45 anos de GrETUA: da ideia num boletim à realização de um documentário
‘Antes de mais, parabéns atrasados’ é o projeto que o Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GrETUA) vai apresentar esta quinta-feira, dia 20, no Edifício Central e da Reitoria da Universidade de Aveiro (UA). O documentário reúne o testemunho de mais de 30 pessoas e conta os 45 anos do grupo através da história e das memórias partilhadas de quem por lá já passou.
Ana Patrícia Novo
JornalistaRui Sérgio, conhecido ator e encenador, é talvez o maior responsável pelo pontapé de partida que deu início ao GrETUA. Em entrevista à Ria, curiosamente Rui redirige ao GrETUA a afirmação. “Eu hoje em dia sou o que sou, estou no mundo da cultura, (…) no teatro, nas artes performativas, devo-o ao GrETUA: no fim de contas, eu saio do GrETUA para ir para o teatro profissional”, aponta.
Ingressou no Ensino Superior no curso de Matemática e Desenho da Universidade de Aveiro. “Penso que esse curso já não existe agora”, conta. Nesse primeiro ano, viu “um boletim que dizia que nos anos anteriores tinha havido uma tentativa de construir um grupo de teatro que não avançou”, recorda Rui. Sem saber, esse boletim foi o nascer do GrETUA.
A ideia do boletim foi tomando lugar na mente de Rui que sabia de antemão que António Sampaio da Nóvoa [primeiro encenador] estava por Aveiro a ensinar na Escola do Magistério Primário. Entrou em contacto. Depois disso só se lembra que “de um momento para o outro surgiu um grupo de malta e começámos a brincar”.
No seu percurso profissional desempenhou cargos como o de diretor artístico do Teatro Aveirense e do Teatro da Trindade, em Lisboa. Conta ainda no currículo com inúmeras peças de teatro, mas a sua ligação às artes performativas é mais antiga.
Recorda “A Gota de Mel, do Léon Chancerel” como a primeira de peça de teatro que fez, ainda nos tempos da escola primária. Relembra também a forma como passava os domingos à tarde, nos tempos da juventude, e a influência que isso teve no seu percurso.
Juntava-se com amigos em casa de quem, na altura, tivesse televisão. “Nos intervalos dos filmes, fazíamos nós os nossos filmes”, conta Rui Sérgio. “Haviam umas pastilhas elásticas que tinham umas bandas desenhadas, nós (…) cortávamos e, depois nos carrinhos de linha, fazíamos a colagem e um filme com aquilo. Fazíamos uma máquina de projeção com peças da Lego e com um focozinho projetávamos, ampliávamos contra uma parede branca, e havia sempre (…) digamos que era o projecionista e eu fazia as várias vozes”, lembra Rui Sérgio. “Nós entretínhamo-nos assim e cobrávamos a quem estava a ver que era para termos dinheiro para comprar chicletes para a semana seguinte”, revela entre risos.
António Sampaio da Nóvoa: “Isto não é uma coisa complementar (…) é qualquer coisa que está no coração do que deve ser a formação de um estudante universitário”
Do contacto com António Sampaio da Nóvoa e das brincadeiras, nasceu ‘Uma Corda Para Cada Dedo’ - a primeira encenação do GrETUA. Corria o ano de 1979 quando António Sampaio da Nóvoa, hoje professor catedrático no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa e ex-membro do Conselho de Estado de Portugal, deu vida àquele que viria a ser o primeiro momento de um grupo que hoje continua a dar cartas no Teatro - e não só.
À semelhança da história que Rui conta – até porque é a mesma - Sampaio da Nóvoa dá nota que a peça, que aborda “desde os temas da droga, aos temas da violência, aos temas do suicídio (…) e da prostituição”, nasce e é resultado dos tais encontros, discussões e improvisações que o grupo inicial do GrETUA ia fazendo “numa cave (…) no centro da cidade”, recorda o primeiro encenador do GrETUA.
“Fomos ganhando com esses momentos de encontro uma forma de expressão que a certa altura sentimos necessidade de partilhar com o público”, conta o professor. A apresentação, recorda, “foi um momento muito curioso e muito marcante para todos nós”.
Contrariamente à história de Rui Sérgio, o teatro surgiu na vida do ex-membro do Conselho de Estado de Portugal precisamente nos tempos da Universidade. “Eu comecei os meus estudos universitários em Coimbra e (…) quando eu era muito jovem pertenci ao Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC)”, conta. Do TEUC recebeu uma bolsa da Fundação Gulbenkian que lhe abriu caminho até Lisboa. Da capital, seguiu para professor na Escola do Magistério Primário de Aveiro.
António Sampaio da Nóvoa admite que a sua formação não foi muito comum e vê no teatro uma forma de expressão e criação “muito importante, sobretudo no espaço universitário”. “Eu julgo que é muito importante que os estudantes, hoje até mais do que na altura, se possam dedicar a um conjunto de outras atividades, (…) porque isso faz parte da formação de um estudante universitário. Isto não é uma coisa complementar (…) é qualquer coisa que está no coração do que deve ser a formação de um estudante universitário”, frisa António Sampaio da Nóvoa.
Entende, no entanto, que “muitas das reformas universitárias (…) que reduziram a duração dos cursos (…) transformou a vida universitária numa vida hiper-ocupada”, em prejuízo de um menor tempo disponível “à formação ampla, humanística, à formação global que devia ser uma universidade”. Vê assim no teatro “um dos elementos mais fortes que pode contribuir para essa formação de cariz criativo, artístico, humanista”.
Aponta mesmo que foi junção da sua formação na área da Educação com o teatro e com as “inclinações” que sente pela literatura, pela leitura e pela filosofia que fizeram e contribuíram para o caminho que Sampaio da Nóvoa acabou por percorrer. Mantém-se no ensino, agora como professor catedrático no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. “Foi a minha vida, é com essa vida que eu vivo e que eu faço também a minha intervenção pública e a minha intervenção cidadã”, aponta.
Sampaio da Nóvoa revela surpresa pela continuação temporal que o GrETUA consegue manter. “Tem conseguido uma continuidade que é rara no teatro universitário e estão de parabéns todos aqueles que mantiveram o GrETUA em funcionamento (…) e está de parabéns também a Universidade de Aveiro que soube, nos momentos certos, apoiar e criar as condições para que o GrETUA se desenvolvesse e continuasse até hoje”, frisou.
Também Rui Sérgio revela que o grupo inicial não tem a noção do impacto que o GrETUA acabou por ter, desde o início, na comunidade e em Aveiro. “Tínhamos a noção que tínhamos gente a assistir aos nossos espetáculos (…) mas não tínhamos muito a noção do impacto”, conta Rui que, há alguns anos foi surpreendido por Romeu Costa, ator aveirense que confessou ter seguido a profissão por influência do GrETUA.
“Foi muito engraçado ele dizer: «eu comecei a interessar-me pelo teatro por ver o GrETUA e por te ver a ti em palco»”, completa o fundador do grupo de teatro. “Obviamente quando se fundou o GrETUA, não nos passaria pela cabeça que passado 45 anos eu estava a falar consigo sobre o GrETUA”, completou Rui Sérgio.
João Garcia Neto: “ele deu-nos o GrETUA que nós não vimos porque estávamos lá dentro, e nós agora queremos-lhe devolver mais algumas memórias”
Certo é que 45 anos passados, ainda se fala sobre GrETUA. Hoje, João Garcia Neto é o diretor artístico e amanhã [dia 20 de março] assistiremos à antestreia do documentário que pretende dar os parabéns – ainda que atrasados – ao GrETUA e a todas as pessoas que por lá passaram.
A promessa é a de um documentário que foi construído numa “espécie de efeito dominó” a partir de dois dos fundadores. Deslindado o ponto de partida, João aponta que o documentário contará com o testemunho de cerca de três dezenas de pessoas diferentes. “Houve essa preocupação, que é uma coisa difícil, de fazer aparecer o máximo de pessoas possível, para que as pessoas se sintam representadas”, nota.
As entrevistas integram a parte estrutural mais “convencional” do documentário que “depois também se desdobra numa camada um bocadinho mais teatral”, desvenda João Garcia Neto. “Nós criamos um aniversário dentro deste [o do GrETUA], que é o aniversário do Pedrinho”, revela João Garcia Neto.
Pedrinho, conta-nos o diretor artístico, “é a pessoa que tem o maior arquivo do GrETUA: ele tem milhares de fotografias”. “É mesmo uma figura super importante porque é o guardião de uma percentagem muito significativa do arquivo”.
Acaba por ser o gancho do filme que conta a história do GrETUA. As memórias de quem por lá passou vão ser materializadas em fotografias que o Pedrinho não captou, mas que também fazem parte daquilo que é o GrETUA. “Ele deu-nos o GrETUA que nós não vimos porque estávamos lá dentro, e nós agora queremos-lhe devolver mais algumas memórias”, conta João Garcia Neto. São estas fotografias e memórias que amanhã vão poder ser vistas.
A antestreia do documentário arranca às 21h00 no Auditório Renato Araújo, no edifício da Reitoria da UA. Apesar da sessão ser aberta “à comunidade académica no seu todo e à cidade”, as inscrições já estão esgotadas estando prevista uma segunda rodagem. Esta segunda rodagem seria realizada no âmbito do Dia Mundial do Teatro, que se assinala a 27 de março, nas instalações do GrETUA. A expectativa é que o filme, “um trabalho feito a muitas mãos, (…) toque no coração, para quem é ou foi GrETUA; e para quem não é, que fiquem com essa perspetiva histórica e com uma noção clara da importância do grupo”, sublinha João Garcia.
Recomendações
Protocolo de mecenato entre UA e CGD reforça “ação de serviço público e responsabilidade social”
Em declarações à Ria, Paulo Moita de Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD frisa que a colaboração e apoio entre a UA e a CGD existe já “há mais de três décadas”. O documento assinado esta tarde corresponde a um apoio financeiro que ascende aos 3 milhões de euros. Destina-se “a diversas iniciativas da universidade, desde bolsas a prémios de mérito científico, até ao apoio no desenvolvimento de infraestruturas”, aponta o presidente da CGD. Recorde-se que a Nave Caixa UA, local que acolheu a assinatura do protocolo, nasceu do mecenato com a CGD. O representante da CGD dá ainda nota de que a parceria com a UA é “particularmente” satisfatória “porque primeiro ela é duradoura, segundo tem permitido atingir coisas muito concretas e terceiro, a universidade, neste momento, precisa de ser apoiada e precisa de ter recursos mais qualificados”. “Uma universidade que já tem mais de 20 mil estudantes é sem dúvida um estímulo para a sociedade, para o país e também para a Caixa”, acrescenta. O presidente da Comissão Executiva da Caixa salienta ainda a importância do apoio para a gestão da vida da Universidade, especialmente tendo em conta o contexto mundial atual, com os Estados a fazer investimentos maiores à escala global para dar respostas na área da segurança. Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, salienta por sua vez a parceria entre as duas entidades públicas como “uma forma das duas, em colaboração através da figura do Mecenato, continuarem a sua ação de serviço público e da responsabilidade social”. “É muito importante e um sinal muito positivo para a sociedade, uma vez que as entidades do sistema público devem servir [o sistema público] e aqui estamos a dar um sinal claríssimo de sintonia quanto à vontade de servir”, frisa. Questionado sobre a polémica em torno da legalidade da infraestrutura Nave Caixa UA, o reitor apenas reforçou que “a Universidade não é ator do panorama político e que respeitou escrupulosamente a legalidade”. “Espero sinceramente que tudo esteja esclarecido até ao momento e que se confirme no futuro que esta infraestrutura serve Aveiro e a sua região”, termina o reitor.
SASUA abre novo espaço marmita na Zona Técnica Central
Sob o mote “Aqui estás em casa", os Serviços de Ação Social da UA (SASUA) abrem assim mais um local onde é possível almoçar e conviver, usufruindo das receitas caseiras que cada um prepara em casa. Em declarações à Ria, João Ribeiro, diretor delegado dos SASUA, referiu que a prioridade foi assegurar a abertura do local, mesmo que alguns detalhes ainda estejam por finalizar. Tomando como exemplo o Bar de Mecânica, no Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) — que também funciona como espaço para marmita —, a intenção é que este novo espaço, situado na Zona Técnica Central, desenvolva igualmente uma “identidade própria”. Os espaços Marmita integram a lista de Medidas de Conciliação da vida profissional, familiar e pessoal da UA.
Research Summit 2025: Investigação e Inteligência Artificial em destaque na UA
Em comunicado enviado à Ria, a UA dá nota de que a iniciativa se propõe “a promover o encontro entre docentes, investigadores e estudantes de todos os ciclos de estudo, incentivando o debate interdisciplinar, a partilha de boas práticas e o reforço de redes de colaboração dentro da UA”. Entre hoje, dia16, e sexta-feira, 18 de julho, “o programa contempla painéis temáticos com especialistas nacionais e internacionais, workshops, sessões práticas e momentos de networking”. São duas as sessões que decorrem durante o dia de hoje, com a presença de Enzo Maria Le Fevre, investigador sénior do Laboratório de Inovação e Inteligência Artificial da Universidade de Buenos Aires, e Francisco C. Santos, vice-presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia em Portugal. “À semelhança das edições anteriores, o evento dará especial destaque à participação de estudantes de doutoramento e de ciclos anteriores, com apresentações orais em formato curto (“pitch”), avaliadas por um júri, com prémios para os melhores comunicadores”, atenta ainda a UA. A participação no Research Summit 2025 é aberta a toda a comunidade académica da Universidade de Aveiro. Todas as informações sobre o programa estão disponíveis no site oficial do evento.
AAUAv leva preocupações dos estudantes ao Governo na discussão do novo RJIES
A nova versão da proposta do RJIES mantém o modelo de eleição direta, tal como apresentado em fevereiro, mas introduz maior flexibilidade na distribuição do peso de cada corpo eleitoral, com um “requisito mínimo de representação de 10% de cada um dos quatro corpos” — estudantes, docentes e investigadores, pessoal técnico e administrativo, e antigos estudantes — deixando os “restantes 60%”, conforme avança a Lusa, à definição autónoma de cada instituição, através dos seus estatutos. A proposta anterior previa que a escolha dos estudantes teria uma ponderação de 20% na eleição do reitor, percentagem que passa agora para um mínimo de 10%, igual a docentes e investigadores, pessoal técnico e administrativo, e antigos estudantes. A eleição direta irá, no entanto, decidir entre dois candidatos previamente selecionados pelo Conselho Geral e é justamente essa pré-seleção que Joana Regadas critica: “Achamos que deve ser de facto aberta a toda a comunidade e não haver uma pré-seleção por parte do Conselho Geral”, avançou. O novo documento introduz uma “eleição primária” de dois candidatos feita por este órgão, “o que pode comprometer a isenção do processo”. Além do mais, a presidente da direção da AAUAv acrescenta ainda que, apesar de a proposta contemplar uma percentagem mínima, é fundamental garantir também uma limitação superior: “É necessário impor também um teto máximo, garantindo que nenhum dos corpos que elegem o reitor tem uma percentagem superior a 50%, (…) salvaguardando que os estudantes são efetivamente ouvidos”, afirmou. No que diz respeito aos mandatos dos reitores, tal como avançado pela Ria, a nova proposta mantém a duração de quatro anos, renovável uma única vez. Inicialmente, chegou a ser ponderada a limitação a um único mandato com a duração de seis anos. Apesar das reservas, a presidente da AAUAv considerou o encontro como uma “partilha muito saudável”. Para além da eleição do reitor, foram ainda discutidos outros temas como a endogamia académica, o processo de eleição do provedor do estudante, a saúde mental e a regulamentação das taxas e emolumentos. No que toca à endogamia académica, a nova versão do RJIES sugere que “as unidades orgânicas que não tenham pelo menos 40% de docentes e investigadores de carreira licenciados ou doutorados noutra instituição de ensino superior ficam impedidas de contratar, independentemente do tipo de vínculo, nos três anos subsequentes à obtenção do grau de doutor, como docentes ou investigadores, doutorados que nela tenham obtido todos os seus graus”. Recorde-se que, na proposta inicial, não estava definida uma percentagem mínima, estando apenas previstos os três anos após o doutoramento. Joana Regadas assinala esta alteração “de forma positiva”, embora considere que a melhor solução passaria também por um maior apoio à contratação. “No entanto, face à proposta inicial e até ao que foi sugerido por outros partidos, esta acaba por ser a melhor solução em cima da mesa”, sublinha. Após a reunião, segundo Joana Regadas, o ministro solicitou que os contributos formais das associações académicas sejam enviados até ao dia “25 de julho”, para eventual integração na versão final do documento, que deverá ser apresentada em Conselho de Ministros. A intenção do Governo é que o novo regime jurídico seja aprovado em Assembleia da República até ao “final deste ano” e entre em vigor já em 2026. Além das federações e associações académicas, Fernando Alexandre reuniu esta terça-feira com a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP) e com o Conselho Nacional de Educação (CNE). As reuniões iniciaram-se esta segunda-feira e envolveram também Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP). O RJIES, que regula a organização e funcionamento das instituições de ensino superior públicas e privadas, não era revisto desde 2007. A sua revisão teve início ainda sob o anterior Governo do Partido Socialista, com Elvira Fortunato, e está agora a ser retomada pelo atual executivo liderado por Luís Montenegro.
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Autárquicas: Bruno Santos Fonseca é o candidato do Livre à Câmara de Aveiro
O candidato, que iniciou a sua formação em História na Universidade do Porto em 2012 e prosseguiu com mestrado em História, Relações Internacionais e Cooperação, na mesma instituição, e doutoramento em Relações Internacionais, na Universidade NOVA de Lisboa, apresentou a sua candidatura sublinhando o compromisso com “uma cidade mais justa, progressista, participativa e inclusiva”. Em declarações à Ria, Bruno Fonseca expressou a responsabilidade que sente ao encabeçar esta candidatura. “Eu recebo esta notícia com responsabilidade. Entrei no Livre há dois anos, por primárias abertas, e vi refletidos nos valores do partido a minha forma de estar na sociedade”, afirmou, destacando o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses no distrito de Aveiro. Recorde-se que já nas eleições legislativas, o candidato integrou as listas que tinha como cabeça de lista Filipe Honório. Enquanto membro da coordenação local do Livre, Bruno Santos Fonseca garante que o partido tem crescido no concelho e que a candidatura agora apresentada reflete esse percurso. “A cada passo que o Livre deu no distrito e na cidade de Aveiro, vimos uma maior força e, por isso, apresentamos esta candidatura também agora. Nos últimos anos e meses percebeu-se que a população começou a validar as ideias”, acrescentou. Bruno Fonseca considera possível a eleição de representantes do Livre em Aveiro, graças ao trabalho de “proximidade” já iniciado com associações e estruturas locais. “Estamos a penetrar na sociedade e a falar com as associações. (...) Sentimos que não vai ser fácil, mas a nossa dedicação vai permitir mostrar o nosso lado do Livre”, exprimiu. Entre as prioridades da candidatura estão a habitação e a mobilidade. Sobre a habitação, Bruno Fonseca alerta para os preços “incomportáveis” das casas, não apenas no centro histórico, mas também nas freguesias. “A situação financeira das famílias já não permite viver condignamente em muitas zonas da cidade”, sublinhou. Já no que respeita à mobilidade, partilhou que esta é uma temática que lhe é próxima: “A minha mãe trabalhou sempre com os comboios e foi guarda de passagem de nível. Sobre a linha do 'Vouguinha' lembro-me de ir com a minha mãe para o trabalho e essa linha não mudou nada desde que eu era criança e já tenho 33 anos”, partilhou. “Eu sei que é uma questão que vai para além do Município de Aveiro, mas pode haver um objetivo de sentarem-se à mesa e criar mesmo um plano coletivo de mobilidade que Aveiro seja o peão principal para essa mobilização de mobilidade”, continuou. O candidato defendeu ainda uma rede de mobilidade sustentável e inclusiva, que envolva autocarros, bicicletas e espaços comuns. Além da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal — cujo cabeça de lista será anunciado após processo interno de validação —, o Livre avançará também com candidaturas às juntas de freguesia de Glória e Vera Cruz, Aradas e Esgueira. “Não descartamos a possibilidade de alargar a outras freguesias”, adiantou Bruno Fonseca. “Passamos agora pelo período das eleições primárias [do partido] (…) e agora vai ser o momento de levarmos as candidaturas a plenário para as efetivarmos. Temos nomes já e vamos fazer também esse levantamento com os membros e apoiantes do distrito de Aveiro para apresentarmos (…) possíveis novos candidatos a (…) outras freguesias que não mencionei agora”, explicou. A um mês da data-limite para a entrega das listas no Tribunal de Aveiro – 18 de agosto –, Bruno Santos Fonseca referiu ainda que o partido tem a intenção de as entregar “o mais rapidamente possível”. “Os prazos são os prazos e, em princípio, entregaremos nessa última semana do prazo porque queremos que as listas estejam bem estruturadas e definidas”, concluiu, apontando que as expectativas são altas, mas acompanhadas de “responsabilidade”. Tal como avançado pela Ria, além do Livre, também a ‘Aliança Mais Aveiro’ (coligação PSD/CDS/PPM); o Partido Socialista (PS); o Bloco de Esquerda (BE); a Coligação Democrática Unitária (coligação PCP/PEV) e a Iniciativa Liberal (IL) já apresentaram os seus candidatos. Dos partidos com assento parlamentar na Assembleia da República (AR) apenas o PAN e o Chega não apresentaram candidato.
Duplas portuguesas encaram com "orgulho e motivação" a Taça das Nações de voleibol de praia
João Pedrosa, que, com Hugo Campos, forma uma das duplas nacionais mais bem-sucedidas, considerou que o ambiente vivido em Espinho aumenta significativamente o entusiasmo com que a equipa encara o torneio. “É sempre um prazer jogar em casa. Trazer grandes torneios para uma cidade que respira esta modalidade é a decisão certa e sentimos isso na quadra”, afirmou à Lusa. O seu parceiro Hugo Campos destacou ainda a ligação emocional com os adeptos e o peso simbólico de competir diante do público português. “Jogar em Portugal dá sempre uma força especial. Queremos ganhar por nós, mas também pelos portugueses que estão a apoiar-nos e, se possível, inspirar mais jovens a virem para a modalidade.” Também os irmãos Tomás e Gonçalo Sousa, naturais de Gondomar, sublinharam a importância de regressar à cidade onde deram os primeiros passos no voleibol de praia. “Foi aqui que começámos a jogar. Esta cidade vive o voleibol e os adeptos adoram isto. É um alento extra para nós”, disse Tomás. O jogador acrescentou que a evolução da modalidade em Portugal passa pela visibilidade destes eventos, e o irmão Gonçalo partilhou a ambição com que a dupla encara esta prova, onde estão alguns dos melhores jogadores do mundo. “Estamos a atingir os nossos melhores níveis. Sabemos das nossas mais-valias e vamos com tudo para representar Portugal ao mais alto nível, com o carinho dos nossos familiares, amigos e adeptos”, completou Gonçalo Sousa. No setor feminino, Gabriela Coelho e Mariana Maia, habituadas ao voleibol de pavilhão, reconhecem as diferenças da adaptação à areia, mas destacaram a força que retiram do apoio vindo das bancadas e a oportunidade de superação. “Jogar em casa motiva-nos a conseguir bons resultados. Isso nota-se desde o primeiro momento que entramos no terreno de jogo. Queremos transmitir bons valores e mostrar o gosto pela modalidade”, afirmou Gabriela Coelho. Já Mariana Maia disse estar a viver com intensidade o ambiente da competição e destacou a energia que vem do público, apontando que o envolvimento emocional dos adeptos influencia positivamente o desempenho da equipa. “Jogar em casa é fantástico. É muito bom sentir as pessoas a puxar por nós. Naqueles momentos em que nos falta a força, é nas bancadas que vamos buscar a inspiração. Espero que estes eventos ajudem a promover ainda mais a modalidade no nosso país”, completou Mariana. A outra dupla feminina, Raquel Lacerda e Vanessa Paquete, apontou igualmente o orgulho de representar Portugal e o entusiasmo por disputar a prova em solo nacional, referindo que tal pode criar condições para que o país continue a competir ao mais alto nível. “É um orgulho representar Portugal. Vamos dar o nosso melhor. O objetivo é ir jogo a jogo, mesmo sabendo que as adversárias são muito boas”, afirmou Raquel Lacerda. Vanessa Paquete valorizou ainda a importância da realização da prova em Espinho, enaltecendo que a presença de público jovem e apaixonado ajuda a fomentar o crescimento da modalidade em Portugal. “É bom termos estas competições aqui. Chama mais jovens, promove o desporto e também nos permite, como atletas, melhorar o nosso nível, porque estamos a defrontar adversários de grande qualidade.” A Taça das Nações de Voleibol de Praia realiza-se em Espinho entre os dias de hoje, 17 de julho, e domingo, dia 20, com entrada gratuita. O torneio reúne oito nações por género, divididas em grupos, e apura as melhores equipas para as fases eliminatórias no fim de semana.
Porto de Aveiro vai remover casas pré-fabricadas no Forte da Barra
A intervenção, aponta o Porto de Aveiro, “está relacionada com a presença de amianto nas coberturas das habitações, mas também integra um plano mais amplo de requalificação do Forte da Barra, que prevê a instalação de novos serviços e a expansão da cortina arbórea do Jardim Oudinot”. A empreitada conta com “a retirada das coberturas e posterior demolição das estruturas”, numa área total que ascende aos 800 metros quadrados. Os trabalhos iniciam a 21 de julho e deverão decorrer até à segunda semana de agosto, aponta o Porto de Aveiro. “Para garantir a segurança de pedestres e veículos durante os trabalhos, será colocada vedação a delimitar a área a intervencionar”, notam.