ENDA: AAUAv aprova moção com propostas para redução do abandono escolar no Ensino Superior
O Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) que decorreu, no passado fim de semana, 8 e 9 de março, na Covilhã, ficou marcado pela aprovação de uma moção com medidas para a redução abandono escolar no Ensino Superior, proposta pela direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv).
Redação
Com o título “Frequentar o Ensino Superior: um caminho que não pode ficar perdido a meio”, a AAUAv propõe nessa moção a recomendação de “quatro etapas de ação” para reduzir o número de estudantes que, atualmente, abandonam o Ensino Superior.
A primeira passa pela “fase antes da entrada para o Ensino Superior”, através da promoção de projetos pilotos no Ensino Secundário que “promovam um processo de transição adequado para o Ensino Superior, aproximando metodologias de avaliação e ensino e calendários escolares”. A AAUAv sugere ainda o aumento do número de psicólogos “para o acompanhamento vocacional durante o Ensino Secundário” e a aproximação do contacto dos estudantes do Ensino Secundário com os estudantes do Ensino Superior, “promovendo mais iniciativas conjuntas e de deslocação às Instituições de Ensino Superior (IES) nas áreas envolventes”.
Numa segunda fase, já no Ensino Superior, a AAUAv recomenda a criação de um estatuto do estudante, “assegurando direitos e deveres iguais para todos os estudantes a nível nacional, tal como existe na educação obrigatória, assegurando por exemplo a conciliação entre estudo e trabalho”; a revisão do estatuto trabalhador-estudante, “permitindo que cada estudante, independentemente da situação socioeconómica, possa frequentar o Ensino Superior com sucesso ao mesmo tempo que exerce uma função laboral”; a promoção de programas de mentoria “que acompanhem todo o percurso académico e não se cinja ao primeiro ano de frequência do curso”; a redução da exaustão académica “através da implementação de medidas que garantam um equilíbrio entre os desafios enfrentados pelos estudantes com dependentes e a necessidade de atingir os objetivos de aprendizagem”; o incentivo de programas de práticas de inovação pedagógica “para que os programas curriculares continuem adaptados às necessidades dos estudantes e do mercado de trabalho emergente” e a identificação de medidas de detecção precoce de indícios de abandono escolar, “tais como pagamento de propinas em atraso, ausência nos momentos de avaliação, monitorização de carga de trabalho ao longo do semestre”.
Num terceiro momento, e numa fase após a frequência do Ensino Superior, a Associação Académica propõe também a valorização dos estudantes recém-licenciados “através de programas que promovam a contratação dos mesmos” e a realização de estudos anuais “que permitam auferir a satisfação dos estudantes com os programas curriculares, o acompanhamento ao longo do percurso académico, a preparação para o mercado de trabalho e as taxas de empregabilidade na área de estudo”.
Por último, e numa perspetiva geral, são ainda aconselhados o alargamento do “Programa de Promoção de Sucesso e Redução de Abandono no Ensino Superior a todas as IES” e a realização de um relatório anual e estudos regulares “sobre a eficácia do Programa de Promoção de Sucesso e Redução de Abandono no Ensino Superior e sobre o abandono e insucesso escolar”.
Na moção, a AAUAv sustenta e relembra que as taxas de abandono escolar “são preocupantes em toda a Europa, apresentando cenários desencorajadores”. “Cerca de 20% dos estudantes que ingressam no Ensino Superior abandonam os seus estudos ainda no primeiro ano. O Ensino Superior em Portugal não se encontra à margem da realidade europeia, e o último estudo conduzido pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, DGEC, em 2018, revelava que quase 30 % dos estudantes portugueses de licenciatura interrompem os seus estudos, sendo que no primeiro ano de licenciatura, no ano letivo 2022/2023, este valor encontra-se nos 11,10%, o valor mais alto nos últimos 8 anos. Os valores apresentados nos alunos de cursos técnico superiores profissionais, CTeSP, é ainda mais alarmante, chegando aos 26,90% no mesmo ano letivo”, lê-se.
Sobre os motivos que levam ao abandono, a Associação descreve que são “inúmeros”. “Veja-se por exemplo as conclusões retiradas em 2013 pelo grupo de trabalho do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) que elencava que os motivos de abandono escolar têm vários fatores na sua génese: questões de ordem vocacional, dificuldades em corresponder ao grau de exigência da formação superior, dificuldades de gestão de tempo/carga horária, desmotivação por expectativas geradas, défice na formação base, perceção na dificuldade de empregabilidade, má integração do estudante na instituição e as carências económicas”, aponta. Com base no estudo apresentado em 2024 pela Fundação La Caixa, a AAUAv recorda ainda que há uma “maior propensão de abandono por parte de estudantes do género masculino, frequentadores de licenciatura e deslocados”.
“Apesar do cenário desmotivante, é de reconhecer o esforço feito com o Programa de Promoção de Sucesso e Redução de Abandono no Ensino Superior. O programa, no entanto, fica aquém das expectativas por não conseguir ser implementado em todas as IES, garantindo que todos os estudantes têm o acompanhamento necessário para diminuir a taxa de propensão de abandono escolar”, finaliza a moção.
O documento da AAUAv teve como destinatários o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), o Ministério da Juventude e Modernização (MJM), a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), o CRUP, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Conselho Nacional para a Inovação Pedagógica no Ensino Superior (CNIPES) e os Grupos Parlamentares.
O ENDA que decorreu, no passado fim de semana, contou com a presença, além das diferentes Associações Académicas, de Ana Abrunhosa, deputada e ex-ministra da Coesão Territorial, de Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã e de Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão.
No caso da AAUAv recorde-se que esta foi a primeira vez que Joana Regadas participou no encontro enquanto presidente da direção.
A ação social e o abandono escolar, a empregabilidade e a coesão territorial foram alguns dos temas em discussão neste encontro.
Recomendações
Estudantes levam a responsabilidade de representar a UA no Programa Iberorquestras Juvenis
Fabiana Silva Vaz, viola d’arco, e Gonçalo Dias Pires, clarinete, foram os estudantes da UA escolhidos entre todos os candidatos nacionais. O Programa Iberorquestras Juvenis decorre em Espanha e reúne 88 jovens instrumentistas de diferentes países, proporcionando uma experiência intensiva de ensaios e masterclasses dirigidos por professores e maestros de reconhecimento internacional. Citados numa nota de imprensa enviada à Ria, Gonçalo exprimiu que esta seleção representa “um enorme motivo de confiança, sobretudo por ter sido feita por um júri estrangeiro, o que me faz acreditar que o meu trabalho no clarinete tem potencial para ser valorizado fora de Portugal”. “Será uma oportunidade única de tocar uma das minhas sinfonias preferidas, composta por um dos meus compositores favoritos. Além disso, será extremamente enriquecedor partilhar o palco com músicos de diferentes nacionalidades e realidades musicais, e acima de tudo, talentosos e competentes. Estou igualmente entusiasmado por poder trabalhar sob a orientação de professores e solistas de orquestras profissionais de grande prestígio”, referiu. Também Fabiana Vaz destacou a relevância da experiência: “Trabalhar com maestros de renome internacional e partilhar palco com jovens músicos de diferentes países será, sem dúvida, uma experiência única e enriquecedora, tanto a nível artístico como pessoa”. “Estou convicta de que esta oportunidade terá um grande impacto no meu percurso, permitindo-me crescer, descobrir novas perspetivas e levar esse conhecimento também para a minha prática enquanto musicista e professora”, continuou. Ambos os estudantes sublinharam ainda o privilégio de representar Portugal e a UA num contexto internacional. “Levo comigo a responsabilidade de corresponder à confiança que me foi depositada e o compromisso de contribuir ativamente para este encontro que promove a união musical para além das fronteiras”, afirmou Fabiana. “Sinto uma grande responsabilidade em representar Portugal e a UA, especialmente num momento em que as expectativas para os clarinetistas portugueses estão mais elevadas do que nunca”, completou Gonçalo. O repertório a interpretar inclui obras de Liszt, Josep Planells e a Quinta Sinfonia de Dmitri Chostakovich. Após o Encontro, integrarão a digressão da Jovem Orquestra Nacional de Espanha (JONDE) em janeiro de 2026, com concertos no Auditório de Saragoça, no Palau de la Música em Valência e no Auditório Nacional de Música em Madrid. Gonçalo Dias Pires frequenta o Mestrado em Ensino de Música (clarinete) na UA, na classe dos professores Luís Carvalho, Sérgio Neves e Horácio Ferreira. É membro efetivo da Banda Sinfónica Transmontana e tem colaborado com a Banda Sinfónica Portuguesa e a Orquestra Filarmonia das Beiras. Já participou em masterclasses com reconhecidos clarinetistas nacionais e internacionais e trabalhou sob a direção de vários maestros. Em 2024, conquistou o 2.º prémio no Concurso Nacional de Clarinete da Fundação Lions e o 3.º prémio no Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas da APC. (Associação Portuguesa do Clarinete). Fabiana Silva Vaz, natural de Valença do Minho, iniciou os estudos na Academia de Música da Fortaleza de Valença e prosseguiu a Licenciatura em Música na UA, onde concluiu a especialização em viola d’arco com o professor António Pereira. Atualmente frequenta o Mestrado em Ensino da Música na mesma instituição. Teve contacto com músicos de referência como Miguel da Silva, William Coleman e Sào Soulez Larivière, e trabalhou com maestros como Johannes Schlaefli, Nuno Coelho e Jan Wierzba. Desde 2022, toca numa viola de François Denis. Em 2024, conquistou o 2.º prémio no 13.º Concurso de Corda “Cidade de Vigo”.
UA dá “passo muito importante” com Teatro Anatómico e reforça prática dos estudantes de Medicina
Em declarações à Ria, António Amaro, diretor do Teatro Anatómico, sublinhou a importância deste avanço para a instituição na formação dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina. “É um passo muito importante porque a UA necessitava de ter um local onde pudesse fazer a disseção cadavérica”, exprimiu. “Uma coisa é dar anatomia sem ter acesso aos cadáveres, outra coisa é ter acesso aos cadáveres. (…) Os alunos de Medicina têm necessidade de ter contacto com os órgãos reais e não apenas com os órgãos poliméricos, (…) feitos em plástico”, continuou. O diretor do Teatro sublinhou ainda que o espaço terá também impacto na formação contínua de profissionais de saúde. “Este teatro anatómico poderá ser utilizado para cursos fora da Universidade, nomeadamente em áreas como a cirurgia. Os cirurgiões precisam de locais onde possam treinar determinado tipo de técnicas cirúrgicas. E, por isso, o teatro anatómico está aberto a essas colaborações futuras”, avançou. Recorde-se ainda que, em entrevista à Ria, Firmino Machado, diretor do curso de medicina na UA, já tinha avançado que o Teatro Anatómico iria beneficiar outros cursos, como é o caso da Engenharia Biomédica ou das Ciências Biomédicas. Durante a sessão de inauguração foi ainda apresentado o Programa de Doação do Corpo à Ciência, tendo-se seguido uma visita às instalações do Teatro Anatómico. O momento contou com a presença de Ana Povo, secretária de Estado da Saúde, Artur Silva, presidente do Centro Académico Clínico EMHA e vice-reitor da UA, Francisco Amado, diretor de Ciências Médicas da UA e Rui Costa, diretor da Escola Superior de Saúde da UA.
UA inaugura novo teatro anatómico e lança programa de doação de corpos à ciência esta quarta-feira
De acordo com uma nota de imprensa da UA enviada às redações, o teatro anatómico é considerado “fundamental” para a formação dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina da UA. A nota salienta ainda que a observação e intervenção em corpos é essencial para o estudo e avanço da ciência médica. O processo de doação está enquadrado pela legislação nacional e deve ser feito em vida, embora ainda exista necessidade de maior divulgação e esclarecimento sobre esta prática, considerada simples, mas essencial para a “qualidade do ensino e da investigação”. Neste contexto, a UA lançou a campanha de sensibilização “Doar para Ensinar a Salvar”, em colaboração com as Unidades Locais de Saúde do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Alliance (EMHA). Durante a sessão de inauguração, que terá início pelas 14h30, será apresentado o Programa de Doação do Corpo à Ciência, seguido de uma visita às instalações do Teatro Anatómico. O momento contará com a presença de Ana Povo, Artur Silva, presidente do Centro Académico Clínico EMHA e vice-reitor da UA, Francisco Amado, diretor de Ciências Médicas da UA e Rui Costa, diretor da Escola Superior de Saúde da UA.
Estudo da Universidade de Aveiro defende reforço da legislação farmacêutica
O trabalho, desenvolvido pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, no âmbito do Projeto ETERNAL, foca-se no reforço da legislação europeia, “promovendo práticas mais sustentáveis e seguras para o ambiente”. Desenvolvido em colaboração com o UK Centre for Ecology & Hydrology (Centro para a Ecologia e Hidrologia do Reino Unido), o estudo analisa a estratégia e as propostas legislativas da União Europeia relativas a produtos farmacêuticos, face “aos riscos potenciais para os ecossistemas e para a saúde humana”. A análise identifica áreas fundamentais onde persistem necessidades de melhoria, nomeadamente a avaliação de misturas de fármacos em vez de substâncias individuais. São também defendidas “abordagens mais abrangentes para testar e prever efeitos ecológicos, consideração da variabilidade ambiental, e medidas mais rigorosas para reduzir as emissões de fármacos para o ambiente”. “O estudo sublinha a necessidade de uma legislação adaptativa, que evolua em consonância com os avanços científicos, garantindo uma proteção mais robusta da biodiversidade e da saúde pública”, refere o texto sobre o trabalho, publicado na página oficial da UA. A contribuição da Universidade de Aveiro foi descrita num artigo científico publicado na revista Environmental Sciences Europe, disponível para consulta online, em co-autoria de Susana Loureiro, Maria Pavlaki, Patrícia Veríssimo Silva e Madalena Vieira, investigadoras do CESAM, no quadro do projeto Horizon Europe ETERNAL. Com base em conhecimento especializado em modelação de alterações ambientais, sistemas marinhos e terrestres e abordagens One Health (Uma Só Saúde), os autores revisitaram documentos legislativos chave, literatura científica e contributos de várias partes interessadas recolhidos em consultas públicas realizadas entre 2021 e 2023. Os investigadores esperam que as suas conclusões “apoiem o diálogo entre decisores políticos, comunidade científica e setor industrial, promovendo uma regulamentação farmacêutica mais sustentável na Europa”.
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Autárquicas: Frente-a-frente desta quinta-feira junta PS e CH na Ria
A sessão desta quinta-feira contará com a presença dos dois candidatos à Câmara Municipal de Aveiro: Alberto Souto de Miranda pelo PS e Diogo Soares Machado pelo CH. Alberto Souto de Miranda tem 67 anos, é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e pós-graduado e mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Clássica de Lisboa. Foi presidente do Município de Aveiro entre 1998 e 2005 e Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações no XXI e no XXII Governos constitucionais. No currículo profissional constam ainda empresas como a Caixa Geral de Depósitos, a Autoridade Nacional das Comunicações, o Tribunal de Justiça da União Europeia e o Banco Europeu de Investimento. Diogo Soares Machado, tem 56 anos, é empresário e já foi vice-presidente da concelhia do CDS-PP, cargo do qual se demitiu em junho de 2013. Entre 1994 e 2001, exerceu dois mandatos como deputado do CDS-PP na Assembleia Municipal de Aveiro. Foi ainda diretor-geral da empresa municipal Aveiro Expo e, desde 2024, é presidente da secção local do Chega. O frente-a-frente de hoje [entre o PS e o CH] terá início pelas 20h30 e poderá ser acompanhado pelo Facebook e pelo Youtube da Ria. Os debates irão abordar questões sobre a atualidade da campanha, perguntas temáticas em áreas como habitação, urbanismo, mobilidade, transportes, turismo, educação, economia, empresas, inovação, ambiente, espaço público, saúde, ação social, educação, desporto e cultura, bem como questões sobre governabilidade na Câmara e na Assembleia Municipal. Todos os tempos serão cronometrados e iguais para cada candidatura, garantindo equilíbrio no confronto de ideias. Tal como noticiado pela Ria, durante quatro semanas, os candidatos às eleições autárquicas em Aveiro vão confrontar-se em duelos diretos, com 45 minutos de duração, e em debates alargados, com 90 minutos. Dos debates frente-a-frente, dos partidos com assento na AM, apenas Luís Souto de Miranda, candidato da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM), não estará presente. Serão ainda realizados dois debates alargados: um no dia 29 de setembro, pelas 20h30, com todos os partidos com assento na AM (‘Aliança com Aveiro’, Partido Socialista, PAN, Bloco de Esquerda, Chega e CDU), e outro no dia seguinte, à mesma hora, com todos os partidos sem assento na AM (Iniciativa Liberal, Livre e Nós, Cidadãos!).
Jornadas Europeias do Património trazem até Aveiro visitas guiadas e concertos gratuitos
"Durante três dias, a cidade irá oferecer um conjunto diversificado de visitas guiadas e concertos gratuitos, destacando a riqueza e a pluralidade do património arquitetónico aveirense – da arquitetura institucional e militar à industrial, civil e religiosa", refere uma nota camarária. Segundo o programa disponível no site da autarquia, no que toca às visitas guiadas, o primeiro dia será destinado à arquitetura institucional (nos Paços do Concelho e no Edifício da Antiga Capitania do Porto de Aveiro), pelas 18h00. No dia seguinte, o destaque será para a arquitetura militar (Quartel de Sá), pelas 15h00, e para a arquitetura industrial (Centro de Congressos de Aveiro e Memorial à Indústria de Cerâmica), pelas 16h00. No domingo, 21 de setembro, pelas 10h00, será destacada a arquitetura civil (roteiro arte nova) e pelas 15h00 a arquitetura religiosa (Convento de Nossa Senhora do Carmo e Igreja das Barrocas). No programa de concertos, o primeiro espetáculo acontece no sábado, 20 de setembro, no Mercado do Peixe, com “NoMad Duo” (Ricardo Antão e Jonathan Silva). Ainda no mesmo dia, pelas 21h30, no Pátio do Museu Arte Nova acontecerá “O Murmúrio das Estrelas” com João Fernandes e Raquel Resende. No último dia, pelas 16h30, na Praça da República será a vez da “Espiral: Elas voam, elas dançam” de Âne Cimenti, Eliana Silva e Sara Vidal. Todas as atividades são de acesso gratuito. As Jornadas Europeias do Património são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, celebrada em mais de 50 países, com o objetivo de sensibilizar para a importância da preservação do património cultural. Em Aveiro, a edição de 2025 coloca em evidência a forma como a arquitetura traduz a identidade da cidade, estabelecendo uma ponte entre passado e futuro, tradição e inovação.
Cine-Teatro de Estarreja com música, teatro e dança até dezembro
A Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, que celebra 18 anos de carreira, abre a temporada, atuando no palco do Cine-Teatro, no sábado. Ainda em setembro, no dia 27, atuam os "Amigos da Treta", com José Pedro Gomes e Aldo Lima, numa sequência do mundo das “Conversas da Treta”. Outubro é dedicado ao jazz com o festival Estarrejazz, que começa dia 08 com Mário Barreiros e a que se seguem Tomás Marques, no dia 09, a Glenn Miller Orchestra no dia 10 e a Orquestra das Beiras, no dia 11. Nesse mesmo mês, Estarreja recebe ainda teatro, com uma peça gratuita que sai fora de portas no dia 25, para ser apresentada na Praça Francisco Barbosa, enquanto no dia seguinte o palco volta a ser o do Cine-Teatro para o espetáculo "O Melhor Primeiro Concerto Para Bebés". No dia 31 de outubro, o Cine-Teatro recebe ainda o humorista Guilherme Duarte. Diogo Zambujo apresenta-se no primeiro dia de novembro, enquanto a Companhia da Esquina encena a peça "A Pérola" dia 15, terminando a programação de novembro com um concerto de A Garota Não, no dia 21. Em dezembro, no dia 06, a Companhia Jovem de Dança do Porto apresenta "O Quebra Nozes", e o tradicional Concerto de Natal, com a Orquestra das Beiras fecha a agenda no dia 21. O cinema tem programação regular com sessões de filmes europeus, de autor, infantis e estreias.
BE propõe Parque Natural da Ria de Aveiro como alternativa à cogestão criticada por Luís Souto
Na passada segunda-feira, 15 de setembro, a candidatura de Luís Souto de Miranda iniciou os “Encontros com Aveiro”. A primeira sessão contou com a participação da ministra do Ambiente e da Energia. Durante a iniciativa, o candidato afirmou não acreditar na cogestão, considerando que este modelo resulta num “empurra responsabilidades” e defendendo maior confiança nas autarquias para gerir áreas protegidas. Em resposta, João Moniz começou por criticar a iniciativa e as declarações do candidato da ‘Aliança’. “O candidato Luís Souto Miranda convidou a ministra (…) para um evento partidário da sua campanha autárquica. Não obstante o potencial de usurpação de funções, o que foi dito pelo candidato do PSD/CDS mostra bem que a sua palavra tem pouco valor”, atirou. O bloquista questionou ainda o papel de Luís Souto de Miranda enquanto atual presidente da Assembleia Municipal: “Onde esteve Luís Souto Miranda quando este modelo, que agora critica, foi discutido e aprovado no órgão que anda a presidir durante estes últimos oito anos?”. No seguimento, João Moniz atentou que “deixar a conservação da natureza apenas para as autarquias, sem garantias financeiras, será a desculpa perfeita para o desinvestimento, para o esbulho dos valores naturais, e para a futura entrega da gestão a privados”. O candidato do BE acusou ainda o candidato da ‘Aliança’ de ignorar a verdadeira missão da Reserva Natural de São Jacinto: “proteger ecossistemas únicos”. O partido sugere que o verdadeiro problema da cogestão “não é um suposto passa-culpas”, defendendo um modelo que “reduz a gestão a indicadores turísticos, ignorando critérios de conservação ambiental”. “A Reserva não pode ser tratada como um produto turístico. Deve ser gerida para proteger a biodiversidade e o património natural”, afirmou. Por fim, João Moniz afirmou que o BE defende um “modelo de gestão do Baixo Vouga diferente, baseado em critérios de conservação e de valorização dos ecossistemas, que articule ciência, comunidades locais e autarquias”. “É por isso que queremos avançar com a criação do Parque Natural da Ria de Aveiro, capaz de assegurar uma visão integrada de todo o território lagunar e dos habitats que o compõem, em vez de fragmentar responsabilidades e reduzir a gestão a meros indicadores turísticos”, sublinhou, realçando ainda que “só assim será possível proteger de forma eficaz a biodiversidade e garantir o futuro sustentável da região”.