Autárquicas 2025: PSD-Aveiro num impasse à espera da decisão de Luís Montenegro
A pressão aumentou para o PSD-Aveiro após Alberto Souto de Miranda, ex-presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) entre 1998 e 2005, ter confirmado disponibilidade para ser candidato nas próximas eleições autárquicas de 2025 pelo Partido Socialista (PS). Num ano particularmente importante para o PSD-Aveiro, com a saída de Ribau Esteves, um líder carismático, a escolha do sucessor não é consensual para os militantes do partido e a Ria foi procurar saber qual o ponto de situação da escolha do candidato à autarquia aveirense.
Redação
O PSD-Aveiro tem promovido diferentes reuniões e encontros ao longo dos últimos meses, desde a Comissão Política Concelhia, o Plenário de Militantes ou o 3.º Aniversário da Vitória Eleitoral da Coligação ‘Aliança com Aveiro’. Estes momentos têm servido essencialmente para três coisas: ‘medir o pulso’ ao partido, ‘alinhar as tropas’ no combate às posições públicas do PS-Aveiro (e de Alberto Souto) e para Ribau Esteves - e os seus ‘soldados’ mais próximos - reforçarem que a solução para candidato à CMA está no Executivo da ‘Aliança com Aveiro’, afastando aqueles a quem chamam de “paraquedistas”.
Apesar disso, em nenhum momento foi votado internamente o candidato à autarquia aveirense e muitos dos militantes optam por falar no abstrato, evitando apontar um nome de forma clara, numa fase em que não se sabe a posição oficial dos órgãos nacionais.
A Ria sabe que Simão Santana, líder do PSD-Aveiro, não quer dar ‘passos em falso’, lançando internamente um nome que depois não é aceite pelos órgãos nacionais que, como a Ria já noticiou, têm a palavra final, segundo os Estatutos do PSD. É uma situação que o líder da concelhia quer evitar ao máximo, para não transmitir uma mensagem de desunião num momento decisivo para o PSD-Aveiro, com a escolha de um novo candidato. Mas a gestão deste dossier está a ficar cada vez mais difícil e a Ria sabe que Ribau Esteves tem afirmado, nos últimos dias, que seria bom que o PSD-Nacional deixasse de “empacar” este processo e tomasse decisões. Recorde-se que, como a Ria já noticiou, o preferido de Ribau Esteves deverá ser Rogério Carlos, o atual vice-presidente da CMA.
PSD Nacional definiu o fim de março como o prazo para homologar candidaturas e Luís Montenegro não quer “candidaturas de amigos”
Por mais que o PSD-Aveiro esteja neste impasse, à espera de uma decisão dos órgãos nacionais, os dirigentes locais têm uma certeza: a decisão terá que ser tomada até ao fim de março. Segundo o documento “Orientação Estratégica – Eleições Autárquicas 2025”, aprovado em reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD no passado mês de dezembro, a “homologação de todas as candidaturas devem ser concluídas pela CPN até ao final do 1.º trimestre, devendo os procedimentos das estruturas locais e distritais, com vista a este propósito decorrer anteriormente”.
Relativamente aquela que poderá ser a posição do PSD, a nível nacional, recorde-se que o presidente do PSD, Luís Montenegro, assegurou, no passado sábado, 11 de janeiro, em Ovar, no 5.º Encontro Nacional de Autarcas Social-Democratas, que o partido "não quer" e "não vai ter candidaturas de amigos" nas eleições autárquicas deste ano, pedindo candidaturas "daqueles que estão em melhores condições". "
O presidente do PSD garantiu, no entanto, que não irá "adulterar" a base programática do partido, mas admitiu que esta será "adaptada, em cada município, em cada freguesia, à realidade local, às potencialidades e às capacidades de cada comunidade". "Estaremos sempre do lado das melhores ideias, das melhores soluções, dos melhores candidatos, das melhores equipas, privilegiando a qualidade e a competência", vincou.
Nos corredores do PSD-Aveiro, há quem considere que Luís Montenegro e os órgãos nacionais do partido apenas estão a adiar a decisão do anúncio do candidato do PSD à CMA porque esta não será de acordo com a vontade de Ribau Esteves. Alguns militantes contactos pela Ria, referiram até o exemplo de Braga, um município em que o PSD local está numa situação muito semelhante à do PSD-Aveiro, pois o atual presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, também não se pode recandidatar, mas, contudo, o candidato do partido já foi anunciado publicamente.
Para além disso, vários militantes recordam por estes dias as palavras de Ribau Esteves para Luís Montentegro, ainda há 2 anos num momento de disputa eleitoral interna, em que o edil aveirense definiu o atual líder do PSD e primeiro-ministro de Portugal como "o pior que o PSD tem" na presença da comunicação social.
Rogério Carlos e Jorge Ratola, os candidatos mais falados nos corredores
Tal como a Ria noticiou no dia 8 de outubro de 2024, Rogério Carlos, atual vice-presidente da CMA, é apontando como o preferido de Ribau Esteves. Membro do gabinete do presidente deste os tempos em que este liderava a Câmara Municipal de Ílhavo foi em 2021, no momento de anúncio da lista do PSD-Aveiro às autárquicas daquele ano, que Ribau Esteves deu o primeiro sinal de que estaria a lançar Rogério Carlos para seu sucessor ao integrá-lo, pela primeira vez, na sua lista à CMA - e logo numa posição de destaque como número dois da autarquia aveirense. O atual vice-presidente tem aumentado a sua atividade nas redes sociais e ainda recentemente participou numa conferência, organizada pelo jornal ECO, que reuniu em Lisboa vários presidentes e autarcas de municípios portugueses para debaterem o futuro das cidades.
Por outro lado, a Ria sabe que Jorge Ratola tem vindo a ser cada vez mais falado nos corredores do partido e tem falado com diversas pessoas sobre este tema. Recorde-se que Ratola foi vice-presidente de Ribau Esteves até 2021 – cumprindo por isso o requisito de ser um membro que fez parte do Executivo da ‘Aliança com Aveiro’ - e é muito próximo de vários presidentes de Junta do PSD-Aveiro. A par disso, mantém proximidade diária com Luís Montenegro, pois integra o gabinete do atual primeiro-ministro, e também de Emídio Sousa, líder da distrital de Aveiro do PSD, que teve Jorge Ratola como chefe de gabinete ao longo dos últimos anos, no período em que liderava a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
Já Silvério Regalado, atual deputado à Assembleia da República e antigo presidente da Câmara Municipal de Vagos, parece ter abrandado os seus contactos, optando por se resguardar enquanto aguarda pela decisão do PSD-Nacional.
Simão Santana não faz comentários sobre o processo de escolha do candidato do PSD-Aveiro e as primeiras reações internas ao anúncio de Alberto Souto de Miranda
Na grande entrevista aos principais representantes de cada partido Simão Santana, presidente da concelhia do PSD Aveiro afirmou à Ria que a escolha interna do candidato do PSD Aveiro ocorreria até “ao final deste ano [2024]”, mas estamos em meados de janeiro do novo ano [2025] e a decisão interna continua por tomar.
Contactado, novamente, Simão Santana afirmou que o prazo que anunciou à Ria está a ser cumprido. “Eu não tenho nenhum comentário…Mesmo que já haja uma decisão interna, não é o momento de divulgar quem é o candidato. O partido está a trabalhar e no momento certo irá divulgar. Não tem nada a ver com os timings dos outros partidos. Os outros partidos fazem como consideram que devem fazer e muito bem”, realçou.
Segundo o presidente da concelhia do PSD-Aveiro, o partido está a cumprir com o calendário estipulado pelo mesmo, a nível nacional, pelo que o candidato só deverá ser anunciado, oficialmente, no “final do primeiro trimestre”, ou seja, em março. “O normal de um partido minimamente sério e profissional como é o caso do PSD (…), num município com 80 mil habitantes, com dinâmicas muito fortes (…) Esse trabalho demora muito tempo e o partido, no seu todo, está a trabalhar em conjunto para no dia certo podermos divulgar”, afirmou.
Relativamente à opinião do PSD, a nível nacional, sobre o nome do melhor candidato à CMA, Simão Santana remeteu-se, novamente, ao silêncio. “Eu não vou fazer nenhum comentário até ao momento de termos definido internamente o candidato”, sublinhou.
Relativamente ao anúncio do nome de Alberto Souto de Miranda, o presidente da concelhia do PSD-Aveiro não se mostrou surpreendido e realçou que o partido sempre disse que “era esse o caminho que estava a ser seguido e, portanto, não há surpresa absolutamente nenhuma”.
Para Simão, confirmando-se a escolha de Alberto Souto, o PS “continua a olhar para trás (…) para os anos que foram a sua governação. Utilizar a mesma carta parece que é premonitório de um desastre absolutamente incrível do Partido Socialista”.
Numa segunda nota, o líder da concelhia do PSD-Aveiro [face às acusações de Alberto Souto, no passado sábado, 11 de janeiro, no almoço de Ano Novo do PS, em que acusou o atual executivo de posicionar Aveiro no marasmo] reagiu que isso é uma “absoluta mentira”. “Nós podemos concordar ou não concordar com muitas coisas que são feitas em Aveiro… Agora dizer que Aveiro está no marasmo... Não! Acabamos de ser Capital Portuguesa da Cultura, mantemos recordes de turismo todos os anos e temos feito obras pelos quatro cantos do Município. Temos feito evoluir as nossas escolas com qualificações, mês após mês, em todo o parque escolar do Município, renovamos os transportes públicos, fizemos uma data de investimentos na área da inovação, incluindo o próprio Salicórnia [ferryboat elétrico] que é um bom exemplo da aposta do que é a inovação tecnológica e a sustentabilidade em Aveiro. Portanto, o Partido Socialista continua a querer o caminho da mentira”, atirou. “Dizer que Aveiro está no marasmo… ou não vive em Aveiro ou quer enganar o seu eleitor disso”, exprimiu.
Numa nota final, Simão Santana deixou ainda um conjunto de perguntas para Alberto Souto de Miranda: “Vai Alberto Souto continuar à frente da SEDES Distrital de Aveiro, assumindo como já se sabia a condição de putativo candidato do PS à CMA? Vai deixar Álvaro Beleza, na qualidade de presidente da SEDES Nacional, que esta importante organização continue a ser usada pelo PS Aveiro para os objetivos políticos e pessoais de Alberto Souto?”, questionou.
Quem também já reagiu ao nome de Alberto Souto de Miranda foi Manuel Prior, líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Aveiro, que utilizou as suas redes sociais para questionar “se o Souto quer ser candidato à CMA, porque o Sócrates não pode ser candidato a Presidente da República?”, numa aparente comparação entre o antigo primeiro-ministro - que está a responder em tribunal por acusações de crimes relacionados com corrupção – e Alberto Souto.
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JP e JSD de Aveiro apresentam manifesto autárquico jovem este sábado no Sal
Num comunicado divulgado nas redes sociais, a estrutura local da JSD sublinha que o evento pretende juntar “as caras da juventude e a reflexão que importa para cima da mesa, para crescer com Aveiro”. Entre os convidados confirmados estão João Louro, presidente da JSD Nacional, Catarina Marinho, presidente da JP Nacional, João Machado, vereador da Câmara Municipal de Aveiro, Hélder Berenguer, gestor de projetos na Agora Aveiro, João Jubero, mandatário da juventude da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM), e Luís Souto de Miranda, candidato da mesma coligação à Câmara de Aveiro. A apresentação ficará a cargo de Leonardo Maio, presidente da JSD Aveiro, e Carlota Braga, presidente da JP Aveiro. De acordo com o programa, a sessão arranca às 17h30, seguindo-se uma mesa-redonda às 17h45. A apresentação do Manifesto Jovem está marcada para as 18h40, antecedendo o discurso de encerramento às 19h05. O encontro termina com um momento de comes e bebes pelas 19h25. Recorde-se que esta será a primeira participação de João Machado num momento relacionado com as eleições autárquicas. Conforme avançado pela Ria, quando Luís Souto de Miranda foi anunciado como candidato, João Machado foi a segunda pessoa a declarar publicamente o seu apoio, logo depois de Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia de Aradas. Note-se ainda que João Machado não integra a equipa que acompanhará Luís Souto na corrida à Câmara Municipal. Entre os candidatos que surgem em lugar elegível, apenas a vereadora Ana Cláudia Oliveira, indicada pelo CDS-PP, é uma repetição nas listas.
Arquivo Distrital de Aveiro recebe esta tarde a apresentação da candidata do PS a Aradas
Segundo a informação do partido, a candidata diz que avança para a corrida eleitoral por ver na freguesia “um grande potencial”. Caso seja eleita, afirma querer fazer um trabalho de proximidade, “junto de todos, sem exceção”. Sónia Madaíl, assistente social, acrescenta ainda que é “filha da terra” e que toda a sua família habita em Aradas. Para além de ser membro da Assembleia de Freguesia, a candidata fez parte do Grupo de Jovens e do grupo de teatro da Associação Cultural de Aradas.
Autárquicas: João Matos Silva (PS) critica “política fria e sem garra” da atual junta de Cacia
No discurso de apresentação, João Matos Silva destacou o orgulho em assumir a candidatura e partilhou a sua ligação à terra. Natural de Esgueira, descreveu-se como “neto de Cacia”. “Os meus avós já estão cá há mais de 60 anos, mas não são do centro da vila. São da Póvoa do Paço. (…) Os anos foram passando, mas sempre tive ligação a esta terra. Escolhi esta terra para formar família e casar”, partilhou. Com um olhar crítico sobre a gestão da junta que, neste momento, é liderada pela coligação ‘Aliança com Aveiro’, o candidato referiu que, ao longo dos últimos anos, a população de Cacia tem assistido a uma “política fria, sem chama e sem garra”. “Os problemas da população continuam os mesmos. As promessas de há oito ou quatro anos caíram em saco roto”, atirou. Como exemplo, apontou as piscinas e o Largo de Feiras. “O Largo de Feiras continua no estado que vocês conhecem. Sem condições para os comerciantes, nem para quem o visita. Temos um talho sem condições nenhumas. Em visita com o Alberto Souto, o talhante dizia-nos: ‘Tenho vergonha de vender carne nestas condições. Em pleno século XXI, eu tenho vergonha. O peixe, sendo um dia de sol, estava ao sol’", partilhou. “É para isso que aqui estamos para melhorar. A falta de respostas deste executivo é gigante”, rematou João Matos Silva. No seguimento, lançou um conjunto de questões para a atual Junta de Freguesia: “Porque é que os grandes problemas se mantêm? Será por falta de trabalho? Vontade? Falta de pressão na Câmara ou simplesmente desleixo?”. “A Junta de Freguesia não se pode descartar das suas responsabilidades. Não pode dizer que o problema não é com ela, nem pedir a fregueses que recolham um grupo de assinaturas e que vão falar com o presidente da Câmara”, respondeu prontamente. João Matos Silva reiterou o seu compromisso: “Ajudar todos os fregueses a chegar a quem possa solucionar o seu problema”. Acrescentou também que ser “um presidente presente não é só aparecer em festividades, procissões e arraiais”. Falando sobre alguns aspetos que considera “esquecidos pelos executivos passados”, João Matos Silva destacou a importância dos lugares da freguesia e o potencial ainda por explorar. “Gostava de falar um pouco dos nossos lugares, tantas vezes esquecidos pelos executivos passados. Cacia tem, nos seus lugares, uma riqueza como não há igual no concelho de Aveiro, pelo menos aos meus olhos. A nossa zona ribeirinha tem um potencial enorme, mas nunca foi prioridade para a Câmara, nem para nenhum executivo. Espero que isso mude”, exprimiu. “Somos claros: os lugares desta freguesia merecem respeito e atenção por parte de qualquer executivo”, continuou. Começando pela Póvoa do Paço, reconheceu alguns avanços, nomeadamente, na requalificação do Parque Escolar. Ainda assim, criticou a falta de manutenção deste espaço: “Ainda este ano, as crianças da Póvoa estavam privadas de brincar no recreio, pois as ervas excediam um metro de altura. Temos de trabalhar para garantir manutenção periódica a estes espaços”, sublinhou. O candidato apontou ainda problemas nos passeios da escola. “Má execução, mau projeto. Não interessa o que aconteceu. Interessa é que é um problema fácil de resolver (…) numa tarde”, referiu. Ainda na Póvoa destacou a Rua das Almas que, segundo João Matos Silva, todos os invernos fica alagada. “O problema está identificado há anos. (…) O que é que estamos à espera para resolver o problema? Não somos nós que conhecemos o território melhor que os outros? O que é que falta?”, questionou. Sobre a zona ribeirinha, reforçou o potencial turístico e económico: “A Ribeira da Póvoa do Paço não é exceção. Queremos iniciar um projeto com a Câmara e outras entidades para estudar a possibilidade de fazer um cais fixo nesta ribeira, trazendo dinamismo e pessoas. Sabemos que não é um projeto fácil nem barato, mas comprometemo-nos a desenvolvê-lo e a dialogar com as entidades competentes”, afirmou. João Matos Silva criticou também o abandono dos passadiços de Cacia e Esgueira: “Uma obra bem feita que trouxe pessoas de fora para Aveiro, mas que mais uma vez fazemos a obra, mas não temos qualquer tipo de responsabilidade em cuidar”. Dirigindo-se diretamente a Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, disse: “Alberto Souto não é só preciso uma equipa para a calçada. Talvez precisemos de uma equipa também para os passadiços, não de forma permanente, mas que esteja com atenção a este problema”. Falando sobre outras zonas da freguesia, como Vilarinho ou Sarrazola, reconheceu problemas recorrentes nas ruas e nas infraestruturas desportivas. Sem esquecer as associações locais referiu ainda que as mesmas têm de ser “mais do que a delegação de competência e a transferência de dinheiro”. “Têm de ter uma política de proximidade que crie condições e que lhes dê condições para continuarem a desenvolver a sua atividade”, resumiu o candidato à junta. Sem esquecer o rio que, de acordo com João Matos Silva, é um “ativo” de Cacia apelou à necessidade de a freguesia ter uma praia fluvial. Regressando ao tema das piscinas referiu ainda que as mesmas têm de ser “cobertas”. “Sei bem que não é fácil, que não é uma coisa barata, mas é dinheiro bem gasto. É dinheiro que fica para hoje e para os anos que vêm. É dinheiro que as pessoas vão sentir no dia a dia, quando puderem levar os seus filhos a ter aulas de natação ou quando os idosos puderem ter aulas de hidroginástica”, explicou. Prestes a terminar a sua intervenção reafirmou: “Precisamos de um presidente que arregace as mangas e que vá à luta pelo desenvolvimento da sua terra para podermos sair deste marasmo em que nos encontramos”. Na sessão, Alberto Souto de Miranda aproveitou para recordar que, “perante 20 anos sem uma única habitação pública -social ou não- construída no município de Aveiro, as últimas habitações foram realizadas no executivo que teve o privilégio de presidir, e precisamente em Cacia”. “É para continuar a fazer”, garantiu. Referindo-se à gestão do parque habitacional feita pela Câmara Municipal considerou que a mesma tem de ser “revista porque é uma urgência enormíssima”. O candidato socialista aproveitou ainda para responder às críticas da ‘Aliança’, que o acusa de ter deixado Aveiro em “situação de bancarrota” durante o período em que foi presidente da Câmara, entre 1997 e 2005. “O que fizemos foi um ciclo notável. Em sete anos e dez meses, aumentamos 54% os ativos do Município de Aveiro. E quem veio a seguir? Eles esquecem-se sempre que foram oito anos (…) de gestão muito má e foram esses oito anos que deixaram Aveiro em situação tão difícil”, expôs. “E a gestão subsequente desses oito anos do PSD e do CDS recordem sempre: O Ribau não herdou a Câmara do Alberto Souto. O Ribau herdou a Câmara do doutor Hélio Maia do PSD e do CDS que foi despedido por má gestão”, continuou. Continuando a falar sobre o passado, Alberto Souto disse ainda ter “muito orgulho no passado”. “Nós tomámos todas as decisões com base nos dados que tínhamos para as tomar, como faz qualquer gestor responsável. E aquilo que nos desequilibrou a tesouraria, já toda a gente o percebeu e o sabe agora, foi a construção do estádio, que foi aprovada, por unanimidade. Foi uma grande vitória para todos. Não alijem as responsabilidades que também têm. Nós não alijamos as nossas”, atirou o candidato socialista. Alberto Souto aproveitou ainda para comentar casos recentes em Aradas, como a retirada da candidatura de Luís Silvano, cabeça de lista do Chega, após ser confrontado pelo JN sobre o seu despedimento com justa causa do INEM em 2019, relacionado com furto de gasóleo, e a decisão da Junta de Freguesia de recorrer da obrigação do Tribunal Administrativo de Aveiro de apresentar documentação solicitada pelo movimento “Sentir Aradas”. “Nós (...) seremos sempre transparentes na gestão e fomos (...) sempre impolutos na gestão da coisa pública. Essa garantia nós podemos dar”, frisou. Numa etapa final do discurso, o candidato socialista fez ainda questão de trazer para tema a eliminação das portagens na A25. Recorde-se que, desde 1 de janeiro, sete portagens em vias rápidas [correspondentes a antigas autoestradas em regime SCUT - Sem Custos para os Utilizadores] foram abolidas. No caso de Aveiro e, especificamente, na A25, das duas concessões existentes nesta autoestrada, a Concessão “Costa de Prata” [que liga a zona das praias a Albergaria-a-Velha] e a Concessão “Beiras Litoral e Alta” [que liga Albergaria-a-Velha a Vilar de Formoso], apenas esta última foi contemplada na proposta apresentada pelo Partido Socialista (PS). Neste caso, a Concessão “A25 Beiras Litoral e Alta”. Alberto Souto afirmou mesmo que o “PS cometeu um erro”, apelando à eliminação dessas mesmas portagens. “É com esta equipa que nós vamos acabar com as portagens que nos estão a dividir do futuro”, concluiu.
Autárquicas: Debate autárquico junta BE e PAN esta quinta-feira na Ria
A sessão desta quinta-feira contará com a presença dos dois candidatos à Câmara Municipal de Aveiro: João Moniz pelo BE e de Ana Rita Moreira pelo PAN. João Moniz, tem 35 anos, é natural da freguesia da Glória, doutorado em Ciência Política pela Universidade de Aveiro e trabalha como investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.Para além da carreira académica, tem um percurso de ativismo social, especialmente na luta pela habitação acessível. É coordenador do movimento "Casa para Viver" no distrito, tendo organizado várias manifestações sobre o tema em Aveiro nos últimos anos. Foi ainda eleito para a Assembleia de Freguesia em Esgueira em 2017 e para Assembleia Municipal de Aveiro em 2021. Ana Rita Moreira tem 24 anos, é formada em sociologia pela Universidade da Beira Interior, encontrando-se a desenvolver o seu doutoramento em Gerontologia e Geriatria, no âmbito do programa doutoral do ICBAS-Universidade do Porto/Universidade de Aveiro, com um projeto focado na solidão das pessoas idosas, dando continuidade ao tema do seu mestrado. Atualmente residente e a realizar um estágio profissional na sua área de especialização em Águeda, a candidata é membro da Comissão Política Distrital de Aveiro do PAN, sendo também associada da Associação Nacional de Gerontólogos. O frente-a-frente de hoje [entre o PAN e o PS] terá início pelas 20h30 e poderá ser acompanhado pelo Facebook e pelo Youtube da Ria. O próximo encontro acontece já na próxima segunda-feira, 15 de setembro, no mesmo horário e nos mesmos moldes, e juntará os candidatos do Chega (CH) e da Coligação Democrática Unitária (CDU). Os debates irão abordar questões sobre a atualidade da campanha, perguntas temáticas em áreas como habitação, urbanismo, mobilidade, transportes, turismo, educação, economia, empresas, inovação, ambiente, espaço público, saúde, ação social, educação, desporto e cultura, bem como questões sobre governabilidade na Câmara e na Assembleia Municipal. Todos os tempos serão cronometrados e iguais para cada candidatura, garantindo equilíbrio no confronto de ideias. Tal como noticiado pela Ria, durante quatro semanas, os candidatos às eleições autárquicas em Aveiro vão confrontar-se em duelos diretos, com 45 minutos de duração, e em debates alargados, com 90 minutos. Dos debates frente-a-frente, dos partidos com assento na AM, apenas Luís Souto de Miranda, candidato da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM), não estará presente. Serão ainda realizados dois debates alargados: um no dia 29 de setembro, pelas 20h30, com todos os partidos com assento na AM (‘Aliança com Aveiro’, Partido Socialista, PAN, Bloco de Esquerda, Chega e CDU), e outro no dia seguinte, à mesma hora, com todos os partidos sem assento na AM (Iniciativa Liberal, Livre e Nós, Cidadãos!).
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JP e JSD de Aveiro apresentam manifesto autárquico jovem este sábado no Sal
Num comunicado divulgado nas redes sociais, a estrutura local da JSD sublinha que o evento pretende juntar “as caras da juventude e a reflexão que importa para cima da mesa, para crescer com Aveiro”. Entre os convidados confirmados estão João Louro, presidente da JSD Nacional, Catarina Marinho, presidente da JP Nacional, João Machado, vereador da Câmara Municipal de Aveiro, Hélder Berenguer, gestor de projetos na Agora Aveiro, João Jubero, mandatário da juventude da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM), e Luís Souto de Miranda, candidato da mesma coligação à Câmara de Aveiro. A apresentação ficará a cargo de Leonardo Maio, presidente da JSD Aveiro, e Carlota Braga, presidente da JP Aveiro. De acordo com o programa, a sessão arranca às 17h30, seguindo-se uma mesa-redonda às 17h45. A apresentação do Manifesto Jovem está marcada para as 18h40, antecedendo o discurso de encerramento às 19h05. O encontro termina com um momento de comes e bebes pelas 19h25. Recorde-se que esta será a primeira participação de João Machado num momento relacionado com as eleições autárquicas. Conforme avançado pela Ria, quando Luís Souto de Miranda foi anunciado como candidato, João Machado foi a segunda pessoa a declarar publicamente o seu apoio, logo depois de Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia de Aradas. Note-se ainda que João Machado não integra a equipa que acompanhará Luís Souto na corrida à Câmara Municipal. Entre os candidatos que surgem em lugar elegível, apenas a vereadora Ana Cláudia Oliveira, indicada pelo CDS-PP, é uma repetição nas listas.
Autárquicas: CDU propõe Vítor Januário a Azeméis para melhorar salários e apoiar imigrantes
Segundo revela à Lusa esse cabeça de lista do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, a coligação entre Partido Comunista Português (PCP) e Partido Ecologista Os Verdes (PEV) quer também aumentar a oferta de habitação e de transportes públicos, procurando assim que a população local fique com “mais rendimento disponível”. “É preciso compromisso autárquico para criar ambientes que favoreçam condições de trabalho facilitadoras da conciliação com a vida familiar e para implicar vários agentes em planos de responsabilização destinados ao desenvolvimento económico do concelho, promovendo também a inclusão de cidadãos estrangeiros, que dão um enorme contributo para o crescimento económico”, defende o candidato. No mesmo contexto, Vítor Januário realça que “a adequação de respostas no acesso à habitação e aos transportes é decisiva para aliviar o peso no orçamento familiar” e acrescenta que “urge mobilizar todos os meios para a reversão da privatização da gestão da água e do saneamento”. Outra prioridade do seu programa eleitoral é “o aprofundamento da democratização da participação cultural” e do usufruto de atividades de recreio e lazer, o que o cabeça de lista de comunistas e ecologistas considera “determinante na vida de cada munícipe”. Natural de Bragança e residente em Oliveira de Azeméis, Vítor Januário tem 57 anos e é professor do ensino secundário, assim como dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro. Além desse candidato da CDU, às eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro em Oliveira de Azeméis também concorrem Ricardo Campelo Magalhães pela IL, Sara Costa pelo BE, Manuel Almeida pelo Chega, Pedro Marques pela coligação entre PSD e CDS-PP, e Joaquim Jorge Ferreira, pelo PS, e Ricardo Praça Costa, pelo Livre. Esse último é o atual presidente da autarquia com 163 quilómetros quadrados e cerca de 70.000 habitantes. Tem maioria absoluta na Câmara e lidera um executivo com seis eleitos socialistas e três vereadores sociais-democratas (pela coligação PSD/CDS), candidatando-se em outubro ao seu terceiro e último mandato.
GrETUA reabre com o espetáculo “I’m Still Excited” de Mário Coelho na próxima terça-feira
O espetáculo assinala a reabertura do GrETUA, após a pausa do verão, e integra o mês de integração da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, “I’m Still Excited” explora o fim de uma relação entre duas pessoas, inseridas num cenário de festa, que funciona também como um ensaio de teatro. A peça conta com as interpretações de Mário Coelho, Anabela Ribeiro, Rita Rocha Silva e Pedro Baptista. Os bilhetes para o espetáculo estão disponíveis aqui e têm o custo de seis euros para estudante e de oito euros para não estudante. Paralelamente, o GrETUA inaugura este trimestre a nova rubrica itinerante de leitura coletiva de textos de teatro: “Boca a Boca”. A iniciativa leva textos teatrais a diferentes espaços da cidade. A atividade conta com o apoio da Câmara de Aveiro. A primeira sessão realiza-se já esta segunda-feira, 15 de setembro, pelas 21h00, na Biblioteca da Universidade de Aveiro, e terá como convidado Mário Coelho, que apresentará o texto de sua autoria “Quando eu morrer vou fazer filmes no inferno”. A entrada é gratuita.
Arquivo Distrital de Aveiro recebe esta tarde a apresentação da candidata do PS a Aradas
Segundo a informação do partido, a candidata diz que avança para a corrida eleitoral por ver na freguesia “um grande potencial”. Caso seja eleita, afirma querer fazer um trabalho de proximidade, “junto de todos, sem exceção”. Sónia Madaíl, assistente social, acrescenta ainda que é “filha da terra” e que toda a sua família habita em Aradas. Para além de ser membro da Assembleia de Freguesia, a candidata fez parte do Grupo de Jovens e do grupo de teatro da Associação Cultural de Aradas.