‘Aliança’ entrega listas para Aveiro com “renovação profunda” e com muitos apoiantes presentes
Com forte mobilização dos candidatos às freguesias, a candidatura da coligação “Aliança com Aveiro” surgiu em peso na manhã de hoje, dia 18, na entrega das listas de candidatos no Tribunal de Aveiro. Apesar da presença em massa dos candidatos e apoiantes, não deixou de se notar a ausência do atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves. Questionado sobre esse facto, Luís Souto, líder da “Aliança com Aveiro”, desvalorizou e disse que pensa que o edil “está de férias”.
Redação
“Ele não costuma participar na entrega [das listas]”, escusou-se o candidato à presidência da Câmara Municipal de Aveiro, Luís Souto, que garante estar em contacto “quase diário” com Ribau Esteves. Lembrado que o atual presidente acompanhou Luís Montenegro ao Tribunal aquando da entrega de listas da AD no círculo eleitoral de Aveiro para as eleições legislativas do passado dia 18 de maio, Luís Souto considera que se tratava de “outro contexto”. O cabeça-de-lista da “Aliança” sublinha que o autarca tem cumprido os mínimos no apoio à sua candidatura e admite que “se ele, entretanto, tiver um bocadinho de agenda e entenda [aparecer numa ação de campanha], nós ficaríamos muito felizes”. Apesar do atual presidente da CMA ter sido muito crítico, numa fase inicial, da opção tomada pelo primeiro-ministro ao indicar Luís Souto como candidato à autarquia, a verdade é que Ribau Esteves já veio assumir o apoio à candidatura e Luís Souto parece cada vez mais alinhado com o edil aveirense. O candidato e o aparelho partidário acreditam que, depois de tempos mais agitados, Ribau Esteves vai gradualmente participar nas iniciativas e mostrar que o partido está unido no essencial: impedir que o Partido Socialista e Alberto Souto voltem a governar a autarquia.
Entre as bandeiras do PSD e da coligação - ainda com o nome ‘Aliança Mais Aveiro’ - Luís Souto foi tirando fotografias com todas as equipas candidatas aos órgãos autárquicos do Município, agradecendo sempre a presença das diferentes listas das freguesias. Entre as fotos, o candidato surgiu junto à equipa que o acompanha na disputa pela Câmara Municipal e que agora se deu finalmente a conhecer. Nas palavras de Luís Souto, é uma “renovação profunda” para dar um “sinal de novo ciclo”. Entre os candidatos que surgem em lugar elegível, apenas a vereadora Ana Cláudia Oliveira, indicada pelo CDS-PP, é uma repetição nas listas.
A principal surpresa foi Rui Santos, atual presidente da Assembleia Municipal de Vagos, que é o número dois de Luís Souto. O cabeça-de-lista enaltece a “experiência política” do colega e afirma que a escolha “dá um sinal importante de que Aveiro está muito para além dos limites do concelho”. Depois de ter criticado Alberto Souto, candidato do Partido Socialista, por ser candidato sem residir no concelho de Aveiro, Luís Souto recusa qualquer hipocrisia ou semelhança: “Eu disse que era vantajoso que o presidente da Câmara de Aveiro seja residente em Aveiro para ser coerente com todas as medidas que ele próprio vai tomar […]. Acho um princípio interessante de que o presidente seja alvo das medidas que ele toma”.
Para número quatro da lista à Câmara Municipal de Aveiro, Luís Souto escolheu Pedro Almeida, que é professor convidado na Universidade de Aveiro e ex-diretor do PCI - Parque da Ciência e da Inovação. De acordo com o cabeça-de-lista, a escolha “traz consigo a aposta na digitalização, na modernização dos processos e na inovação”.
Nesse sentido, o candidato aproveitou para responder à oposição, que se tem mostrado contra o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, embora sem nunca mencionar o processo. Luís Souto diz que tem vindo a assistir a uma “cruzada que já não é só do Partido Socialista” contra o investimento em Aveiro, numa referência aos restantes candidatos que têm partilhado a sua opinião contra o projeto. No entanto, embora defenda que Ribau Esteves continua a ter “plena legitimidade formal e política” para tomar decisões até ao final do seu mandato, o candidato não se comprometeu em não fazer qualquer alteração aos últimos projetos do atual presidente, caso venha a ser eleito.
Durante a conversa com os jornalistas, Luís Souto teve ainda tempo de piscar o olho ao eleitorado do Chega. O cabeça-de-lista da “Aliança” nota que o aparecimento desta força política “só pode favorecer o Partido Socialista”, porque vai roubar espaço ao centro-direita, até agora nas mãos da coligação. Por ainda acreditar ser representante dessa ala política, o candidato deixa um apelo aos aveirenses que “tenham uma admiração pelo Chega a nível nacional”, algo que diz respeitar, e por André Ventura, cujas qualidades “ninguém pode negar”: “Não vejo razão para que não se possam rever neste espaço, que tem sido o espaço de toda esta área”.
‘Aliança com Aveiro’ aposta em caras novas e independentes nas listas autárquicas
Foi há poucos meses que Luís Souto se apresentou aos aveirenses como candidato à autarquia aveirense pela coligação ‘Aliança com Aveiro’. Numa sessão pública de apresentação da candidatura, numa unidade hoteleira da cidade, Luís Souto deixava claro aquela que passaria a ser uma das suas linhas orientadoras: inovação, mas sem rutura com o passado. O candidato escolhido por Luís Montenegro assumia assim que pretendia dar continuidade ao “bom trabalho” que reconhece à atual liderança de Ribau Esteves, mas também prometia “elementos de inovação”.
Foi o que aconteceu. Depois de toda a polémica associada à sua escolha como candidato à CMA, não era expectável que a maioria dos elementos da equipa de Ribau Esteves surgisse nas novas listas autárquicas - e acabou por se confirmar. Tal como a estratégia seguida por Alberto Souto, também Luís Souto optou por uma renovação profunda das listas da coligação à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal. Do atual Executivo Municipal, apenas Ana Claúdia Oliveira, atual presidente da concelhia do CDS-Aveiro, transita para a lista à Câmara Municipal, sendo que as restantes escolhas são caras novas e várias com ligações à Universidade de Aveiro, em lugares elegíveis.
A grande surpresa é, inevitavelmente, a escolha de Rui Santos, advogado, ex-chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Vagos, entre 2009 e 2013, e atual presidente da Assembleia Municipal de Vagos - cargo que exerce desde 2017. Figura próxima de Silvério Regalado (presidente da Câmara Municipal de Vagos até 2024 e atual secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território), Rui Santos começou a ser visto ao lado de Luís Souto pouco tempo depois do anúncio da sua candidatura à autarquia aveirense. Nos bastidores do partido fala-se que a sua entrada no núcleo duro de Luís Souto resulta de uma indicação de Silvério Regalado e da distrital do PSD, com o objetivo de acrescentar experiência política à coligação. Nos sociais-democratas reconhece-se como desvantagem o facto de Rui Santos não ser visto como um “homem de Aveiro”, mas acredita-se que a sua rodagem autárquica é essencial para complementar a ação governativa de Luís Souto. Opinião diferente tem o núcleo duro de Ribau Esteves, onde há quem considere que a entrada de Rui Santos é uma forma de posicionar Silvério Regalado como futuro pretendente à autarquia de Aveiro, depois de ter sido apontado como um dos nomes mais falados já para esta eleição.
Em terceiro lugar surge, sem surpresas, Ana Cláudia Oliveira, atual presidente da concelhia do CDS-Aveiro e vereadora de Ribau Esteves com os pelouros da Mobilidade, Transportes e Obras Particulares. É a única integrante da equipa de Luís Souto, em lugares elegíveis, com experiência executiva numa Câmara Municipal. Caso a coligação vença, é expectável que reforce responsabilidades no Executivo, capitalizando o conhecimento adquirido nos últimos anos.
Já como número 4 e 5, Luís Souto optou por fugir da ‘bolha partidária’ e escolheu duas figuras independentes, com percurso profissional relevante. Curiosamente, há duas coisas em comum na estratégia de Luís Souto e Alberto Souto na composição das listas: a opção por colocarem nos lugares cimeiros candidatos mais ligados às estruturas partidárias e a opção por colocarem logo de seguida figuras independentes com passado ligado à Universidade de Aveiro.
É o caso de Pedro Almeida, número 4 da lista da ‘Aliança com Aveiro’. Formou-se em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações pela Universidade de Aveiro e iniciou a sua carreira como investigador no IEETA - Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro, entre 2000 e 2007. Ao longo dos últimos anos, conta com passagens pela Inova-Ria, como presidente da direção, e pela Associação de Antigos Alunos da UA como vice-presidente. Mas o seu percurso profissional foi essencialmente na Associação Fraunhofer Portugal Research, uma organização privada sem fins lucrativos criada pela Fraunhofer-Gesellschaft - o maior instituto de investigação aplicada da Europa - em parceria com entidades portuguesas. Desde novembro de 2013 que está ligado a esta associação, tendo apenas feito uma pausa para assumir a direção-geral do Parque da Ciência e Inovação (PCI), depois de ser proposto para estas funções pelo maior acionista do parque: a Universidade de Aveiro.
Em quinto aparece Rui Marques Vieira, professor auxiliar com agregação no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro e investigador do Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da UA, onde tem desenvolvido estudos de investigação na área da formação de professores, desenvolvimento curricular, com destaque para a dimensão das capacidades de pensamento crítico, didática de educação em ciências para o ensino básico e educação para o desenvolvimento sustentável.
Destaca-se ainda na candidatura à Câmara Municipal a indicação do CDS-PP de Inês Mineiro, empresária local que chegou a ser deputada municipal pelo partido em Aveiro, como número 6; a presença de António Granjeia, atual presidente do Clube dos Galitos, como suplente; e a escolha da ex-deputada do partido, Isménia Franco, para fechar a lista.
Já na lista à Assembleia Municipal, Luís Souto opta também por um equilíbrio entre a renovação e a entrada de quadros com experiência em órgãos municipais. Tal como anunciado, a lista será liderada por Miguel Capão Filipe, indicado pelo CDS-PP. O atual vereador de Ribau Esteves será acompanhado de nomes como Armando Vieira, ex-presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha e do conselho diretivo da ANAFRE, Joaquim Marques, ex-vereador do PSD nos tempos em que Alberto Souto era o presidente autarquia, Gonçalo Caetano Alves, ex-vereador e ex-presidente da concelhia do CDS-Aveiro e um empresário conhecido do setor privado da educação, ou de Maria Costa Veiga, atual secretária da Assembleia Municipal e uma pessoa próxima de Ângela Almeida, atual presidente da Junta de Freguesia de Esgueira. Fecha a lista o histórico autarca de São Bernardo, o atual presidente da Junta de Freguesia Henrique da Rocha Vieira.
Destaca-se ainda a presença de Leonardo Maio e Ana Carlota Braga, presidentes da JSD e da JP, respetivamente, que garantem a presença de jovens na lista ao estarem em lugares elegíveis na lista à Assembleia Municipal. Recorde-se que no passado, a JSD-Aveiro chegou a ter um presidente em lugares elegíveis na lista à CMA: foi o caso de João Machado, atual vereador, nas eleições autárquicas de 2017.
A Ria sabe que nos bastidores do partido há a consciência de que será difícil continuar a garantir a eleição de seis vereadores. Para além do partido estar a viver uma mudança de ciclo, com a saída de Ribau Esteves, há também o surgimento de novos partidos, que ajudam a dispersar o voto dos eleitores, e a expectativa que o Chega reforce significativamente o seu resultado. Apesar disso, o núcleo duro da candidatura e os seus militantes mais próximos continuam muito confiantes num vitória destacada, porque acreditam que a coligação ‘Aliança com Aveiro’ tem uma enorme vantagem nas freguesias, onde o PS não tem qualquer presidência, e que os eleitores aveirenses não avaliam como positivo os mandatos de Alberto Souto à frente da autarquia, fruto da sua gestão financeira.
Lista à Câmara Municipal
1. Luís Souto Miranda
2. Rui Santos
3. Ana Cláudia Oliveira
4. Pedro Almeida
5. Rui Marques Vieira
6. Inês Mineiro
7. Sílvia Ribau
8. Ricardo Matos
9. Teresa Christo
Suplentes
1. Ana Estrela Esteves
2. António Granjeia
3. Célia Maio
4. João Jubero
5. Maria Brito
6. Rui Félix Duarte
7. Carlos Fonseca
8. Sandra Pereira
9. Isménia Franco
Lista à Assembleia Municipal de Aveiro
1. Luís Miguel Capão Filipe
2. Armando Vieira
3. Sónia Gomes
4. Joaquim Marques
5. Gonçalo Caetano Alves
6. Maria Costa Veiga
7. Leonardo Maio
8. Arlindo Tavares
9. Ana Carlota Braga
10. Manuel Cartaxo
11. Armando Peres
12. Ana Oliveira
13. Nuno da Paula
14. João Manuel Oliveira
15. Ana Salomé Ferreira
16. José Gonçalves
17. Manuel Veríssimo Marques
18. Bárbara Dias
19. Victor Oliveira
20. Maria Abreu
21. Luís Claro de Jesus
22. Joana Paixão
23. Eneide Ferreira
24. Eduardo Jardim
25. Ana Almeida
26. Rodrigo Frade
27. Henrique da Rocha Vieira
Suplentes
28. Marta Lopes
29. Rui Almeida
30. João Rocha
31. Beatriz Santos
32. Danilo Almeida
33. António Carapinheira
34. Vânia Simões
35. Rogério Cachide
36. Manuel Casimiro
37. Mariana Tavares
38. Ricardo Sabino
39. Joaquim Ferreira
40. Isabel Ramos
41. Marisa Coutinho
42. Diogo Nascimento
43. André Estima Duarte
44. Lara Mendonça
45. Miriam Rocha
46. Ricardo Sá
47. Ana Moreira
48. Tomé Coutinho
49. Ana Catarina Silva
50. Anabela Nunes
51. Gonçalo Vieira
52. Pedro Torres
53. Flora Santos
54. Carlos Pais
Recomendações
Chega-Aveiro defende novas medidas de apoio aos bombeiros do Município
O regulamento proposto serve para “definir importantes e justos apoios” aos bombeiros e às suas famílias. De acordo com Diogo Soares Machado, o documento vai entrar em vigor no final do primeiro semestre de 2026, primeiro ano civil completo do próximo mandato, depois de passar pelo crivo da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal. Entre as propostas, Diogo Machado quer uma bonificação de 50% no IMI relativo a habitação própria e permanente no concelho de Aveiro, a isenção de taxas e licenças na construção de habitação própria e permanente no Município, o apoio de 500 euros para filhos ou enteados dos profissionais que se matriculem no Ensino Superior, um subsídio de assiduidade ao bombeiro em prontidão permanente, no valor mensal de 60 euros, e um subsídio à frequência de creche, no valor de 30 euros mensais. Na publicação, o cabeça-de-lista do Chega aponta também à necessidade de rever os protocolos com as duas corporações de bombeiros aveirenses: a AHBVA - BOMBEIROS VELHOS e a CSPGGF - BOMBEIROS NOVOS. Para a primeira corporação, o partido quer um aumento de 45% em relação a 2025 (mais 156 mil euros) e, para a segunda corporação, defende uma subida de 30% (mais 90 mil euros). Nas palavras do candidato, os protocolos dirão respeito a 2026 e “visam comparticipar nas despesas das nossas Corporações com o serviço de piquete 24 horas/Protecção Civil, Equipas de Reforço Operacional, EIP's, actividade de acordo com o índice populacional, apoio ao Voluntariado e investimento (aquisição de viaturas e/ou EPI's)”.
Caravana autárquica do Livre passa por Aveiro
A volta oficial de Rui Tavares arranca na próxima terça-feira, dia 30, no Algarve, nos concelhos de Lagos e Silves, vai terminar em Matosinhos e no Porto. Por seu lado, a jornada de Isabel Mendes Lopes termina em Sintra e Lisboa. No distrito de Aveiro, a caravana passa por dois concelhos em que o Livre se candidata sozinho: Aveiro e Santa Maria da Feira. No total, são doze os municípios pelos quais a campanha passa e em que o partido não concorre coligado: Lagos, Setúbal, Caldas da Rainha, Aveiro, Santa Maria da Feira, Faro, Amadora, Porto, Braga, Barcelos, Vila Franca de Xira e Matosinhos. Já em Silves, Seixal, Almada, Castelo Branco, Coimbra, Loures, Albufeira, Gaia, Figueira da Foz, Leiria, Oeiras, Lisboa e Sintra, outros concelhos pelos quais a campanha passa, o Livre candidata-se em conjunto com outros partidos. Recorde-se que, em Aveiro, a candidatura do Livre é encabeçada por Bruno Santos Fonseca. Atualmente, o partido não tem qualquer representação nos órgãos autárquicos do concelho.
BE-Aveiro assinala “imensos pontos de convergência” em reunião com a Ciclaveiro
Na sequência da reunião em que, segundo o partido, foi possível falar de “urbanismo, mobilidade e do futuro da democracia em Aveiro”, João Moniz enaltece que “o conhecimento que a Ciclaveiro produz, os projetos que desenvolve e as propostas que apresenta são um bem público e devem ser ouvidos e levados a sério na definição das políticas locais”. O bloquista reafirmou alguns dos compromissos do partido no concelho de Aveiro, como a defesa de um “um novo conceito de planeamento urbano”: “Queremos inverter a lógica que tem organizado o espaço público para o benefício da especulação imobiliária e para o automóvel, e recolocar a comunidade no centro do planeamento”. Entre as propostas, João Moniz refere a criação de praças arborizadas em cada localidasde, a construção de novos parques verdes na cidade e nas freguesias e a valorização da malha urbana que “ligue a habitação, o comércio e os espaços de lazer”. O candidato aponta ainda um combate aos fenómenos de gentrificação e a “projetos que sacrificam jardins e espaço comunitário para estacionamento ou hotelaria”. No campo da mobilidade, João Moniz também falou da necessidade de “virar a página ao modelo assente no automóvel e construir uma rede pública de mobilidade intermodal, acessível e sustentável”. A ideia passa por reforçar o transporte coletivo e a sua remunicipalização, a criação de um passe municipal gratuito para estudantes, jovens e idosos – que, aponta, pode ser financiado pelas receitas de uma futura taxa turística – e a integração tarifária com toda a região. Outra proposta é a criação da “mais ambiciosa rede de ciclovias do país”. No decorrer do encontro, a Ciclaveiro falou também de alguns projetos que tem vindo a desenvolver, como o Pépedal, a Academia Mini-Rodas e o Kidical Mass, que vai ter a sua 8.ª edição a 5 de outubro.
Luís Souto critica “coligação negativa” e apresenta programa “ambicioso” a ministro da Economia
Na sua intervenção, Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança’ à Câmara de Aveiro, em jeito de resposta ao comunicado da Ria, que denunciava que um jornalista do órgão de comunicação tinha sido alvo de intimidações, afirmou que: “uma campanha natural faz-se, naturalmente, daqueles momentos que podem ter rebuçados, porque não, como tivemos no outro dia. Embora haja pessoas que ficam intimidadas por uns rebuçados. Nem toda a gente entende este subliminar, mas outros entendem”. Sem deixar de comentar a campanha autárquica, tal como já havia feito no encontro “Continuidade e Inovação”, Luís Souto de Miranda voltou a criticar a “coligação negativa” entre o Partido Socialista e o Chega, sublinhando que esta é “contra a economia”. “Sistematicamente tem dado sinais de querer afastar o investimento e, sobretudo, de desconfiança no investidor lançando um manto de suspeitas”, apontou. Dirigindo-se diretamente ao ministro da Economia e da Coesão Territorial, Luís Souto de Miranda recordou que um dos lemas da Aliança é “contribuir para a felicidade dos aveirenses” através da criação de emprego, da melhoria dos transportes, da qualidade de vida e da saúde. Sobre este último ponto, reforçou: “Senhor ministro, estamos à espera do nosso hospital”. Falando, desta vez, sobre o seu programa eleitoral, composto por “52 páginas” de propostas que considerou “sérias, ambiciosas, mas credíveis”, e abordando o tema da coesão territorial, Luís Souto de Miranda defendeu que “o país tem de ser mais coeso, mas os municípios dentro de si também têm de trabalhar a maior coesão territorial”. Destacou ainda que, em Aveiro, algumas freguesias necessitam atualmente de “equipamentos âncora”. Como exemplo, apontou São Jacinto, defendendo o projeto do aeródromo municipal para aquele lugar. Luís Souto de Miranda aproveitou ainda para falar sobre a sua “íntima relação com a universidade”, em resposta às críticas de que a sua lista inclui poucos militantes conhecidos, salientando que “a cultura universitária é para trazer para dentro da gestão municipal”. Recorde-se que, conforme noticiado pela Ria, do atual Executivo Municipal apenas Ana Cláudia Oliveira, presidente da concelhia do CDS-Aveiro, transita para a lista à Câmara Municipal, sendo que as restantes escolhas são caras novas, muitas com ligações à Universidade de Aveiro, ocupando lugares elegíveis. Continuando a apresentar projetos do seu programa, o candidato da ‘Aliança’ abordou a área do Baixo Vouga que afeta, sobretudo, a freguesia de Cacia, propondo a criação de um eco parque. Sobre o turismo, destacou que Aveiro tem registado “crescimentos muito interessantes”, mas apontou como problema a estadia curta dos visitantes. Para os “próximos anos”, defendeu a necessidade de desenvolver novos produtos turísticos e roteiros que levem os visitantes também às freguesias do concelho. Criticando diretamente o adversário, afirmou: “Não é como aquelas propostas do livro das 100 e tal medidas que depois passam a ser 50, que mais parecem sonhos ou pesadelos”, numa referência a Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro. Apontou ainda a necessidade de uma “Agência Municipal de Investimento e Inovação”. Novamente dirigindo-se à oposição, respondeu às críticas de favorecimento: “isto é para colocar os amigos”. “Esta é totalmente uma crítica que desqualifica totalmente quem a fez, é de uma falta completa de visão estratégica não perceber que criamos uma estrutura dedicada à captação de investimento. (…) Temos um braço estendido da Administração Municipal para ir à pesca, à procura, de forma ativa, de mais investimento no nosso município”, justificou. No seguimento, Luís Souto de Miranda apontou também que a “Aveiro Tech City” é para “continuar” sublinhando que o partido pretende “incentivar este tipo de indústrias, de alta qualidade, de qualificação de emprego e de emprego bem remunerado”. “Portanto, é preciso criar e desenvolver áreas de acolhimento empresarial que deem gosto. (…) É preciso criar condições para retermos os talentos”, continuou. Entre as propostas, destacou ainda o ex-centro de saúde mental de São Bernardo, um edifício do Estado atualmente abandonado. “Nós temos ideias para esse edifício e, seguindo aqui o princípio da subsidiariedade, eu apelo muito (…) a este governo (…) com um ministério para eliminar as burocracias”, referiu, salientando que “é necessário que o Estado confie nas autarquias”. Apontou também a necessidade de um novo quartel da GNR “numa localização adequada” e a construção de habitação a custos controlados. Face às medidas apresentadas, Manuel Castro Almeida, que tinha o programa eleitoral da ‘Aliança’ na mão e o lia alguns pontos no momento, comentou que o candidato estava no “bom caminho” e referiu que, da sua experiência, o melhor cargo que ele poderia ter seria justamente o de presidente de Câmara. Numa intervenção centrada principalmente na economia nacional, o ministro, que também detém a pasta da Coesão Territorial, falou ainda sobre os municípios, defendendo, tal como o candidato, entre outros, a criação de espaços para os jovens desenvolverem os seus projetos e a descentralização, incluindo a transformação de edifícios públicos abandonados em habitação pública.
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Chega-Aveiro defende novas medidas de apoio aos bombeiros do Município
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Centro de Saúde da Gafanha da Nazaré vai funcionar em instalações provisórias
A solução, diz a CMI, vai acelerar o avanço da obra, o que vai ajudar a recuperar dos contratempos que resultam da deslocação de um cabo da E-Redes. Nesse sentido, fica garantido o cumprimento dos prazos previstos no âmbito do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A Câmara Municipal aprovou também na mesma sessão uma ligeira ampliação dos monoblocos já instalados na obra de requalificação e ampliação do Centro de Saúde de Ílhavo. A intervenção vai permitir que ambas as Unidades de Saúde possam funcionar nas instalações provisórias sem que sejam afetadas pelos constrangimentos que resultam do ruído das obras. No edifício atual, nesta fase, apenas vai continuar a funcionar o piso zero. Quando a intervenção dos pisos superiores terminar, os monoblocos passam a dar resposta aos serviços do piso zero.