AAUAv/UA vai contar com cinco equipas representadas nas Fases Finais dos CNU
São cinco as equipas da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) que foram apuradas para as Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s) 2025. O sorteio dos grupos decorre amanhã, quinta-feira, dia 27, em Coimbra.
Ana Patrícia Novo
JornalistaDe 3 a 14 de abril, a AAUAv/UA vai contar, assim, com a representação de cinco equipas, de um universo de nove possíveis, nas Fases Finais. Quatro destas cinco equipas apuradas são equipas femininas.
A equipa de basquetebol masculina juntou-se, no passado dia 12 de março, ao grupo composto pelas equipas de andebol, basquetebol, voleibol e futsal, todas femininas, para representar a academia aveirense nas Fases Finais dos CNU. Este ano as equipas masculinas de andebol, voleibol, futsal e de futebol de 11 falharam o apuramento.
O ano passado todas as equipas se apuraram diretamente para as Fases Finais da FADU - Federação Académica do Desporto Universitário, uma vez que a AAUAv/UA foi a equipa que recebeu o evento. Este ano, a AAUAv/UA conseguiu que se apurassem o mesmo número de equipas que se apuraram em 2022. Em 2023 foram seis as equipas apuradas.
O sorteio para as Fases Finais decorre esta quinta-feira, dia 27, pelas 18h ,na Praça 8 de Maio, em Coimbra – cidade que acolhe este ano as Fases Finais dos CNU. Da cerimónia resultará a definição e composição das equipas para a Fase de Grupos.
São esperados mais de 1.500 agentes desportivos, oriundos de 26 clubes FADU, durante 10 dias de competição, onde estarão em disputa 9 títulos de campeão nacional universitário nas modalidades de andebol (masculino e feminino), basquetebol (masculino e feminino), futebol de 11 (masculino), futsal (masculino feminino) e voleibol (masculino e feminino).
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Última Jam Session do ano letivo celebra mês do orgulho com a presença de Sincera Mente
Sincera Mente tem vindo a ganhar notoriedade nas redes sociais e marcou presença na última Jam Session do ano letivo da UA. À Ria, sublinhou que a receção foi “muito calorosa”, com pessoas a pedirem vídeos, fotografias e até autógrafos. Foi, inclusive, na UA que deu o primeiro autógrafo desde que começou com o projeto da Sincera. “Tem sido uma experiência muito boa, muito enriquecedora, porque as pessoas partilham comigo as experiências que têm a ver os meus vídeos, faz-me muito feliz e dá-me vontade de continuar”, conta. De vestido azul a fazer lembrar a arte azulejar típica da região, Sincera Mente conta que demorou “três horas” a preparar o figurino. “Hoje eu decidi vir super bem produzida”, observa. Por trás da personagem está um professor de teatro e de dança que partilha a mesma personalidade da Sincera. “Se eu estivesse desmontada seria exatamente igual, só que sem saltos, para não sofrer tanto”, brinca. O projeto pretende “trazer a arte drag para a rua”. “A arte drag é feita para o palco e eu acho que a arte drag, que agrupatantas outras artes, pode ser trazida para a rua para mostrar que realmente nós existimos, nós estamos aqui. Não há mal nenhum,nós não queremos fazer mal a ninguém, queremos apenasentreter-vos”, repara. A Universidade é, para Sincera, “um palco mais privilegiadopara trazer esta mensagem”. “Partimos do princípio de que sãopessoas que estão informadas, que são de uma geraçãoque está apta a receberpessoas diferentes eperceber que quanto mais diferenças virmos, mais humanos somos, com mais característicasnos identificamos”, afirma, enquanto lembra que “há pessoas que ainda não sabem quem são e que estão a descobrir quem são:tanto na sua identidade comosexualmente etoda a gente passa por esse processo”. À Ria, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, faz um balanço positivo das Jam Sessions em conjunto o NEMU. “As pessoas têm aderido” à iniciativa que proporciona momentos de lazer, mesmo numa altura que é marcada pela época de exames. “[Os estudantes presentes] são a prova de que são precisas estas pausas para conseguir o equilíbrio perfeitoentre aquilo que é o estudo, a vida académicae todas estas partes que fazem este percurso tão singular”, diz a representante dos estudantes. Também Matilde Cardoso, coordenadora do NEMU, aponta o sucesso da iniciativa que incentiva os estudantes – de Música ou não – a partilhar momentos de lazer e cultura. “A malta costuma estar a assistir, traz um instrumento e entra para tocar: acredito quenestes eventos a malta se conheçae que depois até se junte e forme grupos”, conta Matilde. A estudante repara ainda que a diversidade cultural e a abordagem da temática da comunidade LGBTQIA+ como “importante” por ser algo que continua a “ter de ser falado”. Joana atenta ainda que a iniciativa dá o pontapé de saída para um mês com um especial foco precisamente na comunidade LGBTQIA+, de forma a celebrar e chamar a atenção para a temática. “Temos acima de tudo que ser uma academia inclusivae aberta a todos eque conseguimos mostrar aquilo que é o espírito de acolhimento(…)e é isso que nós queremos trazer para cima da mesa:mostrar aquilo que somos, que a UA é abertaa todos e que acima de tudo sabe receber”, afirma.
Nova secretária do Ensino Superior critica propinas “baixíssimas” e propõe sistema de empréstimos
Num artigo de opinião publicado no Observador a 20 de dezembro de 2022, Sarrico defendeu que “os alunos devem pagar uma contribuição [propina] para fazer os seus estudos no Ensino Superior através de empréstimos cujo pagamento corresponde a uma percentagem do seu rendimento futuro e pago através de uma dedução no seu salário, tal como o IRS e as contribuições para a segurança social”. Para a nova governante, esta seria a “única solução que permite financiamento suficiente do sistema de forma sustentável e com qualidade”. Nesse mesmo texto, Cláudia S. Sarrico classificou o valor atual das propinas como "baixíssimo", afirmando que “as propinas de licenciatura são baixíssimas – muito menos do que se paga pelo infantário dos miúdos, o que também contribui para a baixíssima taxa de fertilidade em Portugal”. Defende ainda que o modelo de Ensino Superior gratuito tem um efeito regressivo, argumentando que “significa antes dar vantagem financeira a pessoas que na sua maioria já são privilegiadas e que se tornarão ainda mais por se diplomarem à custa de muitos que pagam impostos e que nunca tiveram esse privilégio". A ideia de empréstimos reembolsados pelos rendimentos futuros dos diplomados surge como uma proposta de maior equidade e sustentabilidade para Cláudia Sarrico. “Eliminam a aversão aos empréstimos bancários”, refere a nova secretária de Estado, sublinhando que quem ganha menos “paga menos” e que “os pagamentos podem ser geridos pela autoridade tributária que funciona eficazmente em Portugal.” No início de 2023, Cláudia S. Sarrico participou no evento 'Ideias +23', organizado pelo Instituto +Liberdade, onde apresentou um conjunto de propostas sob o título “Alargar a autonomia das Instituições de Ensino Superior”. Entre essas propostas, defendeu a criação de fundações de direito privado, constituídas por tempo indeterminado, dotadas de personalidade jurídica e reconhecidas como de utilidade pública. Propôs também o fim dos estatutos de carreira nacionais para docentes universitários, docentes do politécnico e investigadores, passando todo o pessoal docente, investigador, técnico, administrativo e de gestão a ser empregados da instituição. Durante a sua intervenção, Cláudia Sarrico defendeu ainda a abolição dos numerus clausus na generalidade dos cursos e reforçou a ideia de financiamento dos alunos através de empréstimos reembolsáveis em função dos rendimentos futuros, sublinhando que este modelo “mostra-se que aumenta a equidade”. Apontou a autonomia como um fator potenciador da diversificação das fontes de rendimento, incluindo cursos de formação e educação contínua, contratos com o setor comercial, setor público, setor social e filantropia. Acrescentou que essa mesma autonomia favorece uma melhor utilização dos recursos e um posicionamento estratégico das instituições, conduzindo a uma maior diversificação do sistema de Ensino Superior. Por fim, destacou a importância da responsabilização, com foco na avaliação e gestão da qualidade. Num segundo artigo publicado em 15 de junho de 2023, também no Observador, a nova secretária de Estado do Ensino Superior questionou a utilidade dos doutoramentos em Portugal no atual modelo e criticou o modelo de acesso e financiamento. Cláudia S. Sarrico afirmou: “Arrisco dizer que em muitos doutoramentos praticamente entra quem quer desde que pague as propinas.” Apesar do aumento do número de doutorados no país, alertou para a baixa eficiência formativa, o excesso de precariedade na academia e a fraca inserção dos doutorados fora do setor universitário. Perante este cenário, a nova secretária de Estado do Ensino Superior deixou uma pergunta no ar: “Face a este cenário pergunto-me porque é que as pessoas querem fazer um doutoramento em Portugal.” E acrescentou: “Parece-me, pelo menos em algumas áreas, que será uma forma de credencialismo, em que as pessoas procuram no doutoramento uma melhoria do seu estatuto social e profissional, mais do que competências exigidas pelo mercado de trabalho.” A nova governante defende uma maior exigência à entrada nos programas doutorais, bem como melhores condições para atrair talento, considerando que “seria melhor ter menos doutorandos e mais apoiados com contratos de trabalho, atraindo o melhor talento para estudos doutorais. Seriam reconhecidos como membros juniores do corpo docente, como é normal noutros países europeus.” Cláudia Sarrico chega assim ao Governo com ideias claras sobre o futuro do Ensino Superior, que tem vindo a defender publicamente ao longo dos últimos anos. Recorde-se que o atual ministro com a tutela do Ensino Superior, Fernando Alexandre, já tinha admitido a hipótese de descongelar as propinas. Ainda em março deste ano, no final de uma reunião com dirigentes de federações e associações académicas e em declarações aos jornalistas, o ministro disse que esperava convencer os estudantes que "com um bom sistema de ação social, o foco nas propinas perde-se”.
UA mostra tesouros do jazz com exposição “Corpo e Alma”
O Centro de Estudos de Jazz (CEJ) da UA acolhe a exposição “Corpo e Alma”, uma mostra que divulga “uma parte muito ínfima do acervo da Universidade de Aveiro (UA) e do CEJ, que resulta da doação de vários doadores, dois deles muito importantes na divulgação do jazz em Portugal: o José Duarte e o Manuel Jorge Veloso”, aponta Susana Sardo, coordenadora do CEJ. A iniciativa acontece no ano em que o Centro celebra “a maioridade”, explica ainda Susana Sardo. “Achamos que era a altura de mostrartodo este passado de construção, desde a infância até à adolescência, e de alguma maneira também como é que este Centro de Estudosreúne aqui documentação suficiente para percebermos a história do jazz em Portugal”, frisa. ‘Corpo e Alma’ é composta pelo espólio de quatro pessoas, dos quais se destacam “dois divulgadores ativos e importantíssimos para o panoramado jazz em Portugal” e duas das pessoas responsáveis “pelo jazz que se ouve em Portugal”, aponta Ivo Martins, diretor artístico do festival Guimarães Jazze um dos curadores da mostra. Logo à entrada sobressai a disposição de 88 discos de vinil na parede principal e cerca de seis expositores onde um código QR nos conduz a alguns álbuns de jazz. De entre os objetos protegidos por vitrines de vidro destacam-se manuscritos, livros e revistas, e as grelhas de programação da rádio onde José Duarte e Manuel Jorge Veloso divulgavam jazz. Para Ivo, a mostra patente no CEJ é importante pela “relação física com os objetos” que retrata e proporciona em simultâneo. “É muito importante essa relação, porque o que se vê aqui,em tudo isto, é uma relação física entre o colecionador e o objeto que ele foi colecionar”, repara. Em declarações à Ria, Alexandra Queirós, vice-reitora para as matérias atinentes àspolíticas para a cultura e a vida nos campi na UA, enfatizou também a importância do CEJ e dos estudos desenvolvidos a partir dele para a UA. Quanto à vertente cultural, a vice-reitora afirma que “interessa também dar visibilidade às coleções” de forma a “atrair mais estudantes e investigadores que queiram eventualmente vir fazer estudos” sobre o espólio que tem vindo a ser doado à UA. “Isto é uma pequena parte do que temos (…) e esta exposição serve para dar essa visibilidade numa coleção que é tão importante e tão rica para a Universidade de Aveiro”, enfatiza Alexandra Queirós. A integração da mostra na programação do Campus Jazz é ainda apontada pela vice-reitora como o reforço da “integração da componente formativa e da componente de investigação”, que considera patente num festival que “procura ser mais do que só um festival de música com concertos”. O Campus Jazz é uma iniciativa da UA, que realça a importância e singularidade do CEJ, uma estrutura dedicada à documentação e investigação sobre jazz, fundada em 2007 na UA. A quinta edição propôs uma programação eclética e multicultural com um especial enfoque no potencial da região.
João Rui Ferreira, ex-aluno da UA, mantém-se como Secretário de Estado da Economia
Licenciado pela UA entre 1997 e 2003, João Rui Ferreira completou o seu percurso académico com uma tese de mestrado em Engenharia Química na Technical University of Denmark (DTU), centrada na extração com CO₂ supercrítico, e com uma pós-graduação em Métodos Quantitativos de Gestão na Porto Business School. Mais recentemente, frequentou o Advanced Management Program (AMP) da prestigiada escola de negócios INSEAD. Com uma carreira marcada pelo seu envolvimento no setor da cortiça, foi presidente da Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR) durante quase uma década e liderou também a Filcork – Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça, o Centro Tecnológico da Cortiça (CTCOR) e a Confederação Europeia da Cortiça (C.E.Liege). A sua experiência inclui ainda funções como CEO da WFS Cork e, mais recentemente, como secretário-geral da APCOR. A recondução de João Rui Ferreira no cargo de Secretário de Estado da Economia é vista como uma aposta na continuidade e no conhecimento técnico de uma das áreas mais relevantes da ação governativa. A sua presença junta-se à de outras figuras ligadas à academia aveirense, como Cláudia S. Sarrico, recentemente nomeada Secretária de Estado do Ensino Superior. A Universidade de Aveiro reforça assim o seu peso na governação do país, através de antigos alunos com percursos consolidados e reconhecidos em áreas-chave.
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São Gonçalinho: entre amizades, amores e a marca da Universidade de Aveiro
Estávamos no ano de 2011. Ricardo Torres e Diogo Matos, dois amigos de infância, deixavam a sua terra natal - a Guarda - para rumarem a Aveiro para ingressarem no curso de mestrado integrado em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações na UA. O objetivo era simples para ambos: terminar o curso e regressar à Guarda. A verdade é que após 14 anos esse objetivo foi em parte cumprido já que ambos continuam, atualmente, na cidade de Aveiro. Ricardo a trabalhar e a concluir o doutoramento na UA na área das telecomunicações. Diogo só a trabalhar. Foi também no curso que ambos se apaixonaram e conheceram as suas atuais companheiras. Por sinal, aveirenses. Ironia do destino, no ano passado, sem que se apercebessem, foram ainda ambos desafiados, por diferentes mordomos, a integrar a mordomia de São Gonçalinho ao longo dos próximos dois anos. Manda a tradição que, no final do segundo ano, cada mordomo em funções escolhe a quem quer entregar o seu ramo. O mesmo acontece com o gabão. Assim aconteceu com estes dois jovens. Ricardo recebeu o convite “em finais de outubro/inícios de novembro” do ano passado por parte do “Vasco”. Nega-se a dizer que quem o convidou foi um “ex-mordomo”. “Uma vez que somos mordomos, somos mordomos para sempre”, justificou prontamente. Prefere referir-se ao “Vasco” como um “mordomo da antiga mordomia”. Partilha que aceitou o convite só depois de conversar com a sua família. É a primeira vez que vai assumir o papel de mordomo de uma festividade. Contra todas as previsões, em Aveiro. “Na Guarda participei em uma ou duas [festividades], mas mais naquela situação de ajudar amigos em que eles é que, efetivamente, eram os mordomos e eu estava lá para ajudar (…). Nunca na vida pensei numa coisa destas. Eu apenas coloquei Aveiro [nas candidaturas ao Ensino Superior] porque o meu pai me disse que Eletrónica poderia ser um curso com muita saída”, recordou. Diz que sentiu a “responsabilidade” de assumir o ‘cargo’ no dia em que as Festas de São Gonçalinho 2025 terminaram. “Até ao dia da passagem do ramo, eu era um aveirense emprestado por assim dizer. Quando entramos na capela já com o ramo na mão aí sim, deu-me um arrepiozinho de receio com satisfação”, descreveu. Até hoje, Ricardo Torres não consegue associar a um único episódio a ligação “especial” que sente por São Gonçalinho, mas sim a um conjunto de momentos e pessoas. A maioria associado ao contexto de estudante e da UA. Ainda assim, não deixa de reconhecer que uma das peças “mais relevantes” foi a sua namorada. Uma pessoa que descreve como “extremamente devota ao santo”. “Ela apresentou-me o santo não da forma festiva como eu o conhecia. Apresentou-me a parte mais devota e mais brincalhona do santo, por assim dizer. Eu comecei-me a enturmar e a gostar bastante e, entretanto, este ano, alguém decidiu, por obra e graça do santo, como nós dizemos, que eu era merecedor desta honra e deste convite”, partilhou. Conhecido também como o santo casamenteiro, Ricardo acredita que, até aos dias de hoje, este foi o santo que deu o “empurrãozinho” para conhecer a sua companheira. Diogo estava a organizar o almoço de aniversário da sua namorada quando recebeu o convite para a Mordomia de São Gonçalinho “em meados de novembro” do ano passado. Confidencia que não esperava o convite “num futuro tão próximo” já que sabia o que significava aceitar um “desafio destes” num ano em que tem também planeado casar. Conta, entre risos, que ficou em “estado de choque”. “Fiquei sem saber o que é que ia fazer. Não estava nada à espera disto. Entretanto, quando aceitei, liguei [ao Ricardo] e foi quando soube que ele também tinha sido convidado”, relembrou. Recorda que o primeiro contacto que teve com o São Gonçalinho surgiu logo “nos primeiros anos” quando chegou a Aveiro enquanto estudante. Na altura, numa abertura do Festival Internacional de Tunas da Universidade de Aveiro (FITUA) que decorreu na capelinha de São Gonçalinho. “Não conhecia de todo o São Gonçalinho. Ouvi falar que era uma festa de atirar cavacas…”, partilhou. Das Festas de São Gonçalinho, enquanto estudante, relembra ainda os tempos em que tinha de fazer “um jogo de cintura” para conseguir ir às festividades já que “coincidiam sempre com a época de exames”. “Foi engraçado ver essa evolução e o crescimento das festas. As festas antes eram num pequeno palco no antigo Rossio, que agora está todo remodelado. Agora temos uma tenda que está ao nível das semanas académicas. Eu acho que isso foi engraçado de se ver”, sublinhou com um orgulho evidente no olhar. A relação “mais próxima” com o São Gonçalinho acabaria por surgir “nestes últimos quatro ou cinco anos”. “Foi quando o pessoal mais próximo de mim e do Ricardo fez parte da mordomia. Foi aí que começamos a viver um bocadinho mais de próximo e mais intensamente estas festividades aqui da Beira Mar e mais relacionadas com o santo”, contou. Sobre o que representa para si o São Gonçalinho? Diogo diz ser “complicado de responder”. “Para mim representa amizade e família. Foi aqui no São Gonçalinho que cresceram várias relações, nomeadamente, da minha namorada e dos meus amigos. É o significado de estar em família. Acho que é um bocadinho a definição que consigo pôr em palavras de forma mais concisa”, assegurou. Osvaldo Pacheco foi o juiz da mordomia escolhido, este ano, pelos 21 novos mordomos das Festas de São Gonçalinho. É, atualmente, a figura máxima dentro do grupo. Curiosamente, também ele tem ligação à UA e ao Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) enquanto professor auxiliar. Foi também pró-reitor da UA durante oito anos. A única diferença entre Ricardo e Diogo é que Osvaldo nasceu e sempre viveu em Aveiro. Atribui os seus 14 anos como a idade de descoberta da festividade já que passou a sua infância na freguesia de Glória. “Na altura, vinha à festa com a família, mas não da forma como as pessoas do Bairro da Beira-Mar a viviam. Eu visitava as festas… Era uma coisa diferente”, reconheceu. Sublinha que antes o São Gonçalinho “era algo muito pequeno”. “Tenho poucas memórias, mas recordo-me que havia um coreto e que já havia o lançamento das cavacas. Lembro-me de uma fogueira, algures por aí, e que era uma festa muito mais pequena, com uma dimensão que não tinha nada a ver”, relembrou. Tal como Ricardo e Diogo, também Osvaldo recebeu o convite para ser mordomo. Explica que foi o grupo atual que, posteriormente, o “escolheu” para ser o juiz da mordomia. “Nós não vimos para a mordomia por causa do cargo. Vimos para servir aquilo que é o bem maior, que são as festividades em torno de São Gonçalinho”, vincou. À Ria, recorda que recebeu o convite para ser mordomo “um ano antes” e que demorou “muito tempo a aceitar” por saber que a tarefa exigia uma “grande disponibilidade mental e física”. “Eu tenho uma atividade profissional também muito impactante e com muita dedicação. Portanto, conciliar tudo isto significa que os dias passam a ser mais longos e que são mais as horas que eu não dedico à família e a outras coisas que eu gosto… Ao meu Benfica e ao meu Beira-Mar”, brincou. Apesar da hesitação inicial, Osvaldo Pacheco acabou por aceitar ser mordomo e, posteriormente, ser juiz. Sublinha que o fez por uma única razão: a “paixão”. “Isto é o concretizar de um namoro e que depois se transforma em casamento (…) A mim aconteceu um pouco o mesmo sendo que a minha família também é devota do São Gonçalinho. A minha filha e a minha mulher foram as primeiras a dizer-me que tinha de ser mordomo e a empurrarem-me para ser mordomo”, contou com um sorriso rasgado. Este ano, dos 21 novos mordomos de São Gonçalinho, Osvaldo realça, com orgulho, que “oito ou nove” são alumnis da UA. “Muitos deles são nascidos e criados aqui no Bairro. Outros vieram de fora, como o Diogo e o Ricardo e depois vivenciam o Bairro como se fosse deles… E é o bairro de todos. Portanto, não só respeitam as tradições como as querem manter, como querem ser os curadores dessas tradições”, exprimiu. “Isso do meu ponto de vista é muito bom, porque só enriquece quer o bairro, quer as Festas de São Gonçalinho”, continuou. Satisfeito com o que já foi feito, Osvaldo Pacheco diz querer dar “continuidade” ao “legado” que as anteriores mordomias deixaram. “Queremos fazer as festas com pequenos toques pessoais, mas fazer da mesma maneira, para criar, no fundo, o hábito de existir certas atividades para que a comunidade se reveja nelas. Nós não podemos esquecer que o São Gonçalinho é mais do que uma festa religiosa. É multidimensional”, recordou. Entre os “toques pessoais” aponta um dia dedicado à UA. “A Universidade de Aveiro é obviamente uma das grandes instituições da cidade e do país. Essa ligação [entre a UA e o São Gonçalinho] existe mais do que nós pensamos. As Tunas Universitárias – feminina e masculina - da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) têm como padroeiro o São Gonçalinho. (…) Eu gostava que essa ligação se estendesse à universidade… Aí ainda não estamos no ponto que gostava que estivéssemos”, confidenciou. Também nos desejos desta mordomia está em fazer com que a festa se estenda a todo o Bairro da Beira-Mar. “Ela já lá está, mas podemos ter novas centralidades dentro do bairro, com outros eventos mais pequenos, em que aproxime toda a gente da festa”, apontou. Os restantes desejos? Osvaldo prefere não os revelar sublinhando que “o segredo é a alma do negócio”. No final da festividade, Osvaldo Pacheco partilha ainda à Ria que “gostava muito” que os 21 mordomos que iniciaram em janeiro terminassem com o sentimento de que constituíram “uma família”. Sobre se gostará mais do São Gonçalinho, nos próximos dois anos, do que do seu Beira-Mar ou do seu Benfica? Osvaldo responde-nos com uma gargalhada: são “coisas complementares”. “Diria que, nestes dois anos, a minha prioridade, para além da parte profissional e familiar (…) onde eu vou dedicar grande parte do meu tempo, é esta causa. Tem de ser. Não há outra forma de lidar com estas coisas”, reconheceu. Até janeiro de 2026, altura em que ocorrem, novamente, as Festas de São Gonçalinho, os 21 novos mordomos vão afinando a voz, por aqui e acolá, ensaiando com devoção a marcha que todos esperam ouvir: a “Marcha de São Gonçalinho”.
Seis anos e cinco meses de prisão para autor de três fogos em Aveiro
Durante a leitura do acórdão, o juiz presidente disse que o tribunal ficou convicto de que o arguido cometeu os factos que lhe vinham imputados na acusação do Ministério Público. O arguido foi condenado em três penas parcelares (uma de três anos e meio, outra de três anos e nove meses e outra de quatro anos de prisão) por três crimes de incêndio florestal. Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de seis anos e cinco meses de prisão. O tribunal decidiu ainda manter em regime de prisão preventiva o arguido até esgotar o prazo para recorrer da decisão. Os incêndios ocorreram em 16 de agosto de 2023 e em 08 e 15 de setembro de 2024, em várias zonas do concelho de Aveiro (Cacia, Monte do Paço e Mataduços). O arguido, que já cumpriu pena de prisão pelo mesmo tipo de crime, foi captado pelas câmaras de videovigilância instaladas numa residência situada em Monte do Paço, em Esgueira, junto a um terreno onde deflagrou um dos incêndios. O homem foi detido, fora de flagrante delito, pela Polícia Judiciária (PJ) em setembro de 2024, após o último incêndio ocorrido em Cacia. Aquando da detenção, a PJ informou que o incêndio ocorreu numa zona de extensa mancha florestal, onde nas proximidades se encontravam várias habitações e instalações industriais e “só não atingiu grandes dimensões graças à pronta deteção e combate do mesmo”. A Judiciária referiu ainda que o detido "revela uma propensão para a repetição do comportamento incendiário, não tendo sido possível determinar “qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática” dos crimes.
Ribau Esteves critica “pressa” nas presidenciais e Simão Santana apoia Gouveia e Melo
A cerca de meio ano para as eleições presidenciais há já três nomes em cima da mesa. Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD; Henrique Gouveia e Melo, ex-chefe do Estado-Maior da Armada; António José Seguro, ex-secretário-geral do PS. Mariana Leitão da Iniciativa Liberal (IL) também tinha anunciado a sua candidatura, mas esta quinta-feira acabou por a retirar para disputar a liderança da IL, depois da saída de Rui Rocha. Interpelado pela Ria, no final da reunião camarária desta quinta-feira, Ribau Esteves criticou a excessiva aceleração e a partidarização do processo eleitoral. “Nunca percebi a pressa nestas eleições presidenciais. Nunca percebi, de todo. Nem a pressa, nem a partidarização. Esta questão de que cada partido tem de ter um candidato, eu discordo”, frisou. Para o autarca, “os candidatos têm de se apresentar, têm de fazer o seu trabalho”, cabendo depois aos partidos decidir se apoiam ou não.” Como exemplo, referiu a candidatura de Luís Marques Mendes, que, num “ato muito simbólico”, decidiu “formalmente deixar de ser militante do PSD”. Reconheceu, no entanto, “que Marques Mendes nunca deixou de ser militante do PSD, mas formalmente deixou de o ser”, acrescentando que foi “um sinal de que aquela eleição não é partidária - embora, há muito tempo, esta eleição tenha sido partidarizada”. Numa visão sobre os partidos, Ribau Esteves criticou ainda a forma como estes têm tratado a eleição presidencial. “O PSD tem um candidato, o PS anda à rasca, mas está à procura de um, a Iniciativa Liberal tem um [entretanto Mariana Leitão retirou a sua candidatura], o Chega já teve um, agora não sabemos se vai continuar ou não”, expôs, vincando ser “contra isto”. Num tom mais pessoal acrescentou ainda que, oportunamente, tomará uma decisão e que a tornará pública, “tranquilo da minha vida”. “Qual é a pressa?”, voltou a questionar Ribau Esteves. Para o autarca aveirense “vivemos numa sociedade em que tudo anda com uma pressa absurda”. Ainda sem uma decisão tomada, garantiu: “Vou querer o mais possível fazer aquela escolha boa de qual destes todos é o melhor, mas mesmo que essa não acontecesse (…) ia pela outra de qual destes todos é o menos mau”. Ribau Esteves terminou assegurando à Ria que votará “em alguém, não me vou abster, nem anular o voto, nem votar em branco, mas não há pressa nenhuma”. Por sua vez, Simão Santana, adjunto do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, revelou à Ria que está a apoiar Henrique Gouveia e Melo “por uma questão de convicção”. O ex-presidente do PSD-Aveiro consta na lista de apoiantes que foi tornada pública no site oficial da candidatura de Gouveia e Melo. “Acho que o espaço democrático em Portugal está minado pelo medo e os partidos (…) não têm sido capazes de conquistar as pessoas pela esperança, pelo futuro, pelas coisas boas que podemos fazer, não só para nós próprios, mas para o nosso país”, opinou. “Acho que Gouveia e Melo representa esta liderança que precisamos. É um líder nato, não é uma segunda ou terceira figura de um partido, até porque isto não se trata de uma eleição de partidos. Trata-se de uma eleição de pessoas”, assegurou. Neste seguimento vincou à Ria, ser “um simples apoiante português” que considera o antigo almirante o “líder certo, na hora certa”. Questionado sobre o facto do PSD ter declarado, na última semana, apoio à candidatura presidencial de Marques Mendes, Simão Santana respondeu que apesar de discordar da escolha continua a apoiar o partido. “Não está nada disso em causa, não misturo. Além do mais, é importante, dentro do PSD, que existam ideias diferentes, porque isto obviamente enriquece o PSD. Acho que a candidatura do Gouveia e Melo vai enriquecer o espaço político e vem ajudar os partidos (…) moderados a poderem ter mais força no mundo”, justificou. Neste seguimento, relembrou ainda que é “apenas um militante livre, que gosta muito do seu partido, mas que gosta muito do seu país”. “O país está sempre à frente de qualquer circunstância pessoal”, assegurou. Sobre o nome de Luís Marques Mendes foi mais além e disse que esta foi uma decisão “fabricada” pela direção do PSD. “Eu acho que não é uma boa escolha. Eu gostaria muito que o Partido Social Democrata pudesse apoiar o antigo almirante à presidência da República. Acho que era a escolha certa”, insistiu. Questionado ainda pela sua saída da presidência da concelhia do PSD-Aveiro e por um possível regresso à vida política, Simão Santana reafirmou que “não” abandonou a política. “Eu simplesmente saí da minha posição de presidente do PSD porque achei que não fui bem tratado, nem tido em conta (…) num momento da decisão que me diria absolutamente respeito. Portanto, eu não saí da vida política ativa, continuo como conselheiro nacional. E enquanto achar que sou útil ao PSD cá continuarei”, assegurou.
Última Jam Session do ano letivo celebra mês do orgulho com a presença de Sincera Mente
Sincera Mente tem vindo a ganhar notoriedade nas redes sociais e marcou presença na última Jam Session do ano letivo da UA. À Ria, sublinhou que a receção foi “muito calorosa”, com pessoas a pedirem vídeos, fotografias e até autógrafos. Foi, inclusive, na UA que deu o primeiro autógrafo desde que começou com o projeto da Sincera. “Tem sido uma experiência muito boa, muito enriquecedora, porque as pessoas partilham comigo as experiências que têm a ver os meus vídeos, faz-me muito feliz e dá-me vontade de continuar”, conta. De vestido azul a fazer lembrar a arte azulejar típica da região, Sincera Mente conta que demorou “três horas” a preparar o figurino. “Hoje eu decidi vir super bem produzida”, observa. Por trás da personagem está um professor de teatro e de dança que partilha a mesma personalidade da Sincera. “Se eu estivesse desmontada seria exatamente igual, só que sem saltos, para não sofrer tanto”, brinca. O projeto pretende “trazer a arte drag para a rua”. “A arte drag é feita para o palco e eu acho que a arte drag, que agrupatantas outras artes, pode ser trazida para a rua para mostrar que realmente nós existimos, nós estamos aqui. Não há mal nenhum,nós não queremos fazer mal a ninguém, queremos apenasentreter-vos”, repara. A Universidade é, para Sincera, “um palco mais privilegiadopara trazer esta mensagem”. “Partimos do princípio de que sãopessoas que estão informadas, que são de uma geraçãoque está apta a receberpessoas diferentes eperceber que quanto mais diferenças virmos, mais humanos somos, com mais característicasnos identificamos”, afirma, enquanto lembra que “há pessoas que ainda não sabem quem são e que estão a descobrir quem são:tanto na sua identidade comosexualmente etoda a gente passa por esse processo”. À Ria, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, faz um balanço positivo das Jam Sessions em conjunto o NEMU. “As pessoas têm aderido” à iniciativa que proporciona momentos de lazer, mesmo numa altura que é marcada pela época de exames. “[Os estudantes presentes] são a prova de que são precisas estas pausas para conseguir o equilíbrio perfeitoentre aquilo que é o estudo, a vida académicae todas estas partes que fazem este percurso tão singular”, diz a representante dos estudantes. Também Matilde Cardoso, coordenadora do NEMU, aponta o sucesso da iniciativa que incentiva os estudantes – de Música ou não – a partilhar momentos de lazer e cultura. “A malta costuma estar a assistir, traz um instrumento e entra para tocar: acredito quenestes eventos a malta se conheçae que depois até se junte e forme grupos”, conta Matilde. A estudante repara ainda que a diversidade cultural e a abordagem da temática da comunidade LGBTQIA+ como “importante” por ser algo que continua a “ter de ser falado”. Joana atenta ainda que a iniciativa dá o pontapé de saída para um mês com um especial foco precisamente na comunidade LGBTQIA+, de forma a celebrar e chamar a atenção para a temática. “Temos acima de tudo que ser uma academia inclusivae aberta a todos eque conseguimos mostrar aquilo que é o espírito de acolhimento(…)e é isso que nós queremos trazer para cima da mesa:mostrar aquilo que somos, que a UA é abertaa todos e que acima de tudo sabe receber”, afirma.