RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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UA: Estudantes denunciam “ditadura” no DFis

O átrio do Departamento de Física (DFis) da Universidade de Aveiro (UA) foi encerrado hoje, dia 21 de novembro, de forma definitiva devido ao “comportamento inaceitável” dos estudantes. A informação foi confirmada por João Miguel Dias, diretor do DFis. À Ria, os estudantes relatam viver num ambiente ao que comparam ao do período da “ditadura”.

UA: Estudantes denunciam “ditadura” no DFis
Ana Patrícia Novo

Ana Patrícia Novo

Jornalista
21 nov 2024, 21:54

Foi enviado ontem, dia 20 de novembro, um email aos estudantes do DFis da UA. “Não me resta outra opção que não seja encerrar o átrio do DFis aos alunos a partir de amanhã”, lê-se no email enviado por João Miguel Dias aos estudantes, a que a Ria teve acesso. Durante esta quinta-feira, dia 21, o espaço esteve encerrado. Em declarações à Ria, João Miguel Dias garante que a medida veio para ficar. Neste momento, para o diretor do DFis, o espaço está “encerrado hoje e para sempre”.

“É mais um dia normal no departamento de Física”, ironizou um dos estudantes do DFis à Ria. “Nós constantemente recebemos emails a avisar sobre o comportamento, que não podemos confraternizar e que não podemos colocar as mochilas em cima da mesa”, explicaram. “São repetitivos os emails que o diretor manda a ameaçar”, afirmam. “O primeiro email que ele mandou este ano letivo foi exatamente a ameaçar e a avisar”, revelam os estudantes.

Os estudantes destacam ainda que este email [do dia 20 de novembro] difere dos anteriores por ameaçar, pela primeira vez, o encerramento das salas de estudo. “Infelizmente tenho verificado que o mau comportamento por parte dos alunos se está a propagar para outros espaços e sala de estudos do DFis (…) no futuro não hesitarei em encerrar também os espaços ou salas de estudo onde se verifique que os alunos não sabem usufruir das condições que lhes são proporcionadas pelo DFis”, lê-se no email.

O átrio é, para alguns estudantes, “um espaço em que as pessoas costumam vir para esperar pelas aulas e não é diferente dos outros departamentos, nós não somos piores que as pessoas dos outros departamentos”, garantem. O espaço é ainda utilizado pelos estudantes para estudar e fazer trabalhos, tal como acontece nos restantes departamentos da UA.

“Há departamentos que têm puff’s para as pessoas conviverem”, apontam os estudantes do Departamento de Física. Os estudantes do DFis relatam ainda não ser a primeira vez que o diretor encerra o espaço. “A primeira vez que ele fechou (…) colocou um sistema de alarme de 60 decibéis”. “Trata-nos como se fossemos crianças e não estudantes universitários”, reparam. A medida é ainda apontada como os estudantes como “ridícula”. “Nós dizemos que isto é uma ditadura”, apontam.

Segundo os estudantes, inicialmente o sistema instalado “funcionava extremamente mal”. “Foi mudada a máquina da comida porque ela ativava o alarme: caía uma garrafa de água ela ativava, arrastávamos a cadeira aquilo ativava”, exemplificam. Numa zona que é de entrada e passagem de pessoas, os estudantes afirmam que a medida não faz sentido. A única pessoa que se queixa do barulho, garantem, é o diretor do departamento. “No máximo, ele diz que as pessoas da secretaria se queixam” referem os estudantes enquanto sublinham que, mesmo assim, “é ele [diretor] que diz”.

“Talvez os alunos do DSCPT se saibam comportar enquanto os do Departamento de Física não sabem”

João Miguel Dias, diretor do Departamento de Física da UA encerrou o átrio do departamento devido a “comportamento inaceitável e perturbador do normal funcionamento do departamento que têm neste espaço”, lê-se num email enviado aos estudantes do departamento. João Miguel Dias refere no mesmo email que “têm sido frequentes os avisos aos alunos” e que “lamentavelmente estes avisos têm sido ignorados sistematicamente, e o seu mau comportamento tem persistido”.

À Ria, o diretor do DFis voltou a sublinhar as ideias contidas no email enviado aos estudantes referindo que o barulho perturba o trabalho da secretaria, que fica localizada também no átrio do Departamento. “Sou o diretor do Departamento de Física, tenho competências para gerir os espaços do DFis de acordo com os objetivos e a missão do departamento”, começa por esclarecer João Miguel Dias.

O diretor do departamento deu ainda conta de que o DFis “tem uma lacuna imensa de espaço” no que toca aos investigadores. “Tem imensos investigadores que não conseguem ter laboratórios para realizar os seus trabalhos”, afirmou. “O Departamento de Física tem a função de criar espaços de estudo para os seus estudantes, não tem a função de criar espaços de convívio”, reforçou João Miguel Dias.

Referiu ainda que, apesar de existirem máquinas de café e de comida na área do átrio, “é proibido comer” dentro do departamento. Quando confrontado com a realidade de outros departamentos da Universidade de Aveiro, nomeadamente o Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT), onde os estudantes utilizam o átrio como espaço de convívio e alimentação, o diretor referiu que “talvez os alunos do DSCPT se saibam comportar enquanto os do Departamento de Física não sabem”.

João Miguel Dias sublinhou ainda ter criado “vários espaços de estudo para proporcionar melhores condições de trabalho aos estudantes deste departamento”. “Os estudantes (…) não se sabem comportar num local público que está destinado a ser um espaço de estudo”, completou. “Entendem esse espaço de estudo como um espaço de convívio, apesar de sistematicamente alertados para esse mau comportamento”, refere João Miguel Dias.

Parte do alerta é feito, inclusive, por um medidor de decibéis. Um pequeno visor faz parte do sistema instalado e mostra aos estudantes os decibéis registados no espaço. “<60 dB Noise Alert” lê-se no cartaz colocado abaixo do visor. Foi instalado há mais de dois anos, segundo o diretor, de forma a “tentar ajudar [os estudantes] a ter um alerta para se comportarem e foi-lhes explicado porquê”, explicou João Miguel Dias. Quando os decibéis chegam ao limite definido, o sistema dispara.

“Claramente que o diretor do DFis está completamente alheio àquilo que é a realidade da Universidade de Aveiro”

Rodrigo Sá, presidente do Núcleo de Estudantes de Engenharia Física (NEEF) refere também que a situação é algo “que se arrasta há algum tempo”. O dirigente do NEEF explica que entende a posição do departamento e admite que o barulho feito no átrio possa afetar “o funcionamento das atividades administrativas do departamento”. No entanto, Rodrigo Sá acredita também que como “não há um espaço para convívio”, os estudantes se concentrem na zona do átrio para esse efeito. Rodrigo sublinhou ainda que “há vários espaços de estudo” no departamento, algo que considera “um ponto positivo”. Sobre existirem várias salas de estudo, Wilson Carmo, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) sublinha que “é muito bom para o próprio DFis mas um departamento tem de ser visto como um todo”, refere.

O presidente da AAUAv entende, por sua vez, que o encerramento do átrio “demonstra que temos um diretor de departamento que não tem qualquer tipo de tato para os estudantes”. O dirigente associativo refere que a maioria dos departamentos da UA têm um espaço onde os estudantes se podem juntar para conviver e fazer as suas refeições caso pretendam.

“O único espaço que o DFis tem é o átrio”, indica Wilson Carmo. “É normal que os estudantes naquele espaço queiram fazer as suas refeições quando entendem fazer as suas refeições, ainda para mais numa altura de inverno: não vamos obrigar os estudantes a estarem na rua, à chuva, ao vento e ao frio quando têm um espaço lá dentro que podem utilizar”, refere o dirigente associativo.

Wilson sublinha ainda que João Miguel Dias “tem naturalmente de se enquadrar - e nota-se que tem muito que se enquadrar - com aquilo que é a orgânica da UA”. “Claramente que o diretor do DFis está completamente alheio àquilo que é a realidade da Universidade de Aveiro”, reforça. O dirigente associativo sublinhou que vai entrar em contacto com o reitor, tendo afirmado que “a situação como está agora tem obrigatoriamente de alterar”. Caso essa alteração não se verifique, o presidente da AAUAv acredita que é necessário “repensar as pessoas que temos à frente do Departamento de Física”.

A Ria já contactou o gabinete do reitor da UA que afirmou “por enquanto” não querer prestar qualquer tipo de declaração. Deixou, no entanto, a garantia de que iria proceder à verificação da situação.

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UA: ‘Feira de Emprego Universidade 5.0’ quer “juntar” os estudantes e as empresas
Universidade

UA: ‘Feira de Emprego Universidade 5.0’ quer “juntar” os estudantes e as empresas

Para Sabrina Guimarães, atual estudante do 1º ano do mestrado em Marketing na UA, a Feira de Emprego foi uma “surpresa agradável”. Diretamente do Brasil, escolheu a UA, este ano, por ser uma Universidade que aposta em cursos direcionados “para as áreas da inovação e da criatividade”. “Acho que foram estes aspetos que fizeram os meus olhos brilhar um pouco mais pela UA e por Aveiro”, confidenciou à Ria com um sorriso rasgado. Completamente “surpreendida” pelo espaço que encontrou [Caixa UA] e a aguardar pela sua vez para conversar com mais uma empresa, repleta de “brindes” nas suas mãos, no primeiro dia, a jovem de 29 anos partilhou a sua satisfação por ver a UA a aderir a este tipo de iniciativas. “É uma grande oportunidade (…) A UA é uma universidade que te enriquece academicamente e agora também ao conectar as empresas aos universitários”, sustentou. Apesar de ainda estar a prosseguir os estudos, o percurso profissional de Sabrina começou já há cinco anos. Ainda assim, face à oportunidade [da Feira de Emprego], não deixou de “tentar a sua sorte” nas entrevistas de emprego. “Tenho uma entrevista esta quarta-feira… Estou nervosa, mas com a idade e com a experiência já começo a ficar mais habituada. Já estou nesta caminhada profissional há algum tempo, mas não vou negar que tenho um certo friozinho na barriga”, partilhou. Entre as mais de 30 empresas que marcaram presença esta terça-feira, 19 de novembro, ou seja, no primeiro dia da Feira de Emprego, esteve a Martifer. Uma empresa mais direcionada para as áreas da construção metálica, da indústria naval e das energias renováveis. Enquanto técnica de recursos humanos na Martifer e responsável por representar a empresa na Feira de Emprego, Cristina Pereira destacou a positividade da iniciativa para a empresa e para os alunos. “No nosso caso já não é a primeira vez que participamos. Aliás, neste momento, temos vários alunos da UA a trabalhar connosco já há alguns anos”, assegurou. Com cerca de 20 entrevistas realizadas, Cristina destacou que o objetivo passou por “falar com alguns dos alunos que nós achamos que estavam já numa fase de conclusão [do curso] sobre algumas das áreas que temos com mais regularidade processo de recrutamento em aberto”. Também de visita à Feira de Emprego, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, sublinhou a felicidade que sentiu ao concretizar, juntamente com a AAUAv, a quinta edição. “Começamos em 2019 e houve um ano de interregno por causa da pandemia (…) Achamos que vale mais a pena ter menos eventos com mais impacto do que muitos eventos e redundantes”, reconheceu. Pela primeira vez a acontecer no edifício da Caixa UA [a Feira de Emprego], Paulo Jorge Ferreira reconheceu que o espaço permitiu uma maior “interação natural” e que tornou o evento “mais apelativo”. A Nave Multiusos Caixa UA “foi pensada para permitir à UA crescer na vertente académica, cultural e desportiva…. Tem cumprido essa missão e vai continuar a cumprir”, frisou. No que toca às expectativas dos três dias, o reitor da UA disse esperar que “haja mais contacto entre os estudantes e as empresas… Trazer um para junto do outro… É assim que deve ser”, sugeriu, realçando que aguarda que “saiam daqui muitos projetos e ideias para o futuro”. Wilson Carmo, presidente da AAUAv foi de encontro a esta ideia e defendeu que a Feira de Emprego é a prova de que a UA “é uma universidade aberta e que está de portas abertas”. “Há esta interação e vontade de cooperação com o mercado de trabalho… Os estudantes reconhecerem isso também é muito importante”, exprimiu. “Há estudantes aqui que estão a terminar o curso e que estão, neste momento, à procura de emprego. Esta oportunidade de terem aqui o primeiro contacto é muito bom… Também há estudantes que ainda não acabaram o curso, mas que vêm já cá para começarem a ter contactos e para aprenderem como é que se tem uma entrevista de emprego”, explicou o presidente da AAUAv. De acordo com Wilson Carmo, no total dos três dias do evento, “estão agendadas e vão acontecer mais de 970 entrevistas pelas 114 empresas que cá estão”. “Fora isso vão também acontecer entrevistas espontâneas o que quer dizer que vai haver muito recrutamento por aqui”, adiantou. O líder da AAUAv reconheceu que a Feira de Emprego complementa o propósito da UA. “A Universidade de Aveiro quando nasceu era muito uma instituição regional. Neste momento somos uma instituição do mundo (…) Reter estudantes (…) para desenvolverem a região e consecutivamente a região poder-se desenvolver com a UA esse é o mote”, recordou. No período da tarde, Joaquim Felisberto, formador na academia do Doutor Finanças, deu ainda a conhecer um “manual de sobrevivência pós curso”. Com uma “talk” direcionada para a literacia financeira deixou uma mensagem “positiva” às dezenas de estudantes que por ali se encontravam e que o escutavam atentamente. “É possível sobreviver pós o curso? Claro que é… Desde que as pessoas tenham algumas ferramentas e que consigam organizar a sua vida, nomeadamente, através da concretização de um orçamento familiar”, afirmou em entrevista à Ria. Joaquim Felisberto assegurou que está na altura do “Estado” e do “Ministério da Educação” colmatarem esta falta de literacia financeira nas escolas, a nível nacional. “Aliás, nós somos o penúltimo país da União Europeia em termos de literacia financeira não há de ser por acaso… Atrás de nós só a Roménia”, recordou. Segundo este formador, os estudantes deviam ser expostos a esta temática a partir dos “oito ou nove anos”. “Era aí que devíamos começar…”, reconheceu. Apesar desta realidade, Joaquim Felisberto deixou a nota de que os jovens estão mais despertos para a área financeira, principalmente, para os investimentos. “É aquilo que eles acham que é mais sexy, mas para se chegar aos investimentos primeiro é preciso outras coisas…. Tem de se poupar, juntar dinheiro e só depois é que posso investir”, relembrou. A Feira de Emprego Universidade 5.0 é uma iniciativa conjunta da UA e da AAUAv que tem como objetivo aproximar os estudantes e diplomados da UA do mercado de trabalho, através da promoção do contacto com entidades empregadoras, do fomento de ações promotoras da sua capacidade empreendedora e da criação do próprio emprego. A atividade decorre até esta quinta-feira, 21 de novembro, na Nave Multiusos Caixa UA. O espaço expositivo [stands] e para entrevistas está aberto entre as 10h00 e as 17h00. À semelhança do primeiro dia, a Caixa UA recebe também esta quarta-feira, 20 de novembro, pelas 15h30, mais uma talk sobre “Empreendedorismo: A Chave para o Trabalho” com Samuel Xavier, Community & Project Manager e na quinta-feira, 21 de novembro, sobre a “Mobilidade na Empregabilidade” com Pedro Almeida, Erasmus Student Network.

“800 Gondomar” e “DJ Morra a Dantas Morra” abrilhantam a Casa do Estudante
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“800 Gondomar” e “DJ Morra a Dantas Morra” abrilhantam a Casa do Estudante

Os 800 Gondomar são um trio de garage-punk-noise-rock que oferece uma atuação enérgica e imersiva. Com três vozes, guitarra, baixo e bateria, a banda destaca-se pela intensidade e pelo uso de elementos sonoros inusitados, como feedbacks, que enriquecem o ambiente sonoro. As suas performances vão além do palco, com os músicos a ocupar diferentes áreas do espaço, incluindo zonas reservadas ao público, explorando livremente a arquitetura e criando uma experiência imprevisível e envolvente. A DJ Morra a Dantas Morra, alter ego de Sofia Dantas, fecha a noite com um DJ set vibrante. Inspirada pela sua própria coleção de discos de vinil, Sofia promete transportar o público para uma pista de dança animada, onde a energia se intensifica a cada batida e até as horas tardias ganham vida. Com um ambiente descontraído e cheio de movimento, a sua atuação cria a atmosfera perfeita para continuar a celebração. Os bilhetes podem ser reservados através do Instagram do NRock ou adquiridos na entrada do evento. O NRock tem como missão aumentar a diversidade cultural na UA e na cidade de Aveiro, organizando vários concertos durante o ano e um festival anual de música portuguesa.

AAAUA realizou segunda edição do Seminário de Literacia Financeira
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AAAUA realizou segunda edição do Seminário de Literacia Financeira

 O Auditório Renato Araújo do Edificio Central e da Reitoria acolheu no passado sábado, dia 16, a 2ª edição do Seminário de Literacia Financeira. Pedro Oliveira, presidente da AAAUA assinalou na sua intervenção a “importância da continuidade da organização de seminários em temas de interesse geral”. Para o dirigente da associação “as mais de 100 inscrições efetivadas” são comprovativas do interesse para a continuação da organização dos eventos. Pedro Oliveira aproveitou ainda para deixar “um agradecimento a todos os participantes e a todos os patrocinadores e entidades presentes”. A sessão contou com a presença de Artur Silva, vice-reitor da Universidade de Aveiro (UA) que após “felicitar a Associação de Antigos Alunos pela dinâmica empreendida” se focou no “interesse e relevância deste tema para os cidadãos, alertando para a crescente importância da literacia financeira a nível digital” e para as ofertas que a UA dispõe nestes domínios. O evento contou com a intervenção de Cristina Peguinho, diretora adjunta do Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (ISCA-UA). A docente abordou a temática ‘Investir no futuro: a Universidade como promotora de literacia financeira’ tendo dado a conhecer a oferta de formação existente na UA. O tema da ‘Literacia Financeira e Digital para a Resiliência das Famílias’ foi também abordado no evento. Francisca Guedes de Oliveira, administradora do Banco de Portugal, foi a responsável por versar sobre o tema, tendo evidenciado não só o papel regulador como também os pilares definidos na atuação do Banco de Portugal. A ‘Intermediação de crédito e a literacia financeira’ foi um tema também abordado na sessão sob a alçada de Samuel Neves, diretor geral da TD Crédito e Tiago Vilaça, presidente da Associação Nacional de Intermediários de Crédito Autorizados (ANICA).   O Seminário de Literacia Financeira contou ainda com a realização de uma sessão de autógrafos com o escritor António Massena, autor do livro ‘Variante Mythos’ e da apresentação de Pedro Santos, autor e criador do projeto digital ‘Ser Riquinho’. Pedro Santos abordou a temática ‘Como colocar o dinheiro a trabalhar para ti’ tendo evidenciado as opções de investimento e aplicações financeiras que podem gerar taxas de retorno ou rentabilidade acima da inflação registada.

Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”
Universidade

Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”

Desde 2022 à frente da AAUAv, Wilson Carmo, atual presidente da AAUAv, partilhou à Ria que “desta foi de vez” e que sempre foi “claro”, desde que iniciou o terceiro mandato, que este seria o último enquanto presidente. “Para mim sempre foi mais do que claro até porque já completei 26 anos…. O propósito de vir para a Associação Académica era (…) muito simples: era um sentido de missão de fazer algo mais. Só fiz este terceiro mandato por este sentido de missão”, justificou. “Pessoalmente, perdi um bocadinho porque já podia estar a trabalhar ou a fazer outras coisas. (…) O meu sentido de missão não me permitiu abandonar a casa com projetos a meio”, continuou. Entre os projetos destacou a criação da Rádio Universitária de Aveiro (Ria) e o Café da Universidade de Aveiro (CUA), cedido pela UA à AAUAv, que o requalificou para um novo conceito. “Vou sair daqui com um sentido claro de missão cumprida, mas também com um sentimento de que não fiz tudo”, desabafou. Entre os desafios que ficaram por concretizar, Wilson destacou o “clube universitário” como o principal. “Será um desafio para o seguinte [presidente]”, esperançou. Sobre as eleições que se aproximam e a escolha do novo presidente da AAUAv, Wilson Carmo defendeu que a solução “está nos atuais membros da direção da Associação Académica” e que procurará apoiar essa lista. “A Associação Académica é (…) um projeto que dirige e desenvolve mais de 400 dirigentes entre os seus órgãos sociais e os seus núcleos. É uma estrutura que, neste momento, gere uma frota significativa, seis espaços, mais de 20 funcionários e, portanto, não é uma brincadeira. (…) Naturalmente, que vou ter de apoiar alguém, porque tendo em conta tudo aquilo que é a dimensão da Associação Académica tem de vir alguém que conheça e que tenha uma boa ideia. Aqui a ideia pode ser muito diferente da minha”, contou. Enquanto presidente da AAUAv confidenciou ainda que não irá “apoiar alguém que sinta que vai deixar cair” a Associação Académica. Sobre a anúncio do nome, Wilson Carmo não quis avançar com nenhum candidato. “Já não é uma decisão minha, por mais que eu possa ou não apoiar”, sustentou. A Ria questionou ainda o atual presidente da AAUAv sobre a possibilidade de existir uma lista única de candidatos à AAUAv, tal como se sucedeu nos três mandatos anteriores, mas Wilson Carmo assegurou que, neste momento, está tudo em aberto. “Não consigo responder. Durante os meus três mandatos houve sempre listas a serem formadas além da minha. No meu primeiro ano, inclusivamente, houve uma lista que entregou e depois, no último dia, retirou a candidatura. No meu segundo ano, houve duas listas que tentaram ser feitas, mas que não conseguiram formalizar. No ano passado, também houve a intenção de uma lista que acabou por não se concretizar… Portanto, não sei”, relembrou. Em jeito de balanço aquilo que foi o seu percurso enquanto presidente da AAUAv, Wilson caraterizou o período de “muito positivo”. “Eu fui o presidente que pegou na Associação Académica logo a seguir à covid. O que quer dizer que havia muita vontade das pessoas irem à rua, terem vontade de aderir às várias atividades da Associação Académica e, portanto, naturalmente que as primeiras atividades que trabalhamos foram muito recompensadoras para nós porque estavam sempre cheias. A verdade é que peguei numa casa em 2022 que já estava mais estável do que estava em anos transatos”, sustentou. Apesar de reconhecer que não fez tudo “o que queria fazer”, Wilson Carmo admitiu que fez a “larga maioria” das coisas por dois motivos: o primeiro pela “grande adesão” dos estudantes às atividades e o segundo pela “estabilidade” que a casa tinha para fazer as atividades e os projetos que queria. Particularizando ao atual mandato, Wilson assegurou que os três objetivos definidos, aquando da sua tomada de posse, em janeiro deste ano, nomeadamente, “consolidação, renovação e criação” foram cumpridos. “A questão da consolidação foi uma questão basilar. Foi o meu sexto ano na direção, terceiro ano de presidente de direção da Associação Académica e, portanto, a consolidação de vários projetos foi extremamente importante; A renovação (…) também. A renovação no projeto associativo vem das pessoas. São os dirigentes associativos que trazem essas novas ideias e essas novas renovações. Das 29 pessoas da direção, no ano passado, apenas mantive, de uma direção para a outra, oito pessoas e, por fim, a criação não só de novos projetos (…) mas este ano a criação de uma identidade da Associação Académica para fora (…) Recebemos cá as Fases Finais do Desporto Universitário, (…) o Encontro Nacional da Juventude e fomos uma referência, este ano, também na discussão política nacional de jovens que foi realizada em Aveiro”, evidenciou. Sobre as metas que ainda pretende alcançar até ao final do mandato, o presidente da AAUAv destacou, entre elas, a abertura da lavandaria self-service, junto à Casa do Estudante, no zona do Crasto, na Universidade de Aveiro (UA). “O investimento já está todo feito desde o ano passado. (…) Esta parte de obras já está toda feita. Neste momento, falta apenas a decoração. (…) Uma coisa é certa vai abrir e (…) é para este mandato. Mais um serviço para a comunidade e uma necessidade da comunidade também”, frisou. Wilson Carmo adiantou que a publicação do livro, no âmbito dos 45 anos da AAUAv, com uma reflexão sobre o passado e o futuro da Associação Académica irá também avançar. “Só não sei se é este ano, mas há partida sim. Não quero estar a fazer promessas infundadas. O livro está praticamente escrito, mesmo. Temos uma visão política desta estrutura para o futuro até 2030 (…), alguma análise e visão da Associação Académica também no passado. (…) Falta agora arranjar uma editora, fazer a edição, fazer a paginação do livro e isto é uma coisa que tanto pode demorar um mês como pode demorar dois ou três”, partilhou. Com um olhar mais aprofundado sobre as conquistas do seu mandato reconheceu ainda a revisão do modelo de voto do Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) como uma das mais “importantes”. Eu fui presidente da Associação Académica em 2022 quando a AAUAv saiu do ENDA. Tive ainda a felicidade de ser o presidente em 2024 quando a associação voltou ao ENDA. Nós saímos do ENDA, juntamente com nove associações académicas, por um motivo: sentíamos que os nossos estudantes não estavam a ser valorizados. (…) Desde junho de 2022 até setembro de 2024 o que acabamos por fazer foi criar e aumentar algumas pontes (…) com várias associações que estão presentes no ENDA”, destacou. Relativamente às últimas críticas à AAUAv, por parte de alguns estudantes da UA, tanto na última Assembleia Geral de Alunos como na manifestação do dia 5 de novembro, tal como noticiado pela Ria, em que acusam a Associação Académica de ser uma “associação de festas”, Wilson considerou-as “injustas”. “Eu consigo perceber, mas não é verdade. Acho que é importante clarificar-se que nós não somos só uma associação de festas como ainda agora dei o exemplo do ENDA que vai dar mais voz aos nossos estudantes. Vai enaltecer a posição dos estudantes. Foi um trabalho de backoffice durante dois anos…. Foi um trabalho que não foi comunicado para fora. Muita gente não sabe que isto acontece e é um dos problemas da política educativa”, relembrou. No que toca às lutas futuras a levar a cabo pela AAUAv e pela UA, Wilson Carmo focou-se essencialmente em duas áreas: na saúde mental e no alojamento. Na saúde mental, o presidente da AAUAv reconheceu que a UA tem feito um “esforço significativo” no que toca ao investimento desta área. “Em 2022, quando tomei posse, o meu principal marco (…) foi a saúde mental. Vínhamos do pós-covid e tinha de ser. A academia não estava bem (…) e era importante trabalhar-se. A UA, na altura, tinha apenas a LUA [Linha Universidade de Aveiro] (…) mas não tinha projetos consolidados na saúde mental. Na altura, sendo também um dos principais objetivos da Associação Académica, a AAUAv e a UA aliaram-se e fizeram dois projetos para trabalhar a saúde mental (…) mas não são projetos que mudem a vida de toda a gente. Mostram apenas um sinal de trabalho e a vontade de trabalhar”, reconheceu. “A UA é daquelas que tem um dos maiores rácios de psicólogo por número de estudante. São cerca de quatro a cinco psicólogos. Não é muito, mas a maioria das universidades tem cerca de um ou dois”, continuou. No que toca à área do alojamento, Wilson reconheceu também que a UA “não está perfeita” apesar de ter um “maior rácio de camas por estudantes” face a outras universidades. “A UA tem poucas camas para os estudantes deslocados porque por mais que seja um grande rácio mais de 50% dos estudantes da UA são estudantes deslocados. (…) Neste momento, este ano letivo e no ano letivo anterior tivemos menos camas, mas não foi porque a UA as cortou. Foi porque está a requalificar camas e enquanto as está a requalificar não pode aumentar o número de camas diretamente”, alertou. Wilson Carmo deixou ainda algumas críticas ao Município de Aveiro no que toca à falta de apoios à AAUAv. “(…) Somos a única Associação Académica e de Estudantes do país que não recebe um único cêntimo de uma Câmara Municipal. A única. Não há mais nenhuma. E isso para nós é um grande descontentamento porque sentimos alguma desconsideração pelos estudantes e pela associação académica”, atirou. O estudante recordou que a AAUAv é a Associação Académica ou a massa estudantil que “mais impacto direto tem na região”. “Somos praticamente 1/4 da cidade de Aveiro. Não há mais nenhuma Universidade do país ou Instituto Politécnico que tenha um impacto tão grande a nível de população e de estudantes universitários. (…) Sentimos claramente uma falta de apoio e alguma falta de consideração para com os estudantes”, lamentou.

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Antiga escola do concelho de Oliveira do Bairro transformada em habitação social
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Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Jorge Pato, explicou que na antiga escola irão nascer dois apartamentos de tipologia T2. “A escola vai ter uma ampliação e manter a arquitetura existente”, acrescentou. O anúncio do procedimento para a requalificação da antiga Escola Primária do Albergue, na freguesia da Palhaça, concelho de Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro, foi publicado hoje em Diário da República. Na publicação pode ler-se que o valor do preço base do procedimento é de 210 mil euros, com um prazo de execução de 12 meses. “Pensamos que esta obra, cujo investimento está inserido na Estratégia Local de Habitação do Município de Oliveira do Bairro, ficará pronta no final do próximo ano”, referiu Jorge Pato. Segundo o autarca, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, para além de recuperarem imóveis desativados, estão ainda a proceder à reestruturação de habitação existente, bem como a construir nova habitação. “Estamos a avançar nestas três frentes e de uma forma global, de forma a, no final do próximo ano, termos disponibilizado perto de cinco dezenas de fogos”, indicou. Há cerca de uma semana, a autarquia de Oliveira do Bairro já tinha informado que o Bairro Económico de Bustos, cujo investimento ronda os 3,5 milhões de euros, já está a ser construído, contemplando a construção de 16 habitações unifamiliares para famílias mais carenciadas. A Estratégia Local de Habitação do Município de Oliveira do Bairro, aprovada em 2020, prevê um investimento na ordem dos 6,3 milhões de euros, num período de seis anos. Para a elaboração da estratégia, a autarquia avançou com um diagnóstico efetuado em colaboração com outras entidades concelhias, como as juntas de freguesia, instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e grupos sociocaritativos. Segundo a Câmara de Oliveira do Bairro, já foi feita uma 2.ª revisão do documento, estando atualmente sinalizados 185 agregados a residir em situações indignas no concelho, num total de 465 indivíduos.

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Mostra Jurássica, mercadinhos e tendas são atrações natalícias na Mealhada

De acordo com o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, “a magia de Natal” vai chegar a todo o concelho, “não só para as crianças, como também para os adultos”. “Vamos ter programa em todo o concelho, espalhado por todas as freguesias, mas mais focado nas duas ou três freguesias mais populosas. Vamos ter um programa com muita inovação e um pouco diferente de anos anteriores: um Natal para captar turistas a virem ao nosso território”, destacou. Durante a apresentação da programação de Natal para a Mealhada, que decorreu durante a tarde de hoje no salão nobre da Câmara Municipal da Mealhada, António Jorge Franco explicou que, de 13 a 23 de dezembro, irão decorrer diversos espetáculos, que vão do teatro à dança, passando pela magia. A exposição jurássica, proveniente do Dino Parque da Lourinhã, vai levar ao Jardim Municipal da Mealhada sete réplicas de dinossauro, à escala. Intitulada “Dino On the Road”, a exposição inclui o Lourinhanosaurus, o Iguanodon laying, o Velaciraptor, o Kentrosaurus, o Pterodactylus, o TRex Juvenil e o TRex Photohea. Na Tenda Natal irão desenrolar-se diversas atividades, entre os quais espetáculos infantis, do teatro à dança, da magia às marionetas, bem como ateliês, ‘workshops,’ pinturas faciais e insufláveis. Já o Mercadinho de Natal volta a ser uma aposta no centro da cidade da Mealhada, com artesanato, produtos da quadra e produtos tradicionais, e a Casa do Pai Natal, que tem chegadas previstas para os dias 20, 21 e 22 de dezembro. Além do núcleo central do programa de Natal, os diversos setores do Município desenvolvem programas temáticos, como sejam o Natal Ecológico, do Centro de Interpretação Ambiental; as propostas da Biblioteca Municipal da Mealhada ou mesmo os espetáculos do Cineteatro Messias, nomeadamente o espetáculo infantil Alice No Musical das Maravilhas, em 30 de novembro. O concerto FF com as Filarmónicas do Concelho - Filarmónica de Luso, Filarmónica Lyra Barcoucense 10 de Agosto e Filarmónica Pampilhosense está marcado para o dia 14 de dezembro. As freguesias também desenvolvem os seus programas de Natal, nomeadamente a fogueira de Natal, na noite de 24 de dezembro, em Casal Comba; o trenó do Pai Natal a passar nas localidades da União de Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes ou as diversas atividades de animação realizadas no Mercado da Pampilhosa. O Luso vai ser “Vila Cristalina”, entre 14 de dezembro de 05 de janeiro, com animação de Natal, na Av. Emídio Navarro, com teatro, música, dança, livros para crianças, divertimentos, gastronomia e comércio tradicional. Segundo o presidente da Junta do Luso, Cláudio Miro, parte da avenida estará fechada para se transformar numa espécie de parque temático, onde terá lugar uma parada de Natal e fogo-de-artifício, a 29 de novembro, dia em que a iluminação de Natal será acesa em todo o concelho. “Vamos ter ainda nesse dia uma tenda colocada na avenida, onde as associações servirão um jantar volante. Todo o projeto do Luso Vila Cristalina será apresentado nessa tarde”, indicou. Durante a quadra natalícia, estarão ainda espalhados vários presépios pelo concelho da Mealhada, distrito de Aveiro.

Jovens até 30 anos representam 40% dos 30 mil novos passes ferroviários vendidos
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Jovens até 30 anos representam 40% dos 30 mil novos passes ferroviários vendidos

Segundo dados da CP – Comboios de Portugal, divulgados no dia em que se assinala um mês da entrada em vigor do Passe Ferroviário Verde, a faixa etária dos 21 aos 30 anos representou 23% dos passes, a que se somam mais 17% de assinaturas de jovens até aos 20 anos, o que totaliza 12 mil. A CP salientou que a medida contou com “uma elevada adesão dos jovens, demonstrando a preocupação desta faixa etária com uma mobilidade mais verde e sustentável e a opção por viagens mais acessíveis e cómodas, que reduzem a pegada ecológica”. No total, 61% são novos passes, enquanto 39% dos clientes fez a reconversão de assinaturas já existentes em Passe Ferroviário Verde, apontou a CP, detalhando que, desde 21 de outubro, foram feitas mais de 70.000 reservas de viagens em comboios Intercidades. Em declarações à Lusa, Francisco Lisboa, 20 anos, referiu que as deslocações entre Pombal e Lisboa, onde estuda Engenharia Informática e de Computadores, passaram a ser mais frequentes, graças ao preço do novo passe. O estudante adiantou que gastava 112 euros por mês, por isso, no seu caso, a poupança é de mais de 92 euros. “O que pagava é, agora, equivalente a subscrever o passe verde por quase meio ano. Uma poupança brutal, sobretudo para o orçamento de em estudante deslocado”, referiu Francisco Lisboa. O estudante disse ainda que agora também usa o passe em viagens de lazer, algo que não fazia anteriormente, devido aos “preços impeditivos”. Também Mariana Castro, de 19 anos e originária de Famalicão, aderiu ao novo modelo do passe ferroviário para as deslocações para Lisboa, onde estuda. “Uma viagem de ida em intercidades normalmente custa entre 25 e 35 euros, enquanto o passe permite realizar essa viagem e outras por apenas 20 euros ao mês”, apontou. Ainda assim, Mariana Castro considerou que “os autocarros podem ser uma alternativa mais económica em diversos trajetos”. Para a jovem, “o aumento da afluência nos comboios, especialmente, em horários de pico, pode tornar as viagens de comboio menos confortáveis”. “Além disso, a CP enfrenta dificuldades estruturais para responder às crescentes necessidades dos passageiros”, salientou a estudante. Já Sónia Colaço, professora deslocada com 46 anos, disse à Lusa que aderiu ao novo passe para as viagens diárias entre Santarém e Alverca, estimando poupar quase 50 euros por mês. A professora disse ainda notar uma “maior afluência de utentes nos comboios”, que considera positiva, “mas poderá ser um problema, caso não haja mais oferta no futuro próximo”. Para Sónia Colaço, é “necessário reforçar os comboios regionais e de longo curso, pois há momentos em que é difícil aceder a lugares para intercidades, como por exemplo às sextas-feiras e domingos”. Também Rúben Silva, 46 anos, disse à Lusa que o comboio das 06:47 de Santarém para Lisboa, que antes vinha com a lotação a cerca de 50%, "agora vem cheio".

Orçamento de Ovar para 2025 é de 60,6 milhões de euros com aposta na habitação social
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Orçamento de Ovar para 2025 é de 60,6 milhões de euros com aposta na habitação social

O documento da autarquia do distrito de Aveiro com o plano de atividades para o próximo ano foi aprovado com sete votos a favor por parte do PSD e com dois contra do PS, cuja vereação reclama da despesa com recursos humanos e da baixa execução de obras “que se arrastam de orçamento em orçamento”. A maioria social-democrata e vereação socialista foram unânimes, contudo, ao aprovar, também esta manhã, os impostos para 2025: por um lado, mantém-se inalterada a Derrama, isenta para lucros até 150.000 euros e taxada em 1,5% nos outros casos, e continua nos 0,25% a taxa municipal de direitos de passagem; por outro, vai haver uma redução na variável do IRS, que passa de 2% para 1%, e diminui também o IMI de prédios urbanos, que desce de 0,35% para 0,34%, o que coloca estes dois últimos impostos “nos valores mais baixos desde a entrada em vigor da atual Lei das Finanças Locais”, em 2013. “A extraordinária saúde financeira da Câmara Municipal de Ovar, fruto de uma gestão social-democrata criteriosa e próxima das pessoas, permite conciliar este alívio fiscal da população sem comprometer os projetos em curso nem as grandes obras estruturantes que pretendemos concretizar em 2025”, declarou à Lusa o presidente da autarquia, Domingos Silva. Com uma dívida que se situa atualmente nos 6,4 milhões de euros, o que representa uma redução de 1,9 milhões face a 2024, os 60,6 milhões de que a Câmara dispõe para a sua atividade no próximo ano incluem quase 19 milhões em transferências da Administração Central e mais de 47 milhões em receitas próprias. Nessas, os impostos diretos vão pesar menos de 30%: “Em 2024, a previsão de impostos diretos foi de cerca de 16,5 milhões de euros, correspondendo a 31% da receita prevista, e em 2025 é na ordem dos 16,3 milhões, o que representa 27% da receita”. O que aumentou foram os gastos com recursos humanos, que, embora em 2025 representem uma parcela menor da despesa total (passam de 31% para 29%), mesmo assim envolvem mais dinheiro: sobem de 16,2 milhões de euros em 2024 para 17,3 milhões no próximo ano. A destacar há ainda o reforço de quatro outras rubricas: a Cultura vai ter mais 1,2 milhões do que em 2024, o que constitui um aumento de 40%; a Conservação Urbana vai dispor de mais 619.000 euros, o que reflete um acréscimo de 40%; e o desenvolvimento social será reforçado com 513.600 euros, num acréscimo de 31%. Quanto à obra anunciada, Domingos Silva destacou os seguintes investimentos: 5,85 milhões de euros para 52 fogos de habitação social na Avenida D. Maria II, 2,72 milhões para 30 prédios no Sargaçal, 1,58 milhões para obras na rede viária de todas as freguesias, 1,23 milhões para reabilitação para fins habitacionais de um edifício na Rua do Seixal, 842.000 euros para a requalificação do Esmoriztur, 840.000 para o Centro Escutista de Cortegaça, 503.000 para melhorar o cemitério de Ovar e o seu estacionamento e 390.000 para um novo percurso ciclável no concelho. Para o autarca social-democrata, o orçamento “tem por base a coesão territorial e a igualdade de oportunidades para todos”, contemplando “obras em todas as freguesias e apoios às instituições sociais, clubes e coletividades, assim como a quem mais precisa”. Domingos Silva realçou igualmente que o documento “assenta em menos impostos sobre as pessoas e garante, ainda assim, as intervenções estruturais de que o concelho necessita, o que irá traduzir-se num território cada vez melhor, onde a qualidade de vida é cada vez maior e onde as pessoas se sentem cada vez mais felizes”. Os socialistas não concordam com essa visão e, em representação dos vereadores do PS, o presidente da concelhia, Emanuel Oliveira, disse à Lusa que “continua preocupante o peso da despesa corrente no orçamento, com uma relevância inibidora do crescimento do concelho”. As despesas com pessoal “parecem revelar que o Município acredita que apenas com mais funcionários ou contratados – mas sem estratégia, projetos ou organização – é possível fazer obra”, acrescentou. Daí resulta, defende o PS, que o orçamento “mantém uma diminuta taxa de execução, que o PSD procura disfarçar com alguma engenharia financeira que não oculta sequer a incapacidade de concretizarem aquilo a que sucessivamente se propõem”. Acrescente-se “a ausência de uma estratégia de empreendedorismo” e Emanuel Oliveira concluiu que, face à “degradação financeira e incapacidade de execução” da maioria social-democrata, “não se vislumbra uma melhoria do território, exceto no que concerne a alguns projetos financiados, como os da área da habitação”.