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Pousada da Juventude: Estudantes afirmam não ter condições e desconhecem apoio para arrendar quarto

Após dois meses da Pousada de Juventude de Aveiro estar a servir como residência estudantil, a Ria conseguiu falar com três dos quatro estudantes que, atualmente, lá pernoitam. Entre as várias trocas de conversas, a maioria dos estudantes partilharam descontentamento com as condições “mínimas” que o espaço dispõe. Entre as principais, apontaram a falta de armário nos quartos e a falta de cozinha. Dois deles admitiram ainda desconhecer a possibilidade de acesso ao complemento de alojamento.

Pousada da Juventude: Estudantes afirmam não ter condições e desconhecem apoio para arrendar quarto
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
15 nov 2024, 18:00

Afonso está no primeiro ano da licenciatura em Finanças no Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (ISCA-UA). É atualmente trabalhador-estudante em regime pós-laboral. Diretamente de Mondim de Basto, em Vila Real e sem possibilidade de pagar um quarto na cidade de Aveiro (face aos preços praticados), decidiu candidatar-se a uma bolsa de estudo no Ensino Superior. Solicitou também o alojamento em residências dos Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA). No dia 15 de setembro, ou seja, um dia antes do início do ano letivo na UA, recebeu a resposta que tanto ansiava: “Vimos por este meio informar que a sua candidatura a alojamento universitário para o ano letivo 2024/2025 foi deferida, tendo-lhe sido atribuída uma vaga na Pousada da Juventude de Aveiro, ao abrigo do protocolo celebrado entre o Ministério da Juventude e Modernização, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação e a Movijovem. Deverá informar, por email, para este endereço até 20 de setembro de 2024, se pretende ocupar o lugar que lhe foi atribuído, perdendo o direito ao mesmo se o não fizer até essa data”, lê-se no email a que a Ria teve acesso. No mesmo email, não é apontada outra alternativa ao estudante, como por exemplo o acesso ao complemento de alojamento em quarto particular, nem existe qualquer referência ao facto da utilização da Pousada da Juventude ser uma solução provisória.

Tendo em conta a ausência de alternativas, Afonso não tardou a aceitar a vaga na Pousada da Juventude. Afinal ter um quarto pago, neste momento, seria a única opção para conseguir prosseguir o seu sonho na sua universidade.

Um dia depois seguia rumo a Aveiro, acompanhado pelos seus pais, para conhecer o novo espaço onde ficaria, pelo menos, durante o primeiro ano do ciclo de estudos. Apesar das expectativas elevadas não as tardou a defraudar, ao deparar-se com a falta de condições do espaço assim que chegou à Pousada da Juventude de Aveiro [onde ficou colocado]. Entre as principais queixas descreveu a falta de armário para a roupa no quarto e a falta de cozinha. “Sinceramente e sendo honesto, como sou de muito longe, preciso de fazer entre quatro horas de viagem (…) é chato para nós termos a roupa toda no chão, nas malas, e todos os fins de semana andar de lá para cá sempre com a roupa… Torna-se complicado. Também o facto de não ter cozinha é um bocado chato, porque nós somos estudantes e às vezes o orçamento para comer não é assim tão grande quanto isso e se tivéssemos uma cozinha se calhar dava uma ajuda”, partilhou à Ria.

Descontente com o cenário que encontrou decidiu contactar os SASUA, dois dias depois, no dia 17 de setembro, a expor a situação. Acabou por obter resposta ainda no mesmo dia: “Boa tarde, Afonso. De momento não existem mais vagas disponíveis”. Novamente desapontado com a resposta, voltou a questionar se não haveria uma outra solução ao que lhe foi novamente informado que, “de momento”, não haveria uma outra opção.

Ainda sem se conformar com o que lhe haveria sido informado, o estudante decide voltar a questionar os SASUA: “Boa tarde, caso eu decida alugar um quarto fora das residências, continuo a receber o dinheiro que me é dado para pagar um quarto numa residência universitária, mesmo não estando lá ou cortam-me esse subsídio na totalidade?”. Face a isto, os SASUA informaram que “não aceitando a vaga disponibilizada, não tem direito ao apoio para pagamento de quarto particular”.

Segundo o disposto no Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior (RABEEES), nomeadamente, nos artigos 18.º e 19.º, lê-se que o alojamento fora das residências dos Serviços de Ação Social (SAS) aplica-se a estudantes que tenham requerido a atribuição de alojamento em residência e “não o tenham obtido”, beneficiando de um “complemento igual ao valor do encargo efetivamente pago pelo alojamento e comprovado por recibo, até ao limite de 30% do IAS”. Só no caso de o estudante recusar o alojamento “em residência de SAS” é que “não pode beneficiar de complemento de alojamento”. O que não seria, aparentemente, o caso de Afonso, que tinha sido colocado na Pousada Juventude de Aveiro.

“Já viu o que é os miúdos estarem a semana toda com as malas no chão?”

Preocupada com a situação do filho, também Isabel Carvalho decidiu contactar os SASUA, por email, no dia 17 de setembro. “Boa tarde, o meu filho ficou alojado na Pousada de Juventude. As condições daquele espaço são bastantes más e não vão permitir o repouso físico e mental do meu filho, pergunto, há possibilidade de poder mudar de residência?”, expôs. Após várias trocas de email, entre esta mãe e os SASUA, a última comunicação ocorreu no dia 26 de setembro, tal como consultado pela Ria, onde Isabel informou os Serviços de Ação Social do nome do filho, na altura solicitado pelos próprios. Segundo esta mãe, o filho acabou por ser chamado aos SASUA onde lhe foi dito “que eu não devia ter enviado email porque ele [Afonso] já era maior de idade e não devia ter feito o que fiz”.

Cerca de dois meses se passaram e Isabel Carvalho continua sem se contentar com a falta de respostas e soluções por parte dos SASUA. Em conversa com a Ria, Isabel começou por recordar o dia em que trouxe Afonso até à Pousada de Juventude de Aveiro. “Deparei-me com um aspeto de tudo muito degradado. Na entrada da porta notava-se já que era um espaço descuidado, tanto no interior como no exterior. Fiquei muito dececionada… Uma pousada estar assim naquele estado. Dentro também se notava… Tudo cheio de humidade, frio, sem limpezas (…) Na altura, não falei muito porque foi um dia muito stressante, porque nós saímos de Mondim de Basto e apanhámos os incêndios. Saímos às 10h30 e só chegamos às 16h30 a Aveiro. Foi um stress... Mas aquelas instalações não me agradaram nada”, expôs. “No dia 18 [de setembro] enviei um email para os Serviços de Ação Social da Universidade a perguntar se havia possibilidade de mudar o meu filho para uma residência e disseram-me que o meu filho tinha ficado alojado na Pousada da Juventude…. Isso eu já sabia. Eu fui levar o meu filho, já sabia que tinha ficado alojado naquele sítio. Eu voltei a enviar email a dizer que aquilo não tinha condições… Nem mentais, nem físicas, para um estudante poder dedicar-se ao estudo”, continuou.

De acordo com esta mãe, logo na primeira noite o filho queixou-se que a cama “rangia muito”. “Eu fiquei incomodada por ele e pelo colega de quarto que está com ele. Não me responderam a esse email”, apontou.

Entretanto e de forma a solucionar a falta de equipamentos, nomeadamente no quarto, Isabel Carvalho adiantou ainda que enviou um email à Pousada de Juventude a solicitar se poderia levar, pelo menos, um armário para colocar no quarto do Afonso. “Os miúdos têm lá as malas no chão… Não têm sítio para pôr as coisas. A única coisa que têm é uma coisa tipo tecido que normalmente compramos para pôr dentro do roupeiro. Depois têm uma secretária muito pequena com 60 centímetros e que está ao lado do outro colega e eu perguntei se haveria possibilidade de levar o armário. A pousada respondeu-me que estava à espera de que (…) viessem todos os estudantes para fazer um levantamento do mobiliário que era necessário e (…) comprar. Até hoje, não tive mais nenhuma resposta”, lamentou.

Para Isabel toda a situação é “muito má”. “Nós queremos que os nossos filhos estudem, mas queremos que eles tenham o mínimo de qualidade enquanto estão fora de casa. Acho que isso faz parte da Universidade e do Governo fiscalizar o alojamento em questão. Neste caso, como as pousadas fazem mais parte do Governo ainda mais grave é. Se fosse um alojamento privado há muita coisa que não é fiscalizada, mas neste caso acho que deviam de ter assegurado o mínimo”, apelou. “Já viu o que é os miúdos estarem a semana toda com as malas no chão?”, questionou à Ria. “É roupa suja, é roupa lavada, não têm um sítio para pendurar casacos, toalhas de banho… O Afonso traz a roupa toda da semana para lavar. É 1h30 de carro até Mondim de Basto e de transporte público são 2h00”, sustentou.

No que toca ao espaço de refeições também não deixou de apontar críticas. "Tem lá um espaço que supostamente é o espaço das refeições em que, na altura, só tinha um micro-ondas, não tinha frigorífico ainda, mas disseram-me que iam receber um. Entretanto, passado duas semanas o Afonso disse-me que meteram lá um frigorífico para os miúdos poderem fazer as refeições. Só têm um micro-ondas… Os miúdos não comem lá [a pousada não tem cozinha, ao contrários das residências dos SASUA], mas se comessem também era complicado de aquecerem…”, reconheceu.

Sobre o quarto referiu ainda que “é frio, pequeno, com três metros quadrados (…) Cada vez que os miúdos querem ter acesso têm de pedir a chave na entrada. A sala de estudo é a mesma coisa. Tem lá três mesas e umas cadeiras. Também é uma coisa fria. Não tem condições”, descreveu. “Eu não peço o conforto de casa, mas o mínimo”, voltou a apelar.

Desempregada desde abril deste ano, Isabel Carvalho referiu que se sente entre a espada e a parede ao ser “obrigada” a aceitar estas condições para o filho. “Queres que o teu filho estude, tens de aceitar. É muito complicado. Nós andamos a ver preços em Aveiro e é tudo muito caro, porque mesmo que ele recebesse um valor do apoio ao alojamento e nós pudéssemos colocar mais algum… Mas mesmo assim é muito complicado”, confessou. “Eu cheguei a falar com um senhor que tinha um quarto afastado sete quilómetros da Universidade e o valor era de 300 euros”, frisou.

Quando questionada sobre os motivos do seu filho não estar a usufruir do complemento de alojamento, destacou também que “nunca lhe foi dada essa possibilidade”. “Apenas me disseram que ele ficou alojado na Pousada da Juventude. Se recusasse teria de pagar tudo à minha custa porque ele não teria direito a nada. Só no próximo ano letivo é que poderia voltar a meter os papéis e podia voltar a acontecer o mesmo. Ficar alojado na pousada”, afirmou. Face a isto, não deixou de esconder a tristeza e a revolta que sente: “já custa que eles saiam de casa… E depois saber que eles não têm o mínimo de condições…. Pelo menos, um quarto com uma cama como deve ser, um armário para meter a roupa…. Tem algum jeito as malas no chão…”, repetiu.

“Dá a sensação de que sou só um turista”

Diogo Oliveira é outro dos estudantes do 1º ano da licenciatura em Administração Pública na UA que ficou colocado na Pousada de Juventude. Candidatou-se também a alojamento em residência dos SASUA por não ter possibilidade de pagar um quarto na cidade. Do que viu [em termos de preços] os quartos rondavam, em média, os “300 euros, mais despesas”. Para o estudante esses preços eram insustentáveis. Na altura, o que os SASUA o informaram é que se “não tivesse direito a um lugar na residência me ajudavam a pagar um quarto”, nomeadamente através da atribuição do complemento de alojamento. Contudo, quando confrontado com o valor do complemento de alojamento para bolseiros, no ano letivo 2024-2025, em Aveiro, publicado em Diário da República, no valor de 331,02 euros, Diogo Oliveira mostrou-se surpreendido com o montante. “Não tinha noção do valor. Apenas me informaram que eu teria direito a um complemento [não referiram o valor]... Inclusive deram-me a entender que se abrisse uma vaga na residência (…) e se estivesse a receber o complemento e a recusasse também me cortavam o direito ao complemento”, partilhou. “Supostamente também tinha de arranjar um quarto em que não tivesse contrato de um ano… Se assumisse o compromisso com o quarto e depois a meio do ano aparecesse uma vaga na residência era um bocado chato”, continuou. Se Diogo tivesse consciência do valor do complemento, “efetivamente, não queria estar aqui [na Pousada da Juventude]”.

Entre os principais problemas da pousada, tal como Afonso já tinha referido, reconheceu a falta de cozinha e de armário no quarto como os principais. “A roupa está quase sempre na mala e isso dá a sensação de que sou só um turista e que estou em férias. Às vezes, não me sinto estudante”, reconheceu. Numa perspetiva mais positiva reconheceu que, apesar de tudo, “são coisas que dão para ultrapassar”. “Estudar na biblioteca acredito que seja uma forma de recurso boa. Acho que a universidade deve manter isto como um último recurso… Agora a longo prazo é complicado…”, aconselhou.

No que toca ao seu quarto descreveu-o como “gentil”. “Eu divido com um colega que, neste momento, também é estudante. Tem duas camas de solteiro simples, relativamente separadas. Tem o seu espaço. É agradável. Tem uma secretariazinha e um espaço improvisado que serve de armário. Tem um cabide….”, apontou.

De forma a conseguir organizar-se e a lavar a roupa todas as semanas, Diogo explicou que vai a casa [a Viseu] todas as semanas. “Houve um fim de semana em que não fui a casa por causa do ‘Integra-te’ e não foi uma experiência muito agradável (…) neste momento, tenho uma mala para a roupa suja e outra para a roupa lavada. Uma pessoa usa esta técnica porque é aquela que funciona”, reconheceu com uma gargalhada. Nessas idas a casa, o estudante aproveita ainda para trazer comida feita de casa em tupperwares. “Eu também nunca fui um grande fã de cantina. Regra geral eu trago sempre comida de casa (…), no máximo, para quatro dias. Como muitas vezes arroz que faço no micro-ondas, atum, etc”, confessou.

Sobre a casa de banho da Pousada de Juventude, Diogo adiantou que a mesma funciona em regime balneário. “A casa de banho dá-me novamente a sensação de que estou de férias”, reconheceu. Ainda sobre a logística do espaço e do quarto, o jovem revelou que tem sempre de entregar a chave da porta do quarto na receção e que a “partir das 23h00/23h30 a porta principal encerra”. “Já me aconteceu de chegar à noite e ter de ligar a uma pessoa para me abrir a porta”, criticou.

Face ao exposto, o jovem questionou-se ainda quanto ao facto de ninguém ter procurado saber como os estudantes estão [na Pousada de Juventude]. “É um bocado estranho”, comentou em jeito de desabafo. “Já estou aqui há cerca de dois meses e a primeira pessoa que veio cá [falar com os estudantes] foi a Ria”, brincou.

“Para mim estar aqui acaba mesmo por ser uma necessidade”

Para Francisco Ribeiro, trabalhador-estudante no 2º ano do curso de Contabilidade Financeira na UA, a Pousada de Juventude não foi uma novidade. Já no ano passado tinha escolhido permanecer no espaço por opção própria. “No primeiro ano encontrei isto por acaso, estava à procura de casa e lá no ISCA, na secretaria, disseram-me que tinham isto aqui disponível. Eu vim aqui e pedi um quarto e comecei a pagar a mensalidade”, recordou. Na altura, enquanto aluno bolseiro ficou a receber complemento de alojamento o que lhe permitiu pagar a estadia, ao longo do primeiro ano, na pousada. “O quarto em comum era 500 euros, mas como eramos dois era 250 euros [a cada um] se não me engano (…) No ano passado, ainda não existia este protocolo [do Governo]”, justificou.

Questionado sobre o porquê de ficar ali um segundo ano, Francisco explicou que a opção se deveu ao preço dos quartos disponíveis na cidade e à localização da pousada. “Fui outra vez à procura e os quartos que estavam disponíveis eram muito longe e a um preço bastante elevado e exagerado a meu ver. Então acabei por vir para aqui porque no ano passado como tive uma experiência boa estava a contar que a experiência fosse a mesma”, partilhou.

Dos quartos privados que encontrou, através da pesquisa na internet e da procura de anúncios pelos cafés da região, a maioria dos quartos eram partilhados e rondavam os “350 euros”. “Cheguei a ver um na Praia da Barra. Era uma distância ainda muito grande (…) Não ia estar a apanhar o autocarro todos os dias ou a ir e vir do Porto [onde reside] … Não havia necessidade. Como a pousada era um preço mais acessível para a minha situação e muito mais perto acabei por optar por vir para aqui”, sustentou o trabalhador-estudante.

Enquanto estagiário nos bombeiros de Gondomar, Francisco adiantou à Ria que os únicos dias que acaba por ficar em Aveiro, atualmente, são às terças e quintas-feiras. O resto dos dias permanece na sua residência. Para este, a pousada “pode vir a ter condições, mas, por exemplo, para quem não tem nada e não tem para onde ir (…) acho isto melhor do que nada. Pelo menos a meu ver. Para mim estar aqui acaba mesmo por ser uma necessidade”, reconheceu.

Sobre o quarto, ao contrário dos seus colegas, diz que “até é confortável”, que o arrumam “uma vez por semana” e que a solução para o roupeiro foi trazer um de casa. No entanto, Francisco apenas dorme na Pousada da Juventude duas vezes por semana. “Temos duas camas e duas secretárias para ficar lá a estudar. Sempre que chegam novos estudantes eles fazem questão de colocar a secretária. Eu tive de trazer roupeiro de casa, mas eles forneceram-me as cruzetas”, constatou. Em relação ao ano passado, disse ainda que foi criada uma sala de estudo “para os estudantes não terem de ir para a biblioteca da universidade”.

Como principal crítica à pousada apontou a falta de cozinha. “Aqui não há cozinha. Só há micro-ondas e frigorifico. Eles aqui fornecem-nos o pequeno-almoço e o resto tens de ou ir comer fora ou à cantina. Isso é uma coisa que eu por acaso acho que deviam colocar – uma cozinha para os estudantes. Às vezes não me apetece ir comer à cantina ou esperar nas filas e não tenho esses equipamentos necessários”, apontou Francisco.

“O estudante não é obrigado a ficar na Pousada”

Segundo João Ribeiro, diretor delegado dos SASUA, este ano, na UA pediram apoio social, até agora, perto de “4000 estudantes”. No entanto, a expectativa [face aos anos anteriores] é que o número aumente e volte a atingir os “4600 pedidos de apoio social”.

Das cerca de 1100 camas disponíveis nas residências dos SASUA, apenas perto de “800” puderam ser utilizadas, este ano letivo, pelos estudantes, tendo em conta as obras que estão a ser levadas a cabo nas mesmas pela UA. De acordo com o diretor delegado dos SASUA isto significa que cerca de “500 estudantes não ficaram alojados [nas residências] e que podem beneficiar de complemento de alojamento”. Destes, “cerca de 300 estudantes” já têm complemento de alojamento e “200” estão ainda em processo de análise.

Para um estudante ser colocado numa residência, além de ser necessário ter vaga num quarto, há um conjunto de critérios que contam, entre eles, “ser aluno carenciado e a distância de residência”. “Isto como princípio, mas nem sempre será assim. Imaginemos um estudante de Ovar e outro de Mira com as mesmas condições… Um estudante de Ovar tem transporte, tem um comboio. Mira não tem. É preciso sinalizar caso a caso. Daí isto ser trabalhoso. Nós temos de o fazer com credibilidade”, partilhou João Ribeiro à Ria. Além do mais, a perspetiva do alojamento quando os estudantes são colocados em residência é que fiquem alojados até ao final do seu ciclo de estudos. “Portanto, aqueles que vão saindo e que terminam o seu ciclo de estudos é que libertam as vagas para serem ocupadas pelos novos estudantes”, completou.

Excecionalmente, pela primeira vez, além das vagas à residência universitária foram ainda disponibilizadas, em Aveiro, mais 22 camas, tal como noticiado pela Ria, no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. Um programa que visa mitigar a escassez de opções habitacionais para estudantes em diversas regiões do país. O protocolo de renovação de colaboração entre o Governo, a Movijovem e o INATEL permitiu ceder, este ano, no total, “706 camas, 603 são disponibilizadas na rede de Pousadas de Juventude”, segundo Hugo Silva, assessor da direção da Movijovem, em resposta à Ria.

“Não tendo nós alojamento nas nossas residências [na UA], ocupamos logo no imediato o alojamento na pousada, em situação provisória, daquilo ter as condições mínimas exigidas, ou pelo menos, muito próximas daquilo que é a oferta universitária”, explicou o diretor delegado dos SASUA. “O estudante não é obrigado a ficar na pousada”, afirmou, realçando que o alojamento na pousada “tem um caráter transitório precisamente por (…) não satisfazer todos os requisitos, mas cumpre com os requisitos mínimos”. Contudo, nos emails enviados aos estudantes, aos quais a Ria teve acesso, não é feita referência ao caráter transitório da utilização da Pousada da Juventude.

Recorde-se que, já em entrevista à Ria, no dia 19 de setembro, Cármen Monteiro, diretora de serviços dos SASUA e João Ribeiro asseguraram, após uma visita ao local, que o espaço cumpria com os requisitos “mínimos”, tendo em conta a “urgência” e a falta de alojamento na cidade. Entre as várias carências identificadas apontaram, entre os exemplos, o facto de serem quartos duplos ou quádruplos, a falta de cozinha ou o facto de as casas de banho funcionarem em regime de balneário.

Após dois meses [dessa conversa], João Ribeiro assegurou agora que os equipamentos necessários dos quartos vão ser adquiridos, uma vez que existe já autorização, “por parte da tutela”, para proceder a essa aquisição. “A Pousada tem também já autorização para transformar quartos triplos em quartos duplos porque esse é um referencial da UA na construção das novas residências, precisamente, para promover o combate ao isolamento e promover o bem-estar”, acrescentou.

No que toca à promessa das “22 camas” para Aveiro, o diretor delegado dos SASUA assegurou que, por enquanto, ainda não está disponível a totalidade das camas, já que algumas “não satisfaziam os requisitos mínimos”. “Aquilo que a Pousada de Juventude libertou foram 22 camas, mas algumas destas camas eram em quartos triplos. Nós aí dissemos logo que não”, justificou. No entanto, “até ao final do ano, ainda pode haver mais do que 22 camas. Depende das condições, do tal investimento no mobiliário nas condições mínimas e da transformação dos quartos triplos em quartos duplos”, reafirmou João Ribeiro.

Sobre os emails enviados aos estudantes, João Ribeiro diz que é tudo “uma questão de interpretação”

Até agora apenas quatro estudantes aceitaram ficar alojados na Pousada de Juventude de Aveiro, segundo os SASUA. O diretor delegado referiu que esta opção [da pousada] apenas se aplicou para os cerca de “200 estudantes do primeiro ano” já que os restantes, expectávelmente, “já estão alojados” [nas residências]. Apesar do número irrisório [de alunos colocados na pousada], João Ribeiro diz que os dados não lhe causam estranheza realçando que “estes 200 processos não são analisados ao mesmo tempo” e que a pousada funciona apenas “como um ponto de transição”. “No momento em que o estudante concorre [à vaga na residência], nós dizemos que temos essa cama disponível na pousada de juventude, mas ele pode não aceitar. Aí a responsabilidade do alojamento é dele”, alertou. Neste caso e se for aluno bolseiro, segundo o diretor delegado, passa a ter acesso ao complemento de alojamento, uma vez que, “não encontrou vaga em residência universitária. Excecionalmente, este ano, também na pousada”. Questionado pela Ria sobre o número de alunos de primeiro ano que tiveram a opção de escolha da pousada, João Ribeiro assegurou que, “neste momento”, não consegue avançar com um número exato.

Interpelado sobre as diferentes versões dos estudantes com quem a Ria falou, nomeadamente no que toca ao desconhecimento [da existência ou do valor] do complemento de alojamento, João afirmou que “não é verdade” e que não iria comentar coisas que não ouviu. “Não posso comentar. Posso comentar casos concretos”, sublinhou. Para este, tudo se resume a “uma questão de interpretação”. “Em lado nenhum nós temos qualquer comunicação e nem houve sequer qualquer funcionário dos SAS que tenha comunicado que perde o complemento ao alojamento”, garantiu. “Eu vou-lhe criar uma divergência… De que cor é este papel? (….) Porque é que ninguém diz que isto tem uma determinada cor? Eu digo-lhe uma: isto nem sequer cor tem (…) Uns podem dizer que é vermelho, outros cor salmão… E eu digo que isto não tem cor, simplesmente (…) Essa é que é a questão”, exemplificou, destacando que o processo é igual para toda a gente. “A forma como as pessoas interpretam o email é que é diferente”, atirou.

Novamente questionado sobre o mesmo assunto, João Ribeiro acrescentou ainda à Ria que “vai ter de lhes perguntar a eles [sobre os motivos do desconhecimento do complemento] (…) e que vão dizer, como dizem sempre, que não são informados ou que ninguém os informou”. “O que eu estou a admitir, neste momento, é que ele foi informado. E foi informado numa forma que é usual no procedimento. A forma como interpretou é que não sei. Agora se diz que foi informado que perdia o complemento de alojamento eu digo que não é verdade”, insistiu.

Relativamente ao acompanhamento próximo dos estudantes que estão na pousada, o diretor delegado reconheceu que “isso não acontece” e que “não há capacidade” para tal com os “quatro” técnicos dos SASUA. “Nem acontece em lado nenhum. Estamos a falar de adultos. Agora, os adultos que chegam à Universidade têm de ser acompanhados diariamente para explicar como se atravessa a estrada? (…) Estamos a colocar a coisa num nível que parece que estamos a falar de pessoas incapazes…. Estamos a falar de pessoas adultas. A questão que me está a colocar é uma questão que se coloca se as crianças estão a ser acompanhadas”, comparou. “Não é possível esse acompanhamento. Para fazer isso com os técnicos os processos vão deixar de ser analisados e vamos atrasar o processo de atribuição de alojamento. Estamos a falar de adultos. O processo foi analisado, foi conversado com eles, aceitaram, enviaram email para a pousada, a pousada tem os dados das pessoas que lá chega, a pessoa apresenta-se…”, descreveu.

Para João Ribeiro cabe aos alunos dirigirem-se e reportarem aos SASUA os problemas da pousada. “A questão que é importante reter aqui é que nós estamos a lidar com uma grande proximidade este processo (…) e com muita responsabilidade. Dentro daquelas que são as limitações nós temos de garantir o mínimo de condições aos estudantes. É a nossa obrigação. Nós não abandonamos estudantes. Não podemos. A nossa missão é acompanhar, mas não é ajudá-los a atravessar a estrada. (…) Aqui, em Aveiro, até é uma ponte”, reforçou.

Confrontado com o conhecimento do caso de Isabel Carvalho [mãe de Afonso, um dos estudantes colocados na Pousada de Juventude], o diretor delegado exprimiu que “nem quer que [lhe] chegue, honestamente”. “Estamos a falar precisamente de adultos e é com os adultos que nós devemos de interagir. E quando nós atendemos os pais é por (…) respeito, porque de facto nós não temos de interagir com os pais. (…) Nós temos de interagir com o estudante”, sustentou. Sobre se essa técnica afirmou a essa mãe que “não devia ter enviado email”, João Ribeiro referiu que não sabe se a técnica afirmou isso e que quem está a afirmar isso é a mãe. “Falta ouvir a outra parte”, atentou. “O retorno que eu tenho é que estas técnicas têm experiência suficiente e anos de serviço suficientes para não fazerem isso”, defendeu, relembrando ainda a lei de proteção de dados pessoais.

“Os pais pagam os estudos, certo? Alguns deles pagam as propinas. A quem é que é comunicado os resultados académicos do estudante? Ao estudante. Nem sequer podem ser comunicados aos pais…. Proteção de dados pessoais. Os pais pagam, mas naquilo que diz respeito à vida do estudante é ao estudante, não é aos pais. É preciso posicionarmo-nos aqui (…) Não podemos colaborar na criação de um clima de ambiguidade”, sugeriu.

No que toca às condições da Pousada de Juventude, João Ribeiro recordou que o espaço “só está assim porque o concurso ficou deserto para melhorar as condições”. “Não sei se o lançaram novamente, mas eu registo o esforço que está a ser feito por todas as partes. Nem sequer há resistências. Todas as ações que estão a ser desenvolvidas estão a ser feitas para criar boas condições. Todas as partes. Isto é uma não questão. Pegarmos nisto da forma errada é uma não questão”, reforçou.

O diretor delegado dos SASUA sugeriu ainda que “não podemos assumir queixa por queixa como sendo a verdade”. “Não podemos assumir algumas opiniões políticas sobre a matéria e entender, porque é ruído. Dizer que a pousada não tem condições…. Também já ouvi um político da terra a argumentar que aquilo não tem condições, mas até recebeu umas pessoas com a covid”, recordou.

Também Pedro Lages, provedor do estudante da UA, recomendou, no passado dia 11 de outubro, a “reapreciação da utilização da Pousada de Juventude de Aveiro como apoio ao alojamento de estudantes” e que a “indicação para a sua utilização seja feita sempre em última instância” e que, no caso de os estudantes não encontrarem uma vaga num outro alojamento, que se “privilegiem os quartos duplos ao invés dos triplos”.

Para João Ribeiro “é revoltante” só se falar de “ruído” à volta da temática da pousada. “Repare que tudo o se falou hoje sobre a pousada não foi nenhum discurso, nem nenhuma ação conducente à resolução dos problemas. Pelo contrário. Só se falou de ruído. As entidades estão a trabalhar para que a cama exista, para que o estudante não abandone o ensino. Ninguém fala disto. Só se fala do acessório”, exprimiu. “A pousada é má porque recebeu tudo e todos? A Pousada é má porque não fizeram intervenções quando deviam ter feito, é má porque adiaram até ao limite as intervenções que ela carecia e agora somos confrontados com uma carência de alojamento no Ensino Superior e alguém tenta resolver os problemas…”, continuou.

No caso de Aveiro, tal como noticiado pela Ria, apesar de já existir a intenção de requalificar a Pousada de Juventude de Aveiro, após um ano, o segundo concurso para proceder à empreitada voltou a ficar “deserto”. A obra tinha um valor base superior a 1,5 milhões de euros e um prazo de execução de dez meses.

“Para mim o objetivo é apoiar e alojar os estudantes. E garantir-lhe condições. E refletir sobre aquilo que é transitório e aquilo que é efetivo. É isso que fazemos. Nós não podemos permitir que um estudante chegue à UA e que vá embora e que não volte mais porque não encontra uma cama. Não. Nós apoiamos. Se for necessário nós até colocamos a alimentação lá. Dentro da igualdade dentro do campus. Nós avaliaremos todas as situações”, finalizou o diretor delegado.

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No dia em que se celebra o Dia Internacional do Jazz, arranca também a programação do Campus Jazz – Festival de Jazz da Universidade de Aveiro (UA). De 30 de abril a 5 de junho, alinha-se uma programação eclética e multicultural com um especial enfoque no potencial da região. A quinta edição do Campus Jazz abre com os vencedores do Concurso Internacional de Jazz de 2024, João Rocha Quartet, e atividades em que participa Jeff Ballard. O programa inclui ainda nomes de referência do jazz internacional, tais como Ben Wendel, Jeff Ballard ou Rabih Abou Khalil e, tal como avançado pela Ria, uma das novidades é o Estágio de Big Band que contará com a orientação de Nine Sparks Riots. João Rocha Quartet abre a programação do Campus Jazz amanhã, dia 30, com uma atuação na Cada do Estudante pelas 18h30. O grupo de jazz, influenciado por referências, como Joshua Redman, Pat Metheny, Lyle Mays e Mark Turner, abrirá a quinta edição da iniciativa com uma proposta que “tem como base a tradição do jazz, mas também pretende desenvolver algo mais pessoal e contemporâneo, abrindo espaço para a expressão individual sem nunca perder um som de grupo”, dá nota a UA.  O ensemble é constituído por músicos estudantes da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), no Porto, e foi o vencedor da 4ª edição do Concurso Internacional de Jazz da UA nas categorias de “Melhor Ensemble” e Melhor Arranjo Original”. O ingresso tem um custo associado de 5 euros para a comunidade UA e de 8 euros para o público geral e podem ser adquiridos através da Bilheteira Online. O feriado do Dia do Trabalhador e o segundo do Campus Jazz fica marcado pela entrada em cena do percussionista e baterista Jeff Ballard. O artista terá a seu cargo a orientação de uma masterclass no auditório do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA). Volta no dia seguinte, dia 2, num concerto com o Combo de Jazz da UA, no Cine-teatro Alba, Albergaria-a-Velha, pelas 21h30. As reservas para a masterclass devem ser feitas na Bilheteira Online, assim como a compra dos bilhetes para o concerto com o Combo de Jazz da UA. Também as candidaturas ao Concurso Internacional de Jazz da UA (CIJ_UA) estão abertas até 7 de maio. O concurso prevê a atribuição de três prémios: Melhor Ensemble; Melhor Composição Original e Melhor Arranjo Original, correspondentes, respetivamente, a 1500 euros e a 500 euros para cada um dos dois últimos casos. O Melhor Ensemble terá também o agendamento de quatro concertos assumidos pela UA e seus parceiros - no ‘Guimarães Jazz’, no ‘Estarrejazz’, no ‘Que jazz é este?’ [festival de jazz de Viseu] e no programa do Campus Jazz do ano seguinte. O Campus Jazz é uma iniciativa da UA que “realça a importância e singularidade do Centro de Estudos de Jazz (CEJ), uma estrutura dedicada à documentação e investigação sobre jazz, fundada em 2007 na UA”, dá nota a instituição de ensino superior. No último dia do Campus Jazz 2025 – dia 5 de julho - abrirá ao público uma exposição que conta com a curadoria de Ivo Martins, Vera Velez e Manuel Neto. A agenda completa da iniciativa pode ser consultada no site oficial.

XPERIMENTA e Competições Nacionais de Ciência trazem à UA alunos das escolas de todo o país
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XPERIMENTA e Competições Nacionais de Ciência trazem à UA alunos das escolas de todo o país

No XPERiMENTA de 2025 os participantes vão contar com cerca de 380 atividades, entre workshops, visitas e demonstrações científicas, distribuídas pelos 16 departamentos e quatro escolas politécnicas da UA. Além da participação no evento, a iniciativa surge como uma oportunidade para os jovens descobrirem tudo sobre o mundo da Ciência, colocando jovens de todo o país a participarem em atividades experimentais, visitas e espetáculos de ciência. Nesta edição, a Nave Multiusos Caixa UA será o palco das Competições Nacionais de Ciência, onde milhares de estudantes (dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico (CEB) e ensino secundário) irão colocar à prova os seus conhecimentos nas áreas da matemática, português, inglês, química, física, geologia, biologia, literacia financeira, ecologia cidadania e cultura geral, depois de quase 13 000 estudantes terem participado nas CNC em Rede, em fevereiro. Todos os dias são distinguidas as melhores equipas e escolas participantes nas competições. A cerimónia de entrega de prémios terá lugar no palco instalado junto ao Complexo Pedagógico, Científico e Tecnológico da UA. O calendário com todas as atividades pode ser consultado através do site oficial

T-REX marca o ritmo no arranque dos oito dias de Enterro em Aveiro
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T-REX marca o ritmo no arranque dos oito dias de Enterro em Aveiro

Os bilhetes gerais já estão esgotados e os diários estão a vender rápido. Quem dá nota é Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) que alerta que domingo, dia 27, se encontra “já ali nos últimos bilhetes”. O dia que traz Badoxa, Força Suprema e DJ Marqz não é, no entanto, o único dia em que se espera uma enchente no recinto. Hoje, 27, vai ser também dia de casa cheia e os dias de Van Zee e Bispo estão também a vender bem. “São dias bastante fortes, já estávamos cientes”, aponta a dirigente da AAUAv que frisa a vontade que “as pessoas venham, que conheçam aquilo que é o enterro da Aveiro (…) e que acima de tudo, quer sejam estudantes, quer seja comunidade da região de Aveiro, venham conhecer, venham ter com os estudantes e que criem aqui as suas memórias”. Segunda-feira, dia 28, é dia de mulheres em palco com a atuação de Capicua e da Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade de Aveiro (TFAAUAv) a abrilhantarem os palcos. A festa continua na terça-feira, dia 29, com Miguel Luz e VSP AST a animarem o recinto e a meio da semana há então Bispo, Alcool Club e DJ Edgar. Abril não foi longo o suficiente e, portanto, a festa continua em maio. Marotos da Concertina, Virgílio Faleiro e DJ Rafa Silva são os responsáveis pela primeira noite do próximo mês enquanto Van Zee e Pikika sobem a palco na primeira sexta-feira, dia 2. O Enterro termina no dia 3 de maio com Xamã e DJ Kold a encerrarem o evento. Os bilhetes diários podem ainda ser adquiridos na aplicação da AAUAv ou no recinto do Enterro entre as 11h e as 04h. Pela primeira vez este ano a AAUAv tomou medidas para limitar os conteúdos de teor sexual explícito nas barraquinhas do Enterro que, apesar de não estarem a ser seguidas como o esperado inicialmente, são frisados como primeiros passos pela direção da AAUAv. O reforço do ‘Safe Space’ é uma outra medida que ganha relevância na edição deste ano, especialmente depois das mais recentes notícias do Porto, ondedirigentes estudantis foram acusadospor alegadamente filmarem e partilharem vídeos de colegas sem autorização e de Braga, onde um jovem de 19 anos acabou por falecer na sequência de uma rixa. O Safe space “vai ser um local adjacente à tenda dos bombeiros” que vai contar com “diversos turnos ao longo da noite”, aponta a dirigente associativa. Além das patrulhas, Joana aponta que “as pessoas podem ir ter com o Safe Space caso sintam que estão a ser vítimas de assédio sexual, assédio moral, ou até mesmo por se estarem a sentir demasiado estimuladas com aquilo que é um evento que tem diferentes estímulos”. “O que nós tentamos proporcionar é mesmo um espaço seguro com pessoas capacitadas para ajudarem qualquer pessoa em qualquer situação a lidar com aquilo que possam estar a experienciar no momento”, frisa a presidente da AAUAv. O Enterro está assim pronto para lidar com todas as situações que possam surgir e a direção da AAUAv espera que o evento seja “uma experiência memorável”. “Espero que seja um bom Enterro para todos, que criem muitas memórias e que venham fazer parte, porque o Enterro são de facto as pessoas que vêm até o Enterro” sublinha Joana Regadas.

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Frossos recebe estágios da Universidade de Aveiro
Universidade

Frossos recebe estágios da Universidade de Aveiro

Os acordos de cooperação celebrados entre o Município de Albergaria-a-Velha e a Universidade de Aveiro “possibilitam a receção regular de estudantes de licenciatura e mestrado para a realização de estágios curriculares em diversas áreas”. O acordo com o Departamento de Biologia tem como objetivo “transformar a Pateira de Frossos num laboratório vivo para futuros cientistas, tornando esta zona húmida numa ferramenta pedagógica relevante”, explica uma nota de imprensa. “Serão aprofundados os estudos científicos sobre o ecossistema da Pateira, em parceria com instituições académicas”, adianta o texto sobre o Centro de Interpretação que, nos seus três primeiros anos, dinamizou 187 atividades, com a participação de 3.440 pessoas, de acordo com os números divulgados pela autarquia.

Apagão: Algumas zonas de Oliveira de Azeméis ainda sem água
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Apagão: Algumas zonas de Oliveira de Azeméis ainda sem água

Segundo uma nota camarária enviada à Lusa, em articulação com a concessionária Indaqua, a maioria da população do município está já abastecida, verificando-se, "situações de interrupções ou variações de caudal pontuais e localizadas, decorrentes da presença de ar nas condutas, que deverão ficar solucionadas ainda durante o dia de hoje". “Sem abastecimento público de água estão, atualmente, as freguesias de Cesar, Fajões e Macieira de Sarnes, em resultado de um problema na saída gravítica do reservatório operado pelas Águas do Douro e Paiva, em Cesar, que alimenta a conduta de distribuição de água àquelas freguesias. A situação está em vias de resolução para reposição do serviço com a máxima brevidadepossível”, refere a mesma nota. A água em Oliveira de Azeméis é captada e tratada pela empresa Águas do Douro e Paiva, entidade gestora do Sistema Multimunicipal de abastecimento do sul do Grande Porto, que garante que todos os municípios servidos pela empresa estão a ser abastecidos, sem restrições, sendo o fornecimento assegurado pela Indaqua, que tem a concessão do abastecimento de água. Na página da Indaqua de Oliveira de Azeméis na internet, a empresa alerta para a possibilidade de haver variações no caudal ou interrupções temporárias no fornecimento, devido à presença de ar nas condutas, e alteração temporária da aparência da água, podendo esta apresentar-se com turvação devido ao arrastamento de sedimentos nas redes de distribuição. “Estamos a promover todos os esforços para restabelecer as condições normais de funcionamento em toda a rede do concelho com a maior brevidade possível, minimizando os impactos para os consumidores”, refere a mesma nota. Um grupo de 45 pessoas, incluindo seis adultos e 39 crianças, com idades entre os 13 e 15 anos, também de Oliveira de Azeméis que participaram no Jubileu dos Adolescentes em Roma, que terminou no domingo, viram o voo de regresso ao Porto cancelado na segunda-feira, dia 28. “Eles chegaram a estar dentro do avião, mas o voo não partiu. Ontem [segunda-feira] à noite, depois de muitas reclamações, foram colocados num hotel e hoje [dia 29] de manhã a companhia aérea foi buscá-los ao hotel e deixou-nos no aeroporto”, disse à Lusa Hélder Ramos, da organização da viagem. O responsável considerou que a companhia aérea Wizz Air os "deixou ao abandono", afirmando que os voos diários já estão todos cheios e a única solução apresentada pela empresa foi um voo para o dia 06 de maio, o que não foi aceite. “Dissemos que isso era impossível e que queríamos uma solução para hoje, e então disseram-nos que estávamos por nossa conta e risco, que procurássemos uma solução noutras companhias e que pedíssemos a devolução só do valor da viagem de regresso”, disse Hélder Ramos. O responsável referiu ainda que tem sido complicado gerir a situação, adiantando que estiveram toda a manhã em reunião à procura de soluções, tendoconseguido arranjar voos para eles na quarta-feira, dia 30, noutra companhia, com preços mais caros do que o valor da viagem de ida e volta, sendo que inicialmente será a paróquia a assumir essa despesa. Hélder Ramos explicou que a viagem de regresso será feita em dois voos de Roma para Madrid, em Espanha, um de manhã e outro ao início da tarde, e depois haverá um autocarro que irá buscar o grupo a Madrid para os trazer para Portugal. A Lusa falou também com Alexandre Costa, um dos monitores que está a acompanhar as crianças, que disse que a próxima noite será passada no aeroporto, apesar de a companhia ter oferecido a dormida num hotel. “Optámos por ficar aqui e receber ‘vouchers’ de comida porque não temos sequer roupa para nos trocar, não vale a pena estar a abrir as mochilas todas, porque depois é um 31 para as fechar e achámos mais seguro ficar no aeroporto”, disse. Alexandre Costa referiu ainda que há crianças no grupo com problemas de saúde, nomeadamente epilepsia e asma, entre outros casos, mas assegurou que a situação está sob controlo. “O risco seria para amanhã [quarta-feira] de manhã, mas para já está tudo controlado. Já nos informaram que temos uma farmácia aqui perto e que tem os produtos necessários e se calhar passamos lá entretanto”, referiu.

Quarteto belga Bombataz inaugura segundo trimestre de programação da Vic Aveiro Arts House
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Quarteto belga Bombataz inaugura segundo trimestre de programação da Vic Aveiro Arts House

Bombataz, o quarteto belga “que desafia rótulos e expectativas com uma abordagem sonora livre e inclassificável” está responsável por abrir a programação do segundo trimestre da Vic Aveiro Arts House. O concerto arranca às 21h30,  a lotação é de 42 lugares sentados e a contribuição recomendada tem o valor de 6€ que revertem “integralmente para os artistas convidados”, dá nota o espaço cultural. Este concerto está inserido na série Ressonância que "desde 2017 tem convidado a Aveiro propostas internacionais de excelência nas áreas da música exploratória e da arte sonora", aponta a direção artística da Vic Aveiro Arts House.  A programação segue com concertos de GRÓA, a “explosiva banda islandesa de punk-pop no feminino” e com o argentino Flaaryr, no dia 14 de maio. Maio conta ainda com atuação do projeto Kesherul Neg Pineg, no dia 22, e a 14 de junho “o duo italiano de ambient-post-rock” Tristan da Cunha está encarregue por dar vida à noite aveirense.

Teatro Aveirense revela a programação do segundo quadrimestre de 2025
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Teatro Aveirense revela a programação do segundo quadrimestre de 2025

Entre maio e agosto são várias as propostas musicais que o Teatro Aveirense traz à cidade. A primeira segunda-feira de maio, dia 5, traz já a Orquestra do Palácio de Schönbrunn de Viena (Austria) num concerto de celebração do 200º Aniversário de Johann Strauss e a semana termina, no dia 9, com a antestreia do álbum a solo de Zé Ibarra. De 15 a 25 de maio realiza-se ainda a bienal Reencontros de Música Contemporânea. Bia Maria volta a trazer música a Aveiro no dia 12 de junho e The Black Mamba ficam responsáveis por animar o dia 14. Agosto conta com a rubrica Novas Quintas na Rua, este ano com um concerto dos Expresso Transatlântico, no dia 7 na Praça da República, e com a apresentação do projeto aveirense Lés e Lés, de Vitor Hugo e Carlos Lázaro, no dia seguinte. No stand-up comedy o espaço cultural aveirense apresenta duas propostas. A primeira acontece já este domingo, dia 4, com ‘Aleixo Amigo – Um show ao vivo muito seu amigo’. Em junho, no dia 21, a missão de trazer animação a Aveiro fica a cargo de ‘Snob’, do humorista Carlos Coutinho Vilhena. No teatro há encontro marcado nos dias 30 e 31 de maio, com exibição da peça Hamlet, do Teatro Nacional São João, encenado por Nuno Cardoso. Em junho é apresentada uma performance/sessão de leitura denominada ‘Como Desenhar Uma Filha Nua’, no dia 26 de junho. No dia seguinte o encenador Tiago Guedes propõe a sua visão de À Primeira Vista, num monólogo conduzido por Margarida Vila-Nova. Para 26 e 27 de julho fica a apresentação de Swing, um espetáculo que conta com a presença de Diogo Morgado, Diana Nicolau, Manuel Marques e Susana Blazer. A área da dança arranca no dia 16 de maio com ‘OU’, de André Braga e Cláudia Figueiredo, da CRL – Central Elétrica, e termina a 25 de julho com a apresentação da oitava edição do programa Território, dos Estúdios Victor Córdon. Pelo meio há o espetáculo ATA, de Maria Fonseca, a 5 de junho e Maurice Accompagné, de Paulo Ribeiro, a 4 de julho. O segundo quadrimestre verá ainda a chegada ao palco de dois projetos criados com a comunidade aveirense ao longo do ano. Em maio, no dia 10, é a vez da estreia de O Navio dos Sonhos e a Ilha dos Amores, com texto e direção artística de João Garcia Miguel, no âmbito do projeto OLAS - Objetos e Laboratórios Artísticos e Sociais e em junho, no dia 29, dá-se a terceira edição do Cantar-o-Lar, um projeto criado em parceria com a Orquestra Sem Fronteiras e realizado com os utentes de quatro lares para a terceira idade de Aveiro. A programação familiar não foi deixada de fora e este quadrimestre conta com Panda Express, de Lewis Gillon & Joana Mário, para espetadores a partir dos 6 anos. A apresentação decorre nos dias 4, 5 e 6 de maio. O Festival dos Canais - um evento da Câmara Municipal de Aveiro organizado pelo Teatro Aveirense - celebra este ano a sua 10ª edição. A programação ainda não está disponível, mas o município dá nota de que decorrerá de 16 a 20 de julho.