RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

recorder: As pessoas por detrás das personagens, a vida por detrás do palco

As luzes do palco ainda não se acenderam, mas nos bastidores a agitação já é constante. Ouve-se o aquecimento das vozes e vêem-se os últimos detalhes a serem afinados. Está quase tudo a postos para dar início a mais uma sessão de ‘recorder’, a peça em cena no Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GrETUA).

recorder: As pessoas por detrás das personagens, a vida por detrás do palco
Ana Patrícia Novo

Ana Patrícia Novo

Jornalista
17 mai 2025, 11:45

A estreia contou com casa cheia e as sessões seguintes têm seguido o mesmo caminho. Este fim de semana é a última oportunidade para visualizar a peça e, apesar de ainda existirem lugares disponíveis, a probabilidade é que esgotem com brevidade.

Horas antes do espetáculo arrancar, chegam ao espaço os atores, os encenadores e os técnicos que garantem que tudo está pronto para que as portas se abram ao público pelas 21h30. Diogo Figueiredo dá vida a Chuck, Daniela Lopes a Billie, Ana Conde é Vera e Inês Hermenegildo interpreta a Lu. Juntos, os formandos do Curso de Formação Teatral 2024-2025 do GrETUA dão vida a recorder.

Conversaram com a Ria nos camarins. As roupas com que iam entrar na personagem esperavam num cabide, um microfone repousava numa cadeira vermelha, na mesa de maquilhagem viam-se alguns fósforos e descansavam alguns lápis. Descansavam, por ora – pouco depois, seriam usados para aquecer as vozes e treinar a dicção. A par do lendário “merda” que desejam entre si, é um dos “pequenos rituais” feitos pela equipa antes de entrar em cena, revela Inês.

O GrETUA é o ponto de encontro dos quatro intérpretes, que vieram de áreas e percursos distintos antes de encontrarem o espaço por detrás da prisão de Aveiro. Daniela é uma antiga estudante da Universidade de Aveiro. Frequentou o curso de Design, área na qual trabalha atualmente. “Enquanto espectadora, sempre gostei de ir ao teatro”, partilha. “Depois sempre tive alguma curiosidade em experimentar fazer teatro também e foi por isso que eu decidi começar a fazer os cursos aqui do GrETUA”, conta Daniela.

É o segundo Curso de Formação Teatral do GrETUA que frequenta: “no ano da pandemia (…) fiz o curso de teatro radiofónico, um registo um bocadinho diferente porque devido à Covid não dava para fazer o curso e as aulas como normalmente são”, lembra. Este ano, depois de ter continuado a “fazer alguns cursos”, decidiu por fim “participar na peça”.

Daniela destaca as diferenças entre as experiências, assumindo que recorder tem sido um desafio “muito intenso”. “O facto de serem três abordagens diferentes, com três encenadores diferentes, para nós (…) enquanto intérpretes foi um bocadinho diferente daquilo que estávamos à espera, mas por outro lado é muito interessante pegar num texto e ter três leituras completamente distintas. Isso é muito fixe”, aponta. A intensidade é, de resto, adjetivo utilizado entre todos - intérpretes, equipa técnica e espectadores.

Inês Hermenegildo chegou a Aveiro vinda de Lisboa. Trabalhava no Hospital de Aveiro durante o curso e ao fim do dia, pelas 18h30, chega ao GrETUA, onde se junta aos colegas. O seu primeiro contacto prático com o teatro foi mesmo no espaço da academia aveirense.

“Nunca tinha feito teatro nem nada que se assemelhasse e vim também de uma área completamente diferente, mas foi algo que eu sempre tive alguma curiosidade, e foi uma ótima conjunção de disponibilidade e de estar no sítio certo”, conta Inês. Chegou ao grupo por sugestão de uma amiga. “Ela disse que devia ir lá espreitar, que eles tinham coisas engraçadas, eu fui e pronto - fui ficando e cá estamos”, conta entre sorrisos.

Diogo, por sua vez, já conhecia a casa. Apresentou a tese em dezembro do ano passado e esta é a segunda vez que participa no curso de formação do GrETUA. Começou, segundo conta, “pelo aborrecimento de estar a fazer a tese” e pela vontade de “ter algo mais na vida para além do trabalho”.

Recorda a primeira apresentação da peça como “a mais desafiante”, mas sublinha que tem sido “uma aprendizagem constante”. “Foi sem dúvida um desafio aprender três formas de dizer o mesmo texto (…) porque decorar um texto grande com diferentes intenções é uma coisa, agora decorar o mesmo texto com três intenções diferentes, foi desafiante, nunca me tinha passado pela cabeça”, reforça Diogo.

Desafio esse que faz com que Diogo se queira manter no teatro. “Não sei como, mas de alguma forma gostava de continuar a fazer teatro, sim”, admite. “O GrETUA acho que é uma porta de entrada para muita gente para este mundo do teatro e não só, das artes em geral, e acho que há muita gente que fica com a vida descarrilada”, aponta Diogo em tom de brincadeira. Ainda assim, até agora, nenhum dos quatro desistiu da área para a qual se formou.

Ana Conde também já tinha ligação ao grupo. Está a terminar o mestrado em Biologia, na UA, e colabora com o GrETUA na parte da comunicação. Participou este ano pela primeira vez no curso de teatro. “Achei que era um bocado parvo fazer parte de um grupo que é baseado no teatro e nunca ter tido esta experiência, nunca ter feito o curso”, denuncia bem-humorada.

“Sempre gostei muito da área da cultura, sempre fui uma grande consumidora, e por isso é que também me juntei ao grupo, mas nunca tinha feito nada deste género”, admite. Revê-se na personagem que interpreta, apesar de a considerar “uma versão muito mais cool daquilo que eu sou”, e aponta que o facto de não ser de Aveiro é parte da razão pela qual isso acontece. “Revejo-me muito na necessidade de crescer para além da sua origem, (…) acho que é comum a todos os jovens”, desvenda Ana.

Além dos quatro interpretes que todas as noites dão vida à história destas personagens, há toda uma equipa técnica por detrás. As cerca de duas horas de peça contam com cerca de um mês – mais hora, menos hora - de preparação de espaços, luzes, sons e outras coisas que fazem também a magia do teatro acontecer. Há luzes e projeções, música original, roldanas e cordas que fazem um palco rodar ao sabor das interpretações. E um véu de uma espécie de tule de cor pérola, que pode ou não fazer lembrar o nevoeiro que as memórias podem ser.

A história vai-se tornando mais clara conforme se vai desenrolando, pelo menos até o espetáculo terminar. O final dá lugar à troca de teorias e impressões entre os espectadores. Vão sendo ouvidas pelo espaço e são quase tantas – se não mais - como as pessoas que vão passando pelo espetáculo. Algo que se pode interpretar como um sucesso, visto que era um objetivo desde o início, tanto por parte do autor como dos encenadores.

Durante este fim de semana a peça vai ser interpretada duas vezes por dia. A primeira sessão de sábado, dia 17, acontece pelas 16h, e há já poucos bilhetes disponíveis. A segunda sessão realiza-se pelas habituais 21h30, mas os bilhetes já estão esgotados. Domingo, dia de eleições legislativas, a peça sobe a palco a primeira vez pelas 15h e há ainda alguns lugares disponíveis, mas a última sessão já está esgotada. Apesar de poucos lugares vagos, os bilhetes ainda podem ser adquiridos através do formulário online.

Recomendações

Greve da função pública fecha bares e cantinas da UA, exceto em Águeda
Universidade

Greve da função pública fecha bares e cantinas da UA, exceto em Águeda

Em declarações à Ria, Mário Pelaio, administrador da UA, revelou que, até ao momento, a adesão à greve por parte dos trabalhadores dos SASUA ronda os “25%”. Esta adesão resultou no encerramento das cantinas e bares dos SASUA em todo o campus da UA, com exceção da cantina da ESTGA-UA. No que diz respeito aos serviços de alojamento, a greve não teve qualquer impacto, mantendo-se a sua atividade normal. Relativamente aos restantes departamentos e aos serviços centrais da UA, Mário Pelaio referiu que, embora ainda não existam dados definitivos, não foram até agora reportadas adesões significativas à paralisação. A greve da função pública foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), em protesto contra a degradação das condições de trabalho e a falta de valorização profissional no setor.

Concurso de Previsão Eleitoral: maioria esmagadora prevê vitória da AD
Universidade

Concurso de Previsão Eleitoral: maioria esmagadora prevê vitória da AD

Entre os 228 participantes, 93% acreditam que a AD – Coligação PSD/CDS será a candidatura mais votada a nível nacional. Apenas 6% indicam o Partido Socialista (PS) como provável vencedor. De acordo ainda com a média das previsões dos 228 participantes, a AD deverá obter 31,5% dos votos, seguida do Partido Socialista (PS) com 27,3%. O Chega surge como terceiro partido mais votado, com 17,9%, enquanto a Iniciativa Liberal (IL) regista 6,8%. O Livre aparece com 4,1%, o Bloco de Esquerda (BE) com 3,4%, a CDU com 3,0% e o PAN com 1,6%. Face à previsão dos participantes do concurso, não é expectável que a composição da Assembleia da República sofra grandes alterações em relação à última legislatura e o país poderá continuar a viver um período de grande instabilidade política. Destaca-se a subida da AD, da IL e do Livre e a diminuição da votação do PS, BE, CDU e PAN. O Chega mantém praticamente o mesmo resultado das eleições legislativas de 2024.  Estes dados representam apenas a média das previsões submetidas pelos participantes e são disponibilizados exclusivamente para fins informativos, representando um retrato estatístico das expectativas da comunidade académica sobre o resultado das próximas eleições legislativas. Esclarece-se que não se tratam de dados de sondagem e não devem ser interpretados como tal. A maioria dos participantes recorreu a dados de sondagens e a extrapolações de resultados anteriores, ajustadas à realidade atual, como metodologia para submissão das suas previsões. Muitos referiram também o recurso a modelos pessoais que combinavam diferentes fontes com a leitura subjetiva do clima político atual, incluindo a avaliação dos debates eleitorais, a observação de tendências nas redes sociais e a perceção das narrativas dominantes nos media. Em termos estatísticos, a proximidade entre a média e a mediana das previsões indica que os resultados não estão enviesados por valores extremos. A mediana representa a previsão que fica exatamente a meio da distribuição de respostas ordenadas, sendo, por isso, uma medida robusta para confirmar a consistência dos dados. Recorda-se que os vencedores do concurso serão anunciados após a divulgação dos resultados oficiais, sendo o grau de acerto avaliado com base no índice LSq (Least Squares Index), uma adaptação do índice de Gallagher.

Termina dentro de poucas horas o Concurso de Previsão Eleitoral
Universidade

Termina dentro de poucas horas o Concurso de Previsão Eleitoral

Aberto a toda a comunidade UA — estudantes, alumnis, docentes, investigadores e pessoal técnico, administrativo e de gestão — o concurso convida à apresentação de previsões sobre a percentagem nacional de votos dos partidos com assento parlamentar, incluindo também uma previsão para o círculo de Aveiro e uma breve descrição da metodologia utilizada. A avaliação será feita através do índice LSq (Least Squares Index), adaptado do conhecido Índice de Gallagher, e os três melhores participantes serão distinguidos com vales FNAC de 100€, 50€ e 20€, respetivamente. A melhor previsão para o círculo de Aveiro receberá uma menção honrosa. A participação é individual e requer apenas um email com domínio @ua.pt. O formulário de participação e o regulamento completo do concurso estão disponíveis online: Formulário de participação Regulamento completo A iniciativa pretende incentivar o pensamento crítico, o envolvimento cívico e a análise de dados, destacando o papel da Universidade de Aveiro no debate sobre as questões políticas e sociais da atualidade.

UA: Semana aberta do DCSPT começa já na próxima segunda-feira
Universidade

UA: Semana aberta do DCSPT começa já na próxima segunda-feira

A semana aberta arranca já na segunda-feira, 19 de maio, com uma oferta de “18 workshops, cursos e ações de formação dirigidos a estudantes de diferentes ciclos, investigadores e profissionais”. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria este será “um dia para experimentar novas ferramentas, desenvolver competências transversais e explorar temas emergentes nas áreas sociais, políticas e territoriais”. As inscrições são limitadas e podem ser efetuadas aqui. O primeiro dia terminará com uma análise aos resultados das eleições legislativas de 2025, num painel moderado pela Rádio Ria e com a leitura dos resultados eleitorais por Carlos Jalali e Eduardo Anselmo Castro, professores associados do DCSPT. A sessão será aberta a toda a comunidade. No dia seguinte, data em que se assinala também o aniversário do DCSPT, dar-se-á início à conferência internacional sobre políticas públicas e ciência de dados, centrada no tema “Territórios Inteligentes”. O evento procurará debater o “papel da ciência dos dados na criação e avaliação de políticas públicas mais eficientes, sustentáveis e inclusivas”. Assim, das 10h30 às 11h30 haverá uma primeira mesa-redonda “Do Desenho à Decisão: Estratégias para Territórios Inteligentes”, seguindo-se das 11h30 às 13h00 uma sessão plenária “Do Global ao Local: Estratégias Inteligentes para Territórios Inclusivos” e das 16h30 às 18h00 uma segunda mesa-redonda “Da Estratégia à Implementação: Perspetivas e Práticas no Terreno”. Na quarta-feira, 21 de maio, a conferência prossegue “com um foco reforçado na produção científica e partilha de investigação no contexto das políticas públicas baseadas em evidências”. Ao longo do dia irão ocorrer sessões paralelas “com apresentações de mais de 130 trabalhos”, “duas plenárias” e “cinco mesas-redondas”. Entre as sessões plenárias estará em discussão a temática do “Direito ao Futuro: Democracia Expandida na Era da Inteligência Artificial” e uma mesa-redonda com a temática “Governação Inteligente: Coesão Territorial, Participação Democrática e Inteligência Artificial”. No dia 22 de maio, a iniciativa arranca com as Jornadas de Administração Pública, um espaço de diálogo entre estudantes, docentes e profissionais sobre os desafios da administração pública no século XXI. “Serão debatidas as competências críticas para uma administração mais digital, colaborativa e centrada no cidadão, bem como os caminhos para integrar essas exigências nos programas formativos e nas estratégias de desenvolvimento profissional”, avança a nota. À tarde será colocado à prova o corpo e a mente com o “All in DCSPT”, um evento que inclui jogos de tabuleiro estratégicos e atividades lúdicas no terreno. No último dia, 23 de maio, a manhã será dedicada às comissões de curso, que dinamizam atividades pensadas para os seus estudantes e todos os interessados na oferta formativa do departamento. A programação inclui momentos de reflexão sobre os percursos formativos até sessões com alumni, oficinas temáticas e conversas inspiradoras. Nessa manhã, a Escola Secundária Dr. Mário Sacramento recebe o DCSPT, numa iniciativa do mestrado em Ciência Política que propõe um jogo para refletir sobre as democracias. À tarde, realiza-se o “OUT in DCSPT”, um espaço aberto para pensar e debater grandes questões sociais, como as desigualdades, a cidadania e a justiça social e territorial. A programação na íntegra pode ser consultada aqui.

Últimas

Sociedade desportiva do Beira-Mar aprovada: Nuno Quintaneiro aponta já ao futuro
Cidade

Sociedade desportiva do Beira-Mar aprovada: Nuno Quintaneiro aponta já ao futuro

Foi no dia 23 de abril que a direção do SC Beira-Mar, liderada por Nuno Quintaneiro, apresentou a proposta para criação de uma sociedade desportiva na sequência de um pré-acordo celebrado com o empresário brasileiro Breno Dias Silva, que prevê um investimento total de 10 milhões de euros no universo do futebol aurinegro. Esse montante inclui 1,5 milhões de euros para liquidação do passivo do clube, 3,5 milhões para construção de um centro de excelência dedicado ao alto rendimento e 5 milhões para financiamento da equipa sénior ao longo de cinco épocas. Na altura, a proposta gerou dúvidas entre alguns associados, entre os quais vários antigos dirigentes, que manifestaram preocupações com a falta de informação sobre a empresa que participaria na constituição da sociedade desportiva, bem como com a inexistência de uma garantia bancária internacional do valor previsto para a liquidação do passivo. Após o chumbo, a direção do clube anunciou que iria avançar com três alterações principais: a prestação de uma garantia bancária anual de 100 mil euros durante 10 anos (compromisso que já tinha sido assumido por Nuno Quintaneiro na última Assembleia Geral do clube), a inserção de uma cláusula que responsabiliza o investidor pelo passivo da futura sociedade desportiva, caso as quotas ou ações revertam para o clube, e a disponibilização de informação adicional sobre os parceiros envolvidos no projeto. As alterações introduzidas ao documento acabaram por satisfazer a globalidade dos sócios e a Assembleia Geral de ontem, 16 de maio, confirmou o avanço da criação da sociedade desportiva, com praticamente todos os 252 sócios presentes a votarem favoravelmente, com exceção de um sócio que optou pela abstenção. Nuno Quintaneiro, em entrevista à Ria, confessa que se sente “grato, com uma energia e ânimo renovados”, agradecendo a “confiança e a expectativa que é depositada neste novo ciclo que agora se inicia”. Nuno Quintaneiro relembra ainda que os “esclarecimentos e as questões levantadas já tinham sido prestados e assegurados na última Assembleia Geral”. “Não havia, na minha perspetiva, necessidade de votar contra, nem provocar aqui um atraso de três semanas (...) na preparação daquilo que é a próxima época desportiva e estruturação do que será esta relação com a sociedade”, afirma o presidente do SC Beira-Mar. Apesar disso, o presidente do clube aurinegro respeita o “entendimento das pessoas que votaram contra” na última Assembleia Geral e já está focado no futuro. “Agora há um conjunto de atos que vão ter que se suceder, nomeadamente os pressupostos que o investidor vai ter que cumprir e depois há toda a tramitação formal de constituição da sociedade desportiva que também temos que executar”, esclarece. Segundo Nuno Quintaneiro, “se o processo andar rápido, correr bem”, o clube terá a sociedade desportiva formalmente constituída “no espaço de três semanas a um mês”, acreditando que será possível inscrever as duas equipas de futebol sénior (A e B), nas respetivas competições desportivas, já como sociedade desportiva. Quanto à próxima época, Quintaneiro esclareceu que o trabalho de parceria com o investidor é para continuar, recordando que “as decisões do futebol [ao longo dos últimos meses], apesar de tomadas pelo clube, foram sempre em diálogo e em consenso com o parceiro”. “Temos uma visão estratégica partilhada, temos uma filosofia e uma orientação alinhadas e que nos permitem com alguma facilidade gerar consensos nas decisões”, esclareceu, sem antes afirmar, que o que irá mudar é, no fundo, “a capacidade de investimento” que o clube não tinha. Confrontado pela Ria relativamente a um possível atraso na preparação da próxima época, fruto do clube ter passado o último mês a discutir quanto ao avanço da sociedade desportiva, Nuno Quintaneiro deu nota que não consegue “avaliar os danos que possa ter causada”, apesar de transmitir uma mensagem de confiança. “Eu acredito que grande parte das situações serão recuperáveis e conseguiremos minimizá-las. (...) Tenho a consciência de algumas oportunidades que possamos ter perdido neste período. (...) Naquilo que diz respeito ao futebol sénior é mais complicado, porque estamos a falar de contextos em que os melhores atletas, aqueles que na relação qualidade-preço temos mais interesse, naturalmente são mais apetecíveis e sabemos que têm outras propostas, outras ofertas e podem já estar alguns deles comprometidos e não terem ficado à espera”, clarificou. Quanto à escolha do treinador para a próxima época, o presidente da direção do SC Beira-Mar não quis adiantar uma data. “Têm existido conversas sobre o assunto, temos que nos voltar a sentar, voltar a estruturar um orçamento com algum grau de certeza para a partir daqui poder-se trabalhar e tomar decisões. Ou seja, uma coisa é ter perspetivas, outra coisa é tomar decisões e avançar para elas. E nesse sentido, só a partir de agora vamos passar a essa fase”, afirmou. Durante a Assembleia Geral que decorreu ontem, 17 de maio, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, Nuno Quintaneiro aproveitou para responder a José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro. Recorde-se que o autarca aveirense, durante a sessão solene de comemoração do 25 de abril, fez considerações sobre a forma como decorreu a última Assembleia Geral do SC Beira-Mar. Durante o seu discurso, Ribau Esteves afirmou que era preciso “combater o extremismo da má educação, da agressão física e verbal ignóbil que (...) aconteceu esta semana na Assembleia Geral de uma das nossas associações privadas sem fins lucrativos”, naquilo que foi entendido com uma referência clara à reunião magna do SC Beira-Mar. Em entrevista à Ria, Nuno Quintaneiro recorda que Ribau Esteves não esteve presente na última Assembleia Geral do clube, reconhecendo que está sentido com o edil aveirense pelas considerações que considera “injustas”, “completamente extemporâneas” e “sem qualquer fundamento”. O presidente da direção do SC Beira-Mar afirma que “os sócios manifestaram a sua intenção de voto de forma totalmente livre, esclarecida e houve respeito máximo por todos”, reconhecendo que “após a Assembleia”, possa ter existido no exterior do Estádio Municipal de Aveiro “algumas trocas de bocas entre alguns associados”. Contudo, reafirma que são “situações normais que acontecem na vida em comunidade, em que as pessoas que discutem visões, podem eventualmente cometer algum excesso de linguagem”. “Estou a admitir coisas que não assisti, mas nunca a pôr em causa a democracia na instituição. Isso é absolutamente inaceitável”, remata Nuno Quintaneiro. Por último, o líder aurinegro esclareceu ainda que o clube tem nos seus órgão sociais “pessoas com um percurso notável também de luta pela liberdade”.

Aveiro celebrou o Dia dos Mártires da Liberdade com homenagem e exposição
Cidade

Aveiro celebrou o Dia dos Mártires da Liberdade com homenagem e exposição

A cerimónia teve início com a tradicional deposição de uma coroa de flores junto ao Obelisco da Liberdade - monumento erguido em 1909 por iniciativa do Clube dos Galitos, em homenagem aos mártires da liberdade: Francisco Manuel Gravito da Veiga e Lima, Francisco Silvério de Carvalho Magalhães Serrão, Clemente da Silva Melo Soares de Freitas, Manuel Luís Nogueira, Clemente Morais Sarmento e João Ferreira. Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro, presente no evento, manifestou a sua satisfação pela adesão dos aveirenses e focou o seu discurso na exposição “1828 – A Revolução Liberal e os Mártires da Liberdade”, patente na mesma praça e que pretende contar a história da cidade. “Muitas vezes, fala-se do que aconteceu, dando destaque à cidade do Porto, mas foi aqui, em Aveiro, que tudo começou”, recordou. A exposição, que foi posteriormente apresentada aos presentes numa visita guiada, estará “no próximo ano letivo” nas escolas de Aveiro, com o objetivo de “dar a conhecer e perpetuar o nome destes seis ilustres aveirenses, assim como de quem os liderou neste movimento tão importante para o nosso país”, avançou o vice-presidente da Câmara.  No seu discurso, Rogério Carlos também reforçou os valores da “liberdade” e do “respeito”, manifestando repúdio face à vandalização recente do Monumento da Muralha de Aveiro. “Situações como aquela que vivemos ontem, no nosso município, com atos de vandalismo a um monumento, não podem acontecer. O respeito é um valor fundamental que deve prevalecer na nossa sociedade”, concluiu. A cerimónia incluiu ainda um momento musical, durante o qual foi interpretada a emblemática canção “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho.

“Aveiro em Família” regressa este sábado com peddy paper na freguesia de Santa Joana
Cidade

“Aveiro em Família” regressa este sábado com peddy paper na freguesia de Santa Joana

A atividade que decorre este sábado é dirigida ao público em geral. A atividade propõe um percurso em torno do Centro Paroquial e Igreja de Santa Joana, onde os participantes recolhem materiais para criar um painel coletivo. A participação tem um custo simbólico de 1.00 euros e requer inscrição prévia para o email: [email protected]. No sábado, 24 de maio, às 11h00, o ATLAS Aveiro acolhe uma nova sessão de “Contos e Música para Bebés”, dinamizada por Tó Zé Novais e Sofia Morais. A iniciativa combina narração oral e experimentação sonora, sendo dirigida a famílias com bebés dos 3 aos 36 meses. A entrada é gratuita, com inscrição obrigatória aqui.  No dia 31 de maio, sábado, às 10h00, também no ATLAS Aveiro, decorre a ação “A nossa Terra em Arquivo”, que oferece uma jornada fotográfica pela história local, revelando o passado da cidade, da ria e das suas gentes. A atividade destina-se a famílias com crianças com mais de 8 anos e requer inscrição através do email: [email protected]. Já em junho, o programa continua no dia 8, sábado, com uma visita guiada à fauna e flora da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, entre as 9h00 e as 14h30. A atividade é gratuita, dirigida a famílias com crianças com mais de 5 anos, e exige inscrição prévia via [email protected]. No dia 14 de junho, sábado, pelas 10h00, o ATLAS Aveiro recebe a ação “Arquivos como instrumento de preservação e acesso à informação”, para famílias com crianças com mais de 8 anos. A entrada é gratuita, mediante inscrição em [email protected], destacando-se o papel dos arquivos na preservação da memória coletiva. O “Solstício na Marinha da Troncalhada” será celebrado a 21 de junho, sábado, às 15h00, no Ecomuseu Marinha da Troncalhada. A atividade inclui uma introdução à salicultura em Aveiro, com oportunidade para degustar salicórnia e flor de sal. O custo é de 1.00 euros, com entrada livre para o público em geral. A encerrar a programação, no dia 28 de junho, sábado, às 11h00, realiza-se a sessão “Histórias Sensoriais”, por Soraia Picado, no ATLAS Aveiro. Dirigida a famílias com crianças entre os 3 e os 6 anos, a participação é gratuita, mediante inscrição aqui

 Câmara de Aveiro assinala Dia Mundial da Hipertensão Arterial com atividades na Praça do Mercado
Cidade

Câmara de Aveiro assinala Dia Mundial da Hipertensão Arterial com atividades na Praça do Mercado

Ao longo da manhã, entre as 9h00 e as 13h00, o público poderá participar em várias iniciativas de promoção da saúde e estilos de vida saudáveis, com especial atenção à prevenção das doenças cardiovasculares, nomeadamente a hipertensão arterial, destacada em maio, mês do coração. O grupo de reabilitação cardíaca da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULRSA) realizará a habitual caminhada anual, que dará início ao programa às 9h00 (inscrição prévia em [email protected]). Durante o evento, das 10h00 às 13h00, decorrerão avaliações e auto-medições de tensão arterial, com orientações para boas práticas. A chef Sara Oliveira realizará um showcooking com degustação de receitas com baixo teor de sal, promovendo a importância da alimentação saudável e o consumo preferencial de produtos frescos, locais e sazonais, reforçando a necessidade de reduzir a ingestão de sal. O Consórcio “Saúde na Praça”, que integra a CMA, a ULRSA, a Unidade de Cuidados na Comunidade de Aveiro e a Universidade de Aveiro, através da sua Escola Superior de Saúde, tem como missão promover estilos de vida saudáveis e aumentar a literacia em saúde na comunidade.