RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25

A Ria – Rádio Universitária de Aveiro estreia hoje o seu novo projeto de fact-checking, o ‘Ria-Check’, com o principal objetivo de confirmar a veracidade de afirmações proferidas no espaço público pelos diferentes protagonistas da universidade, cidade e região de Aveiro. O tema de hoje é referente à polémica da ausência do troço de Aveiro na proposta para abolição das portagens nas ex-SCUT.

Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25
Redação

Redação

03 jan 2025, 17:54

PSD/CDS votaram contra a abolição das portagens na A25 por não incluir os pórticos de Aveiro

A afirmação é falsa. “O próprio PSD e o CDS votaram contra porque viram logo na proposta inicial que ela não era justa, porque não contemplava este três pórticos”, afirmou ontem Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e vogal da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro, em declarações à SIC, depois de criticar Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, pela não inclusão da concessão da Costa de Prata da A25 (que liga a Barra a Albergaria-a-Velha e inclui três pórticos com portagens durante o seu troço) na proposta para a abolição das portagens em várias autoestradas do país.

Na ata da reunião plenária da Assembleia da República, datada de 2 de maio de 2024, onde se procedeu à discussão do Projeto de Lei n.º 72/XVI do Partido Socialista, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, os deputados do PSD Hugo Soares e Cristóvão Norte afirmam que o seu partido defende “um sistema integrado que respeite o princípio do utilizador-pagador” e uma “redução gradual” das portagens. Na mesma ata não é referido, em nenhum momento, que PSD/CDS iriam votar contra a proposta do PS por esta não incluir os pórticos de Aveiro.

Recorde-se que, tal como noticiou a Resnascença, Hugo Soares, líder da bancada do PSD, durante uma reunião do seu grupo parlamentar, invocou “disciplina de voto” a todos os deputados do seu partido, argumentado que “o PSD nunca defendeu a eliminação imediata das portagens e que o projeto de lei da AD que irá a votos no debate prevê a redução de 50% e que a abolição significa uma despesa na ordem dos 200 milhões de euros”.

Ângela Almeida (PSD) defendeu princípio de utilizador-pagador na A25

A afirmação é verdadeira. A atual deputada do PSD à Assembleia da República que é ainda presidente da Junta de Freguesia de Esgueira e vice-presidente da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro é uma das autoras do Projeto de Resolução nº 61/XVI/1ª com o título “Pela redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas”, datado de 26 de abril de 2024.

Neste Projeto de Resolução, os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP recomendam ao Governo “uma redução de portagens ambiciosa”, “com respeito pela sustentabilidade das finanças públicas” e que não coloque “em causa os princípios do utilizador-pagador e poluidor-pagador (...) contemplando as vias A22, A23, A24, A25, A28, A4, A13”.

PS ignorou avisos do PSD sobre a ausência dos pórticos de Aveiro na sua proposta de lei para abolição de portagens nas ex-SCUT

A afirmação é verdadeira. No Projeto de Lei n.º 72/XVI, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, datado de 22 de abril de 2024, o Partido Socialista (PS) apenas colocou na proposta a abolição das portagens no troço da A25 – Beiras Litoral e Alta que liga Albergaria-a-Velha a Vilar Formoso.

Durante a discussão na reunião plenária da Assembleia da República, como se pode ler na ata, o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, aproveitou para atacar diretamente Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, por este ser deputado pelo círculo de Aveiro e se ter esquecido de colocar os acessos a Aveiro no projeto de lei do PS para abolição das portagens.

Recomendações

Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?
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Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?

Já depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Alberto Souto assinou um artigo de opinião no Diário de Aveiro, na edição de 24 de fevereiro 2010, onde começa por recordar que, durante os seus mandatos como presidente da CMA, construiu cinco pontes entre a Antiga Capitania e o Lago da Fonte Nova, três no Canal de S. Roque e uma sobre a eclusa do Canal das Pirâmides. Mas é logo de seguida que o candidato socialista às próximas autárquicas dá nota que construir uma ponte no Canal Central não foi uma opção para não “estragar”. “Mas, quando pensámos no Canal Central não ousámos estragar: estudámos, estudámos, estudámos e optámos por localizá-la no Canal das Pirâmides”, acrescentou. Também numa carta aberta dirigida ao então presidente da CMA, Élio Maia, o candidato socialista voltou a expressar a sua oposição a uma ponte nessa localização, chamando-a de "casmurrice", "funcionalmente desnecessária" e um "aleijão urbanístico gravíssimo". Agora, na campanha para as eleições autárquicas de 2025, Alberto Souto anunciou uma proposta para uma nova ponte pedonal precisamente no Canal Central, a menos de 50 metros da anterior proposta de Élio Maia. Para justificar a sua ideia, Alberto Souto dá nota que o conceito difere ao ser apresentada como uma "ponte-praça", ou seja, não apenas uma estrutura de atravessamento, mas também um espaço público de lazer. Apesar dessa diferença no conceito, a mudança de posição é evidente. Antes, Alberto Souto via uma ponte no Canal Central como um erro urbanístico, uma "fantasia sem sentido" e afirmava que os “estudos” dessa opção tinham-no ajudado a tomar a decisão de não “estragar” este canal; agora, considera que a nova ponte vai "criar mais Aveiro". Conclusão: é VERDADEIRO que Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e que agora propõe uma nova. A mudança de posição é clara, ainda que a proposta atual tenha um conceito diferente.

Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva
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Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva

"Para o SC Beira-Mar participar nas competições profissionais de futebol tem que se constituir, obrigatoriamente, como uma sociedade desportiva." A afirmação é: VERDADEIRA. Com este momento muito importante na vida do clube, acende-se novamente o debate sobre a relevância da criação de uma sociedade desportiva, muitas vezes levando à desinformação dos sócios, simpatizantes ou simples cidadãos. Ora, segundo a Lei n.º 39/2023, de 4 de agosto, que estabelece o novo regime jurídico das sociedades desportivas, “a participação em competições profissionais de modalidades coletivas é reservada a sociedades desportivas”. A par disso, segundo o artigo 9.º do Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, “os clubes participantes na Liga NOS e na LEDMAN LigaPro devem constituir-se, nos termos da lei, sob a forma de sociedade desportiva”. Deste modo, se o SC Beira-Mar atingir competições como a segunda e primeira liga de futebol – que são ambições conhecidas dos órgãos sociais do clube, bem como dos seus sócios e adeptos – terá que obrigatoriamente estar constituído como sociedade desportiva. Recorde-se, neste ponto, que as imposições legais em vigor no que diz respeito à constituição de sociedades desportivas sofreram alterações durante o ano de 2023, precisamente para evitar situações como aquelas que ocorreram no passado com o SC Beira-Mar. No momento da aprovação do novo regime jurídico das sociedades desportivas, o Governo deu nota que que “cerca de 20% das sociedades anónimas desportivas” constituídas até então foram ou estavam “a caminho da extinção, insolvência ou dissolução”. Para evitar que estes cenários se repitam foram várias as alterações introduzidas nesse sentido, destacando-se as seguintes: os investidores passam a ter de demonstrar capacidade económica para fazer o investimento; os detentores de participações sociais e os órgãos de administração não podem ter sido condenados em processos-crime por uma série de crimes; o administrador nomeado pelo clube tem direito a participar em todas as reuniões da sociedade desportiva (uma coisa que até então não estava clara); a introdução de uma figura de um observador (sem direito de voto) nomeado pelos sócios; a impossibilidade de participação em competições a todas as sociedades desportivas que violem de forma grave e continuada os acordos parassociais que celebraram com o clube; ou ainda o facto relevante de que, se a sociedade desportiva não tiver a situação tributária regularizada, isso não irá prejudicar o direito do clube desportivo obter apoio desportivo para outras modalidades.

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UA distingue trabalhadores e estudantes em dois dias de celebrações e reencontros
Universidade

UA distingue trabalhadores e estudantes em dois dias de celebrações e reencontros

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a cerimónia pretende homenagear os “trabalhadores - docentes, investigadores e pessoal técnico, administrativo e de gestão - que, ao longo dos anos de serviço, tem ajudado a construir o percurso da instituição”. A sessão contará com as intervenções de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA e de Mário Pelaio, administrador da UA. No dia seguinte, 14 de junho, pelas 10h00, decorrerá a cerimónia de entrega de prémios escolares aos melhores estudantes finalistas e entrega de diplomas aos graduados. A sessão contará com as palavras de Paulo Jorge Ferreira e de Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da UA (AAUAv). A tarde é reservada aos alumni e famílias, bem como entrega de medalhas aos graduados de há 25 e 35 anos, em mais um "Alumni & Família". O momento terá início pelas 17h00. A cerimónia de sábado pode ser acompanhada online através do canal de youtube da UA. Na nota, a UA dá ainda nota que ambas as cerimónias vão contar, pela primeira vez, com audiodescrição, bem como com o apoio a outras necessidades específicas. “Haverá, para o efeito, no local, um balcão inclusivo”, esclarece. Também a responsabilidade social marcará presença com o "Projeto Au-Au", uma campanha para recolha de alimentos para animais que resulta da parceria entre a UA e a Agora Aveiro. Este ano, a associação beneficiária principal será a “Patinhas sem Lar”. Ambas as cerimónias são eventos certificados pela Norma ISO 20121, referente à sustentabilidade, organizadas de acordo com a Política de Gestão Sustentável de Eventos da Universidade.

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro
Cidade

Autárquicas: CDU apresenta esta sexta-feira o candidato à Câmara e à Assembleia Municipal de Aveiro

A informação foi confirmada à Ria por Nuno Teixeira, atual membro da Comissão Concelhia do PCP em Aveiro. Questionado sobre quem será o cabeça de lista à Câmara, Nuno Teixeira preferiu manter a decisão em reserva, adiantando apenas que o nome será divulgado durante a apresentação de amanhã. Recorde-se que, no podcast Eleições Autárquicas 2025, promovido pela Ria, o próprio Nuno Teixeira não excluiu a possibilidade de ser o escolhido, sublinhando que, caso o PCP ou o coletivo optem pelo seu nome, assumirá essa responsabilidade como uma “tarefa” que está disponível para cumprir. Quanto à escolha de candidatos às juntas de freguesia, Nuno Teixeira garantiu que o processo está em curso e que os nomes serão anunciados em breve. Afirmou ainda que a CDU terá candidatos em todas as freguesias do concelho de Aveiro.

Mulheres com cancros diagnosticados em 2018 sobreviveram mais do que homens
País

Mulheres com cancros diagnosticados em 2018 sobreviveram mais do que homens

“Para a maior parte dos tumores malignos, as mulheres apresentaram sobrevivências superiores em relação aos homens”, lê-se nas conclusões do relatório “Sobrevivência Global – Doentes diagnosticados em 2018”, a primeira publicação do género feita em Portugal. Salvaguardando que a partir das conclusões retiradas agora não é possível obter justificações precisas, pois os dados carecem de uma “análise mais fina”, a coordenadora do RON, Maria José Bento, apontou que além de “eventualmente” poderem existir fatores biológicos associados “é um facto que as mulheres procuram ajuda mais rapidamente, logo são mais rapidamente referenciadas”. “E todos sabemos que a deteção precoce influencia positivamente a sobrevivência”, disse a epidemiologista, em declarações à agência Lusa. Especificando por tipos de cancro, a especialista, que trabalha no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, exemplificou com o tumor da mama, que é o tumor mais frequente nas mulheres e que, detetado precocemente, “tem muito bom prognóstico”. “A sobrevivência aos cinco anos [após detetado] é superior a 90% (…). No cancro do pulmão, que é um cancro de mau prognóstico e de baixa sobrevivência, e tem maior incidência nos homens do que nas mulheres, 21% dos homens vivem cinco ou mais anos. Enquanto nas mulheres, ao fim de cinco anos, 36% das mulheres está viva. Este é um dos exemplos típicos em que as mulheres têm melhor sobrevivência que os homens”, acrescentou. Em análise neste relatório estão dados sobre a sobrevivência global dos doentes oncológicos, diagnosticados em 2018, com 15 ou mais anos, residentes em Portugal à data do diagnóstico. O relatório analisa apenas os cancros primários. Foram excluídos os cancros da pele não-melanoma, bem como metástases ou recidivas. A sobrevivência ao cancro é sempre contabilizada a cinco anos porque a maior parte dos eventos ocorre nos primeiros cinco anos. A análise abrangeu 51.704 doentes e 52.953 tumores malignos invasivos, sendo a sobrevivência global a um e cinco anos de 81% e 65%, respetivamente. Cerca de 77% dos homens sobreviveu à doença pelo menos um ano, um número que baixa para 60% na sobrevivência aos cinco anos. A sobrevivência das mulheres foi superior, com 85% a sobreviver por um ano. Mais de 71% sobreviveram pelo menos cinco anos.   A equipa do RON concluiu que “a diferença de sobrevivência verificada entre os sexos, para todos os tipos de cancro combinados, ocorre em parte porque a sobrevivência para a maioria dos tipos de cancro é ligeiramente maior para as mulheres do que para os homens”. “E também porque os tipos de cancros mais comuns em mulheres apresentam maior sobrevivência do que os cancros mais comuns nos homens”, lê-se no resumo do relatório. Em relação à idade, as piores sobrevivências encontram-se nas idades mais avançadas, ou seja no grupo etário dos 75 anos ou mais, com pouco mais de metade dos doentes (54,1%) a sobreviverem cinco anos ou mais. A sobrevivência aos cinco anos entre os residentes nas sete regiões de Portugal (segundo a NUTS II – 2013) revelou a existência de desigualdades nos resultados obtidos. Os residentes nas regiões Centro, Norte e Área Metropolitana de Lisboa obtiveram as melhores sobrevivências aos cinco anos (66%), enquanto a Madeira apresentou globalmente pior resultado (60%). Considerando as taxas de sobrevivência tendo em conta a diferente distribuição etária das regiões, é na região Centro que se encontra a sobrevivência aos cinco anos mais elevada (67%), e nos Açores a mais baixa (57%). Sobre este aspeto, Maria José Bento salvaguardou que os números devem ser lidos tendo em conta a dimensão das regiões: “Estes dados são reais, mas têm que ser lidos com cuidado, nomeadamente quando há poucos casos por patologia, que é o que acontece nas regiões autónomas. Quando eu digo que a pior sobrevivência foi nos Açores, é referente àquele pequeno conjunto de dados de doentes. Em 2018 ocorreu assim, eventualmente, nos outros anos isto pode não se verificar”, disse. A especialista alertou ainda, em jeito de recomendação aos decisores políticos e responsáveis de organizações e associações ligadas ao tratamento oncológico, que “mesmo em cancros que têm já rastreio quase com cobertura nacional, como mama, colo do útero e colo retal, verificou-se que há diferenças por região que devem ser alvo de análise”. Nos homens, as melhores sobrevivências foram as do cancro da próstata, lábio e testículo. Já com uma sobrevivência aos cinco anos inferior a 15%, surgem os cancros do esófago, pâncreas, mesotelioma e os cancros de origem desconhecida. Nas mulheres, os tumores com melhor prognóstico foram os da glândula tiroideia, lábio, os associados às doenças mieloproliferativas crónicas e os da mama. Por outro lado, os menos favoráveis foram o mesotelioma e os tumores do fígado, do pâncreas e de origem primária desconhecida. Esta foi a primeira vez que o RON fez uma análise sobre sobrevivência. À Lusa, Maria José Bento explicou que a equipa vê como importante que daqui em diante se faça o seguimento dos doentes oncológicos para que se tirem conclusões, nomeadamente ao nível da acessibilidade a tratamentos, idades, referenciação, entre outros aspetos. “Não devemos apenas contar os doentes, devemos também ver qual é o seguimento desta população (…). Seria uma pena se este relatório agora ficasse na gaveta. Esta é a base que temos. Agora é olhar com atenção e perceber o que é que está bem, o que é que está menos bem”, sublinhou.

PS-Aveiro enfrenta divisões em Cacia: Rui Carneiro não assume apoio a Alberto Souto
Cidade

PS-Aveiro enfrenta divisões em Cacia: Rui Carneiro não assume apoio a Alberto Souto

A Ria sabe que, desde que a Comissão Política Concelhia do Partido Socialista (PS) de Aveiro aprovou, em reunião interna realizada no passado dia 26 de maio, os nomes dos cabeças de lista às dez juntas de freguesia do município para as eleições autárquicas de 2025, a escolha de João Matos Silva como candidato à Junta de Freguesia de Cacia tem sido contestada por alguns dos militantes socialistas desta freguesia. Fontes próximas do processo adiantam que está a ser equacionada uma candidatura independente em resposta a esta decisão, sendo Rui Soares Carneiro, atual vereador da oposição, um dos nomes mais falados como possível cabeça de lista. Interpelado pela Ria sobre esta possibilidade, Rui Carneiro descartou essa opção, afirmando que “de momento, não está nas minhas cogitações”. “Se me perguntam muitas vezes se eu devia ser candidato [em Cacia]? Essas perguntas já me fazem há largos meses… Nem é bem uma pergunta, é mais uma afirmação ou uma vontade das pessoas. Agora não mais do que isso”, afirmou. Rui Carneiro confirmou ainda estar a par do descontentamento em torno da escolha do candidato do PS para Cacia, mas fez questão de sublinhar que isso não implica qualquer decisão da sua parte. “Automaticamente não se assume que a partir daí eu diga que sim ao que quer que seja, nem que esteja a planear o que quer que seja”, sintetizou. O vereador admitiu ter sido “sondado” pelo PS para assumir a candidatura à Junta de Cacia. “Sei que houve muitas pessoas sondadas durantes os últimos meses para esse processo e eu terei sido mais uma delas”, admitiu, não querendo adiantar mais detalhes do processo. “Sinceramente não quero estar a falar de processos internos (…) e não quero estar neste momento a ter uma discussão pública sobre isso. Para mim, tranquilo da vida, fui sondado - tal como outras pessoas foram – e, no fim, o partido considerou que devia fazer a opção que fez - e tudo muito bem. Agora não quero mesmo estar a contribuir para estar a desviar atenções para um debate que acho que não se justifica”, justificou. Recorde-se que Rui Carneiro foi o candidato socialista à Junta de Freguesia de Cacia nas eleições autárquicas de 2017, tendo então perdido com 35,66% dos votos, face à coligação PSD/CDS-PP/PPM, que obteve 46,31%. Apesar de, neste momento, afastar uma eventual candidatura independente, Rui Carneiro não fechou a porta a essa possibilidade no futuro. “Muito menos na política dizemos que nem não, nem nunca, porque de um momento para o outro há coisas que podem surgir e que podem mudar. (…) Não quer dizer que essa possibilidade ou outras possibilidades (…) não possam voltar atrás e possam acontecer. Isto na política é tudo muito mutável de um momento para o outro. Portanto, nunca direi nunca que não. Agora não estou a trabalhar nesse sentido. Continuo simplesmente a trabalhar como vereador, até ao momento em que eu deixarei de ser e é neste momento a única atividade que tenho, política, além da minha profissional”, recordou. Tal como noticiado pela Ria, Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara Municipal de Aveiro, já anunciou que apresentará “novos nomes para a vereação”, o que implica que Rui Carneiro, assim como Rosa Venâncio e Fernando Nogueira, não integrarão a nova equipa. A Ria sabe que Rui Carneiro mantinha a expectativa de ser convidado para manter as suas funções de vereador, depois de se mostrar muito ativo, ao longo dos últimos anos, na oposição ao Executivo. Questionado sobre se apoiará Alberto Souto de Miranda, Rui Carneiro preferiu não assumir ainda uma posição, alegando que está “neste momento” a aguardar pelas “listas à Câmara e à Assembleia Municipal, bem como os programas eleitorais” para tomar a sua decisão. “Portanto continuo com a mente aberta para ver qual a melhor opção. Acho que é assim que os aveirenses também devem partir para esta campanha eleitoral, com a mente aberta para conseguirem perceber qual o melhor candidato no fim deste ciclo de 12 anos que termina”, opinou. Embora reconheça que Alberto Souto está “mais adiantado nessa discussão” do que Luís Souto, candidato da coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Rui Carneiro sublinhou que, apesar das ideias já divulgadas pelo socialista — em livro e nas redes sociais —, não sabe se estas integrarão o programa eleitoral. “Já fui publicamente contra uma ou outra ideia que vi lá esplanada, e concordei com muitas outras. Portanto, se no fim o programa final merecer a minha confiança, tudo muito bem”, declarou. Sobre se a sua escolha de voto poderá recair sobre um outro candidato, Rui Carneiro respondeu que “muito dificilmente”, ainda que não tenha completamente excluído a hipótese. “Sempre fui muito contra a ideia de que nós por termos o cartão de militante, temos que votar de forma cega no partido, independentemente de quem lá esteja e das propostas que apresentemos”, vincou.