Autárquicas: Partidos afinam listas a um mês do prazo final de entrega das candidaturas
Com o prazo para a entrega das listas autárquicas a aproximar-se do fim, cinco candidaturas - envolvendo seis forças políticas atualmente representadas na Assembleia da República (AR) - já oficializaram os seus candidatos à Câmara Municipal de Aveiro (CMA). Três dessas candidaturas avançaram também com os cabeças de lista à Assembleia Municipal. A Ria foi saber em que fase se encontra cada uma destas candidaturas.
Redação
A cerca de um mês da data-limite para a entrega das listas no Tribunal de Aveiro – 18 de agosto – cinco candidaturas já apresentaram os seus candidatos à CMA. Neste caso, Luís Souto pela ‘Aliança Mais Aveiro’ (coligação PSD/CDS/PPM); Alberto Souto pelo Partido Socialista (PS); João Moniz pelo Bloco de Esquerda (BE); Isabel Cristina Tavares pela CDU (coligação PCP/PEV); e Miguel Gomes pela Iniciativa Liberal (IL). No entanto, apenas a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ e o PS divulgaram, até agora, os nomes de todos os candidatos às juntas de freguesia. Ainda assim, em ambos os casos, continuam por anunciar elementos importantes, como o cabeça de lista à Assembleia Municipal.
Em entrevista à Ria, Alberto Souto (PS) garantiu que esse nome já está “definido” na sua candidatura, faltando apenas “afinar as datas” da apresentação pública. “Creio que já não será anunciado esta semana, mas será no tempo próprio”, afirmou.
Quanto ao documento final do programa eleitoral, o candidato do PS preferiu não apontar uma data concreta para a sua divulgação, apontando o “final de julho ou início de agosto” como possibilidades.
Recorde-se que Alberto Souto - depois de ter lançado um livro com ideias para o futuro da cidade numa fase onde ainda não se assumia como candidato - tem optado por vários encontros temáticos dirigidos à população em geral e por publicações semanais nas redes sociais, como forma de anúncio e promoção das suas ideias para o concelho de Aveiro. “O programa será o resultado de todas essas propostas que fui apresentando ao longo destes meses com os contributos que fomos recebendo. Está praticamente pronto. É acrescentar uma coisa ou outra”, sintetizou, revelando que o próprio candidato terá sido o coordenador do programa. “De resto, vamos ter uma equipa (…) que será composta pela equipa que vai para a vereação (…) e por outras pessoas qualificadas que embora não estejam nos lugares (…) consideramos que são úteis dada a sua experiência (…) que se associem à versão final do programa”, realça.
Sobre a equipa para a vereação - não querendo para já adiantar nomes - referiu apenas que terá elementos “novos, alguns expectáveis”. “A preocupação é ter uma equipa competente do primeiro ao último nome para que todos possamos estar preparados para as funções caso venha a ser necessário”, vincou. “Vão ser todos apresentados numa altura própria”, completou.
Recorde-se que, conforme avançado anteriormente pela Ria, os atuais vereadores da oposição – Fernando Nogueira, Rosa Venâncio e Rui Soares Carneiro – não integrarão a nova equipa. Nos bastidores do PS-Aveiro é dado como praticamente certo o regresso de Paula Urbano Antunes, presidente da estrutura local do partido, à lista para a Câmara Municipal, depois de ter também integrado a lista de Eduardo Feio, candidato socialista nas eleições autárquicas de 2013. Os restantes nomes permanecem em sigilo total, sendo que existe a expectativa que alguns deles possam surgir do conjunto de convidados e oradores que têm participado nos encontros temáticos organizados pelo candidato.
No que toca ao aproximar do prazo para a entrega de listas no Tribunal, Alberto Souto brincou com a situação, afirmando que não lhe “surpreendia que [a lista] fosse [entregue] mesmo no fim do prazo”. “Isto é à portuguesa. Nós gostamos de aproveitar até ao fim do prazo sem prejuízo de antecipadamente podermos desencadear o processo de apresentação das listas por freguesia”, avançou.
Já na coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto, numa pequena nota enviada à Ria, também preferiu não avançar com uma data concreta para a entrega das listas no Tribunal de Aveiro, garantindo apenas que o fará “até ao dia 18 de agosto”, data-limite estipulada por lei.
Relativamente ao programa eleitoral, adiantou que a sua apresentação está prevista para “setembro”. No entanto, referiu que, já a partir da apresentação dos candidatos às juntas de freguesia, começarão a ser conhecidas publicamente algumas propostas da coligação ‘Aliança Mais Aveiro’. A primeira apresentação será já na próxima sexta-feira, 11 de julho, pelas 19h00, no Parque Aventura Fonte do Meio, em Esgueira, onde será apresentado Rui Cordeiro, candidato à Junta desta freguesia.
Luís Souto garantiu ainda que tem sido ele próprio a coordenar o grupo responsável pela elaboração do programa eleitoral. Recorde-se que Jorge Ratola, adjunto no gabinete do primeiro-ministro e vereador no Executivo de Ribau Esteves até 2021, tinha sido anunciado como um dos coordenadores desse grupo, mas acabou por deixar essas funções assim que foi anunciado como candidato à Câmara de Espinho. Depois da polémica relacionada com o anúncio de Rosário Carvalho, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, como substituta de Jorge Ratola no grupo de coordenação do programa eleitoral, não é expectável que Luís Souto volte a divulgar um novo elemento.
Já sobre a composição da lista para o Executivo Municipal e sobre quem encabeçará a lista à Assembleia Municipal, Luís Souto preferiu não adiantar nomes, referindo apenas que “não há datas definidas para as apresentações”. Recorde-se neste campo que, no acordo de coligação entre PSD e CDS, está previsto que o partido centrista indique o cabeça de lista à Assembleia Municipal, uma pessoa como número 3 da lista à Câmara Municipal e outra como número 6.
A Ria sabe que Miguel Capão Filipe, vereador do Executivo de Ribau Esteves desde 2013 e ex-presidente da Assembleia Municipal entre 2009 e 2013, poderá regressar a esta última função e deverá ser a indicação do CDS-Aveiro. Relativamente às indicações do partido centrista para a lista à Câmara Municipal, é provável que Ana Cláudia Oliveira, atual vereadora e presidente do partido, mantenha o seu lugar na lista e venha a ser o único elemento que transita do atual Executivo de Ribau Esteves.
Desta forma, Luís Souto terá ainda que escolher três pessoas para os lugares considerados “elegíveis”. Também na coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ o assunto está a ser tratado com sigilo, apesar de, ao longo dos últimos dias, ter começado a circular nos bastidores do partido a possibilidade de Pedro Almeida, ex-diretor do PCI e atual presidente executivo Associação Fraunhofer Portugal Research, vir a integrar a equipa de Luís Souto.
Qual o ponto de situação nas restantes candidaturas?
Se por um lado a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ e o PS ainda não anunciaram os seus candidatos à Assembleia Municipal, por outro, partidos como a IL, a CDU e o BE já apresentaram oficialmente os seus nomes. No caso da IL a escolha recaiu sobre Frederico Teixeira, jurista, mestre em Direito Internacional dos Negócios, doutorando em Ciência Política e ex-presidente da JSD-Aveiro; no caso da CDU sobre Nuno Teixeira, atual membro da comissão concelhia do PCP-Aveiro; e no caso do BE sobre Ana Catarina Alves, escritora técnica e ativista cívica. Contudo, no que diz respeito às candidaturas às juntas de freguesia, os anúncios começaram apenas a intensificar-se nos últimos dias.
No caso concreto da IL, o partido anunciou, no passado sábado, 5 de julho, o nome de Ana Torrão como candidata à Junta de Freguesia de Aradas. Relembre-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura nesta freguesia. Em entrevista à Ria, Miguel Gomes garantiu que o partido está empenhado em “fechar listas em todas as freguesias do concelho”. “Estamos a concentrar-nos em apresentar pessoas muito competentes e válidas, com capacidade para contribuir significativamente para o desenvolvimento de Aveiro”, afirmou. Segundo o candidato, a estratégia passa por divulgar “um ou dois nomes por semana”, consoante a evolução do processo.
Sobre a apresentação do programa eleitoral e da lista à Câmara Municipal, o candidato da IL apontou “o final do mês de julho” como a data provável para esses anúncios. “No início de setembro faremos uma grande apresentação com todos os candidatos, onde será também apresentado um resumo com os pontos-chave do nosso programa”, adiantou. O programa eleitoral será coordenado por Diogo Gomes, professor associado no Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) da Universidade de Aveiro.
Relativamente à entrega das listas em tribunal, o objetivo da IL é cumprir o prazo “até 5 de agosto”, embora o candidato reconheça as dificuldades em garantir todos os nomes para as juntas de freguesia até essa data.
Quanto às expectativas para estas eleições, Miguel Gomes mostrou-se otimista: “São bastante boas. Vamos trabalhar para eleger pelo menos dois deputados à Assembleia Municipal, conquistar algumas assembleias de freguesia e garantir que os nossos representantes possam dar o seu contributo ao serviço das populações locais”.
No caso particular do BE, o partido anunciou esta segunda-feira, 7 de julho, o nome de Ivo Angélico, engenheiro de telecomunicações, enquanto candidato à presidência da União das Freguesias de Glória e Vera-Cruz e esta quarta-feira, 9 de julho, o nome de Micaela Araújo enquanto candidata à Junta de Freguesia de Eixo e Eirol.
Em entrevista à Ria, João Moniz destacou que, “em princípio”, o BE seguirá um calendário de apresentação dos cabeças de lista “de dois em dois dias” para cada junta de freguesia. “Quanto à construção das listas, esse é sempre um processo complicado, especialmente para partidos mais pequenos. Estamos a trabalhar nisso, mas temos a certeza de que vamos apresentar candidaturas à maioria das juntas de freguesia”, afirmou.
O candidato recordou que, nas últimas eleições, o BE não conseguiu apresentar candidatura à junta de São Jacinto. “Vamos ver se este ano será possível. Também seria arrogante da minha parte afirmar, prematuramente, que sim. É um processo ainda em curso. Nós esperamos que sim, mas vamos ver”, concluiu.
Relativamente ao programa eleitoral do partido, João Moniz admitiu à Ria que o mesmo ainda está em fase de construção, apesar das linhas orientadoras já estarem a ser divulgadas. “Geralmente, na forma como nós trabalhamos, nós definimos internamente quais são as prioridades do Bloco e vamos consultando algumas pessoas que são próximas do partido e que têm conhecimento específico em algumas áreas, mas a coordenação política é feita pela concelhia.” O candidato acrescentou ainda que o programa se focará em áreas essenciais como a habitação e os serviços públicos. “Nós queremos uma ‘remunicipalização’ dos serviços de transportes públicos, mas não queremos simplesmente regressar ao passado. Nós queremos criar (…) uma empresa pública de transportes que seja regional, que seja intermunicipal, porque os movimentos das pessoas não se restringem apenas ao território, nomeadamente ao concelho de Aveiro. Há movimentos que são interconcelhios, intermunicipais e, portanto, os transportes públicos, sendo uma chave fundamental da mobilidade, têm de refletir isso”, defendeu.
O candidato do BE adiantou ainda que uma das “principais propostas” do partido será a criação de uma rede de creches públicas. “Já apresentámos iniciativas nesse sentido na Assembleia Municipal, que foram rejeitadas. No entanto, agora vemos o presidente da Câmara e o executivo municipal reconhecerem que existe, de facto, uma carência significativa na resposta aos cuidados na infância. Admitiram ainda que a Câmara deve assumir um papel ativo nessa área — o que, na prática, valida a posição que o BE defendeu desde o início. Podemos dizer que tivemos razão antes do tempo”, sublinhou. Também a criação de um Parque Natural da Ria de Aveiro será outra das bandeiras do partido. “Atualmente, a Ria de Aveiro (…) é gerida por um vasto conjunto de entidades e funciona como uma espécie de manta de retalhos com jurisdições e competências sobrepostas”, atirou. “Nós queremos centralizar isto na figura do Parque Natural para podermos de uma vez por todas dignificar a Ria de Aveiro e o baixo Vouga que é a grande marca do ponto de vista património natural (…) e até identitário cultural nesta região”, continuou.
João Moniz afirmou também que haverá outras propostas no programa eleitoral, mas que, por agora, não é possível avançar com uma data para a sua apresentação. “Neste momento, já começámos a anunciar os cabeças de lista às freguesias e estamos a dar prioridade a essa fase do trabalho. O programa será apresentado em breve, com certeza, mas ainda está em fase de construção. Seria prematuro avançar com uma data concreta nesta altura”, considerou, referindo apenas que o partido cumprirá o “prazo legal” e que procurará usar essa margem de manobra “até ao limite”.
No decorrer da conversa, o candidato do Bloco de Esquerda recordou ainda a entrevista concedida à Ria, no âmbito do podcast sobre as eleições autárquicas, onde, na altura, não excluiu a possibilidade de formar uma coligação com outras forças de esquerda, como o “PCP” ou o “Livre”. Sete meses após essa declaração, João Moniz confirmou agora à Ria que “não foi possível concretizar esse caminho”. “O nosso objetivo era construir uma coligação que fosse mais do que a simples soma dos partidos envolvidos — digamos, o Partido A mais o Partido B. Queríamos algo genuinamente novo em Aveiro, capaz de afirmar uma agenda diferente e, quem sabe, ambicionar uma representação mais ampla do que aquela que a esquerda tem tido até agora. Infelizmente, não foi possível”, lamentou.
Questionado sobre os motivos que inviabilizaram esse entendimento, o candidato limitou-se a dizer que as razões lhe são “alheias” e que o processo “não foi propriamente sério”. “O BE apresentou propostas concretas como ponto de partida para a criação de uma plataforma de entendimento. No entanto, do outro lado, encontrámos apenas o incumprimento formal de prazos previamente estabelecidos e dificuldades de contacto”, afirmou.
Relativamente ao diálogo com o Livre, João Moniz considerou-o “pouco sério e algo oportunista”. “É a minha avaliação. O Livre foi avaliando o seu posicionamento nas sondagens, analisando o território - e tem toda a legitimidade para o fazer. Todos os partidos têm a sua autonomia. Mas, infelizmente, decidiu olhar apenas para o seu próprio umbigo, em vez de se empenhar na construção de uma plataforma mais ampla, que pudesse, inclusive, atrair independentes para liderar candidaturas”. E concluiu: “É uma decisão legítima, mas foi um processo pouco sério”.
Apesar das dificuldades, João Moniz garantiu que o BE avançará com uma candidatura autónoma em Aveiro: “Vamos fazer uma candidatura sozinhos, com todo o empenho que é tradicional nas campanhas do BE em Aveiro”.
Já a CDU ainda não apresentou candidatos às juntas de freguesia. Em declarações à Ria, Isabel Tavares, candidata do partido à CMA, afirmou: “Estamos no terreno a fazer os contactos necessários. (…) Ainda está tudo em movimento”. Questionada sobre se o partido irá concorrer a todas as freguesias, respondeu: “É uma coisa que, neste momento, não lhe consigo garantir. Tencionamos fazê-lo, mas estamos ainda a recolher todos os elementos possíveis para garantir a maior abrangência”.
Quanto ao programa eleitoral, Isabel Tavares sublinhou que a construção está a decorrer de forma coletiva. “A nossa forma de trabalhar é coletiva. Estamos a construir o nosso projeto autárquico ouvindo toda a estrutura concelhia e também parte da população. Na semana passada, por exemplo, reunimos com os artistas de rua de Aveiro, que nos transmitiram as dificuldades que enfrentam no exercício da sua arte e na promoção da cultura na cidade”, realçou.
A candidata do PCP adiantou ainda que o programa está a ser desenvolvido com base nas realidades identificadas no terreno e que a sua apresentação poderá ocorrer em “agosto”. No que toca à coordenação do programa, Isabel Tavares indicou que ainda “não há responsáveis” definidos, mas que existem nomes já indicados para áreas como “cultura, habitação, desporto e transportes”, que contribuirão com o seu conhecimento.
Quanto à restante lista para a Câmara Municipal, preferiu não avançar com datas à Ria, referindo apenas que a sua “intenção é ter todo o processo concluído até agosto”. Relativamente à entrega das listas, Isabel Tavares adiantou que até “ao final do mês de julho” o partido espera ter “todos os elementos reunidos e todas as entregas feitas”.
Tal como noticiado pela Ria, dos partidos com assento parlamentar apenas três ainda não revelaram os seus candidatos às eleições autárquicas no concelho de Aveiro: Chega, PAN e Livre.
Recorde-se ainda que as eleições autárquicas estão marcadas para o dia 12 de outubro.
Consulte aqui as etapas atuais de cada uma das candidaturas:
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PS Aveiro critica gestão da Junta de Santa Joana e Plano de Pormenor do Cais do Paraíso
O PS Aveiro apresentou esta sexta-feira, 5 de setembro, José Júlio Conceição como candidato à presidência da Junta de Freguesia de Santa Joana. A sessão decorreu no largo em frente ao edifício da junta e contou com a presença de vários dirigentes socialistas, como tem vindo a ser habitual. Entre eles esteve Paula Urbano Antunes, que aproveitou o momento para recordar os motivos da sua candidatura à liderança da concelhia do PS. “Filo porque, juntamente com a equipa que me acompanha, quisemos antecipar o futuro, construí-lo com todos e de olhos postos nas eleições autárquicas de 2025”, afirmou. Na sua intervenção, a presidente da concelhia destacou alguns dos problemas que afetam atualmente a freguesia, nomeadamente a “falta de habitação e de programas de reinserção social”, bem como a “ausência de limpeza e manutenção dos espaços verdes, de arranjo de arruamentos e de recolha de resíduos”. Ainda assim, sublinhou o potencial de crescimento de Santa Joana, que classificou como “a freguesia de Aveiro com maior potencial de crescimento em todos os indicadores” - do aumento da população à qualidade de vida, do nível de escolaridade à participação cívica, passando pelos indicadores ambientais. Já José Júlio Conceição começou a sua intervenção a exprimir o “enorme gosto” e a “extraordinária motivação” que sentiu a olhar para aquela plateia. “É sinónimo, claramente, de áreas de mudança”, vincou. Abordando a gestão da junta, o candidato socialista aproveitou para recordar que a freguesia sempre foi governada “pelo PSD ou AD”. “E vão lá 41 anos”, recordou. No seguimento, lançou a questão: “O que temos na freguesia, atualmente, estruturante e durante 41 anos?”. “Eu deixo essa resposta para os adversários, que com certeza deverão estar com extrema atenção ao que vamos dizer”, respondeu prontamente. Numa crítica direta à atual gestão da Junta, José Júlio Conceição assinalou que, para além da melhoria da rede viária, dos sistemas de esgotos e do abastecimento de água – obras que atribuiu sobretudo à autarquia –, “pouco mais foi feito por iniciativa própria da junta”, apontando, como exemplo, a ausência de infraestruturas desportivas. “Temos apenas um único clube desportivo na freguesia que não é apoiado. Temos três associações culturais atualmente, quando há uns anos passava de uma dúzia. Não temos um espaço exclusivo e dedicado à cultura e ao associativismo. Nem biblioteca digna desse nome, nem piscina, nem cemitério, nem polidesportivo, entre outras”, enumerou. “Afinal, não temos nada na freguesia. Somos de facto uma freguesia de exceção. Eles também o dizem”, sintetizou o candidato à Junta, criticando ainda a “falta de acessibilidades dignas à freguesia”. À semelhança do discurso de Helena Graça, candidata à presidência da Junta de Freguesia de Oliveirinha pelo PS, também José Júlio fez questão de vincar que -caso vençam- serão “diferentes” e farão questão de “acompanhar todos os lugares como se a freguesia apenas tivesse um”. “Desde o Corisco, ao Caião, ao Griné (…) para nós tudo é Santa Joana e merecerá a nossa atenção”, atentou. O candidato defendeu ainda que a solução para a freguesia passa por “dinamizar e criar oportunidades”. “Temos tudo para crescer, falta apenas uma liderança com visão, compromisso e coragem.E é essa liderança que nos propomos a assumir convosco. Queremos uma junta de freguesia mais próxima, mais transparente e mais solidária”, disse. Entre as propostas que pretende implementar, José Júlio Conceição destacou áreas como a “qualidade e bem-estar”; “mobilidade e acessibilidade”; “ambiente e sustentabilidade”; “desporto cultura e lazer”; “participação e proximidade” e a “edificação do cemitério”. “Peço-vos então a confiança.Não com promessas vazias, mas com a convicção de que vamos devolver a Santa Joana a energia, o dinamismo e o futuro que tem faltado”, apelou. Também Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, marcou presença na sessão e sublinhou a forte mobilização popular. “Mais uma vez, as cadeiras não chegaram. Isto está a correr bem. Muito bem”, comentou. O candidato recordou ainda o papel “decisivo” dos socialistas Carlos Candal e Custódio Ramos na fundação da freguesia, garantindo que “a nossa obrigação política é refundá-la, vencendo as próximas eleições”. Num momento inesperado, dirigiu-se diretamente a Cláudia Cruz Santos, cabeça de lista à Assembleia Municipal pelo PS Aveiro, para evocar a última sessão Assembleia Municipal, onde esteve em votação o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. Nessa ocasião, lançou críticas a Luís Souto de Miranda, presidente da Assembleia Municipal e candidato da coligação “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM): “Se tivéssemos um presidente como o Carlos Candal, aquela triste cena da última Assembleia Municipal não teria acontecido. Ele era um homem com voz própria, com pensamento autónomo, corajoso e capaz de dar um murro na mesa quando era preciso”. Tal como o candidato à Junta lançou ainda críticas diretas à gestão da mesma referindo que a freguesia “está igual”: “A Câmara não fez nada aqui (…) e a Junta também não”, vincou. “Santa Joana, infelizmente, continua com o caos viário, com a falta de passeios, com a falta de zonas verdes, e aqui (…) não há capela mortuária por uma razão mais profunda: É que aqui não hásequer cemitério”, atirou. Alberto Souto de Miranda avançou ainda que o PS já tem identificado um terreno para a construção do cemitério e manifestou a expectativa de que o projeto venha a concretizar-se num futuro mandato socialista. Dirigindo-se novamente a Luís Souto, Alberto Souto de Miranda afirmou que o candidato social-democrata “acordou hoje preocupado”. “Preocupado porque sabe que as populações têm consciência de que nada se fez. A Câmara não fez nada, ou fez muito pouco, e as freguesias pouco ou nada fizeram”, apontou. Segundo o candidato socialista à Câmara, a resposta de Luís Souto foi anunciar “um pacto com as freguesias”, que classificou como um mero gesto eleitoral. “Mas como ele é o candidato da continuidade, isto é apenas um pacto para freguês ver. Porque nada se fez, e a continuidade será não fazer nada”, criticou. Alberto Souto de Miranda aproveitou ainda para atacar opções urbanísticas recentes na cidade. “Já sabíamos que ele aprecia os erros que foram cometidos, como o Rossio ou a Avenida. “Ainda hoje, não sei se ouviram as sirenes, os que vieram lá ver, mas houvequem tivesse gravado (…) o carro dos bombeiros novos, absolutamente encurralado para tentar passar na Avenida. Tiveram de ser os bombeiros, parecia um filme, neste caso trágico ou cómico, aapear-se e a ajudarem (...) para o carro dos bombeiros poder prosseguir”, relatou. E rematou: “A Avenida foi um erro, o Rossio foi um erro e, na verdade, ele gosta de dar continuidade aos erros, como ainda esta semana vimos na Assembleia Municipal, a propósito do Cais do Paraíso”. Abordando estas opções urbanísticas como “erros”, Alberto Souto de Miranda acrescentou: “Com tantos erros, constrói-se um futuro errado, ou não se constrói futuro nenhum. Destrói-se o futuro que poderíamos ter, destrói-se o valor paisagístico que ia ser criado, o nosso valor identitário. É isso que vai acontecer se ele, porventura, fosse eleito”. O candidato socialista voltou a centrar-se na votação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso na última Assembleia Municipal. Recordou que José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, garantiu [na última Assembleia], interpelado por Pedro Pires da Rosa, deputado municipal pelo PS, que a revogação do plano seria “claro e cristalino” e não implicaria qualquer tipo de indemnização para a empresa. Alberto Souto de Miranda contestou essa interpretação: “Se o Plano de Pormenor entrar em vigor e, durante a sua vigência, surgir um pedido de licenciamento e depois alguém revogar o plano, sim, haverá indemnizações a pagar”. “Eu espero que todas as pessoas que votaram comecem a fazer as suas economias, porque deveriam ser elas a suportar a indemnização que a Câmara terá que pagar”, continuou. No seguimento voltou a reafirmar que “comigo essa aberração não passará”. “Nós entendemos que o interesse público tem que prevalecer sob o interesse privado”. “A Câmara Municipal não pode ser o gabinete de desenho de um investidor privado”, sublinhou. Alberto Souto de Miranda avisou ainda que “não aceitamos lições de trabalho com as freguesias”. Numa menção direta à obra do Rossio, o candidato socialista disse ainda que: “Não gastámos 20 milhões a fazer 180 lugares de estacionamento. Investimos 20 milhões a dotar todo o município da rede de saneamento.É essa a diferença”, vincou.
Guerra de “sondagens” marca sábado de campanha autárquica em Aveiro
O sábado de campanha em Aveiro ficou marcado pela divulgação de dados eleitorais que não cumprem os critérios legais definidos para as sondagens. Ao início da manhã, a candidatura de Alberto Souto fez chegar à comunicação social informação relativa a uma “sondagem interna” realizada pela empresa GFK e encomendada pela direção nacional do PS. Segundo os números divulgados, o PS recolheria 36% nas intenções de voto, seguido da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM) com 31%, do Chega com 16%, sem especificar os resultados dos restantes partidos. No que toca aos candidatos, Alberto Souto surge em primeiro lugar com 46%, à frente de Luís Souto, com 22%, e de Diogo Machado, com 19%. A informação foi noticiada em primeira mão pelo Notícias de Aveiro, mas não se conhece até ao momento qualquer ficha técnica a acompanhar a sondagem, nem consta qualquer registo no site da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), condição necessária para que possa ser considerada como uma sondagem oficial. A reação não tardou. Luís Souto acusou os socialistas de “ilusionismo” e recordou “a histórica derrota de Medina em Lisboa, apesar das ótimas sondagens que o PS divulgava”. O candidato da ‘Aliança com Aveiro’ ironizou ainda sobre a mobilização do adversário e garantiu que a sua candidatura continuará “com humildade, ouvindo as pessoas”. Apesar de criticar a candidatura adversária pela sondagem interna realizada, também a publicação de Luís Souto é acompanhada por uma imagem com outra “estimativa de intenções de voto”, divulgada por uma página de redes sociais, denominada ‘Intrapolls’, com dados recolhidos através de um formulário Google, que atribui 42% à AD, 31% ao PS e 15% ao Chega, entre outros valores. Também neste caso não existe ficha técnica disponível nem qualquer depósito na ERC. Em Portugal, a lei estabelece que apenas empresas credenciadas pela ERC podem realizar sondagens com fins de publicação. Nem a GFK, nem a Intrapolls, surgem no site oficial da ERC como empresas credenciadas. Para terem valor legal, os estudos têm de ser previamente depositados junto da entidade reguladora e, sempre que divulgados, acompanhados pela ficha técnica completa, contendo informações como universo, amostra, método, datas da recolha, margem de erro e entidade que encomendou o trabalho. Sem esses elementos, os números não têm estatuto de sondagem e não podem ser tratados como tal pelos órgãos de comunicação social. Até ao momento, no site da ERC apenas estão registadas sondagens relativas a Lisboa, Porto, Faro e Cascais, não havendo qualquer sondagem oficial para o concelho de Aveiro.
Plano de Pormenor do Parque Desportivo de Aveiro entra em discussão pública na próxima quarta-feira
De acordo com a nota, a proposta do plano, acompanhada pelo Relatório Ambiental, respetivo resumo não técnico, pareceres e ata da Conferência Procedimental, pode ser consultada presencialmente no Atendimento Público da Câmara Municipal (Centro de Congressos de Aveiro, Cais da Fonte Nova), de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 16h30; na Loja, Turismo e Museu (Museu da Cidade), na Rua João Mendonça, n.º 9/11, todos os dias das 10h00 às 12h30 e das 13h30 às 18h00; ou no portal institucional do Município, em www.cm-aveiro.pt<http://www.cm-aveiro.pt/> . As participações podem ser enviadas por correio eletrónico para [email protected]<mailto:[email protected]>, por correio registado para Edifício Centro de Congressos, Cais da Fonte Nova, 3800-200 Aveiro, ou entregues presencialmente, utilizando o modelo próprio disponível nos locais de consulta pública e online. Recorde-se que o Plano de Pormenor do Parque Desportivo de Aveiro foi aprovado na reunião camarária de 24 de junho, tendo regressado na passada terça-feira, 2 de setembro, novamente, à Câmara depois do plano ter recebido parecer desfavorável de três entidades, sobretudo devido à “existência de um gasoduto de alta pressão que não foi considerado e sobre o qual estavam mesmo previstas construções”, conforme explicou José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro. Do lado da oposição, o vereador socialista Fernando Nogueira manifestou preocupação com a resposta habitacional prevista no plano. A proposta camarária contempla a construção de “169 fogos” a custos controlados, número que o socialista considera “insuficiente”. O plano de pormenor acabou por ser aprovado por maioria, com a abstenção do vereador independente Rui Carneiro e o voto contra do PS. Na nota, o Município de Aveiro recorda ainda que a proposta do plano de pormenor representa uma “intervenção estruturante com quase 30 anos de preparação, iniciada com a Revisão do Plano Diretor Municipal em vigor desde dezembro de 2019”. "O plano prevê a requalificação e valorização da área envolvente aos atuais equipamentos desportivos, com novas zonas habitacionais, áreas comerciais, serviços, espaços empresariais e equipamentos, reforçando a competitividade de Aveiro nos planos turístico, social, cultural e económico, e promovendo uma estratégia de crescimento sustentável e coeso”, explica. “Concluído o período de participação pública, todas as contribuições serão analisadas pela CMA antes da deliberação final em sede de Assembleia Municipal de Aveiro”, finaliza.
PS Aveiro apresenta hoje José Júlio Conceição como candidato à Junta de Santa Joana
José Júlio Conceição é atualmente presidente da direção do Centro Social Santa Joana Princesa. Químico de profissão, está atualmente aposentado, e fez parte da Assembleia de Freguesia durante “oito anos”. Citado numa nota de imprensa enviada à Ria, o candidato afirma que se candidata “por muitas razões, mas a principal é o notório atraso e a falta de desenvolvimento e de estruturas que existem na freguesia”. Nas últimas eleições autárquicas, a coligação 'Aliança com Aveiro' (PSD/CDS/PPM) venceu com 53,40% dos votos, alcançando oito mandatos. A coligação 'Viva Aveiro' (PS/PAN) ficou em segundo lugar com 28,43% dos votos, conquistando quatro mandatos, e o Bloco de Esquerda obteve um mandato. A CDU não teve representação. Recorde-se que ontem, 4 de setembro, estava ainda prevista a apresentação de Jaime Paulo como candidato do PS à Junta de Freguesia de Esgueira, mas a cerimónia foi adiada devido ao decreto de luto nacional. Em nota, o PS de Aveiro referiu que a nova data será anunciada “em breve”.
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O PS Aveiro apresentou esta sexta-feira, 5 de setembro, José Júlio Conceição como candidato à presidência da Junta de Freguesia de Santa Joana. A sessão decorreu no largo em frente ao edifício da junta e contou com a presença de vários dirigentes socialistas, como tem vindo a ser habitual. Entre eles esteve Paula Urbano Antunes, que aproveitou o momento para recordar os motivos da sua candidatura à liderança da concelhia do PS. “Filo porque, juntamente com a equipa que me acompanha, quisemos antecipar o futuro, construí-lo com todos e de olhos postos nas eleições autárquicas de 2025”, afirmou. Na sua intervenção, a presidente da concelhia destacou alguns dos problemas que afetam atualmente a freguesia, nomeadamente a “falta de habitação e de programas de reinserção social”, bem como a “ausência de limpeza e manutenção dos espaços verdes, de arranjo de arruamentos e de recolha de resíduos”. Ainda assim, sublinhou o potencial de crescimento de Santa Joana, que classificou como “a freguesia de Aveiro com maior potencial de crescimento em todos os indicadores” - do aumento da população à qualidade de vida, do nível de escolaridade à participação cívica, passando pelos indicadores ambientais. Já José Júlio Conceição começou a sua intervenção a exprimir o “enorme gosto” e a “extraordinária motivação” que sentiu a olhar para aquela plateia. “É sinónimo, claramente, de áreas de mudança”, vincou. Abordando a gestão da junta, o candidato socialista aproveitou para recordar que a freguesia sempre foi governada “pelo PSD ou AD”. “E vão lá 41 anos”, recordou. No seguimento, lançou a questão: “O que temos na freguesia, atualmente, estruturante e durante 41 anos?”. “Eu deixo essa resposta para os adversários, que com certeza deverão estar com extrema atenção ao que vamos dizer”, respondeu prontamente. Numa crítica direta à atual gestão da Junta, José Júlio Conceição assinalou que, para além da melhoria da rede viária, dos sistemas de esgotos e do abastecimento de água – obras que atribuiu sobretudo à autarquia –, “pouco mais foi feito por iniciativa própria da junta”, apontando, como exemplo, a ausência de infraestruturas desportivas. “Temos apenas um único clube desportivo na freguesia que não é apoiado. Temos três associações culturais atualmente, quando há uns anos passava de uma dúzia. Não temos um espaço exclusivo e dedicado à cultura e ao associativismo. Nem biblioteca digna desse nome, nem piscina, nem cemitério, nem polidesportivo, entre outras”, enumerou. “Afinal, não temos nada na freguesia. Somos de facto uma freguesia de exceção. Eles também o dizem”, sintetizou o candidato à Junta, criticando ainda a “falta de acessibilidades dignas à freguesia”. À semelhança do discurso de Helena Graça, candidata à presidência da Junta de Freguesia de Oliveirinha pelo PS, também José Júlio fez questão de vincar que -caso vençam- serão “diferentes” e farão questão de “acompanhar todos os lugares como se a freguesia apenas tivesse um”. “Desde o Corisco, ao Caião, ao Griné (…) para nós tudo é Santa Joana e merecerá a nossa atenção”, atentou. O candidato defendeu ainda que a solução para a freguesia passa por “dinamizar e criar oportunidades”. “Temos tudo para crescer, falta apenas uma liderança com visão, compromisso e coragem.E é essa liderança que nos propomos a assumir convosco. Queremos uma junta de freguesia mais próxima, mais transparente e mais solidária”, disse. Entre as propostas que pretende implementar, José Júlio Conceição destacou áreas como a “qualidade e bem-estar”; “mobilidade e acessibilidade”; “ambiente e sustentabilidade”; “desporto cultura e lazer”; “participação e proximidade” e a “edificação do cemitério”. “Peço-vos então a confiança.Não com promessas vazias, mas com a convicção de que vamos devolver a Santa Joana a energia, o dinamismo e o futuro que tem faltado”, apelou. Também Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, marcou presença na sessão e sublinhou a forte mobilização popular. “Mais uma vez, as cadeiras não chegaram. Isto está a correr bem. Muito bem”, comentou. O candidato recordou ainda o papel “decisivo” dos socialistas Carlos Candal e Custódio Ramos na fundação da freguesia, garantindo que “a nossa obrigação política é refundá-la, vencendo as próximas eleições”. Num momento inesperado, dirigiu-se diretamente a Cláudia Cruz Santos, cabeça de lista à Assembleia Municipal pelo PS Aveiro, para evocar a última sessão Assembleia Municipal, onde esteve em votação o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. Nessa ocasião, lançou críticas a Luís Souto de Miranda, presidente da Assembleia Municipal e candidato da coligação “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM): “Se tivéssemos um presidente como o Carlos Candal, aquela triste cena da última Assembleia Municipal não teria acontecido. Ele era um homem com voz própria, com pensamento autónomo, corajoso e capaz de dar um murro na mesa quando era preciso”. Tal como o candidato à Junta lançou ainda críticas diretas à gestão da mesma referindo que a freguesia “está igual”: “A Câmara não fez nada aqui (…) e a Junta também não”, vincou. “Santa Joana, infelizmente, continua com o caos viário, com a falta de passeios, com a falta de zonas verdes, e aqui (…) não há capela mortuária por uma razão mais profunda: É que aqui não hásequer cemitério”, atirou. Alberto Souto de Miranda avançou ainda que o PS já tem identificado um terreno para a construção do cemitério e manifestou a expectativa de que o projeto venha a concretizar-se num futuro mandato socialista. Dirigindo-se novamente a Luís Souto, Alberto Souto de Miranda afirmou que o candidato social-democrata “acordou hoje preocupado”. “Preocupado porque sabe que as populações têm consciência de que nada se fez. A Câmara não fez nada, ou fez muito pouco, e as freguesias pouco ou nada fizeram”, apontou. Segundo o candidato socialista à Câmara, a resposta de Luís Souto foi anunciar “um pacto com as freguesias”, que classificou como um mero gesto eleitoral. “Mas como ele é o candidato da continuidade, isto é apenas um pacto para freguês ver. Porque nada se fez, e a continuidade será não fazer nada”, criticou. Alberto Souto de Miranda aproveitou ainda para atacar opções urbanísticas recentes na cidade. “Já sabíamos que ele aprecia os erros que foram cometidos, como o Rossio ou a Avenida. “Ainda hoje, não sei se ouviram as sirenes, os que vieram lá ver, mas houvequem tivesse gravado (…) o carro dos bombeiros novos, absolutamente encurralado para tentar passar na Avenida. Tiveram de ser os bombeiros, parecia um filme, neste caso trágico ou cómico, aapear-se e a ajudarem (...) para o carro dos bombeiros poder prosseguir”, relatou. E rematou: “A Avenida foi um erro, o Rossio foi um erro e, na verdade, ele gosta de dar continuidade aos erros, como ainda esta semana vimos na Assembleia Municipal, a propósito do Cais do Paraíso”. Abordando estas opções urbanísticas como “erros”, Alberto Souto de Miranda acrescentou: “Com tantos erros, constrói-se um futuro errado, ou não se constrói futuro nenhum. Destrói-se o futuro que poderíamos ter, destrói-se o valor paisagístico que ia ser criado, o nosso valor identitário. É isso que vai acontecer se ele, porventura, fosse eleito”. O candidato socialista voltou a centrar-se na votação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso na última Assembleia Municipal. Recordou que José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, garantiu [na última Assembleia], interpelado por Pedro Pires da Rosa, deputado municipal pelo PS, que a revogação do plano seria “claro e cristalino” e não implicaria qualquer tipo de indemnização para a empresa. Alberto Souto de Miranda contestou essa interpretação: “Se o Plano de Pormenor entrar em vigor e, durante a sua vigência, surgir um pedido de licenciamento e depois alguém revogar o plano, sim, haverá indemnizações a pagar”. “Eu espero que todas as pessoas que votaram comecem a fazer as suas economias, porque deveriam ser elas a suportar a indemnização que a Câmara terá que pagar”, continuou. No seguimento voltou a reafirmar que “comigo essa aberração não passará”. “Nós entendemos que o interesse público tem que prevalecer sob o interesse privado”. “A Câmara Municipal não pode ser o gabinete de desenho de um investidor privado”, sublinhou. Alberto Souto de Miranda avisou ainda que “não aceitamos lições de trabalho com as freguesias”. Numa menção direta à obra do Rossio, o candidato socialista disse ainda que: “Não gastámos 20 milhões a fazer 180 lugares de estacionamento. Investimos 20 milhões a dotar todo o município da rede de saneamento.É essa a diferença”, vincou.
UA e Fábrica Centro Ciência Viva colaboram em projeto sobre oceano profundo para a Expo Osaka 2025
A apresentação do projeto surge na sequência das “Missões Mar Profundo 1, 2, 3, 4 e 5”. “Esta nova missão continua a explorar o cruzamento entre arte, ciência, educação e sensibilização ambiental, agora num contexto particularmente relevante”, explica uma nota de imprensa enviada à Ria. Com o tema do pavilhão “Oceano, Diálogo Azul”, Portugal terá um lugar “de destaque” na exposição mundial como uma “nação profundamente ligada ao mar”. O ‘Deep Listening Deep Sea(ing)’ “dará voz ao oceano profundo, um tema de extrema relevância ambiental, e fará ressoar as múltiplas vozes de crianças, adolescentes, jovens, professores, artistas e cientistas que estiveram envolvidas nas várias missões anteriores”, sintetiza a nota. Além da parceria com a UA e a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, o ‘Deep Listening Deep Sea(ing)’ envolveu ainda os contributos da Companhia de Música Teatral, da Universidade de Bergen (NO) e da Academia Internacional de Marvão para a Música, Artes e Ciências. Contou ainda com o apoio do CIIMAR e da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental e foi financiado pelos EEA Grants.
Guerra de “sondagens” marca sábado de campanha autárquica em Aveiro
O sábado de campanha em Aveiro ficou marcado pela divulgação de dados eleitorais que não cumprem os critérios legais definidos para as sondagens. Ao início da manhã, a candidatura de Alberto Souto fez chegar à comunicação social informação relativa a uma “sondagem interna” realizada pela empresa GFK e encomendada pela direção nacional do PS. Segundo os números divulgados, o PS recolheria 36% nas intenções de voto, seguido da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM) com 31%, do Chega com 16%, sem especificar os resultados dos restantes partidos. No que toca aos candidatos, Alberto Souto surge em primeiro lugar com 46%, à frente de Luís Souto, com 22%, e de Diogo Machado, com 19%. A informação foi noticiada em primeira mão pelo Notícias de Aveiro, mas não se conhece até ao momento qualquer ficha técnica a acompanhar a sondagem, nem consta qualquer registo no site da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), condição necessária para que possa ser considerada como uma sondagem oficial. A reação não tardou. Luís Souto acusou os socialistas de “ilusionismo” e recordou “a histórica derrota de Medina em Lisboa, apesar das ótimas sondagens que o PS divulgava”. O candidato da ‘Aliança com Aveiro’ ironizou ainda sobre a mobilização do adversário e garantiu que a sua candidatura continuará “com humildade, ouvindo as pessoas”. Apesar de criticar a candidatura adversária pela sondagem interna realizada, também a publicação de Luís Souto é acompanhada por uma imagem com outra “estimativa de intenções de voto”, divulgada por uma página de redes sociais, denominada ‘Intrapolls’, com dados recolhidos através de um formulário Google, que atribui 42% à AD, 31% ao PS e 15% ao Chega, entre outros valores. Também neste caso não existe ficha técnica disponível nem qualquer depósito na ERC. Em Portugal, a lei estabelece que apenas empresas credenciadas pela ERC podem realizar sondagens com fins de publicação. Nem a GFK, nem a Intrapolls, surgem no site oficial da ERC como empresas credenciadas. Para terem valor legal, os estudos têm de ser previamente depositados junto da entidade reguladora e, sempre que divulgados, acompanhados pela ficha técnica completa, contendo informações como universo, amostra, método, datas da recolha, margem de erro e entidade que encomendou o trabalho. Sem esses elementos, os números não têm estatuto de sondagem e não podem ser tratados como tal pelos órgãos de comunicação social. Até ao momento, no site da ERC apenas estão registadas sondagens relativas a Lisboa, Porto, Faro e Cascais, não havendo qualquer sondagem oficial para o concelho de Aveiro.
Domingo há eclipse total da Lua, mas "não será muito fácil” vê-lo em Portugal
“Vamos ter a Lua cheia e o que acontece é que a Terra vai ficar à frente da Lua, vai ficar entre o Sol e a Lua e vai bloquear a luz que naturalmente chegava à Lua”, explicou o coordenador da comunicação e investigador daquele instituto. Filipe Pires adiantou que, escondida pela Terra, quando aparecer em Portugal nesse dia a Lua estará “muito mais escura”, com “uma tonalidade ligeiramente avermelhada”. “A única luz que consegue chegar à Lua é aquela que passa pela atmosfera da Terra, e a única luz que consegue realmente passar pela atmosfera da Terra é a luz vermelha”, disse, acrescentando que o fenómeno é designado de “forma apelativa” como Lua de Sangue. O investigador contou que nas suas observações do fenómeno vê sempre a Lua acastanhada, mas explica que se for tirada uma fotografia, conseguindo-se “captar muito mais luz que aquela que o nosso olho vê”, o planeta satélite aparece nas fotos com “um tom mais avermelhado”. Filipe Pires, que também trabalha no Planetário do Porto, disse que no domingo o eclipse poderá começar a ser visto em Portugal “por volta das oito da noite”, com a Lua a “nascer já relativamente ocultada”. “Depois a Lua vai saindo da sombra da Terra e ainda tem sombra até por volta das 21:00”. Para ver o fenómeno, devemos olhar para o lado nascente e “temos que obrigatoriamente ter uma visão completamente desimpedida” do horizonte, existindo essa possibilidade no Algarve e em zonas altas do interior de Portugal. Disse ainda que o eclipse "não é um fenómeno muito raro”, acontecendo mais ou menos de seis em seis meses, nas épocas do ano em que “o plano com que a Lua anda à volta da Terra coincide com o plano com que a Terra anda à volta do Sol”. Segundo informação divulgada pelo portal de notícias Sapo, este eclipse poderá ser visto, pelo menos de forma parcial, por cerca de 88% da população mundial (mais de sete mil milhões de pessoas) e, na totalidade, por 77%, o que corresponde a mais de 6,27 mil milhões de pessoas.