RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Cidade

Alberto Souto de Miranda: que ideias defende para a cidade de Aveiro no seu livro?

Não há duas sem três: Alberto Souto de Miranda, presidente da Câmara Municipal de Aveiro durante dois mandatos, entre 1998 e 2005, vai tentar um terceiro mandato à frente da autarquia aveirense. A Ria – Rádio Universitária de Aveiro leu o seu livro “Um futuro para Aveiro”, apresentado e publicado durante o mês de dezembro, e preparou um resumo com algumas das 101 ideias que propõe para o Município de Aveiro.

Alberto Souto de Miranda: que ideias defende para a cidade de Aveiro no seu livro?
Redação

Redação

27 jan 2025, 14:13

Foi há cerca de um mês, numa sala de um conceituado hotel da cidade, com vista para uma das obras que mais se orgulha - o Lago do Cais da Fonte Nova, que Alberto Souto de Miranda apresentou o seu livro com 101 ideias para o futuro de Aveiro. Na plateia identificavam-se vários familiares, amigos, atuais e antigos dirigentes políticos (da esquerda à direita), académicos, empresários, militantes socialistas e cidadãos comuns.

O livro está distribuído por 11 capítulos – Espaço Público, Rasgar Novos Canais e Valorizar o Plano de Água Existente, A Estatuária e a Decoração Urbanas, Zonas Verdes, Mobilidade/Parques de Estacionamento, Equipamentos Desportivos e Lazer, Políticas Sociais e Equipamentos, Equipamentos Culturais, Urbanismo e Habitação, Ambiente e Alterações Climáticas e Projeto Transversais. Os interessados poderão comprá-lo na Livraria Gigões & Anantes, na Livraria Socodante e na ABC – Livraria e Papelaria.

Correndo o risco de ser interpretado com o seu programa eleitoral para as próximas eleições autárquicas, Alberto Souto esclarece logo no início do livro que “não é um programa pré-eleitoral” e justifica: “a sua lógica não é a de apresentar só propostas politicamente corretas, sensatas e imediatamente exequíveis, nem propostas para dar respostas a todas as vertentes que o poder autárquico tem que responder”, reconhecendo inclusive que algumas das propostas seriam “inviáveis no curto período de quatro anos e outras podem ficar desatualizadas rapidamente em função de novas dinâmicas que incidam sobre o território”.

Entende-se, por isso, que Alberto Souto, com a publicação deste tipo pretendeu marcar o debate sobre o futuro do Município de Aveiro, em vésperas das eleições autárquicas de 2025 e do seu anúncio como candidato pelo PS. No fundo, um exercício de imaginação da cidade que defende, sendo de esperar que algumas das ideias que integram este livro venham a ser incluídas no programa eleitoral que irá apresentar, em conjunto com o seu partido, nas próximas eleições.

Mas afinal de contas que ideias são estas? O que defende o antigo presidente socialista para o Município de Aveiro? A Ria selecionou 5 das 101 ideias apresentadas neste livro.

O Rossio

Uma das obras mais polémicas da liderança de José Ribau Esteves à frente da autarquia aveirense foi a obra de requalificação do Rossio. No centro das críticas estava o abate das árvores existentes, a criação de um parque de estacionamento subterrâneo a ainda um projeto adjudicado por cerca de 12 milhões de euros que terminou, na realidade, por custar mais de 20 milhões de euros aos cofres da autarquia aveirense.

No seu livro, Alberto Souto afirma que este foi “um projeto infeliz”, “um erro estratégico” e “um projeto falhado”, recordando que “mobilizou a maior manifestação cívica dos últimos anos em Aveiro” [manifestação em que o próprio participou] e que, agora, “importa minorar os danos causados”.

Para tal, lança as seguintes propostas: voltar a enterrar os alicerces da Capela de São João – que diz que não têm “interesse arqueológico” - e “plantar árvores nesse local”; replantar a linha de árvores outrora existente, iluminando-a; plantar as palmeiras “para repor a identidade” [afirma que a “a doença que afetou as palmeiras é combatível e evitável”]; abrir um concurso internacional de ideias para instalação no terreno de uma “estrutura leve, coberta, arquitetonicamente icónica” de forma a criar “alguma sombra, algum resguardo” e um “equipamento que acolha eventos de dimensão média”; substituir o atual parque infantil - que denomina como “paupérrimo” – por um “com mais imaginação e expressão”; colocar campos de “street basket” e ainda instalar “um parque de equipamentos de exercício físico adequados a todas as idades”.

A Avenida Lourenço Peixinho

Vista por muitos como a principal artéria da cidade de Aveiro é, inevitavelmente, uma das obras mais marcantes dos mandatos de José Ribau Esteves, inaugurada em maio de 2023. Se existia um consenso generalizado relativamente à necessidade da sua requalificação, o mesmo já não se pode dizer sobre o projeto executado que foi alvo de duras críticas por parte dos partidos da oposição e de associações cívicas ligadas à mobilidade urbana em bicicleta. No centro das críticas, a criação de uma via partilhada entre veículos de transporte público e bicicletas, a retirada do separador central, o abate de árvores e ainda a “complicação do trânsito e da mobilidade” com o “afunilamento de umas das vias em várias zonas da artéria”.

Alberto Souto chama-lhe uma “transformação radical” e uma “oportunidade perdida”, apesar de reconhecer como “positivo” o aumento da “largura dos passeios laterais”.

Para o futuro, defende que é necessário “restituir à Avenida a sua função de Alameda”, e por isso torná-la um “espaço público sobretudo vocacionado para as pessoas, sendo a circulação automóvel condicionada e residual, exceto para transportes públicos”.

É nesse sentido que propõe a retirada definitiva de todos os lugares de estacionamento, a construção de um parque subterrâneo; a transformação dos atuais lugares de estacionamento numa faixa para transporte público e para “mini-autocarros autónomos elétricos”; a atribuição de uma faixa “limitada drasticamente a circulação viária para moradores” e para “cargas e descargas”; e recuperar o separador central característico da “antiga” avenida, plantando árvores e construindo uma “pista ciclável”.

Um novo canal entre o canal de S. Roque e a Capela das Barrocas

O candidato socialista à Câmara Municipal de Aveiro propõe a criação de um novo canal entre o Canal de S. Roque e a Capela das Barrocas, reconhecendo, no entanto, que “o recente projeto urbanístico [previsto para aquela zona] pode comprometê-lo”. Na sua ideia está “permitir o acesso por barco até às proximidades da capela, rematando numa escadaria monumental para vencer a diferença de cotas”. Segundo Alberto Souto “o canal e a escadaria serviriam para pontuar o novo parque de baixa das Barrocas e permitir visitar um dos nossos monumentos mais originais”.

Transformar a Rua Direita

Para esta rua, Alberto Souto defende um “projeto de revitalização comercial que promova e preserve o comércio de proximidade”. Sugere a colocação de uma “cobertura transparente ao longo da rua” que pretende instalar “por cima dos telhados dos edifícios”, ou seja, uma transformação desta rua numa galeria para “dar vida comercial e animação cultural ao centro histórico”.

A Praça Melo Freitas e a Praça 14 de Julho

Para o coração da "baixa" da cidade, Alberto Souto propõe criar uma "praça de dimensão relevante", unindo a praça Melo Freitas com a Praça 14 de Julho, afirmando no livro que já no passado teve esta ideia e que "as opiniões eram mais favoráveis do que adversas".

Apesar de reconhecer que "a proposta era muito radical e sensível", o antigo presidente da CMA diz que é "o tipo de intervenção que talvez justifique um referendo" e afirma que a proposta "valoriza muito a Praça Melo Freitas e transforma-a no coração mais vibrante da baixa", sugerindo que "as esplanadas dos cafés laterais podem estruturar-se e o remate dos arcos seria mantido". Por último, sugere ainda o regresso da "fonte que foi retirada nos anos 70 e que atualmente está por cima da antiga Caixa Geral de Depósitos".

PSD-Aveiro diz que o livro é “um trágico regresso ao passado”

Recorde-se que a secção de Aveiro do Partido Social Democrata (PSD) lançou um comunicado sobre o conteúdo deste livro, chamando-lhe “um trágico regresso ao passado”. “Irrealismo, imitação, falta de compromisso com entidades financiadores nacionais e europeias, megalomania e regresso à bancarrota, é o que de forma muito direta e objetiva está escrito e descrito no documento divulgado”, consideraram na altura os sociais-democratas, numa nota de imprensa enviada à Ria. “Alberto Souto foi coerente com a sua governação e do Partido Socialista à frente da Câmara de Aveiro entre 1998 e 2005: se algum dia o PS e Alberto Souto voltassem a gerir os destinos do Município, então Aveiro estaria a poucos anos de uma nova situação de falência institucional e financeira”, observa ainda a referida nota.

Recomendações

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro
Cidade

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro

A informação foi confirmada à Ria por Nuno Teixeira, atual membro da Comissão Concelhia do PCP em Aveiro. Questionado sobre quem será o cabeça de lista à Câmara, Nuno Teixeira preferiu manter a decisão em reserva, adiantando apenas que o nome será divulgado durante a apresentação de amanhã. Recorde-se que, no podcast Eleições Autárquicas 2025, promovido pela Ria, o próprio Nuno Teixeira não excluiu a possibilidade de ser o escolhido, sublinhando que, caso o PCP ou o coletivo optem pelo seu nome, assumirá essa responsabilidade como uma “tarefa” que está disponível para cumprir. Quanto à escolha de candidatos às juntas de freguesia, Nuno Teixeira garantiu que o processo está em curso e que os nomes serão anunciados em breve. Afirmou ainda que a CDU terá candidatos em todas as freguesias do concelho de Aveiro.

PS-Aveiro enfrenta divisões em Cacia: Rui Carneiro não assume apoio a Alberto Souto
Cidade

PS-Aveiro enfrenta divisões em Cacia: Rui Carneiro não assume apoio a Alberto Souto

A Ria sabe que, desde que a Comissão Política Concelhia do Partido Socialista (PS) de Aveiro aprovou, em reunião interna realizada no passado dia 26 de maio, os nomes dos cabeças de lista às dez juntas de freguesia do município para as eleições autárquicas de 2025, a escolha de João Matos Silva como candidato à Junta de Freguesia de Cacia tem sido contestada por alguns dos militantes socialistas desta freguesia. Fontes próximas do processo adiantam que está a ser equacionada uma candidatura independente em resposta a esta decisão, sendo Rui Soares Carneiro, atual vereador da oposição, um dos nomes mais falados como possível cabeça de lista. Interpelado pela Ria sobre esta possibilidade, Rui Carneiro descartou essa opção, afirmando que “de momento, não está nas minhas cogitações”. “Se me perguntam muitas vezes se eu devia ser candidato [em Cacia]? Essas perguntas já me fazem há largos meses… Nem é bem uma pergunta, é mais uma afirmação ou uma vontade das pessoas. Agora não mais do que isso”, afirmou. Rui Carneiro confirmou ainda estar a par do descontentamento em torno da escolha do candidato do PS para Cacia, mas fez questão de sublinhar que isso não implica qualquer decisão da sua parte. “Automaticamente não se assume que a partir daí eu diga que sim ao que quer que seja, nem que esteja a planear o que quer que seja”, sintetizou. O vereador admitiu ter sido “sondado” pelo PS para assumir a candidatura à Junta de Cacia. “Sei que houve muitas pessoas sondadas durantes os últimos meses para esse processo e eu terei sido mais uma delas”, admitiu, não querendo adiantar mais detalhes do processo. “Sinceramente não quero estar a falar de processos internos (…) e não quero estar neste momento a ter uma discussão pública sobre isso. Para mim, tranquilo da vida, fui sondado - tal como outras pessoas foram – e, no fim, o partido considerou que devia fazer a opção que fez - e tudo muito bem. Agora não quero mesmo estar a contribuir para estar a desviar atenções para um debate que acho que não se justifica”, justificou. Recorde-se que Rui Carneiro foi o candidato socialista à Junta de Freguesia de Cacia nas eleições autárquicas de 2017, tendo então perdido com 35,66% dos votos, face à coligação PSD/CDS-PP/PPM, que obteve 46,31%. Apesar de, neste momento, afastar uma eventual candidatura independente, Rui Carneiro não fechou a porta a essa possibilidade no futuro. “Muito menos na política dizemos que nem não, nem nunca, porque de um momento para o outro há coisas que podem surgir e que podem mudar. (…) Não quer dizer que essa possibilidade ou outras possibilidades (…) não possam voltar atrás e possam acontecer. Isto na política é tudo muito mutável de um momento para o outro. Portanto, nunca direi nunca que não. Agora não estou a trabalhar nesse sentido. Continuo simplesmente a trabalhar como vereador, até ao momento em que eu deixarei de ser e é neste momento a única atividade que tenho, política, além da minha profissional”, recordou. Tal como noticiado pela Ria, Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara Municipal de Aveiro, já anunciou que apresentará “novos nomes para a vereação”, o que implica que Rui Carneiro, assim como Rosa Venâncio e Fernando Nogueira, não integrarão a nova equipa. A Ria sabe que Rui Carneiro mantinha a expectativa de ser convidado para manter as suas funções de vereador, depois de se mostrar muito ativo, ao longo dos últimos anos, na oposição ao Executivo. Questionado sobre se apoiará Alberto Souto de Miranda, Rui Carneiro preferiu não assumir ainda uma posição, alegando que está “neste momento” a aguardar pelas “listas à Câmara e à Assembleia Municipal, bem como os programas eleitorais” para tomar a sua decisão. “Portanto continuo com a mente aberta para ver qual a melhor opção. Acho que é assim que os aveirenses também devem partir para esta campanha eleitoral, com a mente aberta para conseguirem perceber qual o melhor candidato no fim deste ciclo de 12 anos que termina”, opinou. Embora reconheça que Alberto Souto está “mais adiantado nessa discussão” do que Luís Souto, candidato da coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Rui Carneiro sublinhou que, apesar das ideias já divulgadas pelo socialista — em livro e nas redes sociais —, não sabe se estas integrarão o programa eleitoral. “Já fui publicamente contra uma ou outra ideia que vi lá esplanada, e concordei com muitas outras. Portanto, se no fim o programa final merecer a minha confiança, tudo muito bem”, declarou. Sobre se a sua escolha de voto poderá recair sobre um outro candidato, Rui Carneiro respondeu que “muito dificilmente”, ainda que não tenha completamente excluído a hipótese. “Sempre fui muito contra a ideia de que nós por termos o cartão de militante, temos que votar de forma cega no partido, independentemente de quem lá esteja e das propostas que apresentemos”, vincou.

Ribau Esteves reafirma apoio a Luís Souto e admite conversas sobre o seu futuro com o PSD
Cidade

Ribau Esteves reafirma apoio a Luís Souto e admite conversas sobre o seu futuro com o PSD

“Uma coisa é nós discordarmos de opções políticas e obviamente é público... Enfim, fiz uma entrevista na SIC Notícias, com clareza, onde disse que não concordei com esta solução, tinha uma outra. Entre o candidato do Partido Socialista, que já está apresentado também, e o candidato da Aliança Democrática em Aveiro, não há dúvida nenhuma, o melhor dos dois é o candidato da AD”, afirmou Ribau Esteves, justificando dessa forma o seu apoio, depois de ter referido anteriormente que Luís Souto não tinha "nenhuma experiência de gestão", nem "perfil" para ser presidente da autarquia aveirense.  Perante a insistência do jornalista sobre se iria votar em Luís Souto, o edil aveirense lembrou que não é eleitor no Município de Aveiro, mas sim no Município de Ílhavo. Ainda assim, foi taxativo: “Eu, em Aveiro, recomendo, eu não voto, recomendo o voto na Aliança Democrática, com toda a clareza”, sublinhando que essa recomendação se dirige “para a Câmara Municipal”. Recorde-se que, tal como a Ria noticiou, nos bastidores do PSD-Aveiro circula a informação que Ribau Esteves não terá ficado agradado com a escolha de Glória Leite, por parte de Luís Souto, como candidata a presidente da Junta de Freguesia da Glória e Vera Cruz. Na reta final do seu terceiro e último mandato como presidente da Câmara e impossibilitado de se recandidatar devido à limitação legal de mandatos, Ribau Esteves revelou que está em conversações sobre o seu futuro político com dirigentes do Partido Social Democrata, admitindo a possibilidade de continuar a sua carreira noutros cargos políticos. “Há neste momento várias possibilidades em aberto, várias conversas, nomeadamente com os responsáveis ao mais alto nível do Partido Social Democrata sobre possibilidades. São questões que estão em aberto, são objetivos diferenciados. Da parte de quem me convidou, na minha reflexão e na minha disponibilidade - porque obviamente tenho disponibilidade - gostava muito de continuar na política. Tenho disponibilidade para certas funções e partilhei isso com quem de direito”, esclareceu o autarca. Apesar do desejo de permanecer na política, Ribau adiantou que também recebeu propostas para regressar ao setor privado, onde iniciou a sua carreira e que irá ponderar todas as possibilidades antes de tomar uma decisão. “Eu venho de uma multinacional americana e também tenho convites para voltar ao mundo privado. E, portanto, com toda a calma e com todo o gosto pela vida, haverá decisões – e quando elas existirem, porque não existem, não é segredo – eu terei todo o gosto em partilhar”, deu nota.

Município de Aveiro investe 20 mil euros para renovar campanha “Animais de Companhia”
Cidade

Município de Aveiro investe 20 mil euros para renovar campanha “Animais de Companhia”

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o protocolo, entre maio de 2024 e 2025, permitiu a emissão de “290 cheques veterinários, que resultaram em 258 esterilizações: 19 cadelas, 29 cães, 138 gatas e 72 gatos, num investimento de 19.176,34 euros”. A autarquia realça ainda que com o protocolo foi possível “assegurar serviços de identificação, vacinação, desparasitação e tratamento de animais pertencentes a famílias carenciadas, no valor total de 1.811,71 euros”. A campanha “Animais de Companhia” surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a sensibilização e responsabilidade cívica na proteção animal. Além deste protocolo, o programa municipal inclui ainda uma linha de atendimento dedicada e uma viatura própria de apoio técnico.

Últimas

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro
Cidade

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro

A informação foi confirmada à Ria por Nuno Teixeira, atual membro da Comissão Concelhia do PCP em Aveiro. Questionado sobre quem será o cabeça de lista à Câmara, Nuno Teixeira preferiu manter a decisão em reserva, adiantando apenas que o nome será divulgado durante a apresentação de amanhã. Recorde-se que, no podcast Eleições Autárquicas 2025, promovido pela Ria, o próprio Nuno Teixeira não excluiu a possibilidade de ser o escolhido, sublinhando que, caso o PCP ou o coletivo optem pelo seu nome, assumirá essa responsabilidade como uma “tarefa” que está disponível para cumprir. Quanto à escolha de candidatos às juntas de freguesia, Nuno Teixeira garantiu que o processo está em curso e que os nomes serão anunciados em breve. Afirmou ainda que a CDU terá candidatos em todas as freguesias do concelho de Aveiro.

Mulheres com cancros diagnosticados em 2018 sobreviveram mais do que homens
País

Mulheres com cancros diagnosticados em 2018 sobreviveram mais do que homens

“Para a maior parte dos tumores malignos, as mulheres apresentaram sobrevivências superiores em relação aos homens”, lê-se nas conclusões do relatório “Sobrevivência Global – Doentes diagnosticados em 2018”, a primeira publicação do género feita em Portugal. Salvaguardando que a partir das conclusões retiradas agora não é possível obter justificações precisas, pois os dados carecem de uma “análise mais fina”, a coordenadora do RON, Maria José Bento, apontou que além de “eventualmente” poderem existir fatores biológicos associados “é um facto que as mulheres procuram ajuda mais rapidamente, logo são mais rapidamente referenciadas”. “E todos sabemos que a deteção precoce influencia positivamente a sobrevivência”, disse a epidemiologista, em declarações à agência Lusa. Especificando por tipos de cancro, a especialista, que trabalha no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, exemplificou com o tumor da mama, que é o tumor mais frequente nas mulheres e que, detetado precocemente, “tem muito bom prognóstico”. “A sobrevivência aos cinco anos [após detetado] é superior a 90% (…). No cancro do pulmão, que é um cancro de mau prognóstico e de baixa sobrevivência, e tem maior incidência nos homens do que nas mulheres, 21% dos homens vivem cinco ou mais anos. Enquanto nas mulheres, ao fim de cinco anos, 36% das mulheres está viva. Este é um dos exemplos típicos em que as mulheres têm melhor sobrevivência que os homens”, acrescentou. Em análise neste relatório estão dados sobre a sobrevivência global dos doentes oncológicos, diagnosticados em 2018, com 15 ou mais anos, residentes em Portugal à data do diagnóstico. O relatório analisa apenas os cancros primários. Foram excluídos os cancros da pele não-melanoma, bem como metástases ou recidivas. A sobrevivência ao cancro é sempre contabilizada a cinco anos porque a maior parte dos eventos ocorre nos primeiros cinco anos. A análise abrangeu 51.704 doentes e 52.953 tumores malignos invasivos, sendo a sobrevivência global a um e cinco anos de 81% e 65%, respetivamente. Cerca de 77% dos homens sobreviveu à doença pelo menos um ano, um número que baixa para 60% na sobrevivência aos cinco anos. A sobrevivência das mulheres foi superior, com 85% a sobreviver por um ano. Mais de 71% sobreviveram pelo menos cinco anos.   A equipa do RON concluiu que “a diferença de sobrevivência verificada entre os sexos, para todos os tipos de cancro combinados, ocorre em parte porque a sobrevivência para a maioria dos tipos de cancro é ligeiramente maior para as mulheres do que para os homens”. “E também porque os tipos de cancros mais comuns em mulheres apresentam maior sobrevivência do que os cancros mais comuns nos homens”, lê-se no resumo do relatório. Em relação à idade, as piores sobrevivências encontram-se nas idades mais avançadas, ou seja no grupo etário dos 75 anos ou mais, com pouco mais de metade dos doentes (54,1%) a sobreviverem cinco anos ou mais. A sobrevivência aos cinco anos entre os residentes nas sete regiões de Portugal (segundo a NUTS II – 2013) revelou a existência de desigualdades nos resultados obtidos. Os residentes nas regiões Centro, Norte e Área Metropolitana de Lisboa obtiveram as melhores sobrevivências aos cinco anos (66%), enquanto a Madeira apresentou globalmente pior resultado (60%). Considerando as taxas de sobrevivência tendo em conta a diferente distribuição etária das regiões, é na região Centro que se encontra a sobrevivência aos cinco anos mais elevada (67%), e nos Açores a mais baixa (57%). Sobre este aspeto, Maria José Bento salvaguardou que os números devem ser lidos tendo em conta a dimensão das regiões: “Estes dados são reais, mas têm que ser lidos com cuidado, nomeadamente quando há poucos casos por patologia, que é o que acontece nas regiões autónomas. Quando eu digo que a pior sobrevivência foi nos Açores, é referente àquele pequeno conjunto de dados de doentes. Em 2018 ocorreu assim, eventualmente, nos outros anos isto pode não se verificar”, disse. A especialista alertou ainda, em jeito de recomendação aos decisores políticos e responsáveis de organizações e associações ligadas ao tratamento oncológico, que “mesmo em cancros que têm já rastreio quase com cobertura nacional, como mama, colo do útero e colo retal, verificou-se que há diferenças por região que devem ser alvo de análise”. Nos homens, as melhores sobrevivências foram as do cancro da próstata, lábio e testículo. Já com uma sobrevivência aos cinco anos inferior a 15%, surgem os cancros do esófago, pâncreas, mesotelioma e os cancros de origem desconhecida. Nas mulheres, os tumores com melhor prognóstico foram os da glândula tiroideia, lábio, os associados às doenças mieloproliferativas crónicas e os da mama. Por outro lado, os menos favoráveis foram o mesotelioma e os tumores do fígado, do pâncreas e de origem primária desconhecida. Esta foi a primeira vez que o RON fez uma análise sobre sobrevivência. À Lusa, Maria José Bento explicou que a equipa vê como importante que daqui em diante se faça o seguimento dos doentes oncológicos para que se tirem conclusões, nomeadamente ao nível da acessibilidade a tratamentos, idades, referenciação, entre outros aspetos. “Não devemos apenas contar os doentes, devemos também ver qual é o seguimento desta população (…). Seria uma pena se este relatório agora ficasse na gaveta. Esta é a base que temos. Agora é olhar com atenção e perceber o que é que está bem, o que é que está menos bem”, sublinhou.

PS-Aveiro enfrenta divisões em Cacia: Rui Carneiro não assume apoio a Alberto Souto
Cidade

PS-Aveiro enfrenta divisões em Cacia: Rui Carneiro não assume apoio a Alberto Souto

A Ria sabe que, desde que a Comissão Política Concelhia do Partido Socialista (PS) de Aveiro aprovou, em reunião interna realizada no passado dia 26 de maio, os nomes dos cabeças de lista às dez juntas de freguesia do município para as eleições autárquicas de 2025, a escolha de João Matos Silva como candidato à Junta de Freguesia de Cacia tem sido contestada por alguns dos militantes socialistas desta freguesia. Fontes próximas do processo adiantam que está a ser equacionada uma candidatura independente em resposta a esta decisão, sendo Rui Soares Carneiro, atual vereador da oposição, um dos nomes mais falados como possível cabeça de lista. Interpelado pela Ria sobre esta possibilidade, Rui Carneiro descartou essa opção, afirmando que “de momento, não está nas minhas cogitações”. “Se me perguntam muitas vezes se eu devia ser candidato [em Cacia]? Essas perguntas já me fazem há largos meses… Nem é bem uma pergunta, é mais uma afirmação ou uma vontade das pessoas. Agora não mais do que isso”, afirmou. Rui Carneiro confirmou ainda estar a par do descontentamento em torno da escolha do candidato do PS para Cacia, mas fez questão de sublinhar que isso não implica qualquer decisão da sua parte. “Automaticamente não se assume que a partir daí eu diga que sim ao que quer que seja, nem que esteja a planear o que quer que seja”, sintetizou. O vereador admitiu ter sido “sondado” pelo PS para assumir a candidatura à Junta de Cacia. “Sei que houve muitas pessoas sondadas durantes os últimos meses para esse processo e eu terei sido mais uma delas”, admitiu, não querendo adiantar mais detalhes do processo. “Sinceramente não quero estar a falar de processos internos (…) e não quero estar neste momento a ter uma discussão pública sobre isso. Para mim, tranquilo da vida, fui sondado - tal como outras pessoas foram – e, no fim, o partido considerou que devia fazer a opção que fez - e tudo muito bem. Agora não quero mesmo estar a contribuir para estar a desviar atenções para um debate que acho que não se justifica”, justificou. Recorde-se que Rui Carneiro foi o candidato socialista à Junta de Freguesia de Cacia nas eleições autárquicas de 2017, tendo então perdido com 35,66% dos votos, face à coligação PSD/CDS-PP/PPM, que obteve 46,31%. Apesar de, neste momento, afastar uma eventual candidatura independente, Rui Carneiro não fechou a porta a essa possibilidade no futuro. “Muito menos na política dizemos que nem não, nem nunca, porque de um momento para o outro há coisas que podem surgir e que podem mudar. (…) Não quer dizer que essa possibilidade ou outras possibilidades (…) não possam voltar atrás e possam acontecer. Isto na política é tudo muito mutável de um momento para o outro. Portanto, nunca direi nunca que não. Agora não estou a trabalhar nesse sentido. Continuo simplesmente a trabalhar como vereador, até ao momento em que eu deixarei de ser e é neste momento a única atividade que tenho, política, além da minha profissional”, recordou. Tal como noticiado pela Ria, Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara Municipal de Aveiro, já anunciou que apresentará “novos nomes para a vereação”, o que implica que Rui Carneiro, assim como Rosa Venâncio e Fernando Nogueira, não integrarão a nova equipa. A Ria sabe que Rui Carneiro mantinha a expectativa de ser convidado para manter as suas funções de vereador, depois de se mostrar muito ativo, ao longo dos últimos anos, na oposição ao Executivo. Questionado sobre se apoiará Alberto Souto de Miranda, Rui Carneiro preferiu não assumir ainda uma posição, alegando que está “neste momento” a aguardar pelas “listas à Câmara e à Assembleia Municipal, bem como os programas eleitorais” para tomar a sua decisão. “Portanto continuo com a mente aberta para ver qual a melhor opção. Acho que é assim que os aveirenses também devem partir para esta campanha eleitoral, com a mente aberta para conseguirem perceber qual o melhor candidato no fim deste ciclo de 12 anos que termina”, opinou. Embora reconheça que Alberto Souto está “mais adiantado nessa discussão” do que Luís Souto, candidato da coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Rui Carneiro sublinhou que, apesar das ideias já divulgadas pelo socialista — em livro e nas redes sociais —, não sabe se estas integrarão o programa eleitoral. “Já fui publicamente contra uma ou outra ideia que vi lá esplanada, e concordei com muitas outras. Portanto, se no fim o programa final merecer a minha confiança, tudo muito bem”, declarou. Sobre se a sua escolha de voto poderá recair sobre um outro candidato, Rui Carneiro respondeu que “muito dificilmente”, ainda que não tenha completamente excluído a hipótese. “Sempre fui muito contra a ideia de que nós por termos o cartão de militante, temos que votar de forma cega no partido, independentemente de quem lá esteja e das propostas que apresentemos”, vincou.

 Distrito de Aveiro regista uma morte durante a campanha “Viajar sem pressa”
Região

Distrito de Aveiro regista uma morte durante a campanha “Viajar sem pressa”

Num balanço da campanha, que envolveu a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a GNR e a Polícia de Segurança Pública (PSP), as autoridades indicam também que 909 pessoas sofreram ferimentos ligeiros. Relativamente ao período homólogo de 2024, verificaram-se menos 197 acidentes, mais seis vítimas mortais, mais 17 feridos graves e menos 37 feridos ligeiros. Os 11 acidentes com vítimas mortais ocorreram nos distritos de Aveiro (um), Beja (um), Braga (um), Coimbra (um), Faro (um), Leiria (duas), Lisboa (duas), Santarém (um) e Setúbal (um). No âmbito da operação, as forças de segurança fiscalizaram, presencialmente, 58.839 veículos e condutores. No total foram fiscalizados, quer através de meios automáticos, quer presencialmente, 6.798.391 veículos, tendo-se registado 30.718 infrações, 21.511 das quais relativas a excesso de velocidade. Com esta campanha, pretendeu-se alertar os condutores para os riscos da condução em excesso de velocidade, dado que esta é uma das principais causas dos acidentes nas estradas.