Moções discutidas na Assembleia Geral de Alunos da AAUAv geram divergências
O fim das propinas e a guerra no Médio Oriente foram os temas que geraram a maior controvérsia, na ordem de trabalhos, na última Assembleia Geral de Alunos ordinária da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) que decorreu, esta terça-feira, no Complexo Pedagógico da Universidade de Aveiro (UA).
Isabel Cunha Marques
JornalistaAmbas as temáticas foram apresentadas, no ponto seis da ordem de trabalhos, pelo estudante Pedro Coutinho. Relativamente à primeira moção, que tinha como objetivo o fim das propinas no Ensino Superior, o estudante recordou que “com o marco histórico dos 50 anos do 25 de Abril e os sucessivos ataques às conquistas que saíram desta Revolução, urge defender e concretizar o Ensino Superior tal como ele está consagrado na Constituição da República Portuguesa, um Ensino Superior público, gratuito, democrático e de qualidade”. Assim, para Pedro Coutinho a existência da propina “é inconciliável com estes objetivos, pelo obstáculo financeiro que representa ao acesso e frequência, fomentando não só a elitização do Ensino Superior, como também o seu subfinanciamento, já que serve como justificação para se desresponsabilizar o Estado Central da sua tarefa constitucional de financiar o Ensino Superior Público”.
No que toca aos Serviços de Ação Social, o estudante apelou à necessidade de garantir mais residências públicas, melhorar as existentes e aumentar o valor do complemento de alojamento, considerando o “preço incomportável” com o da habitação em Portugal.
No documento apresentado, Pedro Coutinho apontou ainda críticas às refeições sociais na UA, realçando ser contra o seu aumento “para os 2,80 euros” e denunciando a falta de condições que leva a que os tempos de espera sejam muito longos”, tal como noticiado pela Ria.
Assim, com a aprovação desta moção, o estudante exigia que a AAUAv “publicitasse exaustivamente esta moção e todas as iniciativas em torno da luta pelo fim da propina”; prestasse contas sobre as diligências “que tomou para cumprir os pontos desta moção” e que participasse e se mobilizasse “para a luta pelo fim da propina por mais e melhores residências públicas, por melhores condições nas cantinas da UA e por mais ação social escolar, no dia 5 de novembro às 16h00 em frente à reitoria”.
Wilson Carmo, presidente da AAUAv parabenizou a proposta, mas sugeriu algumas alterações ao documento, nomeadamente, no que toca à extinção total da propina. “Esta direção defende a gratuitidade do ensino superior. Quanto à propina [a direção] defende uma redução progressiva e não uma redução para amanhã (…) O custo do ensino superior não são só as propinas (…) Acreditamos que a base está no reforço da ação social para criar condições económicas para conseguir comportar os custos do ensino superior”, afirmou.
Quanto à proposta de manifestação, no dia 5 de novembro, o presidente da AAUAv discordou da iniciativa dando nota que a Associação Académica já “participou numa manifestação em março” e de que tem estado em “reuniões sucessivas” com a UA e com o Ministério da Educação para discutir o tópico. “Não nos parece que esta seja a melhor forma de divulgar”, reconheceu. Face a isto, sugeriu ainda a votação deste ponto de forma isolada.
Após um período de discussão com o restante plenário, as sugestões foram aceites por Pedro Coutinho, tendo sido os dois primeiros pontos [fim gradual da propina e as contas sobre as diligências da moção] aprovados com um voto contra, uma abstenção e 31 votos a favor. Relativamente ao terceiro ponto [manifestação na reitoria] foi reprovado com 14 votos contra, dez abstenções e nove votos a favor.
Em declaração de voto, Samuel Xavier, um dos estudantes presentes na Assembleia Geral, realçou que a direção da AAUAv deve ter “autonomia” em participar no que “muito bem entender” em relação a manifestações. “Caso contrário, entramos num pretexto de sermos uma direção mendiga que está à espera de que a Assembleia Geral lhe diga o que deve fazer. Acho que a direção deve sim [ter autonomia] por também considerar que a direção publica mais festas e paródias do que qualquer outro tema (…) Se quiser organizar uma manifestação eu sou a favor e eu lá estarei… Só não acho que deva ser a Assembleia Geral a forçar”, sugeriu.
“Fica aqui o meu desagrado e descontentamento”
Num momento posterior, Pedro Coutinho propôs ainda a aprovação de uma moção pela paz no Médio Oriente. Segundo o estudante, “perante a violação sucessiva da Carta Universal dos Direitos Humanos, nomeadamente do seu artigo 3° que consagra que todos os seres humanos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. É urgente que se adote uma solução que coloque um fim ao horror a que os palestinianos estão expostos”.
Face ao apresentado, a direção da AAUAv enviou à mesa da Assembleia uma proposta alternativa à moção que tinha como objetivo exigir a “paz global”. De acordo com Wilson Carmo a moção apresentada por Pedro Coutinho estava “muito focada no Médio Oriente e (…) aquilo que devemos lutar seria pela paz (…) em geral e não apenas no Médio Oriente”, justificou.
Após a apresentação de ambos os argumentos, o plenário decidiu deliberar e votar sobre ambos os documentos [do Pedro e da direção da AAUAv] tendo sido aprovado apenas o da direção com 0 votos contra, quatro abstenções e 24 votos a favor. A primeira moção foi rejeitada com 11 votos contra, nove a favor e oito abstenções.
Face ao chumbo, mais uma vez, Samuel Xavier voltou a pedir uma declaração de voto onde afirmou ser “assustador e deprimente, a direção da AAUAv votar contra uma moção que fala de um tema tão sensível como são as atrocidades que estão a ser feitas contra o povo palestiniano. Fica aqui o meu desagrado e descontentamento”, expôs. Em forma de resposta, o presidente da AAUAv assegurou que a “segunda proposta que foi aprovada não vai contra o que está a acontecer (…) só não menciona de forma tão vincada. A leitura não é justa”, insistiu.
Gustavo Oliveira, secretário-geral da direção da AAUAv, acrescentou ainda que a moção "alternativa" acaba por ser "muito mais completa e geral". "Aqui a principal questão é que a AAUAv tem de definir um equilíbrio justo (...) Nós temos de ter um critério único de forma a que estas questões sejam abordadas de forma clara e a interpretação seja igual. A nossa abordagem tem de ser nesse sentido", relembrou.
Pedro Coutinho salientou não perceber os argumentos da AAUAv, realçando que a sua proposta não era uma "moção alternativa, mas sim adicional". "Vejo que foi muito bem aprovada a moção global (...) como ao bocado a direção não teve a oportunidade de responder à minha pergunta volto a perguntar o porquê do voto contra e não uma mera abstenção ou aprovação se realmente na vossa própria moção defendem a paz universal", questionou.
Wilson Carmo referiu, em "forma de correção", que não foi a direção da AAUAv que votou contra a sua moção, mas antes "alguns dos estudantes que fazem parte da direção", realçando que "houve até estudantes que fazem parte da direção que se abstiveram".
Após as várias trocas de argumentos, Pedro Coutinho voltou a solicitar que gostaria de dar mais uma oportunidade aos membros da direção da AAUAv [que votaram contra a sua proposta] sobre o porquê de não terem optado pela “abstenção”, solicitando à mesa da assembleia que ficasse registado em ata a falta de respostas por parte destes.
Assembleia Geral de Alunos fez um minuto de silêncio pelos incêndios na região
Ao longo da Assembleia Geral de alunos da AAUAv foram ainda aprovados um conjunto de votos de louvor, nomeadamente, à Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) pela realização das fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s) em Aveiro, com zero votos contra, duas abstenções e 52 votos a favor; ao Conselho Nacional da Juventude pela realização do Encontro Nacional da Juventude em Aveiro com zero votos contra, cinco abstenções e 46 votos a favor; aos atletas vencedores de competições desportivas de elevado renome com zero votos contra, uma abstenção e 50 votos a favor e às Assembleias Municipais de Aveiro, Oliveira de Azeméis, Águeda, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Estarreja pelos incêndios que afetaram a região de Aveiro em setembro deste ano com zero votos contra e abstenções e 52 votos a favor. Após a aprovação deste último ponto cumpriu-se um minuto de silêncio.
Ainda na ordem de trabalhos o presidente da mesa da Assembleia Geral, Gonçalo Marques e o presidente da direção da AAUAv apresentaram as suas propostas de membros para a restruturação interna dos órgãos sociais da AAUAv. Após votação, Renato Alexandre Lourenço Dias foi o escolhido para secretário da mesa da Assembleia Geral e Guilherme José Rodrigues Carola para vogal da direção da AAUAv. A candidatura de Renato foi aprovada com dez votos contra, cinco votos em branco e 26 votos a favor e a do Guilherme com 12 votos contra, quatro votos em branco e 25 votos a favor.
*Notícia atualizada no dia 24 de outubro, pelas 21h44, em virtude do Gustavo Oliveira ser secretário-geral da direção da AAUAv e ter respondido às declarações do estudante Pedro Coutinho.
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UA vai ter novo Laboratório de Inovação e Experimentação Alimentar
Com o objetivo de divulgar o novo curso de especialização Inovação e Sustentabilidade nas Cadeias Alimentares, o DQ vai inaugurar, na próxima quinta-feira, dia 27, um laboratório de inovação e experimentação alimentar. A inauguração, aberta às empresas da fileira alimentar, pretende também ser uma mostra das competências dos investigadores e professores da Universidade de Aveiro na área e vai reunir vários especialistas do setor numa mesa-redonda sobre a importância da Inovação na área alimentar, com foco nos desafios atuais e oportunidades na perspetiva de diferentes players nacionais. O evento decorrerá pelas 17h30 no DQ e a mesa-redonda trará Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods, Marlos Silva, diretor do R&D e Inovação da SONAE, Natacha Fontes, Gestora I&D|R&D da Sogrape e Ana Tasso Rosa, ex-estudante de licenciatura e mestrado do DQ e atual R&DI diretora da Casa Mendes e Gonçalves à UA. As inscrições para assistir à sessão já se encontram abertas. O evento pretende ainda divulgar o curso de especialização Inovação e Sustentabilidade nas Cadeias Alimentares, um curso que pretende proporcionar “uma formação avançada, especializada e modular, em que cada estudante cria o seu percurso formativo, dirigido a quadros superiores de empresas ou entidades públicas e privadas”, lê-se em nota enviada às redações. O curso foi construído “tendo em consideração as necessidades atuais de formação continua e integrada nas diversas áreas da fileira alimentar, com especial foco na sustentabilidade e inovação, e numa Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL), em que os estudantes adquirem conhecimentos e competências teóricas e práticas ao trabalhar nos seus próprios projetos, que podem trazer do seu mundo real de trabalho”, indica a mesma nota. O laboratório de inovação e experimentação alimentar e o novo curso de especialização foram financiados por verbas dos investimentos Incentivo Adultos e Impulso Jovens STEAM do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal (PRR).
AAAUA institui Núcleo Alumni de Rugby
Por ocasião da investidura do novo Núcleo, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, partilhou a “satisfação por ver nascer este Núcleo, ancorado numa enorme vontade da coordenação em congregar os antigos alunos. Tendo como mote a prática do rugby, uma modalidade em expansão no panorama nacional” razão pela qual desejou “um bom trabalho” à coordenação designada, a quem agradeceu a “disponibilidade e o voluntarismo para este desafio”. O Núcleo é coordenado por Ivan Portela, ex-jogador de rugby da Universidade de Aveiro (UA). Paulo Fontes, antigo presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e ex-jogador de rugby, foi designado responsável financeiro e Daniel Rainho, antigo coordenador do Núcleo de Rugby da AAUAv, é o vogal do novo núcleo. Ivan Portela partilhou que a ideia de criar o Núcleo Alumni de Rugby surgiu pela competição da modalidade “ter-se iniciado na nossa academia, precisamente, há 40 anos”. “No entanto, a missão do Núcleo não passa unicamente por relembrar o passado, que é importante, mas principalmente para estimular a prática da modalidade entre os Alumni, estimular os jovens alunos que neste ano letivo 2024/2025 voltaram a praticar a modalidade no Campus da UA e estimular toda a academia a experimentar a prática da modalidade”, acrescentou Ivan. O coordenador do novo núcleo considera ainda que o estímulo para a prática da modalidade se faz “sobretudo na passagem de um legado, da partilha de vivências e de histórias do Rugby Universidade de Aveiro, no ensinamento dos valores do desporto e do rugby e também pela partilha de conhecimento técnico da modalidade, na prática desportiva entre os antigos alunos e novos alunos”. A coordenação do Núcleo pretende realizar anualmente um evento da modalidade, onde haverá um conjunto de jogos de rugby, touch rugby e ‘walking rugby’, uma nova vertente da modalidade. A iniciativa pretende ainda fomentar o convívio entre todos os participantes, “na conhecida terceira parte do rugby”, referem. Além de Pedro Oliveira, presidente da Direção da AAAUA, estiveram presentes na sessão de tomada de posse do novo Núcleo Rui Semião, secretário e Manuela Nunes e Margarida Ferreira, vogais da associação.
Governo cria em Aveiro Zona Livre Tecnológica para testar tecnologias em ambiente real
A ZLT Aveiro é criada através de uma portaria conjunta da ministra da Administração Interna, do ministro da Educação, Ciência e Inovação, do ministro das Infraestruturas e Habitação e do secretário de Estado da Economia. A ZLT agora criada pretende ser “um espaço dedicado à experimentação e teste de tecnologias e sistemas de comunicação e eletrónica de ponta”. Liderada pela Universidade de Aveiro, a ZLT visa “impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico em diversas áreas, desde a mobilidade e saúde até à segurança civil e espaço”. A ZLT Aveiro permitirá testar novas tecnologias de comunicação em ambiente real, “incluindo redes de comunicações avançadas, conectividade IoT e sistemas veiculares com drones e outros veículos autónomos”. “O objetivo é criar um ambiente propício para o desenvolvimento e otimização de produtos, serviços e aplicações que dependem dessas tecnologias”, refere o respetivo regulamento. A Universidade de Aveiro será a entidade gestora da ZLT, responsável pela sua operação e manutenção. “A Zona Livre Tecnológica pretende atrair projetos inovadores de empresas nacionais e internacionais, promovendo a colaboração entre a indústria, a academia e outras entidades”, adianta. A sua delimitação “abrangerá diversos ambientes, incluindo áreas urbanas e periurbanas, sistemas logísticos, operações espaciais e ecossistemas naturais”. “A criação da ZLT Aveiro faz parte da estratégia do Governo para impulsionar a transformação digital e o desenvolvimento tecnológico do país, para posicionar Portugal como um centro de excelência na área das tecnologias de comunicação”, justifica a portaria. De acordo com a portaria, que entra em vigor na quarta-feira, os setores de atividade privilegiados para a realização de testes incluem, mas não só, cidades e portos inteligentes, aeronáutica e espaço, mobilidade e transportes, incluindo a ferrovia, outros setores como a indústria, turismo, saúde, ambiente e energia, agricultura e pescas e administração pública e do território. "Os promotores de testes são as pessoas singulares ou coletivas, públicas ou privadas, independentemente da sua natureza jurídica, que requeiram a realização de testes de tecnologias, produtos, serviços e processos inovadores de base tecnológica, alinhadas com a missão da ZLT - Aveiro (...), com potencial de viabilidade técnica, económica ou comercial, ou interesse para prossecução de objetivos de interesse geral ou para enriquecimento do conhecimento técnico ou científico", lê-se ainda no documento.
Fórum AAUAv: Direção e Núcleos querem que notas dos momentos de avaliação sejam divulgadas mais cedo
Pela primeira vez presente na qualidade de presidente da direção da AAUAv, Joana Regadas, exprimiu à Ria que foi um Fórum “muito feliz”. “Acho que é o sentimento que pode melhor descrever aquilo que se passou. Foi um fim de semana muito produtivo e muito bom para a estrutura”, afirmou. O “Fórum@AAUAv” juntou a direção da AAUAv com os diferentes núcleos, na Casa do Estudante, e procurou, ao longo dos dois dias, refletir sobre algumas das problemáticas dos estudantes e da UA. “No sábado, de manhã, discutimos o regulamento de estudos UA e tivemos em discussão alguns artigos sobre os momentos e os métodos de avaliação. [Para tal], contamos com a presença do provedor de estudante e com a professora Ana Balula, em representação do Conselho Pedagógico. [Com ela], tivemos a oportunidade de partilhar algumas das coisas que na ótica dos estudantes (…) não estão em conformidade e que se calhar não dão resposta às necessidades do ponto de vista dos estudantes”, avançou Joana Regadas. Ainda entre os pontos em discussão esteve também o “cumprimento de prazos para a divulgação das notas”. “Há uma sugestão por parte da estrutura que irá sair também, em breve, de antecipar o período de entrega de notas na época de exames para que as pessoas possam ter a oportunidade de se preparar para a época de recurso, caso seja necessário. Acabamos também por falar sobre a divulgação dos métodos de correção para os estudantes, entre outros tópicos”, continuou. A presidente da direção da AAUAv explicou à Ria que estiveram também em reflexão algumas questões relacionadas com as “dissertações, estágios e projetos”. “Foi bom para verificar que a realidade é diferente entre alguns dos departamentos, institutos e escolas que temos na universidade. Falamos ainda sobre a atribuição dos horários e sobre as escolhas das turmas que é uma coisa que apesar de estar automatizada ainda não ocorre da melhor forma… Percebemos que os critérios utilizados ainda não estão bem explícitos”, sublinhou. Também “a atribuição do papel de dirigente associativo aos núcleos” esteve em discussão, marcando ainda presença na iniciativa dois antigos presidentes da AAUAv - Luís Ricardo Ferreira e Tiago Alves – que refletiram também sobre esta estrutura. No domingo, o jogo do Beira-Mar, frente ao Salgueiros, no Estádio Mário Duarte, deu o ‘pontapé final’ ao “Fórum@AAUAv”. “Aqui também um agradecimento à estrutura do Beira-Mar por nos oferecer os bilhetes (…) para apoiarmos, de forma muito calorosa, a equipa da cidade que acabou por ganhar 2-0. Acho que fomos nós que demos a boa sorte para eles ganharem ao Salgueiros”, brincou a presidente da AAUAv. “O fórum é um momento de muita reflexão, de pensamento para os dirigentes, no entanto, também é um momento para a criação de laços e também de retribuição para a cidade que nos acolhe… Temos de começar também a caminhar nessa direção. Este foi um pequeno passo que acredito que fará diferença”, finalizou.
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Ílhavo lança concurso para criação de escultura de homenagem aos cardadores em Vale de Ílhavo
A criação desta peça de arte visa celebrar e eternizar esta figura identitária do Carnaval de Vale de Ílhavo, que tem levado o nome do município além-fronteiras, pelas suas características e rituais tão peculiares. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o concurso de ideias é realizado em anonimato e é aberto a pessoas singulares ou coletivas, obedecendo a seis critérios de avaliação: “qualidade da proposta; coerência e adequação à paisagem urbana; grau de conexão com a temática dos Cardadores e a valorização da identidade comunitária; viabilidade económica, sustentabilidade, viabilidade técnica/exequibilidade, perenidade e custos de manutenção; inovação, criatividade, originalidade conceptual, clareza visual e estética; custo e prazo de execução”. A obra será implantada junto à sede da 'Associação Os Cardadores de Vale de Ílhavo'. “O valor máximo que o Município de Ílhavo se dispõe a pagar pelo procedimento por ajuste direto para execução e implementação da escultura é de 40.650 euros, acrescidos de IVA”, avança a nota. O primeiro classificado receberá um prémio no valor de 5000 euros e o segundo classificado, 2500 euros. Aos autores dos restantes trabalhos, que se distingam pela sua singularidade, poderão ser atribuídas menções honrosas, de natureza não pecuniária. Reserva-se ao júri o direito de não atribuir qualquer prémio caso considere que a qualidade dos trabalhos não o justifique. Os interessados em concorrer deverão consultar as peças do procedimento na Plataforma Eletrónica acinGov. As propostas devem ser apresentadas até ao dia 9 de abril, na Câmara Municipal de Ílhavo, pessoalmente ou via postal. O júri do concurso é constituído por João Campolargo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo; Gonçalo Gomes, representante do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro; Paulo Lousinha, vencedor da 1.ª Edição do Prémio Municipal de Arquitetura – António Sarrico; José Miguel Estrela, engenheiro civil em representação da Ordem dos Engenheiros e da Delegação Distrital de Aveiro; e João Pinho, presidente de direção de “Os Cardadores de Vale de Ílhavo - Associação Cultural e Recreativa”. Posteriormente, o Município de Ílhavo vai promover uma exposição com os projetos admitidos a concurso, em data e local a definir, onde serão, também, atribuídos os prémios. De origem perdida no tempo, os Cardadores são um grupo secreto exclusivamente masculino, que sai à rua no Carnaval, envergando uma máscara imponente, feita de cotim, pele de carneiro, cortiça, bigodes de vaca ou de boi, duas asas e fitas coloridas – tudo isto perfumado com “Tabu”. Além da máscara, usam roupa interior de mulher – uma combinação – um lenço de tricana, meias até ao joelho e um cinto com sinos. Utilizam cardas – objetos tradicionalmente utilizado para a tecelagem de lã – para “cardar as raparigas”, entre saltos, corridas e urros.
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