Exposição ‘O corpo no desenho das identidades’ inaugura na UA e na Casa Dr. Lourenço Peixinho
Integrado no ciclo “O Desenho como Pensamento”, a Universidade de Aveiro (UA) vai inaugurar esta quarta-feira, 17 de setembro, pelas 16h00, no átrio da Reitoria, e pelas 17h30, na Casa Dr. Lourenço Peixinho, localizada no centro histórico, a exposição coletiva “O corpo no desenho das identidades: reflexões a partir da coleção Figueiredo Ribeiro”.
Redação
Com curadoria de Helena Mendes Pereira, a obra estará patente até 31 de outubro em diferentes espaços da UA - edifício Central e da Reitoria e sala Hélène de Beauvoir na Biblioteca - e na cidade. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a exposição contará com um programa paralelo de performance e pensamento que pretende mobilizar e envolver a comunidade académica, amplificando o debate público e combatendo a desinformação. “Essas iniciativas decorrem a 22 de outubro”, realça.
A Coleção Figueiredo Ribeiro, em fruição pública em Abrantes, no Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA), é uma coleção privada com mais de três milhares de peças, representativa da criação plástica contemporânea das últimas décadas. Apresenta artistas, sobretudo nacionais, de diferentes gerações, havendo uma especial atenção à cena emergente e uma concentração de grandes núcleos de obras de artistas consagrados, núcleos esses representativos dos seus percursos.
Nesta exposição serão 21 os artistas representados, nomeadamente, Ana Jotta; André Tecedeiro; Cecília Costa; Constança Clara; Fernão Cruz; Isadora Neves Marques; João Jacinto; João Noutel; João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira; Luísa Cunha; Maria José Cavaco; Pedro Batista; Pedro Henriques; Pedro Paixão; Pedro Pires; Pedro Tudela; Pedro Valdez Cardoso; Sara Bichão; Sara Maia e Tiago Rocha Costa.
Citada na nota, Helena Mendes Pereira explica que, neste contexto, a escolha destas obras e artistas “procurou combinar uma metaleitura da abordagem conceptual dos artistas com os espaços que a Universidade de Aveiro colocou à disposição do projeto, valorizar a diversidade de gerações, orientações e géneros, de disciplinas e a possibilidade do estabelecimento de narrativas semióticas entre objetos”. A artista desconstrói ainda que esta exposição pretende fazer refletir sobre “o que é um/o corpo e o que este significa no desenho das identidades”.
“Simultaneamente, propomos uma viagem de descoberta pelos lugares do campus da Universidade e do centro de Aveiro e – porque não – uma visão da História da Arte Contemporânea portuguesa das últimas décadas, através de uma seleção notável de artistas”, conclui Helena Mendes Pereira.
A inauguração acontece esta quarta-feira, 17 de setembro, pelas 16h00, na UA, e pelas 17h30, na Casa Dr. Lourenço Peixinho. A mostra poderá ser, posteriormente, visitada de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00, no átrio do edifício central e da reitoria e na sala Hélène Beauvoir da biblioteca da UA. De terça a sábado, das 15h00 às 18h00, estará também disponível na Casa Dr. Lourenço Peixinho.
Esta exposição integra-se no ciclo de exposições e conversas “O Desenho como Pensamento”, dirigido artisticamente por Alexandre Batista. Esta mostra é assumida integralmente pela UA, bem como a exposição de Martim Brion que está patente, também neste período, na Casa-projeto instalada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, com o apoio da empresa Perícia. O Ciclo, que é promovido, em coprodução com o município de Águeda, tem nesta 3ª edição a parceria dos municípios de Ílhavo e de Albergaria-a-Velha.
Helena Mendes Pereira desenvolve atividade profissional como gestora cultural, curadora, professora e investigadora em práticas e políticas culturais e artísticas contemporâneas. É, desde janeiro de 2017, diretora-geral e curadora da zet gallery, Braga, vinculada ao dstgroup. A curadora iniciou a sua atividade profissional em 2007 na Bienal Internacional de Arte de Cerveira, entidade onde exerce atividade como curadora independente, tendo sido a primeira Diretora Artística mulher, em 2022, da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Coordenou o serviço educativo do World of Discoveries (2013-2016).
Fernando Figueiredo Ribeiro foi criando a Coleção Figueiredo Ribeiro ao longo dos últimos 30 anos. Embora com obras de períodos anteriores, trata-se de uma coleção de arte contemporânea portuguesa dos anos 70 até à contemporaneidade. Desde 2017, tem um acordo de comodato com o município de Abrantes.
Recomendações
GrETUA reabre com o espetáculo “I’m Still Excited” de Mário Coelho na próxima terça-feira
O espetáculo assinala a reabertura do GrETUA, após a pausa do verão, e integra o mês de integração da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, “I’m Still Excited” explora o fim de uma relação entre duas pessoas, inseridas num cenário de festa, que funciona também como um ensaio de teatro. A peça conta com as interpretações de Mário Coelho, Anabela Ribeiro, Rita Rocha Silva e Pedro Baptista. Os bilhetes para o espetáculo estão disponíveis aqui e têm o custo de seis euros para estudante e de oito euros para não estudante. Paralelamente, o GrETUA inaugura este trimestre a nova rubrica itinerante de leitura coletiva de textos de teatro: “Boca a Boca”. A iniciativa leva textos teatrais a diferentes espaços da cidade. A atividade conta com o apoio da Câmara de Aveiro. A primeira sessão realiza-se já esta segunda-feira, 15 de setembro, pelas 21h00, na Biblioteca da Universidade de Aveiro, e terá como convidado Mário Coelho, que apresentará o texto de sua autoria “Quando eu morrer vou fazer filmes no inferno”. A entrada é gratuita.
Curso de Medicina da UA só poderá aumentar vagas após acreditação definitiva
A confirmação foi dada na passada segunda-feira, dia 8, durante a sessão de boas-vindas aos novos estudantes. Na cerimónia, estiveram presentes o vice-reitor da UA, Firmino Machado, diretor do curso, mas também os presidentes do Conselho de Administração das Unidades Locais de Saúde (ULS) Região de Aveiro, Gaia/Espinho, Entre Douro e Vouga e Matosinhos, bem como a diretora clínica da área hospitalar da ULS Baixo Mondego e o diretor do Departamento de Ciências Médicas (DCM) da UA. Aos novos estudantes, os oradores deram conta de um curso onde todos os agentes funcionam como “colegas de equipa”. Segundo Francisco Amado, diretor do DCM, a proximidade é clara quando olhamos para o quadro de docentes, uma vez que são mais de 90 os professores que também são médicos nas ULS. Do lado dos estudantes, que tiveram a oportunidade de se apresentar, só aqueles que habitam na região de Aveiro é que colocaram a UA como primeira opção. É o caso de Tiago Silva, de Vale de Cambra, que, em conversa com a Ria, diz que não foi só a proximidade que pesou no momento de decidir que instituição escolher. Indeciso entre Aveiro e Porto, afirma que foi a componente prática e de investigação que o motivou a optar pela UA. Já Bruna Diogo, de Viseu, faz parte do lote de alunos que não ficou colocada na primeira opção. A estudante, que já tinha estudado na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), deu preferência ao curso portuense. Ainda assim, não esconde a satisfação por ter sido colocada em Aveiro, considerando a oportunidade igualmente positiva. Para além de ter interesse na vertente mais prática do curso, Bruna destaca que na UA há um tutor para cada aluno, ao contrário do que acontece noutras instituições em que cada docente fica responsável por vários estudantes. Depois da sessão, Firmino Machado explicou que a avaliação do curso deve terminar durante este ano letivo. Primeiro, em setembro, deve existir um momento de avaliação intercalar, que se prende especialmente com o sistema de gestão de qualidade do curso. Recorde-se que, tal como avançado pela Ria, o Mestrado Integrado em Medicina na UA só avançou em junho de 2024, depois de mais de dez anos e pelo menos três tentativas da universidade para viabilizar o curso. A avaliação final deverá decorrer em março do próximo ano civil, altura em que será entregue toda a documentação solicitada pela agência de acreditação. Nesse processo, a universidade terá de demonstrar a implementação das recomendações já feitas, como a criação de um transporte dedicado entre a UA e os locais de residência clínica ou o lançamento de um programa doutoral em Medicina. A acreditação só será garantida após um momento de avaliação presencial com um painel que, acredita o vice-reitor, deve integrar responsáveis internacionais. A decisão será tomada com base na documentação apresentada e nas respostas fornecidas pelo curso, permitindo finalmente que o programa deixe de “caminhar com rodinhas”. Tendo por base aquilo que foram os resultados da “Avaliação 360” – recolhidos junto de estudantes, docentes e staff- Firmino Machado considera que a acreditação está bem encaminhada e que foram cumpridas todas as exigências da agência de acreditação. Conforme explica à Ria, foi adotada e treinada uma força docente suficiente e altamente qualificada, assegurado o envolvimento dos estudantes em metodologias ativas de ensino-aprendizagem e criado um painel internacional que acompanha o curso e emite recomendações contínuas. Quem também se mostra otimista é Artur Silva. Nas palavras do vice-reitor, “o grupo de docentes está motivado, os estudantes estão contentes e o advisory board está feliz”. Segundo explica, o relatório a ser apresentado à agência de acreditação vai refletir estes aspetos e, por isso, deve ter uma resposta positiva. Apesar disso, a impossibilidade de aumentar já o número de vagas acabou por “desiludir” o responsável. Por decisão da agência de acreditação, o curso só poderá passar das atuais 40 para 50 vagas após receber a acreditação final. Relembre-se que, após o lançamento do curso com 40 lugares, a reitoria tinha previsto aumentar dez vagas por ano até atingir 100 colocados. Artur Silva conta que “fez as suas reclamações no sítio certo” e lamenta que a UA não tenha conseguido corresponder ao compromisso assumido. O vice-reitor frisa que o aumento do número de vagas seria importante não só para Aveiro, mas para reforçar o Serviço Nacional de Saúde como um todo. Num momento em que, devido à campanha autárquica, a expansão do Hospital de Aveiro tem estado na ordem do dia, também os responsáveis do curso de medicina aguardam um desfecho com expectativa. Firmino Machado explica que é impossível ter um curso de medicina que se desenvolva apenas em contexto universitário e, pela natureza das competências clínicas, é necessário um contexto de saúde. O Centro Académico Clínico é também uma necessidade para a vertente de investigação. Indo além do curso de medicina, Firmino Machado adianta que vai ser possível desenvolver outras dimensões da Escola Médica que também acabam por beneficiar o curso, que, segundo diz, vive num “ecossistema de interface”. Apesar de já ter começado a ser utilizado no final do ano letivo passado, o Teatro Anatómico terá a sua cerimónia de apresentação no decorrer da próxima semana. O diretor do curso de medicina nota que a infraestrutura, desenhada de propósito para a medicina, também acaba por beneficiar outros cursos, como é o caso da engenharia biomédica ou das ciências biomédicas. Firmino Machado destaca ainda a existência do ‘Programa de Doação Cadavérica’. Conforme já foi reportado pela Ria, o programa permite que pessoas da sociedade civil, ainda em vida, solicitem mais tarde a doação do seu cadáver ao ensino. De acordo com o professor, é uma forma de aproximar o curso e a Universidade à comunidade.
Movimento Estudantil Nacional condena “desumana” ofensiva em Gaza e pede sanções para Israel
Na declaração, os estudantes começam por assumir as Instituições de Ensino Superior como “lugares de diálogo, de convivência e de intercâmbio cultural” e, por isso, espaços onde se promove a compreensão mútua, o respeito pela diferença e a cooperação entre os povos. É nesse sentido que o movimento estudantil nacional assume uma “profunda preocupação com a escalada de violência em Gaza e noutras regiões”. Embora reconheça o direito dos Estados à sua defesa e soberania, é defendido que “a dimensão e natureza da ofensiva em Gaza ultrapassam há muito qualquer justificação possível”. Nas palavras dos estudantes, “não se responde a horror com mais horror”. Na declaração assinala-se que, desde outubro de 2023, já foram assassinadas ou ficaram gravemente feridas mais de 50 mil crianças na Faixa de Gaza e que a esmagadora maioria dos estabelecimentos de ensino foi destruída. “O que se vive é a negação absoluta de dignidade humana e do direito à vida. É vil, é terrível, é desumano – e não temos, sob pretexto algum, o direito de permanecer em silêncio”. Como tal, as Federações e Associações Académicas e de Estudantes formalizaram uma série de exigências ao Governo e à União Europeia. Em primeiro lugar, apelam a que “condenem firmemente de qualquer forma de violência e abuso contra crianças e jovens em zonas de conflito, exigindo o cumprimento integral da Lei Humanitária Internacional, relativa à proteção das pessoas civis em tempos de guerra”. Depois, os estudantes pedem “sanções diplomáticas, económicas e políticas” a Israel enquanto persistirem violações do direito internacional e do direito internacional humanitário. O objetivo é garantir que a comunidade internacional não continua cúmplice por inação. Do ponto de vista da ajuda humanitária, o movimento pede a implementação de programas de apoio ao bem-estar com a garantia de alimentação e cuidados transversais de saúde. Da mesma forma, exigem programas educativos e de apoio psicológico destinados a crianças e jovens afetados, que garantam a sua reintegração segura e saudável em sociedade. Assegurando a aplicação do Decreto-Lei n.º 62/2018, de 6 de agosto, os estudantes querem que seja concedida proteção temporária a estudantes deslocados de zonas afetadas através da atribuição do estatuto de estudante em situação de emergência, por razões humanitárias. Por último, o movimento estudantil nacional defende a criação de programas específicos de acolhimento e integração de estudantes, investigadores e docentes com reforço da cooperação académica com a Autoridade Nacional Palestiniana. Essa cooperação deve acontecer de forma a ser internacionalmente reconhecida através da atribuição de vistos, bolsas de estudo e de investigação. A ideia será “contribuir para a formação avançada e para a reconstrução e consolidação de uma futura estrutura institucional mais sólida na Palestina”. O documento aprovado em ENDA foi proposto pelas Associações Académicas da Universidade de Aveiro, de Coimbra, da Universidade da Madeira, da Universidade do Algarve, da Universidade da Beira Interior, da Universidade de Évora, da Universidade do Minho e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Juntam-se também como proponentes as Federações Académicas de Lisboa e Porto, a Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico e a Federação Nacional do Ensino Superior Privado e Cooperativo. Os destinatários elencados pelo Movimento Estudantil Nacional são o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto, o Conselho Nacional da Educação, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado.
GrETUA retoma programação com lotação esgotada em percursos sonoros para novos estudantes
Em conversa com a Ria, João Garcia Neto, diretor artístico do grupo, explica que a ideia passa por “não só colocar um flyer no kit [do novo estudante], mas trazê-los cá [ao GrETUA]”. A ideia surgiu durante o verão, segundo o diretor do GrETUA, que afirma que o processo de construção das caminhadas coincidiu com as obras nos espaços do GrETUA: “Tínhamos que ir espairecer e então o percurso é uma coisa mais contemplativa e amplia os sons da natureza”. O exercício convida à descoberta dos espaços em redor da Universidade de Aveiro (UA) e, diz o responsável, mostrou coisas novas até aos membros do GrETUA. “Há pessoas que não são da cidade e de repente descobrem aqui lugares nesta fronteira do Campus. Para eles [novos estudantes] já é uma coisa muito espantosa, ficam «Ah, não sabia que a Universidade tinha estes lugares»”, remata o diretor. Para já, a aposta tem sido ganha, considera João Garcia Neto. Foram vários os estudantes que, depois da caminhada de ontem, quiseram deixar o contacto ou procuraram inscrever-se no Curso de Formação de Teatro. O responsável entende que a procura tem uma explicação: “Os caloiros que escolhem vir fazer a audiowalk se calhar já têm ali o bichinho”. Os percursos sonoros são abertos à comunidade no fim-de-semana de 20 e 21 de setembro. A ideia é que, mais tarde, as caminhadas se inscrevam num ciclo e acabem por se espalhar para o centro da cidade de Aveiro. Dia 15 de setembro decorre a primeira edição da nova rubrica “Boca a Boca”, onde os participantes são convidados a uma leitura coletiva de textos de teatro. Conforme explica João Garcia Neto, os presentes podem escolher encarnar uma personagem ou ficar apenas a ouvir. O dramaturgo Mário Coelho, que traz o texto da sua peça “Quando eu morrer vou fazer filmes no inferno”, é o convidado da sessão inaugural. Nos dias 16 e 17 de setembro, o GrETUA recebe o o espectáculo “I’M STILL EXCITED”, de Mário Coelho, com interpretações de Anabela Ribeiro, Mário Coelho, Rita Rocha Silva e Pedro Baptista. O grupo traz iniciativas novas também no âmbito da literatura. É o caso da rubrica “Fora do Armário”, onde, a partir da livraria que o GrETUA mantém em parceria com a Livraria Snob, se procuram desenvolver conversas. A primeira edição, que acontece a 24 de setembro, é dedicada à “figura do flaneur, e às ideias de percurso, caminhada e deambulação que foram pontuando a história da literatura e das artes”. A conversa vai contar com a presença do investigador Diogo Marques, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Os ciclos temáticos de cinema também retomam no mês de setembro com o mote “Anatomia da Errância”. À Ria, João Neto Garcia explica que o que diferencia as sessões é a relação com a música. O ciclo começa no dia 29 com a transmissão de quatro curtas-metragens ao ar livre, junto ao Complexo Pedagógico. Depois das sessões, a atividade prossegue com um DJ set de Maria Nolasco, antiga estudante da UA. As sessões que se seguem já podem ser categorizadas de cine-concertos, de acordo com o diretor. Está programada a projeção do filme “O homem da câmara de filmar”, de Dziga Vertov, que vai ser musicada pelo DJ Stereossauro. Mais tarde, depois de terminar o filme, a música continua. A última sessão relaciona-se com as migrações e com a questão do sentido de pertença. De acordo com João Garcia Neto, a musicar o filme vai estar um baterista africano invisual. Nesse sentido, a sessão vai ser “especial”, uma vez que o GrETUA planeia ter também áudio-descrição da projeção. Dia 2 de outubro volta o habitual “Regresso às Jaulas”. A iniciativa que tem sido recorrente celebra a retoma da atividade letiva com uma noite em que sobem a palco os concertos de Parte Fraca, Piurso e Rezmorah. O GrETUA promove ainda o espetáculo circense “RIMA”, na Fotossíntese (na Alameda da UA), dia 7 de outubro. As atividades de retoma da programação culminam na aula de apresentação do Curso de Formação Teatral do GrETUA, a 8 de outubro, e é aberta a todos os interessados. João Garcia Neto afirma que o coletivo está “entusiasmado” com a formação que se segue à aula. Entre os destaque estão vários novos formadores com que o GrETUA conta, como é exemplo a atriz Beatriz Maia, que dá o módulo de improvisação, ou o palhaço Rui Paixão, que dá o módulo “clown”. O diretor mencionou ainda o módulo “Laboratório de Criação”, que o próprio dará em formato de residência artística no AGITlab, em Águeda. As inscrições para todas as atividades – excluindo aquelas que são de entrada livre – podem ser feitas no site do GrETUA.
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Fraude fiscal na cortiça que lesou o Estado em 400 mil euros julgada na Feira
Os arguidos, que estão acusados de um crime de fraude fiscal qualificada, optaram por ficar em silêncio no início do julgamento. O processo tinha ainda como arguidos outras duas sociedade e o seu representante legal, que se encontra em parte incerta e, por essa razão, estes foram declarados contumazes. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os factos ocorreram entre 2019 e 2021 e envolvem empresas que não possuíam atividade efetiva, tratando-se de "sociedades meramente instrumentais", para emissão e utilização de faturas falsas, tendo em vista a obtenção de vantagens fiscais indevidas, nomeadamente em sede de IVA e IRC. O MP diz que estas sociedades não possuíam qualquer estrutura empresarial, meios, máquinas, instrumentos, trabalhadores que suportassem a movimentação de milhares de euros, servindo apenas para a emissão de faturas falsas relacionadas com vendas de cortiça e rolhas de cortiça que nunca existiram. Com esta atuação, de acordo com a investigação, os arguidos alcançaram uma vantagem patrimonial ilegítima no valor global de 378.425 euros, causando um prejuízo ao Estado de idêntico valor. O MP requereu que este montante seja declarado perdida a favor do Estado.
Região de Aveiro com nova estratégia para o turismo
O plano, aprovado pelo Conselho Intermunicipal e pela Assembleia Intermunicipal, baseia-se num diagnóstico atualizado da atividade turística dos 11 municípios que integram a CIRA e nas tendências do setor. A estratégia elege sete produtos turísticos considerados estratégicos: o turismo de natureza, cultural, de sol e mar, gastronomia e vinhos, turismo náutico, industrial e de arte e arquitetura. A estratégia aponta a região de Aveiro como a nova marca de destino turístico, através da qual a Comunidade Intermunicipal pretende “reforçar o turismo como setor estratégico da sua atuação e instrumento de coesão territorial”. De acordo com o que foi hoje divulgado na página de Internet da CIRA, a atual marca “Ria de Aveiro” será reposicionada como uma marca de produto. O documento também segmenta os mercados emissores de turistas em três tipologias: mercados “maduros”, mercados de crescimento, e mercados de diversificação. São apontados como mercados maduros Espanha e França, como mercados de crescimento o Brasil e os Estados Unidos e exemplificado como mercado de diversificação o Canadá.
PS Aveiro apresenta Bruno Ferreira em Glória e Vera Cruz com críticas de Alberto Souto à Câmara
Tal como anteriormente noticiado pela Ria, Bruno Ferreira começou a sessão a recordar o convite que lhe foi dirigido, em 2021, por Fernando Marques, atual presidente da Junta de Freguesia, eleito pela coligação ‘Aliança com Aveiro’. Bruno relembra que, na altura, aceitou o desafio, integrando a lista como independente, por “desacordo com a então cabeça de lista do PS”. “Ponderei e aceitei o desafio, disponibilizando-me de imediato para integrar a sua equipa que viria a ganhar as eleições”, afirmou o também atual tesoureiro do Executivo. O candidato sublinhou que a sua trajetória política se manteve sempre fiel a uma visão de “verdadeira social-democracia”, que, na sua perspetiva, “se insere na matriz do Partido Socialista”. Justificando a decisão de avançar agora como candidato pelo PS, Bruno Ferreira referiu que pesaram “diversos fatores”, destacando sobretudo a convicção de estar preparado para liderar os destinos da União de Freguesias. “Nas freguesias de Glória e Vera Cruz, é mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa, e é com redobrada esperança que, num futuro próximo, continuarei com total empenho, disponibilidade e a tempo inteiro, na prossecução dos objetivos que forem traçados”, exprimiu. Recorde-se que também, no passado sábado, a direção de campanha da coligação ‘Aliança com Aveiro’, liderada agora por Luís Souto de Miranda, acusou o candidato do PS de usar “o cargo, os eventos e as instalações da autarquia” para fins eleitorais. Na ocasião, Bruno Ferreira adiantou que o programa eleitoral do PS para a União de Freguesias de Glória e Vera Cruz assenta em “três grandes eixos”: “Proximidade e transparência”; “Cuidar das pessoas da comunidade” e “Valorizar o território e melhorar a qualidade de vida”. Durante a sessão, Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, aproveitou ainda para destacar algumas das obras realizadas pela gestão socialista e por criticar a atual Câmara Municipal, sublinhando que, em 20 anos, houve “muita conversa, zero [resultados]”. Como exemplo, apontou a habitação. “Muita conversa, mas aí foi deliberado, fizeram zero habitações novas”, criticou. “Uma vergonha no país inteiro. Hoje passei uma vergonha em Coimbra. Dos 308 municípios do país, só dez é que não tinham a sua estratégia local de habitação aprovada por razões de preconceito político. Aveiro era uma delas”, partilhou o candidato socialista. Alberto Souto disse ainda que houve “muitos aveirenses” que ficaram sem possibilidade de ter “casas dignas”. “Nós queremos casas dignas para todos. É essa a nossa ambição. Temos de conseguir fazer com todas as políticas públicas que existam para esse efeito”, vincou. Tal como já tinha feito na apresentação da candidata à Junta de Aradas, o socialista voltou a acusar a coligação ‘Aliança com Aveiro’ de se apropriar de propostas do PS, nomeadamente, na transformação do quartel de Sá em habitação. “Ainda bem que os nossos adversários começam a reconhecer que as melhores ideias são as nossas, porque as deles até agora não vimos nenhuma que se aproveite”, ironizou. Alberto Souto não esqueceu a obra de requalificação da Avenida Lourenço Peixinho, que classificou como um “erro de projeto”. “Sobretudo é uma descaracterização daquilo que era uma das nossas avenidas emblemáticas, uma das avenidas mais bonitas do país, de que todos nos orgulhávamos. Nós temos de ter a arte e o engenho por restituir à avenida a sua característica identitária e, sobretudo, (…) acabar com este engarrafamento que foi aqui criado, com soluções tão simples que eu já anunciei e que vou dispensar de repetir aqui”, insistiu. Respondendo indiretamente às críticas da 'Aliança', Alberto Souto rejeitou responsabilidades sobre a atual situação da avenida: “E não vale a pena a Aliança vir dizer (…) que a culpa foi nossa porque há 20 anos construímos um túnel que traz carros para a Avenida”, apontou. Referindo-se ainda ao Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, que prevê a construção de um hotel de 12 andares, Alberto Souto caraterizou-o como um “fortíssimo disparate urbanístico”. “É este tipo de ideia forte que eles até agora apresentaram”, realçou. “Comigo não se fará uma tal aberração, essa é uma ideia para demolir desde o primeiro momento em que lá chegarmos”, garantiu. Alberto Souto de Miranda trouxe ainda à discussão a demolição da antiga sede da Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Aveiro (CERCIAV), localizada na Avenida Artur Ravara. “E também têm outra ideia forte que é uma mentalidade forte de ‘caterpillar’ que é demolir a casa da CERCIAV”, criticou. “O adversário da Aliança foi a favor da demolição da Vivenda Aleluia, é a favor da demolição da casa da CERCIAV, não tem uma mentalidade, uma cultura, que lhe faça defender o património”, rematou Alberto Souto.
Cais do Paraíso: Documento de 2019 revela semelhanças com o Plano de Pormenor agora aprovado
A volumetria prevista para o hotel do Cais do Paraíso já estava desenhada em abril de 2019, cinco anos antes da elaboração do Plano de Pormenor pela Câmara Municipal de Aveiro. O estudo volumétrico, elaborado pelo Atelier Óscar Santos para a sociedade Cais do Paraíso S.A. (futuro Hotel Mully Grand), previa a implantação de um edifício tridente no ‘coração’ do Cais do Paraíso praticamente idêntico ao que veio a ser consagrado no Plano de Pormenor aprovado este mês. Note-se que, do ponto de vista legal, não se pode considerar automaticamente ilegal que um Plano de Pormenor coincida com um projeto previamente desenvolvido por um investidor. A lei admite que a iniciativa privada influencie os processos de planeamento urbano, desde que estes cumpram diferentes etapas legais como elaboração técnica, pareceres de entidades externas, discussão pública, aprovação em Assembleia Municipal e publicação em Diário da República. Apesar disso, o documento agora revelado torna o caso politicamente embaraçoso e juridicamente arriscado. A coincidência entre o projeto privado e o Plano de Pormenor pode levantar suspeitas de que o município atuou para beneficiar um investidor específico, em vez de ponderar o interesse público - um risco que pode abrir espaço para a família Bóia na defesa da sua impugnação judicial. Por outro lado, as semelhanças entre os documentos acabam por reforçar a teoria dos partidos da oposição de que o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso é um “fato à medida” do investidor. Outro ponto que a família Bóia considera essencial esclarecer prende-se com a aquisição do terreno do Cais do Paraíso. Em 2018, a sociedade anónima Cais do Paraíso S.A. comprou o lote à então proprietária, Raízes Seculares - Compra e Venda de Imóveis, Lda. Para a família, importa perceber se, nessa data, já existia da parte do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves, a promessa de que ali poderia ser construído um hotel de 12 andares e, sobretudo, que razões levaram investidores hoteleiros a interessarem-se por um terreno onde, à época, não estava previsto qualquer projeto dessa natureza. O documento de 2019 agora divulgado surge também com uma imagem 3D, semelhante à que surgiu em 2022 num anúncio de venda na Remax, com um hotel ‘tridente’ com 12 pisos de cércea, precisamente a altura que veio a integrar o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso - o que também acrescenta peso à tese de que o projeto foi desenhado à medida do investidor. A Ria questionou a Câmara Municipal de Aveiro sobre as semelhanças entre o estudo volumétrico de 2019 e o Plano de Pormenor, bem como sobre o impacto que este documento poderá ter na perceção de independência do processo. Foi ainda questionado ao Executivo se a existência deste estudo reforça a posição da oposição, que acusa o município de ter feito um “fato à medida” do investidor. Até ao momento, não foi obtida qualquer resposta.