RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Universidade de Aveiro recebe Semana Nacional do Poliempreende a partir da próxima segunda-feira

A Semana Nacional do Poliempreende acontece entre a próxima segunda-feira, dia 1 de setembro, e a próxima sexta-feira, dia 5 de setembro, na Universidade de Aveiro (UA). A iniciativa está na 21ª edição e tem como objetivo capacitar e premiar ideias dos estudantes das escolas politécnicas de todo o país.

Universidade de Aveiro recebe Semana Nacional do Poliempreende a partir da próxima segunda-feira
GP

Gonçalo Pina

26 ago 2025, 13:32

Por uma semana, Aveiro é a capital do empreendedorismo. São 20 equipas compostas por até três estudantes e dois ou três técnicos ou docentes a defender ideias para vencer o concurso nacional do Poliempreende. No total, espera-se a participação de cerca de 120 pessoas.

Os estudantes que agora se vão deslocar a Aveiro já se revelaram os melhores nas suas instituições de ensino. Isto porque, antes de partir para o concurso nacional, decorre o concurso regional do Poliempreende para apurar quem se qualifica para a próxima fase. Cada equipa traz consigo um projeto inovador que precisa de vender ao júri.

Em conversa com a Ria, Eva Andrade, da UACOOPERA, estrutura da Universidade voltada para o empreendedorismo e para a ligação da instituição com o exterior, explica que a organização procura sempre ter jurados “habituados a avaliar projetos empreendedores”. A título de exemplo, a responsável afirma que, no concurso interno da UA, foram júris Marta Marques, coordenadora do Gabinete de Transferência de Tecnologia da Universidade, Adriana Costa, diretora da UA Incubator e business angel Pedro Bandeira.

Para além dos jurados especializados, também os patrocinadores da iniciativa são parte do júri. É o caso da Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), que assegura o primeiro prémio no valor de dez mil euros, do Banco Santander, que assegura o segundo prémio no valor de cinco mil euros, e da Ordem dos Contabilistas Certificados, que assegura o terceiro prémio no valor de três mil euros.

A competição tem data marcada para quinta-feira, dia 4 de setembro. Nesse dia são feitas as apresentações de todos os projetos. Cada equipa tem sete minutos para fazer o seu pitch e depois o júri tem a oportunidade de colocar questões sobre o seu trabalho. A decisão é tomada ao final do dia e anunciada no jantar de gala que fecha o concurso.

A semana, no entanto, não é apenas competitiva. Para além do dia dedicado ao projeto e de uma tarde em que as equipas vão receber mentoria da consultora BGI e das quatro juniores empresas aveirenses, realizam-se também várias ações de formação e capacitação. Os participantes vão visitar duas empresas da região, a OLI e a Ubiwhere, vão ter a oportunidade de participar num workshop dedicado ao desenvolvimento de competências de comunicação e vão poder assistir ao “Show da Física”, que vai ter lugar no Complexo Pedagógico.

Vão estar presentes na iniciativa a UA, o Politécnico da Guarda, Santarém, Castelo Branco, Leiria, Lisboa, Coimbra, Beja, Viana do Castelo, Portalegre, Cávado e do Ave, Bragança, Viseu, Porto, Setúbal e Tomar e ainda a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, a Universidade do Algarve, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Universidade da Madeira.

À Ria, Eva Andrade conta ainda que será no jantar de gala que a Universidade de Aveiro vai passar o testemunho à próxima organização. De acordo com a responsável, a bandeira do Poliempreende vai passar para as mãos da Universidade do Algarve, que organizará o evento no próximo ano.

Recomendações

Reitor da UA e AAUAv mostram-se apreensivos em relação à redução de colocados no Ensino Superior
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Reitor da UA e AAUAv mostram-se apreensivos em relação à redução de colocados no Ensino Superior

Conforme noticiado pela Ria, o número de estudantes colocados na 1.ª fase sofreu uma quebra sem precedentes: menos 6.064 alunos, o que corresponde a uma redução de 12,1% face a 2024. Na UA, a tendência foi semelhante, com uma descida significativa. Enquanto no ano passado apenas 1,2% das vagas ficaram por preencher, este ano a taxa subiu para 17,1%. Das 2.334 vagas disponíveis, 400 não foram ocupadas. No entendimento de Paulo Jorge Ferreira a quebra deve-se a algo que “ocorreu este ano e que não ocorreu nos outros”. O também presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) defende que uma maior taxa de retenção no 12º ano pode ajudar a justificar o menor número de colocados. Embora acredite que menos alunos tenham conseguido concluir o ensino secundário no último ano, o responsável reconhece não ter ainda uma explicação definitiva para a diminuição registada. Uma das possibilidades prende-se com a mudança nas condições de acesso ao Ensino Superior, nomeadamente com a exigência do exame nacional de português. Segundo Paulo Jorge Ferreira, a obrigatoriedade de realizar a prova pode ter gerado um “problema” e reduzido o lote de potenciais candidatos às universidades e institutos politécnicos. O reitor afasta, contudo, a hipótese de a quebra estar relacionada com fatores demográficos, lembrando que “há 18 anos não houve uma redução de 15% nos nascimentos”. Ao mesmo tempo, considera que “15% dos jovens não se desconvenceu da importância de uma formação superior”. Apesar de tudo, o reitor mantém alguma esperança de que haja uma recuperação na segunda fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Depois de estarem colocados todos os candidatos, Paulo Jorge Ferreira pede que se analisem os números com “frieza”. Olhando para o caso concreto da UA, Paulo Jorge Ferreira nota que a instituição sentiu mais o impacto porque, no último ano, as vagas estavam “virtualmente quase todas preenchidas”. No país, acredita que a UA segue a tendência das regiões homólogas, onde a pressão e a procura são ligeiramente inferiores às registadas em Lisboa e no Porto. O reitor nota também que a UA foi especialmente afetada no sentido em que, nalgumas das áreas que tem forte representação, houve uma “redução muito drástica” do número de candidatos a nível nacional. O curso de Engenharia de Computadores e Informática é o curso da UA que mais vagas sobrantes deixa para a 2ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, ainda com 46 lugares por preencher. O curso de Biologia deixa 42 vagas e o curso de Ciências do Mar deixa 27. Alguns cursos, como Geologia ou Meteorologia, Oceanografia e Clima, só tiveram um aluno colocado. Joana Regadas considera que os números merecem “muita reflexão”. Sendo a Universidade de Aveiro uma instituição que tem um “programa curricular diferenciado que capta muitos estudantes”, é preciso, no entender da dirigente associativa, perceber porque é que este ano isso não foi suficiente para cumprir os objetivos. Os custos associados à frequência no Ensino Superior em Aveiro podem ser parte da explicação, acredita. A crença é sustentada pelas conversas que diz já ter tido esta manhã, dia 25 de agosto, com alguns pais dos novos estudantes. Joana Regadas conta que no centro das preocupações têm estado os custos do alojamento na cidade: “Muitos pais querem encontrar um quarto e as opções são de 350 euros para cima. Os 350 na sua grande maioria são quartos sem contrato e sem recibo. Acredito que isto também esteja a pesar no momento de escolher Aveiro”. No entanto, a estudante não acredita que o aumento dos custos com o alojamento possa ser o único fator a justificar a quebra. Cautelosa, Joana Regadas defende que é preciso esperar pela segunda fase de candidaturas para poder tirar conclusões. Aí, será possível observar se os estudantes preferiram optar pelo privado ao invés do público e que tipo de mudanças existem no acesso ao ensino politécnico. Ainda como hipótese, Joana Regadas nota que é preciso refletir sobre o possível impacto da alteração das condições de acesso ao Ensino Superior e da desinformação associada. No mesmo sentido, a dirigente acrescenta que é importante questionar se as pessoas deixaram de ver valor nas universidades. A presidente da AAUAv não deixa de se mostrar preocupada com o que os números podem representar a longo prazo. Conforme afirma , se a tendência se mantiver no próximo dez anos, Portugal vai passar a ter um mercado de trabalho “enfraquecido”. Com as matrículas já a decorrer, Joana Regadas alerta ainda para o perigo de haver quem se matricule, mas que depois não seja capaz de suportar a despesa que a frequência na universidade significa. A “sobrelotação” da cidade de Aveiro traz problemas acrescidos e o preço da habitação, somado aos restantes encargos financeiros associados, representa um novo orçamento para as famílias. A mesma questão é levantada por Paulo Jorge Ferreira. O reitor da UA recorda que no último ano houve instituições que chegaram a preencher 100% das vagas e que tinham transitado para a 2ª fase do concurso em desvantagem. O problema deve-se sobretudo às dificuldades em encontrar alojamento a preços comportáveis. Não obstante, Paulo Jorge Ferreira crê que as medidas tomadas pelas instituições para aumentar a capacidade de alojamento vão mitigar o problema. A segunda fase de candidaturas ao Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior começou hoje, dia 25, e termina no próximo dia 3 de setembro.

Tuna Feminina da AAUAv coroada melhor tuna em festival internacional no Peru
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Tuna Feminina da AAUAv coroada melhor tuna em festival internacional no Peru

As distinções foram uma surpresa para a Tuna, conta Inês Teixeira, uma das organizadoras da viagem. Em conversa com a Ria, a estudante da Universidade de Aveiro explica que a diversidade cultural que se viveu em Lima foi “tão bonita” que as aveirenses não estavam a contar ser galardoadas. Não obstante, confessa estar “muito contente” e receber o prémio de “braços abertos”. Apesar de só dez membros da Tuna terem embarcado rumo à América Latina, Inês Saraiva acredita que a atuação no festival foi muito positiva. A experiência e a troca cultural têm “enriquecido” o grupo, acrescenta a estudante, que nota poder observar o “quão diferentes e semelhantes” são as diferentes tunas femininas do mundo. O VII SANMARTINAS – Festival Internacional da Tuna Femenina de Derecho contou com a presença de sete tunas femininas a concurso, incluindo três tunas peruanas e quatro tunas internacionais (Portugal, Países Baixos, Colômbia e Chile), além de 4 tunas convidadas. A TFAAUAv destaca a particularidade de ser a tuna madrinha da tuna anfitriã, a Tuna Femenina de Derecho da Universidad de San Martín de Porres. Findo o festival, as aveirenses continuam por terras peruanas. Num registo mais descontraído e informal, Inês Saraiva afirma que o grupo tem sido muito bem recebido e diz estar a gostar muito da experiência.

Nova residência universitária privada avança, mas preços dos quartos ainda não são conhecidos
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Nova residência universitária privada avança, mas preços dos quartos ainda não são conhecidos

Conforme noticiado pela Ria em janeiro, a nova residência está a ser construída “no terreno junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade de Aveiro e ao Hospital Infante D. Pedro”. A operação, que está a cargo da empresa Coordenada Decisiva, Lda, “vai contar com uma área comercial com 840 m2, onde está prevista a instalação de um equipamento de restauração e bebidas, com esplanada e uma zona de espaço verde com 1.306 m2”. Recorde-se que esta operação remonta a 2023 a um terreno vendido pela CMA, por 2,5 milhões de euros, “com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma residência universitária de estudantes, dando um contributo para aumentar a oferta do mercado para habitação estudantil, numa zona de localização privilegiada”. Se em janeiro se falava na criação de 219 quartos, o jornal online Construir, num artigo publicado esta quinta-feira, não deixa claro que o número não possa aumentar para “240”. Depois de começar por falar nos 219 previamente anunciados, o jornal explica que vão ser feitos “60 quartos-suíte” por cada um dos quatro andares superiores, o que totaliza 240 quartos. Mais à frente, na nota técnica divulgada pelo jornal, o número de 240 alojamentos é reiterado. O mesmo se pode dizer em relação aos lugares de estacionamento. No corpo da notícia são repetidos os números que tinham sido divulgados em janeiro: 124 lugares em cave e 68 lugares à superfície. Por seu lado, a nota técnica, publicada no final do artigo, também dá conta de outros números. Aí consta que devem surgir “170 lugares cobertos” e “90 lugares à superfície”. Outro valor que difere é o do investimento na residência. Aquando do início da obra, a CMA falava num investimento privado de "cerca de 12 milhões de euros". Na notícia agora publicada, a Construir avança que a estrutura representa um investimento de “cerca de 15 milhões de euros”. O que ainda persiste como mistério é o valor a ser cobrado por cada quarto. Relembre-se que, quando questionado pela Ria, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, recusou a ideia de colocar uma cláusula no contrato de venda do terreno que definisse um teto máximo por quarto a ser cobrado aos estudantes. Entretanto, a Ria procurou também ouvir o responsável da empresa Coordenada Decisiva Lda., mas até ao momento não obteve qualquer resposta. Tal como noticiado anteriormente, as residências privadas em cidades como Lisboa, Porto, Braga e Covilhã são especialmente procuradas por estudantes internacionais oriundos de países onde os rendimentos familiares são, em regra, superiores aos de Portugal. Um bom exemplo disso é a “Micampus Residências”, presente em Braga, Covilhã e Porto, que, no caso de Braga, a opção mais barata de alojamento que tem disponível implica uma renda de 500/mês para os estudantes. Recorde-se ainda que, segundo os dados do Observatório do Alojamento Estudantil, consultados em janeiro pela Ria, o preço médio dos quartos em Aveiro situava-se nos 340 euros. De acordo com a Construir, dos “240” quartos previstos, “16” são dedicados a pessoas com mobilidade reduzida e vão ter uma maior área para permitir a movimentação dos residentes. Cada quarto vai estar equipado com uma “cama individual com arrumação, uma secretária, estantes de parede e também guarda-roupa embutido”. A Construir garante ainda que todas as unidades de alojamento vão ser equipadas com “instalações sanitárias modulares totalmente equipadas, que vão de encontro com o conceito de modularidade de construção e que maximizam a rapidez na montagem do edifício”. A publicação avança que o edifício vai estar dividido em cinco pisos e uma cave. No piso térreo estarão disponíveis os espaços comerciais e as zonas comuns e administrativas da residência, nomeadamente a biblioteca, as salas de estudo, o refeitório e os espaços polivalentes. Já a cave vai ser dedicada a áreas de lazer e permanência, um auditório, zonas técnicas e um estacionamento. O projeto aposta numa estrutura realizada em perfis metálicos SinProfile que, segundo diz o arquiteto em resposta enviada à Ria, se destaca pela “rapidez de construção, resistência, custo otimizado e integração em outros sistemas”. Miguel Ibraim da Rocha acrescenta que a estrutura permite ainda reduzir o impacto ambiental. À Construir, o responsável explica que a opção de expor na fachada os perfis metálicos estruturais se baseia na lógica formal das estruturas industriais. O objetivo, afirma, é “conferir ao edifício uma leitura formal de verticalidade e ritmo, reforçando a sua presença urbana e identidade visual”. A publicação avança também que a estrutura principal do edifício é composta por perfis metálicos laminados e soldados, o que permite uma construção modular, rápida e precisa, com uma grande redução de resíduos e desperdícios em obra. Por seu lado, as fachadas são resolvidas com um sistema ventilado de painéis metálicos perfurados, o que garante eficiência térmica, ventilação natural e manutenção simplificada. De acordo com o arquiteto, são painéis que oferecem uma expressão “leve e tecnológica”, o que contribui para uma linguagem arquitetónica “coerente e funcional”. Nos quartos vão ser instaladas portadas metálicas que, de acordo com o jornal, funcionam como dispositivos de sombreamento e privacidade. No exterior vai ser criada uma torre completamente transparente de acessos verticais. O objetivo é dinamizar o conjunto e conferir ao edifício uma identidade única que o torne facilmente identificável à vista.

“Aveiro é Nosso” quer juntar a comunidade aveirense e estudantil na 4ª Corrida Solidária
Universidade

“Aveiro é Nosso” quer juntar a comunidade aveirense e estudantil na 4ª Corrida Solidária

Segundo a dirigente associativa a “Corrida Solidária” tem sido um dos eventos promovidos pela AAUAv que melhor tem conseguido chegar à cidade. À Ria, Joana Ferreira enaltece o papel da iniciativa na promoção da saúde e bem-estar e explica que o principal objetivo passa por “juntar” a comunidade aveirense e estudantil. Apesar de reconhecer que a corrida ainda não tem a adesão esperada por parte dos estudantes, a vice-presidente do setor “Aveiro é Nosso” espera que, este ano, se verifiquem entre 200 e 250 inscrições. De acordo com a publicação feita nas redes sociais, por cada inscrição, um euro reverterá, na quarta edição, para ajudar a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Aveiro (CERCIAv). A participação na corrida, cujo percurso tem dez quilómetros, custa dez euros, ao passo que a participação na caminhada, de cinco quilómetros, custa apenas sete euros – tendo em conta que o valor da inscrição já garante o seguro do participante e o “kit de corrida” fornecido pela AAUAv. As inscrições podem ser feitas online até ao dia 24 de setembro.

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Portugal tem 12.800 bombeiros e é 3.º pior da UE a investir em proteção contra fogos
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Portugal tem 12.800 bombeiros e é 3.º pior da UE a investir em proteção contra fogos

Dados hoje publicados pelo serviço estatístico da UE, o Eurostat, revelam que, em 2024, Portugal dispunha de 12.800 bombeiros, o equivalente a 0,25% do emprego total no país. Ao todo, no espaço comunitário, os países da União Europeia em conjunto tinham no ano passado 390.600 bombeiros profissionais, representando 0,19% do emprego total da UE. Nesse ano, em comparação com 2023, o número de bombeiros aumentou em 28.200. Entre os 20 países da UE com dados disponíveis, a Croácia registou a maior proporção de bombeiros no total do emprego com 0,45%, seguindo-se a Grécia com 0,41%, à frente da República Checa com 0,34%. As proporções mais baixas foram registadas nos Países Baixos (0,07%), Dinamarca (0,08%) e Suécia (0,10%). Na UE, cerca de 75% de todos os bombeiros profissionais tinham entre 15 e 49 anos, sendo esta, de acordo com o Eurostat, “uma força de trabalho visivelmente mais jovem em comparação com o total do emprego na UE, onde apenas 64,8% dos trabalhadores pertencem a esse grupo etário”. Dados também hoje publicados pelo gabinete estatístico da UE sobre o investimento dos países europeus em serviços de proteção contra incêndios em 2023 demonstram que Portugal foi o terceiro pior dos 27, ao alocar a esta matéria uma percentagem de 0,3% das despesas governamentais, a mesma que a Áustria. Só ficaram atrás da Dinamarca (0,1%) e de Malta (0,2%). Em contrapartida, em 2023, a Roménia teve a maior proporção de despesa em serviços de proteção contra incêndios, com 0,9% da despesa total do governo, seguida pela Estónia e pela Grécia, com 0,7% cada. No seu conjunto, em 2023, os governos da UE gastaram 40,6 mil milhões de euros em serviços de proteção contra incêndios, refletindo um aumento de 8,5% na despesa pública com esta função em comparação com 2022 (quando se registaram 37,4 mil milhões de euros). “O aumento da despesa com serviços de proteção contra incêndios, em valores absolutos, está em linha com os aumentos noutras funções, pelo que os serviços de proteção contra incêndios têm representado de forma consistente 0,5% da despesa total do governo desde 2017”, afirma ainda o Eurostat. Os dados surgem quando Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Junta de Freguesia de Aradas chegou a pedir cerca de 3.000€ para oposição ter acesso a documentos
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Junta de Freguesia de Aradas chegou a pedir cerca de 3.000€ para oposição ter acesso a documentos

O conflito remonta a 3 de dezembro de 2023, quando Gilberto Ferreira, líder do movimento independente ‘Sentir Aradas’ e membro da Assembleia de Freguesia de Aradas, apresentou o primeiro pedido formal de acesso a documentação administrativa, relacionada com despesas e gestão da Junta. Meses depois, a 27 de outubro de 2024, voltou à carga com um novo requerimento, solicitando faturas, extratos bancários, concursos de pessoal, protocolos e atas da Assembleia. A ausência de respostas claras levou-o a recorrer à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA), que durante 2024 emitiu vários pareceres favoráveis ao direito de acesso. Ainda assim, a Junta continuou a protelar a entrega, chegando mesmo, em novembro de 2024, a exigir quase 3.000 euros pelos documentos, o que viria a agravar o conflito e abrir caminho para a via judicial. Num documento a que a Ria teve acesso, datado de 11 de novembro de 2024 e dirigido a Gilberto Ferreira, a presidente da Junta de Freguesia de Aradas, Catarina Barreto, apresentou a justificação para a cobrança de quase 3.000 euros pelo acesso à documentação requerida. A estimativa enviada apontava para um total de 2.927,58€, repartidos entre dois meses de trabalho de um técnico superior (4 horas diárias), a reprodução de 500 cópias, gastos com material de escritório, pedidos de extratos bancários ao banco e extração de cópias adicionais. No mesmo documento, a Junta invocava o artigo 15.º da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (LADA), considerando os pedidos “repetitivos e abusivos” e anunciava uma prorrogação do prazo legal em mais dois meses. A resistência da Junta levou Gilberto Ferreira a avançar para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, através de uma intimação judicial para prestação de informações e passagem de certidões. Na sentença proferida em agosto de 2025, o tribunal reconheceu que a autarquia não cumpriu os prazos legais previstos na Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (LADA) e que só disponibilizou parte da informação após a entrada da ação judicial. Na sentença, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro condenou a Junta de Freguesia de Aradas a disponibilizar no prazo de dez dias um conjunto de documentos em falta, entre os quais se incluem: o processo completo de contratação da empresa Globalsoft e de uma jurista; as contas detalhadas do Festival Aradas+ 2022; uma certidão com todos os pagamentos mensais ao executivo - vencimentos, ajudas de custo, despesas de representação, contribuições para a ADSE e outros suplementos; extratos bancários relativos a trabalhadores externos contratados através do IEFP; o protocolo com a ADAC e respetivos comprovativos de pagamento; o comprovativo de transferência do protocolo com o Agrupamento de Escuteiros de Aradas; a ata da Assembleia de Freguesia de 22 de dezembro de 2022; e todas as atas aprovadas da Assembleia no atual mandato. O tribunal sublinhou ainda que a informação pedida é de natureza pública e que o direito de acesso não pode ser limitado por custos administrativos excessivos. A Junta de Freguesia de Aradas não se conformou com a decisão e apresentou recurso para o Tribunal Central Administrativo Norte. Alegou nulidade da sentença por violação do princípio do contraditório, defendendo que queria responder a observações feitas pelo opositor em julho sobre extratos bancários e sobre o Festival Aradas+ 2022, mas que o tribunal terá decidido antes de esgotado o prazo. Sustenta ainda que o evento não se realizou nesse ano, pelo que não existiriam despesas a apresentar. Nas contra-alegações, Gilberto Ferreira rejeita qualquer nulidade e acusa a Junta de manipular os factos. Juntou provas retiradas do próprio site oficial da freguesia para provar que o Festival Aradas+ se realizou em 2022, incluindo cartazes, fotografias e até uma notícia publicada no Diário de Aveiro. O líder do movimento independente acusa ainda a Junta de litigância de má-fé, por alegar falsidades em tribunal e lembra que, mesmo depois da sentença, continua sem acesso a toda a documentação. Relata episódios em que tentou levantar as certidões, mas foi impedido, tendo chegado a apresentar reclamação no livro de reclamações da Junta. Caso a situação se mantenha, admite pedir a aplicação de uma sanção pecuniária compulsória à autarquia, isto é, uma multa diária até ao cumprimento integral da decisão judicial. Segundo o que a Ria apurou, para além de outros motivos relacionados com a gestão da Junta, o motivo central que explica a insistência da oposição em ter acesso à documentação prende-se com uma denúncia recebida pelo movimento independente ‘Sentir Aradas’. Segundo essa denúncia, a presidente da Junta, Catarina Barreto, estaria inscrita na ADSE - o subsistema de saúde da Administração Pública - e teria, alegadamente, beneficiado de descontos que lhe permitiram reduzir substancialmente os custos de um tratamento médico que estaria a realizar. A suspeita gerou grande controvérsia na oposição, porque um eleito local não tem direito a ADSE. A lei define que apenas trabalhadores com vínculo de emprego público podem beneficiar deste regime, mantendo-o se já eram funcionários públicos antes de assumirem funções políticas. Ora, no caso de autarcas eleitos, o mandato não constitui uma relação de emprego público, mas sim uma função política - o que exclui, por si só, a possibilidade de acesso à ADSE. É precisamente neste ponto que a oposição concentra a sua estratégia: provar, através do acesso aos recibos de vencimento dos membros do Executivo, se a presidente da Junta usufruiu ou não desse benefício. Para os independentes, esta informação seria decisiva no debate político local, não apenas pela eventual ilegalidade em si, mas também pela dimensão ética e política que assumiria caso se confirmasse que uma autarca beneficiou indevidamente de um regime reservado a trabalhadores do Estado. Até agora a Junta não entregou os documentos que poderiam esclarecer definitivamente esta questão e a presidente, segundo a oposição, nunca confirmou ou desmentiu estas alegações - o que alimenta ainda mais a desconfiança. Entre os opositores, a convicção é de que será apenas uma questão de tempo até que a informação venha a público - mesmo que isso só aconteça depois de Catarina Barreto cessar funções. Porém, politicamente, o calendário é tudo: a oposição acredita que teria muito mais impacto para os eleitores que este tema fosse clarificado antes das próximas eleições autárquicas, transformando-o num potencial trunfo eleitoral face à gravidade que teria, no caso de se comprovar a irregularidade. A Assembleia de Freguesia de Aradas aprovou, em janeiro deste ano, um novo regulamento de taxas que substitui o de 2018 e introduz alterações significativas com impacto no custo de acesso a documentos administrativos. No regulamento de 2018, as taxas estavam limitadas a serviços concretos, como a emissão de atestados, termos de identidade, certidões, declarações ou certificação de fotocópias. O cálculo era feito com base num tempo médio de execução de meia hora, somando apenas o custo hora do funcionário e os consumíveis utilizados. As fotocópias seguiam os valores máximos fixados no regulamento notarial, o que impunha um limite às cobranças. O regime aprovado em 2025 é mais abrangente. Além dos documentos tradicionais, passou a incluir a categoria genérica de “outros serviços administrativos”, permitindo à Junta enquadrar um leque mais alargado de pedidos de informação, onde se poderão incluir os requerimentos da oposição. A fórmula de cálculo também foi expandida: o tempo médio de execução deixou de ser fixo e pode agora variar entre 30 minutos e 2h30 por documento e passaram a ser contabilizados não só os consumíveis e o tempo do funcionário, mas também custos indiretos da estrutura, como manutenção, equipamentos e serviços de apoio. Outra diferença relevante está na taxa de urgência. Enquanto em 2018 o acréscimo era de 50% para documentos emitidos no prazo de 24 horas, o novo regulamento permite que o valor seja duplicado, com uma penalização de 100%. Foi ainda introduzida uma regra de atualização automática anual com base na inflação, o que garante a subida dos valores de forma sistemática, sem necessidade de nova aprovação política.

Câmara da Murtosa lança concurso para reabilitar marginal da Torreira por 1,3 milhões de euros
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Câmara da Murtosa lança concurso para reabilitar marginal da Torreira por 1,3 milhões de euros

Trata-se de uma intervenção “destinada a resolver a situação de insegurança decorrente da derrocada de uma secção da marginal da ria, junto à marina de recreio e ao porto de abrigo da Torreira”. De acordo com uma nota de imprensa da Câmara da Murtosa, a empreitada é “de elevada complexidade técnica, incidindo numa frente de cerca de 180 metros”. O preço base do concurso é de 1.332.453,77 euros e a empreitada tem um prazo de execução de sete meses. “O lançamento do concurso foi finalmente possível após a assinatura do protocolo, entre o município da Murtosa e a Agência Portuguesa do Ambiente, ao abrigo do qual, esta entidade, através do Fundo Ambiental, transfere para a autarquia uma verba de um milhão de euros, condição fundamental para a concretização de tão relevante obra”, destaca a nota. O protocolo foi assinado dia 11, na Torreira, pelo presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Januário Cunha, e pelo presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, e homologado pelo Secretário de Estado do Ambiente, João Manuel Esteves.

Barra de Aveiro condicionada esta terça-feira devido à agitação marítima forte
Região

Barra de Aveiro condicionada esta terça-feira devido à agitação marítima forte

Os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga estão desde as 06:00 de hoje sob aviso amarelo e até às 06:00 de quarta-feira. Além do condicionamento das barras de Aveiro e Figueira da Foz, de acordo com informação disponível no ‘site’ da Marinha Portuguesa, as barras marítimas de Caminha, Douro, Esposende, Vila Praia de Âncora, Vila do Conde e Portinho da Ericeira estão fechadas à navegação. O aviso amarelo, o menos grave, é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica. Na segunda-feira em comunicado, o IPMA explicou que estão previstas ondas com altura significativa até quatro metros na costa ocidental na terça-feira, e que poderão atingir altura máxima até sete metros, uma situação pouco frequente em agosto e que resulta do posicionamento do ciclone pós-tropical ERIN. “Salienta-se os valores muito elevados do período de pico, esperados, entre 15 a 20 segundos, o que se traduzirá em ondas muito energéticas e com volume de água elevado, aumentando significativamente o risco de fortes correntes de retorno junto à costa”, indica o IPMA. Segundo o Instituto, no período de maré cheia durante a tarde, conjugado com uma amplitude de maré previsivelmente elevada, várias praias poderão ficar sem areal disponível. “Derivado à ondulação ter uma direção de noroeste, a costa sul do Algarve não ficará tão exposta a esta situação, prevendo-se ondas de sudoeste até um metro”, segundo o IPMA. A ondulação manter-se-á forte na costa ocidental ao longo da semana, com alturas significativas entre dois a três metros. “Esta situação, não sendo inédita, é pouco frequente nos meses de julho e agosto, pelo que se recomenda o acompanhamento dos avisos e o cumprimento das recomendações sugeridas pelas autoridades competentes”, refere ainda o Instituto. Na sequência do agravamento das condições marítimas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertaram a população, aconselhando medidas preventivas. A AMN apelou aos banhistas que tenham cuidado numa ida à praia, e que frequentem praias permanentemente vigiadas, respeitem a sinalização das bandeiras e das praias e as indicações dos nadadores-salvadores e demais elementos de vigilância, vigiem permanentemente as crianças e evitem colocar-se debaixo de arribas. A AMN aconselhou toda a comunidade marítima a reforçar as amarrações e a manter uma vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas. À população em geral, recomendou que sejam evitados passeios junto ao mar ou em zonas expostas à agitação marítima, como molhes de proteção dos portos, arribas ou praias, evitando ser surpreendida por uma onda. A autoridade marítima indicou ainda que a atividade da pesca lúdica não deve ser praticada nestas condições, em especial junto às falésias e zonas de arriba frequentemente atingidas pela rebentação das ondas, “tendo sempre presente que nestas condições o mar pode facilmente alcançar zonas aparentemente seguras”.