SASUA abre candidaturas ao alojamento para o próximo ano letivo com previsão de até “800 camas”
As candidaturas ao alojamento nas residências universitárias da Universidade de Aveiro (UA) para o ano letivo 2025/2026 já estão oficialmente abertas. Apesar das obras em curso no Campus de Santiago e do Crasto, João Ribeiro, diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA), antecipa que estarão disponíveis, no próximo ano letivo, “entre 700 e 800 camas”, um número semelhante ao do ano anterior.
Redação
Estão oficialmente abertas as candidaturas ao alojamento nas residências universitárias da Universidade de Aveiro (UA) para o ano letivo 2025/2026. Os estudantes que já se encontram alojados em 2024/2025 e pretendem renovar o seu lugar devem submeter a candidatura até “31 de julho de 2025”. Os resultados serão comunicados por email institucional até “30 de agosto”, conforme se lê no site da UA.
A candidatura é realizada através de formulário próprio, disponível online. Os estudantes que apresentem o pedido depois da data-limite serão colocados em lista de espera, ficando sujeitos à existência de vagas. Os estudantes realojados manterão o quarto ou residência, desde que não haja impedimentos ou pedido de mudança indicado no formulário.
Em entrevista à Ria, João Ribeiro, diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA), admite que a procura pelo alojamento poderá ser ainda “maior” este ano, acompanhando o aumento geral dos pedidos de apoio social. “Este ano, ultrapassámos os 4600 pedidos. (…) A universidade está cada vez mais a ser procurada por estudantes deslocados (…) e, com isso, é expectável que haja também um aumento do número de pedido de apoios sociais, onde se inclui o alojamento”, afirmou.
Do total de pedidos recebidos, cerca de “1500 estudantes” solicitaram alojamento para este ano letivo. Questionado sobre a possibilidade de haver mais camas disponíveis no ano letivo de 2025/2026, João Ribeiro explica que “há várias variáveis” envolvidas, mas a expectativa é de que a redução na oferta “não seja significativa” em relação à atual, que conta com “cerca de 800 camas disponíveis”. “O campus de Santiago está em renovação com vários edifícios. Nós neste momento já temos a libertação de um edifício concluído que é o Bloco A1 e há três blocos que é expectável que sejam libertados porque estão a ser intervencionados (…) até ao início do ano letivo. No entanto, há outros quatro que vão ser intervencionados a partir de agora e, portanto, é admissível que não estejam disponíveis no início do ano letivo”, explicou.
Ainda assim, João Ribeiro partilhou que a expectativa é que no próximo ano estejam disponíveis entre “700 e 800 camas”. “É também expectável — embora sem garantias — que pelo menos um dos edifícios das novas residências no Crasto esteja concluído e disponível no último trimestre do ano”, acrescentou.
A possibilidade de recorrer novamente à Pousada da Juventude para reforço da oferta também está em cima da mesa. “Esse mecanismo, a manter-se, iremos recorrer a ele, seguramente”, garantiu o diretor delegado dos SASUA. Recorde-se que este ano, de forma excecional, foram disponibilizadas 22 camas adicionais em Aveiro no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, através de protocolos com a Movijovem e o INATEL. No total, esse plano disponibilizou 706 camas, sendo 603 em pousadas da juventude.
O diretor delegado dos SASUA lembrou ainda que os estudantes que não obtenham vaga em residência universitária poderão recorrer ao complemento de alojamento, apresentando contrato e recibos de arrendamento aos SASUA. A UA espera ainda poder firmar acordos com o setor privado, no chamado “eixo 2” da linha de financiamento para as Instituições de Ensino Superior, embora ainda sem confirmações definitivas.
Recorde-se ainda que para os novos estudantes, a candidatura ao alojamento só deverá ser feita após a publicação dos resultados do concurso nacional de acesso e matrícula na UA. Já os estudantes internacionais e de mobilidade (Erasmus) que pretendam alojamento devem contactar a Divisão Internacional da UA: [email protected].
Recomendações
Aveirense Fernando Ramos reconduzido na reitoria da Universidade Portucalense
Do seu trabalho ao longo do primeiro mandato, Fernando Ramos destaca “o crescimento muito expressivo do número de estudantes que se candidatam, e frequentam, os ciclos de estudos da Universidade Portucalense, a criação da Portucalense Business School, que atua na área da formação executiva, e a avaliação de todas as unidades de investigação da Universidade, pela FCT, com a classificação Muito Bom. Foram e serão, sem dúvida, tempos de mudança e crescimento, com qualidade credenciada e demonstrada”. O especialista em Digital Media, eLearning e Educação à Distância foi docente, de investigador, coordenador científico e diretor no Departamento de Eletrónica e Telecomunicações, no Departamento de Comunicação e Arte e no Centro de Multimédia e de Ensino a Distância da Universidade de Aveiro (UA). Fernando Ramos tem também no currículo um longo historial de participação em diversos projetos como consultor internacional, nomeadamente em colaboração com várias instituições de Ensino Superior dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Lorosa’e. Nascido em 1956, o professor nasceu e fez toda a sua formação escolar e universitária na cidade de Aveiro.
Aveiro Smart Business abre recrutamento a estudantes da UA até este domingo
A associação tem como missão, segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, aproximar o meio académico do tecido empresarial, oferecendo aos estudantes a possibilidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos ao longo da formação académica. O processo de recrutamento decorre até este domingo, 28 de setembro, e está aberto a todos os estudantes da UA. As candidaturas devem ser submetidas através do formulário online disponível aqui. No âmbito da sua atividade, a ASB promove também esta quinta-feira, 25 de setembro, pelas 18h00, uma formação online sobre “Entrevistas de Emprego – Postura e Boas Práticas”, ministrada pela EY, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo. A sessão é gratuita, inclui certificação e mantém as inscrições abertas até ao início da formação, aqui .
Inscrições terminam hoje para a 4.ª Corrida Solidária da AAUAv, que acontece já este sábado
O programa arranca às 9h30 com um aquecimento, seguido da corrida e caminhada, às 10h00, num percurso desenhado em torno da Universidade de Aveiro. As inscrições decorrem até esta quarta-feira, 24 de setembro, através da plataforma Lap2Go. Por cada inscrição, um euro reverte a favor da Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Aveiro (CERCIAv), contribuindo para a aquisição de uma carrinha adaptada. Numa nota enviada às redações, a AAUAv apela “à participação de toda a comunidade académica e da população aveirense, reforçando que cada inscrição representa um passo solidário em prol da inclusão”. Esta edição conta com o apoio da UA, da Câmara Municipal de Aveiro, da Lap2Go, da Finger Food, da Civilria Run Club e da Magal, entidades que se associam à causa e à sua concretização.
GrETUA estreia rubrica “Fora do Armário” com conversa sobre a ‘flânerie’
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a primeira edição do “Fora do Armário” será dedicada ao tema “A Flânerie: dos livros às outras artes” e procurará “debruçar-se sobre esta figura icónica da poesia do século XIX para explorar o gesto de caminhar e deambular pela cidade enquanto prática literária e artística”. O convidado desta edição será Diogo Marques, investigador do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e do CODA - Center for Digital Culture and Innovation da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A conversa contará ainda com sugestões de leitura do “catálogo da livraria-armário que o GrETUA mantém em parceria com a snob e por leituras de textos selecionados”. A entrada é gratuita. A nova rubrica ficará ainda, posteriormente, disponível em formato podcast.
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Luís Souto diz “não esquecer” que Montenegro foi apoiante da candidatura “desde a hora menos um”
Foi como “companheiro” que o candidato da “Aliança” se dirigiu ao presidente do PSD. Na introdução do discurso que proferiu ao almoço, no Hotel Imperial, já depois de percorrida a Avenida Lourenço Peixinho, Luís Souto garantiu que vai guardar para o resto da vida o apoio do presidente do partido “desde a hora menos um”. Recorde-se que a decisão da estrutura nacional do PSD de optar por Luís Souto de Miranda para encabeçar a luta pela Câmara aveirense esteve longe de ser consensual - seguiram-se uma série de demissões das estruturas internas, entre as quais a de Ribau Esteves, que criticou também a opção numa série de entrevistas a órgãos de comunicação social locais, regionais e nacionais. Na altura disse que o candidato “não tinha perfil” para ser presidente da autarquia, nem “nenhuma experiência de gestão”, e que a derrota era uma “possibilidade objetiva”, mas, entretanto, já recuou no discurso e garante que “não há dúvidas de que Luís Souto é o melhor candidato”. Já inserido na campanha, Ribau Esteves fez a arruada ao lado da coligação, mas não ficou para o almoço. Na sede de campanha, o autarca saudou a presença de Luís Montenegro e disse que a mobilização de todos é “fundamental” para que, no dia das eleições, “não tenhamos nenhuma retroescavadora a entrar pela nossa terra dentro, andando para trás no tempo e partindo com aquilo que andámos a fazer”. Na mesma senda, Luís Souto garantiu “perfeita sintonia” com a política do Governo. Identificou-se como “reformista” e não deixou de agradecer a presença do presidente da Câmara na iniciativa de campanha. Montenegro começou por referir-se aos “valores de Aveiro”, como diz ser o caso da democracia, da inovação, da capacidade empreendedora e da cultura. Essa marca, diz o líder do partido, acaba por muitas vezes resultar no “experimentar de coisas que no início são muito polémicas”. “O nosso presidente José Agostinho Ribau Esteves é um 'expert' nessa arte que é desafiar a comunidade para dar passos que no início até parecem muito duvidosos e depois acaba toda a gente a bater palmas”, rematou. Sobre Luís Souto, o presidente do PSD disse tratar-se de alguém com uma “paixão indisfarçável por esta terra” e com um grande “espírito de ambição”. A ideia de “olhar para a frente” foi tónica geral do discurso de Luís Montenegro, que disse que nos próximos 15 dias a coligação tem de dar tudo para esclarecer os aveirenses para “tomarem a opção correta”. A ideia, diz o dirigente, é que as pessoas não olhem para o concelho pelo retrovisor, “até porque, no caso de alguns, o retrovisor só mostra asneiras”. Antes de se fazer à rua, Luís Montenegro ainda escreveu uma frase no quadro que a ‘Aliança’ tem na sede de campanha para que os militantes “mostrem o seu apoio”. Depois do presidente do PSD pousar a caneta, podia-se ler “Esta Aliança com Aveiro é Importante para Portugal. Força Luís!!!”. No caminho, foram algumas as pessoas que pararam a comitiva para apoiar o candidato e o presidente do PSD, que também ocupa o cargo de primeiro-ministro. Sem enfrentar cidadãos especialmente revoltados, como aconteceu a Luís Montenegro na manhã deste sábado em São João da Madeira, houve quem deixasse alguns reparos à atuação da Câmara Municipal. Se Luís Montenegro respondeu que as pessoas tinham de “passar na sede de campanha para falar com o Luís”, Luís Souto garantiu que irá estar atento aos problemas levantados. A escolha da Avenida como palco para a arruada não foi inocente. Numa paragem num café, no qual Luís Souto e Ribau Esteves aproveitaram para brindar com uma cerveja, o candidato da “Aliança” aproveitou para deixar rasgados elogios à intervenção feita na avenida durante o último mandato. “A avenida, há uns anos, estava morta. As pessoas não passeavam, os prédios estavam degradados e, a partir do momento em que se fez esta intervenção houve claramente um incremento da qualidade nesta avenida”, explicou Luís. Entretanto, a chuva obrigou a que a arruada acelerasse e que as largas dezenas de apoiantes da ‘Aliança’ se dirigissem para o Hotel Imperial, onde a comitiva preencheu duas salas para o almoço. Aí, já depois de iniciada a refeição, Luís Souto foi o primeiro a falar. O candidato não deixou passar em claro o episódio ocorrido na passada segunda-feira, quando, durante a intervenção de um jornalista, este foi vaiado e vários apoiantes gritaram para que fosse para a "rua”, tendo ainda sido arremessados objetos [rebuçados] que caíram no chão e não atingiram o jornalista. Segundo afirmou, ironizando, o incidente “já foi motivo para grandes protestos” e “não sabe se já chegou à Comissão Nacional de Eleições”. Para o candidato, trata-se de “um sinal da nossa forma de estar, porque estamos de bem com a vida. Estamos alegres porque sabemos que somos portadores de um legado e temos orgulho nele”. De seguida, Luís Souto voltou a colocar-se ao lado da postura do Governo, que tem levado a cabo uma “reforma tranquila que aporta os valores do humanismo”. Esse caminho faz-se, conforme aponta, também ao recrutar elementos da sociedade civil que não estejam filiados no partido - algo pelo que diz já ter sido criticado. A pensar na esfera nacional, o candidato da “Aliança” destacou a forma como o Governo tem atuado na habitação, nomeadamente no anúncio de mexidas no Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), e no “desempoeirar” a administração pública. Como já tinha dito na apresentação do seu programa eleitoral, Luís Souto voltou também a referir que a primeira coisa que fará se for eleito para a Câmara Municipal de Aveiro será uma reunião com o Governo. Nas suas palavras, “acho inaceitável que nós possamos passear pelas ruas do nosso município e encontrar edifícios que estão há 20 anos fechados. Deem-nos esses edifícios e vão ver que vão ter solução muito rapidamente”. O candidato não terminou o discurso sem deixar uma bicada aos adversários diretos na corrida à autarquia. Como afirma que aconteceu a nível nacional, Luís Souto voltou a referir-se a uma “coligação negativa” protagonizada por PS e Chega: “populismo de direita e de extrema-direita, mas também populismo de esquerda e de extrema-esquerda, que, neste momento, o PS, corporiza sem escrúpulos de qualquer espécie”.
Autárquicas: Nuno Melo aposta em Vale de Cambra, Oliveira do Bairro e Albergaria-a-Velha
Além de Aveiro, o roteiro inclui Velas (Açores), Santana (Madeira) e Ponte de Lima (Viana do Castelo). A volta nacional de Nuno Melo arranca na segunda-feira, ainda antes do início oficial da campanha, em Vila Franca de Xira, onde a candidatura é encabeçada pelo líder parlamentar do partido, Paulo Núncio. Nesse mesmo dia, segue para Almada, com a vice-presidente Ana Clara Birrento. Na quarta-feira, o líder do CDS-PP estará em Sintra, em apoio ao candidato Maurício Rodrigues, e no dia 4 de outubro desloca-se a Viseu, onde o antigo deputado Hélder Amaral enfrenta o autarca social-democrata Fernando Ruas. Durante a primeira semana de campanha, estão ainda previstas passagens por Mondim de Basto, Leiria, Covilhã, Vieira do Minho, Vila Verde, Oliveira do Hospital e Meda. Na segunda semana estará também em Torre de Moncorvo, Vagos, Montemor-o-Novo e Sever do Vouga. Fonte oficial do partido disse ainda à agência Lusa que Nuno Melo deverá estar com o líder do PSD, e primeiro-ministro, Luís Montenegro, num jantar/comício no dia 08 de outubro, em Santarém, onde João Leite concorre pela AD. De acordo com a mesma fonte, poderão acontecer mais cruzamentos das duas campanhas e dos dois líderes, em locais onde estes partidos concorram coligados. Já em Lisboa e no Porto, não estão previstas ações do CDS-PP, uma vez que apoia as candidaturas de Carlos Moedas e Pedro Duarte, respetivamente, em coligação com PSD e IL. O encerramento da campanha está previsto para os Açores. Nesta campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro, Nuno Melo vai apostar em ações de contacto com a população e arruadas, visitas a feiras e mercados e comícios.
Portugal tem dos prazos mais restritivos no aborto e especialistas pedem revisão da lei
“Nós temos um prazo máximo de 10 semanas, o que nos vai colocar entre os países com as regras mais restritivas, a par, por exemplo, da Eslovénia, enquanto a maioria dos outros países europeus estabelece limites de 12, 14 ou mais [semanas], disse à Lusa a presidente da SPDC, Amália Pacheco, a propósito do Dia Mundial do Aborto Seguro, que se celebra no domingo. Para a médica ginecologista, esta situação revela “a necessidade urgente” de rever neste momento a legislação portuguesa, alinhando-a com “toda a evidência científica”, as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e os compromissos assumidos a nível da Europa. “Apesar dos avanços que temos tido e que foram alcançados com a Lei n.º 16 de 2007 [que estabelece as regras para a interrupção voluntária da gravidez em Portugal], ainda persistem limitações que colocam o nosso país no 17.º lugar da classificação europeia de políticas de acesso ao aborto”, assinalou. Amália Pacheco adiantou que na reunião da SPDC, que decorre hoje e sábado em Aveiro, os especialistas vão debater e refletir sobre “a melhor maneira de aumentar o limite gestacional da IVG [interrupção voluntária da gravidez] por opção da mulher, pelo menos, para as 12 semanas”. Alertou também para a necessidade de eliminar o período obrigatório de reflexão, que pode atrasar o acesso e causar impacto negativo na saúde física e psicológica das mulheres, e simplificar os processos clínicos “É um constrangimento e muitas vezes faz com que as mulheres cheguem já numa fase tardia porque têm obrigatoriamente um período de reflexão”, disse, vincando que “as mulheres têm a sua autonomia”. Amália Pacheco salientou a importância do Dia Mundial do Aborto Seguro para relembrar que “o acesso universal a cuidados de saúde sexual e reprodutivos, onde se inclui a interrupção voluntária de gravidez, é um direito fundamental e uma condição essencial para a dignidade e a autonomia da saúde”. Na anterior legislatura, em janeiro, o parlamento debateu vários projetos da esquerda que pretendiam alargar até às 12 ou 14 semanas o prazo em que uma mulher pode interromper voluntariamente uma gravidez, mas as propostas foram chumbadas com os votos contra do CDS, PSD e Chega. Os dados mais recentes, divulgados pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), apontam um aumento de número de IVG realizadas por opção da mulher que totalizaram 17.807 em 2024, mais 5,5% em relação a 2023 e 13% face a 2022. Hoje assinala-se o Dia Mundial da Contraceção que, segundo a médica, reforça o compromisso de Portugal em promover a saúde e a educação, “com escolhas contracetivas seguras e informadas, essenciais para o bem-estar e a autonomia de cada pessoa”. Citando o último trabalho realizado sobre as práticas contracetivas, Amália Pacheco adiantou que a maioria das mulheres em Portugal faz contraceção, sobretudo uma contraceção hormonal combinada, mas também estão a aumentar todos os outros métodos contracetivos. “Mas há que mudar e melhorar algumas coisas”, disse, apontando a necessidade de aumentar a literacia em saúde, promover o bem-estar, e manter sempre o compromisso de promover a saúde e a educação para escolhas contracetivas seguras e informadas. “O país está a mudar e, inclusivamente, temos uma população que não tem acessos tão fáceis aos cuidados de saúde, não tem médicos de família, sobretudo, a população de migrantes, que têm mais dificuldade e, portanto, não tem um acesso tão direto aos cuidados de saúde”, realçou. Amália Pacheco alertou ainda para a necessidade de manter a educação sexual nas escolas: “É o nosso grande papel na educação e na promoção da saúde e no alerta também em termos das infeções sexualmente transmissíveis”.
Reitores e investigadores temem que extinção da FCT comprometa produção científica
A posição foi enviada à Presidência da República e subscrita pelos reitores das universidades de Coimbra e Minho, Amílcar Falcão e Rui Vieira de Castro, e do ISCTE, Maria de Lurdes Rodrigues, os vice-reitores para a investigação da Universidade de Lisboa e do ISCTE, Cecília Rodrigues e Jorge Costa. Do lado dos investigadores, assinam também o presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, Manuel Sobrinho Simões, e Mário Figueiredo, do Instituto de Telecomunicações. Em causa está a reforma em curso no Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) e a criação da Agência de Investigação e Inovação (AI2), que vai integrar as competências até agora da FCT e da Agência Nacional de Inovação (ANI). A extinção da FCT tem sido particularmente polémica e na posição enviada à Presidência da República, onde o decreto-lei do Governo aguarda promulgação, os reitores e investigadores deixam críticas ao que consideram ser uma “rutura radical” e à forma como o executivo conduziu o processo. “Existe na comunidade científica um consenso sobre a necessidade de melhorar o funcionamento das agências financiadoras (FCT e ANI), bem como de melhorar os mecanismos de valorização do conhecimento junto das empresas e dos organismos públicos. Porém, os problemas reconhecidos não justificam a medida radical da extinção da FCT”, argumentam, no texto a que a Lusa teve acesso. Sublinhando que as duas entidades têm missões distintas, os subscritores afirmam que a sua integração numa agência única “não encontra respaldo nas recomendações ou nas práticas internacionais” e temem que comprometa a produção de conhecimento científico. Apesar de o decreto-lei que cria a AI2 ter sido aprovado em Conselho de Ministros no início do mês de setembro, não são ainda conhecidos detalhes sobre como a nova agência irá funcionar e, por isso, reitores e investigadores falam num processo pouco transparente, em que a comunidade científica não foi ouvida e não se conhecem os pareceres e diagnósticos que a justificam. Ainda assim, fazem referência a um parecer do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), publicado em agosto, que dizem conter as bases conceptuais da reforma, mas no qual identificam várias lacunas. De acordo com os subscritores, o parecer em causa não fundamenta os problemas identificados, como a alegada fragmentação do sistema científico nacional, nem refere as características da economia portuguesa, tendências de transformação ou o subfinanciamento da Investigação e Desenvolvimento (I&D), abaixo da meta de 3% do PIB. Por outro lado, acrescentam que o relatório do CNCTI faz menção à avaliação do European Innovation Scoreboard de 2025, que classifica Portugal como país “inovador moderado”, sem referir as fragilidades apontadas, como o défice de investimento em I&D do setor público e das empresas ou, pelo contrário, o elevado apoio do Estado às empresas através de benefícios fiscais em I&D. Os reitores e investigadores levantam igualmente dúvidas jurídico-administrativas quanto à transferência para uma entidade do setor empresarial das competências do Estado exercidas pela FCT, que é atualmente um instituto público. Numa reunião recente entre a tutela e diretores de unidades de investigações, o MECI esclareceu que a nova agência seguirá o modelo de governança da ANI (uma sociedade anónima), com Assembleia Geral. “Seria esta assembleia e não o Governo a decidir sobre o financiamento, funcionamento e desenvolvimento do sistema científico nacional”, criticam, manifestando também preocupação quanto à tutela partilhada entre o MECI e o Ministério da Economia e Coesão Territorial. “Decisões que têm por objetivo colocar a ciência exclusivamente ao serviço da economia a curto prazo comprometem, no longo prazo, a ciência e a produção de conhecimento em todas as áreas e não dão garantias do desenvolvimento económico sustentado que se pretende”, argumentam. Num outro parecer sobre a extinção da FCT, também o Centro de Estudos Matemáticos (CEMS) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa alertou para o “esvaziamento das políticas de investigação de âmbito mais teórico, que não são guiadas exclusivamente por propósitos comerciais ou demoram a produzir impacto na sociedade”. Quando o Governo anunciou a reestruturação dos serviços do MECI, o Presidente da República chegou a avisar que se tivesse dúvidas "sobre um ponto" que fosse relativo à extinção da FCT iria pedir ao Governo para repensar o diploma e, caso o executivo insistisse, poderia vetar o diploma.