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Autárquicas: Partidos afinam listas a um mês do prazo final de entrega das candidaturas

Com o prazo para a entrega das listas autárquicas a aproximar-se do fim, cinco candidaturas - envolvendo seis forças políticas atualmente representadas na Assembleia da República (AR) - já oficializaram os seus candidatos à Câmara Municipal de Aveiro (CMA). Três dessas candidaturas avançaram também com os cabeças de lista à Assembleia Municipal. A Ria foi saber em que fase se encontra cada uma destas candidaturas.

Autárquicas: Partidos afinam listas a um mês do prazo final de entrega das candidaturas
Redação

Redação

10 jul 2025, 10:45

A cerca de um mês da data-limite para a entrega das listas no Tribunal de Aveiro – 18 de agosto – cinco candidaturas já apresentaram os seus candidatos à CMA. Neste caso, Luís Souto pela ‘Aliança Mais Aveiro’ (coligação PSD/CDS/PPM); Alberto Souto pelo Partido Socialista (PS); João Moniz pelo Bloco de Esquerda (BE); Isabel Cristina Tavares pela CDU (coligação PCP/PEV); e Miguel Gomes pela Iniciativa Liberal (IL). No entanto, apenas a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ e o PS divulgaram, até agora, os nomes de todos os candidatos às juntas de freguesia. Ainda assim, em ambos os casos, continuam por anunciar elementos importantes, como o cabeça de lista à Assembleia Municipal.

Em entrevista à Ria, Alberto Souto (PS) garantiu que esse nome já está “definido” na sua candidatura, faltando apenas “afinar as datas” da apresentação pública. “Creio que já não será anunciado esta semana, mas será no tempo próprio”, afirmou.

Quanto ao documento final do programa eleitoral, o candidato do PS preferiu não apontar uma data concreta para a sua divulgação, apontando o “final de julho ou início de agosto” como possibilidades.

Recorde-se que Alberto Souto - depois de ter lançado um livro com ideias para o futuro da cidade numa fase onde ainda não se assumia como candidato - tem optado por vários encontros temáticos dirigidos à população em geral e por publicações semanais nas redes sociais, como forma de anúncio e promoção das suas ideias para o concelho de Aveiro. “O programa será o resultado de todas essas propostas que fui apresentando ao longo destes meses com os contributos que fomos recebendo. Está praticamente pronto. É acrescentar uma coisa ou outra”, sintetizou, revelando que o próprio candidato terá sido o coordenador do programa. “De resto, vamos ter uma equipa (…) que será composta pela equipa que vai para a vereação (…) e por outras pessoas qualificadas que embora não estejam nos lugares (…) consideramos que são úteis dada a sua experiência (…) que se associem à versão final do programa”, realça.

Sobre a equipa para a vereação - não querendo para já adiantar nomes - referiu apenas que terá elementos “novos, alguns expectáveis”. “A preocupação é ter uma equipa competente do primeiro ao último nome para que todos possamos estar preparados para as funções caso venha a ser necessário”, vincou. “Vão ser todos apresentados numa altura própria”, completou.

Recorde-se que, conforme avançado anteriormente pela Ria, os atuais vereadores da oposição – Fernando Nogueira, Rosa Venâncio e Rui Soares Carneiro – não integrarão a nova equipa. Nos bastidores do PS-Aveiro é dado como praticamente certo o regresso de Paula Urbano Antunes, presidente da estrutura local do partido, à lista para a Câmara Municipal, depois de ter também integrado a lista de Eduardo Feio, candidato socialista nas eleições autárquicas de 2013. Os restantes nomes permanecem em sigilo total, sendo que existe a expectativa que alguns deles possam surgir do conjunto de convidados e oradores que têm participado nos encontros temáticos organizados pelo candidato.

No que toca ao aproximar do prazo para a entrega de listas no Tribunal, Alberto Souto brincou com a situação, afirmando que não lhe “surpreendia que [a lista] fosse [entregue] mesmo no fim do prazo”. “Isto é à portuguesa. Nós gostamos de aproveitar até ao fim do prazo sem prejuízo de antecipadamente podermos desencadear o processo de apresentação das listas por freguesia”, avançou.

Já na coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto, numa pequena nota enviada à Ria, também preferiu não avançar com uma data concreta para a entrega das listas no Tribunal de Aveiro, garantindo apenas que o fará “até ao dia 18 de agosto”, data-limite estipulada por lei.

Relativamente ao programa eleitoral, adiantou que a sua apresentação está prevista para “setembro”. No entanto, referiu que, já a partir da apresentação dos candidatos às juntas de freguesia, começarão a ser conhecidas publicamente algumas propostas da coligação ‘Aliança Mais Aveiro’. A primeira apresentação será já na próxima sexta-feira, 11 de julho, pelas 19h00, no Parque Aventura Fonte do Meio, em Esgueira, onde será apresentado Rui Cordeiro, candidato à Junta desta freguesia.

Luís Souto garantiu ainda que tem sido ele próprio a coordenar o grupo responsável pela elaboração do programa eleitoral. Recorde-se que Jorge Ratola, adjunto no gabinete do primeiro-ministro e vereador no Executivo de Ribau Esteves até 2021, tinha sido anunciado como um dos coordenadores desse grupo, mas acabou por deixar essas funções assim que foi anunciado como candidato à Câmara de Espinho. Depois da polémica relacionada com o anúncio de Rosário Carvalho, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, como substituta de Jorge Ratola no grupo de coordenação do programa eleitoral, não é expectável que Luís Souto volte a divulgar um novo elemento.

Já sobre a composição da lista para o Executivo Municipal e sobre quem encabeçará a lista à Assembleia Municipal, Luís Souto preferiu não adiantar nomes, referindo apenas que “não há datas definidas para as apresentações”. Recorde-se neste campo que, no acordo de coligação entre PSD e CDS, está previsto que o partido centrista indique o cabeça de lista à Assembleia Municipal, uma pessoa como número 3 da lista à Câmara Municipal e outra como número 6.

A Ria sabe que Miguel Capão Filipe, vereador do Executivo de Ribau Esteves desde 2013 e ex-presidente da Assembleia Municipal entre 2009 e 2013, poderá regressar a esta última função e deverá ser a indicação do CDS-Aveiro. Relativamente às indicações do partido centrista para a lista à Câmara Municipal, é provável que Ana Cláudia Oliveira, atual vereadora e presidente do partido, mantenha o seu lugar na lista e venha a ser o único elemento que transita do atual Executivo de Ribau Esteves.

Desta forma, Luís Souto terá ainda que escolher três pessoas para os lugares considerados “elegíveis”. Também na coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ o assunto está a ser tratado com sigilo, apesar de, ao longo dos últimos dias, ter começado a circular nos bastidores do partido a possibilidade de Pedro Almeida, ex-diretor do PCI e atual presidente executivo Associação Fraunhofer Portugal Research, vir a integrar a equipa de Luís Souto.

Qual o ponto de situação nas restantes candidaturas?

Se por um lado a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ e o PS ainda não anunciaram os seus candidatos à Assembleia Municipal, por outro, partidos como a IL, a CDU e o BE já apresentaram oficialmente os seus nomes. No caso da IL a escolha recaiu sobre Frederico Teixeira, jurista, mestre em Direito Internacional dos Negócios, doutorando em Ciência Política e ex-presidente da JSD-Aveiro; no caso da CDU sobre Nuno Teixeira, atual membro da comissão concelhia do PCP-Aveiro; e no caso do BE sobre Ana Catarina Alves, escritora técnica e ativista cívica. Contudo, no que diz respeito às candidaturas às juntas de freguesia, os anúncios começaram apenas a intensificar-se nos últimos dias.

No caso concreto da IL, o partido anunciou, no passado sábado, 5 de julho, o nome de Ana Torrão como candidata à Junta de Freguesia de Aradas. Relembre-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura nesta freguesia. Em entrevista à Ria, Miguel Gomes garantiu que o partido está empenhado em “fechar listas em todas as freguesias do concelho”. “Estamos a concentrar-nos em apresentar pessoas muito competentes e válidas, com capacidade para contribuir significativamente para o desenvolvimento de Aveiro”, afirmou. Segundo o candidato, a estratégia passa por divulgar “um ou dois nomes por semana”, consoante a evolução do processo.

Sobre a apresentação do programa eleitoral e da lista à Câmara Municipal, o candidato da IL apontou “o final do mês de julho” como a data provável para esses anúncios. “No início de setembro faremos uma grande apresentação com todos os candidatos, onde será também apresentado um resumo com os pontos-chave do nosso programa”, adiantou. O programa eleitoral será coordenado por Diogo Gomes, professor associado no Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) da Universidade de Aveiro.

Relativamente à entrega das listas em tribunal, o objetivo da IL é cumprir o prazo “até 5 de agosto”, embora o candidato reconheça as dificuldades em garantir todos os nomes para as juntas de freguesia até essa data.

Quanto às expectativas para estas eleições, Miguel Gomes mostrou-se otimista: “São bastante boas. Vamos trabalhar para eleger pelo menos dois deputados à Assembleia Municipal, conquistar algumas assembleias de freguesia e garantir que os nossos representantes possam dar o seu contributo ao serviço das populações locais”.

No caso particular do BE, o partido anunciou esta segunda-feira, 7 de julho, o nome de Ivo Angélico, engenheiro de telecomunicações, enquanto candidato à presidência da União das Freguesias de Glória e Vera-Cruz e esta quarta-feira, 9 de julho, o nome de Micaela Araújo enquanto candidata à Junta de Freguesia de Eixo e Eirol.

Em entrevista à Ria, João Moniz destacou que, “em princípio”, o BE seguirá um calendário de apresentação dos cabeças de lista “de dois em dois dias” para cada junta de freguesia. “Quanto à construção das listas, esse é sempre um processo complicado, especialmente para partidos mais pequenos. Estamos a trabalhar nisso, mas temos a certeza de que vamos apresentar candidaturas à maioria das juntas de freguesia”, afirmou.

O candidato recordou que, nas últimas eleições, o BE não conseguiu apresentar candidatura à junta de São Jacinto. “Vamos ver se este ano será possível. Também seria arrogante da minha parte afirmar, prematuramente, que sim. É um processo ainda em curso. Nós esperamos que sim, mas vamos ver”, concluiu.

Relativamente ao programa eleitoral do partido, João Moniz admitiu à Ria que o mesmo ainda está em fase de construção, apesar das linhas orientadoras já estarem a ser divulgadas. “Geralmente, na forma como nós trabalhamos, nós definimos internamente quais são as prioridades do Bloco e vamos consultando algumas pessoas que são próximas do partido e que têm conhecimento específico em algumas áreas, mas a coordenação política é feita pela concelhia.” O candidato acrescentou ainda que o programa se focará em áreas essenciais como a habitação e os serviços públicos. “Nós queremos uma ‘remunicipalização’ dos serviços de transportes públicos, mas não queremos simplesmente regressar ao passado. Nós queremos criar (…) uma empresa pública de transportes que seja regional, que seja intermunicipal, porque os movimentos das pessoas não se restringem apenas ao território, nomeadamente ao concelho de Aveiro. Há movimentos que são interconcelhios, intermunicipais e, portanto, os transportes públicos, sendo uma chave fundamental da mobilidade, têm de refletir isso”, defendeu.

O candidato do BE adiantou ainda que uma das “principais propostas” do partido será a criação de uma rede de creches públicas. “Já apresentámos iniciativas nesse sentido na Assembleia Municipal, que foram rejeitadas. No entanto, agora vemos o presidente da Câmara e o executivo municipal reconhecerem que existe, de facto, uma carência significativa na resposta aos cuidados na infância. Admitiram ainda que a Câmara deve assumir um papel ativo nessa área — o que, na prática, valida a posição que o BE defendeu desde o início. Podemos dizer que tivemos razão antes do tempo”, sublinhou. Também a criação de um Parque Natural da Ria de Aveiro será outra das bandeiras do partido. “Atualmente, a Ria de Aveiro (…) é gerida por um vasto conjunto de entidades e funciona como uma espécie de manta de retalhos com jurisdições e competências sobrepostas”, atirou. “Nós queremos centralizar isto na figura do Parque Natural para podermos de uma vez por todas dignificar a Ria de Aveiro e o baixo Vouga que é a grande marca do ponto de vista património natural (…) e até identitário cultural nesta região”, continuou.

João Moniz afirmou também que haverá outras propostas no programa eleitoral, mas que, por agora, não é possível avançar com uma data para a sua apresentação. “Neste momento, já começámos a anunciar os cabeças de lista às freguesias e estamos a dar prioridade a essa fase do trabalho. O programa será apresentado em breve, com certeza, mas ainda está em fase de construção. Seria prematuro avançar com uma data concreta nesta altura”, considerou, referindo apenas que o partido cumprirá o “prazo legal” e que procurará usar essa margem de manobra “até ao limite”.

No decorrer da conversa, o candidato do Bloco de Esquerda recordou ainda a entrevista concedida à Ria, no âmbito do podcast sobre as eleições autárquicas, onde, na altura, não excluiu a possibilidade de formar uma coligação com outras forças de esquerda, como o “PCP” ou o “Livre”. Sete meses após essa declaração, João Moniz confirmou agora à Ria que “não foi possível concretizar esse caminho”. “O nosso objetivo era construir uma coligação que fosse mais do que a simples soma dos partidos envolvidos — digamos, o Partido A mais o Partido B. Queríamos algo genuinamente novo em Aveiro, capaz de afirmar uma agenda diferente e, quem sabe, ambicionar uma representação mais ampla do que aquela que a esquerda tem tido até agora. Infelizmente, não foi possível”, lamentou.

Questionado sobre os motivos que inviabilizaram esse entendimento, o candidato limitou-se a dizer que as razões lhe são “alheias” e que o processo “não foi propriamente sério”. “O BE apresentou propostas concretas como ponto de partida para a criação de uma plataforma de entendimento. No entanto, do outro lado, encontrámos apenas o incumprimento formal de prazos previamente estabelecidos e dificuldades de contacto”, afirmou.

Relativamente ao diálogo com o Livre, João Moniz considerou-o “pouco sério e algo oportunista”. “É a minha avaliação. O Livre foi avaliando o seu posicionamento nas sondagens, analisando o território - e tem toda a legitimidade para o fazer. Todos os partidos têm a sua autonomia. Mas, infelizmente, decidiu olhar apenas para o seu próprio umbigo, em vez de se empenhar na construção de uma plataforma mais ampla, que pudesse, inclusive, atrair independentes para liderar candidaturas”. E concluiu: “É uma decisão legítima, mas foi um processo pouco sério”.

Apesar das dificuldades, João Moniz garantiu que o BE avançará com uma candidatura autónoma em Aveiro: “Vamos fazer uma candidatura sozinhos, com todo o empenho que é tradicional nas campanhas do BE em Aveiro”.

Já a CDU ainda não apresentou candidatos às juntas de freguesia. Em declarações à Ria, Isabel Tavares, candidata do partido à CMA, afirmou: “Estamos no terreno a fazer os contactos necessários. (…) Ainda está tudo em movimento”. Questionada sobre se o partido irá concorrer a todas as freguesias, respondeu: “É uma coisa que, neste momento, não lhe consigo garantir. Tencionamos fazê-lo, mas estamos ainda a recolher todos os elementos possíveis para garantir a maior abrangência”.

Quanto ao programa eleitoral, Isabel Tavares sublinhou que a construção está a decorrer de forma coletiva. “A nossa forma de trabalhar é coletiva. Estamos a construir o nosso projeto autárquico ouvindo toda a estrutura concelhia e também parte da população. Na semana passada, por exemplo, reunimos com os artistas de rua de Aveiro, que nos transmitiram as dificuldades que enfrentam no exercício da sua arte e na promoção da cultura na cidade”, realçou.

A candidata do PCP adiantou ainda que o programa está a ser desenvolvido com base nas realidades identificadas no terreno e que a sua apresentação poderá ocorrer em “agosto”. No que toca à coordenação do programa, Isabel Tavares indicou que ainda “não há responsáveis” definidos, mas que existem nomes já indicados para áreas como “cultura, habitação, desporto e transportes”, que contribuirão com o seu conhecimento.

Quanto à restante lista para a Câmara Municipal, preferiu não avançar com datas à Ria, referindo apenas que a sua “intenção é ter todo o processo concluído até agosto”. Relativamente à entrega das listas, Isabel Tavares adiantou que até “ao final do mês de julho” o partido espera ter “todos os elementos reunidos e todas as entregas feitas”.

Tal como noticiado pela Ria, dos partidos com assento parlamentar apenas três ainda não revelaram os seus candidatos às eleições autárquicas no concelho de Aveiro: Chega, PAN e Livre.

Recorde-se ainda que as eleições autárquicas estão marcadas para o dia 12 de outubro.

Consulte aqui as etapas atuais de cada uma das candidaturas:

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Nova edição do cheque-livro avança até fim do ano com reforço financeiro

“Até ao final do ano, o Governo vai avançar com a 2.ª edição do cheque-livro”, uma medida concreta para garantir que o livro “continua a ser protegido, promovido e valorizado”, disse a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, durante a apresentação do 3.º Book 2.0. O prazo para terminar a primeira edição do cheque-livro, no valor de 20 euros, foi prolongado até 15 de julho, após a sua taxa de execução ter ficado nos 20%, possibilitando assim que mais jovens usufruam da medida. Concluída esta fase, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) irá elaborar um relatório de avaliação que permitirá ao ministério compreender melhor o alcance da iniciativa, o seu impacto real e os aspetos que importa aperfeiçoar. “Ainda de forma preliminar, tudo aponta que será possível fazer um reforço do valor atribuído. Além disso, estamos conscientes que temos de fazer um esforço maior para divulgar esta medida, para que chegue a mais jovens, em mais lugares, de norte a sul do país”, adiantou Margarida Balseiro Lopes. Miguel Pauseiro, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que promove o Book 2.0, sublinhou, a propósito do anúncio da ministra, que “o valor é relevante”. “Não é num ano que vamos fazer leitores, mas também não é com 20 euros que vamos fazer leitores. Temos que começar a trabalhar em melhorar o valor, a comunicação e a operacionalização em livraria”, afirmou. Margarida Balseiro Lopes começou a sua intervenção destacando a importância que dá e quer dar ao livro, no seu mandato, referindo que um sinal claro dessa sua intenção foi a escolha da visita à Feira do Livro de Lisboa como primeiro ato público. Para a ministra, a alteração da forma como se vive, trazida pela tecnologia, “altera profundamente” a forma de viver, aprender e comunicar, tornando “mais importante do que nunca” pensar sobre “o lugar da leitura, da literacia e do conhecimento na construção de uma sociedade não só mais preparada, mas também mais livre”. “Falar de leitura é muito mais do que falar de livros: é falar de acesso e de igualdade”, considerou a ministra, acrescentando que “um país que valoriza o livro é um país que compreende que educar não é apenas transmitir conhecimento, mas também formar espírito crítico, sensibilidade e imaginação”, e que “uma sociedade que lê é uma sociedade mais preparada, mais livre e mais consciente das escolhas que faz”. O Ministério da Cultura prolongou até julho a possibilidade de utilização do cheque-livro pelos jovens de 18 anos, uma medida anunciada no dia 23 de abril, quando terminaria o prazo e quando a execução do programa estava abaixo dos 20%. De acordo com dados preliminares da DGLAB, esta quinta-feira revelados, nesta primeira edição do cheque-livro, a decorrer até 15 de julho, num universo estimado de 220 mil jovens beneficiários, foram emitidos cerca de 47 mil cheques-livro. Na altura em que se começou a perceber que o cheque-livro não estava a ter a adesão esperada, Miguel Pauseiro disse em entrevista à Lusa um dos entraves ao sucesso do programa era o valor do cheque-livro, que ficou “muito longe” dos 100 euros propostos pela APEL. Para o responsável, o valor proposto pela APEL é “compaginável com o objetivo de criar leitores”. “Não se criam leitores com a compra de um livro, criam-se leitores com uma regularidade do hábito da leitura e, portanto, isso pressupõe mais do que uma compra”, defendeu o responsável, na altura. O presidente da APEL considerou também fundamental ajustar e reforçar a comunicação junto dos jovens, para estimular a adesão, bem como agilizar o acesso ao cheque-livro, uma vez que foram identificadas dificuldades operacionais, como a exigência da chave móvel digital.