RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Ciclaveiro sugere uso da bicicleta e dos autocarros com fecho do estacionamento do autocarro bar

Na sequência do email enviado pelos Serviços de Comunicação, Imagem e Relações Públicas (SCIRP) da Universidade de Aveiro (UA) à comunidade académica, no dia 10 de janeiro, a informar do encerramento do estacionamento localizado junto ao edifício da antiga Reitoria e que serve o Hospital Infante D. Pedro [vulgarmente conhecido como "estacionamento do autocarro bar"], a Ciclaveiro reuniu um conjunto de outras sugestões de forma a relembrar aos aveirenses outras alternativas mais saudáveis e amigas do ambiente.

Ciclaveiro sugere uso da bicicleta e dos autocarros com fecho do estacionamento do autocarro bar
Redação

Redação

27 jan 2025, 16:03

Desde o dia 13 de janeiro que o estacionamento do autocarro bar está encerrado ao público para dar lugar à construção da nova residência privada para estudantes. De forma a aliviar a “pressão acrescida” da circulação automóvel no campus, face ao encerramento do estacionamento do autocarro bar, os SCIRP informaram a comunidade académica, por email, que desde o dia 13 de janeiro “todos os parques de estacionamento do Campus de Santiago (Parques 1 a 14) estão em pleno funcionamento, com as respetivas cancelas operacionais”. Para os que não possuem estacionamento atribuído, os SCIRP relembraram ainda a “utilização do parque da Agra do Crasto, junto à Escola Superior de Saúde e à Casa do Estudante como uma alternativa viável e conveniente”.

Neste seguimento, a Ciclaveiro [associação aveirense que tem como objetivo promover a utilização da bicicleta como meio de deslocação] remeteu, na passada quinta-feira, 23 de janeiro, uma nota de imprensa aos órgãos de comunicação a informar que enviou para os SCIRP e para a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) um conjunto de outras sugestões para fazer face aos constrangimentos com o encerramento do estacionamento. “É um conjunto de constrangimentos porque as pessoas não têm ou não procuram outras alternativas. Na verdade, nós temos uma cidade organizada em função do carro e quando falha um estacionamento desta dimensão é óbvio que é o caos o que não tinha de ser. Se as pessoas se distribuíssem pelos vários modos de mobilidade e de deslocação, provavelmente, não havia este caos montado. O problema é que as pessoas todas estão dependentes do carro e não procuram outra alternativa e nós quisemos mostrar que há outras alternativas”, justificou à Ria Maria Miguel Galhardo, presidente da Ciclaveiro.

Entre essas alternativas ao carro estão os transportes públicos disponíveis na zona do campus da UA “algo excecional”, segundo a Ciclaveiro, no Município. “Particularmente, o operador municipal AveiroBus tem diversas linhas (1, 2, 3, 4, 5, 6, 11, Centro-Verde e Centro-Azul) com paragens no Hospital, Conservatório, Avenida da Universidade e no Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCA). Ademais, o operador intermunicipal Busway opera também várias linhas nessas mesmas paragens”, afirmou.  

Ainda na nota de imprensa, a associação relembrou que o Município tem “condições particularmente favoráveis” para a adoção da mobilidade ativa, nomeadamente, em bicicleta. “O campus da Universidade [não é] uma exceção a estas condições. Não é de somenos referir a utilização da Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro (BUGA), que tem uma doca dentro do campus, e das bicicletas do projeto UAUBike da própria universidade e que poderiam ser mais ativamente promovidas e dinamizadas”, considerou.

A Ciclaveiro recordou ainda a “gratuitidade dos passes sub-23 para estudantes do ensino superior até aos 23 anos e os preços reduzidos dos passes gerais atualmente apenas 15 euros de passe mensal AveiroBus”. “(…) Se temos outros modos de deslocação disponíveis porque não usá-los? É isso que nós queremos apelar e queríamos que a UA e a AAUAv se juntassem a este apelo. Acho que era bom para todos até porque o próprio campus não fica tão sobrecarregado de carros”, realçou Maria Miguel Galhardo.

Ciclaveiro alerta para os modos ativos de mobilidade em duas obras municipais

Num outro email enviado à Câmara Municipal de Aveiro, a Ciclaveiro expôs também algumas preocupações relativas à fase de conclusão de duas obras municipais e as condições para os modos ativos de mobilidade nas suas imediações. Uma dessas obras é referente à requalificação do adro da Sé de Aveiro em que, segundo a Ciclaveiro, a empreitada apagou, “das vias adjacentes, a faixa para bicicletas, que anteriormente se estendia desde o início da Avenida dos Congressos da Oposição Democrática (junto da rotunda situada em frente ao Pingo Doce) até ao entroncamento semaforizado junto ao Parque Infante D. Pedro”.

“Precisamente no local onde a referida faixa para bicicletas poderia ter sido ligada com a ciclovia segregada que foi implementada na recém-requalificada Avenida 25 de Abril, muito estranhamos a decisão de não repor a faixa destinada à utilização da bicicleta e reforçada a sua sinalização vertical, situação já anteriormente sinalizada pela Ciclaveiro em comunicação datada de março de 2024”, lê-se na nota. “Além disso, esta faixa para bicicletas é utilizada todas as semanas por crianças que se deslocam em bicicleta para a escola, no âmbito do programa de mobilidade escolar ativa que a Ciclaveiro está a promover nas quatro escolas de ensino pré-escolar e 1º ciclo do Agrupamento de Escolas de Aveiro (PéPedal)”, continua.

Face aos trabalhos da obra do Centro Escolar das Barrocas, a Ciclaveiro apelou ainda ao Município para que “tome esta oportunidade para também dignificar e requalificar a frente escolar particularmente, tomando medidas dissuasoras da circulação, paragem e estacionamento automóvel em frente ao portão de entrada da escola, induzindo as famílias a caminhar com as crianças até à entrada da escola, conseguindo-se o descongestionamento da frente escolar, tornando-a mais segura para as crianças e, simultaneamente, promovendo a sua autonomia, saúde e bem-estar”.

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Estudantes da UA nomeados para os prémios Sophia Estudante
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PAIXÃO VIRAL: Até que a Imunidade nos Separe’ é o projeto de Pedro Loyola, Pedro Henriques, Júlia Köche e Isis Coutinho, nomeado para a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação dos Prémios Sophia Estudante. O trabalho foi realizado para a unidade curricular ‘Projeto Multimédia’ da Licenciatura em Multimédia e Tecnologias da Comunicação do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA) e conta a história da proliferação de um vírus respiratório. O trabalho, já vencedor do prémio Art Film Awards em 2024 na categoria de ‘Melhor Filme Animado’, é uma espécie de continuação “de um outro projeto, o PlayMutation” adiantou Pedro Loyola. “A professora responsável pelo projeto sugeriu esse tema e fazer algo na área da multimédia, no caso uma animação, e a ideia surgiu assim”, contou Pedro Loyola à Ria. Sobre a nomeação para os prémios Sophia Estudante, Pedro garantiu que o grupo está “muito feliz”. “Este é o nosso segundo festival, primeiro em Portugal, e vai ser uma emoção enorme porque vamos poder ir presencialmente”, referiu o estudante. O trabalho ‘PAIXÃO VIRAL: Até que a Imunidade nos Separe’ vai ser avaliado, juntamente com oito outros projetos, por Alice Guimarães (realizadora), Carla Andrino (atriz), Cátia Biscaia (produtora), João Gonzalez (realizador) e José Fidalgo (ator) Também Pedro Gomes, estudante do Mestrado em Engenharia e Design do Produto no DeCA, viu o cartaz de um trabalho que desenvolveu nomeado para a categoria ‘Melhor Cartaz’ dos prémios Sophia Estudante. 'Memórias em Tons de Esquecimento' é uma curta-metragem que Pedro desenvolveu de forma extracurricular e que pretende ser um retrato fiel da realidade e uma homenagem aos avós. “A minha maneira de me exprimir é esta”, referiu o estudante. ‘Memórias em Tons de Esquecimento’ brinca com a noção do tempo e conta a história de uma avó que, por doença, tem de ser ensinada pelo neto. “Vi o desenvolvimento da Alzheimer da minha avó nos últimos tempos a agravar-se cada vez mais e esse foi um dos argumentos para eu retratar tanto o meu crescimento como o desenvolvimento da interação que tenho com a minha avó desde quando era miúdo até agora”, contou Pedro. “Acho que todos nós chegamos a uma fase da vida em que sentimos que devemos fazer alguma coisa por quem ainda cá está, neste caso os meus avós são uns dos meus maiores apoios de crescimento”, referiu Pedro Gomes. Quanto à nomeação, Pedro Gomes confessa que não estava à espera da nomeação, mas ficou orgulhoso por conseguir “ter alguma coisa da minha terra e minha no Algarve e a nível nacional no que toca a prémios de estudantes acho que é muito bom”. De notar que ‘Memórias em Tons de Esquecimento’ foi premiado na edição de 2024 no evento Made In Deca (MID). O cartaz do projeto foi contributo de Maria Luís Chaves, uma colega de trabalho de Pedro Gomes. O júri que vai avaliar a categoria de ‘Melhor Cartaz’ dos prémios Sophia Estudante é composto por Antunes João (distribuidor), Bárbara Brandão (caracterizadora), José Vieira Mendes (crítico de Cinema), Julita Santos (produtora) e Paolo Marinou Blanco (realizador). Os prémios Sophia Estudante são prémios atribuídos anualmente pela Academia Portuguesa de Cinema. A iniciativa tem como principais objetivos “incentivar e premiar futuros cineastas” bem como “proporcionar aos estabelecimentos de ensino com cursos de cinema e audiovisual a oportunidade de mostrarem os trabalhos desenvolvidos em contexto escolar”, lê-se no regulamento. O ano de 2025 é ainda marcado pela comemoração do 10º aniversário da iniciativa, que soma este ano a realização de 11 edições.

Reitor da UA diz que a qualidade é a “única garantia de sobrevivência de uma instituição”
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No quarto encontro, em entrevista à Ria, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA garantiu que é “importante continuar” com este tipo de eventos e que a qualidade é a “única garantia de sobrevivência de uma instituição”. “Competimos hoje com todos no mercado internacional e a única coisa que nos pode fazer sobressair não será nunca a localização geográfica ou o tamanho, mas será sempre a qualidade. Por isso, é sempre nessa vertente que a UA deve desenvolver-se e estes encontros e reflexões são essenciais para o irmos fazendo em contínuo”, relembrou. No programa que contou, entre outros contributos, com a perspetiva dos estudantes através da presença da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), Paulo Jorge Ferreira salientou que os estudantes “são um fator essencial” e que, no fundo, “os sistemas de acreditação, de monitoria ou de gestão de qualidade destinam-se em última análise a garantir que os estudantes que são preparados por dada instituição saem bem preparados e que a instituição cumpriu o seu papel”. “(…) Incorporá-los à partida no processo de qualidade acho que é incontornável”, afirmou. A edição deste ano ficou ainda marcada pela intervenção da juíza conselheira do Tribunal de Contas, Helena Abreu Lopes que falou acerca do contributo do Tribunal de Contas na área da qualidade, em especial nos domínios da transparência e ética, cultura e organização. Recorde-se o “Encontro Qualidade_UA” é um evento interno da UA que se realizou, pela primeira vez, no dia 7 de outubro de 2021. O objetivo da iniciativa é continuar a contribuir para a promoção da cultura da qualidade da instituição, necessária à constante garantia e melhoria da qualidade dos processos desenvolvidos na UA, principalmente no âmbito das suas funções nucleares: ensino, investigação e cooperação.

UA: Espaço Campi Marmita encerrado até esta sexta-feira
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Segundo os Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA) a reabertura do espaço, na nova configuração, deverá acontecer na “próxima segunda-feira, 3 de fevereiro”. Em alternativa, os SASUA sugerem a utilização do espaço Campi Marmita do Instituto de Engenharia Electrónica e Informática de Aveiro (IEETA).

Joana Regadas: “Comprometemo-nos a trabalhar por uma AAUAv (…) de todos os estudantes”
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Joana Regadas: “Comprometemo-nos a trabalhar por uma AAUAv (…) de todos os estudantes”

Na cerimónia que decorreu no Auditório Renato Araújo da Universidade de Aveiro (UA), Joana Regadas começou por recordar, ao longo do seu discurso, a abstenção de “83%” que marcou as eleições do passado dia 17 de dezembro de 2024 para os órgãos sociais da AAUAv, salientando que “quase 15 mil estudantes deixaram que os restantes três mil escrevessem por eles as primeiras palavras da próxima história”. “A AAUAv é um projeto de 18 mil estudantes e só com a envolvência de cada um é que o projeto pode crescer, por isso comprometemo-nos a trabalhar por uma AAUAv mais próxima, sem hipérboles ou metáforas complicadas de descortinar, por uma AAUAv de todos os estudantes”, garantiu. A nova presidente da AAUAv aproveitou ainda para reafirmar perante o “auditório cheio” que o projeto que encabeça [que tem como lema “Unidos pela Voz”] “procura e pede mais” pelos estudantes, pela estrutura, pelo país, pela universidade e pelo ensino superior. “Foi construído através de muitos momentos de introspeção de uma estrutura inteira, que analisaram o passado e o presente com o intuito de marcar diferença no futuro”, recordou. Entre as metas do projeto está, segundo Joana, a AAUAv assumir-se como uma “voz ativa no Ensino Superior”. “Queremos marcar as datas importantes, esclarecer os estudantes, (…) incentivar a pluralidade de ideias e desenvolver o pensamento crítico, (…) falar sobre os direitos humanos, a igualdade de género, a juventude, as alterações climáticas, a pobreza e a saúde (…) Queremos continuar a oferecer a melhor e maior feira de emprego, (...), mas que para fazer jus aos seus próprios valores tem de ser renovada”, atentou. “A Universidade 5.0 não pode estagnar e não se pode reduzir às Feiras de Emprego (…)”, sugeriu. Também a saúde mental é outra das prioridades que a nova direção quer continuar a trabalhar. “Queremos ter uma voz ativa nas soluções para a saúde mental, não queremos mais pensos rápidos para esta grande ferida aberta, portas e janelas trancadas, barreiras físicas que impedem que o problema gritante seja visto como tal”, afirmou. Para evitar que o mesmo aconteça, Joana Regadas apelou aos Serviços de Ação Social da UA (SASUA) e à Reitoria para que haja “mais informação”. “Queremos dados, queremos saber a realidade dos estudantes da UA quando procuram ajuda, quanto tempo esperam, qual o processo de seleção, quantos cheques psicólogos foram pedidos, quantos estudantes desistiram das consultas (…), quantos estudantes procuram solução lá fora”, descodificou. A presidente da AAUAv falou ainda sobre as dificuldades de integração dos estudantes internacionais, referindo que as barreiras que lhe são impostas, atualmente, são “imensas”. Entre elas apontou a barreira linguística, a dificuldade na comunicação, a dificuldade de interação com o meio académico, a obrigação em fazerem trabalhos de grupo sozinhos ou a dificuldade em criarem relações. “(…) Não podemos continuar a fechar os olhos e queremos ser parte ativa da discussão, com os nossos núcleos e com o Conselho Consultivo para a Internacionalização”, frisou. No campo do desporto, Joana Regadas apelou que é necessário “continuar o bom caminho” e “não ter receio de almejar mais”, sugerindo uma pista de atletismo “que possa ser usada pelos estudantes” e a valorização dos estudantes que “levam o nome da UA, da AAUAv e de Aveiro mais longe”. No que toca à “Taça UA”, a nova presidente garantiu que querem continuar a “promover a maior e melhor competição informal do desporto”. “Vamos promover mais formações de arbitragem aos estudantes, assegurando que esta se mantém uma competição de estudantes, mas com a qualidade de profissionais. Queremos iniciar o processo de digitalização e centralização da Taça UA, permitindo que todos os estudantes tenham acesso à informação em tempo real sobre a competição, aumentando a garra e competitividade que existe”, disse. Relativamente à cultura, a líder da AAUAv garantiu que quer continuar juntamente com os agentes culturais da região a criar “uma agenda cultural que se complete e proporcione não só à comunidade estudantil, mas à região momentos de crescimento, havendo para isso a necessidade de renovação do conselho cultural que passará a contar (…) também com núcleos que queiram discutir a cultura nos campi e agentes culturais externos”. Joana Regadas assegurou ainda que quer “reavivar” o mote do CUA [Café da Universidade de Aveiro] trazendo “para o coração do campus de Aveiro mais momentos culturais porque por vezes um café pode ser um verdadeiro método de despertar”. Sobre a comunicação da AAUAv, Joana Regadas garantiu que os novos órgãos sociais querem estar “mais próximos dos estudantes” com uma “comunicação transparente e eficaz, readaptando o conteúdo nas redes sociais e não deixando de parte a comunicação física”. Também na Rádio Universitária de Aveiro (Ria), a nova líder da AAUAv reforçou que quer “incentivar as parcerias” com o novo órgão de comunicação social. Neste seguimento, Joana assegurou ainda que alguns projetos da antiga direção da AAUAv terão continuidade. Entre os exemplos, apontou o projeto “Tutores por Amor” ou a “Feira da Alameda”. Com uma especial incidência sobre as dificuldades do Ensino Superior, a presidente da AAUAv realçou que as mesmas são “semelhantes” às dos últimos anos. Para esta o Ensino Superior continua a promover “desigualdades”. “Não basta aumentar as vagas se depois os estudantes não conseguem arranjar alojamento, não conseguem suportar as despesas associadas à mudança de cidade, não conseguem concluir os seus estudos”, vincou. Sobre o caso da UA, Joana Regadas realçou que é com “alguma preocupação que verificamos que as 516 novas camas possam não acompanhar o ritmo de crescimento da Universidade de Aveiro, que viu o seu número de estudantes aumentar face a 2022 em quase 12%”. A presidente da AAUAv salientou que é necessário pensar também nos estudantes “que têm de encontrar uma solução fora das residências”. “Se em 2022 o preço médio de um quarto em Aveiro era de 247 euros, atualmente ronda os 340 euros, havendo opções a 500 euros. Não podemos continuar de olhos vendados para este grande entrave à construção de um Ensino Superior que paute pela equidade de oportunidades”, insistiu. Sobre esta questão, a líder da AAUAv alertou que a “pressão colocada nas imediações da universidade” se deve “em grande parte” à insuficiente rede de transportes disponível em Aveiro. “São precisos horários mais alargados que vão ao encontro dos horários das aulas e que permitam aos estudantes terem uma vida social ativa e (…) mais linhas que permitam aos estudantes uma deslocação entre os campi da UA. Queremos em conjunto promover uma mobilidade mais sustentável, porque acreditamos que representa um grande passo para a resolução de diversos problemas”, partilhou. Joana Regadas falou ainda sobre a proposta da revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) realçando que este livro “precisa urgentemente de uma conclusão para que as universidades tenham mais autonomia, para que os estudantes tenham um papel mais preponderante e para que o ensino superior possa dar resposta à realidade de 2025 e preparar-se para as próximas gerações”. O possível descongelamento das propinas anunciado por Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, mereceu ainda uma palavra de preocupação, destacando que “após quatro anos damos um passo atrás no processo de redução gradual do valor das propinas ao vermos a possibilidade de haver o descongelamento das mesmas”. “O Ensino Superior tem de ser de todos e para todos, só assim a sociedade pode crescer, evoluir e resistir às mais recentes ameaças”, relembrou a presidente da AAUAv. Sobre o papel da UA na inovação pedagógica, Joana confidenciou que um ensino do futuro “não pode continuar a usar métodos do passado” e que a formação não pode continuar a “priorizar aulas expositivas, avaliações escritas e centradas em memorização”. Também o encerramento de uma das linhas sociais na cantina do Crasto devido à atividade da UA foi alvo de críticas. “Não pode ser a solução a longo prazo, as linhas de refeição social são necessárias para dar a um preço acessível uma refeição completa”, sublinhou. Ainda no campo das melhorias, Joana apontou a degradação de alguns dos espaços da UA. “Os espaços têm de ser readaptados e renovados, porque como estava escrito no programa de ação apresentado em 2022, os espaços exteriores e interiores não devem servir apenas como espaços de estudo ou de trabalho (…)”, recordou. Relativamente à cidade e sem esquecer as próximas eleições autárquicas de 2025, Joana Regadas realçou que a AAUAv avançará com um manifesto “com propostas e visões para o futuro de Aveiro, Águeda e Oliveira de Azeméis”. “Vamos discutir e informar a comunidade académica sobre as diversas opções, porque só em discussão e no desconforto é que poderão ser desenvolvidas as melhores soluções para o futuro da universidade e das cidades que a acolhem”, frisou. Num momento final, a nova presidente agradeceu a “todas as pessoas” que se cruzaram consigo, deixando um conselho final aos novos órgãos sociais da AAUAv: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”. Recorde-se que há 19 anos que a AAUAv não era liderada por uma mulher. Rosa Nogueira foi a última mulher a liderar a AAUAv, nos mandatos de 2004 e 2005. Joana Regadas era vice-presidente adjunta do até agora presidente da direção, Wilson Carmo, sendo natural de Lousada (distrito do Porto). Após três anos consecutivos a liderar a equipa diretiva da AAUAv, Wilson Carmo fez, esta sexta-feira, o seu último discurso enquanto presidente. Começando por fazer uma análise aquele que foi o seu percurso pela AAUAv, Wilson referiu que, após três anos, “há claramente um sentimento de missão cumprida”. “Não quisemos fazer apenas o normal, quisemos destacarmo-nos, e acredito vivamente que este capítulo se encerra com uma AAUAv num dos seus auges de desporto, cultura, sociedade e política”, sublinhou. Não se cingindo só às atividades levadas a cabo pela AAUAv, Wilson destacou ainda a abertura de três novos espaços: “a loja de merchandising, o CUA e a lavandaria”. Segundo este o propósito dos seus diferentes mandatos foi “claro”: “Servir a comunidade, e em simultâneo aumentar as fontes de receita desta casa”. “Sou o primeiro a assumir que infelizmente não consegui ser o melhor gestor destes serviços, porém as pedras foram lançadas, e o potencial sei que está lá. Agora fica o desafio para o futuro (…)”, exprimiu. Para Wilson Carmo, a AAUAv está hoje “muito mais robusta”, realçando que a estrutura profissional “duplicou”, assim como o orçamento. “Tudo isto, não foi naturalmente trabalho meu, foi essencialmente trabalho de várias equipas. Fui diretamente presidente de 57 dirigentes diferentes, e trabalhei com mais de 1000 dirigentes de núcleos e centenas de colaboradores. Se hoje a casa é o que é, não é de todo graças a mim, é essencialmente resultado de tantos e tantos estudantes que decidiram abdicar da sua vida em prol de uma causa maior que nós mesmos”, considerou. Numa nota final, Wilson Carmo deixou ainda alguns agradecimentos, terminando o seu discurso como o fez há três anos: “Um viva à Associação Académica da Universidade de Aveiro. Um viva a todos os estudantes desta academia”, finalizou. Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA começou por destacar o papel da Universidade enquanto instituição de proximidade. “Diz-se que [a UA] é próxima da região, das empresas. Para mim há uma coisa mais importante (…) é próxima dos seus estudantes”, afirmou. Dirigindo-se em especial às famílias presentes na cerimónia, Paulo Jorge Ferreira relembrou que a Universidade é “muito mais do que salas de aula, cadeiras ou cursos” e que a Associação Académica é essencial para a construção da “comunidade”. “Ano após ano, eu vejo passar por aqui muitos jovens, de muitos núcleos e secções animados dessa vontade. Construir essa comunidade, tornar a UA um pouco melhor, criticá-la se for caso disso porque é assim o espírito da academia. Cresce com as críticas, não se encolhe perante elas. Peço-vos que sejam sempre assim. Independentes, irreverentes e completamente autónomos. É assim o espírito associativo”, afirmou. Paulo Jorge Ferreira relembrou ainda que o “tempo perdido na academia não é perdido”, mas sim “tempo ganho em formação”. “E a formação não é só académica é formação para a vida”, vincou. O reitor da UA terminou a sua intervenção com a seguinte questão: “Em que curso, em que cadeira, em que sala, com que mestre a Universidade de Aveiro poderia transformá-los em pessoas assim? É a Associação Académica que o faz (…) Eu vejo todos os anos a academia tornar-se mais forte”, concluiu.

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