Autárquicas 2025: Luís Souto de Miranda promete “inovação”, mas sem rutura com o passado
Após ter sido anunciado, este domingo, 2 de fevereiro, como candidato do PSD à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Luís Souto de Miranda, atual presidente da Assembleia Municipal realçou, em entrevista à Ria, que na sua candidatura não procurará romper com o projeto de José Ribau Esteves, atual presidente da autarquia aveirense, mas que o fará com “elementos de inovação”.
Isabel Cunha Marques
JornalistaSimão Santana, presidente da concelhia do PSD Aveiro confirmou, esta segunda-feira, 3 de fevereiro à Lusa que Luís Souto de Miranda seria o candidato do PSD à CMA, dando nota que “foi uma decisão da direção nacional do PSD”.
Em entrevista à Ria, Luís Souto de Miranda falou já como candidato do PSD à CMA recordando que tinha tornada pública “há bastante tempo” a sua disponibilidade, referindo-se a uma entrevista a uma rádio local. “Portanto, toda a gente sabia e as pessoas que vão acompanhando sabiam que havia esta possibilidade”, afirmou.
Questionado sobre o facto de disputar a presidência da Câmara de Aveiro com o irmão Alberto Souto de Miranda, que liderou a autarquia aveirense, entre 1998 e 2005, e que também já anunciou a sua candidatura pelo PS, o atual presidente da Assembleia Municipal referiu que “calhou”. “Como eu tenho dito, nós temos posições políticas muito distintas e na nossa família sempre crescemos num ambiente em que a política esteve sempre presente. Sempre nos habituamos a ter debates políticos e que terminaram sempre bem. Espero e acredito que este também acabará bem”, realçou.
Luís Souto avançou ainda à Ria que não conversou com o seu irmão a anunciar que iria ser candidato, mas que Alberto Souto “já sabia há muito desta possibilidade”. “Claro que fomos conversando, ao longo dos anos, sobre vários temas e a possibilidade de eu vir a ser candidato era um tema que também nós abordávamos. Não houve propriamente um pedido de licença para ser candidato, porque isso não fazia sentido (…) Estou certo de que ele não ficou surpreendido com a notícia”, exprimiu.
Relativamente às críticas da concelhia do PSD Aveiro de que Alberto Souto de Miranda tem vindo a ser alvo, o presidente da Assembleia Municipal relembrou que a “política se combate no terreno político”. “Combatendo as ideias, os projetos, o posicionamento político e, portanto, é nesse enquadramento que eu me incluo e me situarei sempre”, reforçou.
A Ria tentou ainda contactar Alberto Souto de Miranda sobre a candidatura do seu irmão, mas este referiu que não iria fazer qualquer comentário [sobre o nome de Luís Souto] à comunicação social.
Interpelado ainda se a sua candidatura representa um romper do ciclo de José Ribau Esteves, presidente da CMA, Luís Souto de Miranda disse que da sua parte “não há vontade de romper com o ciclo”. “É evidente que há aqui uma mudança de ciclo, pelo simples facto do presidente Ribau não poder ser candidato (…) Mas não há uma vontade de rutura com o projeto. Aliás, eu tenho estado com este projeto vai fazer oito anos”, reforçou. “É evidente que é uma nova fase, mas o meu propósito é a valorização de todo o trabalho que tem vindo a ser feito, mas com elementos de inovação que a seu tempo eu indicarei”, continuou.
Tal como a Ria já avançou, este domingo, a decisão pelo nome do atual presidente da Assembleia Municipal apanhou muitos de surpresa e a decisão está a provocar grande instabilidade no seio do PSD-Aveiro. Para Luís Souto esta realidade “é normal”. “No enquadramento, mudança de ciclo em que várias seriam as possibilidades… As pessoas foram-se posicionando de acordo com a sua opinião e é perfeitamente legítimo. Agora estamos naquela fase em que a notícia está quente… Para algumas pessoas poderá ter sido uma surpresa e algumas ficaram muito satisfeitas (…) Haverá certamente uma ou outra menos satisfeita, mas eu estou convencido da unidade do partido. Isso é o que me dá também muita força e estou convencido disso”, sustentou.
Recorde-se que Simão Santana, presidente da concelhia do PSD-Aveiro que tinha garantido à Ria que a decisão do candidato do PSD à CMA seria devidamente articulada entre a estrutura local, a distrital e a nacional, marcou uma reunião com carácter de urgência para esta segunda-feira, 3 de fevereiro, às 21h30, na sede local do PSD-Aveiro.
Sobre o resultado desta reunião, Luís Souto de Miranda referiu preferir “aguardar”. “Eu tenho aguardado sempre serenamente todo este processo (…) Nunca pressionei ninguém no sentido de ser a escolha do meu nome e assim vou continuar. Sei que a minha indicação tem uma força muito grande, porque tem o apoio do presidente do partido e primeiro-ministro [Luís Montenegro]. Eu acho que isso, neste momento, já diz muito. Acredito que todo o partido, em Aveiro, me apoiará. Nem posso imaginar de outra forma ou as pessoas do partido a apoiar o Partido Socialista… Não consigo imaginar esse cenário”, frisou.
Questionado também pela Ria quando recebeu o convite, por parte da nacional do PSD, o presidente da Assembleia Municipal optou por não divulgar destacando que “isso são mecanismos internos”. “Com certeza que isto é um processo que foi sendo amadurecido. Não nasceu da noite para o dia (…) É todo um processo em que o partido fez a sua reflexão a vários níveis, estudou várias opções variáveis e foi entendido que o meu nome reunia as melhores possibilidades. Estamos aqui para ganhar e é esse o objetivo”, reiterou.
Sobre se o seu nome foi a primeira opção do PSD, a nível nacional, Luís Souto disse que “isso tem de perguntar a quem decidiu” reafirmando que está feliz com a escolha do partido pelo seu nome. “Eu estou muito confiante em que nós vamos ganhar estas eleições. Temos todos os argumentos para ganhar e espero estar à altura do desafio”, salientou. Neste seguimento, o presidente da Assembleia Municipal adiantou que “ainda não é o tempo” para anunciar aquela que será a sua equipa. “Nós vamos agora fazer o levantamento das possibilidades e a seu tempo serão indicadas as pessoas que vão de facto acompanhar essa equipa (…) ganhadora e competente. São estes os critérios”, assegurou. “(…) Ainda agora houve o lançamento do nome… Isto tem as suas fases e a seu tempo será comunicado”, finalizou.
A Ria tentou também contactar Simão Santana ao que este referiu que este “é um assunto que está com a direção nacional do partido” e que não tinha “nenhuma declaração a prestar”.
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Ministério Público confirma investigação ao Plano de Pormenor do Caís do Paraíso em Aveiro
Após ter sido um dos principais temas a ser discutidos durante o final do mandato de José Ribau Esteves, ex-presidente da CMA, e da campanha para estas eleições autárquicas, o Ministério Público veio agora confirmar, após interpelação da agência Lusa, ter pedido informações sobre o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso à autarquia. Segundo fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR), os esclarecimentos solicitados decorreram de um dossiê de acompanhamento” a correr termos na Procuradoria do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, ou seja, na jurisdição administrativa. Segundo explica a fonte da PGR, “os dossiês de acompanhamento são procedimentos internos do MP que visam a recolha de elementos e respetiva organização, com objetivo de, a final, e após criteriosa avaliação, decidir se os elementos recolhidos permitem ou não desencadear uma intervenção judicial”. Recorde-se que, conforme noticiado pela Ria, o tema foi levantado na última reunião pública da CMA, que decorreu na passada quinta-feira, dia 13. Na altura, Paula Urbano, vereadora eleita pelo Partido Socialista, afirmou: “o senhor presidente deve ter conhecimento que o Ministério Público em setembro solicitou elementos relativamente ao Plano de Pormenor, com a leitura que podemos fazer acerca desse pedido de elementos pelo Ministério Público sobre um Plano de Pormenor”. Luís Souto não desmentiu e disse que essa consideração “até apelava mais ao sentido de responsabilidade de todos” para que a revogação do Plano não fosse discutida logo nas primeiras reuniões do executivo. À Ria, o autarca não garantiu estar a par deste pedido do Ministério Público e afirmou que “havendo um pedido de informações ao presidente [na altura, Ribau Esteves], tinha de ser entre ele e o Ministério”, garantindo que no caso de ser solicitada “qualquer informação, a Câmara só tem de responder”. Questionado se o assunto não foi falado na reunião de passagem de pasta com o ex-presidente, Luís Souto disse que a conversa “foi privada” e preferiu “não comentar”. O documento foi aprovado, em agosto, pelo anterior executivo municipal, liderado por uma maioria PSD/CDS-PP/PPM, e, depois, pela Assembleia Municipal já na ponta final do mandato, sem ser sujeito a um processo de Avaliação Ambiental Estratégica.
Compete à APA intervir na invasão de jacintos-de-água na ria de Aveiro
“É um assunto para debatermos com a Agência Portuguesa do Ambiente, que é a entidade responsável aqui e em todo o país onde os jacintos-de-água proliferam”, disse à Lusa Jorge Almeida. O presidente da CIRA adiantou que o problema será levado na segunda-feira à reunião do conselho intermunicipal, onde os representantes dos 11 municípios deverão tomar uma posição conjunta. Toneladas da espécie invasora jacintos-de-água estão a acumular-se ao sul da ria de Aveiro, no denominado Canal de Mira, dificultando as embarcações, prejudicando a pesca e a produção de bivalves. Na frente ria da Costa Nova, um autêntico manto verde envolve o caso das embarcações, formado por jacintos-de-água que a força das correntes e o recente temporal afastou da foz. Paulo Ramalheira, presidente do Clube de Vela da Costa Nova, foi uma das vozes a reclamar a intervenção das entidades competentes, sugerindo que, na falta da gestão integrada da ria, sejam os municípios ribeirinhos, através da Comunidade Intermunicipal, a assumir a solução do problema. “Alguém tem de olhar por isto. As entidades não podem ficar impávidas perante dezenas de toneladas de detritos que se acumulam, causando graves problemas também à pesca, porque os jacintos ficam emaranhados nas redes”, disse. O dirigente refere que se trata de lixo orgânico que tem de ser resolvido, até porque “a ria não é nenhum esgoto e saem daqui milhares de bivalves para consumo no país”. Instado pela Lusa a pronunciar-se, o presidente da CIRA disse que a responsabilidade cabe à APA, embora os municípios possam estar disponíveis para colaborar. Jorge Almeida dá como exemplo a Câmara de Águeda, a que preside, “a única no país que desde há 18 anos faz alguma coisa para controlar os jacintos-de-água” e que ainda recentemente adquiriu uma segunda ceifeira aquática para remover a espécie invasora na Pateira de Fermentelos.
Câmara de Aveiro inicia recuperação de calçadas e passeios esta terça-feira no Largo do Alboi
A empreitada terá início na União de Freguesias da Glória e Vera Cruz, nomeadamente no Largo do Alboi, onde se “procederá ao levantamento e recolocação integral da calçada, resolvendo, desta forma, os problemas estruturais identificados nesta zona”. Citado na nota, Rui Santos, vice-presidente da Câmara de Aveiro, realça que a intervenção será “alargada progressivamente a outros pontos da cidade e às restantes freguesias do Município”. O objetivo, segundo explica, é “melhorar as condições de circulação pedonal e reforçar a qualidade do espaço público”. A autarquia alerta ainda na nota que, durante o período de execução das várias intervenções, poderão ocorrer “constrangimentos temporários” na circulação pedonal e rodoviária. O Município “apela à compreensão de todos os munícipes, assegurando que os trabalhos serão realizados com a máxima diligência e organização”.
Jacintos de água acumularam-se a sul da ria de Aveiro após mau tempo
Na frente ria da Costa Nova, no Canal de Mira, um autêntico manto verde envolve o casco das embarcações, formado por jacintos de água que a força das correntes e a força dos ventos por efeito da tempestade Cláudia afastou da foz. O presidente do Clube de Vela da Costa Nova, Paulo Ramalheira, disse à Lusa que é urgente haver uma intervenção concertada e que, desde domingo, aquela associação tem tentado, com os próprios meios, minorar o problema dentro da sua estrutura. Segundo o dirigente associativo, com as primeiras chuvas, os jacintos foram soltos e flutuaram e esse lixo orgânico foi arrastado pela maré e pelos ventos. Paulo Ramalheira salienta que a poluição assim causada prejudica os portos de abrigo, impedindo o seu uso, e explica: prendem-se nos motores dos barcos e acabam por se degradar e depositar no leito, agravando o problema do assoreamento”. “Alguém tem de olhar por isto. As entidades não podem ficar impávidas perante dezenas de toneladas de detritos que se acumulam, causando graves problemas também à pesca, porque os jacintos ficam emaranhados nas redes”, diz. O dirigente refere que se trata de lixo orgânico que tem de ser resolvido, até porque “a ria não é nenhum esgoto e saem daqui milhares de bivalves para consumo no país”. Na ausência de uma entidade que faça a gestão integrada da Ria, Paulo Ramalheira diz que é preciso uma intervenção sugerindo que os municípios ribeirinhos, através da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), assumam o problema e se batam pela sua solução.
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“Delegar tudo no Presidente não é governar melhor”, opinião de Hugo Filipe Nunes
A Câmara Municipal de Aveiro aprovou uma ampla delegação de competências no seu presidente, Luís Souto Miranda, para o mandato 2025-2029. A lei permite esta opção e, sim, muitas autarquias em situação semelhante à de Aveiro recorrem à lei em nome da “eficiência”, mas a política não se esgota na legalidade, e é aí que começam as perguntas incómodas. Ao contrário do executivo anterior, o atual já não dispõe de maioria absoluta. As aveirenses e os aveirenses distribuíram o seu voto por várias forças políticas, dando a quem lidera a Câmara o direito – e o dever – de governar, mas retirando-lhe o conforto de decidir sozinho. Isto deveria ser lido como um convite da democracia à negociação e à construção de maiorias. Em vez disso, optou-se por repetir o modelo do passado. Delegaram-se em Luís Souto Miranda competências muito vastas: contratação pública com despesas elevadas, licenças urbanísticas e aplicação de regulamentos que mexem com a vida quotidiana de todas e todos. Na prática, o órgão colegial transfere para uma só pessoa uma parte central do poder de decisão. Sem maioria absoluta, o recado do eleitorado é claro: o poder deve ser repartido. Concentrar uma parte importante das competências numa só pessoa é contornar esse recado. A pluralidade existe no papel, mas pesa menos nas decisões concretas. E não está apenas em causa a eficiência administrativa. Quando decisões relevantes deixam de ser discutidas e votadas em reunião de Câmara, perdem-se debate público, contraditório e responsabilização política. Mesmo com maioria absoluta, esta concentração já seria discutível. Sem essa maioria, é politicamente injustificável. Não está em causa a capacidade de trabalho ou a boa-fé de quem preside. A questão é simples: se o voto fragmentou o mapa político, é porque existe a expetativa de que mais vozes sejam ouvidas e de que as decisões resultem de equilíbrios e negociações, e não de cheques em branco. Neste quadro, importa olhar para as posições assumidas na última reunião pública da nossa Câmara. O Partido Socialista, ao propor limites à delegação de competências, não tentou “bloquear” ou criar obstáculos à governação: aceitou que o presidente detenha poderes delegados e que ajudem a agilizar a gestão quotidiana, mas defendeu que determinadas matérias continuem a ser obrigatoriamente apreciadas e decididas em reunião de Câmara. Já o Chega fez o contrário do que apregoa. Apresenta-se como força “anti‑sistema”, contra a concentração de poder, mas acabou por viabilizar a solução que mais reforça o poder de uma só pessoa, quando poderia usar a sua posição para obrigar a maioria relativa a negociar caso a caso. A administração municipal não pode ficar paralisada e ninguém ganha com um executivo amarrado a burocracias inúteis, mas confundir rapidez com concentração de poder é perigoso. A política do medo da paralisação “vendida” por Luís Souto Miranda não pode deixar Aveiro refém: uma Câmara que discute e decide em conjunto pode demorar um pouco mais em alguns processos, claro, mas ganha em escrutínio, transparência e qualidade das decisões. Cinco décadas depois do 25 de Abril, a lição deveria ser clara: governar não é mandar sozinho, é construir soluções. Delegar quase tudo no presidente pode tornar alguns procedimentos mais rápidos, mas empobrece a democracia municipal e afasta as pessoas das decisões que as afetam diretamente. A nova correlação de forças em Aveiro tinha potencial para inaugurar um ciclo diferente mais dialogante e mais exigente em termos de negociação política e construção de consensos, à esquerda e à direita. Ao replicar o modelo de delegação de competências do tempo da maioria absoluta, essa oportunidade foi desperdiçada. As aveirenses e os aveirenses disseram nas urnas que não queriam maiorias absolutas; alguns dos eleitos decidiram, na prática, oferecê-las de novo por via de deliberação interna.
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Conselho Científico UA: Votação na 3ª circunscrição já supera a das últimas eleições até às 15h00
As eleições para o Conselho Científico da passada terça-feira ditaram um empate entre as listas “futUrA: Ciência, Comunidade e Inovação” e “Construir o Futuro, Cuidar a UA”, sendo que cada uma mereceu a confiança de nove votantes. Dos 32 eleitores no Subgrupo B da 3ª circunscrição, a decisão tomada por 18 votantes acabou por determinar um “empate técnico” e, consequentemente, a reedição da eleição – marcada para o dia de hoje e a acontecer na Sala do Senado, no Edifício Central e da Reitoria, até às 17h30. Com o resultado da última semana, nenhum dos três mandatos a ser atribuídos a representantes deste Subgrupo foi decidido. À Ria, perto das 15h00, a Comissão Eleitoral indicava que já tinham votado “66%” dos eleitores, o equivalente a 21 pessoas. Recorde-se que, ao passo que Subgrupo A é relativo a professores e investigadores de carreira, no Subgrupo B estão incluídos os restantes docentes e investigadores em regime de tempo integral, com contrato de duração não inferior a um ano, que sejam titulares do grau de doutor, qualquer que seja a natureza do seu vínculo à instituição. Cada circunscrição corresponde a um grupo de unidades orgânicas, sendo que a terceira circunscrição – aquela que hoje está a repetir as eleições – inclui os departamentos de Educação e Psicologia, de Comunicação e Arte, de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, de Línguas e Culturas e de Ciências Sociais, Políticas e do Território e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração. O Conselho Científico é o órgão responsável pela definição e coordenação da política científica da Universidade de Aveiro, competindo-lhe, entre outras funções, apreciar o plano e as atividades científicas da instituição, pronunciar-se sobre a criação de novas áreas e unidades científicas, deliberar sobre a distribuição do serviço docente, aprovar planos de estudos, propor prémios e distinções honoríficas, ou definir júris e participar nos processos de recrutamento de docentes e investigadores. Tem ainda competência para se pronunciar sobre a nomeação do diretor da Escola Doutoral e sobre acordos ou parcerias internacionais, exercendo todas as demais funções previstas nos Estatutos e na Lei. De acordo com os Estatutos da UA, recentemente alterados, o Conselho Científico é composto por 20 representantes eleitos entre docentes e investigadores e 5 representantes das unidades de investigação.
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