RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Em atualização: "Apagão" de eletricidade afeta Portugal de norte a sul

Uma falha de eletricidade afetou hoje pelas 11:30 várias zonas do país, segundo relatos feitos à agência Lusa. O jornal Observador dá nota de que o apagão está a afetar também Espanha.

Em atualização: "Apagão" de eletricidade afeta Portugal de norte a sul
Redação

Redação

28 abr 2025, 12:11

A falha está a afetar várias cidades, de norte a sul do país. O jornal Observador já adiantou que pelo menos em Espanha também não há eletricidade.

As operadoras de comunicação dão nota de que estão também a ser afetadas e as ligações da Vodafone, Nos e Meo estão com ligações instáveis, avança o Observador. Também ao Observador, António Leitão Amaro, ministro da Presidência, dá nota que “o Governo está acompanhar” a situação “desde os primeiros segundos” entre si e com as autoridades e empresas dos principais serviços públicos essenciais, sublinhando que “ainda não há confirmação” sobre a possibilidade de se tratar de um ciberataque.

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitiu hoje que o apagão energético que afeta Portugal possa ser devido a um ciberataque, adiantando que está também a afetar Espanha, França e Alemanha. Em declarações à RTP 3, Manuel Castro Almeida, questionado sobre a possibilidade de se tratar de um ciberataque, respondeu que “há essa possibilidade, mas não está confirmada”.

“Há essa possibilidade, de facto”, referiu o ministro, salientando que tinha ainda pouca informação e que a que dispunha não era confirmada. “Sei que abrange vários países da Europa - Portugal, Espanha, França e Alemanha e creio que também Marrocos”, referiu Castro Almeida, para quem em causa está uma “coisa em grande escala que, pela dimensão que tem, é compatível com um ciberataque”, “Mas é uma informação não confirmada”, reiterou.

Governo cria grupo de acompanhamento e diz que apagão “terá tido origem” fora de Portugal

O Governo criou um grupo de trabalho para acompanhar o apagão que afeta Portugal de Norte a Sul e outros países europeus e aponta que o problema “terá tido origem” fora de Portugal. “Terá sido, aparentemente, um problema na rede de transporte, cuja razão ainda está a ser identificada, aparentemente, em Espanha”, disse à Lusa o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

O ministro disse ainda que o Governo está a trabalhar, em conjunto com agentes públicos e privados, para “o mais rapidamente possível” retomar a situação de normalidade no fornecimento de energia, embora sem apontar prazo. “O Governo está a trabalhar em conjunto num grupo de acompanhamento que foi imediatamente acionado. Trata-se de um problema de interrupção de energia que estará a afetar muitos países da Europa, terá tido origem na rede de transporte e é um problema de origem exterior a Portugal”, afirmou.

A primeira prioridade do Governo é, “em conjunto com as várias autoridades nacionais e as empresas prestadoras dos serviços essenciais”, assegurar “uma retoma o mais rápida possível do fornecimento de energia elétrica em Portugal”. “Segundo, assegurar a continuidade ou a mínima disrupção possível nos serviços públicos, em particular nos mais essenciais e nas infraestruturas críticas. Estamos, obviamente, em contacto com todos estes serviços e entidades que as coordenam”, afirmou. Finalmente, prosseguiu Leitão Amaro, o Governo está também empenhado em “garantir a ordem pública”.

“Estamos a trabalhar em conjunto desde o primeiro segundo, e estamos confiantes que, com a cooperação de todos - agentes públicos e privados e Governo - consigamos o mais rápido possível retomar a normalidade na vida dos portugueses para um fenómeno que não é nacional”, assegurou.

Questionado se o Governo tem conhecimento de problemas concretos, o ministro da Presidência afirmou que “há disrupção de alguns serviços e perturbação na vida de várias pessoas”. “Nós estamos focados nos serviços mais essenciais: assegurar a segurança nos aeroportos, assegurar a continuidade dos serviços de saúde, também as restantes vias e redes de transportes”, disse. Leitão Amaro admite que há desenvolvimento “a cada segundo” e serão feitas atualizações ao longo do dia.

A Ria tentou contactar as autoridades de Aveiro mas não conseguiu, até ao momento, obter declarações.

*última atualização às 12:59

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“Para fazer face a esta demanda e dado a diminuição das reservas de sangue nomeadamente do 0+, apelamos a todas as pessoas saudáveis que é muito importante contribuir com a sua dádiva para o bem-estar e saúde dos milhares de doentes que dela necessitam”, refere o presidente da FEPODABES, em comunicado. Alberto Mota lembra que a necessidade de sangue é uma constante nos hospitais, já que os doentes oncológicos, os que são submetidos às mais diversas cirurgias ou aqueles que são vítimas de acidentes recorrem muitas vezes à transfusão sanguínea. “As pessoas, infelizmente, cada vez doam menos e os dadores regulares, são gerações que estão a envelhecer, que já não podem dar sangue a partir dos 65 anos e, portanto, isto é uma luta diária para que os mais jovens venham a doar sangue", refere. Na nota, a Federação recorda que o processo de recolha de sangue é um procedimento rápido (cerca de 30 minutos), e pode ajudar a salvar várias pessoas, já que uma única unidade de sangue pode servir para ajudar até três pessoas. “Todos os cidadãos com mais de 18 anos, que tenham mais de 50kg e que sejam saudáveis podem dar sangue. Esse gesto simples contribui para salvar muitas vidas”, apela Alberto Mota. Segundo um relatório do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), de novembro, Portugal registou em 2024 uma nova redução de dadores de sangue, totalizando quase menos 10 mil em relação a 2017, e voltando a níveis próximos do período pré-pandemia.

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“Em boa hora fizemos uma reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Agora entregamos motorroçadoras. Depois teremos tratores, bulldozers, máquinas de rasto, o transporte respetivo destas máquinas que as Comunidades Intermunicipais (CIM) se vão responsabilizar a garantir a manutenção e de encontrar manobradores. Estes últimos concursos estão a andar”, afirmou José Manuel Fernandes. O governante falava no hangar do centro de meios aéreos de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, onde o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) entregou 135 motorroçadoras a 27 equipas de Sapadores Florestais dos 10 concelhos do distrito, naquele que é o primeiro lote a ser entregue no âmbito do reequipamento dos Sapadores Florestais. Na área da prevenção, o Ministro da Agricultura e Mar destacou ainda “o plano para pastorícia extensiva, dotado com 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para reduzir o material combustível e, em simultâneo, colocar pessoas no território, criando riqueza”. “Tudo isto está englobado no Pacto para a Floresta, que está aprovado. É absolutamente essencial, para termos sucesso, que toda a legislação relativa à propriedade, em 2026, esteja pronta. A Assembleia da República será fundamental para esse objetivo e eu espero um grande consenso para podermos atuar”, afirmou. Outro aspeto preventivo enfatizado por José Manuel Fernandes prende-se com o fogo controlado. O ministro da Agricultura e Pescas disse que o objetivo do Governo é “mais que duplicar” a área de aplicação dessa técnica, que em 2025 rondou os 2.500 hectares. “Queremos atingir os mais de cinco mil hectares”, reforçou, acrescentando que em muitos sítios onde se devia ter feito fogo controlado, e não se fez, houve uma destruição enorme. Fazer fogo controlado significa usarmos um meio técnico para protegermos, cuidarmos, para evitarmos que os incêndios depois tenham material combustível de tal ordem que ninguém os consegue controlar. Será um trabalho a realizar em conjunto com as CIM”, sublinhou. Segundo o ministro, “há muitos locais onde as pessoas sabem que o fogo vai passar se nada se fizer e muitos locais que sabem que o fogo se pode agarrar”. “É absolutamente essencial que esse trabalho de planeamento do fogo controlado se faça. É tecnicamente, não só, defensável, como, em termos ambientais, é uma necessidade e uma exigência”, frisou Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, José Manuel Fernandes disse que o Governo “tudo fará para valorizar o trabalho dos sapadores florestais, para que eles tenham o rendimento justo e digno de um trabalho árduo, que não é fácil”. “Quando chegámos ao Governo, havia dívidas às equipas de sapadores que nós regularizámos. Passámos o montante de cada equipa de sapadores florestais, composta por cinco elementos, de 55 para 61 mil euros. Tudo o que pudermos fazer dentro legalidade, mas também com o objetivo de valorização dos sapadores florestais iremos fazê-lo. A compra de equipamento é também uma forma a ajudarmos a que o trabalho seja mais facilitado e menos árduo. A formação conta 100% como serviço público. Antes, não contava. São passos que estamos a dar que os sapadores florestais merecem”, referiu. Além das 135 motorroçadoras hoje entregues aos sapadores florestais do Alto Minho, ao todo, serão entregues 2.060 motorroçadoras, numa ação financiada pelo PRR, sendo um investimento destinado a mais de 400 equipas de Sapadores Florestais, contribuindo para o melhoramento e otimização da maquinaria de trabalho e para o reforço da capacidade operacional destas equipas na prevenção da floresta.

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Anadia cria gabinete de apoio à migração e internacionalização até final do ano
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“Queremos apostar e investir muito naquilo que é a relação com a nossa emigração, os nossos emigrantes, que têm uma ligação muito forte a Anadia e que estão pelo mundo inteiro. Temos, primeiro, de garantir que esta ligação não se quebre e que haja vontade de eles manterem esta relação com a sua origem”, apontou, em declarações à agência Lusa. O gabinete de apoio à migração e internacionalização deverá ser criado até ao final do ano e servirá para ajudar os emigrantes, mas também os imigrantes. “Iremos apoiá-los [aos emigrantes] quando eles cá vêm, ajudando-os naqueles que são os seus problemas aqui, estando eles fora. E, depois, também aproveitarmo-nos um bocadinho deles, aproveitarmos o lado positivo, que é transformá-los em embaixadores de Anadia, da nossa economia, das nossas empresas, da nossa cultura”. Segundo o autarca, este gabinete irá também ajudar e apoiar os imigrantes a integrarem-se. “Precisamos de ajudar e que se sintam em casa aqueles que são imigrantes e que escolheram a Anadia para viver. Nós precisamos deles cá”. À Lusa, Jorge Sampaio disse ainda que o seu concelho tem uma grande comunidade de imigrantes, sendo exemplo disso o elevado número de alunos imigrantes que frequentam as escolas do Agrupamento de Anadia. “Só o Agrupamento de Escolas da Anadia tem 600 alunos não portugueses de 43 países”, num universo total de quase 4.000 alunos. “E se formos à nossa Escola Profissional, que tem quase 300 alunos, metade são não portugueses. Tantas vezes isto é visto como um problema, mas eu gosto de ver isto como uma coisa extremamente positiva: o cruzar de culturas, esta globalização que os nossos alunos, logo desde miúdos, se começam a habituar a ter, porque no futuro eles vão ser cidadãos do mundo”. Neste gabinete irão encontrar resposta em termos de integração “na parte da formação, da qualificação e da língua”. “Como podem integrar os seus filhos nas escolas, como se podem integrar nas empresas, trabalhar a parte da empregabilidade, da habitação”, acrescentou. O presidente da Câmara de Anadia disse ainda que pretendem “levar jovens e menos jovens ao mundo”, através do Programa Erasmus e de outros programas que existam.

Cineasta aveirense Manuel Paula Dias morre aos 90 anos
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Cineasta aveirense Manuel Paula Dias morre aos 90 anos

“Faleceu o cineasta aveirense Manuel Paula Dias, que iria completar 91 anos no próximo dia de Natal. Figura ímpar da memória cultural de Aveiro, dividiu a sua longa vida entre a indústria de fundição — onde trabalhou desde muito cedo — e o cinema, que assumiu como paixão profunda e constante”, afirmou o Cine Clube numa nota enviada à agência Lusa. Manuel Paula Dias filmou, sobretudo, nas décadas de 1960 e 1970, recorrendo aos formatos reduzidos característicos do cinema amador da época e, através da sua câmara, “documentou como poucos a vida da cidade, da região e da ria de Aveiro, criando um vasto e valioso arquivo audiovisual que preserva tradições, paisagens e modos de vida hoje desaparecidos”. Na nota de imprensa, o Cine Clube de Avanca, com sede em Estarreja, no distrito de Aveiro, destaca que Manuel Paula Dias “deixa um legado maior no cinema documental português e uma memória artística profundamente entrelaçada com a história de Aveiro e da sua gente”. “A sua obra mais conhecida, o documentário “Sal, Duro Sal”, capta com intensidade e autenticidade a dureza do trabalho nas marinhas de sal aveirenses. Este filme, juntamente com outros da sua autoria, integrou a retrospetiva que o 3º Mar Film Festival lhe dedicou em 2019, no Museu Marítimo de Ílhavo”, destacou o documento. Em 2013, tinha também sido exibido no ciclo “Fitas da Ria”, organizado pelo grupo “uariadeaveiro” da Universidade de Aveiro e apresentado no Teatro Aveirense. Nesse mesmo ano, o RIOS – 2º Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia, realizado em Vila Real por Anabela Branco de Oliveira, acolheu uma retrospetiva dedicada ao cinema de Aveiro, exibindo “Sal, Duro Sal” e “Um Olhar Diferente pela Ria de Aveiro”, contribuindo para dar nova visibilidade à sua obra. Em 2009, Manuel Paula Dias realizou um remake de “Decomposição”, um filme originalmente rodado em 1972, uma ficção experimental que, no seu início, “relembra as dificuldades que o cinema amador e independente enfrentava com a ação da censura”. “Em colaboração com Ernesto Barros, realizou ainda ‘Derrame’, filme rodado em 1975 e concluído em 1977, que inclui imagens únicas do funeral do soldado morto no assalto à sede de Aveiro do Partido Comunista Português, num momento particularmente tenso do pós-Revolução”, lê-se. O Cine Clube de Avanca realçou ainda que Manuel Paula Dias e Ernesto Barros integraram o chamado “Grupo de Aveiro”, núcleo que marcou o cinema não-profissional português dos anos 60 e 70, ao lado de nomes como Vasco Branco e Manuel Matos Barbosa. “Este grupo deixou um importante legado fílmico profundamente ligado à identidade cultural de Aveiro e da sua região”, considerou o Cine Clube. O “AVANCA – Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia”, festival no qual participou várias vezes como membro de júris da competição internacional, homenageou, em 2014, o cineasta. Em 2018 foi igualmente júri do “Paisagens – Festival Internacional de Cinema de Sever do Vouga”, continuando a ser reconhecido pela sua experiência e contributo. “Nos últimos anos, dedicava-se à escrita de um livro sobre a história da sua família e o início da indústria de fundição em Aveiro — um relato marcado pelo episódio dramático de um avião que, saído da Base Aérea de São Jacinto, se despenhou nos terrenos pertencentes ao seu pai”, escreveu o Cine Clube de Avanca que lamentou a morte do cineasta.

Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta
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Tanto no passado dia 24 de outubro como na última sexta-feira, dia 7, as duas sessões de instalação dos novos órgãos autárquicos na freguesia de Aradas duraram pouco mais de meia hora. Em ambos os casos, a oposição presente na Assembleia de Freguesia - composta por três membros do movimento ‘Sentir Aradas’, três membros do PS e um membro do Chega - rejeitou o nome proposto para assumir a posição de primeiro vogal do executivo e obrigou Catarina Barreto a suspender os trabalhos. Passados cinco dias desde a última Assembleia, a presidente da Junta voltou a convocar nova reunião, mas, segundo as forças da oposição ouvidas, não há novidades. Do lado do ‘Sentir Aradas’, Gilberto Ferreira afirma que “não recebeu qualquer contacto do executivo”, mas espera que a marcação de uma nova reunião seja sinónimo de novidades. “Se [a presidente] achou por bem marcar a reunião, é porque fez alguma tentativa para desbloquear a situação”, conclui. Sónia Aires, que foi a primeira candidata da lista do PS à freguesia, também afirma não ter sido contactada pela presidente, pelo que não há nada que possa mudar em relação à última Assembleia. Ricardo Nascimento, membro eleito pelo Chega, assume um discurso semelhante e diz que até agora também não houve qualquer contacto da parte do executivo. O vereador Diogo Machado, eleito pelo Chega, não seguiu a mesma linha e, quando questionado sobre eventuais negociações, optou por não fazer comentários. Recorde-se que, na semana passada, quando foi noticiado pelo Diário de Aveiro um acordo entre a ‘Aliança com Aveiro’ e o Chega para viabilização do executivo - entretanto desmentido -, o também vereador na Câmara Municipal de Aveiro (CMA) garantiu à Ria que “naquele momento, não havia acordo”. A Ria procurou também tentar falar com Catarina Barreto, mas não obteve resposta. À margem da reunião de executivo municipal da passada quinta-feira, dia 13, Luís Souto mostrou-se confiante na resolução dos problemas na Junta de Freguesia. Nas suas palavras, a situação “vai-se resolver com o bom senso das pessoas”. Na análise ao caso, o autarca estabeleceu uma comparação entre a freguesia aveirense e os Estados Unidos da América, que viu a atividade do seu governo paralisada ao longo de 43 dias: “Os EUA parados […] é muito pior do que a crise de Aradas e não morreu ninguém, já está resolvido”. A Ria falou também com Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD em Aveiro, que “lamenta que ainda não tenha sido possível chegar a uma base de entendimento”. O responsável, que se mostra disponível para ajudar a chegar a “bom porto”, enaltece que Aradas não pode ser palco para uma “guerra política” ou para uma “guerra pessoal”, salientando que quem fica prejudicado é a freguesia. Sobre as exigências feitas pelos partidos da oposição - nomeadamente, sobre a auditoria financeira independente que é pedida - Firmino Ferreira aponta que é necessário saber exatamente o que procuram os partidos. “Ninguém pode estar contra que haja uma clarificação, a própria presidente estará garantidamente disponível. Mas é preciso também que lhe seja dito o que é preciso em concreto”, aponta, salientando também que “as auditorias podem custar um valor irrisório ou uma fortuna”. O responsável do PSD nota que existe vontade das partes para chegar a um entendimento, mas aponta que “parece que cada um acha que tudo é impossível porque ou é como se pretende ou nada feito”. Segundo considera, “as pessoas têm obrigatoriamente de ceder” devido à importância que atribuem ao estabelecer um acordo.