Criada nova sociedade para a proteção costeira e lagunar da região de Aveiro
A Polis Litoral Ria de Aveiro foi substituída pela nova sociedade RiaViva e Litoral da Região de Aveiro, S.A., que vai prosseguir com investimentos na proteção costeira e lagunar, informou hoje aquela entidade.
Redação
A RiaViva contará com um investimento de cerca de 86 milhões de euros, financiado pelo capital social, composto pelo Estado e pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, por fundos comunitários do Portugal 2030 e pelo Fundo Ambiental. A RiaViva “continuará a investir na Região de Aveiro, com especial enfoque na proteção da zona costeira e lagunar contra os efeitos do avanço da água salgada”, assegura em nota de imprensa.
Na nova missão, que terá um âmbito territorial alargado, estão previstas ações de requalificação e valorização dos rios Vouga, Águeda, Cértima, Levira, Boco e Antuã. A área de intervenção da nova sociedade será expandida ao município de Anadia, passando a coincidir com a da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, integrando ainda as Barrinhas de Esmoriz e de Mira.
A antecessora da RiaViva, a “Polis Litoral Ria de Aveiro – Sociedade de Requalificação e Valorização da Ria de Aveiro S.A”, foi criada em 2009, sendo a primeira associação formal entre o Estado e uma Comunidade Intermunicipal para a requalificação e valorização da orla costeira. A sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos foi constituída maioritariamente pelo Estado (56%) e minoritariamente pelos municípios, através da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (44%). Teve como principal intervenção o desassoreamento dos principais canais da ria, sendo defendida pelos autarcas a sua continuidade, que veio dar lugar ao novo modelo, alargado a outros municípios.
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Luís Souto de Miranda diz que decisão da UNESCO é "momento histórico"
"Hoje celebramos Aveiro, celebramos os nossos mestres e celebramos um legado que queremos proteger para o futuro”, disse Luís Souto, considerando que a decisão da UNESCO, anunciada hoje em Nova Deli, na Índia, é "um momento histórico para a região de Aveiro e para Portugal". O autarca, que é também vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), reagiu desta forma à decisão da UNESCO de inscrever a arte da carpintaria naval da região de Aveiro, traduzida nos barcos moliceiros, na lista de património imaterial em necessidade de salvaguarda urgente. “Este reconhecimento internacional reforça aquilo que sempre defendemos: o moliceiro é uma expressão singular da nossa identidade, fruto do talento e dedicação de gerações de Mestres construtores que mantêm viva a arte da carpintaria naval da Ria”, referiu o presidente da Câmara de Aveiro. O processo foi promovido pela CIRA e desenvolvido em colaboração estreita com mestres construtores, pintores, municípios da região, entidades culturais, educativas e operadores turísticos ligados à ria, contando com o apoio técnico da empresa IPDT – Instituto Português de Desenvolvimento do Turismo. Um dos aspetos singulares dos barcos moliceiros são as pinturas da popa e da ré: “A proa é a parte monumental do moliceiro, em que figuras, desenhos e legendas são exclusivos, sem igual em qualquer tipo de navegação conhecido”, escreveu Jaime Vilar, em livro dedicado àquela embarcação. Nesse trabalho classifica as legendas da proa em “satíricas, humorísticas e eróticas”, “religiosas”, “românticas, brejeiras e pícaras”, “profissionais, morais e históricas”. O mesmo autor, baseando-se em dados colhidos junto dos artífices, descreve que um moliceiro mede, em média, 15 metros de comprimento (…), desloca cerca de cinco toneladas e tem o fundo plano e de pouco calado, pormenor que lhe permite navegar por onde barcos de quilha não passam”. Na década de 70 do século XX estavam registados três mil barcos moliceiros a operar na ria de Aveiro. Atualmente, subsistem apenas 50 embarcações, metade das quais afetas à exploração turística nos canais urbanos da ria.
São Jacinto: Ferry volta a avariar e presidente alerta para a “necessidade” do serviço
Em declarações à Ria, fonte da Aveirobus confirmou que o ferry se encontra novamente “inoperacional”, esta terça-feira, devido a uma avaria. “O ferry está inoperacional e não conseguimos dar a indicação de quando está previsto a retoma do mesmo”, afirmou, não adiantando os motivos da interrupção. Os serviços estão, neste momento, a ser assegurados pela lancha que não efetua “travessia de viaturas”, conforme se lê no site da AveiroBus, esta terça-feira. Contactada pela Ria, Cristina Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de São Jacinto, disse também estar a par da avaria. “O conhecimento que eu tenho da avaria do ferry é exatamente o mesmo que a população”, realçou. Segundo a mesma, a Junta não recebeu, até ao momento, “qualquer tipo de informação oficial” sobre o motivo da avaria. “Estamos a criar diligências para que a comunicação entre a Junta, a Câmara e a empresa de transporte resultem, no futuro, num melhor resultado”, vincou. Recorde-se que já no passado dia 9 de novembro, o ‘Salicórnia’ tinha registado uma outra avaria. Perante esta nova paralisação, a presidente da Junta voltou a alertar para os “transtornos” causados à população. “As pessoas precisam, efetivamente, do ferry para aceder aos serviços básicos. Temos a lancha que substitui, o que já é muito bom, mas não é a solução ideal. Se temos um ferry ao serviço da população, em São Jacinto, é porque precisamos”, reforçou.
Natação: Galitos/Bresimar sai do Torneio Zonal Norte de Juvenis com três novos recordes nacionais
Organizada pelo Associação de Natação Centro Norte de Portugal, a competição reuniu nas Piscinas Municipais de Estarreja 175 atletas oriundos de 37 clubes. A equipa mais numerosa foi mesmo a do Galitos/Bresimar, que se fez representar por 12 atletas, Com 32 medalhas, os aveirenses foram aqueles que mais distinções acumularam ao longo da prova. Para além dos 13 ouros, das 16 pratas e dos três bronzes, somam-se ainda três recordes nacionais e dez recordes regionais. A representar o Galitos/Bresimar estiveram Tomás Branco, Miguel Fernandes, Leonor Jesus, Leonor Mendes, Zoe Nunes, Xavier Pereira, Raquel Ré, Carolina Taveira, Francisco Vale, Santiago Valente, Sofia Vasconcelos e Daniel Volkov. A equipa foi orientada pelo treinador André Brito e pelos diretores Paulo Gomes Rodrigues e Paulo Rodrigues.
Sete artistas europeus inauguram ‘IN LOCO’ na VIC Aveiro com masterclasses e concertos para todos
É já a partir desta sexta-feira, 12 de dezembro, que a editora VIC NIC apresenta a estreia do ciclo IN LOCO. Arya (PT), Combray (ES), KØMMEN (IT), Lorenzo Donato (IT), MEMA. (PT), Miguel Torga (PT) e RENT (AT) são os artistas escolhidos para os três dias de “trabalho imersivo” no espaço da VIC Aveiro Arts House. De acordo com a nota, o primeiro dia será dedicado ao “brainstorming e à criação colaborativa em dois grupos”, sendo os dois dias seguintes abertos com atividades para o público em geral. No dia 13 de dezembro, pelas 13h30, decorrerão “sete sessões de 30 minutos” [de masterclasses] dedicadas a “práticas de performance ao vivo em música eletrónica, incluindo processos criativos, técnicas, dispositivos, improvisação e metodologias de palco”. A inscrição para as sessões tem o custo de dez euros e inclui o bilhete para os espetáculos do dia seguinte. A mesma pode ser feita aqui. Já no domingo, 14 de dezembro, pelas 17h30, decorrerão “concertos colaborativos” com “duas performances resultantes da micro-residência desenvolvida, apresentadas pela primeira vez na VIC”. A entrada tem o custo de cinco euros e é gratuita para os participantes das masterclasses. A VIC NIC adianta ainda que a “totalidade das atividades públicas será gravada com câmaras 360º para posterior disponibilização em formato VR (realidade virtual)”. O ciclo “IN LOCO” integra-se no projeto de cooperação internacional AMP — Adventurous Music Plateaux, coordenado pela organização polaca Plateaux Foundation e desenvolvido em colaboração com parceiros de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Áustria e Islândia, com o apoio da Comissão Europeia através do programa Europa Criativa. Os sete artistas resultam das parcerias estabelecidas com outras organizações europeias, como a HUM! (Sevilha), Sintetica (Turim), Sonic Territories (Viena) e Stansa (Barcelona). No comunicado, a organização refere também que este programa pretende dar continuidade ao trabalho que a VIC NIC “tem vindo a desenvolver de forma sustentada nos domínios da capacitação artística, da música eletrónica e da experimentação”.
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“Sinergia de Forças” juntou bombeiros, fisioterapeutas e estudantes na ESSUA e já motiva nova edição
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria esta terça-feira, 9 de dezembro, o evento resultou de uma organização conjunta entre a ESSUA e Dylan Gonçalves, fisioterapeuta e bombeiro especialista em atuação em emergências, contando ainda com uma “rede nacional de colaboração” e com o apoio da Câmara de Aveiro. Ao longo do dia, a iniciativa integrou palestras científicas dedicadas à exposição ao risco, saúde ocupacional e estratégias de desempenho em contexto de emergência, bem como com workshops especializados em áreas como “segurança física, atuação em cenários de stress, ergonomia na emergência e técnicas específicas de suporte físico e respiratório”. De acordo com a organização, o evento destacou-se pelo “ambiente de cooperação e pela oportunidade de aproximar profissionais e estudantes de áreas distintas, promovendo uma visão integrada da resposta à emergência e da proteção da saúde dos operacionais”. Dado o “interesse manifestado”, a ESSUA adianta ainda na nota que já se “perspetiva” uma segunda edição. A missão passa por “unir a ciência, a formação e a comunidade no serviço à segurança e à saúde pública”. A sessão de abertura contou ainda com a presença de representantes institucionais e estudantis e com a atuação da tuna da ESSUA. Participaram ainda na iniciativa os “operacionais dos Bombeiros Novos e dos Bombeiros Velhos de Aveiro”, entre outros agentes da região.
Em 2024 editaram-se menos livros e o preço aumentou face a 2023
No relatório anual estatístico de Cultura de 2024, o INE explica que os dados em relação ao mercado livreiro são provisórios, mas demonstram que os 11.615 livros editados representam o segundo valor mais baixo em cinco anos. O INE faz uma comparação do mercado livreiro entre 2020 e 2024, indicando que em 2020, ano marcado pela pandemia da covid-19, foram editados 10.279 livros. Nos anos seguintes, o número de livros impressos foi subindo gradualmente - 12.302 livros em 2021, 13.157 em 2022 e 13.557 em 2023 -, registando-se no ano passado 11.615 obras impressas. Estes dados têm por base a atribuição do número de depósito legal, da Biblioteca Nacional de Portugal. Do total de livros impressos editados no ano passado, 87% foram primeiras edições e os restantes 13% reedições. Em Portugal, a literatura dominou a tipologia de livros editados em 2024 (67,4%), seguindo-se as denominadas “obras de referência”, como dicionários e enciclopédias (4,9%), e os manuais escolares (4,1%). Em 2024, publicaram-se obras de 9.484 autores, o que representa uma diminuição de 6,5% face ao ano anterior. Os livros foram o terceiro bem cultural mais exportado por Portugal em 2024, representando 7,3% do total de exportações. Segundo o INE, as exportações de bens culturais atingiram 244,8 milhões de euros em 2024, com um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior, e os livros foram o terceiro produto mais exportado (7,3%), logo a seguir aos artigos de joalharia (39,2%) e aos bens de artesanato (36,8% do total). Quando às importações, o valor total atingiu 513,7 milhões de euros, numa ligeira diminuição de 0,8% face a 2023. Nesta área, os bens culturais mais importados foram os artigos de joalharia (34,3% do total), os livros (15,8%) e os “bens de audiovisual e média interativa” (13,3%).
Mau tempo afundou barco Moliceiro que estava atracado na Costa Nova
“Durante a madrugada, tivemos vento do quadrante sudoeste, conjugado com a maré vazante e a chuva inundou de água o moliceiro que naufragou”, disse à Lusa Paulo Ramalheira, presidente do CVCN. O responsável referiu ainda que a embarcação, que pertence a um particular, estava temporariamente atracada no porto de abrigo do CVCN. Paulo Ramalheira explicou que, neste momento, o moliceiro “encontra-se completamente debaixo de água”, mas, aparentemente, não tem danos estruturais. Os responsáveis do CVCN vão durante a maré enchente, da parte da tarde, tentar retirar o moliceiro, que, entretanto, se encaixou entre o fundo e o pontão quebra-mar, e colocar a embarcação a flutuar. Este acidente ocorreu no dia em que a UNESCO anunciou a inscrição do barco Moliceiro na Lista de Património Imaterial em Necessidade de Salvaguarda Urgente daquele organismo. A arte da carpintaria naval da região de Aveiro, traduzida nos barcos moliceiros, foi hoje inscrita na lista de património imaterial em necessidade de salvaguarda urgente da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. A decisão foi tomada durante a 20.ª sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, a decorrer até sábado em Nova Deli, na Índia.
Luís Souto de Miranda diz que decisão da UNESCO é "momento histórico"
"Hoje celebramos Aveiro, celebramos os nossos mestres e celebramos um legado que queremos proteger para o futuro”, disse Luís Souto, considerando que a decisão da UNESCO, anunciada hoje em Nova Deli, na Índia, é "um momento histórico para a região de Aveiro e para Portugal". O autarca, que é também vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), reagiu desta forma à decisão da UNESCO de inscrever a arte da carpintaria naval da região de Aveiro, traduzida nos barcos moliceiros, na lista de património imaterial em necessidade de salvaguarda urgente. “Este reconhecimento internacional reforça aquilo que sempre defendemos: o moliceiro é uma expressão singular da nossa identidade, fruto do talento e dedicação de gerações de Mestres construtores que mantêm viva a arte da carpintaria naval da Ria”, referiu o presidente da Câmara de Aveiro. O processo foi promovido pela CIRA e desenvolvido em colaboração estreita com mestres construtores, pintores, municípios da região, entidades culturais, educativas e operadores turísticos ligados à ria, contando com o apoio técnico da empresa IPDT – Instituto Português de Desenvolvimento do Turismo. Um dos aspetos singulares dos barcos moliceiros são as pinturas da popa e da ré: “A proa é a parte monumental do moliceiro, em que figuras, desenhos e legendas são exclusivos, sem igual em qualquer tipo de navegação conhecido”, escreveu Jaime Vilar, em livro dedicado àquela embarcação. Nesse trabalho classifica as legendas da proa em “satíricas, humorísticas e eróticas”, “religiosas”, “românticas, brejeiras e pícaras”, “profissionais, morais e históricas”. O mesmo autor, baseando-se em dados colhidos junto dos artífices, descreve que um moliceiro mede, em média, 15 metros de comprimento (…), desloca cerca de cinco toneladas e tem o fundo plano e de pouco calado, pormenor que lhe permite navegar por onde barcos de quilha não passam”. Na década de 70 do século XX estavam registados três mil barcos moliceiros a operar na ria de Aveiro. Atualmente, subsistem apenas 50 embarcações, metade das quais afetas à exploração turística nos canais urbanos da ria.