RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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País “ligado com normalidade” e noite sem incidentes de segurança

A energia elétrica já foi reposta aos 6,4 milhões de clientes do país, que está agora “ligado com normalidade” e, durante a noite, não se verificaram perturbações de segurança ou de proteção civil, adiantou hoje o Governo. “Nós, neste momento, temos praticamente todos os serviços, incluindo o fornecimento de energia, restabelecidos”, disse à Lusa o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

País “ligado com normalidade” e noite sem incidentes de segurança
Redação

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29 abr 2025, 09:10

Segundo o ministro, ao nível da eletricidade, o “já país está ligado, com normalidade”, ou seja, todos os 6,4 milhões de clientes estão alimentados, com exceção de 800 que têm avarias não relacionada com o apagão de segunda-feira. Leitão Amaro referiu ainda que o abastecimento de água está a funcionar em praticamente todo o país, registando-se apenas algumas dificuldades de pressão em “dois ou três concelhos” que serão “resolvidas rapidamente”.

Relativamente aos transportes, Leitão Amaro avançou que os “comboios estão a funcionar”, sendo ainda necessário estabilizar alguns pontos da operação, mas devido aos efeitos de greve de 24 horas que decorreu na segunda-feira. Já em relação ao Metro, o ministro da Presidência adiantou que “também está a arrancar a operação”, tendo-se verificado uma perturbação em Lisboa relacionada com um `data center´ e não diretamente com o apagão. Quanto aos aeroportos, “estão operacionais”, referiu Leitão Amaro, reconhecendo que, no caso do de Lisboa, que foi o mais afetado pela falha de energia, deve demorar dois dias a ter os fluxos estabilizados, mas os sistemas estão todos operacionais.

O governante adiantou ainda que, relativamente às escolas, a orientação emitida durante a madrugada a todos os diretores foi para abrirem e funcionarem normalmente, com exceção dos casos em que pode, eventualmente, verificar-se alguma razão de segurança específica. “O fornecimento de combustíveis está normalizado e não se registaram, durante a noite, ocorrências relevantes de segurança ou de proteção civil” no país, avançou Leitão Amaro, salientando ainda que a situação está estabilizada também nos serviços de saúde. “Os hospitais e centros de saúde estão com condições, em termos de fornecimento e abastecimento, para funcionarem normalmente”, assegurou.

“Neste momento, o que podemos dizer é que os sistemas [energéticos] estão estabilizados, quer no transporte, quer no abastecimento aos consumidores”, realçou o ministro da Presidência.

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Cinemas portugueses com quebra de espectadores em outubro para níveis de pós-pandemia
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Se se retirar o primeiro ano da pandemia de covid-19 da equação, quando foram ao cinema, em outubro de 2020, 253 mil pessoas, os 560 mil espectadores verificados em outubro de 2025 são o número mais baixo para aquele mês desde que o ICA divulga registos, ou seja, desde 2004. Os espectadores de outubro deste ano são ainda o número mais reduzido desde fevereiro de 2022, quando se registaram 518 mil entradas nos cinemas portugueses. Em termos de receita, em outubro deste ano, os cinemas encaixaram 3,7 milhões de euros, uma descida de 24,5% face ao mês homólogo de 2024 e o valor mais baixo desde setembro de 2021. No acumulado, até outubro, face a igual período de 2024, os cinemas perderam 6,5% de espectadores (mais de 600 mil entradas) e 2,6% de receita (mais de 1,5 milhões de euros). A lista de filmes mais vistos do mês é liderada por “Batalha Atrás de Batalha”, de Paul Thomas Anderson, com 88 mil espectadores, seguindo-se o filme de animação “A Casa de Bonecas da Gabby”, de Ryan Crego, com 46 mil. O filme mais visto do ano em Portugal é o mais recente capítulo de “Lilo e Stitch”, com mais de 665 mil espectadores, seguido do filme de “Minecraft”, acima de 500 mil espectadores. O brasileiro “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, está no terceiro lugar, com 384 mil entradas. O filme português mais visto do ano é “O Pátio da Saudade”, de Leonel Vieira, com 68 mil espectadores.

Federação volta a apelar à doação de sangue face à diminuição de reservas
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Federação volta a apelar à doação de sangue face à diminuição de reservas

“Para fazer face a esta demanda e dado a diminuição das reservas de sangue nomeadamente do 0+, apelamos a todas as pessoas saudáveis que é muito importante contribuir com a sua dádiva para o bem-estar e saúde dos milhares de doentes que dela necessitam”, refere o presidente da FEPODABES, em comunicado. Alberto Mota lembra que a necessidade de sangue é uma constante nos hospitais, já que os doentes oncológicos, os que são submetidos às mais diversas cirurgias ou aqueles que são vítimas de acidentes recorrem muitas vezes à transfusão sanguínea. “As pessoas, infelizmente, cada vez doam menos e os dadores regulares, são gerações que estão a envelhecer, que já não podem dar sangue a partir dos 65 anos e, portanto, isto é uma luta diária para que os mais jovens venham a doar sangue", refere. Na nota, a Federação recorda que o processo de recolha de sangue é um procedimento rápido (cerca de 30 minutos), e pode ajudar a salvar várias pessoas, já que uma única unidade de sangue pode servir para ajudar até três pessoas. “Todos os cidadãos com mais de 18 anos, que tenham mais de 50kg e que sejam saudáveis podem dar sangue. Esse gesto simples contribui para salvar muitas vidas”, apela Alberto Mota. Segundo um relatório do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), de novembro, Portugal registou em 2024 uma nova redução de dadores de sangue, totalizando quase menos 10 mil em relação a 2017, e voltando a níveis próximos do período pré-pandemia.

Governo vai investir 52 ME em equipamentos para prevenir os fogos
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Governo vai investir 52 ME em equipamentos para prevenir os fogos

“Em boa hora fizemos uma reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Agora entregamos motorroçadoras. Depois teremos tratores, bulldozers, máquinas de rasto, o transporte respetivo destas máquinas que as Comunidades Intermunicipais (CIM) se vão responsabilizar a garantir a manutenção e de encontrar manobradores. Estes últimos concursos estão a andar”, afirmou José Manuel Fernandes. O governante falava no hangar do centro de meios aéreos de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, onde o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) entregou 135 motorroçadoras a 27 equipas de Sapadores Florestais dos 10 concelhos do distrito, naquele que é o primeiro lote a ser entregue no âmbito do reequipamento dos Sapadores Florestais. Na área da prevenção, o Ministro da Agricultura e Mar destacou ainda “o plano para pastorícia extensiva, dotado com 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para reduzir o material combustível e, em simultâneo, colocar pessoas no território, criando riqueza”. “Tudo isto está englobado no Pacto para a Floresta, que está aprovado. É absolutamente essencial, para termos sucesso, que toda a legislação relativa à propriedade, em 2026, esteja pronta. A Assembleia da República será fundamental para esse objetivo e eu espero um grande consenso para podermos atuar”, afirmou. Outro aspeto preventivo enfatizado por José Manuel Fernandes prende-se com o fogo controlado. O ministro da Agricultura e Pescas disse que o objetivo do Governo é “mais que duplicar” a área de aplicação dessa técnica, que em 2025 rondou os 2.500 hectares. “Queremos atingir os mais de cinco mil hectares”, reforçou, acrescentando que em muitos sítios onde se devia ter feito fogo controlado, e não se fez, houve uma destruição enorme. Fazer fogo controlado significa usarmos um meio técnico para protegermos, cuidarmos, para evitarmos que os incêndios depois tenham material combustível de tal ordem que ninguém os consegue controlar. Será um trabalho a realizar em conjunto com as CIM”, sublinhou. Segundo o ministro, “há muitos locais onde as pessoas sabem que o fogo vai passar se nada se fizer e muitos locais que sabem que o fogo se pode agarrar”. “É absolutamente essencial que esse trabalho de planeamento do fogo controlado se faça. É tecnicamente, não só, defensável, como, em termos ambientais, é uma necessidade e uma exigência”, frisou Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, José Manuel Fernandes disse que o Governo “tudo fará para valorizar o trabalho dos sapadores florestais, para que eles tenham o rendimento justo e digno de um trabalho árduo, que não é fácil”. “Quando chegámos ao Governo, havia dívidas às equipas de sapadores que nós regularizámos. Passámos o montante de cada equipa de sapadores florestais, composta por cinco elementos, de 55 para 61 mil euros. Tudo o que pudermos fazer dentro legalidade, mas também com o objetivo de valorização dos sapadores florestais iremos fazê-lo. A compra de equipamento é também uma forma a ajudarmos a que o trabalho seja mais facilitado e menos árduo. A formação conta 100% como serviço público. Antes, não contava. São passos que estamos a dar que os sapadores florestais merecem”, referiu. Além das 135 motorroçadoras hoje entregues aos sapadores florestais do Alto Minho, ao todo, serão entregues 2.060 motorroçadoras, numa ação financiada pelo PRR, sendo um investimento destinado a mais de 400 equipas de Sapadores Florestais, contribuindo para o melhoramento e otimização da maquinaria de trabalho e para o reforço da capacidade operacional destas equipas na prevenção da floresta.

Operadoras proibidas de cobrar portabilidade de números de telemóvel a partir de hoje
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Operadoras proibidas de cobrar portabilidade de números de telemóvel a partir de hoje

Em janeiro, foram publicadas, em Diário da República, as novas regras para o processo que permite manter o número de telemóvel quando se muda de operador. Em declarações à Lusa, fonte oficial da Anacom explicou, na altura, que as alterações pretendem “reforçar a proteção dos consumidores”. Entre estas medidas está a proibição de as empresas cobrarem encargos diretos pela portabilidade aos utilizadores finais titulares de contratos associados aos números. A introdução de uma nova compensação aos clientes por incumprimento do agendamento da “intervenção física na rede”, que obrigue à remarcação da mesma para outro dia, foi outro dos pontos destacados pelo regulador. O valor desta compensação foi fixado em 10 euros no novo regulamento, mas a Anacom alertou que só haverá lugar ao pagamento dessa compensação pelo prestador, isto é, da nova operadora contratada, “quando o incumprimento não se deva a motivos imputáveis ao utilizador final”. Entre as principais mudanças está ainda a obrigação do prestador recetor (PR) assegurar que a portabilidade e a subsequente ativação de números ocorram na data expressamente acordada com o cliente “no prazo mais curto possível e até um dia útil a contar daquela data”. Além disso, “em caso de cessação do contrato, e salvo se renunciar a esse direito no momento da desativação do serviço, o utilizador final mantém o direito de portar números do PNN [Plano Nacional de Numeração] para outra empresa”, acrescentou. Outras das alterações introduzidas no regulamento da portabilidade que não decorrem da entrada em vigor da LCE são direcionadas para as empresas do setor, nomeadamente a limitação do custo grossista que os operadores podem repercutir nas concorrentes pelo serviço. Agora, passa a ter um valor máximo de um euro.

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"O PS ganhou", opinião de Rui Soares Carneiro
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"O PS ganhou", opinião de Rui Soares Carneiro

Já passou mais de um mês desde o dia das eleições para os diferentes órgãos das nossas autarquias locais, em Aveiro, e praticamente todas as tomadas de posse estão concluídas - faltando apenas a Freguesia de Aradas. Muito pouco li e nada ouvi, sobre os resultados das eleições, e parece ter passado despercebida a consumação de um facto: o PS, em Aveiro, ganhou. Conhecemos todos a maior vitória - para alguns, a única - da noite eleitoral: a conquista da União de Freguesias da Glória e Vera Cruz, a maior do município, liderada agora por Bruno Ferreira, que, mesmo sem maioria, devolve aos socialistas a responsabilidade de dirigir uma autarquia em Aveiro - algo perdido após as eleições intercalares de São Jacinto, em 2022. As pequenas vitórias, secundárias, mas relevantes, resumem-se à retirada da maioria absoluta em outros quatro órgãos: a Câmara Municipal de Aveiro e as Freguesias de Aradas, Esgueira e Eixo-Eirol. Isto permite exercer pressão e influência sobre quem lidera estes órgãos, mas obriga também a uma oposição responsável e construtiva - e não meramente “do contra” -, exigindo uma comunicação mais consistente das suas posições políticas. Mas o PS, em Aveiro, ganhou mais do que isto: Ganhou a oportunidade de perceber, novamente, que eleições não são atos de messianismo caído do céu, onde se deposita mais fé do que realismo e em que se olha mais para os eleitos do que para os eleitores. Ganhou a oportunidade de entender que um ato eleitoral não é uma corrida de 100 metros, mas sim uma estafeta 4x365, onde o trabalho contínuo entre eleições define quem cruza a meta em primeiro. Ganhou a oportunidade de conhecer, tarde e a más horas, as associações, clubes e IPSS que sustentam o nosso tecido social, e das quais se afastou nos últimos anos, perdendo contacto com a realidade e com o trabalho árduo destas instituições. Ganhou a oportunidade de descobrir, no terreno, muitos dos problemas que as pessoas enfrentam diariamente, em locais muitas vezes esquecidos do município, onde as autarquias têm obrigação de intervir. Ganhou a oportunidade de aprender - veremos se aprendeu - que a comunicação próxima, digital e sobretudo presencial, é hoje indispensável para criar confiança e explicar aos eleitores os dossiês em discussão e as posições assumidas. Ganhou a oportunidade de confirmar que a comunicação social é um meio útil e fiável, mesmo após anos a criticá-la, e que deve ser usada como veículo de comunicação e não como bode expiatório. Ganhou a oportunidade de iniciar um novo ciclo, de mudar, e de ser capaz de responder ao atual contexto autárquico, às exigências de fiscalização próprias da oposição, mas também de apresentar propostas e construir um programa de mudança. Ganhou a oportunidade de regressar ao essencial: aos problemas reais das pessoas, aos mais vulneráveis e à classe média, que precisa de crescer e ter mais respostas sociais e económicas. Esquecer esta base social é esquecer os fins para os quais a política nos convoca. Saberá o PS Aveiro aproveitar tantas oportunidades?

KAREN MAERSK torna-se no maior navio a atracar no Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aveiro
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O navio, que se encontra a realizar operações de descarga e deve seguir hoje com destino a Roterdão, nos Países Baixos, tem quase 184 metros de comprimento e 28 metros de largura. Numa operação da PRIO, a embarcação chegou ao Porto de Aveiro com cerca de 24 mil toneladas de combustível com origem no Médio Oriente. Segundo apontam os responsáveis, “a escala deste navio demonstra a capacidade operacional e a competitividade do Terminal de Granéis Líquidos […] no ano passado, o Porto de Aveiro substituiu as defensas e cabeços de amarração da Ponte Cais 26, precisamente com o objetivo de dotar esta infraestrutura das condições necessárias para receber navios até 40 mil toneladas de deslocamento. Com a conclusão da obra, o Porto de Aveiro passou a poder receber navios de maior porte, com total segurança, dando resposta às necessidades crescentes do mercado”.

Espetáculo “Penso, Logo Danço” estreia amanhã no Teatro Aveirense
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Conforme escrevem os responsáveis, a obra “apresenta a dança como extensão do pensamento, mostrando como a arte nos ajuda a observar, questionar e compreender o mundo”. Com a parte musical a cargo do maestro Jan Wierzba e com coreografia da responsabilidade de Lara Pereira, o espetáculo quer “aproximar crianças e jovens da música e da dança, enquanto linguagens de expressão, pensamento crítico e sensibilidade cultural”.

Câmara de Aveiro vai discutir revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso até ao fim do ano
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Câmara de Aveiro vai discutir revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso até ao fim do ano

Após ter sido tema grande durante a campanha eleitoral autárquica dos passados meses de setembro e outubro, o PS quis ontem discutir, em sede de reunião da Câmara Municipal, a revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso – uma medida que foi considerada prioritária tanto pelo PS como pelo Chega, que, juntos, têm maioria no órgão. Paula Urbano começou por dizer que o PS tinha solicitado a adesão do ponto à ordem de trabalhos dentro do prazo legal, mas que acabou por não o ver inserido quando, “tardiamente”, recebeu o planeamento da discussão. A vereadora atacou o presidente Luís Souto, que disse “começar mal” o mandato, e, apesar de reconhecer que a discussão não se tratava de uma “urgência”, invocou o ponto dois do Artigo 50º da Lei 75/2013 -“Tratando-se de sessão ordinária do órgão deliberativo, e no caso de urgência reconhecida por dois terços dos seus membros, pode o mesmo deliberar sobre assuntos não incluídos na ordem do dia” – para solicitar a votação da adesão do ponto à ordem de trabalhos. A proposta não foi bem recebida por Luís Souto, que explicou não ter agendado o ponto para discussão por “não ter considerado oportuno”. Segundo aponta, o tema “carece de ampla informação” para que todos “estejam bem cientes das consequências dos seus atos”. À margem da reunião, a Ria questionou o autarca sobre que possíveis consequências poderia ter uma revogação, dado que, recorde-se, o ex-presidente José Ribau Esteves garantiu, em Assembleia Municipal (AM), não colocar entraves a que um futuro executivo assim decidisse, deixando “claro e cristalino” que isso não obrigaria ao pagamento de indemnizações por parte da autarquia. Na resposta, Luís Souto argumenta que “há sempre consequências, quanto mais não seja de ordem económica” e que é preciso fazer uma previsão dos impactos da revogação. Quanto há possibilidade de o processo implicar indemnizações à CMA, Luís Souto – que votou a favor do Plano de Pormenor em AM – preferiu não se pronunciar. Durante a discussão em sede de executivo, Luís Souto insistiu para que o PS desse um “estado de graça” ou um “estadinho de graça” para que os novos governantes pudessem começar a trabalhar. “Disse [a vereadora Paula Urbano] que comecei mal, mas eu acho é que o PS é que começou mal. Diz-se que estamos aqui de forma construtiva e atiram logo aqui uma bomba ou uma granada para cima da mesa para começar logo a explodir […] Foi uma semana. Será que vocês não nos conseguem dar pelo menos um mês para a gente respirar e analisar as coisas?”, atirou o presidente. A completar as palavras de Luís Souto apareceu Rui Santos, vice-presidente da CMA, que notou que o assunto é “importante e delicado” e que terá de ser abordado. No entanto, observa que precisa ainda de se inteirar do processo e que “não conhece as implicações” que a votação pode ter. Refugiando-se na questão legal, o advogado nota ainda que a própria vereadora Paula Urbano reconheceu que o assunto não era “urgente” – algo que tem de ser reconhecido por dois terços dos membros do executivo para que a proposta pudesse ser adicionada à ordem de trabalhos -, pelo que “não há nenhuma razão para não termos o sentido de responsabilidade de haver um prazo curto” para que todos se informem. Da parte do Chega, o vereador Diogo Soares Machado lembrou que a posição do Chega é conhecida e que o partido “foi o primeiro” a anunciar publicamente a intenção de revogar o Plano, mas diz que também “foi o primeiro a duvidar” de Ribau Esteves quando garantiu que essa revogação não teria consequências. Nesse sentido, apontou estar disponível para não acompanhar o Partido Socialista caso tivesse a garantia do presidente de que o assunto voltaria à Câmara na próxima reunião pública de executivo – marcada para a terceira quinta-feira de dezembro. Depois de Luís Souto dar a sua palavra em como o assunto voltaria a ser discutido em dezembro, quer fosse nessa reunião pública ou numa reunião extraordinária marcada ainda em dezembro para o efeito, também o PS recuou e os vereadores chegaram a um consenso. Conforme também já tinha afirmado Alberto Souto, que foi candidato à Câmara Municipal de Aveiro nas passadas eleições autárquicas, através das redes sociais, Paula Urbano referiu durante a discussão que o Ministério Público terá pedido elementos sobre o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso ao longo do passado mês de setembro: “O senhor presidente deve ter conhecimento que o Ministério Público em setembro solicitou elementos relativamente ao Plano de Pormenor, com a leitura que podemos fazer acerca desse pedido de elementos pelo Ministério Público sobre um Plano de Pormenor”. Luís Souto não desmentiu e disse que essa consideração “até apelava mais ao sentido de responsabilidade de todos” para que a revogação não fosse discutida logo nas primeiras reuniões do executivo. À Ria, o autarca não garantiu estar a par deste pedido do Ministério Público e afirmou que “havendo um pedido de informações ao presidente [na altura, Ribau Esteves], tinha de ser entre ele e o Ministério”, garantindo que no caso de ser solicitada “qualquer informação, a Câmara só tem de responder”. Questionado se o assunto não foi falado na reunião de passagem de pasta com o ex-presidente, Luís Souto disse que a conversa “foi privada” e preferiu “não comentar”.