RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Vagos Sensation Gourmet aposta na fusão entre gastronomia, tradição e arte

O Vagos Sensation Gourmet está de regresso à Praia da Vagueira, nos dois primeiros fins de semana de julho, comemorando a sua 10.ª edição com uma aposta na fusão entre gastronomia, tradição e arte, revelou a organização.

Vagos Sensation Gourmet aposta na fusão entre gastronomia, tradição e arte
Redação

Redação

19 jun 2025, 09:33

De acordo com a organização, o evento “mais saboroso do verão” utilizará como combinação alguns dos “ingredientes mais preciosos” da Praia da Vagueira. “As tradicionais peixeiras, pescadores, vendedores de rua, ‘chefs’, cozinheiros, ‘sommeliers’, músicos e pintores e muitos outros, para a confeção de um prato que juntará, no largo da Praia da Vagueira, a cozinha e a arte, cultivando e trazendo as melhores memórias destes 10 anos de evento”, acrescentou.

O Vagos Sensation Gourmet irá decorrer nos dias 04,05,06 e 11,12 e 13 de julho, na Praia da Vagueira, concelho de Vagos, distrito de Aveiro. “A edição deste ano marcará a estreia no evento da ‘chef’, Teresa Horta Colaço (jurada do MasterChefKids), do Francisco Moreira e Carlos Afonso (apresentadores do canal de televisão 24H Kitchen) e de José Diogo Costa (Estrela Michelin e recém-premiado jovem ‘chef’ do ano pelo Guia)”, informou.

Já os ‘sommeliers’ responsáveis pelo evento são António Lopes e André Figuinha, acompanhados de talentos em ascensão como Pedro Escoto (Feitoria, Lisboa), eleito Melhor Jovem Sommelier do Ano 2025; Joana Reis (Avenida, Lagos), Sommelier do Ano pela Revista de Vinhos; e Leonel Nunes (Il Galo D’Oro, Funchal), premiado com o Sommelier Award do Guia Michelin.

No mundo do bar, a presença internacional de Jarred Brown e Anistatia Miller (Londres) e Fernando Sousa (vencedor do WorldClass Portugal), do The Royal Cocktail Club, no Porto.

A apresentação do evento estará a cargo de João Paulo Sousa, da televisão SIC.

O Vagos Sensation Gourmet é organizado pela Câmara Municipal de Vagos, em estreita colaboração com as associações e agentes locais.

Recomendações

FEST com 250 filmes em Espinho, mais IA, muita habitação e thriller erótico português
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FEST com 250 filmes em Espinho, mais IA, muita habitação e thriller erótico português

Com um orçamento na ordem dos 180.000 euros, a 21.ª edição do certame do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto decorre até 29 de junho e este ano passa assim de oito para nove dias de duração, com o que o diretor do festival quis “aliviar a intensidade do programa” e responder ao apelo recorrente de “mais filmes para crianças e jovens” – público que representa cerca de 20% de uma audiência que, em 2024, rondou um total de 15.000 espectadores. “O ano passado já havia muitos filmes com IA, mas este ano nota-se um salto gigante nesse domínio, inclusive ao nível das bandas sonoras, e temos uma secção específica só para obras com essa tecnologia”, declarou o diretor do FEST, Fernando Vasquez, à Lusa. “A IA está a ter um grande impacto na produção cinematográfica e avança a um ritmo tão rápido que as diferenças são abismais”, realçou. Da secção competitiva, que em 2025 conta com 10 longas-metragens, o diretor do FEST começa por destacar “Manas”, de Marianna Brennaud, que descreve como “o grande filme brasileiro do momento” ao analisar o despertar sexual de uma adolescente numa comunidade restritiva da Amazónia, e “Mad bills to pay (or Destiny, dile que no soy malo)”, em que Joel Alfonso Vargas conta como uma gravidez não planeada afeta uma família dominicana a viver nos Estados Unidos. “É um dos grandes filmes americanos de 2025 e está destinado aos Óscares”, garante Vasquez. Segue-se “Peacock”, do austríaco Bernhard Wenger, que “em 2018 ganhou o FEST com a melhor curta de ficção e em 2024 foi um dos grandes vencedores do Festival de Veneza”. A obra é uma comédia satírica sobre a rigidez germânica e aborda a crise existencial de um homem que “pode ser alugado para representar o papel de namorado muito culto, filho educado ou outra figura qualquer, mas não sabe ao certo quem ele próprio é”. Sobre a atualidade política internacional, o diretor do certame salientou dois filmes: “Lesson Learned”, do húngaro Bálint Szimler, que explora o ambiente de um liceu para refletir sobre o sistema educativo após 15 anos de governo de Viktor Órban, e “Happy Hollidays”, em que o realizador palestiniano Scandar Copti mostra as dificuldades que as famílias de origem idêntica enfrentam ao residir em Israel, onde estão sujeitas a discriminação geral e um “regime legal específico”. Com idêntico propósito de reflexão social, mas em registo de documentário, Vasquez aponta ainda “To close your eyes and see fire”, que, sendo o primeiro longa-duração dos austríacos Nicola von Leffern e Jacob Carl Sauer, expõe o trauma coletivo de Beirute após as explosões de 2020 no porto dessa cidade e abre “todas as feridas do Líbano e do Médio Oriente”. Com cerca de 200 obras em estreia nacional e uma panorâmica sobre a produção da Geórgia, que “está na moda e a tornar-se uma potência do cinema mundial” graças a uma geração de novos cineastas “particularmente talentosa”, o cartaz do FEST 2025 inclui ainda um programa de formação a cargo de profissionais nacionais e internacionais, sessões de ‘pitching’ com profissionais do audiovisual e atividades paralelas como concertos, festas e exposições no âmbito da 8.ª Bienal Internacional de Arte de Espinho. A direção do festival nota, contudo, que as limitações de alojamento e habitação em Espinho levam muitos dos oradores e participantes do seu intenso programa formativo a instalarem-se noutros concelhos da região, e causam constrangimentos à própria equipa do certame. “Temos dificuldade em negociar com os técnicos que queríamos ter ao serviço no festival porque, como o evento dura nove dias e envolve jornadas muito extensas de trabalho, os profissionais que vivem longe têm mesmo que ficar instalados por perto e o preço do alojamento é tão caro que nos impede de os contratar”, lamentou Fernando Vasquez. Dado que o problema afeta a generalidade dos grandes centros urbanos nacionais, não surpreenderá, por isso, que a habitação seja “o tema claramente dominante” da secção competitiva dedicada exclusivamente a cinema português e este ano disputada por 23 filmes. Dois exemplos disso são a curta-metragem “Agente imobiliário sem casa para viver”, em que Filipe Amorim aborda no registo ‘mockumentary’ a vida de um profissional que não consegue pagar uma renda própria e tenta vender casas para nelas poder dormir, e “C’est pas la vie en rose”, a “ousada e invulgar” primeira longa de Leonor Bettencourt Loureiro, que nela relata como uma banda francesa a viver em Lisboa passa a explorar a cultura local e a contribuir para a gentrificação da capital. Outros filmes da competição portuguesa são “First Date”, comédia romântica que é o primeiro filme do apresentador televisivo Luís Filipe Borges, “em estreia absoluta no FEST”, e “Arriba Beach”, em que o realizador indiano Nishchaya Gera, residente em Portugal, assina o que Vasquez considera “o primeiro thriller erótico nacional, com conotação LGBT”. “A influência de profissionais estrangeiros a viver em Portugal está a trazer muitas coisas boas para o nosso cinema”, garante o diretor do FEST. “Nos anos anteriores isso notou-se sobretudo com a influência brasileira e agora percebe-se também com os profissionais de outras partes do mundo, que têm contribuído para trazer mais variedade de estilos e formatos ao que se faz em Portugal”, conclui.

"Anadia Primeiro – PSD/CDS" apresenta Jorge Sampaio à Câmara e Pedro Esteves à Assembleia
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"Anadia Primeiro – PSD/CDS" apresenta Jorge Sampaio à Câmara e Pedro Esteves à Assembleia

Segundo a nota de imprensa, a equipa apresentada resulta de um “processo alargado de auscultação junto da população, associações, instituições e agentes locais”. O objetivo passou por identificar os “melhores perfis” para um projeto “inclusivo e de forte ligação ao território”. “Desde o primeiro momento assumimos o compromisso de ouvir as comunidades, as suas necessidades e os seus anseios. Queremos liderar Anadia com projetos sólidos, pessoas capazes e uma verdadeira visão de futuro para o concelho”, afirmou Jorge Sampaio na nota. Além de Jorge Sampaio para a Câmara e Pedro Esteves para a Assembleia Municipal, a coligação apresenta Sandra Queiroz como candidata à Junta de Freguesia de Avelãs de Caminho; Manuel Veiga para Avelãs de Cima; Manuel Neves para a Moita e Artur Salvador para Sangalhos. Em São Lourenço do Bairro, o nome escolhido é Licínio Santos; em Vila Nova de Monsarros, David Fernandes e em Vilarinho do Bairro, Carla Fernandes. Nas uniões de freguesia, a candidatura é representada por Arménio Cerca em Amoreira da Gândara, Paredes do Bairro e Ancas; Luís Miguel Pereira em Arcos e Mogofores e Eliziario Camelo em Tamengos, Aguim e Óis do Bairro. Num apontamento final, a coligação “Anadia Primeiro – PSD/CDS” reafirma o seu compromisso de construir um “projeto sólido, participativo e centrado no desenvolvimento sustentável e equilibrado de todo o concelho de Anadia”.

Homem que abusou sexualmente de filhas menores em Águeda condenado a 20 anos de prisão
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Homem que abusou sexualmente de filhas menores em Águeda condenado a 20 anos de prisão

O acórdão, datado de 11 de junho e consultado hoje pela Lusa, deu como provados praticamente todos os crimes sexuais imputados ao arguido, que terá de pagar uma indemnização de 20 mil euros a cada uma das filhas. A pena única resultou do cúmulo jurídico das penas parcelares aplicadas ao arguido por 107 crimes de abuso sexual de crianças agravado, 20 crimes de abuso sexual de menores dependentes e três crimes de pornografia de menores, um dos quais agravado. O arguido foi absolvido apenas de um crime de abuso sexual de crianças agravado. Além da pena de prisão, foi ainda condenado nas penas acessórias de proibição do exercício de funções que envolvam o contacto regular com menores e de proibição de confiança de menores e inibição de responsabilidades parentais por um período de 20 anos. O arguido, natural do Brasil e residente em Águeda, no distrito de Aveiro, foi detido em junho de 2024, encontrando-se desde então em prisão preventiva. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os abusos sexuais começaram quando as meninas tinham 9 e 10 anos e prolongaram-se por vários anos. De acordo com o MP, o comportamento do arguido só terminou em maio de 2024, quando as menores, então com 13 e 14 anos, contaram à mãe o sucedido. Os factos ocorreram na casa onde o arguido vivia sozinho, depois de se ter separado da companheira e mãe das crianças. Na altura da detenção, a Polícia Judiciária referiu que os abusos sexuais teriam acontecido várias vezes, quando o detido coabitava temporariamente com as filhas, uma vez que não detinha a guarda das mesmas. “O homem aproveitava o recato da casa e valia-se da sua ascendência sobre as menores resultante da autoridade parental intrínseca à relação familiar entre eles”, adiantou a Judiciária. A acusação refere ainda que o arguido chegou a filmar alguns dos atos sexuais com o seu telemóvel.

Câmara da Mealhada lança novos concursos para empreitadas que ficaram desertas
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Câmara da Mealhada lança novos concursos para empreitadas que ficaram desertas

De acordo com esta autarquia do distrito de Aveiro, a requalificação do Centro de Saúde da Mealhada irá a concurso com um preço base de 2,2 milhões de euros (acrescidos de IVA), quando no anterior concurso, que ficou deserto, o valor base se situava em 1,8 milhão de euros. Já a reconversão do recinto da antiga Feira de Santa Luzia num espaço de apoio aos peregrinos irá a concurso com um preço base de 400 mil euros (acrescidos de IVA), contando com um acréscimo de 100 mil face ao concurso inicial, que também ficou deserto. A requalificação do Centro de Saúde da Mealhada terá um prazo de construção de 240 dias, com os trabalhos ao nível de exteriores a preverem a remoção de revestimentos de coberturas existentes e colocação de novos sistemas de impermeabilização e telhas. Preveem também a aplicação de nova caixilharia com corte térmico e vidros duplos, bem como colocação de sistema de isolamento térmico e pinturas. Ao nível dos interiores, serão feitos trabalhos de renovação de tetos e pavimentos, portas, proteção de paredes, armários, balcões e as adaptações necessárias à melhor funcionalidade. Em Santa Luzia, a empreitada visa reconverter os antigos talhos da feira e o espaço da própria feira num espaço de apoio a peregrinos. A obra, com um prazo de execução de 300 dias, contempla trabalhos de reconversão do edifício existente, remodelação e reforço do sistema de drenagem pluvial, repavimentação dos espaços públicos, com a colocação de equipamentos e instalação de áreas verdes.

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INEM alerta bombeiros para possíveis atrasos no pagamento do subsídio mensal
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INEM alerta bombeiros para possíveis atrasos no pagamento do subsídio mensal

Em fevereiro, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e o Instituto Nacional de Emergência Médica assinaram um acordo que determinava os novos subsídios a atribuir pelo INEM às corporações de bombeiros com ambulâncias de emergência médica, que passaram a receber, com efeitos retroativos a janeiro deste ano, 8.760 euros mensais, traduzindo-se num aumento de 2.000 euros. Esta semana, o Instituto enviou uma carta às associações humanitárias com ambulâncias do INEM, alertando-as para “a possibilidade de eventuais atrasos no pagamento mensal dos referidos subsídios”. Na missiva a que a Lusa teve hoje acesso, o INEM explica que as suas receitas são provenientes da taxa aplicada sobre os prémios dos seguros, um modelo de financiamento que tem como objetivo “garantir a sustentabilidade do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)” e permitir “a manutenção dos meios operacionais, a qualificação dos recursos humanos e uma resposta atempada às necessidades da população”. “Contudo, importa referir que a cobrança desta receita não depende apenas do INEM, o que faz com que nem sempre seja possível assegurar a tesouraria necessária para o pagamento atempado dos subsídios devidos aos parceiros do SIEM”, refere a carta assinada pela coordenadora do Gabinete de Planeamento e Controlo de Gestão do INEM. Segundo o instituto, “este constrangimento tem sido agravado pelo aumento significativo dos montantes dos subsídios, decorrente do novo memorando de entendimento em vigor”. O INEM assegura que está empenhado em desenvolver “todos os esforços para garantir os pagamentos dentro dos prazos estabelecidos”, mas “face às limitações” poderá, “em determinados momentos não ser possível cumprir rigorosamente esse objetivo”. Contactado pela Lusa, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses confirmou o atraso no pagamento, precisando que os bombeiros receberam hoje o subsídio que já devia ter sido pago a 10 de abril. António Nunes criticou o INEM por ter enviado esta carta às corporações de bombeiros sem conhecimento da LBP, uma vez que as duas entidades são parceiras e na próxima segunda-feira haverá a reunião mensal do grupo de acompanhamento permanente do acordo assinado em fevereiro. O responsável acrescentou que o INEM apenas comunicou à Liga que ia enviar às associações humanitárias a carta sobre o atraso no pagamento dos subsídios. “De uma forma traiçoeira, o INEM anda a tentar justificar situações que deviam ser feitas no grupo de acompanhamento”, disse, frisando que existe um acordo homologado pela ministra da Saúde que não está a ser cumprido. António Nunes sustentou que o INEM tem que dizer ao Ministério Saúde que precisa de reforço orçamental para cumprir com o acordo, que “não é clandestino”.

FEST com 250 filmes em Espinho, mais IA, muita habitação e thriller erótico português
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FEST com 250 filmes em Espinho, mais IA, muita habitação e thriller erótico português

Com um orçamento na ordem dos 180.000 euros, a 21.ª edição do certame do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto decorre até 29 de junho e este ano passa assim de oito para nove dias de duração, com o que o diretor do festival quis “aliviar a intensidade do programa” e responder ao apelo recorrente de “mais filmes para crianças e jovens” – público que representa cerca de 20% de uma audiência que, em 2024, rondou um total de 15.000 espectadores. “O ano passado já havia muitos filmes com IA, mas este ano nota-se um salto gigante nesse domínio, inclusive ao nível das bandas sonoras, e temos uma secção específica só para obras com essa tecnologia”, declarou o diretor do FEST, Fernando Vasquez, à Lusa. “A IA está a ter um grande impacto na produção cinematográfica e avança a um ritmo tão rápido que as diferenças são abismais”, realçou. Da secção competitiva, que em 2025 conta com 10 longas-metragens, o diretor do FEST começa por destacar “Manas”, de Marianna Brennaud, que descreve como “o grande filme brasileiro do momento” ao analisar o despertar sexual de uma adolescente numa comunidade restritiva da Amazónia, e “Mad bills to pay (or Destiny, dile que no soy malo)”, em que Joel Alfonso Vargas conta como uma gravidez não planeada afeta uma família dominicana a viver nos Estados Unidos. “É um dos grandes filmes americanos de 2025 e está destinado aos Óscares”, garante Vasquez. Segue-se “Peacock”, do austríaco Bernhard Wenger, que “em 2018 ganhou o FEST com a melhor curta de ficção e em 2024 foi um dos grandes vencedores do Festival de Veneza”. A obra é uma comédia satírica sobre a rigidez germânica e aborda a crise existencial de um homem que “pode ser alugado para representar o papel de namorado muito culto, filho educado ou outra figura qualquer, mas não sabe ao certo quem ele próprio é”. Sobre a atualidade política internacional, o diretor do certame salientou dois filmes: “Lesson Learned”, do húngaro Bálint Szimler, que explora o ambiente de um liceu para refletir sobre o sistema educativo após 15 anos de governo de Viktor Órban, e “Happy Hollidays”, em que o realizador palestiniano Scandar Copti mostra as dificuldades que as famílias de origem idêntica enfrentam ao residir em Israel, onde estão sujeitas a discriminação geral e um “regime legal específico”. Com idêntico propósito de reflexão social, mas em registo de documentário, Vasquez aponta ainda “To close your eyes and see fire”, que, sendo o primeiro longa-duração dos austríacos Nicola von Leffern e Jacob Carl Sauer, expõe o trauma coletivo de Beirute após as explosões de 2020 no porto dessa cidade e abre “todas as feridas do Líbano e do Médio Oriente”. Com cerca de 200 obras em estreia nacional e uma panorâmica sobre a produção da Geórgia, que “está na moda e a tornar-se uma potência do cinema mundial” graças a uma geração de novos cineastas “particularmente talentosa”, o cartaz do FEST 2025 inclui ainda um programa de formação a cargo de profissionais nacionais e internacionais, sessões de ‘pitching’ com profissionais do audiovisual e atividades paralelas como concertos, festas e exposições no âmbito da 8.ª Bienal Internacional de Arte de Espinho. A direção do festival nota, contudo, que as limitações de alojamento e habitação em Espinho levam muitos dos oradores e participantes do seu intenso programa formativo a instalarem-se noutros concelhos da região, e causam constrangimentos à própria equipa do certame. “Temos dificuldade em negociar com os técnicos que queríamos ter ao serviço no festival porque, como o evento dura nove dias e envolve jornadas muito extensas de trabalho, os profissionais que vivem longe têm mesmo que ficar instalados por perto e o preço do alojamento é tão caro que nos impede de os contratar”, lamentou Fernando Vasquez. Dado que o problema afeta a generalidade dos grandes centros urbanos nacionais, não surpreenderá, por isso, que a habitação seja “o tema claramente dominante” da secção competitiva dedicada exclusivamente a cinema português e este ano disputada por 23 filmes. Dois exemplos disso são a curta-metragem “Agente imobiliário sem casa para viver”, em que Filipe Amorim aborda no registo ‘mockumentary’ a vida de um profissional que não consegue pagar uma renda própria e tenta vender casas para nelas poder dormir, e “C’est pas la vie en rose”, a “ousada e invulgar” primeira longa de Leonor Bettencourt Loureiro, que nela relata como uma banda francesa a viver em Lisboa passa a explorar a cultura local e a contribuir para a gentrificação da capital. Outros filmes da competição portuguesa são “First Date”, comédia romântica que é o primeiro filme do apresentador televisivo Luís Filipe Borges, “em estreia absoluta no FEST”, e “Arriba Beach”, em que o realizador indiano Nishchaya Gera, residente em Portugal, assina o que Vasquez considera “o primeiro thriller erótico nacional, com conotação LGBT”. “A influência de profissionais estrangeiros a viver em Portugal está a trazer muitas coisas boas para o nosso cinema”, garante o diretor do FEST. “Nos anos anteriores isso notou-se sobretudo com a influência brasileira e agora percebe-se também com os profissionais de outras partes do mundo, que têm contribuído para trazer mais variedade de estilos e formatos ao que se faz em Portugal”, conclui.

Crimes de incitamento ao ódio e violência aumentaram mais de 200% nos últimos cinco anos
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Crimes de incitamento ao ódio e violência aumentaram mais de 200% nos últimos cinco anos

De acordo com as Estatísticas da Justiça, da responsabilidade da Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ), que congrega os dados de todas as polícias, o crime por discriminação e incitamento ao ódio e à violência tem vindo a aumentar de ano para ano desde 2000, primeiro ano com registo de casos nas estatísticas oficiais. Nesse ano houve três casos registados, em 2005 já eram dez, em 2010 houve 15 e em 2015 contabilizaram-se 19. A partir daí, o aumento é constante, com registo de 25 crimes em 2016, 48 em 2017, 63 em 2018 e 82 em 2019. Em 2020 as estatísticas contabilizam 132 crimes por discriminação e incitamento ao ódio e à violência, número que aumenta para 150 em 2021. Em 2022 foram registadas 270 ocorrências, 344 em 2023 e em 2024 o número chega a 421, o valor mais elevado desde que é feita esta contabilização. Os números indicam que entre 2020 e 2024 houve um aumento de 219% neste tipo de crime registado pelas autoridades policiais portuguesas. O Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio, instituído pelas Nações Unidas, assinalou-se esta quarta-feira, 18 de junho. A data surgiu para alertar para os perigos do discurso de ódio e promover medidas de combate.

Operador da rede espanhola culpa empresas produtoras de eletricidade pelo apagão
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Operador da rede espanhola culpa empresas produtoras de eletricidade pelo apagão

O Governo de Espanha apresentou na terça-feira as conclusões da comissão de investigação que constituiu para apurar as causas do apagão e revelou que o colapso elétrico se deveu a uma "combinação de fatores" que causaram elevada sobrecarga de tensão na rede elétrica espanhola que o sistema foi incapaz de controlar ou absorver, apesar de haver infraestrutura suficiente de resposta. O executivo atribuiu responsabilidades a uma "má planificação" por parte da Red Elétrica de Espanha (REE) e a falhas na resposta a que estavam obrigadas empresas produtoras de energia, com suspeitas de incumprimento dos protocolos previstos para situações de sobrecarga de tensão. Hoje foi a vez de a REE apresentar as conclusões do inquérito interno ao apagão, numa conferência de imprensa em Madrid com os responsáveis máximos da empresa. "Se os geradores com obrigação de cumprimento de controlo dinâmico de tensão - os geradores ligados ao sistema no momento do incidente - tivessem cumprido, não teria havido apagão", disse a diretora geral de Operação da Red Elétrica, Concha Sánchez. Segundo a REE, o apagão resultou de uma série de circunstâncias que se acumularam e desembocaram num problema de sobrecarga de tensão que levou à paragem em cascata das instalações de produção de energia. O inquérito da REE concluiu que foram registadas oscilações relevantes no sistema a partir das 12:03 locais de 28 de abril (meia hora antes do apagão), com a primeira a ter sido, aparentemente, "forçada" e a resultar de possíveis anomalias internas numa unidade de produção. Seguiram-se, segundo a REE, perdas de produção no sistema, por terem sido desligadas unidades de forma "incorreta". A primeira oscilação ocorreu numa instalação fotovoltaica em Badajoz, que estava nesse momento ligada à rede de transporte de eletricidade, revelou a REE, sem dar mais detalhes. Seguiram-se então apagões de geração que levaram ao apagão total, com o primeiro a ocorrer na zona de Granada e a ter sido feito de forma "incorreta", incumprindo obrigações, uma vez que nesse momento a tensão no sistema estava "totalmente dentro dos limites" estabelecidos legalmente. Assim, de acordo com a REE, essas primeiras desconexões "não justificadas" de unidades de produção aliadas à falta de absorção da sobrecarga a que estavam obrigados os geradores de eletricidade, levou a sobrecargas de tensão já fora de limites normais e ao apagão, sem possibilidade de acionar mecanismos de defesa e equilíbrio do sistema. A REE recusou uma "má planificação" da empresa nos dias e horas anteriores ao apagão, como apontou o Governo espanhol, defendendo que o colapso teria sido evitado se as empresas com unidades de produção tivessem cumprido as obrigações que tinham naquele dia, por solicitação do operador. Nem o relatório apresentado pelo Governo espanhol, nem a investigação da REE revelam os nomes das empresas visadas, invocando, nos dois casos, questões legais de confidencialidade.