CDS-PP de Aveiro acusa Alberto Souto de Miranda da “má gestão” do arquivo municipal
Após Alberto Souto de Miranda, ex-presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) entre 1998 e 2005 ter feito uma publicação nas redes sociais a criticar o discurso de José Ribau Esteves, presidente da CMA durante a apresentação do projeto da Casa da Memória [o novo arquivo municipal], a concelhia do CDS-PP de Aveiro avançou, esta sexta-feira, 31 de janeiro, com uma nota de imprensa para “repor a verdade”.
Redação
Na publicação de Alberto Souto de Miranda, o também candidato do Partido Socialista (PS) às eleições autárquicas à CMA criticou a postura de Ribau Esteves, durante a apresentação do projeto da Casa da Memória, ao ter afirmado que o anterior executivo deixou o arquivo municipal “completamente ao monte, tratado quase como lixo, disperso por uma série de edifícios municipais (…)”. Neste seguimento, Alberto Souto aconselhou o atual presidente da CMA a “pensar antes de falar” e recordou que o “anterior executivo era dele próprio ou de Élio Maia e o vereador responsável pela cultura era do CDS”. No final, o socialista garantiu a Ribau Esteves que, no futuro, “o que sobrar da memória que tem vindo a destruir será bem preservado”. “Isso garanto eu”, escreveu.
Na sequência da troca de acusações, o CDS-PP enviou, esta sexta-feira, 31 de janeiro, uma nota de imprensa à Ria onde afirma que a publicação de Alberto Souto de Miranda reflete “uma postura questionável de um candidato que escolheu a coligação ‘Aliança com Aveiro’ como alvo político, ao invés de focar nas próprias realizações ou naqueles que o apoiam”. “Ao adotar essa abordagem, o candidato parece mais preocupado em criticar do que em apresentar aos aveirenses propostas concretas que realmente possam convencê-los de que é capaz de fazer mais do que oferecer sonhos vazios escritos em livros de fantasias e contos de fadas”, lê-se.
Na nota de imprensa, o CDS esclarece que o socialista “não esteve presente” na sessão pública de apresentação do projeto da Casa de Memória e que a afirmação proferida pelo socialista “é completamente falsa”. “A realidade é que foi durante o mandato do PS, liderado por Alberto Souto Miranda, que a má gestão do arquivo municipal se iniciou, com uma degradação progressiva ao longo do tempo. Essa tentativa e tantas outras de distorcer os fatos e atribuir responsabilidades erradas não condiz com a realidade dos acontecimentos”, realçou.
Na mesma, o partido diz ainda que “reconhece” e “valoriza” quem agora chegou com vontade de construir o futuro, mas relembra que o “futuro exige tempo, visão e, acima de tudo, um projeto consistente”. “No entanto não vemos credibilidade no Dr. Alberto Souto Miranda que promete mundos e fundos aos aveirenses e após o seu último mandato, a gestão da autarquia ficou marcada por um longo processo de recuperação financeira, que exigiu a intervenção do Governo e a alienação de património público”, atirou.
Em nota, o CDS elogia ainda o legado “sólido” de Ribau Esteves na cidade de Aveiro e recorda que “sob a liderança da Aliança com Aveiro, foi possível sanar as dívidas e criar melhorias reais para o Município, resultados que falam por si e não precisam de interpretações indecorosas”.
A “Casa de Memória” faz parte do Quarteirão de Artes e Cultura de Aveiro, no âmbito do projeto de reconversão do antigo colégio dr. º Alberto Souto – Creative Change Academy, em Aradas, que se encontra na fase de estudo prévio e que representa um investimento global de 16 milhões de euros.
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Assembleia Geral do SC Beira-Mar chumba proposta de criação de uma sociedade desportiva
Segundo os estatutos do clube e tal como a Ria já tinha avançado antes do início da Assembleia Geral, a proposta precisava de uma maioria qualificada de três quartos dos associados presentes para ser aprovada. Dos 144 sócios presentes, surgiram 103 votos a favor, 23 votos contra e 18 abstenções. Seriam necessários 108 votos a favor para alcançar os 75%. A proposta estava diretamente ligada ao pré-acordo celebrado com o empresário brasileiro Breno Dias Silva, anunciado a 20 de janeiro, que previa um investimento de 10 milhões de euros, nos quais 1,5 milhões de euros para liquidação do passivo do clube, até 3,5 milhões de euros para constituição de um centro de excelência e performance e 5 milhões de euros no futebol sénior ao longo de 5 anos. Apesar do apoio da direção, liderada por Nuno Quintaneiro, a proposta gerou dúvidas entre alguns associados, entre os quais vários antigos dirigentes, que manifestaram preocupações com a falta de informação sobre a empresa que participaria na constituição da sociedade desportiva, bem como com a inexistência de uma garantia bancária internacional dos 1,5 milhões de euros previstos para liquidação do passivo. Note-se que uma garantia bancária internacional é uma operação na qual um banco, a pedido e por conta de um cliente, garante o bom pagamento de uma determinada quantia perante um terceiro, em caso de incumprimento por parte do seu cliente. Em resposta a estas dúvidas, Nuno Quintaneiro, presidente da direção do SC-Beira-Mar quis deixar claro aos associados presentes que só avançaria para a escritura "depois de ter meio milhão de euros na conta do Beira-Mar". Simultaneamente, anunciou que já tinha a confirmação do empresário Breno Dias Silva que estaria disponível para apresentar "anualmente uma garantia bancária de 100 mil euros durante 10 anos". Nuno Quintaneiro afirmou ainda que a direção não tinha conseguido arranjar nenhum investidor disponível para apresentar uma garantia bancária de 1,5 milhões de euros. Apesar disso, a proposta da direção foi chumbada. Com este resultado, o SC Beira-Mar mantém-se como clube desportivo sem sociedade desportiva e o futuro do projeto com Breno Silva fica agora em suspenso. Numa breve nota enviada à Ria, Nuno Quintaneiro dá nota que não se vai "pronunciar para já sobre a AG de hoje", afirmando ainda que "a direção irá reunir, refletir sobre o resultado da votação de hoje e tomar uma posição nos próximos dias, com o sentido de responsabilidade". A Ria Rádio Universitária de Aveiro continuará a acompanhar os próximos passos do clube aurinegro.
Sócios do SC Beira-Mar decidem esta noite se o clube avança ou não para a constituição de uma SAD
A convocatória surge no seguimento do pré-acordo celebrado com o empresário brasileiro Breno Dias Silva, anunciado em janeiro, que prevê a constituição de uma sociedade anónima desportiva (SAD). O investidor, outrora residente em Londres, compromete-se a injetar 10 milhões de euros no projeto, distribuídos entre o pagamento do passivo, a criação de um centro de excelência e performance e o financiamento da equipa sénior de futebol durante os próximos cinco anos. Segundo o presidente do clube, Nuno Quintaneiro, a proposta representa uma “oportunidade estratégica para a sustentabilidade e ambição futura” do Beira-Mar. No entanto, a decisão final estará nas mãos dos associados, que terão de aprovar a proposta com uma maioria qualificada de três quartos dos sócios presentes, conforme previsto no número 2 do artigo 15.º dos estatutos do clube. A eventual constituição da SAD está enquadrada no novo Regime Jurídico das Sociedades Desportivas (Lei n.º 39/2023), que atualiza os mecanismos legais para a profissionalização e financiamento do desporto em Portugal.
Assembleia de Esgueira questionou Ângela Almeida sobre licenciatura, mas continuou sem resposta
A Assembleia de Freguesia de Esgueira reuniu ontem, naquela que foi a primeira aparição pública de Ângela Almeida, presidente de Junta desta freguesia e ainda deputada na Assembleia da República, depois da Universidade de Aveiro ter esclarecido que esta não é licenciada pela instituição aveirense, ao contrário do que afirma. A polémica não constava na ordem de trabalhos, mas foi introduzida na discussão pelo público e pelos membros da oposição da Assembleia de Freguesia nas intervenções antes da ordem do dia. Foram dois os esgueirenses que se inscreveram para falar no período antes da ordem do dia. Ambos questionaram a presidente de Junta sobre o facto da autarca se apresentar como licenciada e ter sido desmentida pela Universidade de Aveiro. Os cidadãos mostraram-se ainda preocupados com a possibilidade da presidente ter exercido a profissão de professora sem as habilitações necessárias pela lei e sublinharam a gravidade da situação. “O descrédito é completo (…). Quem faz uma coisa destas, isto é grave – estamos a falar de uma pessoa que se arvorou licenciada, prestou declarações falsas na Assembleia da República, se isto não tem peso, se isto não tem gravidade, não sei o que será necessário”, aponta um dos cidadãos. “Acho que cabe à Assembleia de Freguesia, se tem licenciatura, defender a posição da senhora doutora Ângela Almeida; se ela não é licenciada é exatamente o contrário”, repara ainda o cidadão. Rui Duarte, presidente da Assembleia de Freguesia de Esgueira entendeu que o tema não seria um ponto “relevante” para incluir na ordem de trabalhos. “Isto é uma questão cível entre os denunciantes e os denunciados e que nada tem a ver com a Assembleia”, frisou. Aos esgueirenses a presidente garantiu, no entanto, nunca ter lecionado, mas escusou-se a dar esclarecimentos adicionais à Assembleia. “Nunca lecionei a minha profissão em nenhuma escola, nem pública nem privada (…). Se isso deixa alguém mais tranquilo, que fique”, aponta a autarca. “Eu só tenho de responder nesta assembleia, porque sou presidente de junta e é nessa função que eu irei responder. O que cada um faz no foro pessoal, era o que faltava vir para aqui falar de cada membro da assembleia ou de cada cidadão”, respondeu Ângela Almeida. A autarca mostrou ainda alguma indiferença no decorrer da sessão perante as declarações da oposição e dos cidadãos, rindo-se várias vezes durante as diferentes intervenções relativas ao tema. Ainda durante a Assembleia de Freguesia, ao ser abordada sobre o estado de obras que decorrem na freguesia por um elemento da oposição, respondeu de forma irónica que “deve ter sido um engenheiro sem licenciatura”. Em declarações à Ria, Luís Martins, membro da Assembleia de Freguesia de Esgueira pela coligação PS/PAN dá nota que “só precisamos de uma resposta clara: sim ou não; se persiste na mentira, estamos perante um padrão que não fica bem, não deve ser praticado na política”. “Não é necessário ser licenciado [para ser presidente de Junta nem deputado], agora é necessário ser idóneo e se tem [a licenciatura], tem; se não tem, não tem, ponto, e a senhora esquiva-se sempre a dar resposta a esta questão”, sublinha o membro socialista. Hugo Nunes, membro da Assembleia da Freguesia de Esgueira pelo Bloco de Esquerda (BE), é também crítico da posição de Ângela Almeida, referindo que “quem é eleito tem responsabilidades e o Bloco sempre defendeu que quem é eleito tem responsabilidades acrescidas nomeadamente ao nível da transparência, do rigor e da prestação de contas”. “A presidente da Junta de Freguesia é reflexo daquilo que aconteceu na Assembleia da República em que por falta de prestação de contas nos encontramos, de formas distintas, em situações críticas”, frisou o bloquista. “Questionada na sede mais própria da freguesia e por quem a elegeu para o cargo que ela ocupa, a presidente opta por fugir às questões”, aponta Hugo. O bloquista critica ainda o facto de Ângela Almeida não ter participado nas últimas Assembleias Municipais, lamentando que o assunto relativo às habilitações literárias retire o foco dos problemas dos fregueses de Esgueira. “O trabalho dela nessa sede é defender ou pelo menos representar os esgueirenses que a elegeram”, nota. A Ria tentou também obter uma declaração de Ângela Almeida, mas mais uma vez a presidente de Junta e atual deputada à Assembleia da República recusou-se a prestar qualquer tipo de esclarecimento. *Notícia editada às 19:33 de 23 de abril de 2025.
Prometida, construída, degradada: a história da pista de atletismo de Aveiro
O contrato-programa, celebrado entre as três referidas entidades, publicado a 26 de novembro de 1996 em Diário da República, tinha como objetivo terminar com “a inexistência de equipamentos desta natureza no distrito de Aveiro”, salientando “a relevância do equipamento em causa no contexto do desenvolvimento da modalidade, quer ao nível formativo, quer ao de uma prática desportiva de rendimento”. No documento a que a Ria teve acesso, lê-se que o ID ficaria responsável pela comparticipação de 15% do valor total do investimento e a CMA por 80% - destes, 75% foram adquiridos através do Programa Operacional da Região Centro (PROCEN-TRO/Subprograma B) e 5% através do orçamento próprio da Câmara Municipal. Os restantes 5% seriam disponibilizados pela Universidade de Aveiro, que ficaria ainda com a responsabilidade de suportar os custos relativos à aquisição do terreno para a futura pista de atletismo, no valor de 339.182,57€. Segundo o contrato então estabelecido, em 1996, a obra ficaria a cargo da Câmara Municipal, mas com o “controlo técnico, acompanhamento e fiscalização” a serem feitos por uma comissão técnica que incluía também elementos da Universidade de Aveiro. Já a manutenção da futura pista de atletismo seria responsabilidade conjunta entre CMA e UA, com os termos e condições a serem definidos, posteriormente, por via de um regulamento. No contrato, surge ainda referência à Associação de Atletismo de Aveiro (AAA), mas exclusivamente como entidade utilizadora do equipamento. O equipamento desportivo foi então inaugurado no ano de 1998 “com a realização do Olímpico Jovem Nacional”, aponta a UA. Relativamente aos custos com a manutenção, esses foram só mais à frente protocolados entre a CMA e a UA, como previsto no contrato-programa inicial. No novo documento, datado de outubro de 2002, mas “com efeitos reportados a 1 de agosto de 2001”, a autarquia aveirense comprometia-se a “participar nas despesas inerentes à manutenção, limpeza e conservação do espaço interior e exterior da pista, nomeadamente da relva, piso sintético, arranjos exteriores e acessos, através da transferência para a segunda outorgante [leia-se, Universidade de Aveiro] da importância de 25 mil euros. Esta importância será atualizada anualmente em função da taxa de inflação verificada no ano em causa”, lê-se no documento a que a Ria teve acesso. Como contrapartidas, a UA ficaria responsável pela “manutenção” e por “disponibilizar um trabalhador” para “acompanhamento aos eventos desportivos previstos”, garantindo ainda “a segurança e o controlo de acesso ao espaço”. A UA, já na posse do apoio anual concedido pela CMA, assinou um novo protocolo de cooperação, desta vez com a Associação de Atletismo de Aveiro, que previa a cedência gratuita de utilização da pista de atletismo para todos os “clubes, os atletas e treinadores inscritos na AAA”, lê-se no documento assinado pela então reitora, Helena Nazaré, e pelo então presidente da AAA, João Ruela. Foi assim que avançou a parceria que envolvia as três entidades... Mas em 2007 tudo viria a alterar-se: aquele que parecia um projeto de sucesso acabaria por cair, durante o primeiro mandato de Élio Maia à frente da autarquia aveirense. Segundo a Universidade, o compromisso referente à manutenção do equipamento “foi denunciado pela CMA em 12 de março de 2007”. Desde então, a Câmara Municipal deixou de comparticipar na manutenção da pista e não mais se falou do assunto. De 2008 a 2024, tendo como referência a taxa de inflação disponível no site da Pordata, a CMA teria contribuído com um total de 548.996,67€, caso o protocolo não tivesse sido denunciado. Sem o apoio da autarquia, a UA garante em nota enviada à Ria que “tem feito esforços no sentido de encontrar financiamento para a reabilitação da pista”. O valor estimado para a requalificação da infraestrutura ascende, segundo a instituição de ensino superior, “a meio milhão de euros” - precisamente o valor que a UA deveria ter recebido da autarquia se o protocolo se mantivesse ativo. Em declarações à Ria, José Ribau Esteves, presidente da CMA, começa por recordar que o Município de Aveiro foi apenas “um ator que fez parte da nascença [da pista de atletismo], fez parte do processo de lobbying e de investimento para que a infraestrutura existisse, mas (...) nunca fez parte da sua gestão”. Sobre o protocolo de manutenção do equipamento desportivo, celebrado em 2002 e denunciado em 2007 pela CMA, Ribau Esteves reconhece que não foi sua opção retomá-lo desde que é presidente da autarquia aveirense. “Eu não tentei retomar nunca, porque entendi que a gestão do processo, à data da minha chegada, em outubro de 2013, já não tinha a Câmara nem como utilizadora, nem como co-gestora”, afirmou. Contudo, a Ria sabe que em 2013, tal como até 2020, o equipamento desportivo continuou a ser cedido gratuitamente pela universidade para utilização dos atletas dos clubes da cidade e da região de Aveiro, mesmo com o corte do apoio concedido pela CMA. Apesar de reconhecer que nunca tentou retomar o protocolo de manutenção do equipamento com a UA, José Ribau Esteves garantiu à Ria que está disponível para participar numa solução de requalificação da pista. O edil aveirense recorda que manifestou “com o reitor Manuel Assunção (…) e já depois com o reitor Paulo Jorge Ferreira (…) disponibilidade da Câmara para ser parte de uma solução de investimento, portanto um novo investimento”, reconhecendo que “a pista tem necessidades de requalificação”. A contrapartida apontada pelo autarca é “a disponibilização parcial da infraestrutura para os cidadãos” - algo que já acontece. Ribau Esteves adianta ainda que a disponibilidade demonstrada pela autarquia “não teve desenvolvimento”. “A universidade teve outras prioridades, seguiu outro caminho, como sabemos, da construção de infraestruturas, e, portanto, é este o histórico que interessa relevar e a atitude que eu coloquei nesse processo perante a universidade, no âmbito de uma infraestrutura de que, repito com clareza, a Câmara não é gestora, nunca foi”, frisa o autarca. Na nota enviada à Ria, a Universidade de Aveiro começa por recordar que a “pista de atletismo continua a ser o único equipamento desta natureza na cidade” e que, por isso, “faria sentido que o protocolo [com a CMA] pudesse ser restabelecido”. Para além disso, a instituição afirma que “seria razoável manter a contribuição da autarquia na manutenção, limpeza e conservação” da pista, tendo em conta que o equipamento continua a “servir a cidade”. Como prova disso, para além da utilização do equipamento desportivo por parte dos atletas dos clubes da cidade e da região, a universidade dá nota que “ainda no dia 19 de fevereiro de 2025 se realizou [na pista] o MegaSprint que reuniu cerca de 150 alunos do Agrupamento de Escolas de Aveiro” e que a infraestrutura desportiva também tem sido “utilizada pelo triatlo do Galitos, para testes da GNR, assim como pelo público em geral”. Confrontada pelas declarações do atual presidente da CMA sobre ter manifestado, “ao reitor Manuel Assunção” e “já depois ao reitor Paulo Jorge Ferreira”, a “disponibilidade da Câmara para ser parte de uma solução de investimento”, a universidade desmente as palavras de Ribau Esteves. “A questão da reabilitação da pista de atletismo nunca nos foi colocada pelo Município, nem integrou qualquer agenda de trabalho entre as duas entidades, no mandato presente ou no anterior”, esclarece a instituição em nota enviada à Ria. Sobre a existência de “outras prioridades”, a Universidade de Aveiro reconhece que o investimento na nova nave multiusos ‘Caixa UA’, inaugurada em maio de 2024, teve como objetivo “responder a necessidades internas, que incluíam a promoção da atividade física e desportiva, mas também as vertentes académica e cultural”. A instituição recorda ainda que “em termos desportivos, as necessidades da comunidade académica abrangem um vasto leque de modalidades, atividades e utilizadores” e que para “dar resposta a essas exigências, alargando significativamente o número de atividades, horários e praticantes abrangidos” avançou para a construção de uma nave multiusos “através de mecenato com a CGD”. Para o futuro e “colmatadas estas carências”, a universidade assume que será “possível dirigir a atenção noutras direções”, registando “com agrado a disponibilidade recentemente manifestada pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Aveiro relativamente à reabilitação deste equipamento”. “Reconhecendo a relevância da pista para a cidade e para a região, a UA estará disponível para, em conjunto com outros parceiros, encontrar soluções que permitam a sua requalificação, assegurando condições para a prática desportiva por parte da comunidade académica e da população em geral”, diz por último a universidade. Questionado sobre a realidade do atletismo no Município de Aveiro, Ribau Esteves dá nota que em Aveiro “não temos um clube desportivo dedicado ao atletismo e, portanto, para nós não havia necessidade que muitas vezes temos das infraestruturas (...) para que as nossas associações possam desenvolver trabalho”. Confrontado sobre a existência da Associação de Atletismo de Aveiro (AAA), sediada no concelho, o presidente da Câmara Municipal recorda que esta é uma associação “distrital e que não tem nenhum clube associado nosso, porque nós não temos clubes de atletismo, temos um ou outro clube que tem pequeninas secções de atletismo”. Por sua vez, Mário Cordeiro, presidente da AAA, dá outra visão dos factos e afirma que a associação que lidera tem atualmente como associados três clubes com sede no concelho de Aveiro. Todos “somam um total de 68 atletas filiados”. O SC Beira-Mar, com “40 atletas”, o Centro Atlético Póvoa Pacense (CENAP) com “16 atletas” e o Grupo Desportivo Assempark com “12 atletas”, descreve. Mário esclarece ainda que “há vários atletas residentes no Município de Aveiro que estão filiados noutros clubes do distrito”, dando o exemplo do GRECAS - Associação Desportiva e Cultural de Santo António de Vagos que tem “entre 15 e 20 atletas que residem, na realidade, em Aveiro”. Como consequência do estado de degradação da pista de atletismo e da falta de apoios para a modalidade, o presidente da Associação de Atletismo de Aveiro afirma inclusive que “os atletas do SC Beira-Mar estão a treinar por baixo das bancadas do Estádio Municipal de Aveiro” e que “treinam algumas vezes por semana na pista de Vagos”, com transporte assegurado “pelos próprios pais”. Atualmente, segundo Mário Cordeiro, “Vagos tem a única pista do distrito de Aveiro com condições para receber provas oficiais”. Mário Cordeiro lamenta ainda a opção da Universidade de Aveiro de em 2020 ter começado a cobrar a utilização da pista por parte dos atletas. Segundo o atual presidente da AAA, foi assinado em 2020 um novo protocolo de cooperação entre a UA e a AAA que revogou o protocolo anterior “já com muitos anos” e que “disponibilizava gratuitamente acesso à pista de atletismo”. Segundo Mário, para esta mudança de política, a UA alegou, à data, “necessidade de angariar receitas para cobrir gastos com manutenção da pista”. Apesar disso, a reabilitação continuou sem avançar e “há cerca de um ano” a pista passou a estar novamente disponível de forma gratuita para acesso aos atletas e ao público em geral. Se no Município de Aveiro há um total de “68 atletas filiados”, na Universidade de Aveiro a realidade dá-nos um número bastante inferior. Segundo os dados da FADU – Federação Académica do Desporto Universitário, participaram no Campeonato Nacional de Atletismo – Pista Ar Livre 15 estudantes-atletas em 2021/2022 e 2022/2023 e 11 estudantes-atletas na última época desportiva. A universidade dá nota dos mesmos números, mas acredita que na edição deste ano irá “aumentar o número de participantes”. Francisco Júlio é de Trancoso, distrito da Guarda, e entrou no curso de Bioquímica na Universidade de Aveiro. O ano passado, o primeiro em que participou nos CNU a representar a academia aveirense, conquistou a prata nas estafetas 4x100m. Este ano, conseguiu o sétimo lugar nos 800m e o quinto lugar de estafetas 4x100m. “Para aquilo que estava à espera até foi bom”, afirma. O meio-fundista, que compete esta época pela primeira vez em sub-23, admite mesmo que os seus principais objetivos são “ajudar” a sua equipa “a manter-se na primeira divisão nacional” e “bater os meus recordes pessoais nos 800m”. “Nós já temos muitas competições por ano, o Campeonato Nacional Universitário às vezes só acrescenta mais fadiga e cansaço, mas nós acabamos por ir porque a universidade dá incentivos, então não temos razões nenhumas para não ir”, aponta Francisco. O bichinho do atletismo começou a ser alimentado por meio dos irmãos. “A forma como eu entrei para o atletismo foi um bocado diferente das restantes pessoas, porque eu venho de um meio muito pequeno e não tinha muitas oportunidades de sair”, conta Francisco Júlio. O atleta entrou para o desporto escolar no quinto ano de escolaridade e a partir daí não mais parou de correr. “A corrida é um vício e só sabe quem experimenta”, relata. Chovia no dia em que o meio fundista falou com a Ria e o treino que fez na pista da Universidade de Aveiro somou cerca de 12km às suas sapatilhas. Foi todo feito na pista de fora - a mais longa das oito - porque a interior estava inundada com as águas da chuva. Ainda assim, o estudante-atleta sublinha que “o principal problema é a aderência ao piso” que, por estar “tão desgastado, é quase como correr em paralelo molhado”. “É muito escorregadio e quando vamos a ritmos muito intensos, escorrega muito e é perigoso”, sublinha Francisco Júlio. “Na época mais intensa de treinos, com ritmos mais fortes, eu não treino aqui, eu em janeiro e fevereiro não pisei esta pista praticamente”, denuncia. Os treinos da altura mais intensa da preparação para a competição foram todos feitos na pista de atletismo de Vagos. “Estudo na UA e vivo ali no Bairro de Santiago e depois tenho que arranjar boleia para ir a Vagos treinar nessa altura, porque aqui é impossível”, repara. “As sapatilhas de atletismo clássicas de pista têm uma espécie de pitons por baixo que é para agarrar a pista - por isso é que corremos em tartan na pista - aqui é impossível usá-las porque o piso é tão duro que eu sentia os bicos a espetarem no pé, em vez de espetarem no tartan”, exemplifica Francisco Júlio. Também Margarida Figueiredo e Diogo Oliveira, atuais campeões universitários, confirmam a falta de condições já desvendadas por Francisco. Contrariamente ao que aconteceu com Francisco, a Ria não conseguiu acompanhar os seus treinos – porque para eles a pista acaba mesmo por ser inutilizável. Diogo Oliveira é campeão nacional em triplo salto e, sem surpresa, campeão nacional universitário. Frequenta o curso de Engenharia Eletrónica na Universidade de Aveiro, mas treina em Arada - Ovar numa pista que, admite, também não tem “muito boas condições, mas são melhores que as de cá”. Apesar disso, afirma que “se nós tivéssemos aqui uma pista boa” era “muito mais tranquilo” para os estudantes-atletas não terem de enfrentar uma hora de viagem, em transportes, para treinarem diariamente. Diogo sublinha ainda que “havendo boas condições no equipamento desportivo” também tornaria possível a realização de provas, o que atrairia “mais material da federação ou das associações” e, por consequência, “mais atletas” viriam treinar à pista de Aveiro. Margarida Figueiredo, estudante de Bioquímica e vice-campeã universitária de salto em comprimento e no triplo salto, chama também a atenção para o facto de não conseguir utilizar a pista para se preparar na sua modalidade. À semelhança do que acontece com Diogo, também Margarida aponta que “ter a pista aqui ajudava”. “Eu lembro-me que no primeiro ano de mestrado tinha aulas até às seis/sete da tarde e às vezes nem podia treinar nesse dia, porque não dava tempo”, lembra a atleta que frisa também a falta de iluminação na pista que se faz notar especialmente nos meses de inverno. De resto, o que impede a atleta do GRECAS de utilizar a pista em Aveiro é o mesmo problema apontado também por Francisco Júlio. O piso da pista não permite à atleta utilizar as sapatilhas de salto. “Não é só saltar, temos que correr”, salienta. Também na pista de atletismo da UA treina diariamente Miguel Monteiro, estudante-atleta da Universidade de Aveiro durante os últimos anos e medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, na modalidade de lançamento do peso F40. Não sabem, no entanto, nem Francisco, Diogo, Margarida ou Miguel, que a história da pista de atletismo começa ainda antes de qualquer um deles ter nascido e se ter apaixonado pela modalidade. Entre denúncias de protocolo e outras prioridades, o tempo vai passando e, com ele, também o rendimento e a segurança de quem ali treina vai sendo afastado da linha de chegada. A esperança corre agora atrás de um entendimento para que seja possível avançar para uma requalificação que todos apontam como necessária, mas que tarda em arrancar. Esta reportagem insere-se numa parceria estabelecida entre a Ria - Rádio Universitária de Aveiro e a direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e resultará, ao longo dos próximos meses, num conjunto de artigos sobre temas que afetam diariamente a vida dos estudantes da UA. Todas as reportagens serão acompanhadas por um cartoon satírico que pretende representar a problemática abordada. Se tens sugestões de temas que gostarias de ver abordados envia um email para [email protected].
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A convocatória surge no seguimento do pré-acordo celebrado com o empresário brasileiro Breno Dias Silva, anunciado em janeiro, que prevê a constituição de uma sociedade anónima desportiva (SAD). O investidor, outrora residente em Londres, compromete-se a injetar 10 milhões de euros no projeto, distribuídos entre o pagamento do passivo, a criação de um centro de excelência e performance e o financiamento da equipa sénior de futebol durante os próximos cinco anos. Segundo o presidente do clube, Nuno Quintaneiro, a proposta representa uma “oportunidade estratégica para a sustentabilidade e ambição futura” do Beira-Mar. No entanto, a decisão final estará nas mãos dos associados, que terão de aprovar a proposta com uma maioria qualificada de três quartos dos sócios presentes, conforme previsto no número 2 do artigo 15.º dos estatutos do clube. A eventual constituição da SAD está enquadrada no novo Regime Jurídico das Sociedades Desportivas (Lei n.º 39/2023), que atualiza os mecanismos legais para a profissionalização e financiamento do desporto em Portugal.
Assembleia de Esgueira questionou Ângela Almeida sobre licenciatura, mas continuou sem resposta
A Assembleia de Freguesia de Esgueira reuniu ontem, naquela que foi a primeira aparição pública de Ângela Almeida, presidente de Junta desta freguesia e ainda deputada na Assembleia da República, depois da Universidade de Aveiro ter esclarecido que esta não é licenciada pela instituição aveirense, ao contrário do que afirma. A polémica não constava na ordem de trabalhos, mas foi introduzida na discussão pelo público e pelos membros da oposição da Assembleia de Freguesia nas intervenções antes da ordem do dia. Foram dois os esgueirenses que se inscreveram para falar no período antes da ordem do dia. Ambos questionaram a presidente de Junta sobre o facto da autarca se apresentar como licenciada e ter sido desmentida pela Universidade de Aveiro. Os cidadãos mostraram-se ainda preocupados com a possibilidade da presidente ter exercido a profissão de professora sem as habilitações necessárias pela lei e sublinharam a gravidade da situação. “O descrédito é completo (…). Quem faz uma coisa destas, isto é grave – estamos a falar de uma pessoa que se arvorou licenciada, prestou declarações falsas na Assembleia da República, se isto não tem peso, se isto não tem gravidade, não sei o que será necessário”, aponta um dos cidadãos. “Acho que cabe à Assembleia de Freguesia, se tem licenciatura, defender a posição da senhora doutora Ângela Almeida; se ela não é licenciada é exatamente o contrário”, repara ainda o cidadão. Rui Duarte, presidente da Assembleia de Freguesia de Esgueira entendeu que o tema não seria um ponto “relevante” para incluir na ordem de trabalhos. “Isto é uma questão cível entre os denunciantes e os denunciados e que nada tem a ver com a Assembleia”, frisou. Aos esgueirenses a presidente garantiu, no entanto, nunca ter lecionado, mas escusou-se a dar esclarecimentos adicionais à Assembleia. “Nunca lecionei a minha profissão em nenhuma escola, nem pública nem privada (…). Se isso deixa alguém mais tranquilo, que fique”, aponta a autarca. “Eu só tenho de responder nesta assembleia, porque sou presidente de junta e é nessa função que eu irei responder. O que cada um faz no foro pessoal, era o que faltava vir para aqui falar de cada membro da assembleia ou de cada cidadão”, respondeu Ângela Almeida. A autarca mostrou ainda alguma indiferença no decorrer da sessão perante as declarações da oposição e dos cidadãos, rindo-se várias vezes durante as diferentes intervenções relativas ao tema. Ainda durante a Assembleia de Freguesia, ao ser abordada sobre o estado de obras que decorrem na freguesia por um elemento da oposição, respondeu de forma irónica que “deve ter sido um engenheiro sem licenciatura”. Em declarações à Ria, Luís Martins, membro da Assembleia de Freguesia de Esgueira pela coligação PS/PAN dá nota que “só precisamos de uma resposta clara: sim ou não; se persiste na mentira, estamos perante um padrão que não fica bem, não deve ser praticado na política”. “Não é necessário ser licenciado [para ser presidente de Junta nem deputado], agora é necessário ser idóneo e se tem [a licenciatura], tem; se não tem, não tem, ponto, e a senhora esquiva-se sempre a dar resposta a esta questão”, sublinha o membro socialista. Hugo Nunes, membro da Assembleia da Freguesia de Esgueira pelo Bloco de Esquerda (BE), é também crítico da posição de Ângela Almeida, referindo que “quem é eleito tem responsabilidades e o Bloco sempre defendeu que quem é eleito tem responsabilidades acrescidas nomeadamente ao nível da transparência, do rigor e da prestação de contas”. “A presidente da Junta de Freguesia é reflexo daquilo que aconteceu na Assembleia da República em que por falta de prestação de contas nos encontramos, de formas distintas, em situações críticas”, frisou o bloquista. “Questionada na sede mais própria da freguesia e por quem a elegeu para o cargo que ela ocupa, a presidente opta por fugir às questões”, aponta Hugo. O bloquista critica ainda o facto de Ângela Almeida não ter participado nas últimas Assembleias Municipais, lamentando que o assunto relativo às habilitações literárias retire o foco dos problemas dos fregueses de Esgueira. “O trabalho dela nessa sede é defender ou pelo menos representar os esgueirenses que a elegeram”, nota. A Ria tentou também obter uma declaração de Ângela Almeida, mas mais uma vez a presidente de Junta e atual deputada à Assembleia da República recusou-se a prestar qualquer tipo de esclarecimento. *Notícia editada às 19:33 de 23 de abril de 2025.
Presidente da TEKA Portugal entusiasmado com reestruturação do grupo
“Nós estamos muito entusiasmados com esta restruturação, que é um processo muito interessante, com a entrada de um grande fabricante mundial na estrutura acionista e que nos vai dar uma dimensão diferente àquela em que nós vivemos nestes últimos anos”, disse Luís Leitão. A chinesa Midea entrou no capital da TEKA, que tem atualmente em laboração na Península Ibérica três centros de produção, em Santander, Saragoça e Ílhavo. Quanto às notícias de que a fábrica da multinacional em Ílhavo possa ser afetada pelo plano de restruturação do grupo, surgidas na imprensa espanhola e reproduzidas em Portugal, Luís Leitão não confirma e diz ter ficado surpreendido. "Para nós, é uma surpresa”, disse o presidente do Conselho de Administração da empresa em Portugal. “A TEKA Portugal não confirma as medidas avançadas pela comunicação social no dia de ontem” (segunda-feira), refere uma curta mensagem do responsável. O jornal espanhol El Economista noticiou que, com a entrada da chinesa Midea no capital da empresa, a TEKA iria ser alvo de um plano de restruturação na Península Ibérica, que poderia vir a afetar a fábrica em Ílhavo, no distrito de Aveiro, que emprega cerca de 260 trabalhadores.