turismo, educação, economia, empresas, inovação, ambiente, espaço público, saúde, ação social, educação, desporto e cultura, bem como questões sobre governabilidade na Câmara e na Assembleia Municipal. Todos os tempos serão cronometrados e iguais para cada candidatura, garantindo equilíbrio no confronto de ideias. Tal como noticiado pela Ria, durante quatro semanas, os candidatos às eleições autárquicas em Aveiro vão confrontar-se em duelos diretos, com 45 minutos de duração, e em debates alargados, com 90 minutos. Dos debates frente-a-frente, dos partidos com assento na AM, apenas Luís Souto de Miranda, candidato da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM), não estará presente. Serão ainda realizados dois debates alargados: um no dia 29 de setembro, pelas 20h30, com todos os partidos com assento na AM (‘Aliança com Aveiro’, Partido Socialista, PAN, Bloco de Esquerda, Chega e CDU), e outro no dia seguinte, à mesma hora, com todos os partidos sem assento na AM (Iniciativa Liberal, Livre e Nós, Cidadãos!).

Chega apresenta Bruno Alves como candidato em Santa Joana e aponta críticas à gestão local
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Bruno Alves começou, numa fase inicial, por se dar a conhecer aos presentes. Aveirense de gema, exprimiu que tem uma “paixão imensa” pela cidade e que mora “há 15 anos” em Santa Joana. Num tom crítico, reconheceu que a freguesia “precisa de muita atenção”, apontando em particular o estado “muito degradado” das estradas. “É uma freguesia que vive apenas para uma ou duas ruas, ficando o restante remetido para segundo plano”, sublinhou, insistindo que o partido quer mudar esta realidade. “Queremos representar esta mudança de mentalidade de que só existe um sítio ou aquilo que vai na cabeça de quem governa”, atirou Bruno Alves. Ainda nas críticas, o candidato do Chega em Santa Joana apontou o exemplo da escola EB1 do Solposto, que considera estar “absolutamente esquecida”. “É de uma falta de cuidado tremenda a forma como nós tratamos as nossas crianças, os nossos pais, os nossos professores. É inadmissível uma obra estar há quatro ou cinco anos no começa, acaba. Passa por duas empresas ambas abriram falência. Não há responsabilidade do executivo na falência das empresas”, criticou. Bruno Alves defendeu que a sua candidatura pretende trazer “transparência”. “Temos ido a outras freguesias vizinhas e as queixas são transversais a toda a gente. São as estradas, os passeios, as escolas, o facto de não se ponderar sequer a execução de um cemitério…. (…) Temos de ter esta presença, ouvir as pessoas constantemente, perceber o que é que realmente a freguesia quer e para onde a freguesia quer caminhar”, explicou. No seguimento, avançou que a sua candidatura assenta em “cinco compromissos básicos”: Cuidados com os espaços públicos; apoio às famílias; transparência nas contas; segurança e educação e presença. “A nossa freguesia só tem a presença do executivo naqueles pontos-chave da freguesia e são pontos-chave para eles. Para mim, o ponto-chave da freguesia é toda a freguesia”, reforçou. A sessão contou ainda com a intervenção de Diogo Soares Machado, candidato do Chega à Câmara de Aveiro, que aproveitou o momento para criticar o atual executivo. A propósito da habitação em Santa Joana, apontou como exemplo negativo as zonas do Caião e do Griné. “Foi construir e abandonar”, frisou, atirando responsabilidades ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e ao Município. “Uma vez eleitos, tudo o que é IHRU vai passar para a posse do Município. (...) Com essa gente nós não vamos perder mais tempo”, garantiu. O candidato acrescentou ainda que o Chega se apresenta “para assumir responsabilidades que outros permanentemente tentam alijar, passando-as para terceiros”. Numa crítica direta a Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, atirou, ironicamente, que: “um deixou 250 milhões de euros de dívidas e foi-se embora dizendo que foram 250 milhões, mas deixou um estádio”. Sem esquecer a área da saúde, Diogo Soares Machado classificou-a como “quase criminosa”. “Ao longo de 35 anos, o Hospital de Aveiro é o mesmo. (…) Há dez anos não tinha contentores… Agora tem contentores onde funcionam consultas (…) de quimioterapia, de oncologia”, atirou. O candidato acusou ainda a autarquia de inação. “O que é que fez a Câmara que ainda está? Vendeu (…) o terreno em frente ao hospital e comprou, demoliu os antigos armazéns da Câmara e o antigo estádio Mário Duarte. (…)E, em oito anos, o que fez foi um parque de estacionamento em gravilha. Mais nada. Zero”, criticou. Recorde-se que tal como noticiado pela Ria, o Chega apresenta como uma das principais medidas a construção de um novo hospital, localizado fora de Aveiro, na confluência das grandes autoestradas, nos terrenos do Parque Desportivo de Aveiro. A propósito da reclamação que suspendeu a adjudicação do projeto de ampliação do Hospital de Aveiro, Diogo Soares Machado deixou ainda uma garantia: “Se for preciso eu acampo à porta do Ministério da Saúde e não saio enquanto não me disserem quais são os compromissos e os requisitos que a Câmara de Aveiro tem de cumprir para, em conjunto com o Ministério da Saúde, ambos unirem esforços e até 2029 termos o novo hospital a construir”. Sobre o curso de Medicina na Universidade de Aveiro acrescentou também: “Vai ser o nosso parceiro de excelência, não só no projeto do novo hospital, como na exploração do novo hospital. O edifício académico, com laboratórios, com 15 blocos operatórios”.

CDU Aveiro apresenta programa eleitoral com foco em habitação, cultura, transportes e desporto
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“Há toda uma panóplia de medidas que podem e devem ser postas em marcha. Claro que não é de um dia para o outro, tudo leva o seu tempo e nós temos compromisso e assumindo o compromisso que queremos cumprir, tem de ser dado o tempo necessário para que todas estas medidas possam ser implementadas”, frisou Isabel Tavares. Segundo a cabeça de lista, o projeto está “alicerçado num conjunto de medidas necessárias à população”. Questionada pelos jornalistas sobre o que distingue a CDU dos restantes partidos, a cabeça de lista foi clara: “A carência habitacional que se vive no concelho, a questão dos transportes públicos que não dão resposta às necessidades da população, o desporto que está deixado de parte e a cultura nem se fala… Uma cidade viva tem de ter cultura e nós queremos que Aveiro tenha resposta também nestas vertentes”, exprimiu. Ao longo de 23 páginas do seu programa eleitoral, a CDU propõe para enfrentar o problema da habitação, entre outras propostas, um reforço da habitação social e cooperativa, a criação de novas cooperativas de moradores e o combate aos imóveis devolutos. A coligação quer ainda que 20% dos fogos em novos empreendimentos sejam destinados a custos controlados, além de programas de habitação jovem nos centros urbanos e históricos. No campo da cultura, a CDU defende um Teatro Aveirense mais aberto às produções locais, a criação de ateliers municipais coletivos para artistas e uma aposta forte na valorização do património histórico, cultural e industrial da cidade. No campo da mobilidade, a CDU compromete-se a municipalizar os transportes rodoviários, reduzir tarifas e caminhar para a gratuitidade progressiva. O programa inclui ainda a requalificação da Linha do Vouga, a expansão das ciclovias e o reforço das ligações fluviais a São Jacinto. O desporto é outra das áreas em destaque. A CDU propõe a construção de um pavilhão multiusos com capacidade para 3000 pessoas (no mínimo) e de um complexo de piscinas municipais, incluindo uma piscina olímpica. Quer ainda apoiar o desporto escolar e de formação, criar um parque para desportos radicais e valorizar o CAR-Surf de São Jacinto. Quanto às acessibilidades, o programa insiste na conclusão da ligação sul à A1, na valorização da Linha do Vouga e na recuperação das estradas e passeios degradados. A CDU quer também mais percursos pedonais e cicláveis e uma gestão do estacionamento que dê prioridade aos residentes. Para além das propostas, o programa eleitoral da CDU aponta também críticas à atual gestão camarária, acusando-a de manter uma “dívida relevante, fruto de décadas de irresponsabilidade política na gestão do património e das finanças municipais, com projeção no presente e futuro”. “Mantemos hoje uma câmara à deriva, que foi abdicando ao longo das últimas décadas das suas principais competências, privatizando serviços, na maior parte dos casos de forma ruinosa, desde os resíduos sólidos urbanos à água, do saneamento aos transportes”, lê-se no documento. Confrontada com estas críticas, Isabel Tavares explicou que este tipo de afirmações tem a ver com o tipo de investimento que foi feito no município, “que foi sempre em prol dos privados e em prol da obra que não traz benefícios para os aveirenses”. Como exemplos apontou a obra do Rossio ou da Avenida Lourenço Peixinho. “Há um conjunto de obra feita no Município que não veio reforçar, nem dar aos aveirenses aquilo que era necessário. Veio descaraterizar. É betão em cima de betão”, atentou, insistindo que houve dinheiro “mal investido”. “Os aveirenses não estão libertos de continuar a pagar a dívida que veio no passado. Ribau Esteves a sair da Câmara Municipal propõe honorar Aveiro com mais um empréstimo para a construção do pavilhão municipal”, continuou Nuno Teixeira. Sobre a dispersão de votos à esquerda com a entrada do LIVRE Aveiro nas eleições autárquicas, Isabel Tavares recordou que a CDU tem um projeto “próprio, virado para aquilo que são as necessidades de Aveiro, dos aveirenses e daqueles que cá querem viver”. “Estamos disponíveis para trabalhar com todos desde que tenhamos voz e que nos deem essa voz para podermos fazer esse trabalho”, afirmou. Recorde-se que nas eleições autárquicas de 2021, a CDU obteve 3,34% dos votos, contra os 51,26% alcançados pela coligação PSD/CDS/PPM, que conquistou a liderança da Câmara. Questionados ainda sobre a possibilidade de o Partido Socialista (PS) chegar ao poder e se seria mais fácil para a CDU estar “alinhada”, Nuno Teixeira explicou que, no caso da revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, o partido estará ao lado da proposta. Ainda assim, recordou que, em outras ocasiões, como nas votações [em Assembleia Municipal] sobre as portagens da A25 ou sobre os artistas de rua, o PS votou “contra”. “Sempre dissemos: todas as propostas que sejam em prol da população, a CDU lá estará”, sublinhou. “Não nos fechamos ao diálogo com ninguém, estamos abertos ao diálogo, mas sempre nesta perspetiva”, completou Isabel Tavares.

Autárquicas: IL Aveiro apresenta programa eleitoral esta quarta-feira
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Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a sessão será conduzida por Miguel Gomes, candidato da IL à Câmara Municipal de Aveiro, que apresentará as principais propostas do partido para as áreas de: “Educação; Segurança e Proteção Civil; Serviços Urbanos e Gestão do Espaço Publico; Mobilidade e Transportes; Obras Particulares; Ambiente e Sustentabilidade; Cidadania Juventude e Seniores; Cultura; Saúde; Toponímia e História Urbana; Economia, Turismo e Habitação; Habitação Social; Multiculturalismo; Mercados e Feiras; Obras Municipais; Planeamento e Ordenamento e Desporto”. “A Iniciativa Liberal acredita que Aveiro merece mais ambição e mais liberdade. Este programa é o resultado de um trabalho sério, com propostas concretas e realistas, pensadas para responder às necessidades das famílias, dos jovens, das empresas e das freguesias”, realça. O evento contará ainda com a presença de Hugo Condesa, gestor e empreendedor comprometido com a transformação do país. Licenciado em Economia e mestre em Gestão de Empresas, Hugo Condesa “é uma voz ativa na defesa de uma verdadeira descentralização de funções e competências do Estado central para os Municípios, alinhada com a visão da Iniciativa Liberal de uma governação mais próxima, eficaz e livre”, esclarece a nota.

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UA inaugura novo teatro anatómico e lança programa de doação de corpos à ciência esta quarta-feira
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De acordo com uma nota de imprensa da UA enviada às redações, o teatro anatómico é considerado “fundamental” para a formação dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina da UA. A nota salienta ainda que a observação e intervenção em corpos é essencial para o estudo e avanço da ciência médica. O processo de doação está enquadrado pela legislação nacional e deve ser feito em vida, embora ainda exista necessidade de maior divulgação e esclarecimento sobre esta prática, considerada simples, mas essencial para a “qualidade do ensino e da investigação”. Neste contexto, a UA lançou a campanha de sensibilização “Doar para Ensinar a Salvar”, em colaboração com as Unidades Locais de Saúde do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Alliance (EMHA). Durante a sessão de inauguração, que terá início pelas 14h30, será apresentado o Programa de Doação do Corpo à Ciência, seguido de uma visita às instalações do Teatro Anatómico. O momento contará com a presença de Ana Povo, Artur Silva, presidente do Centro Académico Clínico EMHA e vice-reitor da UA, Francisco Amado, diretor de Ciências Médicas da UA e Rui Costa, diretor da Escola Superior de Saúde da UA.

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Capicua, Ana Deus e dezenas de autores nos 10 anos do Festival Literário de Ovar

Com entrada livre em todas as iniciativas do programa, o evento do distrito de Aveiro é organizado pela Câmara Municipal local e propõe uma edição comemorativa “mais alargada, participativa e profundamente ligada ao território e ao seu tempo”. Domingos Silva, presidente da Câmara de Ovar, declarou à Lusa que, ao fim de 10 anos e 11 edições, o festival está “totalmente consolidado” e acrescenta: “Se é verdade que o Festival Literário de Ovar é hoje uma efetiva celebração do concelho, que durante cinco dias se transforma numa verdadeira biblioteca viva, também tem a ambição de continuar a reinventar-se, na certeza da sua valia cultural, social e económica da proposta neste caminho dinâmico e eterno de aproximar a literatura dos leitores”. O autarca defende, por isso, que o futuro do evento passa por “continuar a crescer e a reinventar novas formas de promover a leitura e a partilha de momentos culturais diferenciadores e identitários”. Distribuída por locais como o Parque Urbano de Ovar, o Centro de Arte, a Escola de Artes e Ofícios, o Museu Júlio Dinis e o Parque Ambiental do Buçaquinho, a edição do 2025 do Festival Literário de Ovar propõe para o seu primeiro dia uma instalação sonora de Tiago Schwäbl, uma mesa-redonda sobre a relação entre criação artística e obra literária, uma performance teatral pela companhia Contacto, uma conversa entre os músicos Capicua e Luís Portugal, e um concerto por Carlos Alberto Moniz. Para quinta-feira está prevista a apresentação do livro de Daniel Pinto-Rodrigues “O corregedor interior”, assim como uma conferência sobre literatura enquanto processo de libertação e o concerto “Canções para beber com Pessoa”, de Ana Deus e Luca Argel. O dia seguinte está reservado para uma performance do Trigo Limpo Teatro ACERT, uma oficina de leitura e escrita por Paulo Freixinho, a apresentação dos livros “Um pouco mais de sol” de Abel Mota e “Phosphoros (100 amorfos)” de António Carlos Santos, uma conferência sobre a relação do festival com o território e outra sobre o potencial anti-poder da cultura – tudo antes do concerto “Anónimos de Abril” com Joana Alegre, Rogério Charraz e José Fialho Gouveia. Sábado será dedicado à entrega de prémios do Concurso Literário e de Ilustração Júlio Dinis, a oficinas de ilustração por Nuno Alexandre Vieira e aRita, e à apresentação dos livros “Truz Truz, abre a porta, avestruz”, de Vera Morgado, “Patrulha Raposa – Vigilantes da floresta”, de Diana de Oliveira, “Agora sou capaz”, de Ricardo Santos e Joana Nogueira, e “Cartografia”, de Minês Castanheira e Raquel Patriarca. No mesmo dia haverá mais teatro do Trigo Limpo, uma sessão de contos por Luís Correia Carmelo, uma mesa-redonda sobre vaidade e inveja, outra sobre amizade e dinheiro, e uma terceira sobre obstinação na escrita, sendo que para a noite está reservada uma sessão de “Poesia a meias” e o espetáculo “Para atravessar contigo o deserto do mundo”, com Lúcia Moniz e Pedro Lamares. O festival encerra domingo com várias outras atividades: além de teatro profissional e cinema por estudantes locais, incluirá sessões de contos por Cândida Jardim e Paula Margato, oficinas de ilustração por Matilde Horta e Rita Correia, e a apresentação dos livros “O descabido caso dos livros desaparecidos” de Carlos Nuno Granja, “A dança dos pássaros invisíveis” de Edgar Pedro, “O rufo do tambor que levamos no peito” de Rui Guedes e os títulos da coleção “Colégio do Templo” de Nuno Bernardo. As mesas redondas desse dia, por sua vez, contarão com os autores Vanessa Martins, Alice Caetano, Joana Leitão Cristina Carvalho, José Manuel Castanheira, Madalena Sá Fernandes, Manuel Frias Martins e Rui Couceiro.