UA: Estudantes denunciam “ditadura” no DFis
O átrio do Departamento de Física (DFis) da Universidade de Aveiro (UA) foi encerrado hoje, dia 21 de novembro, de forma definitiva devido ao “comportamento inaceitável” dos estudantes. A informação foi confirmada por João Miguel Dias, diretor do DFis. À Ria, os estudantes relatam viver num ambiente ao que comparam ao do período da “ditadura”.
Ana Patrícia Novo
JornalistaFoi enviado ontem, dia 20 de novembro, um email aos estudantes do DFis da UA. “Não me resta outra opção que não seja encerrar o átrio do DFis aos alunos a partir de amanhã”, lê-se no email enviado por João Miguel Dias aos estudantes, a que a Ria teve acesso. Durante esta quinta-feira, dia 21, o espaço esteve encerrado. Em declarações à Ria, João Miguel Dias garante que a medida veio para ficar. Neste momento, para o diretor do DFis, o espaço está “encerrado hoje e para sempre”.
“É mais um dia normal no departamento de Física”, ironizou um dos estudantes do DFis à Ria. “Nós constantemente recebemos emails a avisar sobre o comportamento, que não podemos confraternizar e que não podemos colocar as mochilas em cima da mesa”, explicaram. “São repetitivos os emails que o diretor manda a ameaçar”, afirmam. “O primeiro email que ele mandou este ano letivo foi exatamente a ameaçar e a avisar”, revelam os estudantes.
Os estudantes destacam ainda que este email [do dia 20 de novembro] difere dos anteriores por ameaçar, pela primeira vez, o encerramento das salas de estudo. “Infelizmente tenho verificado que o mau comportamento por parte dos alunos se está a propagar para outros espaços e sala de estudos do DFis (…) no futuro não hesitarei em encerrar também os espaços ou salas de estudo onde se verifique que os alunos não sabem usufruir das condições que lhes são proporcionadas pelo DFis”, lê-se no email.
O átrio é, para alguns estudantes, “um espaço em que as pessoas costumam vir para esperar pelas aulas e não é diferente dos outros departamentos, nós não somos piores que as pessoas dos outros departamentos”, garantem. O espaço é ainda utilizado pelos estudantes para estudar e fazer trabalhos, tal como acontece nos restantes departamentos da UA.
“Há departamentos que têm puff’s para as pessoas conviverem”, apontam os estudantes do Departamento de Física. Os estudantes do DFis relatam ainda não ser a primeira vez que o diretor encerra o espaço. “A primeira vez que ele fechou (…) colocou um sistema de alarme de 60 decibéis”. “Trata-nos como se fossemos crianças e não estudantes universitários”, reparam. A medida é ainda apontada como os estudantes como “ridícula”. “Nós dizemos que isto é uma ditadura”, apontam.
Segundo os estudantes, inicialmente o sistema instalado “funcionava extremamente mal”. “Foi mudada a máquina da comida porque ela ativava o alarme: caía uma garrafa de água ela ativava, arrastávamos a cadeira aquilo ativava”, exemplificam. Numa zona que é de entrada e passagem de pessoas, os estudantes afirmam que a medida não faz sentido. A única pessoa que se queixa do barulho, garantem, é o diretor do departamento. “No máximo, ele diz que as pessoas da secretaria se queixam” referem os estudantes enquanto sublinham que, mesmo assim, “é ele [diretor] que diz”.
“Talvez os alunos do DSCPT se saibam comportar enquanto os do Departamento de Física não sabem”
João Miguel Dias, diretor do Departamento de Física da UA encerrou o átrio do departamento devido a “comportamento inaceitável e perturbador do normal funcionamento do departamento que têm neste espaço”, lê-se num email enviado aos estudantes do departamento. João Miguel Dias refere no mesmo email que “têm sido frequentes os avisos aos alunos” e que “lamentavelmente estes avisos têm sido ignorados sistematicamente, e o seu mau comportamento tem persistido”.
À Ria, o diretor do DFis voltou a sublinhar as ideias contidas no email enviado aos estudantes referindo que o barulho perturba o trabalho da secretaria, que fica localizada também no átrio do Departamento. “Sou o diretor do Departamento de Física, tenho competências para gerir os espaços do DFis de acordo com os objetivos e a missão do departamento”, começa por esclarecer João Miguel Dias.
O diretor do departamento deu ainda conta de que o DFis “tem uma lacuna imensa de espaço” no que toca aos investigadores. “Tem imensos investigadores que não conseguem ter laboratórios para realizar os seus trabalhos”, afirmou. “O Departamento de Física tem a função de criar espaços de estudo para os seus estudantes, não tem a função de criar espaços de convívio”, reforçou João Miguel Dias.
Referiu ainda que, apesar de existirem máquinas de café e de comida na área do átrio, “é proibido comer” dentro do departamento. Quando confrontado com a realidade de outros departamentos da Universidade de Aveiro, nomeadamente o Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT), onde os estudantes utilizam o átrio como espaço de convívio e alimentação, o diretor referiu que “talvez os alunos do DSCPT se saibam comportar enquanto os do Departamento de Física não sabem”.
João Miguel Dias sublinhou ainda ter criado “vários espaços de estudo para proporcionar melhores condições de trabalho aos estudantes deste departamento”. “Os estudantes (…) não se sabem comportar num local público que está destinado a ser um espaço de estudo”, completou. “Entendem esse espaço de estudo como um espaço de convívio, apesar de sistematicamente alertados para esse mau comportamento”, refere João Miguel Dias.
Parte do alerta é feito, inclusive, por um medidor de decibéis. Um pequeno visor faz parte do sistema instalado e mostra aos estudantes os decibéis registados no espaço. “<60 dB Noise Alert” lê-se no cartaz colocado abaixo do visor. Foi instalado há mais de dois anos, segundo o diretor, de forma a “tentar ajudar [os estudantes] a ter um alerta para se comportarem e foi-lhes explicado porquê”, explicou João Miguel Dias. Quando os decibéis chegam ao limite definido, o sistema dispara.
“Claramente que o diretor do DFis está completamente alheio àquilo que é a realidade da Universidade de Aveiro”
Rodrigo Sá, presidente do Núcleo de Estudantes de Engenharia Física (NEEF) refere também que a situação é algo “que se arrasta há algum tempo”. O dirigente do NEEF explica que entende a posição do departamento e admite que o barulho feito no átrio possa afetar “o funcionamento das atividades administrativas do departamento”. No entanto, Rodrigo Sá acredita também que como “não há um espaço para convívio”, os estudantes se concentrem na zona do átrio para esse efeito. Rodrigo sublinhou ainda que “há vários espaços de estudo” no departamento, algo que considera “um ponto positivo”. Sobre existirem várias salas de estudo, Wilson Carmo, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) sublinha que “é muito bom para o próprio DFis mas um departamento tem de ser visto como um todo”, refere.
O presidente da AAUAv entende, por sua vez, que o encerramento do átrio “demonstra que temos um diretor de departamento que não tem qualquer tipo de tato para os estudantes”. O dirigente associativo refere que a maioria dos departamentos da UA têm um espaço onde os estudantes se podem juntar para conviver e fazer as suas refeições caso pretendam.
“O único espaço que o DFis tem é o átrio”, indica Wilson Carmo. “É normal que os estudantes naquele espaço queiram fazer as suas refeições quando entendem fazer as suas refeições, ainda para mais numa altura de inverno: não vamos obrigar os estudantes a estarem na rua, à chuva, ao vento e ao frio quando têm um espaço lá dentro que podem utilizar”, refere o dirigente associativo.
Wilson sublinha ainda que João Miguel Dias “tem naturalmente de se enquadrar - e nota-se que tem muito que se enquadrar - com aquilo que é a orgânica da UA”. “Claramente que o diretor do DFis está completamente alheio àquilo que é a realidade da Universidade de Aveiro”, reforça. O dirigente associativo sublinhou que vai entrar em contacto com o reitor, tendo afirmado que “a situação como está agora tem obrigatoriamente de alterar”. Caso essa alteração não se verifique, o presidente da AAUAv acredita que é necessário “repensar as pessoas que temos à frente do Departamento de Física”.
A Ria já contactou o gabinete do reitor da UA que afirmou “por enquanto” não querer prestar qualquer tipo de declaração. Deixou, no entanto, a garantia de que iria proceder à verificação da situação.
Recomendações
Universidade de Aveiro em projeto para aumentar resistência da porcelana
“O projeto “PorCoating” visa desenvolver revestimentos funcionais e decorativos para porcelanas, melhorando a sua resistência mecânica e agregando novas funcionalidades, diferenciando a porcelana tradicional”, refere uma nota de imprensa alusiva ao projeto. Segundo o texto, a inovação do “PorCoating – Revestimentos funcionais e inteligentes para porcelanas”, está na introdução de novas características com múltiplas funcionalidades e melhoria da resistência mecânica, nomeadamente quanto a flexão, tração e impacto ao bordo. Um dos desafios identificados pela equipa de investigação foi a dificuldade de adesão dos revestimentos, requerendo trabalho de investigação industrial e desenvolvimento experimental.Os investigadores propõem a aplicação de um filme transparente extra por Deposição Física de Vapor, visando melhorar a adesão global dos revestimentos. “A solução proposta permitirá o desenvolvimento de um novo produto”, salienta a nota da Universidade, concluindo que “o projeto tem potencial para revolucionar o mercado de porcelanas, trazendo produtos mais resistentes e versáteis para os consumidores”. O projeto conta com o envolvimento de investigadores do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (i3N-FSCOSD), do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, e do Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CENTIVC). Ao nível empresarial é liderado pela empresa Porcelanas da Costa Verde, S.A., em consórcio com as empresas Kerajet, S.A., e Coatit – Desenvolvimento de Superfícies Inteligentes, Lda. O PorCoating, será apoiado pelo programa Compete 2030, no âmbito do Sistema de Incentivos à Competitividade Empresarial Investigação e Desenvolvimento Empresarial, envolvendo um investimento elegível de 1,2 milhões de euros, a que corresponde um incentivo FEDER de quase um milhão de euros.
UA acolhe debate sobre “Microcredenciais e o Ensino ao Longo da Vida” esta quarta-feira
De acordo com uma nota enviada à Ria, as conversas cruzadas têm como objetivo “reunir especialistas, gestores de empresas, professores do ensino superior e profissionais, a fim de debaterem a integração das microcredenciais no ensino universitário”. A sessão desta quarta-feira contará com dois painéis. O primeiro abordará “A Formação ao Longo da Vida e a Atualização de Competências dos Engenheiros em resposta aos desafios do Sector Industrial”, pelas 15h15, e contará como convidados Ana Santana, responsável do departamento de recursos humanos do Grupo Grestel; Pedro Ribeiro, diretor de R&D da Bosch Aveiro e Élio Cardoso, diretor geral da Embeiral Construction. O segundo painel decorrerá pelas 17h30 e terá como tema “Os Novos Modelos de Ensino e as Novas Tecnologias, as propostas da Academia”. Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, António Gouveia, presidente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão - Politécnico de Viseu e Isabel Lança, presidente da Região Centro da Ordem dos Engenheiros serão os convidados desta segunda sessão. A sessão de boas-vindas ficará ainda a cargo de Isabel Lança, presidente da Região Centro da Ordem dos Engenheiros, pelas 15h00, sendo que pelas 17h00 haverá ainda uma assinatura de um protocolo entre a UA e a Ordem dos Engenheiros. A programação na íntegra pode ser consultada aqui. Na nota enviada à Ria, a Ordem dos Engenheiros da Região Centro esclarece ainda que as "microcredenciais, enquanto instrumentos de certificação de aprendizagens obtidas, mediante formações curtas e específicas, emergem como uma solução inovadora, permitindo que os engenheiros adquiram e comprovem competências de forma adaptada às necessidades do mercado e especificidades dos setores profissionais em que se integram".
GrETUA encerra programação trimestral esta semana com filme e exposição
"O Lado Obscuro do Coração” (1992), realizado por Eliseo Subiela, é um drama romântico e poético que acompanha Oliverio, um jovem poeta argentino inconformado com a mediocridade do quotidiano. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, a história gira em busca de um “amor ideal” já que se recusa a viver uma “vida sem paixão, poesia e liberdade”. “Entre encontros efémeros e devaneios existenciais, Oliverio parte numa viagem entre Buenos Aires e Montevideu, onde conhece Ana, uma misteriosa prostituta que pode finalmente preencher o vazio do seu coração. Uma história intensa e surreal sobre o desejo, a morte e a necessidade de encontrar alguém que saiba voar”, lê-se. A exibição do filme acontece no âmbito do ciclo de cinema “Anatomia da Transgressão”. Um momento que pretende investigar “o corpo como espaço político, ficcional, íntimo e indisciplinado”. O bilhete pode ser adquirido aqui e tem o custo de 2 euros para estudante e de 3 euros para não estudante. “Até que tudo fique claro” é a exposição de Isabel Medeiros patente na nova galeria suspensa- no foyer do GrETUA- até este sábado, 28 de junho. A mostra é composta por imagens retiradas do arquivo físico da erupção do Vulcão dos Capelinhos, em 1957, na Ilha do Faial (Açores), reflete sobre a memória e a sua degradação. No encerramento desta exposição, haverá lugar a uma conversa, pelas 19h00, com a autora e David Calão, autor da peça “recorder”, levada a cena em maio pelo GrETUA, cujas temáticas se cruzam numa reflexão sobre as imagens, os registos e a memória. Até julho, a programação trimestral do GrETUA girou “em torno da palavra desejo”. Entre espetáculos, concertos, cinema, exposições e residência artística, o GrETUA propôs uma reflexão sobre o corpo, a memória e o prazer como formas de resistência e imaginação num contexto marcado por crises e distopias.
Universidade de Aveiro lidera projeto para restaurar recifes de ostras
“O projeto RePor propõe uma abordagem inovadora para restaurar os recifes de ostras que têm vindo a sofrer um acentuado declínio devido à exploração excessiva e à poluição, de forma a recuperar e rentabilizar os benefícios ecológicos, económicos e sociais destes ecossistemas importantes”, explica a universidade em nota de imprensa. De acordo com o texto, serão desenvolvidas e aplicadas “técnicas inovadoras para aumentar a resiliência das ostras juvenis ('Ostrea edulis'), incluindo o pré-condicionamento a choques térmicos e de salinidade, aliado à modulação do microbioma”. O projeto baseia-se numa plataforma tecnológica composta por malhas poliméricas porosas e biodegradáveis, que permite a libertação controlada de moduladores microbianos, anteriormente desenvolvida pela mesma equipa de investigação. Após a fase de testes em condições laboratoriais, as ostras tratadas serão transplantadas para áreas da Ria de Aveiro, “onde serão monitorizados indicadores como saúde, crescimento, composição microbiana e taxa de sobrevivência”. “Com este trabalho, espera-se contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes e sustentáveis no restauro de habitats marinhos degradados, com base em soluções biotecnológicas e adaptadas às crescentes pressões ambientais sobre os ecossistemas costeiros”, explica a mesma fonte. Coordenado pelo investigador Daniel Cleary, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), o RePor é apoiado pelo programa Mar2030, e cofinanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e Aquicultura (FEAMPA), no âmbito da ação de Apoio à Proteção e Restauração da Biodiversidade e dos Ecossistemas Marinhos. O projeto obteve parecer favorável da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), estando alinhado com a Diretiva Quadro Estratégia Marinha e contribuindo para a implementação da Estratégia Ambiental do Atlântico Nordeste da Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR).
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BE diz que Rui Carneiro pediu apoio para candidatura independente e vereador nega
A acusação surge no dia em que o vereador Rui Soares Carneiro lhe viu ser retirada a confiança política pela concelhia do PS. Contactado pela Ria, Nelson Peralta confirmou que o visado do texto era precisamente “Rui Carneiro” e que a freguesia do Município se referia a “Cacia”. Numa publicação no Facebook, Nelson Peralta afirmou ter sido contactado no início de junho por “um eleito de outro partido” que lhe pediu “apoio formal e institucional do Bloco de Esquerda a uma candidatura independente a uma freguesia do município”. Classificou a abordagem como “absolutamente abstrusa, inconcebível e sem sentido”, e acusou o vereador de protagonizar uma “fantochada” com motivações pessoais e “oportunistas”. “A única ideia apresentada foi a sua discordância em relação à escolha do candidato do seu partido à freguesia”, escreveu. Recorde-se que, à data que Nelson Peralta diz ter sido contactado ("início de junho"), já tinha decorrido, no dia 26 de maio, a aprovação dos nomes dos cabeças de lista às dez juntas de freguesia do Município numa reunião interna do PS-Aveiro. O bloquista acusou ainda o autarca de tentar pressionar o PS através da comunicação social, destacando que “aparentava fazer ameaça ao seu partido de - ou o valorizam nas listas - ou há uma candidatura independente”. “Isto, recorde-se quando já tinha pedido apoio formal de outro partido a uma candidatura independente sua e enquanto mantinha o lugar de eleito desse partido. Nada que não fosse expectável desde o início”, continuou. Confrontado pela Ria, Rui Soares Carneiro negou ter feito qualquer “pedido formal e institucional” ao BE. Contudo, admitiu ter mantido contactos com “n partidos”, mas apenas na sequência do convite que recebeu do PS para ser o candidato à Junta de Freguesia de Cacia - convite esse que, segundo afirmou, nunca chegou a aceitar, por saber que o partido estaria a considerar outras opções além do seu nome. Questionado sobre uma eventual candidatura independente a Cacia, Rui Soares Carneiro voltou a afastar essa hipótese, sublinhando que “não foi convidado para nada”. Relembre-se que o secretariado do PS-Aveiro (a direção local do partido) retirou esta segunda-feira a confiança política a Rui Soares Carneiro. Em causa estão declarações públicas feitas de forma “reiterada” pelo autarca, nas quais expressa contestação à escolha do candidato à Junta de Freguesia de Cacia, admite não apoiar a candidatura do PS à CMA e não exclui a possibilidade de integrar uma eventual candidatura independente. Contactada pela Ria, Paula Urbano Antunes, presidente da concelhia do PS Aveiro, afirmou que não havia outra solução, além da retirada de confiança política a Rui Soares Carneiro. “Se há um militante do PS que está a exercer funções de vereador na Câmara Municipal (…) se reiteradamente diz que não sabe se vai apoiar ou não a candidatura do seu partido à Câmara, diz-se disponível para integrar uma candidatura independente… Acha que se pode confiar num militante que (…) faz estas afirmações?”, questiona. “Parece-me que não”, responde. No seguimento, considerou ainda que a publicação do BE só confirmou a decisão do PS: “Não se pode confiar para representar a Câmara Municipal para vereador e num munícipe que em relação ao seu partido não respeita os estatutos”, insiste. “Há órgãos próprios e à liberdade de expressão dentro do PS. (…) Não houve contestação nenhuma nem do candidato à Câmara, nem do candidato à Junta de Cacia. Foram ambos aprovados em Comissão Política Concelhia por unanimidade. Portanto, é mentira quando se diz que há contestação interna. Se há contestação interna, em primeira instância, é nos órgãos próprios que tem de ser feito e nunca foi”, justificou. Recorde-se que Rui Soares Carneiro afirmou à Ria que teve conhecimento da retirada de confiança do PS através da comunicação social. À redação adiantou ainda que estará presente e que participará na reunião pública da Câmara Municipal marcada para esta terça-feira, sem avançar, para já, mais comentários sobre o seu futuro político.
Aveiro abre três novos concursos públicos num valor total de cerca de 8 milhões de euros
O Museu de Arte Cerâmica volta a concurso público, no valor de 4,8 milhões de euros, registando um aumento de 1 milhão face ao último concurso. O prazo da execução mantem-se nos 540 dias. Recorde-se que a oposição se absteve de votar a última proposta apresentada em reunião camarária, apontando ter “muitas dúvidas com o conteúdo e a forma da solução encontrada”. A reunião contará ainda com a abertura do terceiro concurso para a requalificação do Parque de Campismo de São Jacinto, com um valor base de 2,3 milhões face aos anteriores 1,6 milhões. O prazo de execução contratual mantém-se nos 210 dias, dá nota a autarquia. O primeiro concurso para a empreitada foi lançado há um ano. Também a requalificação da antiga Junta da Vera Cruz volta a ser alvo da abertura de um novo concurso público, com um valor de 809 mil euros e um prazo de execução de 180 dias. A intervenção no imóvel, aponta a autarquia em comunicado, pretende “responder à necessidade de resolver um conjunto significativo de patologias construtivas, assegurando também a reorganização dos espaços interiores, com o objetivo de tornar o edifício mais funcional, polivalente e adaptado às exigências atuais de utilização”.
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