RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Há cada vez mais alunos nas escolas mas muitos não aprendem

Portugal tem cada vez mais jovens adultos qualificados, mas há muitas falhas nas aprendizagens, alerta o Conselho Nacional de Educação, que pede inovação na forma de ensinar e mais formação dos professores para melhorar a qualidade do ensino.

Há cada vez mais alunos nas escolas mas muitos não aprendem
Redação

Redação

08 jan 2025, 09:47

Já são poucos os alunos que não frequentam a escola e são cada vez menos aqueles que reprovam, sublinha o relatório Estado da Educação 2023, esta terça-feira divulgado, que mostra que o maior problema ainda é no ensino secundário, onde um em cada dez alunos ainda fica para trás (9,8%).

Apesar de haver cada vez menos jovens fora da escola, “há percentagens elevadas de alunos que não aprendem o que está previsto no currículo”, alerta o presidente do CNE, Domingos Fernandes, apontando como “particularmente preocupante e grave” a situação dos mais novos, que têm demonstrado grandes dificuldades na escrita e na matemática.

“O país necessita de pôr em prática um programa especificamente orientado para melhorar a qualidade do ensino e das aprendizagens nos primeiros anos”, escreve o presidente do CNE, defendendo medidas que garantam a formação inicial e contínua dos professores.

Também é preciso apostar na organização e funcionamento pedagógico das escolas e em sistemas de apoio, de acompanhamento e avaliação, diz Domingos Fernandes.

“Não se pode deixar alunos pelo caminho, não se pode desleixar os apoios diversificados de que os alunos necessitam e não se pode excluir, sem mais nem menos, aqueles que revelam dificuldades”, defende o presidente do CNE.

A criação de uma política apostada em melhorar o ensino e as aprendizagens deve passar por “programas de formação inicial e contínua de professores que tenham realmente em conta os conhecimentos e competências que têm de ser desenvolvidas sobretudo no que se refere ao conhecimento científico inerente à disciplina ou disciplinas que se lecionam, ao conhecimento pedagógico, ao conhecimento do currículo e, em geral, à inovação pedagógica”.

O problema também se sente no ensino superior e Domingos Fernandes considera urgente “investir deliberada e consistentemente na melhoria dos conhecimentos pedagógicos dos seus professores”.

“É necessário inovar nas práticas de ensino e de avaliação e criar ambientes em que os estudantes sejam desafiados a pensar, a ser autónomos, a exercitar o pensamento crítico e a criatividade e a serem capazes de mobilizar, integrar e utilizar conhecimentos e competências para resolver uma diversidade de problemas”, defende.

O relatório do CNE alerta também para a necessidade de continuar a combater as desigualdades, que dependem do nível educativo dos pais, mas também das regiões do país onde vivem os alunos ou, mais recentemente, do seu local de nascimento.

Os últimos dados do Ministério da Educação apontavam para um aumento de 160% do número de alunos migrantes em apenas cinco anos, chegando a cerca de 140 mil estudantes estrangeiros no passado ano letivo, o que representa 14% dos alunos do ensino básico e secundário. 

A maioria destes alunos chega às escolas sem saber falar Português e são “elevadas as taxas de retenção e desistência das crianças e jovens cujos progenitores são estrangeiros”, o que aponta para “a necessidade de ativação efetiva de medidas de inclusão e discriminação positiva”, refere o estudo.

O relatório alerta ainda para a necessidade de se conhecer a “eficiência e eficácia organizacional e pedagógica da disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM) e dos processos de acolhimento” nas escolas, considerando que “só deste modo será possível agir de forma consistente e sustentada”.

Os investigadores pedem, por isso, “informação sistematizada, baseada em indicadores estabilizados, que permitam acompanhar taxas de cobertura e de frequência da disciplina de PLNM”.

Recomendações

Risco de mortalidade materna em Portugal manteve-se estável entre 2000 e 2023
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Risco de mortalidade materna em Portugal manteve-se estável entre 2000 e 2023

“A taxa de mortalidade materna [TMM, número de mortes maternas por 100.000 nados vivos] diminuiu em todos os países entre 2000 e 2023, exceto em nove países, onde se manteve estável: Botswana, Canadá, Chipre, República Dominicana, Gabão, Grécia, Portugal, EUA[Estados Unidos] e Venezuela”, indica o relatório “Tendências na Mortalidade Materna 2000-2023” divulgado. O documento elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com outras agências da ONU refere que, em 2000, Portugal assinalava uma estimativa pontual de nove mortes maternas por 100.000 nados vivos, enquanto em 2023 verificava uma tendência de 15 óbitos. O relatório, que analisou dados de 01 de janeiro de 2000 até 31 de dezembro de 2023, indica que a redução geral da taxa de mortes maternas foi superior a 70% em 35 países, sendo que a maior alteração foi observada na Bielorrússia com uma melhoria de 94,6%, seguido do Butão com 85,3% e Cazaquistão com 83,5%. Nesse período de análise, o risco de mortalidade materna também diminuiu em todas regiões. A região da Ásia Central e Meridional alcançou a maior redução percentual global da taxa de mortalidade (72,9%), de 397 mortes maternas por 100.000 nados-vivos em 2000 para 112 em 2023. Noutras regiões, o risco de óbito desceu 58% na Austrália e Nova Zelândia, 52% no Norte de África e na Ásia Ocidental, 45,1% no Leste e Sudeste Asiático, 39,6% na África Subsariana, 38,2% na Oceânia (excluindo Austrália e Nova Zelândia) e 35,1% na Europa e América do Norte. A América Latina e as Caraíbas registaram a menor redução durante este período (16,8%). O relatório “Tendências na Mortalidade Materna 2000-2023” é divulgado no Dia Mundial da Saúde e fornece estimativas globais, regionais e nacionais para as mortes maternas.

Portugal com 82 atletas nos Jogos Mundiais Universitários Rhine-Ruhr2025
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Portugal com 82 atletas nos Jogos Mundiais Universitários Rhine-Ruhr2025

No espaço do museu no interior da Casa do Estudante-Atleta da FADU, Ricardo Nora notou o grande aumento de participantes – foram 44 em Chengdu2021, realizados em 2023 – o que também “aumenta a probabilidade de melhores resultados”, depois dos inéditos sete pódios. “Estamos felizes por proporcionar a mais estudantes, mais jovens, esta experiência. É um objetivo pessoal de todos e já nos deixa muito felizes. Ao nível dos resultados desportivos, traçando objetivos, naturalmente será a alcançar o feito de 2023 e conseguirmos trazer mais resultados, mais histórias e medalhas para Portugal”, afirmou, na cerimónia em que a FADU assinalou a preparação para o evento, que arranca daqui a 100 dias. Desta vez mais distantes dos Jogos Olímpicos, que serão em 2028 em Los Angeles, os Jogos Mundiais Universitários têm trazido grande qualidade, com medalhados de Fernando Pimenta a Patrícia Mamona, prata em Shenzhen2011 e hoje chefe da Missão ao evento na Alemanha, de quem nora esteve ladeado na conversa com os jornalistas. “Ela é o rosto da qualidade dos atletas que têm passado por estes Jogos, estas comitivas. Alguns dos atletas estiveram na missão de 2023 e estiveram nos Jogos Olímpicos Paris2024. Relembrar que o próprio João Coelho fez marca [para os Jogos] nesses Jogos Mundiais Universitários”, declarou. O dirigente federativo afirmou que o organismo que lidera tem estado “a trabalhar na procura de parceiros para tornar esta missão robusta”, uma vez que “o financiamento estatal, muito por via do Instituto Português do Desporto e Juventude, não chega por si só para suportar a missão”, dados os custos. Com gastos que ascendem a 200 mil euros “na globalidade do orçamento”, a missão é também “uma oportunidade” para uma participação ‘musculada’, uma vez que em 2027 os Jogos Mundiais Universitários (antigas Universíadas) vão decorrer na Coreia do Sul e, em 2029, nos Estados Unidos. “Prevemos que nos próximos anos não consigamos chegar tão rapidamente a estes números que vamos conseguir em 2025, no que diz respeito a números de participação”, acrescentou. Há dois anos, Portugal arrecadou sete medalhas, a melhor participação de sempre, com um total de 73 portugueses envolvidos na comitiva, entre técnicos, médicos, administradores e oficiais desportivos, número que agora ascende para 120. Com uma participação de género “muito equitativa”, Portugal competirá em Duisburgo, Essen, Mülheim, Bochum, Hagen e Berlim em busca de aumentar o pecúlio de 48 medalhas ao todo (17 de ouro, 18 de prata e 13 de bronze). A delegação lusa está apurada em atletismo, voleibol (masculino), tiro com arco, ténis, taekwondo, ténis de mesa, natação, ginástica artística, ginástica rítmica, judo e basquetebol (feminino). Patrícia Mamona, vice-campeã olímpica no triplo salto em Tóquio2020, vai liderar a comitiva portuguesa em Rhine-Ruhr, região alemã que acolhe os Jogos entre 16 e 27 de julho, sucedendo a Pedro Cary, que tinha chefiado a missão a Chengdu2021 (realizados em 2023). A 31.ª edição do evento ‘rendeu’ o ouro a João Coelho, nos 400 metros, com recorde nacional e marca de apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024, e Mariana Machado, nos 5.000 metros, com prata para Décio Andrade no lançamento do martelo e Eliana Bandeira no peso. Fora do atletismo, Gabriel Lopes ficou com o primeiro lugar nos 200 estilos, enquanto Camila Rebelo se sagrou vice-campeã nos 200 metros costas e nos 100 metros costas.

Linha de Aconselhamento Psicológico atendeu quase 359 mil chamadas em cinco anos
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Linha de Aconselhamento Psicológico atendeu quase 359 mil chamadas em cinco anos

O serviço começou a funcionar em 01 abril de 2020, um mês depois do início da pandemia de covid-19 em Portugal, para dar apoio às preocupações e desafios psicológicos dos utentes e dos profissionais de saúde. Analisando o número de atendimentos na Linha de Atendimento Psicológico (LAP) por ano, 2024 foi o ano que registou o maior número de chamadas, totalizando 76.000 chamadas, seguido de 2023, com 70.700, de 2021, com 70.000, 2022 com 64.800, e 2020, com 57.700 chamadas, de acordo com os dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) avançados hoje à agência Lusa. Em abril de 2022, a LAP passou também a estar disponível em inglês, tendo atendido, desde então, mais de 8.400 chamadas. Este ano, até 30 de março, o serviço em inglês já atendeu mais de 1.700 chamadas, o que representa um aumento de 327% em relação ao período homólogo de 2024. Segundo os SPMS, grande parte das chamadas para a LAP estão relacionadas com sintomatologia associada à ansiedade, ao agravamento de psicopatologia prévia e à gestão e adaptação em situação de crise. Nas situações em que o psicólogo identifica que existe perigo para o próprio utente ou para terceiros, a chamada é transferida para o INEM, que assegura o acionamento dos meios de socorro adequados. Os dados referem que, desde 15 de março de 2021, ocorreram mais de 450 situações. Por outro lado, o psicólogo pode também identificar a necessidade de encaminhamento para o serviço de Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento do SNS 24, se considerar que a situação não ficou resolvida com o aconselhamento psicológico ou caso o utente apresente outro tipo de sintomatologia. Para aceder à Linha de Atendimento Psicológico basta ligar para o SNS 24 (808 24 24 24).

Ministro acredita que reforço da ação social tirará foco da luta estudantil sobre propinas
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Ministro acredita que reforço da ação social tirará foco da luta estudantil sobre propinas

“Espero convencê-los de que com um bom sistema de ação social, o foco nas propinas perde-se”, afirmou Fernando Alexandre em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com dirigentes de federações e associações académicas. O ministro da Educação, Ciência e Inovação e a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, reuniram-se hoje com os representantes dos estudantes do ensino superior para assinalar o Dia Nacional do Estudante, num encontro em que participaram também o diretor-geral do Ensino superior, Joaquim Morato, e a presidente do Conselho Nacional para a Inovação Pedagógica no Ensino Superior, Patrícia Rosado Pinto. Horas antes, centenas de universitários percorreram as ruas de Lisboa numa manifestação nacional para pedir mais financiamento para o ensino superior e garantiram que irão continuar a lutar para que ninguém seja impedido de estudar, insistindo no fim das propinas. “Não foi muito referido, talvez porque também sabem que temos aí uma divisão na forma como olhamos para esse problema”, respondeu o ministro quando questionado se aquela reivindicação também tinha sido levantada durante a reunião. Sobre essa matéria, o ministro, em gestão desde a queda do Governo, já tinha admitido a hipótese de descongelar o valor das propinas, em função das conclusões de um estudo de avaliação da ação social, defendendo que é sobretudo através desse mecanismo que as barreiras financeiras à frequência do ensino superior são mitigadas. A ideia voltou a ser defendida esta segunda-feira e Fernando Alexandre sublinhou que, no seu entender, a propina “não é o principal elemento de exclusão”. “Temos de garantir que temos uma avaliação adequada dos custos de frequência do ensino superior e depois, face ao rendimento das famílias, a ação social garante que nenhum aluno fica excluído por razões económicas e financeiras”, explicou. Por outro lado, a principal dificuldade referida pelos representantes dos estudantes é a falta de alojamento e o governante reconheceu que os atrasos na execução do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) são preocupantes. Ainda assim, e com apenas duas mil camas já inauguradas, acredita que a meta de 18 mil camas até 2026 será cumprida. “Há muitas a serem concluídas. Agora estamos a entrar em período eleitoral, mas haveria muitas inaugurações a fazer nos próximos meses”, afirmou, considerando também que as instituições “perceberam que o alojamento tem de ser pensado além da ação social”, também como um instrumento de integração dos estudantes.

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Legislativas: Isabel Cristina Tavares (CDU) espera “inverter” resultados das últimas eleições
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Legislativas: Isabel Cristina Tavares (CDU) espera “inverter” resultados das últimas eleições

Em entrevista à Ria, Isabel Tavares confessou que “não esperava o convite” para ser cabeça de lista do partido. “Nas últimas legislativas, há um ano, eu fui a segunda da lista pelo círculo de Aveiro. Portanto, não esperava o convite, mas não foi surpreendente. Digamos que estou normalmente disponível para tarefas desta natureza, seja nas legislativas, seja nas autárquicas”, afirmou. “Tenho feito parte de diversas listas no distrito de Aveiro, inclusive nas últimas para o Parlamento Europeu também. Não foi uma surpresa, mas também não era algo que eu estivesse assim à espera”, confidenciou. Isabel Cristina Tavares tem 54 anos, é operária têxtil e, atualmente, desempenha funções de Coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil, Vestuário, Calçado e Curtumes – Aveiro, Viseu e Guarda e da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Calçado e Peles de Portugal. É também membro da Comissão Executiva da Direção da União de Sindicatos de Aveiro e da Comissão Executiva do Conselho Nacional da CGTP-IN e do Comité Central do PCP. Confrontada pela Ria com os resultados alcançados pelo partido nas últimas eleições legislativas, que ocorreram no ano passado, em que a coligação alcançou apenas “1.38% dos votos”, Isabel reforçou que o “distrito precisa mesmo de ter alguém que leve os problemas à Assembleia da República (AR) com rigor”. “Nós temos deputados eleitos do distrito na AR, mas o que constatamos é que os problemas da população e aquilo que são as necessidades do distrito ficam para segundo, terceiro, quarto plano e estão direcionados para outras áreas da economia, e enfim, não dão o devido valor àquilo que são de facto as necessidades do distrito e das populações na medida do tempo”, criticou. Sobre os baixos resultados alcançados pelo partido, a cabeça de lista opinou que Aveiro é um “distrito muito complicado” por “assentar muito à direita”. “O PCP/CDU faz um trabalho de proximidade às populações, aos trabalhadores (…), mas é um trabalho difícil, porque nós não temos na comunicação social, salvo honrosas exceções como é a vossa, o tempo de antena que os outros têm”, lamentou. “Temos, neste momento, um problema muito sério, que as opiniões e as decisões fazem-se e tomam-se com aquilo que a comunicação social passa, e nem sempre a comunicação social tem passado a mensagem correta acerca do PCP”, continuou. Isabel Tavares realçou ainda que tem esperança de que nestas eleições “as coisas se invertam” para que “haja uma voz presente dos aveirenses naquele quadro de discussão que é de facto muito importante”. Entre as principais preocupações apontadas no distrito de Aveiro, a cabeça de lista começou por referir a questão da habitação. “Nós temos aí muitos problemas do ponto de vista da habitação e uma ausência de resposta àquilo que são as necessidades. Se vamos para o centro da cidade, aquilo que vimos construir é um tipo de construção que não é para o comum trabalhador que ganha o salário mínimo nacional. São construções elitistas e que só chegam a quem tem dinheiro”, apontou. “Depois não há uma resposta social. Não há uma preocupação de construção de habitação a custos controlados ou arrendamento acessível (…) Não há nenhum trabalhador com os salários que ganha no distrito que consiga comprar um apartamento de 500 mil euros. Para conseguir um empréstimo na ordem dos 150 a 200 mil euros já tem de ter um salário razoável”, continuou. Para Isabel Tavares também as “acessibilidades e os transportes” têm de ser tidos em conta no distrito. “Eu moro em Aveiro e trabalho habitualmente em São João da Madeira. Se quiser vir de Aveiro para São João da Madeira, de transporte público, tenho de sair de casa às 6h30 para chegar às 10h15 a São João da Madeira. E tenho de sair de São João da Madeira às 16h00 para chegar a minha casa às 19h15. Portanto, isto não é resposta”, frisou. A cabeça de lista sugere assim a necessidade de haver uma “interligação entre as várias cidades do distrito”. “Os trabalhadores movimentam-se e precisam de respostas em termos públicos. Mesmo dentro dos próprios concelhos há dificuldades dessa natureza. Não há aqui uma resposta efetiva a essas necessidades. Na ferrovia tivemos agora a remodelação da Linha do Vouga, mas há muito mais para fazer. Há que ajustar os apeadeiros e as estações às necessidades das populações”, reconheceu. O emprego foi outra das preocupações apontadas. “O nosso distrito tem indústria e a malta olha para aquilo que são as condições de trabalho e os salários dos trabalhadores dos vários setores de atividade e há aqui uma preocupação crescente do ponto de vista daquilo que é o esmagamento dos salários (…). “É preciso ir mais longe e é preciso garantir trabalho estável e com rendimentos justos. Existe muita precariedade no distrito, continuamos a ter empresas que trabalham com base nos contratos com vínculo precário, ou seja, hoje o trabalhador tem garantia de que tem trabalho e salário e amanhã deixa de ter. Isto é uma instabilidade tremenda”, exemplificou. Ainda no âmbito das propostas para Aveiro, Isabel Tavares propôs ainda a isenção total das portagens da A25. “Se falamos que há défice de resposta a nível público nos transportes, obviamente, que o recurso que as pessoas têm depois é a utilização do transporte próprio. Este acrescido de portagens coloca aqui dificuldades”, reconheceu. Já no campo da saúde, a cabeça de lista da CDU falou ainda sobre o aumento de resposta do “Hospital de Aveiro e de Santa Maria da Feira”. “Uma das nossas prioridades é exatamente poder haver aqui um aumento de resposta, não só nos hospitais como nos centros de saúde, de proximidade, a todos os aveirenses e a toda a população do distrito”, disse. Como vem sendo habitual em ano de eleições legislativas, a CDU (PCP-PEV) promove este sábado, 12 de abril, uma apresentação dos candidatos às eleições legislativas, pelas 15h00, no Edifício Atlas Aveiro. O objetivo passa por dar a conhecer à população “as pessoas que compõem a lista da CDU e as caraterísticas de cada um dos elementos que compõem a lista para tomarem a decisão em consciência”. “A nossa lista é composta por pessoas sérias e honestas que trabalham em prol daquilo que é uma sociedade melhor, mais justa e mais solidária”, atentou a cabeça de lista. 1. Isabel Cristina Tavares; 2. Justino Pereira; 3. Maria Miguel Sá; 4. João José Ferreira; 5. Dulce Carvalho; 6. Nuno Silva; 7. Leonor Xarrama; 8. João Canas; 9. Libânia Pires; 10. Julião Silva; 11. Ana Isaura; 12. Bernardo Santos; 13. Hélio Guilherme; 14. Ana Ferreira; 15. José Alves; 16. Maria Miguel Suplentes: 1. Nuno Teixeira; 2. Vítor Januário; 3. Pilar Gomes; 4. Cláudia Barata; 5. Albino Silva Mandatário: Joana Dias

AAUAv/UA: Basquetebol masculino sagra-se campeão nacional universitário
Universidade

AAUAv/UA: Basquetebol masculino sagra-se campeão nacional universitário

A equipa aveirense voltou a vencer a AAC, num jogo que começou com uma AAC mais forte e terminou com uma diferença de 10 pontos (74-64) a favor da AAUAv/UA. Em declarações à Ria, Francisco Albergaria, estudante-atleta de Engenharia Informática e capitão da equipadá conta de uma equipa “muito feliz” e com a sensação de “dever cumprido”. “Começamos por perder por 14 pontos (…), mas rapidamente conseguimos encontrar o nosso ritmo e voltar a estar dentro do jogo; depois na segunda parte conseguimos uma ligeira vantagem (…) e foi só conservar essa vantagem e acabamos por ganhar”, analisa Francisco. Com a vitória, a equipa aveirense vê o seu lugar garantido no Campeonato Europeu Universitário que decorrerá este ano de 6 a 13 de julho, em Bolonha, Itália. De notar que a última edição da competição, em 2023, decorreu na Universidade de Aveiro. O estudante-atleta deu nota que os objetivos para a competição europeia serão pensados depois dos atletas descansarem e terem processado a vitória do dia de hoje. “Tem sido muito difícil gerir isso [o cansaço], porque nós estamos a ir e vir todos os dias e depois nós jogamos todos em clubes [federados] (…), portanto nós vimos de jogar e ainda vamos treinar aos nossos clubes no final do dia”, repara Francisco. O capitão da equipa aproveitou ainda a ocasião para agradecer “o apoio de todos”, em especial à Associação e à Universidade “porque nos permitem as condições necessárias para podermos estar aqui”, repara. Miguel Tavares, antigo estudante-atleta da UA e atual treinador da equipa admite que o jogo começou mal para a equipa aveirense. “Passamos alguns momentos complicados, mas este campeonato foi todo uma prova de superação constante, parecia que começávamos sempre atrás nos jogos, mas depois acabávamos por dar a volta e acabar a vencer e este jogo foi o resumo perfeito daquilo que foi a competição em si”, aponta o técnico da equipa aveirense. Para o futuro, o treinador aponta que a manter-se o grupo não tem dúvidas de que “vão com certeza marcar presença nas Fases Finais” e espera que o sucesso tenha vindo para ficar. “O ano passado a equipa ficou em segundo, este ano ficamos em primeiro, então acho que é uma prova de continuidade e sucesso duradouro”, entende. Para Miguel Tavares, a vitória e o ouro têm um gosto especial por ser o seu último do técnico desportivo no desporto universitário. “A nível pessoal foi o meu último ano no desporto universitário (…). Está feito o percurso e não podia pedir melhor maneira de acabar”, aponta o treinador. As equipas da AAUAv voltam a disputar jogos na próxima semana. O basquetebol e futsal feminino disputam a fase de grupos já a partir da próxima segunda-feira, dia 14, e são as duas únicas equipas aveirenses ainda na luta pela conquista de títulos nas Fases Finais da competição da FADU.

PAN diz que Governo não está a cumprir recomendação da AR sobre pinhal de Ovar
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PAN diz que Governo não está a cumprir recomendação da AR sobre pinhal de Ovar

Inês Sousa Real falava após a visita que realizou a talhões desbastados nessa zona arbórea ao longo da costa vareira, acompanhada de elementos da recém-criada associação +Pinhal, cuja petição pública exigindo “a suspensão imediata das operações de gestão florestal em curso no Pinhal Dunar de Ovar” já reuniu mais de 3.500 assinaturas desde o final de fevereiro. “É lamentável que nem o município, nem o ICNF [Instituto Nacional de Conservação e da Floresta], nem o próprio Governo, estejam a respeitar a recomendação que saiu da Assembleia da República para garantir que havia aqui uma revisão do plano de gestão florestal, pelo que acompanhamos a indignação da população e da associação +Pinhal”, disse. Notando que “as entidades que deviam fiscalizar o caso são, ao mesmo tempo, as entidades licenciadoras que permitem quer os cortes rasos quer a desafetação” de terreno florestal para outros efeitos, a porta-voz do PAN defende: “Isto só vem mostrar que o rumo legislativo que temos tido nos últimos anos não está alinhado com o compromisso de combater as alterações climáticas e de travar o declínio da biodiversidade. Desde a Lei dos Solos ao Simplex Ambiental e aos planos de revisão e ordenamento do território, [os governantes] têm sido completamente contrários não só à preservação dos valores naturais, mas também, em último recurso, à proteção das populações”. Inês Sousa Real argumenta que essa falha é agravada pelo facto de a gestão florestal em Ovar estar “muitas vezes associada a interesses económicos”, considerando que há porções de terreno regularmente desafetadas da reserva florestal para dessa forma se permitir a construção de pavilhões industriais. “Cortes rasos, em talhões delineados a regra e esquadro, só denotam, por um lado, que há aqui interesses económicos e, por outro, que não estamos a saber gerir este património natural”, realça. Apontando como exemplo que “uma das áreas desafetadas em Ovar ocupa uma área de cerca de 60 hectares”, a deputada alega que na alteração do regime de proteção desses solos “deve haver algum interesse económico para construção” e diz que, seja ele de caráter industrial ou habitacional, certamente “não será para criar habitação acessível”.  Afirma por isso que a tutela está “mais uma vez em contraciclo com o interesse da população, única e exclusivamente por falta de vontade política e de instrumentos mais robustos que permitam uma fiscalização eficaz”. Para a deputada, “quem está no Governo e na Câmara Municipal de Ovar continua de costas voltadas para a vontade da população, que já deixou bem claro que quer a preservação do pinhal, até porque há aí um aterro que, se for atingido pelo avanço do mar, pode ter impacto ao nível da segurança e saúde da comunidade”, com efeitos ainda “não totalmente conhecidos, mas que podem ser bastante danosos”. Com base nos cortes que ainda há para realizar na mesma zona florestal, a deputada acrescenta: “Não faz sentido que o pinhal perca mais de 360 hectares, o equivalente a mais de 300 campos de futebol. E se estes cortes ocorressem de forma pontual e dispersa por toda a área do pinhal, para garantir que temos [sempre em cada talhão] árvores com diferentes tamanhos de copa, aí sim, podíamos ter uma gestão mais adequada ao equilíbrio deste ecossistema”. Para Inês Sousa Real, esse cuidado é particularmente relevante considerando o efeito dos incêndios de 2017 na Mata Nacional de Leiria, que então perdeu 86% da sua mancha florestal. “Depois do que vimos aí, era muito importante preservar o pinhal de Ovar porque é um dos últimos que temos saudáveis”, explica. “Precisamos garantir que, ao nível das competências públicas, sejam municipais ou nacionais, as entidades estão comprometidas com a proteção ambiental e que não temos os fatores económicos a sopesarem desta forma na decisão relativa à mitigação dos cortes”, conclui.

Universidade de Aveiro estuda vida animal em eucaliptais
Universidade

Universidade de Aveiro estuda vida animal em eucaliptais

A investigação do projeto WildForests, com base em dados científicos, “comprovou que é possível conciliar a produção de pasta de papel com a conservação da biodiversidade em áreas de eucaliptal”. Segundo Carlos Fonseca, biólogo da UA e coordenador do projeto, espécies como javalis, veados, raposas e ginetas foram encontradas nessas florestas, refutando que os eucaliptais sejam um "deserto ecológico". “Apesar de as florestas nativas apresentarem maior diversidade, os eucaliptais oferecem abrigo e refúgio a muitos animais”, refere o estudo. A equipa do WildForests sugere uma gestão adaptada dessas áreas, “como a manutenção de vegetação natural perto de linhas de água e em manchas dentro das plantações, como forma de criar um equilíbrio entre o aproveitamento económico e a proteção da natureza”. “Casos de espécies protegidas, como o lobo ibérico a reproduzir-se em eucaliptais, demonstram o potencial de compatibilização entre florestas de produção e vida selvagem através de conhecimento e gestão sustentável”, salientam os investigadores. O projeto WildForests, coordenado pela Universidade de Aveiro, conta com a participação do Instituto de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e da FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências (FCiências. ID), através de uma equipa de alunos de doutoramento, mestrado e investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa liderada por Miguel Rosalino. O objetivo do projeto é ajudar os proprietários e gestores florestais a adaptar as suas práticas de gestão para que possam obter certificações florestais e, ao mesmo tempo, dar espaço à biodiversidade.