RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Há cada vez mais alunos nas escolas mas muitos não aprendem

Portugal tem cada vez mais jovens adultos qualificados, mas há muitas falhas nas aprendizagens, alerta o Conselho Nacional de Educação, que pede inovação na forma de ensinar e mais formação dos professores para melhorar a qualidade do ensino.

Há cada vez mais alunos nas escolas mas muitos não aprendem
Redação

Redação

08 jan 2025, 09:47

Já são poucos os alunos que não frequentam a escola e são cada vez menos aqueles que reprovam, sublinha o relatório Estado da Educação 2023, esta terça-feira divulgado, que mostra que o maior problema ainda é no ensino secundário, onde um em cada dez alunos ainda fica para trás (9,8%).

Apesar de haver cada vez menos jovens fora da escola, “há percentagens elevadas de alunos que não aprendem o que está previsto no currículo”, alerta o presidente do CNE, Domingos Fernandes, apontando como “particularmente preocupante e grave” a situação dos mais novos, que têm demonstrado grandes dificuldades na escrita e na matemática.

“O país necessita de pôr em prática um programa especificamente orientado para melhorar a qualidade do ensino e das aprendizagens nos primeiros anos”, escreve o presidente do CNE, defendendo medidas que garantam a formação inicial e contínua dos professores.

Também é preciso apostar na organização e funcionamento pedagógico das escolas e em sistemas de apoio, de acompanhamento e avaliação, diz Domingos Fernandes.

“Não se pode deixar alunos pelo caminho, não se pode desleixar os apoios diversificados de que os alunos necessitam e não se pode excluir, sem mais nem menos, aqueles que revelam dificuldades”, defende o presidente do CNE.

A criação de uma política apostada em melhorar o ensino e as aprendizagens deve passar por “programas de formação inicial e contínua de professores que tenham realmente em conta os conhecimentos e competências que têm de ser desenvolvidas sobretudo no que se refere ao conhecimento científico inerente à disciplina ou disciplinas que se lecionam, ao conhecimento pedagógico, ao conhecimento do currículo e, em geral, à inovação pedagógica”.

O problema também se sente no ensino superior e Domingos Fernandes considera urgente “investir deliberada e consistentemente na melhoria dos conhecimentos pedagógicos dos seus professores”.

“É necessário inovar nas práticas de ensino e de avaliação e criar ambientes em que os estudantes sejam desafiados a pensar, a ser autónomos, a exercitar o pensamento crítico e a criatividade e a serem capazes de mobilizar, integrar e utilizar conhecimentos e competências para resolver uma diversidade de problemas”, defende.

O relatório do CNE alerta também para a necessidade de continuar a combater as desigualdades, que dependem do nível educativo dos pais, mas também das regiões do país onde vivem os alunos ou, mais recentemente, do seu local de nascimento.

Os últimos dados do Ministério da Educação apontavam para um aumento de 160% do número de alunos migrantes em apenas cinco anos, chegando a cerca de 140 mil estudantes estrangeiros no passado ano letivo, o que representa 14% dos alunos do ensino básico e secundário. 

A maioria destes alunos chega às escolas sem saber falar Português e são “elevadas as taxas de retenção e desistência das crianças e jovens cujos progenitores são estrangeiros”, o que aponta para “a necessidade de ativação efetiva de medidas de inclusão e discriminação positiva”, refere o estudo.

O relatório alerta ainda para a necessidade de se conhecer a “eficiência e eficácia organizacional e pedagógica da disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM) e dos processos de acolhimento” nas escolas, considerando que “só deste modo será possível agir de forma consistente e sustentada”.

Os investigadores pedem, por isso, “informação sistematizada, baseada em indicadores estabilizados, que permitam acompanhar taxas de cobertura e de frequência da disciplina de PLNM”.

Recomendações

Ministro admite descongelar propinas a partir de setembro
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Ministro admite descongelar propinas a partir de setembro

“A primeira condição para o descongelamento das propinas é a conclusão do estudo de avaliação da ação social, que está a ser feito pela Universidade Nova (de Lisboa) e que nos vai permitir desenhar um novo sistema”, disse o ministro, em declarações aos jornalistas no final de uma ronda de reuniões com sindicatos sobre a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). Questionado sobre o descongelamento do valor das propinas, uma possibilidade levantada pelo ministro na segunda-feira em entrevista ao programa “Tudo é Economia”, da RTP3, Fernando Alexandre considerou que esse não representa o principal custo associado à frequência do ensino superior. “O que temos de garantir é que, tendo em conta a situação financeira dos alunos e da sua família (…), os alunos têm condições para aceder ao ensino superior e para ter um percurso académico bem-sucedido”, afirmou. O objetivo é que o novo regulamento de ação social, que deverá estar em vigor já no início próximo ano letivo, em setembro, reflita todos os custos que os estudantes ao frequentar o ensino superior e que, sublinhou o ministro, “envolvem muitas dimensões, incluindo as propinas”. O possível descongelamento do valor das propinas chegou a ser noticiado por vários órgãos de comunicação social no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), mas a medida não chegou a constar da proposta do Governo. Na altura, o ministro da Educação evitou comentar o tema, mas, mesmo antes de a proposta de OE2025 ser entregue na Assembleia da República, confirmou finalmente que as propinas continuariam congeladas. De acordo com o governante, o estudo de avaliação do sistema de ação social, a cargo da Universidade Nova de Lisboa, deverá estar concluído ate ao final de abril, sendo que o relatório da primeira parte, referente ao diagnóstico, foi entregue em dezembro. Recorde-se que em entrevista à Ria, no dia 1 de outubro de 2024, a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) mostrou-se contra o descongelamento do valor das propinas. 

Portagens: Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos saúda luta
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Portagens: Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos saúda luta

Em comunicado, o MUSP refere que a decisão “peca por tardia e é claramente insuficiente”, considerando que foram “mais de 13 anos de custos acrescidos para os utentes com poucas ou precárias soluções alternativas de mobilidade, com repercussões desastrosas no desenvolvimento regional”. O MUSP exige agora a eliminação das portagens na A28, entre Matosinhos e Póvoa do Varzim, na A29, em Vila Nova de Gaia, e na A41 e A42 - Matosinhos, Maia, Valongo, Santo Tirso, Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras. Exige ainda a retirada das portagens na região de Aveiro, na A17, A25 e A29, tendo em conta que os utentes destas vias não têm alternativas de mobilidade além das vias que são cobradas.

Desemprego sobe para 6,7% em novembro, valor mais alto deste outubro de 2023
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Desemprego sobe para 6,7% em novembro, valor mais alto deste outubro de 2023

"A taxa de desemprego situou-se em 6,7%, valor superior ao de outubro (0,1 pontos percentuais), ao de agosto de 2024 (0,3 pontos percentuais) e ao de novembro de 2023 (0,2 pontos percentuais)”, avança o INE nas “Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego”. Segundo refere, trata-se do nível “mais elevado desde outubro de 2023, quando igualou esse valor [6,7%]”. De acordo com o INE, em novembro de 2024, a população desempregada (363,8 mil) aumentou 0,3% em relação ao mês anterior, 5,0% relativamente a três meses antes e 3,1% face a novembro de 2023. Já a população empregada (5.107,0 mil) aumentou em relação ao mês anterior (1,5 mil, a que correspondeu uma variação relativa quase nula), a três meses antes (0,3%) e a um ano antes (1,3%), atingindo o valor mais elevado desde o início da série iniciada em fevereiro de 1998. Em máximos desde o início da série fixou-se também a população ativa (5.470,9 mil), que aumentou relativamente a outubro de 2024 (2,6 mil, uma variação relativa quase nula), a agosto do mesmo ano (0,6%) e a novembro de 2023 (1,4%), enquanto a população inativa (2.484,1 mil) cresceu 0,3% face ao mês anterior e diminuiu 0,4% em relação a três meses antes e 0,3% em comparação ao mesmo mês de 2023. Em novembro, a taxa de subutilização do trabalho situou-se em 11,0%, valor superior ao de outubro (0,1 pontos percentuais) e de agosto (0,2 pontos percentuais) e inferior relativamente ao de novembro de 2023 (0,6 pontos percentuais). A subutilização do trabalho abrangeu 613,7 mil pessoas, valor superior ao de agosto do mesmo ano (602,4 mil), que correspondeu ao valor mais baixo desde fevereiro de 2011, quando se iniciou a sua análise. Quanto à taxa de inatividade, manteve-se em 31,2% em novembro, o valor mais baixo observado desde o início da série. O INE divulgou também hoje as estimativas definitivas do emprego e desemprego relativas ao mês de outubro de 2024, tendo confirmado a anterior previsão de uma taxa de desemprego de 6,6%. De acordo com as estimativas definitivas relativas a outubro, a população desempregada (362,8 mil) aumentou face a setembro (1,2%) e julho de 2024 (3,7%) e a outubro de 2023 (0,8%). Também a população empregada (5.105,5 mil) aumentou nesse mês relativamente aos três períodos de comparação: 0,1%; 0,9% e 1,4%, respetivamente. Já a população ativa (5.468,3 mil pessoas) aumentou em relação ao mês anterior (0,1%), a três meses antes (1,1%) e a um ano antes (1,4%), enquanto a população inativa (2.476,1 mil) se manteve praticamente inalterada em relação ao mês anterior e diminuiu relativamente a três meses antes (1,7%) e ao mesmo mês de 2023 (0,2%). Em outubro, a taxa de subutilização do trabalho situou-se em 10,9%, valor inferior ao dos três períodos de comparação: 0,1 pontos percentuais, 0,3 pontos percentuais e 0,7 pontos percentuais.

Número de vítimas mortais nas estradas desceu para 475 em 2024
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Número de vítimas mortais nas estradas desceu para 475 em 2024

Num balanço de sinistralidade e fiscalização rodoviária de 2024, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) avança que foram registadas 475 vítimas mortais, 2.675 feridos graves e 43.319 feridos leves em Portugal. Apesar de os dados serem provisórios, indicam, quando comparados com o ano de 2019 (usado como referência para a monitorização das metas de redução de sinistralidade grave), menos 45 vítimas mortais e menos 1.634 feridos ligeiros nas estradas portuguesas. No entanto, foram registados mais 143 feridos graves. A maioria das vítimas mortais, feridos leves e graves registaram-se no continente. Os distritos de Beja, Leiria, Coimbra e Braga foram os que registaram as variações mais elevadas em matéria de sinistralidade grave, com mais vítimas mortais e feridos graves, comparativamente a 2023. Em contrapartida, Vila Real, Castelo Branco e Viana do Castelo apresentaram os decréscimos mais significativos. No geral, em comparação com 2023, nas estradas no continente observaram-se aumentos em todos os indicadores, mais 69 feridos graves e mais 431 feridos leves, exceto nas vítimas mortais (menos seis). No balanço, a autoridade de segurança destaca ainda que no ano passado os condutores adotaram comportamentos mais seguros, tendo a taxa de infração reduzido 43,4% comparativamente a 2023. A velocidade representou a maioria (67,9%) do total de infrações, seguida das inspeções periódicas (5,7%). Comparativamente a 2023, as infrações por velocidade aumentaram 2,2% e as relacionadas com a inspeção periódica diminuíram 0,7%. Em 2024 foram fiscalizados mais de 250,1 milhões de condutores, sendo que os radares SINCRO foram responsáveis por 95,6% do total de veículos fiscalizados, ou seja, 247,5 milhões de viaturas. As fiscalizações por radar registaram 700 mil infrações por velocidade, representando uma taxa de infração de 0,28%. Já quanto à condução sob efeito de álcool, em 2024 foram submetidos ao teste de deteção 1.848.764 condutores, tendo a taxa de infração diminuído 13,1% face a 2023. Também as detenções devido a criminalidade rodoviária diminuíram 26% comparativamente a 2023, representando 26.737 condutores, a maioria dos quais (54,1%) por álcool.

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Autárquicas 2025: Alberto Souto deverá ser apresentado como candidato do PS-Aveiro nos próximos dias
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Autárquicas 2025: Alberto Souto deverá ser apresentado como candidato do PS-Aveiro nos próximos dias

A informação da data da votação do candidato à CMA foi avançada, esta quinta-feira, 9 de janeiro, à redação da Ria. O candidato deverá ser pré-anunciado na sequência de um almoço de militantes do Partido Socialista marcado para o próximo sábado. Já no dia 18 de janeiro, a Comissão Política Concelhia do PS-Aveiro irá reunir-se para cumprir formalidades e votar o candidato à CMA. Fonte próxima do PS confirmou à Ria, esta quinta-feira, que o nome mais provável para esse lugar será o de Alberto Souto de Miranda. Recorde-se que na grande entrevista à Ria Paula Urbano Antunes, presidente da concelhia do PS-Aveiro, reconheceu que o nome de Alberto Souto de Miranda era um “excelente nome” e “dos melhores currículos que o PS tem”.  Alberto Souto de Miranda foi presidente da CMA entre 1998 e 2005, único período em que o PS conseguiu liderar a autarquia local. Integrou o Governo de António Costa como secretário de estado Adjunto e das Comunicações. Durante o seu percurso conta com passagens pela ANACOM, como vice-presidente, pelo conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos e pelo Banco Europeu de Investimento. Recentemente, anunciou ainda um livro com 101 propostas para o futuro de Aveiro.

Ipatimup: 4.ª edição da iniciativa “Tratar o Cancro por tu” passa por Aveiro
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Ipatimup: 4.ª edição da iniciativa “Tratar o Cancro por tu” passa por Aveiro

Em comunicado, o instituto do Porto esclarece hoje que este novo ciclo de sessões pretende debater os avanços científicos e as terapias mais recentes, bem como simplificar conceitos e alertar para a necessidade do diagnóstico precoce e prevenção. Entre 23 de janeiro e 03 de abril, a iniciativa vai passar por várias cidades e dedicar-se a temas como o papel da hereditariedade, a vida após o cancro, o cancro e riscos ambientais, o cancro, alimentação e nutrição, a medicina oncológica de precisão e a prevenção e deteção precoce. Desde o arranque da iniciativa, em janeiro de 2022, foram realizadas 18 sessões em dez cidades portuguesas, que juntaram mais de 2.200 participantes.

A25: Chega avança com projeto de lei para eliminar portagens de Aveiro
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Em entrevista à Ria, Maria José Aguiar começou por explicar que o partido avançou, inicialmente, com um requerimento “no dia 3 de janeiro” para chamar o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, à Assembleia da República, com o objetivo de explicar os motivos que levaram a Ascendi a interpretar que a lei aprovada não se referia à abolição das portagens em toda a A25, mas apenas ao troço entre Albergaria-a-Velha e Vilar Formoso (Concessão Beiras Litoral e Alta). “É estranho… Parece que houve aqui um aproveitamento de deixa ficar assim, porque assim ainda aproveitamos ali as três portagens. Aliás, o mais estranho é que veio a público um deputado do PS dizer que eles [Grupo Parlamentar do PS] tinham visto isso. Tinham visto e tinham deixado passar… (…) É flagrante como deixam passar uma coisa destas [no projeto de lei]”, realçou. Segundo a deputada do CH pelo círculo eleitoral de Aveiro, a proposta do partido “sempre foi (…) e a nossa luta continua para que seja isenta toda a A25 desde a Praia da Barra até Vilar Formoso”. “De tal forma que nós não nos ficamos apenas pelo requerimento (…) Penso que esta quinta-feira mesmo senão, no máximo, sexta-feira [10 de janeiro] irá entrar também um projeto de lei que vai na intenção de revogar nesse ponto o anterior projeto de lei em que vamos incluir que seja revogado, ou melhor, que seja acrescentado o tal troço que pertence à Costa de Prata nesses três pórticos”, frisou. Para Maria José Aguiar o percurso alternativo da “Nacional 109” não serve o seu propósito. “É um percurso em que no espaço de 2 quilómetros e 300 metros tem cerca de 14 lombas e dezenas de sinais de proibição a andar a mais de 30 [quilómetros por hora]. Estamos a passar no meio de Cacia, um lugar nos arredores de Aveiro que é altamente movimentado... E com outra agravante (…) ao nível das empresas, porque este troço da N109 está proibido ao trânsito de pesados (…) Isto é inconcebível. Não pode acontecer quando há ali uma ligação ao porto de Aveiro (…) Da nossa parte vamos até às últimas instâncias para conseguir reverter esta situação e para que fique resolvida o mais rápido possível. É esta a nossa intenção”, insistiu. Confrontada com o projeto de lei do BE, Maria José Aguiar realçou que “ainda bem que há mais pessoas atentas a essa situação”, alertando que o projeto lei [apresentado pelo BE] já foi “posterior” ao requerimento do Chega. Sobre possíveis manifestações contra os pórticos na concessão “Costa de Prata”, a deputada do Chega adiantou ainda que o partido ainda não pensou nesse tipo de iniciativas e que no caso de existir [por parte da população] que o partido apoiará e estará “junto com a população”.

Pena suspensa para mãe de aluna que agrediu professora em escola de S. João da Madeira
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Pena suspensa para mãe de aluna que agrediu professora em escola de S. João da Madeira

A mulher foi julgada por ter agredido com uma bofetada a professora, no interior de uma sala de aula, diante de alunos de uma turma do 7.º ano. O Tribunal de S. João da Madeira condenou a arguida pela prática de um crime de ofensa à integridade física qualificada, na pena de sete meses de prisão, suspensa na sua execução pelo período de um ano, com a obrigação de pagar mil euros à ofendida, decisão que foi agora confirmada pelo Tribunal da Relação do Porto (TRP). Os juízes desembargadores decidiram, no entanto, revogar a condição de suspensão da execução da pena de prisão ao pagamento de mil euros, devido às dificuldades económicas da arguida. “Considerando que a arguida vive abaixo do mínimo existencial, afigura-se desadequada a sujeição da suspensão da pena ao pagamento de 1.000 euros, devendo revogar-se a sentença nessa parte, retirando-se a condição imposta do pagamento de tal quantia”, lê-se no acórdão datado de 11 de dezembro de 2024. Na sentença, os juízes realçam a gravidade da ilicitude do facto, tendo em conta o modo de atuação, com “a invasão ilegítima e em grupo duma escola, ultrapassando dois funcionários que procuraram impedir a entrada do grupo, a invasão grupal duma sala de aula onde estavam alunos de 12 anos, culminando na agressão”. “É preciso tentar pôr termo a esta frequente utilização da força bruta e embrutecida em meio escolar contra os professores, que muitas vezes são sovados e humilhados no e por causa do exercício da sua nobre missão de ensinar”, diz o TRP. Os factos ocorreram no dia 14 de março de 2022, numa escola secundária de São João da Madeira. Durante a aula, a professora apercebeu-se que uma aluna se encontrava a usar o telemóvel e disse-lhe para desligar o aparelho, o que aquela não fez, acabando depois por insultá-la e abandonar a sala de aula com o telemóvel na mão. No mesmo dia, os pais da aluna acompanhados de outra filha e do genro dirigiram-se à escola para pedir satisfações à docente e entraram no estabelecimento, ignorando os avisos de proibição dos funcionários que estavam na portaria e na secretaria. A mulher acompanhada dos restantes elementos conseguiu entrar numa sala de aula onde a professora estava a dar uma aula a crianças com cerca de 12 anos de idade, e a dado momento, sem que nada o fizesse prever, desferiu naquela uma estalada.