RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Reitor da UA e AAUAv mostram-se apreensivos em relação à redução de colocados no Ensino Superior

O resultado da 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior para o ano letivo 2025/2026 foi conhecido este sábado, dia 23 de agosto. A Universidade de Aveiro (UA) seguiu a tendência nacional e viu cair a pique o número de colocados. Em conversa com a Ria, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, defende que uma maior taxa de retenção no 12º ano pode ajudar a justificar os resultados. Por outro lado, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv,) aponta como razões o aumento dos custos associados à frequência no Ensino Superior em Aveiro.

Reitor da UA e AAUAv mostram-se apreensivos em relação à redução de colocados no Ensino Superior
GP

Gonçalo Pina

25 ago 2025, 17:04

Conforme noticiado pela Ria, o número de estudantes colocados na 1.ª fase sofreu uma quebra sem precedentes: menos 6.064 alunos, o que corresponde a uma redução de 12,1% face a 2024. Na UA, a tendência foi semelhante, com uma descida significativa. Enquanto no ano passado apenas 1,2% das vagas ficaram por preencher, este ano a taxa subiu para 17,1%. Das 2.334 vagas disponíveis, 400 não foram ocupadas.

No entendimento de Paulo Jorge Ferreira a quebra deve-se a algo que “ocorreu este ano e que não ocorreu nos outros”. O também presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) defende que uma maior taxa de retenção no 12º ano pode ajudar a justificar o menor número de colocados.

Embora acredite que menos alunos tenham conseguido concluir o ensino secundário no último ano, o responsável reconhece não ter ainda uma explicação definitiva para a diminuição registada. Uma das possibilidades prende-se com a mudança nas condições de acesso ao Ensino Superior, nomeadamente com a exigência do exame nacional de português. Segundo Paulo Jorge Ferreira, a obrigatoriedade de realizar a prova pode ter gerado um “problema” e reduzido o lote de potenciais candidatos às universidades e institutos politécnicos.

O reitor afasta, contudo, a hipótese de a quebra estar relacionada com fatores demográficos, lembrando que “há 18 anos não houve uma redução de 15% nos nascimentos”. Ao mesmo tempo, considera que “15% dos jovens não se desconvenceu da importância de uma formação superior”.

Apesar de tudo, o reitor mantém alguma esperança de que haja uma recuperação na segunda fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Depois de estarem colocados todos os candidatos, Paulo Jorge Ferreira pede que se analisem os números com “frieza”.

Olhando para o caso concreto da UA, Paulo Jorge Ferreira nota que a instituição sentiu mais o impacto porque, no último ano, as vagas estavam “virtualmente quase todas preenchidas”. No país, acredita que a UA segue a tendência das regiões homólogas, onde a pressão e a procura são ligeiramente inferiores às registadas em Lisboa e no Porto.

O reitor nota também que a UA foi especialmente afetada no sentido em que, nalgumas das áreas que tem forte representação, houve uma “redução muito drástica” do número de candidatos a nível nacional.

O curso de Engenharia de Computadores e Informática é o curso da UA que mais vagas sobrantes deixa para a 2ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, ainda com 46 lugares por preencher. O curso de Biologia deixa 42 vagas e o curso de Ciências do Mar deixa 27. Alguns cursos, como Geologia ou Meteorologia, Oceanografia e Clima, só tiveram um aluno colocado.

AAUAv aponta o aumento dos custos de frequência como possível causa da quebra

Joana Regadas considera que os números merecem “muita reflexão”. Sendo a Universidade de Aveiro uma instituição que tem um “programa curricular diferenciado que capta muitos estudantes”, é preciso, no entender da dirigente associativa, perceber porque é que este ano isso não foi suficiente para cumprir os objetivos.

Os custos associados à frequência no Ensino Superior em Aveiro podem ser parte da explicação, acredita. A crença é sustentada pelas conversas que diz já ter tido esta manhã, dia 25 de agosto, com alguns pais dos novos estudantes. Joana Regadas conta que no centro das preocupações têm estado os custos do alojamento na cidade: “Muitos pais querem encontrar um quarto e as opções são de 350 euros para cima. Os 350 na sua grande maioria são quartos sem contrato e sem recibo. Acredito que isto também esteja a pesar no momento de escolher Aveiro”.

No entanto, a estudante não acredita que o aumento dos custos com o alojamento possa ser o único fator a justificar a quebra. Cautelosa, Joana Regadas defende que é preciso esperar pela segunda fase de candidaturas para poder tirar conclusões. Aí, será possível observar se os estudantes preferiram optar pelo privado ao invés do público e que tipo de mudanças existem no acesso ao ensino politécnico.

Ainda como hipótese, Joana Regadas nota que é preciso refletir sobre o possível impacto da alteração das condições de acesso ao Ensino Superior e da desinformação associada. No mesmo sentido, a dirigente acrescenta que é importante questionar se as pessoas deixaram de ver valor nas universidades.

A presidente da AAUAv não deixa de se mostrar preocupada com o que os números podem representar a longo prazo. Conforme afirma , se a tendência se mantiver no próximo dez anos, Portugal vai passar a ter um mercado de trabalho “enfraquecido”.

Com as matrículas já a decorrer, Joana Regadas alerta ainda para o perigo de haver quem se matricule, mas que depois não seja capaz de suportar a despesa que a frequência na universidade significa. A “sobrelotação” da cidade de Aveiro traz problemas acrescidos e o preço da habitação, somado aos restantes encargos financeiros associados, representa um novo orçamento para as famílias.

A mesma questão é levantada por Paulo Jorge Ferreira. O reitor da UA recorda que no último ano houve instituições que chegaram a preencher 100% das vagas e que tinham transitado para a 2ª fase do concurso em desvantagem. O problema deve-se sobretudo às dificuldades em encontrar alojamento a preços comportáveis. Não obstante, Paulo Jorge Ferreira crê que as medidas tomadas pelas instituições para aumentar a capacidade de alojamento vão mitigar o problema.

A segunda fase de candidaturas ao Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior começou hoje, dia 25, e termina no próximo dia 3 de setembro.

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As distinções foram uma surpresa para a Tuna, conta Inês Teixeira, uma das organizadoras da viagem. Em conversa com a Ria, a estudante da Universidade de Aveiro explica que a diversidade cultural que se viveu em Lima foi “tão bonita” que as aveirenses não estavam a contar ser galardoadas. Não obstante, confessa estar “muito contente” e receber o prémio de “braços abertos”. Apesar de só dez membros da Tuna terem embarcado rumo à América Latina, Inês Saraiva acredita que a atuação no festival foi muito positiva. A experiência e a troca cultural têm “enriquecido” o grupo, acrescenta a estudante, que nota poder observar o “quão diferentes e semelhantes” são as diferentes tunas femininas do mundo. O VII SANMARTINAS – Festival Internacional da Tuna Femenina de Derecho contou com a presença de sete tunas femininas a concurso, incluindo três tunas peruanas e quatro tunas internacionais (Portugal, Países Baixos, Colômbia e Chile), além de 4 tunas convidadas. A TFAAUAv destaca a particularidade de ser a tuna madrinha da tuna anfitriã, a Tuna Femenina de Derecho da Universidad de San Martín de Porres. Findo o festival, as aveirenses continuam por terras peruanas. Num registo mais descontraído e informal, Inês Saraiva afirma que o grupo tem sido muito bem recebido e diz estar a gostar muito da experiência.

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Conforme noticiado pela Ria em janeiro, a nova residência está a ser construída “no terreno junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade de Aveiro e ao Hospital Infante D. Pedro”. A operação, que está a cargo da empresa Coordenada Decisiva, Lda, “vai contar com uma área comercial com 840 m2, onde está prevista a instalação de um equipamento de restauração e bebidas, com esplanada e uma zona de espaço verde com 1.306 m2”. Recorde-se que esta operação remonta a 2023 a um terreno vendido pela CMA, por 2,5 milhões de euros, “com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma residência universitária de estudantes, dando um contributo para aumentar a oferta do mercado para habitação estudantil, numa zona de localização privilegiada”. Se em janeiro se falava na criação de 219 quartos, o jornal online Construir, num artigo publicado esta quinta-feira, não deixa claro que o número não possa aumentar para “240”. Depois de começar por falar nos 219 previamente anunciados, o jornal explica que vão ser feitos “60 quartos-suíte” por cada um dos quatro andares superiores, o que totaliza 240 quartos. Mais à frente, na nota técnica divulgada pelo jornal, o número de 240 alojamentos é reiterado. O mesmo se pode dizer em relação aos lugares de estacionamento. No corpo da notícia são repetidos os números que tinham sido divulgados em janeiro: 124 lugares em cave e 68 lugares à superfície. Por seu lado, a nota técnica, publicada no final do artigo, também dá conta de outros números. Aí consta que devem surgir “170 lugares cobertos” e “90 lugares à superfície”. Outro valor que difere é o do investimento na residência. Aquando do início da obra, a CMA falava num investimento privado de "cerca de 12 milhões de euros". Na notícia agora publicada, a Construir avança que a estrutura representa um investimento de “cerca de 15 milhões de euros”. O que ainda persiste como mistério é o valor a ser cobrado por cada quarto. Relembre-se que, quando questionado pela Ria, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, recusou a ideia de colocar uma cláusula no contrato de venda do terreno que definisse um teto máximo por quarto a ser cobrado aos estudantes. Entretanto, a Ria procurou também ouvir o responsável da empresa Coordenada Decisiva Lda., mas até ao momento não obteve qualquer resposta. Tal como noticiado anteriormente, as residências privadas em cidades como Lisboa, Porto, Braga e Covilhã são especialmente procuradas por estudantes internacionais oriundos de países onde os rendimentos familiares são, em regra, superiores aos de Portugal. Um bom exemplo disso é a “Micampus Residências”, presente em Braga, Covilhã e Porto, que, no caso de Braga, a opção mais barata de alojamento que tem disponível implica uma renda de 500/mês para os estudantes. Recorde-se ainda que, segundo os dados do Observatório do Alojamento Estudantil, consultados em janeiro pela Ria, o preço médio dos quartos em Aveiro situava-se nos 340 euros. De acordo com a Construir, dos “240” quartos previstos, “16” são dedicados a pessoas com mobilidade reduzida e vão ter uma maior área para permitir a movimentação dos residentes. Cada quarto vai estar equipado com uma “cama individual com arrumação, uma secretária, estantes de parede e também guarda-roupa embutido”. A Construir garante ainda que todas as unidades de alojamento vão ser equipadas com “instalações sanitárias modulares totalmente equipadas, que vão de encontro com o conceito de modularidade de construção e que maximizam a rapidez na montagem do edifício”. A publicação avança que o edifício vai estar dividido em cinco pisos e uma cave. No piso térreo estarão disponíveis os espaços comerciais e as zonas comuns e administrativas da residência, nomeadamente a biblioteca, as salas de estudo, o refeitório e os espaços polivalentes. Já a cave vai ser dedicada a áreas de lazer e permanência, um auditório, zonas técnicas e um estacionamento. O projeto aposta numa estrutura realizada em perfis metálicos SinProfile que, segundo diz o arquiteto em resposta enviada à Ria, se destaca pela “rapidez de construção, resistência, custo otimizado e integração em outros sistemas”. Miguel Ibraim da Rocha acrescenta que a estrutura permite ainda reduzir o impacto ambiental. À Construir, o responsável explica que a opção de expor na fachada os perfis metálicos estruturais se baseia na lógica formal das estruturas industriais. O objetivo, afirma, é “conferir ao edifício uma leitura formal de verticalidade e ritmo, reforçando a sua presença urbana e identidade visual”. A publicação avança também que a estrutura principal do edifício é composta por perfis metálicos laminados e soldados, o que permite uma construção modular, rápida e precisa, com uma grande redução de resíduos e desperdícios em obra. Por seu lado, as fachadas são resolvidas com um sistema ventilado de painéis metálicos perfurados, o que garante eficiência térmica, ventilação natural e manutenção simplificada. De acordo com o arquiteto, são painéis que oferecem uma expressão “leve e tecnológica”, o que contribui para uma linguagem arquitetónica “coerente e funcional”. Nos quartos vão ser instaladas portadas metálicas que, de acordo com o jornal, funcionam como dispositivos de sombreamento e privacidade. No exterior vai ser criada uma torre completamente transparente de acessos verticais. O objetivo é dinamizar o conjunto e conferir ao edifício uma identidade única que o torne facilmente identificável à vista.

“Aveiro é Nosso” quer juntar a comunidade aveirense e estudantil na 4ª Corrida Solidária
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Segundo a dirigente associativa a “Corrida Solidária” tem sido um dos eventos promovidos pela AAUAv que melhor tem conseguido chegar à cidade. À Ria, Joana Ferreira enaltece o papel da iniciativa na promoção da saúde e bem-estar e explica que o principal objetivo passa por “juntar” a comunidade aveirense e estudantil. Apesar de reconhecer que a corrida ainda não tem a adesão esperada por parte dos estudantes, a vice-presidente do setor “Aveiro é Nosso” espera que, este ano, se verifiquem entre 200 e 250 inscrições. De acordo com a publicação feita nas redes sociais, por cada inscrição, um euro reverterá, na quarta edição, para ajudar a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Aveiro (CERCIAv). A participação na corrida, cujo percurso tem dez quilómetros, custa dez euros, ao passo que a participação na caminhada, de cinco quilómetros, custa apenas sete euros – tendo em conta que o valor da inscrição já garante o seguro do participante e o “kit de corrida” fornecido pela AAUAv. As inscrições podem ser feitas online até ao dia 24 de setembro.

AAUAv acredita que menos pessoas procuram o ensino superior devido ao aumento dos custos associados
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A estudante considera que o aumento generalizado dos valores associados à permanência no ensino superior é o principal fator que justifica o decréscimo no número de inscrições. De acordo com Joana Regadas, o facto de os estudantes saberem “a priori” que nem todos vão ter acesso a bolsas de ação social acaba por demover muitas famílias, que sabem não ter capacidade financeira para comportar os custos da vida académica. Recorde-se que, conforme noticiado pela Ria, não havia tão poucos inscritos na primeira fase do concurso nacional de acesso desde 2018. A descida do número de inscritos não é surpresa para a presidente, que nota que o número de inscritos já tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos. Apesar dos esforços dos estudantes para trazer a problemática “para a praça pública”, Joana Regadas afirma que o trabalho feito “não tem sido suficiente”. Para além do aumento das rendas e da insuficiência na atribuição de bolsas, a representante da AAUAv acrescenta ainda que alguma desinformação na transição para o novo processo de candidaturas pode ajudar a justificar a quebra.

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A festividade arranca este sábado, 30 de agosto, pelas 20h30, com a recitação do terço e a procissão em direção à capela da Nossa Senhora da Guia. No dia seguinte, as celebrações arrancam às 11h30 com a eucaristia seguida da procissão. Da tarde de tarde, a partir das 14h00, segue-se a atuação do Rancho Folclórico de Lisboa, pelas 15h30, do Grupo de Concertinas da Gafanha da Nazaré e, pelas 16h30, do Rancho Folclórico de Gondarém. A organização está a cargo do Centro da Amizade Macieirense. Nos terrenos da Senhora da Guia existe um forno coletivo para uso dos habitantes das redondezas. De acordo com uma lenda local, no dia da festividade, o forno era aceso dois, ou três dias antes até aquecer o suficiente. No dia da festa tiravam o rescaldo e ia lá dentro um homem, com um cravo na boca, que punha o pão a cozer. Ao pão deste forno eram atribuídas faculdades de cura para algumas doenças, razão porque era religiosamente guardado pelo ano fora e dado aos doentes.

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Os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar sob aviso amarelo entre as 06:00 de terça-feira e as 00:00 de quarta-feira devido à agitação marítima, prevendo-se ondas de noroeste até quatro metros. O aviso amarelo, o menos grave, é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica. Em comunicado, o IPMA explicou que estão previstas ondas com altura significativa até quatro metros na costa ocidental na terça-feira, e que poderão atingir altura máxima até sete metros. “Salienta-se os valores muito elevados do período de pico, esperados, entre 15 a 20 segundos, o que se traduzirá em ondas muito energéticas e com volume de água elevado, aumentando significativamente o risco de fortes correntes de retorno junto à costa”, indica o IPMA. Segundo o Instituto, no período de maré cheia durante a tarde, conjugado com uma amplitude de maré previsivelmente elevada, várias praias poderão ficar sem areal disponível. “Derivado à ondulação ter uma direção de noroeste, a costa sul do Algarve não ficará tão exposta a esta situação, prevendo-se ondas de sudoeste até um metro”, segundo o IPMA. A ondulação manter-se-á forte na costa ocidental ao longo da semana, com alturas significativas entre dois a três metros.“Esta situação, não sendo inédita, é pouco frequente nos meses de julho e agosto, pelo que se recomenda o acompanhamento dos avisos e o cumprimento das recomendações sugeridas pelas autoridades competentes”, refere ainda o Instituto, salientando que a situação resulta do posicionamento do ciclone pós-tropical ERIN.

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À agência Lusa, o CIS salienta que a produção ilegal de conteúdo sexual de menores com IA provém de "pares ou colegas de escola, e são partilhadas através de grupos de WhatsApp e por vezes publicadas em ‘stories’ do Instagram”. O CIS refere que este tipo de conteúdo tem sido amplificado pela IA que possibilita criar, rapidamente, ‘sites’ inteiros com diferentes tipos de conteúdo. “Atualmente, qualquer imagem ou vídeo pode ser gerado de forma rápida, gratuita e acessível a qualquer pessoa, e em qualquer lugar. Estes conteúdos podem, ou não, ser realistas, e podem, ou não, incluir áudio”, menciona o centro. Recentemente, um relatório da Internet Watch Foudation (IWF) revelou que o abuso sexual infantil gerado com IA aumentou 400% no primeiro semestre do ano, tendo sido detetadas 210 páginas ‘online’ com este tipo de conteúdo. Neste sentido, o CIS afirma que “não existe, pelo menos para o grande público, uma tecnologia capaz de identificar, de forma eficaz, se um conteúdo foi gerado artificialmente no momento. Tal como aconteceu com outras tecnologias ao longo da história, ferramentas criadas com determinados fins, são rapidamente usadas para fins maliciosos, tais como gerar imagens difamatórias ou íntimas”. O CIS explica que a partir do momento em que imagens de jovens estão disponíveis ‘online’, qualquer pessoa pode utilizá-las para gerar material sexual artificial, manipulando digitalmente a imagem, “tornando-se mais fácil criar identidades falsas para abordar crianças e jovens, facilitando processos de aliciamento ou obtenção de conteúdo sexual ilegal”. Além disso, “já existem inúmeras plataformas cujo único objetivo é criar imagens íntimas de mulheres, uma realidade que rapidamente se estendeu ao conteúdo sexual de menores”. Na semana passada, o Facebook encerrou um grupo italiano com quase 32.000 utilizadores no qual eram partilhadas e comentadas fotos de mulheres em momentos de intimidade, presumivelmente sem a sua permissão, após várias denúncias recebidas.  Nesta matéria, os perigos passam pela exposição de menores, manipulação de imagens, risco de aliciamento, chantagem e danos psicológicos, bem como a circulação rápida e difícil de controlar dos vários tipos de conteúdos. As denúncias que chegam ao CIS têm origem na Linha Internet Segura (LIS), operacionalizada pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que “integra um serviço de denúncia de conteúdos ilegais ‘online’”. O CIS é coordenado pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e resulta de um Consórcio que envolve a DGE - Direção-Geral da Educação, o IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a APAV e a Microsoft Portugal.

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O candidato bloquista recordou na sua publicação que o Município de Aveiro tem no seu Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (2018-2027) um vasto conjunto de medidas concretas, num valor total de investimento estimado em “quase dois milhões de euros”. Nos exemplos práticos, João Moniz refere: a abertura de faixas de gestão de combustível, a manutenção da rede viária florestal, pontos de água, campanhas de sensibilização, ações de fiscalização, e ações de recuperação e reabilitação de ecossistemas. Na sequência questiona: “Quantas destas medidas foram realmente aplicadas e com que resultados concretos? É tempo de a autarquia prestar contas e mostrar se está, de facto, a cumprir aquilo a que se comprometeu”. João Moniz acrescenta ainda que “em Aveiro, a liderança da Câmara Municipal, pela voz de Ribau Esteves, tem-se colocado ao lado do populismo penal que olha para o aumento das sanções penais como solução para todos os males”. “E no passado colocou-se também ao lado da indústria da celulose, pressionando para manter a liberalização da plantação de eucalipto”, continuou. “Essa submissão a interesses particulares contra o interesse geral traduz-se em mais vulnerabilidade e menos proteção paraoterritório”, completou o candidato. Com um olhar sobre a realidade a nível nacional, João Moniz afirmou ainda que “os incêndios florestais não têm que ser uma fatalidade em Portugal”. Segundo este os mesmos resultam de “más escolhas políticas, como o (des)ordenamento do território florestal e a aposta na expansão desregulada do eucalipto: uma monocultura que aumenta o risco de fogo, destrói ecossistemas, empobrece os solos e põe em causa a biodiversidade”. O candidato sublinha que o BE sempre defendeu outra visão com uma “floresta diversa, sustentável e ordenada, com espécies autóctones, capaz de proteger solos e ecossistemas e de prevenir a propagação de incêndios”. “Em vez da monocultura do eucalipto, um mosaico de espécies e paisagens”, sugere. No texto, João Moniz realça também que o combate aos incêndios começa “antes do verão”. “Exige planeamento, investimento público e responsabilização política”, refere. Para tal, é “preciso articular prevenção estrutural, ordenamento florestal, apoio às comunidades rurais e reforço da proteção civil e dos bombeiros, bem como uma profunda reorganização administrativa nas estruturas que empenham este importante combate”, completa João Moniz.