RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

Moções discutidas na Assembleia Geral de Alunos da AAUAv geram divergências

O fim das propinas e a guerra no Médio Oriente foram os temas que geraram a maior controvérsia, na ordem de trabalhos, na última Assembleia Geral de Alunos ordinária da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) que decorreu, esta terça-feira, no Complexo Pedagógico da Universidade de Aveiro (UA).

Moções discutidas na Assembleia Geral de Alunos da AAUAv geram divergências
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
24 out 2024, 14:45

Ambas as temáticas foram apresentadas, no ponto seis da ordem de trabalhos, pelo estudante Pedro Coutinho. Relativamente à primeira moção, que tinha como objetivo o fim das propinas no Ensino Superior, o estudante recordou que “com o marco histórico dos 50 anos do 25 de Abril e os sucessivos ataques às conquistas que saíram desta Revolução, urge defender e concretizar o Ensino Superior tal como ele está consagrado na Constituição da República Portuguesa, um Ensino Superior público, gratuito, democrático e de qualidade”. Assim, para Pedro Coutinho a existência da propina “é inconciliável com estes objetivos, pelo obstáculo financeiro que representa ao acesso e frequência, fomentando não só a elitização do Ensino Superior, como também o seu subfinanciamento, já que serve como justificação para se desresponsabilizar o Estado Central da sua tarefa constitucional de financiar o Ensino Superior Público”.

No que toca aos Serviços de Ação Social, o estudante apelou à necessidade de garantir mais residências públicas, melhorar as existentes e aumentar o valor do complemento de alojamento, considerando o “preço incomportável” com o da habitação em Portugal.

No documento apresentado, Pedro Coutinho apontou ainda críticas às refeições sociais na UA, realçando ser contra o seu aumento “para os 2,80 euros” e denunciando a falta de condições que leva a que os tempos de espera sejam muito longos”, tal como noticiado pela Ria.

Assim, com a aprovação desta moção, o estudante exigia que a AAUAv “publicitasse exaustivamente esta moção e todas as iniciativas em torno da luta pelo fim da propina”; prestasse contas sobre as diligências “que tomou para cumprir os pontos desta moção” e que participasse e se mobilizasse “para a luta pelo fim da propina por mais e melhores residências públicas, por melhores condições nas cantinas da UA e por mais ação social escolar, no dia 5 de novembro às 16h00 em frente à reitoria”.

Wilson Carmo, presidente da AAUAv parabenizou a proposta, mas sugeriu algumas alterações ao documento, nomeadamente, no que toca à extinção total da propina. “Esta direção defende a gratuitidade do ensino superior. Quanto à propina [a direção] defende uma redução progressiva e não uma redução para amanhã (…) O custo do ensino superior não são só as propinas (…) Acreditamos que a base está no reforço da ação social para criar condições económicas para conseguir comportar os custos do ensino superior”, afirmou.

Quanto à proposta de manifestação, no dia 5 de novembro, o presidente da AAUAv discordou da iniciativa dando nota que a Associação Académica já “participou numa manifestação em março” e de que tem estado em “reuniões sucessivas” com a UA e com o Ministério da Educação para discutir o tópico. “Não nos parece que esta seja a melhor forma de divulgar”, reconheceu. Face a isto, sugeriu ainda a votação deste ponto de forma isolada.

Após um período de discussão com o restante plenário, as sugestões foram aceites por Pedro Coutinho, tendo sido os dois primeiros pontos [fim gradual da propina e as contas sobre as diligências da moção] aprovados com um voto contra, uma abstenção e 31 votos a favor. Relativamente ao terceiro ponto [manifestação na reitoria] foi reprovado com 14 votos contra, dez abstenções e nove votos a favor.

Em declaração de voto, Samuel Xavier, um dos estudantes presentes na Assembleia Geral, realçou que a direção da AAUAv deve ter “autonomia” em participar no que “muito bem entender” em relação a manifestações. “Caso contrário, entramos num pretexto de sermos uma direção mendiga que está à espera de que a Assembleia Geral lhe diga o que deve fazer. Acho que a direção deve sim [ter autonomia] por também considerar que a direção publica mais festas e paródias do que qualquer outro tema (…) Se quiser organizar uma manifestação eu sou a favor e eu lá estarei… Só não acho que deva ser a Assembleia Geral a forçar”, sugeriu.

“Fica aqui o meu desagrado e descontentamento”

Num momento posterior, Pedro Coutinho propôs ainda a aprovação de uma moção pela paz no Médio Oriente. Segundo o estudante, “perante a violação sucessiva da Carta Universal dos Direitos Humanos, nomeadamente do seu artigo 3° que consagra que todos os seres humanos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. É urgente que se adote uma solução que coloque um fim ao horror a que os palestinianos estão expostos”.

Face ao apresentado, a direção da AAUAv enviou à mesa da Assembleia uma proposta alternativa à moção que tinha como objetivo exigir a “paz global”. De acordo com Wilson Carmo a moção apresentada por Pedro Coutinho estava “muito focada no Médio Oriente e (…) aquilo que devemos lutar seria pela paz (…) em geral e não apenas no Médio Oriente”, justificou.

Após a apresentação de ambos os argumentos, o plenário decidiu deliberar e votar sobre ambos os documentos [do Pedro e da direção da AAUAv] tendo sido aprovado apenas o da direção com 0 votos contra, quatro abstenções e 24 votos a favor. A primeira moção foi rejeitada com 11 votos contra, nove a favor e oito abstenções.

Face ao chumbo, mais uma vez, Samuel Xavier voltou a pedir uma declaração de voto onde afirmou ser “assustador e deprimente, a direção da AAUAv votar contra uma moção que fala de um tema tão sensível como são as atrocidades que estão a ser feitas contra o povo palestiniano. Fica aqui o meu desagrado e descontentamento”, expôs. Em forma de resposta, o presidente da AAUAv assegurou que a “segunda proposta que foi aprovada não vai contra o que está a acontecer (…) só não menciona de forma tão vincada. A leitura não é justa”, insistiu.

Gustavo Oliveira, secretário-geral da direção da AAUAv, acrescentou ainda que a moção "alternativa" acaba por ser "muito mais completa e geral". "Aqui a principal questão é que a AAUAv tem de definir um equilíbrio justo (...) Nós temos de ter um critério único de forma a que estas questões sejam abordadas de forma clara e a interpretação seja igual. A nossa abordagem tem de ser nesse sentido", relembrou.

Pedro Coutinho salientou não perceber os argumentos da AAUAv, realçando que a sua proposta não era uma "moção alternativa, mas sim adicional". "Vejo que foi muito bem aprovada a moção global (...) como ao bocado a direção não teve a oportunidade de responder à minha pergunta volto a perguntar o porquê do voto contra e não uma mera abstenção ou aprovação se realmente na vossa própria moção defendem a paz universal", questionou.

Wilson Carmo referiu, em "forma de correção", que não foi a direção da AAUAv que votou contra a sua moção, mas antes "alguns dos estudantes que fazem parte da direção", realçando que "houve até estudantes que fazem parte da direção que se abstiveram".

Após as várias trocas de argumentos, Pedro Coutinho voltou a solicitar que gostaria de dar mais uma oportunidade aos membros da direção da AAUAv [que votaram contra a sua proposta] sobre o porquê de não terem optado pela “abstenção”, solicitando à mesa da assembleia que ficasse registado em ata a falta de respostas por parte destes.

Assembleia Geral de Alunos fez um minuto de silêncio pelos incêndios na região

Ao longo da Assembleia Geral de alunos da AAUAv foram ainda aprovados um conjunto de votos de louvor, nomeadamente, à Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) pela realização das fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s) em Aveiro, com zero votos contra, duas abstenções e 52 votos a favor; ao Conselho Nacional da Juventude pela realização do Encontro Nacional da Juventude em Aveiro com zero votos contra, cinco abstenções e 46 votos a favor; aos atletas vencedores de competições desportivas de elevado renome com zero votos contra, uma abstenção e 50 votos a favor e às Assembleias Municipais de Aveiro, Oliveira de Azeméis, Águeda, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Estarreja pelos incêndios que afetaram a região de Aveiro em setembro deste ano com zero votos contra e abstenções e 52 votos a favor. Após a aprovação deste último ponto cumpriu-se um minuto de silêncio.

Ainda na ordem de trabalhos o presidente da mesa da Assembleia Geral, Gonçalo Marques e o presidente da direção da AAUAv apresentaram as suas propostas de membros para a restruturação interna dos órgãos sociais da AAUAv. Após votação, Renato Alexandre Lourenço Dias foi o escolhido para secretário da mesa da Assembleia Geral e Guilherme José Rodrigues Carola para vogal da direção da AAUAv. A candidatura de Renato foi aprovada com dez votos contra, cinco votos em branco e 26 votos a favor e a do Guilherme com 12 votos contra, quatro votos em branco e 25 votos a favor.

*Notícia atualizada no dia 24 de outubro, pelas 21h44, em virtude do Gustavo Oliveira ser secretário-geral da direção da AAUAv e ter respondido às declarações do estudante Pedro Coutinho.

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No XPERiMENTA de 2025 os participantes vão contar com cerca de 380 atividades, entre workshops, visitas e demonstrações científicas, distribuídas pelos 16 departamentos e quatro escolas politécnicas da UA. Além da participação no evento, a iniciativa surge como uma oportunidade para os jovens descobrirem tudo sobre o mundo da Ciência, colocando jovens de todo o país a participarem em atividades experimentais, visitas e espetáculos de ciência. Nesta edição, a Nave Multiusos Caixa UA será o palco das Competições Nacionais de Ciência, onde milhares de estudantes (dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico (CEB) e ensino secundário) irão colocar à prova os seus conhecimentos nas áreas da matemática, português, inglês, química, física, geologia, biologia, literacia financeira, ecologia cidadania e cultura geral, depois de quase 13 000 estudantes terem participado nas CNC em Rede, em fevereiro. Todos os dias são distinguidas as melhores equipas e escolas participantes nas competições. A cerimónia de entrega de prémios terá lugar no palco instalado junto ao Complexo Pedagógico, Científico e Tecnológico da UA. O calendário com todas as atividades pode ser consultado através do site oficial

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Os bilhetes gerais já estão esgotados e os diários estão a vender rápido. Quem dá nota é Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) que alerta que domingo, dia 27, se encontra “já ali nos últimos bilhetes”. O dia que traz Badoxa, Força Suprema e DJ Marqz não é, no entanto, o único dia em que se espera uma enchente no recinto. Hoje, 27, vai ser também dia de casa cheia e os dias de Van Zee e Bispo estão também a vender bem. “São dias bastante fortes, já estávamos cientes”, aponta a dirigente da AAUAv que frisa a vontade que “as pessoas venham, que conheçam aquilo que é o enterro da Aveiro (…) e que acima de tudo, quer sejam estudantes, quer seja comunidade da região de Aveiro, venham conhecer, venham ter com os estudantes e que criem aqui as suas memórias”. Segunda-feira, dia 28, é dia de mulheres em palco com a atuação de Capicua e da Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade de Aveiro (TFAAUAv) a abrilhantarem os palcos. A festa continua na terça-feira, dia 29, com Miguel Luz e VSP AST a animarem o recinto e a meio da semana há então Bispo, Alcool Club e DJ Edgar. Abril não foi longo o suficiente e, portanto, a festa continua em maio. Marotos da Concertina, Virgílio Faleiro e DJ Rafa Silva são os responsáveis pela primeira noite do próximo mês enquanto Van Zee e Pikika sobem a palco na primeira sexta-feira, dia 2. O Enterro termina no dia 3 de maio com Xamã e DJ Kold a encerrarem o evento. Os bilhetes diários podem ainda ser adquiridos na aplicação da AAUAv ou no recinto do Enterro entre as 11h e as 04h. Pela primeira vez este ano a AAUAv tomou medidas para limitar os conteúdos de teor sexual explícito nas barraquinhas do Enterro que, apesar de não estarem a ser seguidas como o esperado inicialmente, são frisados como primeiros passos pela direção da AAUAv. O reforço do ‘Safe Space’ é uma outra medida que ganha relevância na edição deste ano, especialmente depois das mais recentes notícias do Porto, ondedirigentes estudantis foram acusadospor alegadamente filmarem e partilharem vídeos de colegas sem autorização e de Braga, onde um jovem de 19 anos acabou por falecer na sequência de uma rixa. O Safe space “vai ser um local adjacente à tenda dos bombeiros” que vai contar com “diversos turnos ao longo da noite”, aponta a dirigente associativa. Além das patrulhas, Joana aponta que “as pessoas podem ir ter com o Safe Space caso sintam que estão a ser vítimas de assédio sexual, assédio moral, ou até mesmo por se estarem a sentir demasiado estimuladas com aquilo que é um evento que tem diferentes estímulos”. “O que nós tentamos proporcionar é mesmo um espaço seguro com pessoas capacitadas para ajudarem qualquer pessoa em qualquer situação a lidar com aquilo que possam estar a experienciar no momento”, frisa a presidente da AAUAv. O Enterro está assim pronto para lidar com todas as situações que possam surgir e a direção da AAUAv espera que o evento seja “uma experiência memorável”. “Espero que seja um bom Enterro para todos, que criem muitas memórias e que venham fazer parte, porque o Enterro são de facto as pessoas que vêm até o Enterro” sublinha Joana Regadas.

Apesar das novas regras da AAUAv, barraquinhas do Enterro continuam com 'cariz sexual explícito'
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São cerca de 30 as barraquinhas que foram aprovadas pela direção da AAUAv e a maioria estava ontem ainda em processo de construção. As decorações foram preparadas pelos estudantes e dirigentes dos núcleos da AAUAv, maioritariamente, nas semanas anteriores e são agora transportadas para o recinto. O espaço estava ontem repleto de estudantes: uns sentados no chão a pintarem decorações, outros pendurados a fixarem partes das estruturas e outros a correrem de um lado para o outro com latas de tinta, spray e lonas decorativas. As 11 horas de sábado, dia 26, são o prazo limite para que os preparativos estejam concluídos, dado que o Enterro arranca na noite desse mesmo dia. Em frente ao palco, do lado direito, um grupo de estudantes sujos com tinta pintava tábuas de madeira de preto e vermelho. Já no local estava também instalada a máquina de finos. Trata-se da barraquinha do Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil, que se apresenta com o tema “All In Civil”. Inspirada no universo do poker e dos jogos de casino, a proposta convida os visitantes a “apostarem tudo na barraca de Engenharia Civil”, explica David Nogueira, coordenador do Núcleo. Os estudantes deste curso foram, talvez, dos mais ‘afetados’ pelas novas regras impostas pela AAUAv, já que este ano ficaram impedidos de manter uma tradição do curso: oferecer um shot a quem mostrasse os seios na barraquinha. Apesar da expectativa de contestação, face à polémica gerada nas redes sociais, os membros do núcleo mostraram-se compreensivos com a decisão, revelando que era algo que já havia sido ponderado anteriormente. “Foi o empurrão final que precisávamos para acabar com a tradição”, admitiram, visivelmente constrangidos ao serem confrontados com o tema. Os dirigentes deste núcleo reconheceram a pertinência das medidas, apontando como exemplo recente as acusações dirigidas a dirigentes estudantis da Universidade do Porto, por alegadamente filmarem e partilharem vídeos de colegas sem autorização. Estes casos também serviram, segundo referem, para justificar a posição adotada pela AAUAv. Ainda assim, para alguns estudantes, como Tânia Fernandes, do Núcleo de Estudantes de Engenharia Química, as medidas impostas pela Associação estão a ser um tema “muito sensível”. “Acho que o problema não foi «há uma censura», o problema foi perceber até onde essa censura vai, porque não ter caráter sexual explícito e que apela à violência, acho que é um bocado relativo (…), no sentido que ninguém sabia até onde é que essas limitações iam, mas eu acho que não está assim tão mau - não foram impostas tantas limitações quanto isso pelas barracas que estão aqui, inclusive a nossa”, frisa a estudante. Também Joana Cabral, vice-coordenadora do Núcleo Associativo de Estudantes do Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (NAE-ISCA), contou à Ria que foi alertada pela direção da AAUAv para a possibilidade das decorações da sua barraquinha terem de ser alteradas. O tema escolhido — “Iscanal” — representa “um canal televisivo (…) a fazer referência também ao Pornhub [site de pornografia], mas tentando seguir o regulamento que foi imposto pela AAUAv este ano”. Regulamento esse que a estudante considera “não estar muito explícito”. “Tivemos o nosso tema aprovado e fizemos as nossas decorações, já falamos com pessoas da AAUAv, não disseram nada e agora que já está montado e já está na barraca, estão a ver soluções para ou nós tiramos isto ou temos de o alterar, é chato”, lamenta Joana. A estudante acrescenta que, durante o dia de hoje, 25 de abril, teve de tapar um dos elementos decorativos da barraquinha: uma boneca colocada na parte superior da estrutura, com as pernas abertas e o logótipo do núcleo a cobrir a zona genital. Joana refere ainda que cerca de 160 dos 400 autocolantes impressos pelo núcleo não poderão ser distribuídos, sublinhando o investimento feito, que não terá agora o retorno inicialmente previsto. Outra barraquinha que parece tentar fugir às regras definidas pela direção da AAUAv e apresenta elementos decorativos de cariz sexual explícito é a dos estudantes de Ciências Biomédicas. O tema — “Just Lap Dance” — brinca com a identidade visual do jogo Just Dance. Enquanto alguns estudantes falavam com a Ria, outros penduravam nas paredes da barraquinha pinturas de posições sexuais, numa adaptação das figuras que, no jogo, ilustram a coreografia a ser seguida pelos jogadores. “Seguimos um tema que não fosse muito explícito, mas que desse para ir também de encontro ao que os nossos estudantes estão à espera”, reparam. Em declarações à Ria, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv admite que o regulamento trata “uma zona muito cinzenta” e sublinha que “existirão sempre melhorias a fazer”. “No entanto, é sempre preciso dar o primeiro passo e cometer os primeiros erros para que depois eles possam ser alterados”, frisa a dirigente associativa. Relativamente à existência de decoração explicita nas barraquinhas, Joana Regadas aponta que acredita “que todos conseguimos depreender aquilo que cariz sexual explícito significa”, sublinhando que se algo não estiver em conformidade com os regulamentos vão ser encontradas soluções. “O que nós sempre aconselhamos foi que, em caso de dúvidas, enviem para a Comissão Executiva da Semana do Enterro (CESE), que a CESE avalia, explica e clarifica a questão em si”. A dirigente recorda ainda que a alteração ao regulamento já estava prevista desde a realização do último Integra-te e acredita que toda a estrutura está alinhada e entende “qual é que pode ser o nosso papel em modificar aquilo que tem sido uma crescente de notícias negativas e de posições negativas face a todas estas questões”. Para o futuro, a dirigente espera que “as coisas possam ser melhoradas na base de feedback e da crítica construtiva”.

AAAUA atribui título de Sócio Honorário a João Veloso
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Pedro Oliveira, presidente da AAAUA apresentou a proposta da direção considerando-a como “justa e merecida”. “O professor João Veloso, fruto da revisão estatutária concretizada em 2023, tornou-se o 1.º sócio extraordinário da AAAUA, sendo o seu sócio n.º 3113. Acresce o constante apoio e a participação ativa que tem mantido para com a Associação e a dinâmica empreendida, concomitantemente com a análise prospetiva e estratégica que desenvolvemos sobre a Comunidade alumni da UA relativa ao seu fortalecimento e desenvolvimento continuo, trabalho realizado designadamente como membro do Conselho Consultivo da AAAUA”, salienta o dirigente da associação dos antigos estudantes. João Filipe Calapez de Albuquerque Veloso é vice-reitor para a Cooperação da Universidade de Aveiro desde 2020, instituição onde é também professor catedrático. É doutorado em Física Tecnológica pela Universidade de Coimbra (2000) e conta no seu currículo com títulos como o de coordenador do Laboratório Associado I3N-Aveiro, membro do Conselho Científico da UA, diretor do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica e soma a autoria em várias publicações científicas. João Veloso aponta que é “uma honra acrescida receber o título que agora a AAAUA me atribui”, destacando que “a Associação dos Antigos Alunos da Universidade de Aveiro tem tido nos últimos anos um papel marcante na dinamização da rede alumni UA, contribuindo significativamente para a sua revitalização”.

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Concurso de Bandas de Garagem com inscrições abertas até 30 de maio
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O Concurso de Bandas de Garagem é dirigido a bandas com três ou mais elementos, com idades compreendidas entre os 16 e os 35 anos, sem qualquer contrato discográfico e com pelo menos um elemento residente no Município de Ílhavo. Não serão consideradas inscrições de bandas vencedoras de edições anteriores, nem bandas que integrem elementos comuns. Para efetivar a inscrição é necessário preencher o formulário online disponível no site do município, com a identificação de todos os elementos da banda, fotocópia do documento de identificação civil e comprovativo de morada de todos os elementos. É necessário ainda a submissão da maqueta com os temas a concurso, biografia da banda e rider técnico. A maqueta das músicas a concurso deve ser entregue em suporte digital, devidamente identificada, não excedendo os 10 minutos de duração, com um cover e um tema original. Esta apresentação áudio deve ser acompanhada da letra datilografada do tema original com o nome dos autores da letra e música. Pelo menos um dos temas apresentados a concurso deve ser cantado em português. Este concurso integra a programação do Festival Mareato, realizando-se numa única eliminatória, a 3 de julho. A ordem de atuação das bandas, de 20 minutos cada, será definida através de sorteio. A avaliação das bandas, realizada pelo júri, será feita com base nos critérios de originalidade, presença em palco, interação com o público, execução técnica e musical, interpretação e composição. A banda vencedora receberá um prémio monetário no valor de 1000 euros e integrará a programação do Palco Bombordo no Festival do Bacalhau 2025. A segunda e terceira classificadas recebem prémios de 500 e 250 euros, respetivamente. O Concurso de Bandas de Garagem é uma iniciativa do Município de Ílhavo que  "visa estimular a capacidade artística dos jovens, proporcionando-lhes a oportunidade de pisar um palco e conferindo uma maior visibilidade ao trabalho desenvolvido", aponta a autarquia em nota enviada às redações. 

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Luís Montenegro: "Quem convive mal com tolerância não é digno de viver o 25 de Abril"
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“O 25 de Abril é uma data que nos transmite o sentimento de liberdade, o sentimento de respeito e tolerância pelo pensamento diferente, isso é a essência do 25 de Abril, é a essência da democracia e, portanto, todos aqueles que convivem mal com a diferença, com a tolerância, não são, efetivamente, dignos de poder viver plenamente o 25 de Abril e o seu significado. E eu lamento isso”, afirmou. O primeiro-ministro falava aos jornalistas após cruzar a meta da caminhada dos cinco quilómetros, uma das provas da 5.ª edição da Maratona da Europa, que se realizou hoje em Aveiro. Sobre os confrontos registados na sexta-feira, em Lisboa, que envolveram participantes de uma manifestação de extrema-direita, não autorizada, Montenegro disse que quando há excessos, tem de haver alguém que ponha ordem e que garanta a liberdade de todos. “Eu creio que as autoridades fizeram aquilo que se impunha para manter a tranquilidade e a ordem pública. Agora quando há comportamentos que são de excesso e que extravasam o cumprimento das regras, isso responsabiliza os autores desses comportamentos”, referiu. O primeiro-ministro disse ainda não temer que a campanha eleitoral fique marcada por este tipo de movimentos, considerando que, apesar de algumas exceções, a democracia em Portugal funciona e os partidos políticos e os agentes políticos respeitam-se. “Evidentemente que há fenómenos extremos que devem ser acompanhados, devem ser também combatidos democraticamente e nós não os subestimamos nem desvalorizamos, mas também não entramos agora em depressão porque há esses epifenómenos relativamente àquilo que é a generalidade das pessoas, dos portugueses e a generalidade dos partidos políticos também”, observou. Segundo a PSP, a operação policial associada ao 25 de Abril em Lisboa, na sexta-feira, terminou com três detidos, inclusive os líderes do Ergue-te e do grupo de extrema-direita 1143, quatro pessoas identificadas e dois polícias com ferimentos ligeiros. Num balanço ao final do dia, o comandante da 1.ª Divisão Policial do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, Iúri Rodrigues, realçou a realização de “dois eventos que foram comunicados e que foram proibidos pela autoridade competente”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), referindo-se a duas concentrações marcadas para o Martim Moniz, uma promovida pelo partido Ergue-te e grupos de extrema-direita e uma contramanifestação a essa mesma iniciativa. Esses dois eventos justificaram a mobilização de um dispositivo policial para “fazer cumprir a ordem da autoridade administrativa, portanto a proibição” da realização dessas iniciativas, explicou Iúri Rodrigues, referindo que o partido Ergue-te tentou realizar a iniciativa no Largo de São Domingos, junto ao Rossio, e foi nesse local que se verificaram dois momentos de “elevada tensão”, que exigiram a intervenção da PSP. Quanto ao tradicional desfile das celebrações do 25 de Abril, desde a Praça Marquês de Pombal até à Avenida Liberdade, “decorreu praticamente sem quaisquer incidentes”, afirmou Iúri Rodrigues. Em reação às críticas do líder do PS, que referiu que agora há mais serviços de urgência encerrados do que no ano passado, Luís Montenegro aponta que a situação na Saúde é melhor do que há um ano atrás. “Há um ano atrás a saúde estava pior do que está agora. Não quer dizer que agora esteja bem, nós sabemos que há muita coisa para fazer”, disse Luís Montenegro. Questionado pelos jornalistas sobre a situação na saúde, Montenegro referiu ainda que o Governo tem vindo a trabalhar para resolver um problema com muitos anos, realçando que atualmente “espera-se menos tempo para ter uma consulta e para ter uma cirurgia e também há menos urgências fechadas do que havia há um ano atrás, nas mesmas circunstâncias”. “Isto não quer dizer que está tudo bem, mas quer dizer que nós estamos a resolver os problemas à medida que o tempo nos permite que eles sejam resolvidos. Agora, não nos podem exigir que façamos em 11 ou 12 meses aquilo que outros não fizeram em mais de 20 anos. Não foram só os oito anos que nos antecederam, o PS governou 22 dos últimos 30 anos”, observou. Montenegro disse ainda que espera que os portugueses tenham sentido de justiça de fazer uma apreciação sobre aquilo que cada um foi capaz de fazer no seu período, adiantando que o juízo será feito na campanha eleitoral e depois culminará no dia das eleições. Recorde-se ainda que Luís Montenegro foi desmentido por José Ribau Esteves relativamente ao ponto de situação do hospital de Aveiro, depois de ter afirmado na apresentação da candidatura de Luís Souto de Miranda que espera que as obras de ampliação do hospital de Aveiro avancem até outubro.

Incêndio em Sever de Vouga causa um ferido grave por queimaduras e inalação de fumo
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O alerta foi dado às 20:28 para um incêndio na cozinha de uma moradia em Rocas do Vouga, no município de Sever de Vouga, tendo causado um ferido grave por queimaduras e inalação de fumo, que foi transportado para o Hospital de Aveiro. De acordo com o comandante dos bombeiros, duas outras pessoas tiveram de ser assistidas no local por inalação de fumo, mas sem gravidade. No local estiveram 21 operacionais, apoiados por oito meios, dos Bombeiros Voluntários de Sever de Vouga e da GNR.