Miguel Monteiro: "Eu sinto-me hoje bastante resolvido, precisamente, por causa do desporto"
Miguel Monteiro, estudante-atleta da Universidade de Aveiro e medalha de ouro do lançamento do peso F40 nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, em grande entrevista à Ria.
Isabel Cunha Marques
JornalistaMiguel Monteiro, estudante-atleta da Universidade de Aveiro (UA) e medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, identifica-se com o verbo “ir” e reconhece que, nos dias de hoje, um dos seus maiores defeitos é não saber dizer que “não”. Acompanha desde que se lembra os jogos olímpicos, os campeonatos da Europa e do Mundo, através da televisão, principalmente, claro, a modalidade de atletismo, onde é atleta do lançamento do peso F40. Destaca Nélson Évora e Marco Fortes como duas das suas principais inspirações.
Aos 23 anos concluiu o mestrado em Engenharia e Gestão Industrial na UA, é campeão nacional universitário, vice-campeão mundial e, recentemente, atingiu o maior feito da sua carreira desportiva nos Jogos Paralímpicos Paris 2024: a medalha de ouro e o recorde paralímpico, com a marca de 11,21 metros. Foi também o primeiro português a garantir, este ano, uma medalha para Portugal nesta competição.
Apesar de ser natural de Mangualde, “um meio pequeno”, como o descreve, no distrito de Viseu, rapidamente tornou-se, nas últimas semanas, um dos temas em grande destaque no panorama nacional ao conquistar o ouro e ao levar o desporto adaptado e a UA até “aos quatro cantos do mundo”. Na UA é visto por muitos como um exemplo e um verdadeiro embaixador da universidade.
À conversa com a Ria, Miguel Monteiro fez uma retrospetiva do seu percurso, enquanto estudante-atleta e dirigente associativo, e partilhou a importância da UA para a conquista da medalhada de ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris. O jovem deixou ainda a garantia de que vai continuar a dar cartas, pelo mundo do desporto, e que já sonha com o título de campeão mundial do lançamento do peso F40, título que ainda lhe foge.
Miguel, o teu ano de 2024 é quase perfeito. Que mais poderias acrescentar a este palmarés incrível?
É uma pergunta difícil. Pessoalmente, tinha três objetivos para este ano e, principalmente, para este verão. Chegarmos da melhor forma aos mundiais, que decorreram no Japão, onde conseguimos o segundo lugar. Foi algo muito meritório tendo em conta a gestão que tive de fazer com a escrita da tese e o desporto. Estava tudo a culminar e foi extremamente difícil. O segundo objetivo passava por acabar o curso e consegui. Tirei o mestrado. O terceiro objetivo passava por chegar da melhor forma possível a estes jogos. No fundo, tínhamos o objetivo de ganhar. Eu e o meu treinador.
Ao longo destes dois meses, desde o término do curso, focámo-nos, por completo, no atletismo com treinos intensos, bi-diários, para chegarmos bem à prova e com a consciência tranquila de que tínhamos feito tudo o que era possível para estarmos bem fisicamente e psicologicamente. E as coisas acabaram por correr da melhor forma com a medalha de ouro. Foi o culminar de um verão bastante intenso, mas bastante enriquecedor.
Conseguiste de forma perfeita conciliar a tua carreira desportiva com os estudos. Como fizeste essa gestão?
Bastantes vezes foi complicado gerir isto tudo. No entanto, também tenho a sorte de ter pessoas à minha volta, nomeadamente, família, treinador e amigos, seja de Mangualde ou de Aveiro, que me ajudaram a conciliar isto tudo. Ao longo dos cinco anos de curso, a UA também me deu livre acesso a todas as instalações desportivas à hora que eu quisesse.
Durante o período em que estavas a estudar na UA, os teus treinos eram, precisamente, na pista de atletismo da universidade.
Sim. Eu seguia um plano de treino do treinador [senhor João] e treinava aqui na universidade, seja no ginásio ou na pista. No fim de semana, complementava esse treino em casa para que nada falhasse. O senhor João estava sempre disponível para treinarmos. Só assim funcionou da melhor forma, tanto o curso como a parte desportiva.
Porque é que escolheste a UA para estudar?
Em primeiro lugar, pela proximidade que tem com Mangualde. Depois também explorei a universidade, através da internet, e percebi que era uma universidade que apoiava, desde logo, o desporto. Fosse o universitário, o desporto em geral ou o desporto de recreação. Tinha todas as instalações desportivas necessárias para a prática do atletismo. Depois pelo reconhecimento da UA em todo o país e no mundo. Os cursos são de excelência. Tudo isso ajudou que viesse para cá.
O tempo de deslocação, entre o teu departamento e a pista de atletismo, era muito reduzido. Estamos a falar de 200 ou 300 metros de distância.
Sim, era muito importante. O facto do campus universitário ser todo junto tornou ainda mais facilitada esta gestão de vidas, tanto a académica como a desportiva.
Relativamente ao teu percurso pelo desporto, como é que nasce o interesse pela modalidade do lançamento do peso?
O desporto surge muito cedo na minha vida. Os meus pais inscreveram-me na natação quando tinha um ano e meio. Na altura, por causa de todos os benefícios da modalidade. Mais tarde, tal como muitos, também joguei à bola. Fui para o futsal num clube em Mangualde. Só, em 2014, por influência do meu treinador de sempre, o senhor João, é que vim parar ao lançamento do peso. Ele já anda nesta vida há quase 40 anos.
O ‘senhor João’ é como um pai para ti?
É um segundo pai e um companheiro de vida. Trocamos muitas ideias e muitas conversas sobre tudo e mais alguma coisa. Ele já andava nesta vida do atletismo paralímpico e foi a um campeonato do mundo onde viu pessoas de baixa estatura a competir no lançamento do peso. Ele conhecia-me do pavilhão de Mangualde porque, na altura, era ele o encarregado da infraestrutura e eu tinha lá os treinos de futsal e as aulas de educação física. Ele conhecia-me bem, assim como os meus pais. Falou com o team leader da secção de atletismo e disse que tinha lá um rapaz que gostava muito de fazer desporto, que não se negava a nada nas aulas de educação física e que era capaz de dar cartas no atletismo.
Vidente.
Foi um olheiro. Ele foi falar com a minha mãe ao trabalho, explicou-lhe o que poderia acontecer e eu fui à experiência. Recordo-me que experimentamos várias modalidades, para as pessoas de baixa estatura, como o lançamento do dardo, do peso e do disco. Acabamos por focar-nos no lançamento do peso porque foi o que me senti melhor e desenvolvi mais rápido.
Quando te falaram da possibilidade de experimentares essas modalidades, que depois culminaram no lançamento do peso, qual foi a tua reação?
Eu sempre acompanhei os jogos olímpicos, os campeonatos da Europa e do Mundo, nomeadamente, na modalidade de atletismo. Gostava bastante de ver na RTP2. Nélson Évora e Marco Fortes eram alguns dos desportistas que seguia. Quando me falaram da modalidade do atletismo quis logo experimentar. Sou muito o verbo ir.
Começas a ter contacto com o lançamento do peso, em 2014, e, dois anos depois, és o atleta mais jovem de sempre, a representar Portugal nos jogos paralímpicos. Tinhas 15 anos, na altura. Como é que se explica que, em apenas dois anos, conseguisses alcançar esse nível?
Nos primeiros dois anos, desenvolvi o chamado treino técnico, de terreno. Na altura, ainda nem incorporávamos muito tempo no ginásio e estávamos a descobrir as coisas. Estar nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro foi um pouco surpresa porque não estava na primeira convocatória. Na altura, estava num lugar mais baixo do ranking mundial. Com a exclusão dos russos, por causa do escândalo dodoping, houve uma redistribuição de todas as quotas e só na segunda convocatória acabei por ir. Isto a três semanas dos jogos paralímpicos. Foi todo um mundo novo. Acabei por bater o meu recorde pessoal, na altura, 8,89 metros. Foi a minha primeira experiência fora do continente europeu.
Foi a tua primeira viagem. Como foi essa primeira experiência?
Toda a experiência foi um mundo novo. É um motivo de grande orgulho pelo trabalho que fizemos. Só nos deu mais força para continuarmos o processo que estávamos a ter, para incorporarmos o ginásio e para chegarmos mais longe.
Foi a partir desse momento que tiveste a sensação de que poderias alcançar as medalhas?
Sem dúvida. Ainda mais, porque nessa competição, no Rio de Janeiro, estava em sexto lugar. No último lançamento, consegui responder e superar o adversário que estava na quinta posição. A partir daí, sempre sonhamos com as medalhas e comecei a ter a sensação de que estava próximo, mas que era preciso continuar a trabalhar. Tanto é que depois do Rio de Janeiro deixei o futsal e acabei por me focar no atletismo.
É, nesse momento que decides dedicar-te, exclusivamente, à modalidade do lançamento do peso.
Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, acabaria por deixar o futsal até porque a diferença de estatura viria a acentuar-se. Jogava com outros rapazes de caraterísticas “normais”. Por outro lado, existem os contratos de alto rendimento e é sempre arriscado lesionarmo-nos fora desse contexto. Optei pelo atletismo porque era aquilo que me ia dar mais condições no futuro. E foi uma ótima opção.
Em 2020, acabas por estar presente, novamente, nos jogos paralímpicos, desta vez, em Tóquio. Nesse ano, conquistas a tua primeira medalha, um bronze, com uma marca de 10,76 metros. Como é que foi esse momento?
Eu aprendi bastante com o ciclo de Tóquio. Notava-se à saída que não estava satisfeito com a medalha de bronze. No entanto, foi a minha primeira medalha paralímpica e só tenho de estar orgulhoso por conseguir esse feito aos 20 anos. Tóquio ensinou-me também a lidar com a pressão social. Na altura, não lidei da melhor forma com a comunicação social, em geral. Neste ciclo paralímpico foi um bocado diferente. Resguardei-me da comunicação social, antes da prova acontecer, e só depois é que surgiu o Miguel Monteiro que foi medalha de ouro.
Estás a tocar num ponto importante e que, às vezes, passa ao lado de quem assiste à competição por meio da televisão. Não há só a preparação física, mas também a preparação mental. Foi em Tóquio que sentiste essa pressão?
Senti o impacto. Na altura, com poucos anos de experiência, era o recordista mundial. Julgo que não é por maldade, mas na comunicação social, em geral, quem é recordista mundial tem de ganhar medalhas de ouro. Não devia de ser obrigatoriamente assim. Todos estão lá para o mesmo: ganhar a prova. Só um é que vai sair com a medalha de ouro. Neste ciclo, aprendemos a estar tranquilos com o nosso trabalho e a esquecer tudo o que está à volta.
Chegas a Paris, no teu ciclo mais recente, e consegues a medalha de ouro. O que te veio à cabeça quando fizeste o lançamento de 11,21 metros? Achaste que era a marca que te ia levar ao ouro?
Não. Só senti que a medalha era minha depois do último adversário lançar. Eu abdiquei do último lançamento porque já não estava focado na prova e já tinha obtido o recorde paralímpico. A emoção já estava a entrar. Foi de facto um lançamento muito bom. A prova não começou da melhor forma, no entanto, soube manter a calma e depois, no segundo ensaio, lançar já os 11,02 metros. No terceiro lançamento, arrisquei e conquistei a marca dos 11,21 metros. Procurei manter-me bastante ativo, ao longo de toda a prova, porque sabia que qualquer um dos adversários, podia bater, a qualquer momento, a minha marca.
No meio deste percurso, há um título inevitável que te foge: o título de campeão mundial.
Sem dúvida! Agora que sou campeão paralímpico falta esse título no currículo. Já fomos campeões da Europa e vice-campeões mundiais. Vamos continuar a trabalhar para alcançar melhores marcas e, consequentemente, de ficarmos mais próximos desse objetivo.
Como é que funciona um plano de treino de um atleta paralímpico do lançamento do peso?
Foram cerca de três meses de muito sacrifício. Tive de abdicar da minha vida social para me focar completamente naquilo que era o nosso objetivo. Todos os meus dias eram uma rotina. Levantar-me, tomar o pequeno-almoço e ir treinar às 10h00. Esse treino, normalmente, de manhã, era no ginásio. Nós criamos um ginásio com o material que a federação [de atletismo] nos ia dando no Pavilhão Municipal de Mangualde. Treinávamos cerca de 1h30. No meio desse treino, tínhamos sempre a pausa para o café. Também isso virou rotina. Depois, ia para casa fazer o almoço e procurava descansar, ao longo da tarde. Às 17h00, tínhamos treino na pista, juntamente com outros colegas de equipa. Mais tarde, ia para casa jantar e descansar.
Durante o período de aulas, treinavas diariamente?
Sim, procurava treinar todos os dias. Nem sempre era possível, mas procurava isso. Não tinha horário fixo para treinar. Sabia que tinha sempre um intervalo de duas horas para o fazer. Na pista ou no ginásio. No final de cada treino, ligava sempre ao meu treinador [o senhor João] e sempre houve essa relação de confiança apesar dos 100 quilómetros de distância.
Vamos falar agora do Miguel. Sofres de nanismo, um transtorno que causa baixa estatura, mas sempre sentimos que és uma pessoa bem resolvida com essa condição.
Sempre lidei muito bem com isso. O meu pai tem a mesma condição que eu e a minha mãe e a minha irmã têm estaturas normais. O facto dos meus pais me tirarem as dúvidas sobre esta condição tornou-me muito mais resolvido comigo mesmo. Venho de Mangualde, um meio pequeno, no interior do país, onde toda a gente se conhece. O facto de ser uma pessoa sociável ajudou em muito a integração na universidade e na cidade de Aveiro.
O desporto também se tornou crucial na medida em que estamos bem fisicamente, e psicologicamente. Estamos completamente resolvidos uns com os outros. Um episódio bastante engraçado que me ficou na memória, por ter sido das primeiras experiências, foi em Londres, no ano de 2017. Estávamos vários atletas com diferentes tipos de deficiência a contar piadas uns aos outros sobre a nossa condição. Foi algo que me ficou. A convivência com os atletas de outros países torna muito mais saudável o facto de aceitarmos esta condição.
Sentes que ainda há um preconceito relativamente ao desporto adaptado?
O desporto é fantástico. Faz-nos bem. Não só fisicamente, mas também psicologicamente. Prepara-nos para todo o mundo exterior. Eu tive a sorte dos meus pais sempre me deixarem fazer tudo o que eu quisesse. Nunca me puseram entraves em nada. Agradeço-lhes imenso por isso. Tenho a certeza de que existem bastantes pessoas com e sem deficiência que querem conhecer este mundo novo e pode haver ali algum entrave que não esteja a facilitar esse acesso. A mensagem que eu deixo é para libertarem os filhos para o mundo do desporto. Há tantas modalidades que podem ser feitas e o desporto faz bem fisicamente, mas também psicologicamente. Eu sinto-me hoje bastante resolvido, precisamente, por causa do desporto.
Um facto interessante é que conseguiste alcançar uma espécie de 'triplete' na tua vida. És atleta de alta competição, concluíste os teus estudos e ainda foste dirigente associativo, nomeadamente, enquanto vice-presidente da Associação de Engenharia e Gestão Industrial na UA. Como é que foi essa passagem pelo mundo do associativismo?
O mundo associativo é outro mundo fantástico que existe na vida do ser humano. Aprendi muito com o associativismo, nomeadamente, a gerir melhor o meu tempo. No primeiro ano, fui convidado e aceitei, porque não sou pessoa de dizer que não. Foi uma experiência incrível. Foram quatro anos fantásticos onde aprendi muita coisa sobre o associativismo.
Neste momento, quem são as pessoas mais especiais na tua vida e que te ajudam a não desistir?
Muita gente. Desde logo, o meu treinador. Sem ele não estaria no atletismo nem a representar o país da melhor forma. Depois, a minha família. Tem um papel crucial na minha vida. Muitas vezes, abdicam de férias e de eventos familiares para que eu esteja bem. Depois, ao longo de toda a vida, criei amizades que sei que estão guardadas no meu coração e no coração dessas pessoas. Sei que vou poder contar com eles onde for e quando for.
No meio de tantas qualidades, o Miguel tem defeitos?
[Risos] O Miguel também tem alguns pontos menos bons... Não tenho muita paciência para ficar à espera e não sei, muitas vezes, dizer que não. Isso, por vezes, torna-se um problema porque preenche demasiado a minha vida e não tenho tempo para mim.
Quantos mais anos é que ainda te vês a apostar no desporto e a continuares a tua carreira nesta modalidade?
Dado que só tenho 23 anos e que o meu treinador costuma dizer que a validade dele vai até aos 120 anos, espero continuar no mundo do desporto durante muito tempo a fazer melhores marcas. Acredito que, no futuro, conseguimos lá chegar outra vez. Acho que deve ser esta a mentalidade de um atleta e de uma pessoa, seja no mundo do trabalho ou na vida pessoal. Devemos sempre dar o melhor de nós. O Miguel ainda vai durar bastantes anos.
Em contexto de treino acabam por medir muitas vezes as vossas marcas. Já aconteceu alguma vez superares a marca de 11,60 metros que alcançaste durante os nacionais de atletismo em pista coberta e que resultou no recorde mundial?
Nunca superei essa marca. No penúltimo treino, antes da competição, atingimos a marca de 11,45 metros. Curiosamente, a marca que tínhamos atingido antes de obter o recorde do mundo. Nós continuamos a achar que é possível. Muitas vezes, é o momento que conta. Não saiu agora nos jogos de Paris [novo recorde mundial], mas vamos continuar a trabalhar para que, no futuro, seja possível atingir essa marca.
Acreditas que é irrealista chegar aos 12 metros?
Acredito que é possível melhorar essa marca [11,60 metros]. Agora, é cada vez mais difícil chegarmos mais longe. Os 12 metros ainda estão longe apesar de serem “só” 40 centímetros. O objetivo passa por melhorar aos poucos essa marca. O anterior recorde estava em 11,15 metros e do nada eu lanço 11,60 metros. Tudo é possível no mundo do desporto.
O teu percurso académico está concluído. Vais continuar a acompanhar a vida da UA?
Sim. Quero continuar ligado à universidade e a saber o que se passa por cá. A universidade teve um papel crucial. Espero continuar a ver muitas pessoas aqui na universidade. Vou levá-la para a vida.
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Fatinha Ramos distinguida como sócia honorária da AAAUA
Natural de Aveiro e atualmente residente em Antuérpia, Fatinha Ramos é uma figura de destaque no panorama artístico mundial. A sua carreira multifacetada — que abrange desde ilustração editorial a murais públicos, passando por livros infantis, animação, cerâmica e moda — tem vindo a conquistar prémios e reconhecimento em todo o mundo. Segundo uma nota da AAAUA enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, sublinhou a importância deste momento, afirmando ser de “uma grata felicidade acolhermos na nossa galeria de sócios uma personalidade tão relevante no panorama nacional e internacional”. Destacou ainda que o percurso de Fatinha Ramos “inspira a comunidade alumni, que a acolhe com entusiasmo, numa valorização da responsabilidade social pelo lado das artes”, reforçando que “é objetivo da Associação valorizar a cultura e a cidadania ativa”. A arte de Fatinha Ramos é conhecida pela sua capacidade de provocar emoções profundas, através de um universo visual marcado por “texturas singulares”. “Este universo criativo já faz parte da identidade cultural de Aveiro, visível, por exemplo, no emblemático mural ‘Reflexos’”, aponta como exemplo. As suas criações abordam frequentemente temáticas sociais como o “aquecimento global, o sexismo e o racismo, dando voz às minorias que precisam ser ouvidas”. Com um portefólio que inclui colaborações com instituições como o MoMA, Google, Netflix, TIME, The New York Times, The Washington Post, TATE Modern ou o Parlamento Europeu, Fatinha Ramos tem vindo a conquistar inúmeros galardões desde 2016, entre os quais os World Illustration Awards, o prémio de Eexcelência Patrick Nagel e dois prémios de ouro da Society of Illustrators de Los Angeles. Ao receber a distinção, num jardim da Universidade de Aveiro, Fatinha Ramos partilhou que “foi uma boa surpresa”. “Sinto-me muito lisonjeada e honrada com este título, que agradeço imensamente”, expressou.
AAUAv: UAveiro é bicampeã nacional universitária de Counter-Strike 2
A competição, organizada pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU Portugal), reuniu as melhores equipas universitárias do país nas modalidades de Counter-Strike 2, Valorant, Rocket League e League of Legends. Estiveram presentes 32 equipas, apuradas através dos torneios regionais, representando 17 clubes universitários de todo o país. A equipa de Counter-Strike 2 da UAveiro, composta por André Clérigo, Guilherme Mesquita, Francisco Domingues, Tomás Silva, José Costa, Gonçalo Freitas, João Mendes e Tiago Pita, venceu a final frente à Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD) por 3-0, numa série à melhor de cinco. Além do título em Counter-Strike 2, a UAveiro participou também nas modalidades de League of Legends e Rocket League. Em League of Legends, a equipa aveirense composta por Diogo Couto (ECT), João Santos (Eng.Informática), Rafael Maia (Redes e Sistemas Informáticos), Gonçalo Martins (ECT), André Alves (Eng. Informática) e Alexandre Faustino (EET) caiu nos quartos de final frente à AAIPS. Em Rocket League, a equipa representada por Eduardo Fernandes (mestrado Eng. Informática), Diogo Barros (Eng. Computacional), Rodrigo Lopes (ECT) e Guilherme Silva (MTC) alcançou o terceiro lugar, ao vencer a AEIST por 4-2. Mais de 250 agentes desportivos estiveram envolvidos nesta edição dos eFADU Nacionais, que contou com transmissão em direto na RTP Arena e no canal de Twitch da eFADU Portugal. O evento teve ainda o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos e da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Administração e Gestão do Porto (ISAG).
Investigadores da UA criam nova tecnologia que alia diagnóstico à terapêutica tumoral
A nova tecnologia foi desenvolvida por um grupo de investigação multidisciplinar da Universidade de Aveiro (UA), em colaboração com o Instituto Politécnico do Porto. O projeto resultou na criação de um conjunto de moléculas “que melhoram a imagiologia médica, com menor toxicidade, e permitem também a terapia fotodinâmica de tumores”, segundo uma nota de imprensa da Universidade de Aveiro. As novas moléculas integram, numa única estrutura, a capacidade de detetar tumores mais eficientemente em tomografia computorizada (TC) e ressonância magnética nuclear (RMN), e, ao mesmo tempo, atuam terapeuticamente sobre o tumor. “Isto significa que as moléculas já patenteadas possuem características de agentes de contraste para diagnóstico e propriedades terapêuticas, permitindo tratar diretamente o tecido tumoral, um avanço que pode melhorar o prognóstico de pacientes com cancro”, explica. De acordo com a nota, “os compostos preparados apresentam menor toxicidade em comparação com os produtos de contraste usados clinicamente”, o que se deve “à natureza dos compostos, à menor quantidade necessária e à sua distribuição preferencial no tecido tumoral”. Integraram a equipa de investigação Amparo Faustino e Graça Neves (LAQV-REQUIMTE), Rui Pereira (ESSUA - Escola Superior de Saúde), Adelaide Almeida (CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar) e Rúben Fernandes (Politécnico do Porto). A tecnologia, intitulada "Porfirinas Iodadas, seus métodos de produção, formulação, composição farmacêutica e usos", faz parte de uma patente nacional recentemente concedida, adianta a nota universitária.
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Luís Souto de Miranda apresenta mandatário e candidatos às juntas de freguesia esta sexta-feira
De acordo com uma nota enviada às redações, a sessão contará ainda com a apresentação dos mandatários da juventude e sénior. Recorde-se que os cabeças de lista às dez juntas de freguesia do concelho foram aprovados no passado dia 2 de junho, em plenário de militantes da Comissão Política da Secção do Partido Social Democrata (PSD) de Aveiro, tal como noticiado pela Ria.
Ribau Esteves assegura que Câmara de Aveiro será entregue em “excelente condição financeira”
O ponto dois da ordem de trabalhos da Assembleia Municipal desta terça-feira tinha como objetivo a apreciação e votação das contas consolidadas de 2024. José Ribau Esteves sublinhou que “a história que estas contas contam de saúde financeira desta Câmara, em termos de substância, é exatamente igual à história que se vai contar na conta que a Câmara vai fazer até ao último dia do meu mandato”, garantindo que “a nova Câmara, seja ela qual for, em dois meses e pouco não vai conseguir estragar a qualidade das contas”. O presidente reforçou ainda que “a Câmara Municipal de Aveiro - bem presidida [atualmente] - vai ser entregue ao meu sucessor em excelente condição financeira”, numa resposta direta às preocupações levantadas pela oposição, nomeadamente, ao PAN. Referindo-se ao facto de o partido ainda não ter apresentado candidato à Câmara de Aveiro nas próximas eleições autárquicas e à gestão de Alberto Souto de Miranda (ex-presidente entre 1997 e 2005), Ribau Esteves aproveitou ainda para lançar uma indireta: “Se o problema do PAN em arranjar candidato é alguém que está aterrado, cheio de medo, que vai receber uma Câmara parecida com a que eu recebi, digam à pessoa para não ter medo”, ironizou. “Se quiserem que eu lhe explique as contas, tenho muito gosto em recebê-la no meu gabinete e explicar-lhe a situação. (…) Não inventem fantasmas em relação a essa matéria”, concluiu. Pedro Rodrigues, do PAN, criticou a narrativa positiva da Câmara sobre as contas, argumentando que “esta realidade só poderá ser verdadeira avaliada no final do mandato, uma vez que foram realizados investimentos de grande dimensão, muitos deles em obras cuja relevância questionamos”. O deputado municipal alertou para o impacto desses investimentos, suportados em parte por fundos comunitários, mas também “à custa de uma forte carga fiscal imposta aos cidadãos aveirenses”, justificando o voto contra do partido. Recorde-se que o investimento de 22,1 milhões de euros na construção do novo pavilhão municipal ‘Oficina do Desporto’ será totalmente suportado pela Câmara Municipal de Aveiro, sem recurso a fundos comunitários. O financiamento será assegurado através de um empréstimo bancário de longo prazo. Segundo a autarquia "o contrato prevê que o reembolso seja realizado em prestações trimestrais, com taxa de juro variável, indexada à Euribor a 3 meses do spread de 0,239% e pagamento de juros também a três meses". Contabilizando os encargos com juros, o custo total da obra poderá ascender aos 30 milhões de euros - valor que pressupõe a inexistência de derrapagens financeiras. Segundo uma notícia do Jornal de Notícias, publicada a 17 de maio deste ano, a dívida total da Câmara Municipal de Aveiro situava-se, em 2024, em 58,6 milhões de euros: a sexta maior dívida, em valores absolutos, dos municípios portugueses. Contudo, neste valor ainda não está incluído o empréstimo para construção do novo pavilhão municipal, contraído apenas este ano. Por sua vez, Jorge Greno, do CDS-PP, manifestou o voto favorável à conta consolidada, enquanto Manuel Prior, do PSD, considerou o momento “mais um ato burocrático legal” e classificou as contas como “boas” e “positivas”. O deputado social-democrata realçou o voto favorável do PS em reunião de Câmara e expressou o desejo de que os resultados positivos se mantenham nos próximos anos.
Fatinha Ramos distinguida como sócia honorária da AAAUA
Natural de Aveiro e atualmente residente em Antuérpia, Fatinha Ramos é uma figura de destaque no panorama artístico mundial. A sua carreira multifacetada — que abrange desde ilustração editorial a murais públicos, passando por livros infantis, animação, cerâmica e moda — tem vindo a conquistar prémios e reconhecimento em todo o mundo. Segundo uma nota da AAAUA enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, sublinhou a importância deste momento, afirmando ser de “uma grata felicidade acolhermos na nossa galeria de sócios uma personalidade tão relevante no panorama nacional e internacional”. Destacou ainda que o percurso de Fatinha Ramos “inspira a comunidade alumni, que a acolhe com entusiasmo, numa valorização da responsabilidade social pelo lado das artes”, reforçando que “é objetivo da Associação valorizar a cultura e a cidadania ativa”. A arte de Fatinha Ramos é conhecida pela sua capacidade de provocar emoções profundas, através de um universo visual marcado por “texturas singulares”. “Este universo criativo já faz parte da identidade cultural de Aveiro, visível, por exemplo, no emblemático mural ‘Reflexos’”, aponta como exemplo. As suas criações abordam frequentemente temáticas sociais como o “aquecimento global, o sexismo e o racismo, dando voz às minorias que precisam ser ouvidas”. Com um portefólio que inclui colaborações com instituições como o MoMA, Google, Netflix, TIME, The New York Times, The Washington Post, TATE Modern ou o Parlamento Europeu, Fatinha Ramos tem vindo a conquistar inúmeros galardões desde 2016, entre os quais os World Illustration Awards, o prémio de Eexcelência Patrick Nagel e dois prémios de ouro da Society of Illustrators de Los Angeles. Ao receber a distinção, num jardim da Universidade de Aveiro, Fatinha Ramos partilhou que “foi uma boa surpresa”. “Sinto-me muito lisonjeada e honrada com este título, que agradeço imensamente”, expressou.