Diogo Soares Machado quebra silêncio sobre polémica em Aradas e ataca Luís Souto e Catarina Barreto
No frente-a-frente desta quarta-feira, promovido pela Ria – Rádio Universitária de Aveiro, o candidato do Chega à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Diogo Soares Machado, respondeu pela primeira vez ao caso que levou à saída do cabeça de lista em Aradas, depois de uma notícia do Jornal de Notícias. Ao mesmo tempo, lançou críticas a Luís Souto e à presidente da Junta de Freguesia de Aradas, Catarina Barreto, denunciando uma nova polémica em Aradas.
Redação
A polémica estalou ontem, 10 de setembro, quando o Jornal de Notícias revelou que Luís Silvano, cabeça de lista do Chega à Junta de Freguesia de Aradas, fora despedido por justa causa do INEM, em 2019, por, alegadamente, ter utilizado cartões de abastecimento da frota de ambulâncias para consumo privado. Diogo Soares Machado chegou assim ao seu primeiro frente-a-frente dos debates promovidos pela Ria com o objetivo de esclarecer os eleitores e encerrar a polémica.
“Retirou a candidatura [já] no dia 8 de setembro. Tenho aqui comigo a declaração de desistência”, afirmou, sublinhando que a decisão “não resultou da notícia do Jornal de Notícias”, mas sim de contactos diretos com o candidato. “Quando soube que este episódio iria ser divulgado e noticiado – e saliento que não tinha conhecimento de absolutamente nada, caso contrário nunca teria sido candidato – falei com ele e a decisão foi tomada de imediato. Só não foi entregue antes porque o tribunal estava fechado no sábado, mas na segunda-feira passada ficou resolvido”, explicou.
Apesar disso, o candidato do Chega frisou que “o registo criminal da pessoa em causa está completamente limpo, tanto para o exercício de funções no INEM como para o exercício de funções públicas, como ser candidato a uma junta de freguesia”, acrescentando que “em lado nenhum está escrito – nem sequer no despacho de despedimento publicado no Diário da República – que Luís Silvano roubou gasóleo”.
Assumindo a responsabilidade política, Diogo Soares Machado afirmou: “Alguma coisa tem de haver… A partir do momento em que leio o despacho que diz ‘por justa causa’, para mim o caso fica arrumado. Eu não fujo às minhas responsabilidades: assumo-as todas.”
O candidato garantiu ainda que “a direção nacional do partido está a avaliar se há ou não fundamento para que ele deixe de ser militante”.
Diogo Soares Machado aponta o dedo a Luís Souto, Catarina Barreto e ao atual tesoureiro da Junta de Aradas
Depois de esclarecer todos os passos que seguiu assim que tomou conhecimento da polémica, Diogo Soares Machado procurou não só encerrar o caso que afetou a candidatura do Chega em Aradas, apresentando-se como responsável pela decisão de afastar o candidato, mas também inverter o foco do debate político e apontar baterias a Luís Souto, candidato à CMA da coligação ‘Aliança com Aveiro’, bem como a Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia de Aradas e recandidata a um novo mandato.
“Há outros casos aqui na terra que não têm tido a cobertura que o caso do Chega teve”, atirou. Em concreto, questionou o silêncio de Luís Souto perante uma sentença recente contra a Junta de Aradas. “O que tem a dizer sobre o despacho do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, de 13 de julho de 2025, que condena a Junta e a sua presidente Catarina Barreto a entregar documentos que deveriam ser públicos e que nunca entregou?”, perguntou.
O candidato denunciou ainda uma nova polémica em Aradas: “No dia 3 de agosto instei a presidente de Junta e Luís Souto a explicarem todo o dossier ligado a Aradas. Não é só a senhora presidente, é também o atual tesoureiro, que foi reformado compulsivamente em 2004 e continua [em funções no Executivo]! Porque é que se trata o Chega de uma maneira e os outros de outra?”
Diogo Soares Machado referia-se a Danilo Almeida, atual tesoureiro na equipa de Catarina Barreto e presidente da Direção dos Bombeiros Velhos de Aveiro. No documento que disponibilizou à Ria e que consta do “Apêndice n.º 73 - II Série - n.º 101 - 25 de maio de 2005” do Diário da República, pode ler-se que o tesoureiro da Junta de Aradas foi de facto “aposentado compulsivamente”, na sequência de uma deliberação do conselho de administração dos Serviços Municipalizados da Câmara Municipal de Aveiro.
Nesse mesmo documento, verifica-se que o aviso surge “nos termos e para os efeitos do estabelecido no n.º 2 do artigo 70.º do Decreto-Lei n.º 24/84”. Trata-se do “Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local”, o que significa que a aposentação compulsiva resultou de uma sanção disciplinar. Já a norma citada prevê a publicação obrigatória em Diário da República de todas as penas disciplinares graves.
Perante este cenário de “aposentação compulsiva” que, tal como o despedimento por justa causa do ex-candidato do Chega em Aradas, resulta igualmente de uma pena disciplinar, Diogo Soares Machado quer que o candidato da ‘Aliança com Aveiro’ esclareça se vai seguir o mesmo caminho e afastar o atual tesoureiro. “É preciso que Luís Souto venha dizer se mantém ou não a confiança naquela senhora e naquela equipa”, desafiou.
Sem meias medidas, vai mais longe e afirma mesmo que Luís Souto não tem capacidade para assumir que Catarina Barreto não pode ser candidata “por não entregar documentação que devia ser transparente, como descontos para a ADSE ou despesas de representação”. Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, o movimento independente ‘Sentir Aradas’, candidato à Junta de Freguesia, quer ver esclarecida uma denúncia segundo a qual Catarina Barreto estaria inscrita na ADSE – o subsistema de saúde da Administração Pública – e teria, alegadamente, beneficiado de descontos que lhe permitiram reduzir substancialmente os custos de um tratamento médico.
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Autárquicas: Debate autárquico junta BE e PAN esta quinta-feira na Ria
A sessão desta quinta-feira contará com a presença dos dois candidatos à Câmara Municipal de Aveiro: João Moniz pelo BE e de Ana Rita Moreira pelo PAN. João Moniz, tem 35 anos, é natural da freguesia da Glória, doutorado em Ciência Política pela Universidade de Aveiro e trabalha como investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.Para além da carreira académica, tem um percurso de ativismo social, especialmente na luta pela habitação acessível. É coordenador do movimento "Casa para Viver" no distrito, tendo organizado várias manifestações sobre o tema em Aveiro nos últimos anos. Foi ainda eleito para a Assembleia de Freguesia em Esgueira em 2017 e para Assembleia Municipal de Aveiro em 2021. Ana Rita Moreira tem 24 anos, é formada em sociologia pela Universidade da Beira Interior, encontrando-se a desenvolver o seu doutoramento em Gerontologia e Geriatria, no âmbito do programa doutoral do ICBAS-Universidade do Porto/Universidade de Aveiro, com um projeto focado na solidão das pessoas idosas, dando continuidade ao tema do seu mestrado. Atualmente residente e a realizar um estágio profissional na sua área de especialização em Águeda, a candidata é membro da Comissão Política Distrital de Aveiro do PAN, sendo também associada da Associação Nacional de Gerontólogos. O frente-a-frente de hoje [entre o PAN e o PS] terá início pelas 20h30 e poderá ser acompanhado pelo Facebook e pelo Youtube da Ria. O próximo encontro acontece já na próxima segunda-feira, 15 de setembro, no mesmo horário e nos mesmos moldes, e juntará os candidatos do Chega (CH) e da Coligação Democrática Unitária (CDU). Os debates irão abordar questões sobre a atualidade da campanha, perguntas temáticas em áreas como habitação, urbanismo, mobilidade, transportes, turismo, educação, economia, empresas, inovação, ambiente, espaço público, saúde, ação social, educação, desporto e cultura, bem como questões sobre governabilidade na Câmara e na Assembleia Municipal. Todos os tempos serão cronometrados e iguais para cada candidatura, garantindo equilíbrio no confronto de ideias. Tal como noticiado pela Ria, durante quatro semanas, os candidatos às eleições autárquicas em Aveiro vão confrontar-se em duelos diretos, com 45 minutos de duração, e em debates alargados, com 90 minutos. Dos debates frente-a-frente, dos partidos com assento na AM, apenas Luís Souto de Miranda, candidato da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM), não estará presente. Serão ainda realizados dois debates alargados: um no dia 29 de setembro, pelas 20h30, com todos os partidos com assento na AM (‘Aliança com Aveiro’, Partido Socialista, PAN, Bloco de Esquerda, Chega e CDU), e outro no dia seguinte, à mesma hora, com todos os partidos sem assento na AM (Iniciativa Liberal, Livre e Nós, Cidadãos!).
PS apresenta candidatura em São Bernardo e critica estagnação da freguesia e gestão da ‘Aliança’
Na sua intervenção, André Ferreira começou por recordar algumas das memórias que fazem de São Bernardo a sua “casa” e o seu “lar”. Referindo-se à freguesia, destacou o seu potencial enquanto “polo de crescimento e desenvolvimento”, mas reconheceu que, “nos últimos anos”, esse dinamismo tem vindo a perder força. “Sentimos uma estagnação que não corresponde à nossa história. É como se a freguesia tivesse parado no tempo, e eu não me conformo com esta realidade”, afirmou. Com 41 anos, André Ferreira é técnico superior de Justiça. Em 2021 integrou, como número três, o movimento independente São Bernardo Mais e Melhor (SB-MM), pelo qual foi eleito vogal na Assembleia de Freguesia, cargo que ainda exerce. Nas últimas autárquicas, a coligação 'Aliança com Aveiro' venceu em São Bernardo com 53,61% dos votos e seis mandatos, seguida do SB-MM com 29,02% e três mandatos. O PS não teve representação direta. O candidato justificou agora a sua candidatura com um “compromisso para fazer com que São Bernardo volte a ser um exemplo de prosperidade”, assumindo como áreas prioritárias da sua ação a cultura e o desporto. “São os pilares que constroem a identidade, que unem as gerações e oferecem aos nossos jovens um futuro com mais oportunidades”, reforçou. No que respeita à cultura, entre as medidas apresentadas por André Ferreira destaca-se a construção de um Centro Cultural e Cívico, pensado para valorizar o associativismo e reforçar a identidade da freguesia. “Um lugar onde a criatividade não tenha barreiras, onde o crescimento seja livre e acessível, onde a nossa história e a nossa herança sejam celebradas”, explicou. Segundo o candidato, o espaço deverá assumir-se como um polo de formação e convívio. “Um centro cultural e cívico é uma promessa de que a cultura será mais do que um passatempo.Será a forma como as nossas crianças e jovens crescerão e aprenderão, rodeados de arte, música e conhecimento, em conjunto”, continuou. Entre as propostas, destacou ainda a construção da sede da Associação Musical e Cultural de São Bernardo, questão que classificou como “uma ferida aberta na comunidade há mais de duas décadas”. No campo do desporto, André Ferreira considerou o Centro Desportivo de São Bernardo um “bastião” não só da freguesia, mas também “de toda a cidade de Aveiro”, assumindo o compromisso de continuar a apoiar a sua atividade. Relativamente às infraestruturas, manifestou a vontade de promover uma “freguesia moderna e acessível”, com “ruas seguras, espaços verdes cuidados e um ambiente onde todos se sintam bem-vindos”. Sobre os desafios do crescimento, apontou em particular a questão do trânsito, que considera uma prioridade a enfrentar. Para tal, sugeriu a construção de uma avenida entre a Igreja Paroquial e o Pavilhão de São Bernardo com ligação à Estrada Nacional 235, apelando à estreita articulação do Município. Sobre a nova via, acrescentou: “Vai alavancar o desenvolvimento da freguesia ao criar uma nova via de acesso abrindo as portas para novos tipos de habitação, comércio, indústria, o que significa mais emprego, mais dinamismo económico e mais opções para as nossas famílias”. O candidato abordou ainda a situação do antigo Centro de Saúde Mental de São Bernardo, que se encontra “há mais de 20 anos” ao abandono, destacando a necessidade de intervenção nesta infraestrutura. “Mais de 20 anos de promessas e de oportunidades perdidas. Este é um símbolo da inércia, de um problema que foi ignorado e que se tornou uma ferida na nossa freguesia”, atirou. “Não podemos esperar mais”, apelou André Ferreira. Sobre o futuro do espaço, acrescentou que ele poderá ter um novo propósito, seja para “serviços de saúde ou habitação social”. “O importante é que deixe de ser um problema para ser uma oportunidade”, exprimiu. André Ferreira enfatizou também o desafio da mobilidade, defendendo negociações com a Câmara de Aveiro e as empresas de transportes. “O alargamento dos horários, uma maior frequência e horários mais flexíveis dos transportes públicos são essenciais para que mais pessoas possam deixar o carro em casa, reduzindo o trânsito e contribuindo para um ambiente mais limpo”, explicou. O candidato socialista garantiu ainda que a criação de “mais e melhores espaços de lazer” será outra das prioridades da sua candidatura, apontando como destaque a requalificação da zona do parque da freguesia. Nesse sentido, propôs a criação de “balneários e casas de banho públicas no parque para que se torne um local mais aprazível e de mais fácil utilização para todos”. O candidato adiantou ainda a intenção de abrir ao público um espaço dedicado aos animais. “Neste ponto tenho de dizer que já está construído embora pouca gente saiba, mas está.Só que foi deixado ao abandono sem água canalizada, (…) com ervas daninhas maiores do que os equipamentos, embora me tenham dito à entrada que esta semana foram cortadas as ervas”, expôs. Quanto ao bem-estar animal, o candidato defendeu a necessidade de promover campanhas de sensibilização para a adoção e contra o abandono, bem como medidas de apoio à esterilização de animais de rua. No Centro Paroquial, deixou também a convicção de que se poderão desenvolver programas de mentoria e atividades conjuntas entre gerações. “Juntos podemos construir uma freguesia mais solidária, onde ninguém é deixado para trás. É tempo”, sublinhou. Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, aproveitou a deixa para recordar que “ninguém fica para trás” é o “lema” e a “matriz” do PS. Referindo-se ao antigo Centro de Saúde Mental, o candidato socialista considerou que se trata de uma frustração sua, do presidente Hélio Maia e, possivelmente, “também uma frustração do presidente Ribau Esteves”. “É um caso flagrante de inépcia e incompetência do Estado na gestão do seu património”, admitiu. “Está ali há 25 anos, meço as minhas palavras, fechado. A única coisa que mudou foi que o entaiparam. É a única coisa que mudou”, concretizou. Alberto Souto de Miranda sugeriu que o equipamento seja aproveitado para fins de “utilidade social”, como residências universitárias ou apartamentos T0 e T1. “Porque não termos ali um complexo residencial para jovens ou menos jovens? Uma unidade de cuidados continuados, mantendo a tradição do edifício ligado à saúde, é outra possibilidade. Enfim, muitas utilizações aquele imóvel pode ter”, apontou. Aproveitando também a construção da nova avenida em São Bernardo, o candidato do PS afirmou que o partido pretende promover uma “revolução em São Bernardo”. “Nós vamos refundar São Bernardo, no sentido de que, como já foi referido, tem estado estagnada, parada”, sublinhou. “No início desta sessão, até o chamei à parte: ‘Oh André, confirma aqui, na verdade não se fez nada nos últimos quatro anos ou nos últimos 12 anos em São Bernardo? Ou está-me a escapar alguma coisa?’ E ele disse: ‘Não, não se fez nada’”, partilhou. O candidato aproveitou ainda para reforçar a importância de uma “rede municipal de passeios”, esclarecendo que não utilizará calçada portuguesa, mas sim “pisos equivalentes às ciclovias, que se conseguem construir 500 metros num dia, muito mais rápido, muito mais barato e muito menos deteriorável”. “Nós vamos fazer isso também em São Bernardo”, assegurou. Para as freguesias de “São Bernardo, Santa Joana e Cacia”, deixou ainda a intenção de criar pistas cicláveis seguras e segregadas, onde seja fácil e seguro circular de bicicleta. Na ocasião, aproveitou também para criticar diretamente Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança Com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM), a propósito do debate sobre educação que decorreu na passada segunda-feira, 8 de setembro, no Auditório do Conservatório de Música de Aveiro. “Eu nunca andei a lardear o meu currículo, mas o candidato da Aliança lembrou que era professor, que já tinha dado aulas B, (…) e meus amigos (…) com tantas aulas que assistiu no debate (…) só teve uma ideia sobre o projeto educativo para Aveiro: Conferir autonomia aos professores para comprarem o papel higiénico, os parafusos e os tinteiros”, comentou. Referindo-se às “caneladas” de Luís Souto, que alegadamente o acusaram de querer “parar tudo” nos casos da Escola Secundária Homem Cristo e do Conservatório de Música, o candidato respondeu: “Nem uma coisa nem outra”. “Não vale a pena lançar boatos nesta campanha eleitoral. Eu não quero parar uma escola nem outra. Eu quero é parar dois erros que se vão cometer nas duas escolas”, sublinhou. No seguimento, acrescentou ainda que o “futuro não é demolir a casa do CERCIAV [Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Aveiro]”. Recorde-se que o candidato socialista avançou com uma providência cautelar para impedir a demolição da antiga moradia situada junto ao Conservatório de Música de Aveiro. Apesar de, na altura, ter sido suspensa a execução da obra no dia 2 de setembro, a Câmara Municipal de Aveiro comunicou que os atos relacionados com a requalificação e ampliação do Conservatório - Calouste Gulbenkian iriam prosseguir conforme o previsto, depois de “duas decisões favoráveis” ao Município, recebidas formalmente a 1 de setembro. Sobre a Escola Secundária Homem Cristo referiu que se tiver de existir um novo edifício que se preserve a “vocação inicial com que nasceu aquela escola”. “Em segundo, o novo edifício não pode ser meter o Rossio na betesga como querem fazer, encavalitando-o em cima da João Afonso de Aveiro, cortando árvores e avançando para cima da estrada”. “Não nos podemos conformar”, vincou.
PS apresenta candidatura à Junta de Cacia esta tarde
De acordo com a nota, a sessão serve para que a população conheça as propostas e a visão da candidatura para o futuro da freguesia. O cabeça-de-lista, de 26 anos, é técnico de mecatrónica e “quer agora acrescentar à sua vida a nobre responsabilidade de cuidar das gentes de Cacia”. Recorde-se que, como foi noticiado pela Ria, a candidatura do PS a Cacia foi alvo de contestação interna no partido. Em junho, chegou a ser falada a possibilidade de Rui Soares Carneiro, vereador eleito pelo PS, encabeçar uma candidatura independente à freguesia, mas o autarca descartou a hipótese.
Autárquicas: Bloco de Esquerda lança 11 medidas para transformar Aveiro
“Com estas 11 medidas, o Bloco de Esquerda [BE] propõe dar uma volta de 180 graus a Aveiro. É uma agenda de transformação radical que rompe com anos de políticas feitas à medida de interesses privados”, refere um comunicado da candidatura liderada por João Moniz às eleições autárquicas. Os bloquistas dizem que as medidas agora divulgadas respondem a problemas estruturais da cidade e do concelho e apontam soluções concretas para “inverter um modelo de governação que tem privilegiado interesses privados em detrimento do bem comum”. Entre estas medidas está a construção de um parque habitacional público em Aveiro para arrendamento a custos controlados para a classe média e a reserva de 25% dos apartamentos em grandes empreendimentos para arrendamento a custos controlados. Os bloquistas defendem também a regulação da hotelaria e do alojamento local, afirmando que, com o Bloco, “não haverá hotéis no Cais do Paraíso nem nos terrenos da antiga Lota”, e propõem também a criação de uma taxa municipal turística de dois euros por dormida. Outras medidas são a criação de uma empresa intermunicipal de transportes na região de Aveiro capaz de garantir um serviço público qualificado, com mais oferta e preços mais acessíveis, a construção e gestão de uma rede pública de creches e de lares e a construção do canil municipal. A criação de novos parques verdes na cidade e nas freguesias e de um Parque Natural que integre as atuais áreas protegidas da Ria de Aveiro, das Dunas de São Jacinto, da Pateira e do Rio Vouga, a criação de gabinetes municipais de atendimento, apoio e encaminhamento das vítimas de violência doméstica e a criação de um verdadeiro orçamento participativo, bem como a realização de assembleias de auscultação anuais em cada freguesia, também fazem parte desta lista. “O Bloco de Esquerda quer devolver o município às pessoas, garantir que o espaço público é de todos, travar a especulação imobiliária e enfrentar a crise climática e social com coragem. Estas medidas são o caminho para fazer de Aveiro um concelho mais justo, inclusivo e sustentável, onde a vida das pessoas vale mais do que os lucros de poucos”, lê-se na mesma nota. O Bloco diz que estas medidas fazem parte de um programa de governo completo para Aveiro que será apresentado na íntegra na segunda-feira. Além de João Moniz (BE), também concorrem às eleições autárquicas em Aveiro Alberto Souto (PS), Luís Souto (coligação PSD/CDS-PP/PPM), Miguel Gomes (IL), Isabel Tavares (CDU), Bruno Fonseca (Livre), Diogo Machado (Chega), Paulo Alves (Nós, Cidadãos!) e Ana Rita Moreira (PAN). A Câmara de Aveiro é atualmente liderada pelo social-democrata José Ribau Esteves, que, no seu terceiro mandato, integra o executivo com outros cinco eleitos da coligação PSD/CDS-PP/PPM e ainda três vereadores da parceria PS/PAN. As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.
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Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, aproveitou a deixa para recordar que “ninguém fica para trás” é o “lema” e a “matriz” do PS. Referindo-se ao antigo Centro de Saúde Mental, o candidato socialista considerou que se trata de uma frustração sua, do presidente Hélio Maia e, possivelmente, “também uma frustração do presidente Ribau Esteves”. “É um caso flagrante de inépcia e incompetência do Estado na gestão do seu património”, admitiu. “Está ali há 25 anos, meço as minhas palavras, fechado. A única coisa que mudou foi que o entaiparam. É a única coisa que mudou”, concretizou. Alberto Souto de Miranda sugeriu que o equipamento seja aproveitado para fins de “utilidade social”, como residências universitárias ou apartamentos T0 e T1. “Porque não termos ali um complexo residencial para jovens ou menos jovens? Uma unidade de cuidados continuados, mantendo a tradição do edifício ligado à saúde, é outra possibilidade. 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Apesar de, na altura, ter sido suspensa a execução da obra no dia 2 de setembro, a Câmara Municipal de Aveiro comunicou que os atos relacionados com a requalificação e ampliação do Conservatório - Calouste Gulbenkian iriam prosseguir conforme o previsto, depois de “duas decisões favoráveis” ao Município, recebidas formalmente a 1 de setembro. Sobre a Escola Secundária Homem Cristo referiu que se tiver de existir um novo edifício que se preserve a “vocação inicial com que nasceu aquela escola”. “Em segundo, o novo edifício não pode ser meter o Rossio na betesga como querem fazer, encavalitando-o em cima da João Afonso de Aveiro, cortando árvores e avançando para cima da estrada”. “Não nos podemos conformar”, vincou.
Emanuel Vieira é o candidato do Chega a Estarreja
Caso seja eleito, Emanuel Vieira assume que vai “combater a má gestão e garantir a transparência e uso responsável dos impostos”. Um dos objetivos passa por garantir que os fundos europeus e nacionais são direcionados para a melhoria da qualidade de vida das pessoas de Estarreja. A saúde também está entre as principais preocupações do candidato, que promete vir a assegurar o funcionamento do atendimento no Hospital Visconde de Salreu “24 horas por dia, sete dias por semana”. Da mesma forma, afirma que vai melhorar as condições físicas da unidade hospitalar. Ainda no campo da saúde, aponta à necessidade de criar uma rede de apoio hospitalar na região que permita um acesso mais próximo à saúde. Na sua visão, a medida também ajudaria a aliviar a pressão que se sente nos hospitais em Aveiro e Coimbra. A pensar na habitação, o cabeça-de-lista do Chega propõe mais apoios para a recuperação de imóveis degradados, “incluindo incentivos fiscais (IMI) e apoio à instalação de energias renováveis”. Para aumentar o volume de construção, Emanuel Vieira sugere que se “agilize e desburocratize os processos de documentação e licenciamento para construção ou reconstrução de habitações, “que atualmente demoram meses ou anos”. No entender do candidato, o Município não deve funcionar como “empreendedor diretor”, mas sim assumir um papel regulador e facilitador de investimentos privados. Por isso, acredita que a autarquia deve dinamizar a economia local através da atração de visitantes e do consequente apoio ao comércio. Recorde-se que à Câmara Municipal de Estarreja são também candidatos Marisa Macedo, do movimento independente "Estarreja Mais Forte", Manuel Almeida, do PS, Isabel Simões Pinto, candidata incumbente que se candidata pela coligação de forças entre PSD e CDS, e Fernando Saramago, da CDU.
PS apresenta candidatura à Junta de Cacia esta tarde
De acordo com a nota, a sessão serve para que a população conheça as propostas e a visão da candidatura para o futuro da freguesia. O cabeça-de-lista, de 26 anos, é técnico de mecatrónica e “quer agora acrescentar à sua vida a nobre responsabilidade de cuidar das gentes de Cacia”. Recorde-se que, como foi noticiado pela Ria, a candidatura do PS a Cacia foi alvo de contestação interna no partido. Em junho, chegou a ser falada a possibilidade de Rui Soares Carneiro, vereador eleito pelo PS, encabeçar uma candidatura independente à freguesia, mas o autarca descartou a hipótese.