AAUAv organizou uma manifestação simbólica que alerta para os custos do alojamento
Uma cama e uma mesinha de cabeceira com uma lâmpada foram ontem instaladas em frente à Reitoria pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) com o intuito de “trazer para cima da mesa” o tema do alojamento estudantil. A manifestação foi replicada nas escolas politécnicas da Universidade.
Ana Patrícia Novo
JornalistaNo âmbito da programação da AAUAv relativa à celebração do Dia Nacional do Estudante 2025, a associação colocou uma cama em frente ao Edifício Central e da Reitoria com o objetivo de alertar para o acesso ao alojamento estudantil. Os preços praticados são para Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, “o maior entrave ao acesso ao Ensino Superior”.
A manifestação foi replicada, numa escala menor, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCA-UA), bem como na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA-UA) e na Escola Superior Aveiro-Norte (ESAN-UA). “Quisemos fazer em todos os polos da UA por uma questão de mostrarmos também aos estudantes das escolas que estamos presentes e que estamos cientes de que o alojamento não é um problema exclusivo da cidade de Aveiro”, reforça Joana Regadas.
A representante dos estudantes frisa a sazonalidade da região de Águeda que faz com que os estudantes sejam “despejados durante os meses de verão”. “Para um estudante que está no mínimo três anos a frequentar uma Instituição de Ensino Superior mudar de casa de dez em dez meses” compromete “toda esta questão do bem-estar”, aponta a presidente da AAUAv. “Não há estabilidade”, termina.
Em Oliveira de Azeméis Joana frisa que, por ser uma cidade “com características mais peculiares, muito mais familiar”, o alojamento estudantil acaba por ser mais distante da ESAN. “Sabemos que há já projeto para construírem as residências num campo adjacente ao local onde se encontra a ESAN, mas há uma urgência nesta temática: temos muitos estudantes da ESAN que vão e vêm diariamente de Aveiro para Oliveira de Azeméis (…) não estamos em pé de igualdade aqui, o Ensino Superior tem de ter um acesso em permanência equitativo”, repara Joana.
Segundo dados do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), o preço médio para arrendar um quarto em Aveiro é de cerca de 350 euros. A subida é de cerca de 100 euros relativamente ao ano de 2020, o primeiro ano que o PNAES regista na sua plataforma.
Desde fevereiro de 2023 que o preço médio dos quartos não se encontra, em Aveiro, abaixo dos 300 euros. Num agregado familiar que viva com o rendimento mínimo, o aluguer de um quarto em Aveiro significa, assim, que cerca de 2/5 do rendimento será alocado para essa despesa. Em Águeda o preço médio para o alojamento estudantil situa-se nos 275 euros mensais e em Oliveira de Azeméis nos 308 euros.
Joana deixa um alerta precisamente para os “custos financeiros que estão em cima das famílias e dos próprios estudantes que muitas vezes se sentem obrigados a arranjar um part-time para conseguirem estudar e ter alojamento”. “Temos camas em Aveiro a 350 euros, há muitos estudantes que pagam este valor e mesmo assim não têm as condições mínimas”, aponta Joana Regadas. “Estamos a falar de estudantes que estão a viver numa sala, (…) que partilham todo o espaço de habitação com sete ou oito colegas. Isto claramente não é promoção do bem-estar”, atenta ainda a presidente da AAUAv. “A temática é antecedente já a 2022 e não existem melhorias significativas”, conclui.
José Ribau Esteves: “há uns mecanismos de financiamento, e é aí que nós queremos trabalhar mais com o Governo do país e com a Universidade”
À margem da sessão de abertura das Jornadas de Educação, que decorreu ontem no ISCA, a Ria interpelou José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, relativamente à iniciativa de alerta levada a cabo pela AAUAv. O autarca sublinha o ato como “um exercício democrático normal” que acolhe, “como político, sempre com a maior alegria”. “Nós, democratas, ao contrário do que às vezes se diz, gostamos imenso que nos chamem a atenção, que se proteste”. Refere, no entanto, não precisar “de manifestação nenhuma” por ser “um presidente de Câmara atento, conhecedor do que se passa”, reconhecendo que o alojamento no Município, à semelhança do que acontece na “corda litoral, grosso modo, entre Braga e Setúbal”, “está a níveis dos mais altos do país”. Como solução, aponta a necessidade de aumentar a oferta do alojamento.
Ribau Esteves sublinha, assim, a importância da empreitada das novas residências do Crasto e aponta a aposta levada a cabo pelo investidor privado, “no âmbito de um concurso que a Câmara fez de venda de um terreno” como exemplos de iniciativas promovidas para o aumento da oferta de alojamento estudantil. “Temos neste momento, em fase final de licenciamento (…) mais duas residências com cerca de 200 alojamentos e numa fase ainda em desenvolvimento, (…) mais três unidades de tamanho mais pequeno, com um total de 120 quartos, as três somadas”, acrescenta o autarca. “Nós vamos para essa Europa fora, o alojamento dos estudantes é muito caro ou é gratuito quando é do Estado, e depois há uns mecanismos de financiamento, e é aí que nós queremos trabalhar mais com o Governo do país e com a Universidade”, sublinha o edil.
Recomendações
AAUAv: Capicua e Van Zee trazem rimas ao Enterro
Capicua e Van Zee são mais dois dos nomes de peso anunciados como cabeças de cartaz com presença confirmada para o Enterro. Os nomes juntam-se aos artistas já avançados nas redes sociais da AAUAv, que desde dia 24 começaram a ser conhecidos: Badoxa, Miguel Luz, T-Rex e Marotos da Concertina. À Ria, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, confessa que trazer Van Zee novamente a Aveiro é já uma vontade antiga e que “tem um sabor especial”. “Foi um artista que foi descoberto aqui em Aveiro, o primeiro concerto dele, aliás, foi em Aveiro, no Enterro”, sublinha. “É um artista que é muito reconhecido, que está a ter um crescimento muito grande”, repara Joana. A escolha por Capicua prende-se com a vontade “de ter uma mulher como cabeça de cartaz no enterro”. “Era algo de que nós não abdicávamos”, frisa. A mensagem forte do seu novo álbum, Um Gelado Antes Do Fim Do Mundo, fez com que essa vontade se tornasse ainda maior e se viesse a confirmar. “Acaba por celebrar aquilo que é o rap português mais antigo e as mensagens que ela passa são muito claras, muito diretas e muitas delas acabam por ser muito ligadas aos valores da própria Associação Académica então fez-nos todo o sentido”, frisa Joana Regadas. A presidente da AAUAv partilhou ainda que o cartaz foi construído “tendo em consideração que existem muitos gostos musicais” dentro dos estudantes da UA e da cidade. “Fizemos este esforço para tentar ter um bocadinho para cada gosto e dar resposta a todos. Espero que seja uma semana memorável para todos”, exprimiu. “Uma semana em que se criem muitas memórias, conheçam muitas pessoas porque também foi uma das semanas mais marcantes para mim”, completou. As expectativas por parte da AAUAv são altas e a divulgação do cartaz deverá continuar a ser feita ao longo da próxima semana, culminando no dia 6 de abril com a divulgação completa. Recorde-se que a AAUAv tem vindo a promover um conjunto de atividades, ao longo dos últimos dias, para divulgar os artistas pela comunidade estudantil. Uma delas passou por colocar umas calças de ganga, no Café da Universidade de Aveiro (CUA), para anunciar o artista Miguel Luz. “Temos dado pistas dos artistas para as pessoas conseguirem envolver-se mais. Toda a campanha vai estar em torno de um mote e gostaria muito que as pessoas percebessem que o Enterro só é o Enterro por causa delas”, vincou. Relativamente ao local onde decorrerá o Enterro, Joana Regadas adiantou ainda à Ria que o Enterro será realizado no mesmo local das últimas edições - no parque de estacionamento da biblioteca. “Acaba por ser o local que reúne as condições ideais e para o modelo atual do Enterro é o local ideal para o dinamizar”, frisou. De resto, também os preços dos bilhetes serão mantidos face aos valores do ano passado. “Tem sido um ano complicado em termos financeiros e não queríamos que os estudantes perdessem a oportunidade”, repara Joana Regadas. A opção de ealy bird para o passe geral, disponível desde a tarde de sexta-feira e que termina já hoje, dia 29, tem um custo de 43 euros. Depois disso, o preço aumenta para “46 euros, sócio” e para “55 euros, não sócio”. No que toca aos preços dos bilhetes diários, Joana Regadas avançou que o preço médio para o estudante ronda os “11 euros” e o preço para não estudante os “14 euros”. Os bilhetes ou o passe geral estão disponíveis para compra através da aplicação da AAUAv.
UA: Novo laboratório no DQ permite “formas de ensino mais desafiantes e mais inovadoras”
Presente na inauguração, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, alertou, ao longo do seu discurso, para os “potenciais benefícios da sustentabilidade” nas empresas de fileira alimentar ao trabalharem em conjunto com a Universidade. “Acho que a presença do conhecimento da ciência junto de qualquer cadeia de valortem sempre potenciais benefícios de sustentabilidade.Todas partem de uma matéria-prima e produzem algo que se atreve. O processo consome água, energia, recursos e gera muitas vezes subprodutos. Subprodutos podem ser cascas (…) e que são encarados como lixo. As empresas que lidam com essas cadeias de valor, muitas vezes, não têm nenhum interesse, nem capacidade de inovação, para lhes destinar novos recursos. Uma universidade, um centro de investigação, pode muito bem fazer isso. Pode determinar que numa área longe da área do negócio principal da empresa há possibilidades de aplicação daqueles subprodutos (…)”, relembrou. A isto, Paulo Jorge Ferreira juntou ainda um “segundo ingrediente” na qual as universidades são “úteis” para estas empresas, nomeadamente, através da “pequena qualificação” dos trabalhadores. “Estas cadeias de valor mercê das grandes alterações tecnológicas (…) têm várias novas áreas de negócio e têm, por vezes, necessidade de qualificar pessoas. E as soluções tradicionais, fazer mais um mestrado, fazer mais uma pós-graduação, muitas vezes, não são viáveis (…)”, notou. “A UA tem hoje programas de qualificação destinados exatamente a esse problema. Cursos de curta duração, carteiras de microcredenciais, através das quais uma empresa pode requalificar progressivamente (…) os seus trabalhadores”, disse. Armando Silvestre, diretor do DQ, foi de encontro a esta ideia e frisou também a importância deste novo laboratório dar resposta a esta “necessidade de formação ao longo da vida, para além dos três ciclos de formação clássico”. “É esta a motivação, é este o contexto que nos traz aqui, aplicado a uma área muito específica, a área alimentar, onde, efetivamente, a formação e a inovação são absolutamente fundamentais”, assegurou. “Para criarmos estas ofertas formativas e as condições que necessitamos, muitas vezes, é necessário mais do que boa vontade e, nesse aspeto, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e, em particular, o projeto Aveiro Education and Social Alliance foi uma oportunidade e um momento único para criarmos o curso de especialização em “Inovação e Sustentabilidade nas Cadeias Alimentares”. Construímos uma oferta que responde à necessidade de formação contínua, que foi identificada pelos nossos parceiros empresariais (…) de nos dotarmos de um espaço de formação para experimentação e para aulas modernas, que permita implementar essas formas de ensino mais desafiantes e mais inovadoras”, continuou. Na sessão, Sílvia Rocha, diretora do curso em Inovação e Sustentabilidade nas Cadeias Alimentares, aproveitou ainda para apresentar o plano curricular da formação, que arrancou no ano passado, mostrando-se “satisfeita” com os números da primeira edição. “No primeiro ano, propusemos a previsão de 13 estudantes (…) e tivemos um total de 103 candidaturas, 95 elegíveis e 45 matriculados (…) Porquê [só 45 matriculados]? Em Aveiro estamos bem localizados, mas a verdade é que temos muitas grandes empresas na área alimentar que estão afastadas daqui”, referiu. Assim, entre as principais mudanças desta segunda edição a diretora do curso anunciou que a formação estará disponível, este ano, também em regime b-learning. “Claro que é muito mais enriquecedor se estiver no sistema presencial, mas neste momento nós temos uma sala equipada para ter todas as condições e para ter aulas de qualidade à distância”, garantiu. Também as habilitações necessárias foram alargadas. “Na primeira edição, fomos talvez muito restritivos e eram só licenciados em Bioquímica, Biotecnologia e áreas afins”, continuou. “Neste momento, já temos as condições que nós gostaríamos. Temos realmente um laboratório que permite ter aulas de uma forma muito dinâmica e que tem equipamentos que permitem a experimentação. Ainda vamos adquirir pelo menos mais dois equipamentos que achamos que são fundamentais nesta fase na área da inovação alimentar”, finalizou Sílvia Rocha. Recorde-se que as candidaturas para esta formação especializada abrem no dia 1 de abril e encerram no dia 21 do mesmo mês. O edital pode ser consultado aqui. Após os discursos, seguiu-se uma mesa-redonda com o tema “Inovação na fileira alimentar: desafios atuais e oportunidades na perspetiva de diferentes players" que contou com a presença de Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods; Marlos Silva, director of R&D and Incentives Department, leading the team who manages a portfolio of R&D projects mainly in Digital Transformation, Food Innovation, Sustainability, Automation & Robotics and Clean Energy, da SONAE; Natacha Fontes, gestora I&D|R&D Manager, da Sogrape e Ana Tasso Rosa, ex-estudante de licenciatura e de mestrado do DQ, R&DI diretor da Casa Mendes e Gonçalves. O evento terminou com uma visita inaugural ao laboratório de inovação e experimentação alimentar e com um momento de brinde partilhado. O laboratório de inovação e experimentação alimentar e o novo curso de especialização foram financiados por verbas dos investimentos Incentivo Adultos e Impulso Jovens STEAM do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal (PRR).
AAUAv/UA vai contar com cinco equipas representadas nas Fases Finais dos CNU
De 3 a 14 de abril, a AAUAv/UA vai contar, assim, com a representação de cinco equipas, de um universo de nove possíveis, nas Fases Finais. Quatro destas cinco equipas apuradas são equipas femininas. A equipa de basquetebol masculina juntou-se, no passado dia 12 de março, ao grupo composto pelas equipas de andebol, basquetebol, voleibol e futsal, todas femininas, para representar a academia aveirense nas Fases Finais dos CNU. Este ano as equipas masculinas de andebol, voleibol, futsal e de futebol de 11 falharam o apuramento. O ano passado todas as equipas se apuraram diretamente para as Fases Finais da FADU - Federação Académica do Desporto Universitário, uma vez que a AAUAv/UA foi a equipa que recebeu o evento. Este ano, a AAUAv/UA conseguiu que se apurassem o mesmo número de equipas que se apuraram em 2022. Em 2023 foram seis as equipas apuradas. O sorteio para as Fases Finais decorre esta quinta-feira, dia 27, pelas 18h ,na Praça 8 de Maio, em Coimbra – cidade que acolhe este ano as Fases Finais dos CNU. Da cerimónia resultará a definição e composição das equipas para a Fase de Grupos. São esperados mais de 1.500 agentes desportivos, oriundos de 26 clubes FADU, durante 10 dias de competição, onde estarão em disputa 9 títulos de campeão nacional universitário nas modalidades de andebol (masculino e feminino), basquetebol (masculino e feminino), futebol de 11 (masculino), futsal (masculino feminino) e voleibol (masculino e feminino).
Jornadas de Educação já arrancaram e querem dar a conhecer as várias vertentes do ensino
Maria Constança, vogal do setor pedagógico e uma das responsáveis pela organização da iniciativa, acredita que as Jornadas de Educação se configuram como “uma excelente oportunidade para conhecer outros temas” relativos à educação. Refere, ainda, que as jornadas pretendem dar a conhecer alternativas de ensino e melhorar as já existentes, não só a “futuros profissionais” como também “àqueles que já estão na área”. Patrícia Rosado Pinto, presidente do Conselho Nacional para a Inovação Pedagógica no Ensino Superior (CNIPES) e uma das convidadas da sessão de abertura das Jornadas, sublinhou que a ideia que “se aprende não só na sala de aula, mas em várias instituições de aprendizagem, parece muito interessante e muito rica”. “Se nós sabemos que existem aprendizagens por aula e que se aprendem em vários sítios, com mediadores diferentes, esta ideia de convidar vários pais, psicólogos, educadores, educação formal, educação informal, parece muito interessante, a diversidade aqui é muito rica”, sublinhou. Também Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro (UA), considerou que “é preciso inovação pedagógica e inovação curricular: não temos universidades do futuro com métodos do passado”. O reitor frisou ainda a existência de dois tipos de aprendizagem, a intergeracional e a intrageracional, para apontar a importância da iniciativa das Jornadas de Educação. “É por isso que tenho elogiado e encorajado sempre a Associação Académica, os núcleos, a desenvolverem por si atividades (…) das quais resultem oportunidades de aprendizagem intergeracional: é extremamente importante para uma universidade como a Universidade de Aveiro (…) que não quer formar técnicos, quer formar cidadãos”, referiu Paulo Jorge Ferreira. A ideia foi reforçada por Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), que sublinhou “os momentos dinamizados pelos núcleos” como oportunidades de criar momentos de inovação pedagógica. A representante dos estudantes alertou, no entanto, que “é um equilíbrio muito sensível o da inovação pedagógica por poder estar a exigir aos estudantes uma participação cada vez mais fora de aulas, que impede os estudantes de terem outro complemento muito importante, que é o complemento social, que faz parte da formação de cidadãos”. A sessão de abertura contou ainda com a participação de José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, que reforçou “a persistência” dos estudantes em organizar as jornadas, considerando a iniciativa “uma marca que é muito importante, porque o exercício de organizar, de refletir é um exercício capital para a formação do ser humano”. Jorge Adelino Costa, diretor do Departamento de Educação e Psicologia (DEP) referiu também na sua intervenção a importância das jornadas, apelando à participação nas mesmas e sublinhando “que os docentes não aproveitam muito”, mas refletindo que as jornadas “poderiam ser também -e é, claramente, se eles quiserem - um espaço de aprendizagem, de reflexão, de discussão conjunta com os estudantes, por parte dos docentes. E lamento que nem sempre seja utilizado”, rematou. Os primeiros dois dias da iniciativa contam com a realização de diversos painéis e o último dia, 28, vai contar com a realização de vários workshops. O desenvolvimento infantil é um dos temas que será abordado em workshop, numa iniciativa que conta com a presença de Nuno Pinto Martins, fundador da Academia Educar pela Positiva. A desconstrução de estereótipos, a importância da música e a qualidade do sono são temáticas que também vão ser abordadas nos workshops. A iniciativa decorre no Auditório Joaquim José da Cunha do Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCA), na UA.
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EscutAMA de regresso a São Jacinto no primeiro fim de semana de abril
A edição, prevista acontecer em outubro de 2024 foi adiada, na altura devido às más condições climatéricas, e re-agendada para o primeiro fim-de-semana de abril. Com o lema “Somos SAL És Caminho”, o evento contará com a participação de 520 escuteiros e escoteiros do Município de Aveiro, numa ação conjunta de “relevante importância, pelo envolvimento de todos e pelo seu objetivo, com o principal enfoque na formação cívica das nossas crianças e jovens, na consciencialização de toda a comunidade para a adoção de comportamentos de proteção dos ecossistemas e do ambiente”, lê-se em nota enviada às redações. Entre as atividades previstas encontra-se a pernoita, no dia 4 de abril, de um grupo de Caminheiros nas imediações do Centro Municipal de Interpretação Ambiental de Aveiro, a participação os escuteiros e escoteiros num conjunto de atividades promovidas pelo Regimento de Infantaria n.º 10 de São Jacinto e a realização da Eucaristia, aberta à comunidade, no Centro Nacional de Formação Ambiental. A realização da atividade conta com o apoio da CMA, através da atribuição financeira ao Corpo Nacional de Escutas no valor de 18.200,00€, aprovado em Reunião de Câmara.
Exposição ‘Meio Século na Arte’ de Lopes de Sousa vai ser inaugurada a 5 de abril
A mostra, composta por pinturas de Lopes de Sousa, estará patente na Galeria da Antiga Capitania até ao dia 25 de maio e pode ser visitada de forma gratuita, de terça a domingo nos horários compreendidos entre as 10h00 e as 12h30 e as 13h30 e as 18h00. Natural de Aveiro, Lopes de Sousa frequentou a Academia de Belas Artes de São Paulo, a Escola de Artes Álvaro Torrão em Lisboa e a Cooperativa “Árvore” no Porto, durante os anos 70, nas áreas de pintura e escultura. Dedica-se às artes desde 1975 e comemora, este ano, 50 anos de pintura, tendo realizado já cerca de 350 exposições.
Feira de Emprego e Formação “Safa-te” agendada para 2 e 3 de abril
A iniciativa, promovida pelo Município de Ílhavo através do Serviço de Apoio à Formação e Emprego (SAFE), tem como objetivo fomentar o desenvolvimento económico local, através do aumento da empregabilidade, do empreendedorismo e da qualificação profissional. Durante o dia 2 de abril, 24 entidades vão estar representadas no foyer da CCI para receber eventuais interessados em trabalhar. O espaço estará aberto a visitas entre as 10h00 e as 17h30, com pausa para almoço entre as 12h30 e as 14h00. A sessão de abertura decorre pelas 9h30 e conta com a presença do presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, João Campolargo, e do diretor do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Aveiro, Luís Guerrinha. Seguir-se-á a palestra “O Poder e a Importância da Comunicação”, ao encargo da Speak and Lead, empresa que realiza formações especializadas em Comunicação, Soft Skills e Marketing. No mesmo dia, às 14h30 inicia-se uma mesa-redonda sobre o tema – ‘O caminho de um(a) Empreendedor(a)’. A “Safa-te” conta, ainda, com a realização de três oficinas certificadas. A primeira, sobre comunicação, realiza-se no dia 2, pelas 11h30. As restantes oficinas realizam-se no último dia da iniciativa, no CIEMar-Ílhavo - a primeira está agendada para as 10 horas, sobre como comunicar no LinkedIn. A segunda, sobre empreendedorismo e Liderança, começa às 14 horas. As inscrições para as oficinas realizam-se através de formulário online, disponível no website do Município de Ílhavo. As oficinas são limitadas a 20 inscrições, sendo dada prioridade a pessoas desempregadas, que reúnam a documentação necessária para a certificação.
Autárquicas: Debate sobre a mobilidade em Aveiro marcado pela unanimidade entre os candidatos
A Ciclaveiro promoveu, este sábado, 29 de março, uma mesa-redonda sob a temática “(Re)pensar a repartição do espaço público para a promoção de políticas públicas de mobilidade ativa em Aveiro”. A iniciativa decorreu no Edifício Atlas e contou com a presença dos candidatos às eleições autárquicas de Aveiro. Alberto Souto de Miranda (PS), João Almeida (PAN), João Moniz (BE), João Quintela (Livre), Luís Souto (PSD/CDS/PPM) e Miguel Gomes (IL) foram os representantes dos partidos políticos locais presentes no debate. Com moderação de Sara Moreno Pires, docente no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT) na Universidade de Aveiro (UA), o debate iniciou-se com a exibição de um pequeno vídeo resumo sobre os objetivos que a cidade de Utrecht, na Holanda estabeleceu, relativamente à mobilidade, para o ano de 2050. Posteriormente, os candidatos foram desafiados a construir uma visão estratégica, desta vez, para o futuro de Aveiro. Para Miguel Gomes a mobilidade deve ser pensada de uma “forma integrada”. No que toca aos transportes públicos, em Aveiro, o candidato da IL referiu ser necessário “conforto” e “rapidez”. “Uma pessoa não pode demorar tempo excessivo que prefira ir de carro… É necessário repensar (…) e tem de ser regular (…)”, defendeu. Neste seguimento, sugeriu ainda uma rede de ciclovia, na cidade, que una não só as freguesias, mas também a região. “Precisamos de uma rede de ciclovias ligadas (…) começando por unir a estação de Aveiro às outras paragens”, vincou. Já na ferrovia, o candidato da IL falou sobre o caso da Linha do Vouga que une, atualmente, Aveiro a Águeda defendendo que a mesma deve ser repensada através da implementação de um projeto que conecte Águeda, Aveiro e Ílhavo “através de um LRT, um metro ligeiro”. Alberto Souto de Miranda afirmou ter para 2050 uma visão do espaço público “descarbonizada e sustentável” mas que “tem de ser também antropocêntrica”. Apontou que nos próximos quatro anos a aposta tem de passar por criar “um espaço com menos automóveis e mais transporte público”. “Temos de reconquistar o espaço público dos automóveis”, frisou Alberto Souto. Para o candidato socialista, a aposta na partilha de transportes e a utilização da bicicleta tem também de ser um foco, assumindo querer uma cidade “preparada para cumprir a estratégia nacional”, sublinhando o potencial da bicicleta na promoção da saúde e bem-estar da população. Também João Moniz concordou com a ideia do socialista de que é necessário tirar os carros da cidade. Nesse sentido, o candidato bloquista entende que “as políticas urbanas que se esperam para uma cidade que se quer preparada para 2050 tem de reverter” essa realidade. O candidato referiu que a prioridade do BE é “democratizar o espaço público, não só com políticas de mobilidade como também com políticas de regulação dos solos e do edificado”. O bloquista referiu ainda que iria “abrir as hostilidades” no debate considerando existir “um elefante na sala gigantesco: a concessão e a privatização da MoveAveiro”, entendeu. “É impossível ter políticas de mobilidade (...) sem a reversão da MoveAveiro e da recuperação dos serviços de transportes públicos para a esfera do município”, frisou. Luís Souto referiu, por sua vez, que é necessária “ambição” do Município e que isso passa, em primeiro lugar, pela mudança de mentalidade das pessoas, lançando ao público o desafio sobre quantos deles utilizavam as vias cicláveis. Particularizando sobre algumas das soluções, o candidato social democrata propôs um “Plano Municipal de expansão da rede ciclável” que funcionaria, por exemplo, através da criação de um passaporte municipal. Neste seguimento, João Quintela lançou uma provocação aos restantes candidatos questionando-os: se há um consenso “porque é que as coisas ainda estão como estão?”. Para o candidato do Livre é necessário trabalhar. “Estes problemas têm de ser vistos de forma mais integrada (…) O espaço público deve ser agregador (…) O espaço não pode ser só praças e jardins incluindo os passeios e as ruas. Temos de pensar mais geral”, refletiu. João Quintela defendeu ainda que é necessário trazer as pessoas de novo para a cidade e que o espaço público deve ser um “espaço aberto”. “O espaço público é do público”, vincou. No que toca aos transportes públicos, tal como os restantes candidatos, reconheceu que é necessária uma “rede integrada”, de “proximidade” e com “interligação modal de todos os transportes”. Neste seguimento, João Almeida, candidato pelo PAN, acrescentou que é necessário “que se faça um processo participativo” para se pensar a mobilidade na cidade de Aveiro. “Vemos muito betão e asfalto (…) é preciso pensar o urbanismo de outra forma”, refere. O candidato defende, assim, a necessidade de “esboçar um plano de mobilidade” e defendeu a intermodalidade da bicicleta com os transportes públicos. “Estamos particularmente atrás das zonas metropolitanas”, apontou. Já numa segunda ronda de questões, Sara Moreno Pires questionou ainda os candidatos sobre os dados dos censos sobre a mobilidade suave da cidade e da região e sobre como é possível mobilizar a população para este tipo de mobilidade. “Os dados dos censos mostram que invertemos a visão de futuro”, lançou a moderadora. No que toca a propostas concretas, Miguel Gomes realçou que é necessário um “plano atualizado” que conte com “todos” [privados e públicos]. No que toca aos transportes públicos atuais, o candidato da IL defendeu que a empresa responsável pelos mesmos tem “capacidade de investimento” e que é necessário “continuar a modernizar” a frota de autocarros. Ainda nas propostas, Miguel Gomes recordou que a Câmara Municipal de Aveiro também tem de fazer o seu trabalho, dando como exemplo a Avenida Europa e defendendo que é necessário requalificar a mesma. Como medidas apontou, entre outras, implementar mais faixas de autocarros e melhorar os atuais passeios. Miguel Gomes falou ainda sobre o caso da “BUGA- Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro” realçando que o serviço da mesma está “muito limitado” e que é necessário que a mesma vá “até outras freguesias”. Para o candidato da IL também a Universidade de Aveiro (UA) pode ter um papel importante na mobilidade suave da cidade apontando a Zona Tecnológica Livre (ZTL) como um bom recurso para tal. “Temos de colaborar com a UA para implementar novos projetos para melhorar a mobilidade”, defendeu. Já Alberto Souto apontou que “os dados são um retrato e a função da política é também transformar a realidade: não é só adequar as propostas à situação tal como ela está ”. O candidato socialista referiu ser necessário “termos a coragem de pedonalizar todo o centro histórico”, apontando como medidas concretas a retirada do trânsito e estacionamento, “permitindo apenas cargas, descargas, moradores e veículos de emergência” na Avenida Lourenço Peixinho de forma a “recuperar a avenida para as pessoas”. O candidato socialista apontou ainda ser necessário melhorar a rede de transportes públicos, idealizando, com a ZTL da UA, que “Aveiro pode ser a primeira cidade (...) que tenha autocarros autónomos, sem condutores”. Também em relação à ferrovia, Alberto Souto vê, à semelhança da IL, o metro de superfície como uma solução. A criação de pistas cicláveis que sirvam e liguem as populações do centro às freguesias foi também uma medida apoiada por Alberto Souto, que apontou ainda a criação de “estacionamentos periféricos”. “Se nós apostamos nesta via de retirar todo o tráfego dos centros, nós temos que encontrar soluções de estacionamento periférico”, reiterou. Em resposta a Alberto Souto, o candidato social democrata atirou ao socialista que enquanto esteve na Câmara de Aveiro [de 1998 a 2005] “não fez nada” e que “além do mais, abriu uma frente sobre a Avenida (...) criando uma condicionante fortíssima que foi a abertura do túnel (...) O PSD contestou exatamente essa opção, dizendo que isso ia condicionar o futuro da Avenida”. “É muito bonito pensarmos que vamos fechar grande parte da Avenida [Lourenço Peixinho] (…) e ficar tudo pedonalizado e o que se faz com aquele investimento que foi feito com dinheiros públicos?”, questionou, apesar de reconhecer que ainda há “ajustes a fazer”. Como propostas concretas referiu querer trazer para a ordem do dia a Semana Europeia da Mobilidade sugerindo, entre outros, a criação de ações simbólicas. No entanto, para Luís Souto é preciso saber escolher os dias para que não haja perturbação às atividades económicas. “É preciso dar de comer às pessoas”, relembrou. Como os restantes candidatos disse ainda ser necessário um plano ambicioso municipal feito com, entre outros intervenientes, as pessoas, a universidade e as empresas. João Moniz considerou que “além de medidas concretas é preciso criar uma abordagem holística e sistemática da mobilidade”, apontando como principal prioridade do Bloco, relativamente à mobilidade, a remunicipalização do transporte público em Aveiro. “O instrumento que o BE propõe é uma empresa pública de transportes públicos que deve ser intermunicipal”, reforçou. O candidato bloquista referiu ainda que “existem pré-existências (…) que têm de ser lidadas (…) mas temos de ter uma lógica diferente”, criticando a proposta de Alberto Souto da criação periférica de parques de estacionamento. “É preciso haver coerência não só no plano de mobilidade e no terreno, mas também nas propostas que se trazem a debate”, atirou. João Quintela voltou a lembrar que não podemos “impor” este tipo de mobilidade aos aveirenses e que é necessário “falar com as pessoas”. “É possível ter um espaço público ciclável (…) onde as pessoas se mexam do ponto a ao ponto b”, defendeu. No entanto, o mesmo não é possível com as ciclovias atuais referindo que as mesmas são “curtíssimas”. “Temos de ter uma rede de ciclovias ligada (…) As pessoas têm de ir para Oliveirinha, Cacia…”, apontou. Como medidas concretas afirmou, entre outros, os transportes públicos de proximidade “mais frequentes e mais pequenos”, o uso da ferrovia e a necessidade de haver mais locais onde se possam deixar bicicletas em segurança. Ainda no campo das propostas, o PAN reforçou ser necessário “mudar o chip internamente” antes de se criarem políticas públicas para a mobilidade. Recomendou como necessária a criação de “uma equipa de urbanismo tático”, bem como o reforço da colaboração com entidades e a auscultação da população. O debate foi ainda aberto ao público onde foram feitas questões, entre outras, sobre a segurança na deslocação de bicicleta na cidade e até propostas como a do pequeno André em que pediu aos candidatos para avaliar a exequibilidade de um jacuzzi municipal na cidade. O debate pode ser revisto na íntegra através do facebook da Ria.