As cavacas no São Gonçalinho: do forno a lenha ao chão do Largo da Capela
As cavacas, doce típico das Festas de São Gonçalinho, continuam a ser lançadas até amanhã, dia 13, da Capela do bairro da Beira-Mar. Se ainda há quem se dedique a fazer este doce conventual de forma artesanal também há, por estes dias, quem se dedique a apanhá-lo. A Ria foi procurar conhecer Fernanda Sousa, uma das senhoras que ainda faz e coze as cavacas em casa, bem como Silvério Ricarte, um aveirense que por esta altura se encontra a manejar uma nassa [artefacto com que apanha as cavacas] para apanhar o doce.
Ana Patrícia Novo
JornalistaA dança é a mesma no Largo da Capela de São Gonçalinho, no bairro da Beira-Mar, desde dia 9 de janeiro. O sino toca e os olhos prendem-se ao cimo da capela: não tarda dezenas de cavacas são lançadas lá do alto. Cá em baixo, no Largo, o povo tenta a sorte. Com guarda-chuvas abertos, a parte que abriga virada para cima, tentam apanhar o máximo de cavacas que conseguem.
A velocidade com que as cavacas são lançadas faz com que algumas ressaltem dos guarda-chuvas e se partam no chão da calçada. Outras saltam para o guarda-chuva do vizinho. Se cair ao chão e não partir, parece ser regra: se for apanhada em três segundos, não há mal que lhe pegue. Afinal, a cavaca é dura de roer.
Quem não trouxe guarda-chuva tenta a sorte também. As que são apanhadas são conforto para o estômago, algumas guardadas em sacas para mais tarde. Quem não veio provido de saco improvisa um regaço com a camisola que traz vestida. Apesar da apanha da cavaca ser um processo normalmente amigável, há por vezes quem apanhe a mesma cavaca em simultâneo e se debata por segundos sobre se a deixa ir ou se luta pelo doce.
Ovos, açúcar e farinha são os ingredientes principais que fazem das cavacas, um doce conventual tipicamente português, um verdadeiro sucesso por estes dias. Como são cobertas de açúcar ficam duras e ao serem arremessadas do alto da Capela, por vezes magoam. Não é raro, aliás, que alguém vá parar ao hospital com a cabeça partida ou com um sobrolho aberto.
Na festa de São Gonçalinho, foram vendidas cerca de seis toneladas e meia de cavacas pela Mordomia. Mas não foram as únicas. Nos arredores da capela de São Gonçalinho estão espalhadas várias barraquinhas que se dedicam, por estes dias, a vender o doce conventual e outros doces típicos de romaria.
“As cavacas são muito chatas de se fazer”
Ainda se encontram pessoas que fazem as cavacas de forma artesanal. É o caso de Fernanda Sousa que se dedica a esta arte “desde os 14 anos”. Natural de Tondela, chegou a Águeda há mais de 50 anos para “servir numa casa de uma senhora”. Aprendeu a fazer cavacas com uma velhota que tentou ensinar a senhora que, na altura, Fernanda servia. “Ela não sabia fazer nada”, explica. “Depois uma senhora foi lá e ensinou-a, mas eu é que abri o olho e comecei a lutar”, recorda Fernanda. Aos 20 anos casou-se e passou a dedicar-se ao negócio da venda de doces em feiras e romarias.
Para a festa de São Gonçalinho cozeu no seu único forno a lenha mais de três mil quilos do doce conventual. Para garantir que os mesmos estariam prontos para a romaria começou a produzi-los há mais de três meses. “Levantava-me sempre às seis da manhã, cinco e meia”, partilha.
A cavaca, explicou Fernanda, “tem de ser polvilhada com farinha, toda numa mesa e depois tem de ser esticada. Vai ao forno: tem de encarquilhar. Depois tem de se virar e tem de ser toda escovada e pintada com açúcar branco”, refere.
“As cavacas são muito chatas de se fazer”, assume. Ainda assim, gosta tanto do trabalho que faz que “gostava de durar até aos 100 anos”. “Nem queria morrer para continuar a fazer”, partilha Fernanda entre risos. São Gonçalinho, confessa, ajudou-a a confecionar as cavacas. “Oh São Gonçalinho, ajude-me que eu tenho de fazer as cavacas. E ia para a frente. Ajudou muito, não é fácil”, contou.
Enquanto Fernanda falava connosco algumas das cavacas que tanto trabalho lhe deram a confecionar continuam a ser arremessadas. Nas laterais da capela vemos homens a habilidosamente apanhar os doces que precipitam com umas redes compridas a que chamam de nassas.
“Gosto de estar aqui, é uma carolice”
Silvério falou connosco enquanto apanhava cavacas. Apesar de ser aveirense, mora atualmente em Águeda e começou a vir à festa de São Gonçalinho de forma mais frequente desde que se reformou.
Fez a sua nassa [artefacto com que apanha as cavacas] há cerca de três anos. “Gosto de estar aqui, é uma carolice”, conta bem-humorado. Ao seu lado está Amélia, a sua esposa. “É o meu braço direito”, repara Silvério. Juntos, já chegaram a apanhar cavacas suficientes para encher mais de oito sacos de compras.
Conta que “de há uns anos para cá tínhamos o recinto todo para andar com isto que, segundo reza a tradição, era proibido já há muitos anos”. Desde que começou a apanhar cavacas com a sua nassa, sabe que está restrito a permanecer nas laterais da capela. “As pessoas têm tanto terreno daqui para acolá, para apanhar à mão e com chapéus, e nós estamos daqui deste lado e somos insultados pelas pessoas”, repara Silvério. Com os colegas de engenho, as coisas correm sempre bem.
As cavacas que apanha, diz, são demasiadas para consumir e então Silvério oferece o excedente. “Há malta que vem aqui e apanha as cavacas para dar ao gado”, conta. Como Silvério só tem patos e galinhas e as cavacas são duras, opta por oferecer os doces conventuais que apanha com o seu engenho.
Oferece a quem lhe for pedir e as que sobram distribui pelos amigos e familiares. Alguns, conta, comem as cavacas ao pequeno-almoço com uma meia de leite, outros preferem guardar para o fim das refeições e juntam-lhes vinho do porto ou o tradicional licor de alguidar.
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Fábrica Centro Ciência Viva celebrou 21º aniversário com inauguração de novo Steam Lab
O vigésimo primeiro aniversário da Fábrica ficou marcado com a inauguração do novo Steam Lab, um espaço que Pedro Pombo, diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, salienta como uma nova valência que nasce com o objetivo de diversificar a oferta “para as famílias começarem a poder visitar e participar dada esta ativa renovação e atualização do serviço educativo” que a Fábrica promove. O novo espaço da fábrica conta com diversas experiências que envolvem áreas desde a realidade virtual à robótica, sem esquecer as Artes, fazendo jus ao compromisso STEAM: a promoção da aprendizagem prática e interdisciplinar. O aniversário marca “o início de duas décadas”, com os impactos do “que se vai desenvolvendo em grande escala temporal” a começarem a revelar “um impacto que é extremamente significativo, não só na cidade e na região de Aveiro, mas também a nível nacional”, dá nota o diretor. No total, a Fábrica conta com 20 novos laboratórios Steam em marcha, distribuídos por oito municípios, e o número de visitantes tem vindo “sempre a crescer”, salienta Pedro Pombo. O diretor da Fábrica de Aveiro aponta ainda a coordenação de 137 Clubes de Ciência Viva estabelecidos “dentro da rede nacional” como um “programa itinerante de atividades na região centro e norte de Portugal muito interessante”. O diretor da Fábrica de Aveiro destacou também o projeto TechLabs, estabelecido em todas as escolas do município de Aveiro como um projeto que “permite esta intervenção na educação STEAM de uma forma continuada e estruturada”. A internacionalização e a ligação com a universidade foram outros dois pontos salientados por Pedro Pombo no 21º aniversário. A nova exposição, ‘Feito de Ciência: Os Materiais do Nosso Futuro’, patente na Fábrica é precisamente um dos exemplos da colaboração com a academia aveirense. “Foi feita pelos investigadores [do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro] que tiveram toda a habilidade de desenvolver estes conteúdos e trabalhar connosco e depois a exposição foi toda desenhada por nós, (…) mas é um projeto conjunto que pretende realmente mostrar a investigação que se faz na universidade”, frisa. Para o futuro, um dos objetivos apontados por Pedro Pombo para a Fábrica passa precisamente por “diversificar as fontes de financiamento”, de forma a “promover cada vez mais a sustentabilidade da Fábrica a todos os níveis”. A sessão de abertura do aniversário ficou a cargo do reitor da Universidade de Aveiro (UA), Paulo Jorge Ferreira. Na sua intervenção, sublinhou que o objetivo de “cativar os mais jovens para a Ciência”, presente desde o arranque do projeto pela mão da antiga reitora Helena Nazaré, continua a ser cumprido. “Na altura era importante [a criação da Fábrica], era visionário fazer isso; hoje, eu diria, é ainda mais importante pela simples razão que nós temos ainda menos jovens: e quando se tem menos talentos, é ainda mais grave desperdiçar algum. Por isso, temos sítios onde se expõem os mais jovens à ciência e temos sítios onde os cativamos para as universidades”, frisa. À Ria, Helena Nazaré sublinha precisamente a importância da iniciativa da Fábrica, sobretudo há 21 anos, quando “a compreensão pública da ciência ainda, pelo menos em Portugal, não estava na ordem do dia”. “Foi muito importante para dar a conhecer aos jovens o que é a ciência, para que é que serve a ciência (…) e também agora já estão a integrar a investigação de topo que a universidade tem, o que é muito importante”, atenta a antiga reitora. Paulo Jorge Ferreira aponta ainda a importância da Fábrica para o desenvolvimento da ligação entre a universidade e a atividade empresarial, lembrando que a Fábrica acolheu, em tempos, um laboratório da Nokia. “É interessante ver como é que essa linha se foi desenvolvendo, como é que marcou a universidade e a atividade da mesma e como é que também contribuiu para termos neste espaço, na sua totalidade, atividade científica e atividade empresarial em conjunto e articulação”, aponta. O reitor da UA frisa ainda o papel fulcral da Fábrica na captação e do Parque de Ciência e Inovação (PCI) na retenção de talentos. “A fábrica é importante nesse esforço de angariação [de talentos], para nós e para outros, e por isso o Parque de Ciência e Inovação é importante no esforço de reter na região o talento e valorizar as empresas desta região”, salienta Paulo Jorge Ferreira. A iniciativa contou ainda com a presença de João Machado, vereador responsável, entre outras, pela pasta da Aveiro Tech City. À Ria, o vereador aponta a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro como um “parceiro essencial” do município, salientando que “nos últimos oito anos” tem sido feito “um trabalho ímpar nesta área”. “Temos mudado muito as nossas escolas através da Fábrica da Ciência, temos formado muitos docentes do nosso município e temos investido também muito nos nossos alunos”, aponta João Machado. O vereador repara que “até dezembro de 2027 está garantido o financiamento para que as nossas escolas continuem a receber esta formação”, num investimento de “quase 600 mil euros” através do Programa Portugal 2030. “Só queremos é continuar a aumentar a participação dos nossos professores, que os nossos alunos continuem a aproveitar ao máximo e que, ao mesmo tempo, durante estes próximos anos também continuem a aparecer novos projetos, como têm aparecido”, assegura João Machado. Também Pedro Russo, membro da direção da Ciência Viva e futuro presidente da direção, marcou presença no aniversário em Aveiro. À Ria evidenciou como “bastante interessante” o facto de a Fábrica ter todos os anos “uma ideia nova, que não é apenas uma ideia pontual, é estrutural que realmente tem um impacto que vai para além das paredes deste Centro de Ciência Viva que é a Fábrica”. “Acho que o trabalho que têm feito aqui com a Aveiro Tech City, com o apoio do município, mas sempre muito alavancado em todo o conhecimento tecnológico que existe na universidade, está a ter um impacto muito grande na comunidade escolar”, aponta Pedro Russo a título de exemplo. O futuro presidente da direção da Ciência Viva aproveitou ainda a oportunidade para desafiar os estudantes da UA a envolverem-se “muito mais com as atividades que fazem aqui na Fábrica”. “Com certeza que a Fábrica tem as portas abertas e sei que muitos deles trabalham aqui: isto é um espaço para a própria comunidade estudantil e a universidade lançar novos projetos e novas ideias. A Ciência Viva está sempre aberta às ideias dos estudantes”, atenta. Pedro Russo deverá assumir a presidência da direção da Ciência Viva em janeiro de 2026. Assume que o novo cargo vai ser “um desafio”, embora se sinta “bastante entusiasmado” e confiante no projeto. “É um trabalho que neste momento está bastante enraizado no território português e acima de tudo enraizado em pessoas, não só na equipa da Ciência Viva,(…) mas também em todos os diretores e toda a equipa dos 21 centros de Ciência Viva que temos em todo o país”, repara. O atual membro da direção aponta ainda os “quase 900” clubes de Ciência Viva nas escolas, bem como os professores e alunos envolvidos nessa realidade como parte da comunidade. “O meu papel vai ser um papel apenas de continuar, de apoiar e acima de tudo de tentar encontrar mais apoio para o trabalho que tem vindo a ser feito”, frisa. Não esconde, no entanto, que está à espera de desafios: a nível da competitividade e a nível de financiamento. “O senhor reitor hoje falou muito desta importância da transição entre formação e criar alguma riqueza, que é uma riqueza que será sempre económica, mas também é muito a riqueza cultural, social, tecnológica e científica e a Ciência Viva tem um papel muito importante no início desse trajeto”, repara, em relação aos desafios que Portugal e a Europa enfrentam a nível da competitividade do setor. Pedro Russo sublinha também que “a nível de financiamento por questões geopolíticas” também se podem vir a sentir algumas diferenças. “Estes desafios que são da sociedade atual também vão ter um impacto no trabalho que nós estamos a fazer: temos de estar atentos, de trabalhar e temos de contribuir para resolvê-los: com ciência, com tecnologia, mas também com muita humanidade”, finaliza.
Candidatura de Luís Souto garante que Rosário Carvalho aceitou convite antes de recuar
A resposta surge após Rosário Carvalho ter afirmado, em declarações à Ria na noite de sexta-feira, que não integra nem irá integrar a equipa de Luís Souto, contrariando o que havia sido avançado pela candidatura horas antes, em nota oficial. “A Dra. Rosário Carvalho foi convidada a integrar o grupo de trabalho responsável pela conclusão do programa eleitoral e aceitou o convite, estando programadas sessões de trabalho já na próxima semana”, refere. Na nota, a coligação esclarece que foi “com base nessa aceitação, e com a sua concordância, que a Aliança Mais Aveiro, tornou pública a nota de imprensa”. No entanto, defende que “passadas escassas horas” da publicação da nota, Rosário Carvalho comunicou à candidatura a sua “indisponibilidade”, invocando uma “eventual incompatibilidade devido ao cargo que desempenha e que inicialmente não considerou”. “Lamentamos o sucedido, mas estamos muito tranquilos quanto à correção do comportamento da Aliança Mais Aveiro em todo o processo”, afirma na nota de imprensa enviada este sábado. A candidatura liderada por Luís Souto de Miranda dá assim o caso como “esclarecido” e “encerrado” e assegura estar concentrada na reta final da elaboração do programa eleitoral. “Continuamos concentrados na conclusão do Programa Eleitoral, (…) que queremos apresentar aos nossos concidadãos alicerçados no rigor, na seriedade das propostas e que seja indutor da melhoria da qualidade de vida em Aveiro e dos aveirenses”, realça. “Continuaremos a pugnar por uma candidatura que defende e valoriza as pessoas de Aveiro”, finaliza. Recorde-se que, em declarações à Ria, Rosário Carvalho afirmou que se “expressou mal” a Luís Souto e que a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro “está acima de qualquer partido”. “Eu neste momento sou a maior representante da Misericórdia, portanto não posso tomar partido nenhum para o bem da Misericórdia: a instituição está acima de tudo”, vincou.
Urgências de obstetrícia de Aveiro fechadas “metade dos dias” de julho
“Neste mês de julho de 2025 foi notícia, uma vez mais, o agravamento das condições assistenciais em ginecologia e obstetrícia, desta feita na Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULSRA), com o encerramento em cerca de metade dos dias do mês da urgência obstétrica, por falta de médicos especialistas”, lamentou o SIM em comunicado. Na quarta-feira, o conselho de administração da ULSRA confirmou à Lusa que o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia encontrava-se encerrado, após a demissão do diretor, que foi apresentada “na sequência da escala de urgência submetida para o mês de julho, que apresenta um elevado número de encerramentos”. Esses fechos temporários, de acordo com os responsáveis hospitalares, são “justificados pela total recusa dos médicos especialistas em realizar horas extraordinárias”, uma responsabilidade que o SIM rejeita. “Todos os médicos ginecologistas-obstetras da ULSRA já ultrapassaram largamente o número de horas extraordinárias anuais a que estão legalmente obrigados, não lhes podendo ser imputada a responsabilidade pela quebra da assistência médica diferenciada nesta área, o não preenchimento das escalas de urgência ou a falta de solidariedade” com a unidade de saúde, alegou o sindicato. De acordo com a estrutura sindical, os recursos humanos médicos “são escassos”, traduzindo-se em 20 especialistas e 10 médicos internos, que estão ainda em fase de formação. Desses 20 especialistas, por questões de idade, doença ou parentalidade, “só 11 prestam serviço de urgência e, destes, oito fazem urgência noturna”, referiu também o SIM, adiantando que, relativamente aos internos, quatro não prestam serviço nas urgências por estarem na fase inicial de formação ou em estágio noutra instituição. “A falta de perspetiva na melhoria das condições de trabalho, a curto médio prazo, faz temer pelo abandono do serviço de mais médicos, com o consequente agravar da degradação assistencial médica ginecológica e obstétrica na ULSRA”, avisou o SIM. Na quinta-feira, dia 3, os deputados do PS eleitos por Aveiro questionaram a ministra da Saúde sobre as eventuais medidas a adotar para evitar o encerramento da urgência de obstetrícia do hospital.
Ana Torrão é a candidata da IL à Junta de Freguesia de Aradas
Conciliando a vida profissional com a maternidade, a candidata afirma ter um “profundo compromisso” com a freguesia onde vive. Numa nota enviada à Ria, este sábado, 5 de julho, a IL destaca a sua candidatura como parte de uma estratégia de renovação da política local, apostando em propostas “sérias, transparentes e próximas da realidade das pessoas”. “Acreditamos que Aradas merece uma liderança atenta, competente e determinada a valorizar o potencial da freguesia, rompendo com as lógicas de estagnação e dependência partidária”, refere o partido. Além de Ana Torrão pela IL, também já foram anunciadas outras candidaturas à presidência desta junta. Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia, recandidata-se pelo projeto da coligação Aliança Mais Aveiro. Pelo Partido Socialista, a candidatura será liderada por Sónia Aires, atual assistente social na Câmara Municipal de Aveiro e também natural da freguesia. Gilberto Ferreira, gestor comercial, volta a ser candidato pelo movimento de cidadãos independentes “Sentir Aradas”. Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura. Na freguesia de Aradas, a coligação "Aliança com Aveiro" (PSD/CDS/PPM) venceu com 46,28% dos votos, elegendo sete mandatos para a Assembleia de Freguesia. Em segundo lugar ficou o movimento independente "Sentir Aradas", que conquistou 19,13% dos votos e três mandatos. A coligação "Viva Aveiro" (PS/PAN) obteve 17,87% e também garantiu três mandatos. Os restantes partidos – Bloco de Esquerda (BE), Chega e CDU – não conseguiram eleger representantes para a Assembleia de Freguesia.
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À Ria, Helena Nazaré sublinha precisamente a importância da iniciativa da Fábrica, sobretudo há 21 anos, quando “a compreensão pública da ciência ainda, pelo menos em Portugal, não estava na ordem do dia”. “Foi muito importante para dar a conhecer aos jovens o que é a ciência, para que é que serve a ciência (…) e também agora já estão a integrar a investigação de topo que a universidade tem, o que é muito importante”, atenta a antiga reitora. Paulo Jorge Ferreira aponta ainda a importância da Fábrica para o desenvolvimento da ligação entre a universidade e a atividade empresarial, lembrando que a Fábrica acolheu, em tempos, um laboratório da Nokia. “É interessante ver como é que essa linha se foi desenvolvendo, como é que marcou a universidade e a atividade da mesma e como é que também contribuiu para termos neste espaço, na sua totalidade, atividade científica e atividade empresarial em conjunto e articulação”, aponta. 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Não esconde, no entanto, que está à espera de desafios: a nível da competitividade e a nível de financiamento. “O senhor reitor hoje falou muito desta importância da transição entre formação e criar alguma riqueza, que é uma riqueza que será sempre económica, mas também é muito a riqueza cultural, social, tecnológica e científica e a Ciência Viva tem um papel muito importante no início desse trajeto”, repara, em relação aos desafios que Portugal e a Europa enfrentam a nível da competitividade do setor. Pedro Russo sublinha também que “a nível de financiamento por questões geopolíticas” também se podem vir a sentir algumas diferenças. “Estes desafios que são da sociedade atual também vão ter um impacto no trabalho que nós estamos a fazer: temos de estar atentos, de trabalhar e temos de contribuir para resolvê-los: com ciência, com tecnologia, mas também com muita humanidade”, finaliza.
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Ana Torrão é a candidata da IL à Junta de Freguesia de Aradas
Conciliando a vida profissional com a maternidade, a candidata afirma ter um “profundo compromisso” com a freguesia onde vive. Numa nota enviada à Ria, este sábado, 5 de julho, a IL destaca a sua candidatura como parte de uma estratégia de renovação da política local, apostando em propostas “sérias, transparentes e próximas da realidade das pessoas”. “Acreditamos que Aradas merece uma liderança atenta, competente e determinada a valorizar o potencial da freguesia, rompendo com as lógicas de estagnação e dependência partidária”, refere o partido. Além de Ana Torrão pela IL, também já foram anunciadas outras candidaturas à presidência desta junta. Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia, recandidata-se pelo projeto da coligação Aliança Mais Aveiro. Pelo Partido Socialista, a candidatura será liderada por Sónia Aires, atual assistente social na Câmara Municipal de Aveiro e também natural da freguesia. Gilberto Ferreira, gestor comercial, volta a ser candidato pelo movimento de cidadãos independentes “Sentir Aradas”. Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura. Na freguesia de Aradas, a coligação "Aliança com Aveiro" (PSD/CDS/PPM) venceu com 46,28% dos votos, elegendo sete mandatos para a Assembleia de Freguesia. Em segundo lugar ficou o movimento independente "Sentir Aradas", que conquistou 19,13% dos votos e três mandatos. A coligação "Viva Aveiro" (PS/PAN) obteve 17,87% e também garantiu três mandatos. Os restantes partidos – Bloco de Esquerda (BE), Chega e CDU – não conseguiram eleger representantes para a Assembleia de Freguesia.