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'Aliança com Aveiro' acusa Alberto Souto de ocultar dívida e critica a gestão financeira socialista

A coligação ‘Aliança com Aveiro’ divulgou esta terça-feira um comunicado no qual acusa o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Alberto Souto, de “ter um problema sério com a verdade” e de tentar “iludir os aveirenses” sobre a dimensão da dívida municipal deixada no final do seu mandato, em 2005. A reação surge após a publicação, por parte de Alberto Souto, de uma "autoentrevista" de 30 perguntas e respostas na sua página de Facebook, onde defendeu a sua gestão financeira.

'Aliança com Aveiro' acusa Alberto Souto de ocultar dívida e critica a gestão financeira socialista
Redação

Redação

07 out 2025, 15:32

Num comunicado muito duro que pode ser consultado em baixo na íntegra, a coligação liderada por Luís Souto de Miranda considera que a iniciativa do socialista foi “um número pouco credível e politicamente pouco sério”. Afirma que “o candidato do PS, Alberto Souto, tem demonstrado em toda a pré e campanha eleitoral, que tem mesmo um problema com a verdade. Certamente num ato de grande exigência pessoal, Alberto Souto premiou-nos com uma 'autoentrevista', que publicou na sua página de Facebook, de 30 perguntas e respostas, onde tenta explicar a dívida que deixou como Presidente da Câmara de Aveiro. A 'autoentrevista' é mesmo um número pouco credível e politicamente pouco sério”.

A 'Aliança com Aveiro' sustenta que Alberto Souto “tem vindo a tentar iludir os aveirenses que a totalidade da dívida deixada por si, em 2005, era de cerca de 162 milhões de Euros. Todavia, os factos e a realidade da dívida deixada, infelizmente para os aveirenses, foi muito superior, cerca de 250 milhões de euros, como foi durante estes anos amplamente publicada, veja-se a este respeito o relatório da IGF e várias notícias publicadas. Só de dívida a fornecedores, que foi deliberadamente ocultada, foram quase 50 milhões de Euros”.

O comunicado questiona também a forma como a autarquia se endividou, destacando que o próprio Alberto Souto admitiu que havia um “desequilíbrio de tesouraria” de 79 milhões de euros. A coligação pergunta: “É caso para perguntar quem contratualizou a dívida de curto prazo, sabendo que não detinha dinheiro/tesouraria para a pagar? Não foi o gestor Alberto Souto?”

A construção do Estádio Municipal para o Euro 2004 é outro dos pontos contestados. A coligação afirma que “o candidato Alberto Souto continua a tentar ludibriar os aveirenses. A dívida, segundo a narrativa de Alberto Souto, era de 162 milhões de Euros. Qual foi o custo efetivo, do estádio, para a autarquia aveirense? 50M, 60M? Qual foi a comparticipação do Estado para essa obra? O estádio não obteve financiamento de longo prazo? A dívida corrente era de 79 milhões, quantos milhões dessa dívida de curto prazo eram do estádio? E a restante dívida era de quê? O candidato Alberto Souto teima em não falar verdade. Engana-se a si próprio, mas não consegue enganar os aveirenses.”

A coligação acusa ainda Alberto Souto de tentar “desresponsabilizar-se” e de culpar terceiros. “Para o candidato Alberto Souto não é ele o responsável pela situação gerada, enquanto responsável máximo da autarquia. Para Alberto Souto, o candidato Luís Souto de Miranda, que entre 1997 e 2005, era um mero cidadão, sem qualquer responsabilidade ou cargo político, é que devia ter vergonha de tentar fugir às suas responsabilidades políticas, (que não tinha). Como diz o povo, quem não tem VERGONHA, todo o mundo é seu.”

O comunicado critica igualmente as justificações dadas pelo socialista quanto à tentativa de venda do antigo Estádio Mário Duarte à Universidade de Aveiro. “Quem deveria ter carácter e honestidade política e ter vergonha por faltar à verdade é o candidato Alberto Souto. O candidato Alberto Souto sabe que mente e fá-lo descarada e maldosamente. O negócio da venda do velho estádio, entre a Câmara e a Universidade, não foi autorizado pelo Tribunal de Contas, devido a incumprimento de regras legais por parte da Câmara e da Universidade. E não por qualquer intromissão do Governo do PSD. O candidato Alberto Souto tentou fazer uma negociata com a Universidade, sem respeitar as regras legais, e o Tribunal de Contas mandou anular o contrato.” A coligação remete para o parecer do Tribunal de Contas, disponível aqui.

A 'Aliança com Aveiro' lembra que foi durante a presidência de Ribau Esteves que a autarquia recuperou a credibilidade financeira. “A realidade obriga Alberto Souto a reconhecer o bom trabalho do Eng.º Ribau Esteves na recuperação financeira da Câmara Municipal, provocada pelo desastre financeiro dos mandatos do PS e de Alberto Souto. A Câmara Municipal sob a liderança do PSD/CDS e do Eng.º Ribau Esteves recuperou a credibilidade e o seu bom nome. Hoje o prazo médio de pagamento a fornecedores é de uma semana, em comparação com os 1112 dias de PS e de Alberto Souto. A boa gestão e a prática das contas certas não se apregoam, praticam-se.”

O comunicado termina com um aviso aos eleitores: “Na política, como na vida, só podemos projetar bem o nosso futuro, tendo respeito e consciência do nosso passado. O futuro de Aveiro não pode ser construído por quem tem um passado tao negativo.” A campanha eleitoral para as autárquicas de 2025 em Aveiro tem sido marcada pela troca de acusações entre os candidatos, com a gestão financeira do município a emergir como um dos principais temas de confronto político.

COMUNICADO

"O candidato do PS Alberto Souto tem um problema sério com a VERDADE…

O candidato do PS, Alberto Souto, tem demonstrado em toda a pré e campanha eleitoral, que tem mesmo um problema com a Verdade. Certamente num ato de grande exigência pessoal, Alberto Souto premiou-nos com uma autoentrevista, que publicou na sua página de Facebook, de 30 perguntas e respostas, onde tenta explicar a divida que deixou como Presidente da Câmara de Aveiro.

A autoentrevista é mesmo um número pouco credível e politicamente pouco sério.

Vejamos:

I. Alberto Souto perguntou: (pergunta 2) - Qual foi o montante da dívida que Alberto Souto deixou?

Alberto Souto respondeu: O total da dívida de curto, médio e longo prazo e “leasings”, de todo o grupo municipal (Câmara Municipal e empresas municipais) em 2005 era de cerca de 162M (conferir páginas 4 e 54 do Relatório Final da auditoria da IGF e quadro da página 80 dos respetivos anexos).

Alberto Souto tem vindo a tentar iludir os aveirenses que a totalidade da divida deixada por si, em 2005 eram de cerca de 162 Milhões de Euros. Todavia, os factos e a realidade da divida deixada, infelizmente para os aveirenses, foi muito superior, cerca de 250 Milhões de euros, como foi durante estes anos amplamente publicada, veja-se a este respeito o relatório da IGF e várias noticias publicadas. Só de divida a fornecedores, que foi deliberadamente ocultada, foram quase 50 Milhões de Euros.

II. Alberto Souto perguntou: (pergunta 5) – Esses 162 M de dívida eram dívidas vencidas?

Alberto Souto respondeu: Não. O desequilíbrio de tesouraria incidiu apenas sobre as faturas de curto prazo, cerca de 79M de Euros. O restante estava em dia e era divida bancária a longo prazo de vinte anos (50M) e Leasings (33M). O problema da divida eram os 79M.

O candidato Alberto Souto com esta resposta revela bem o gestor que foi, enquanto Presidente da Câmara de Aveiro, pois o desequilíbrio financeiro, de tesouraria, foi apenas, repetiu, APENAS, de 79 Milhões de Euros. Coisa Pouca, relativo a faturas de curto prazo, esquecendo as dividas a fornecedores que não estava lançada nem contabilizadas intencionalmente. E garante que a restante divida estava em dia, porque era divida bancária a longo prazo de 20 anos. Pois essa estava em dia, a pagar em 20 anos.

É caso para perguntar quem contratualizou a divida de curto prazo, sabendo que não detinha dinheiro/tesouraria para a pagar? Não foi o gestor Alberto Souto?

III. Alberto Souto perguntou: (pergunta 8) Mas Alberto Souto não endividou a Câmara em excesso?

Alberto Souto respondeu: Não. A lei da Finanças Locais era outra. No termo do seu mandato em 2005, o Relatório Final da IGF confirma, na página 62, que a capacidade legal de endividamento da Câmara de Aveiro estava absorvida apenas a 37%...O que aconteceu de anormal foi um desequilíbrio de tesouraria.

O candidato Alberto Souto considera, 20 anos depois, normal e um ato de boa gestão, não considerar que endividou em excesso a Câmara Municipal, com uma divida de 162 Milhões, dos quais 79 Milhões de euros eram de divida de curto prazo, considerando os seus dados. Portanto para o candidato do PS tudo normal, e sem excessos de divida, mesmo que não se conseguisse pagar a ninguém, com prazo médios de pagamento a fornecedores, a 3 e 4 anos, como ocorria no tempo do candidato Alberto Souto. Por outro lado, mereciam os aveirenses que o candidato Alberto Souto explicasse porque é que a capacidade legal de endividamento, era de APENAS 37%, quando a divida segundo Alberto Souto era de 162 Milhões de euros.

E preocupante ver que alguém que prejudicou, com a sua má gestão, o futuro do concelho de Aveiro para os seguintes 30 anos, continue a achar que nada fez de errado, sem nunca ter explicado como poderia honrar os compromissos que assumiu. A verdade é que Alberto Souto não tinha qualquer plano para pagar e resolver o desequilíbrio financeiro, que ele próprio criou.

IV. Alberto Souto perguntou: (pergunta 10) - Apesar dos limites legais do endividamento terem sido respeitados, havia um desequilíbrio de tesouraria. É verdade que, por causa disso, foram empresas à falência?

Alberto Souto respondeu: É totalmente falso. Nenhuma empresa foi à falência por atrasos nos pagamentos da Câmara.

O candidato Alberto Souto revela bem, a consciência que tem, ou a falta dela, relativamente às consequências dos seus atos de gestão, enquanto Presidente da Câmara, onde não pagava a ninguém, a quem os fornecedores recusavam vender, não havia dinheiro para um prego.. não havia dinheiro para papel higiénico, e várias empresas e várias famílias viram as suas vidas desgraçadas, precisamente pelo facto da Câmara de Aveiro, não pagar e não honrar os compromissos assumidos.

V. Alberto Souto perguntou: (pergunta 11) O que é que provocou então esse desequilíbrio da tesouraria?

Alberto Souto respondeu: A construção do novo Estádio para o Euro 2004.

O candidato Alberto Souto, continua a tentar ludibriar os aveirenses. A divida, segundo a narrativa de Alberto Souto, era de 162 Milhões de Euros. Qual foi o custo efetivo, do estádio, para a autarquia aveirense?? 50M, 60M? Qual foi a comparticipação do Estado para essa obra?? O estádio não obteve financiamento de longo prazo??? A divida corrente era de 79 Milhões, quantos Milhões dessa divida de curto prazo eram do estádio?? E a restante dívida era de quê? O candidato Alberto Souto teima em não falar verdade. Engana-se a si próprio, mas não consegue enganar os aveirenses.

VI. Alberto Souto perguntou: (pergunta 14) O PSD e o CDS podiam ter reprovado a construção do novo estádio?

Alberto Souto respondeu: Sim, mas não o fizeram: na altura foi uma grande vitória para Aveiro. São, por isso, corresponsáveis pela situação gerada. O candidato da Aliança PSD/CDS devia ter vergonha de tentar fugir às suas responsabilidades políticas.

Para o candidato Alberto Souto, não é ele o responsável pela situação gerada, enquanto responsável máximo da autarquia. Para Alberto Souto, o candidato Luís Souto Miranda, que entre 1997 e 2005, era um mero cidadão, sem qualquer responsabilidade ou cargo político, é que devia ter vergonha de tentar fugir as suas responsabilidades políticas, (que não tinha).

Como diz o povo, quem não tem VERGONHA, todo o mundo é seu.

VII. Alberto Souto perguntou (pergunta 15) Porque é que a construção do Estádio desequilibrou a tesouraria?

Alberto Souto respondeu: Porque o Estado Português enganou duas vezes a Câmara de Aveiro: enganou quanto ao custo que o Estádio iria custar e enganou quanto ao número de novos estádios que seriam construídos.

O candidato Alberto Souto, não teve qualquer responsabilidade, foi enganado pelo Estado Português. E não foi só uma, foram duas vezes. O que seria importante era o candidato ter revelado, quem o enganou? O Governo de Portugal era de que partido? Quem era o primeiro-ministro, à data, que enganou o candidato Alberto Souto?

Haja decoro. Os aveirenses merecem-lhe mais respeito.

VIII. Alberto Souto perguntou (pergunta 16) Porque é que a Câmara de Aveiro foi enganada quanto ao custo?

Alberto Souto respondeu: Porque os pressupostos financeiros da candidatura indicavam que o custo de construção era de 200 contos por lugar, o que daria 6 Milhões de contos (200 contos x 30 000 lugares), ou seja 30 M de euros. Sucede que nenhum estádio novo para o Euro custou isso. Os pressupostos foram erradamente

calculados pela Federação Portuguesa de Futebol. O Estádio de Aveiro custou 50% mais do que a Federação estimara.

Alberto Souto, 20 anos depois, continua convencido que a sua mentira é a verdade. O aumento exponencial do custo do estádio deve-se única e exclusivamente à irresponsabilidade e à forma leviana como foi feita a gestão do “dossier” estádio, por parte do Presidente da Câmara Alberto Souto. Veja-se a esse respeito as conclusões do relatório do euro 2004, onde consta.

IX. Alberto Souto perguntou (pergunta 21) A Câmara não podia ter vendido o velho Estádio para obter receitas?

Alberto Souto respondeu: Podia. Chegou mesmo a assinar um contrato promessa para vender o velho Estádio à Universidade de Aveiro e a receber o sinal correspondente. Essa venda teria permitido salvar o velho Mário Duarte, dotar a UA de um estádio universitário e obter receitas para pagar o novo Estádio.

Alberto Souto perguntou (pergunta 22) Porque é que essa venda não se concretizou?

Alberto Souto respondeu: Porque o Governo do PSD decidiu sabotar o financiamento do Estádio que Alberto Souto tinha conseguido e obrigou a Universidade a anular a compra. A Câmara de Aveiro devolveu o sinal.

O Candidato da Aliança devia ter vergonha: o PSD aprovou o Estádio, sabotou receitas que podiam ter ajudado a pagar a dívida que ele gerou e agora esquece-se de que também foi maldosamente responsável.

Quem deveria ter carácter e honestidade política e ter vergonha por faltar à verdade é o candidato Alberto Souto. O candidato Alberto Souto sabe que mente e fá-lo descarada e maldosamente. O negócio da venda do velho estádio, entre a Câmara e a Universidade, não foi autorizado pelo Tribunal de Contas, devido a incumprimento de regras legais por parte da Câmara e da Universidade. E não por qualquer intromissão do Governo do PSD. O candidato Alberto Souto tentou fazer uma negociata com a Universidade, sem respeitar as regras legais, e o Tribunal de Contas mandou anular o contrato. Importava também que o candidato Alberto Souto informasse os aveirenses como foi feito esse contrato promessa do velho estádio, quem o negociou e em que condições, e porque não foi autorizado, em respeito pela reposição da verdade. A esse respeito veja-se o parecer do Tribunal de Contas.

Sobre o parecer do Tribunal de Contas na altura, este pode ser obtido aqui: https://www.tcontas.pt/pt-pt/ProdutosTC/acordaos/1sss/Documents/2003/ac080-2003-1sss.pdf

X. Alberto Souto perguntou (pergunta 24) O que aconteceu depois de depois de Outubro de 2005?

Alberto Souto respondeu: O PSD e o CDS governaram a Câmara e cometeram graves erros de gestão.

O Beira-Mar foi relegado para as distritais e nunca mais foi feita qualquer manutenção no novo Estádio.

Em 2008 sobreveio a crise financeira mundial e os investimentos da Visabeira previstos para a zona desportiva não se concretizaram.

25. Então, afinal, Ribau Esteves não herdou a Câmara de Alberto Souto?

Alberto Souto respondeu Não: Ribau Esteves, em 2013, herdou a Câmara após Élio Maia ter gerido durante oito anos; durante esse período fez-se uma gestão desastrosa, reduzindo-se as receitas e aumentando-se as despesas. Em consequência, em 2013, foram os próprios PSD e CDS que decidiram afastar Élio Maia por má gestão.

O candidato Alberto Souto que deixou a Câmara Municipal de Aveiro à beira do colapso financeiro e da bancarrota, ainda tem o desplante de classificar a gestão do seu sucessor Élio Maia de desastrosa. Quando Élio Maia foi surpreendido com as dividas e com as faturas não contabilizadas, de milhões de euros, e sem crédito. A Câmara de Aveiro detinha uma imagem na praça de má pagadora, ninguém lhe vendia fiado, não tinha dinheiro para comprar um prego. Alberto Souto que oculta que em democracia quem decide é o povo. Em 2013 os aveirenses fizeram a sua escolha e escolheram o Eng.º Ribau Esteves para Presidente da Câmara. E foram esses mesmos eleitores que em 2005 derrotaram o candidato do PS Alberto Souto.

X. Alberto Souto perguntou (pergunta 28)- É verdade que foi Ribau Esteves que reequilibrou as finanças da Câmara?

Alberto Souto respondeu: Sim: a aprovação de uma nova lei das Finanças Locais em 2013, quando ele entrou, e o recurso ao Fundo de Apoio Municipal permitiram um novo enquadramento financeiro e um reequilíbrio em muito curto prazo.

A realidade obriga Alberto Souto a reconhecer o bom trabalho do Eng.º Ribau Esteves na recuperação financeira da Câmara Municipal, provocada pelo desastre financeiro dos mandatos do PS e de Alberto Souto.

A Câmara Municipal sob a liderança do PSD/CDS e do Eng.º Ribau Esteves recuperou a credibilidade e o seu bom nome. Hoje o prazo médio de pagamento a fornecedores é de uma semana, em comparação com os 1112 dias de PS e de Alberto Souto.

A boa gestão e a prática das contas certas não se apregoam, praticam-se. Alberto Souto como presidente da Câmara de Aveiro, foi um mau gestor e prejudicou Aveiro durante 30 anos seguinte, que teve de pagar a divida por ele deixada.

Na política, como na vida, só podemos projetar bem o nosso futuro, tendo respeito e consciência do nosso passado. O futuro de Aveiro não pode ser construído por quem tem um passado tao negativo.

A Direção de Campanha

Aliança com Aveiro"

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Perante uma praça que foi enchendo ao longo da tarde, com vários carros de campanha a buzinar e a mostrar bandeiras da coligação, o primeiro a tomar a palavra foi o ainda presidente da autarquia. Em vez de fazer o discurso de “boas-vindas” que lhe foi pedido, Ribau Esteves optou por fazer um discurso de “boas-idas”. Em primeiro lugar, o autarca desejou “boas-idas” ao PS para levar a “retroescavadora que quer trazer para a governação do Município […] para um sítio onde seja útil”. Diz o presidente que “só vê um sítio onde a retroescavadora socialista que quer andar para trás com o tempo e partir com tudo aquilo que andámos a fazer: a sede do próprio Partido Socialista, localizada junto ao Rossio. Ainda com o dedo apontado ao PS, o autarca escolheu também atacar o Chega. Se, em 2021, o PS decidiu concorrer coligado com o PAN na corrida aos órgãos autárquicos de Aveiro – aquilo que considera ter sido um “erro dramático” -, em 2025, Ribau diz que os socialistas “criaram um partido-adjunto com o qual articularam o discurso”. “Articularam a tipologia de mentira, articularam a má-língua que marcou esta campanha do Partido Socialista […] e do seu adjunto Partido Chega”, atirou. Também a Luís Souto o autarca dá uma “boa-ida” até domingo, dia em que se realizam as eleições. Aqui, tendo em consideração que a campanha termina nesta sexta-feira, dia 10, e que sábado é dia de reflexão, as palavras proferidas por Ribau Esteves podem dar aso a diferentes interpretações: “Nunca se esqueçam, há muito trabalho político para fazer até domingo às 19h00. É muito tempo que temos pela frente”. A “boa-ida” final foi para Luís Montenegro, a quem diz que dar “boas-vindas” seria pouco original, uma vez que o presidente do partido já esteve em Aveiro no início da campanha. Ao também primeiro-ministro, o presidente da Câmara Municipal desejou que tenha uma “boa-ida” até à noite de domingo em que, espera, o PSD volte a governar a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). Por seu lado, Luís Souto fez o rescaldo da campanha e disse que percorreu o concelho durante cerca de nove meses: “É o tempo de conceber um filho. É quase um filho que aqui temos, que é o resultado do contributo de todos”. Ao lado do primeiro-ministro, o candidato voltou a reforçar a importância de ter um alinhamento político entre a autarquia e o Governo. Segundo afirma, Aveiro conta com o executivo liderado por Luís Montenegro para melhorar a qualidade de vida na habitação, na saúde, na educação, na mobilidade, no crescimento económico e emprego qualificado e no ambiente. Dessa forma, adaptando a música “Deixa o Luís trabalhar”, que acompanhou o agora primeiro-ministro na disputa das últimas eleições legislativas, Luís Souto pediu: “Deixa o barco navegar, não é hora de parar. Deixa o Luís trabalhar, Aveiro não pode parar”. Como já tinha dito no início da semana, Luís Souto voltou a estabelecer os seus objetivos na maioria absoluta e na conquista de todas as freguesias. Já depois do comício, o candidato da ‘Aliança’ falou à Ria e disse que estava “mais confiante ainda”. “Eu também não seria uma pessoa tão conhecida quanto isso e acho que as pessoas que foram contactando comigo e com os nossos candidatos foram reconhecendo que esta é a escolha certa para Aveiro”, explicou, reforçando que a onda foi crescendo ao longo da campanha. Luís Montenegro fechou o comício com um discurso essencialmente voltado para o país. Naquilo que diz respeito a Aveiro, o presidente do PSD assinalou que foi com o trabalho conjunto entre Ribau Esteves, presidente da Câmara, e Luís Souto, presidente da Assembleia Municipal, que o Município “recuperou a capacidade da Câmara poder utilizar o seu património, nomeadamente financeiro, para poder, depois, refletir as suas decisões na vida das pessoas”. A partir daí, o também chefe de governo aproveitou para disparar na direção do Partido Socialista: “O que aconteceu em Aveiro já tinha acontecido também no país. Aqueles que aqui estiveram antes de nós depauperaram as finanças do Município e com isso prejudicaram os investimentos que aqueles que lhes sucederam tinham a possibilidade de fazer”. Luís Montenegro reforçou também aquele que já tinha sido o discurso de Luís Souto ao apontar que “a confiança que se dá a uma Junta de Freguesia ou a uma Câmara Municipal com o reforço das candidaturas do PSD é também o reforço das condições do Governo continuar a executar o seu programa”. Na mensagem para o país, Luís Montenegro aproveitou para fazer a defesa do Orçamento de Estado (OE) para 2026, que é um orçamento “bom para as pessoas, para as famílias, para as autarquias locais, para as empresas, para quem está a governar e até para a oposição, que tem um documento para poder viabilizar a bem do país”. Seguindo a linha de raciocínio, Luís Montenegro elogiou também os orçamentos que têm sido apresentados pela autarquia de Aveiro, “equilibrados e que potenciaram aquilo que aqui se cria com o trabalho e o esforço das pessoas”. Ainda no decorrer do discurso, o candidato da ‘Aliança’ falou sobre a divulgação de panfletos anónimos que se espalharam hoje por Esgueira e Aradas. Recorde-se que, como foi noticiado pela Ria, a coligação denunciou esta manhã a divulgação de panfletos acusatórios dos cabeças-de-lista às freguesias. Durante o discurso, Luís Souto disse que a oposição recorreu a “receitas à moda do passado”: “São calúnias cobardes depositadas à última da hora em papelinhos anónimos, como se fazia no tempo da PIDE”. Em entrevista à Ria, o cabeça-de-lista da ‘Aliança’ falou ainda sobre o facto de o fim das portagens da A25, entre Albergaria-a-Velha e Aveiro", não constar do Orçamento de Estado. Luís Souto recordou que, apesar de considerar a questão “vital”, é “muito complexa” e “se fosse simples já tinha sido resolvida há muito tempo”. “O PS foi quem esteve mais tempo no poder e nunca resolveu isso em definitivo”, atirou. O candidato garante que, uma vez eleito para a Câmara Municipal de Aveiro, vai continuar na “linha da frente” a reivindicar uma solução. Não obstante, aponta que Luís Montenegro já disse estar “atento ao problema”. Questionado se, não constando do OE, não se podem esperar soluções já em 2026, Luís Souto respondeu que “essa é uma questão que tem que colocar ao primeiro-ministro”. Na passagem por Aveiro, Luís Montenegro não prestou declarações aos jornalistas.

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Na sua intervenção, que Nuno Teixeira, deputado municipal do PCP, apelidou de “grande obra” do mandato, Ribau Esteves começou por dizer que a liquidação formal da AveiroExpo tinha sido traçada como “linha vermelha” a atingir até ao término das suas funções. Congratulando-se por ter conseguido atingir o objetivo a quatro dias das eleições autárquicas, Ribau Esteves não deixou de falar sobre a queixa-crime apresentada pelo candidato do Chega contra si. Recorde-se que, depois de, na última reunião de Câmara ter sido mencionada pelo vereador Rui Soares Carneiro uma dívida de 20 mil euros que Diogo Soares Machado terá à AveiroExpo, o candidato do Chega reagiu em conferência de imprensa ao apresentar uma queixa-crime contra o vereador e contra o presidente. Durante a Assembleia, Ribau Esteves disse que em momento nenhum tinha mencionado o nome do antigo dirigente porque já sabia que se ia gerar um “bruá absurdo”. No entanto, Rui Soares Carneiro, vereador eleito pelo PS que, entretanto, perdeu a confiança política do partido – com que Ribau Esteves, em tom de brincadeira, disse “já ter afinidades” - , acabou por levantar o nome de Diogo Soares Carneiro numa interpelação que, diz o autarca à Ria, foi “legítima”. O autarca assinala mesmo ter tentado fugir a mencionar o nome do candidato do Chega por já o conhecer “há muitos anos”. “Tenho uma coleção de emails [de Diogo Soares Machado] a tratar-me do pior que já fui tratado na minha vida, a ameaçar-me da pior violência […] O que é que eu faço ao e-mail? Imprimo para uma pilha que lá tenho e faço delete”, acrescentou. Para explicar o processo, Ribau Esteves começou por explicar o que são as “imparidades”. Segundo afirma, quando tem uma despesa em nome da Câmara, usa o cartão de crédito da CMA, pede fatura com o número de contribuinte da autarquia e, mais tarde, quando chega ao seu gabinete, preenche uma folha onde justifica a despesa. No entanto, aponta, Diogo Soares Machado não fazia as coisas da mesma forma: “Levantava dinheiro das máquinas e depois apresentava os comprovativos da despesa. É uma coisa muito original, mas era assim”. Nesse sentido, diz Ribau Esteves, as imparidades não resultam necessariamente de dinheiro que saiu da empresa e que não voltou a entrar, mas que podem ser apenas despesas não justificadas. Em entrevista à Ria, quando questionado sobre o porquê de a CMA não ter tentado pedir os documentos ao longo dos últimos anos, o presidente respondeu que “a pergunta que tem de fazer é outra. É à pessoa em causa dizer: «Dê-me uma cópia dos documentos que comprovam que você usou os 20 mil euros». Não é a mim estar aqui com conversas que me vão envolver numa disputa eleitoral”. Ribau Esteves afirma que Diogo Soares Machado pode alegar que “por algum motivo não os [documentos] quis entregar, ou não pôde, ou sei lá, perdeu, ou perdemo-los nós. Podia haver uma tese: «Olha, está aqui a cópia, e a empresa perdeu os papéis»”. Na discussão, o autarca encontrou a concordância de praticamente todos os partidos. Nuno Teixeira, do PCP, afirma que a empresa “foi quase ‘jobs for the boys’” e que “um deles mordeu a mão do dono”. Já João Moniz, do Bloco de Esquerda, disse que ia ter cuidado nas palavras para “não ser processado” e perguntou a Ribau Esteves se a dívida existe, a quanto corresponde e como caracteriza a gestão de Diogo Soares Machado. Jorge Girão, do CDS-PP, frisou que o ex-diretor da AveiroExpo já não tem qualquer ligação ao seu partido e considerou que não havia vantagens em dar tempo de antena a Diogo Soares Machado na discussão. Mário Costa, do PS, pediu apenas para que o presidente esclarecesse se era verdade que, rondando as imparidades os 20 mil euros, se Diogo Soares Machado foi indemnizado em cinco mil euros, como tem alegado. Manuel Prior, do PSD, usou da palavra apenas para celebrar a liquidação da empresa, tal como constava no programa eleitoral da coligação ‘Aliança com Aveiro’ em 2021. Fugindo a responder à maioria das perguntas para, segundo diz, não se envolver na disputa eleitoral – o presidente disse mesmo que gostava que o processo tivesse chegado à Assembleia mais cedo, de forma a poder discutir com maior clareza -, Ribau Esteves explicou apenas que o processo conduzido por Diogo Soares Machado contra a empresa não tem relação direta com este caso. O processo “era sobre questões laborais, da relação laboral deu com a empresa, antes da minha chegada […] E aquilo que se dá como sanado, com a decisão que a juíza do processo tomou, tem a ver com essa relação”, disse o autarca à Ria. Ribau Esteves acrescentou ainda que, mesmo depois de sair da Aveiro Expo, Diogo Soares Machado ainda fez uso do cartão de crédito da empresa “em cerca de 700 euros”. “Aí não havia dúvidas, obviamente repôs […] Foi a única coisa que conseguimos que fosse devolvida”, concluiu. O candidato do Chega reagiu na tarde de ontem, dia 9, através de uma publicação do Facebook. Nas suas palavras o presidente da Câmara Municipal de Aveiro “não percebeu ainda que o seu tempo acabou” e que “é tempo de reparar os danos graves que 12 anos da sua governação inflingiram a Aveiro”. A primeira medida do Chega caso ganhe as eleições no Município é, segundo o candidato, “solicitar com carácter de urgência uma auditoria exaustiva” aos últimos três mandatos da autarquia. Conforme aponta, “nessa altura se verá quem abusou sistematicamente do dinheiro dos impostos dos aveirenses”. Diogo Soares Machado acusa ainda Ribau Esteves de ter tentado “impor como sucessor o seu número dois [Rogério Carlos]” para “manter as gavetas mais sujas fechadas e os dossiers mais sensíveis no segredo dos cúmplices”. Como não o conseguiu, afirma o candidato, “tenta arrastar pessoas de bem para o lamaçal onde sempre se moveu”. De acordo com o candidato do Chega, as declarações do autarca em sede de Assembleia Municipal vão ser “anexadas à queixa-crime por difamação agravada”. Nesse sentido, diz ter a consciência “absolutamente tranquila” e reafirma ter em sua posse uma sentença do tribunal que diz “preto no branco que não devo e nunca devi um cêntimo à Aveiro Expo”.

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Rui Cordeiro rejeita acusações de panfletos anónimos em Esgueira

Questionado sobre as alegações, Rui Cordeiro afirmou à Ria que não comenta o tema por envolver terceiros e entidades externas ao processo político. “Fiz parte da direção do Clube durante 15 anos e estou desligado há um ano e meio. Portanto, não quero sequer comentar o que está escrito porque acho que essas questões devem colocar ao clube e não a mim. (…) Só posso dizer que essa informação é completamente falsa e uma difamação muito grave”, assegurou. O candidato criticou ainda a forma como os panfletos foram distribuídos, envolvendo a sua família e locais estratégicos, incluindo escolas e carros particulares. “Esta noite, apareceram centenas de panfletos junto ao carro da minha filha. Na junta de freguesia havia também”, contou. “Não consigo sequer classificar [a situação]. Isto não é a minha maneira, não é a nossa maneira de estar na vida”, continuou o candidato à Junta de Freguesia de Esgueira, insistindo que não existe qualquer prova. “Eu estou nisto porque gosto de Esgueira, gosto das pessoas, quero trabalhar com as pessoas, mas pelos visto a nossa oposição não pensa assim. A oposição vive de difamar, ainda por cima, de uma forma anónima e sem qualquer tipo de justificação e fundamento. Não têm qualquer prova, não têm absolutamente nada”, vincou. Apesar da situação, Rui Cordeiro mostrou confiança em relação ao resultado autárquico de domingo. “Eu tenho a certeza de que os eleitores de Esgueira vão perceber que não é assim que se faz política e que não é essa a nossa postura. No domingo vamos ver o impacto que a situação tem no resultado das eleições”, disse. Recorde-se que, esta sexta-feira, a ‘Aliança’ denunciou, através de uma nota de imprensa enviada às redações, a distribuição anónima de panfletos considerados “injuriosos” e “mentirosos” contra dois dos seus candidatos às juntas de freguesia de Esgueira e Aradas. 

‘Aliança’ denuncia distribuição de panfletos anónimos contra candidatos em Esgueira e Aradas
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‘Aliança’ denuncia distribuição de panfletos anónimos contra candidatos em Esgueira e Aradas

Em comunicado, a coligação afirma que “centenas de cópias não identificadas, com uma mensagem mentirosa, infame e injuriosa”, foram deixadas junto às escolas Jaime Magalhães Lima e Aires Barbosa, em Esgueira, onde trabalha a esposa do candidato Rui Cordeiro- tendo a distribuição sido repetida durante a “passada noite” por toda a freguesia. Nessas cópias, a que a Ria teve acesso, é possível ler-se: “Não é de confiança como diz no seu manifesto. Enquanto responsável do CPE deixou uma dívida enorme por onde alojou os jogadores americanos…por isso não se pode confiar no sr. engenheiro Rui Cordeiro, não é um homem de palavra nem paga as contas das quais se comprometeu e as pessoas confiaram na sua palavra. Por isso não tem palavra!!”. A Ria tentou contactar Rui Cordeiro, candidato da Aliança à Junta de Freguesia de Esgueira, para apresentar a sua versão dos factos, mas até ao momento não obteve resposta. Segundo a nota, no dia seguinte, ou seja, esta sexta-feira, 10 de outubro, a situação repetiu-se, desta vez com “ataques pessoais” dirigidos a Catarina Barreto, atual presidente e recandidata à Junta de Freguesia de Aradas pela ‘Aliança’. Neste caso, trata-se de uma compilação de várias notícias publicadas por diferentes órgãos de comunicação social sobre a utilização indevida da ADSE por parte da candidata. “Mais grave que os ataques aos candidatos - que são censuráveis e inqualificáveis - é o espírito de malvadez execrável do(s) autor(es) desta prática, ao querer(em) atacar e atingir também as suas famílias”, considera.  A ‘Aliança com Aveiro’ condena “de forma veemente” este tipo de práticas, classificando-as como “grotescas” e “reveladoras da falta de dignidade e cobardia”. “Na política não pode valer tudo”, lê-se na nota, que apela ainda a um debate político “com rosto, urbanidade e respeito”. A coligação sublinha ainda que continuará a sua campanha “de forma séria, responsável e sempre identificada”, rejeitando “práticas eleitorais de politiquice baixa, atos ou práticas eleitorais de politiquice baixa, inqualificáveis e repugnantes, como os ocorridos, que visam a honra, a dignidade e o bom nome dos nossos candidatos”.

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Montenegro, Souto e Ribau alinhados contra “retroescavadora” da oposição na última ação da ‘Aliança’
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Montenegro, Souto e Ribau alinhados contra “retroescavadora” da oposição na última ação da ‘Aliança’

Perante uma praça que foi enchendo ao longo da tarde, com vários carros de campanha a buzinar e a mostrar bandeiras da coligação, o primeiro a tomar a palavra foi o ainda presidente da autarquia. Em vez de fazer o discurso de “boas-vindas” que lhe foi pedido, Ribau Esteves optou por fazer um discurso de “boas-idas”. Em primeiro lugar, o autarca desejou “boas-idas” ao PS para levar a “retroescavadora que quer trazer para a governação do Município […] para um sítio onde seja útil”. Diz o presidente que “só vê um sítio onde a retroescavadora socialista que quer andar para trás com o tempo e partir com tudo aquilo que andámos a fazer: a sede do próprio Partido Socialista, localizada junto ao Rossio. Ainda com o dedo apontado ao PS, o autarca escolheu também atacar o Chega. Se, em 2021, o PS decidiu concorrer coligado com o PAN na corrida aos órgãos autárquicos de Aveiro – aquilo que considera ter sido um “erro dramático” -, em 2025, Ribau diz que os socialistas “criaram um partido-adjunto com o qual articularam o discurso”. “Articularam a tipologia de mentira, articularam a má-língua que marcou esta campanha do Partido Socialista […] e do seu adjunto Partido Chega”, atirou. Também a Luís Souto o autarca dá uma “boa-ida” até domingo, dia em que se realizam as eleições. Aqui, tendo em consideração que a campanha termina nesta sexta-feira, dia 10, e que sábado é dia de reflexão, as palavras proferidas por Ribau Esteves podem dar aso a diferentes interpretações: “Nunca se esqueçam, há muito trabalho político para fazer até domingo às 19h00. É muito tempo que temos pela frente”. A “boa-ida” final foi para Luís Montenegro, a quem diz que dar “boas-vindas” seria pouco original, uma vez que o presidente do partido já esteve em Aveiro no início da campanha. Ao também primeiro-ministro, o presidente da Câmara Municipal desejou que tenha uma “boa-ida” até à noite de domingo em que, espera, o PSD volte a governar a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). Por seu lado, Luís Souto fez o rescaldo da campanha e disse que percorreu o concelho durante cerca de nove meses: “É o tempo de conceber um filho. É quase um filho que aqui temos, que é o resultado do contributo de todos”. Ao lado do primeiro-ministro, o candidato voltou a reforçar a importância de ter um alinhamento político entre a autarquia e o Governo. Segundo afirma, Aveiro conta com o executivo liderado por Luís Montenegro para melhorar a qualidade de vida na habitação, na saúde, na educação, na mobilidade, no crescimento económico e emprego qualificado e no ambiente. Dessa forma, adaptando a música “Deixa o Luís trabalhar”, que acompanhou o agora primeiro-ministro na disputa das últimas eleições legislativas, Luís Souto pediu: “Deixa o barco navegar, não é hora de parar. Deixa o Luís trabalhar, Aveiro não pode parar”. Como já tinha dito no início da semana, Luís Souto voltou a estabelecer os seus objetivos na maioria absoluta e na conquista de todas as freguesias. Já depois do comício, o candidato da ‘Aliança’ falou à Ria e disse que estava “mais confiante ainda”. “Eu também não seria uma pessoa tão conhecida quanto isso e acho que as pessoas que foram contactando comigo e com os nossos candidatos foram reconhecendo que esta é a escolha certa para Aveiro”, explicou, reforçando que a onda foi crescendo ao longo da campanha. Luís Montenegro fechou o comício com um discurso essencialmente voltado para o país. Naquilo que diz respeito a Aveiro, o presidente do PSD assinalou que foi com o trabalho conjunto entre Ribau Esteves, presidente da Câmara, e Luís Souto, presidente da Assembleia Municipal, que o Município “recuperou a capacidade da Câmara poder utilizar o seu património, nomeadamente financeiro, para poder, depois, refletir as suas decisões na vida das pessoas”. A partir daí, o também chefe de governo aproveitou para disparar na direção do Partido Socialista: “O que aconteceu em Aveiro já tinha acontecido também no país. Aqueles que aqui estiveram antes de nós depauperaram as finanças do Município e com isso prejudicaram os investimentos que aqueles que lhes sucederam tinham a possibilidade de fazer”. Luís Montenegro reforçou também aquele que já tinha sido o discurso de Luís Souto ao apontar que “a confiança que se dá a uma Junta de Freguesia ou a uma Câmara Municipal com o reforço das candidaturas do PSD é também o reforço das condições do Governo continuar a executar o seu programa”. Na mensagem para o país, Luís Montenegro aproveitou para fazer a defesa do Orçamento de Estado (OE) para 2026, que é um orçamento “bom para as pessoas, para as famílias, para as autarquias locais, para as empresas, para quem está a governar e até para a oposição, que tem um documento para poder viabilizar a bem do país”. Seguindo a linha de raciocínio, Luís Montenegro elogiou também os orçamentos que têm sido apresentados pela autarquia de Aveiro, “equilibrados e que potenciaram aquilo que aqui se cria com o trabalho e o esforço das pessoas”. Ainda no decorrer do discurso, o candidato da ‘Aliança’ falou sobre a divulgação de panfletos anónimos que se espalharam hoje por Esgueira e Aradas. Recorde-se que, como foi noticiado pela Ria, a coligação denunciou esta manhã a divulgação de panfletos acusatórios dos cabeças-de-lista às freguesias. Durante o discurso, Luís Souto disse que a oposição recorreu a “receitas à moda do passado”: “São calúnias cobardes depositadas à última da hora em papelinhos anónimos, como se fazia no tempo da PIDE”. Em entrevista à Ria, o cabeça-de-lista da ‘Aliança’ falou ainda sobre o facto de o fim das portagens da A25, entre Albergaria-a-Velha e Aveiro", não constar do Orçamento de Estado. Luís Souto recordou que, apesar de considerar a questão “vital”, é “muito complexa” e “se fosse simples já tinha sido resolvida há muito tempo”. “O PS foi quem esteve mais tempo no poder e nunca resolveu isso em definitivo”, atirou. O candidato garante que, uma vez eleito para a Câmara Municipal de Aveiro, vai continuar na “linha da frente” a reivindicar uma solução. Não obstante, aponta que Luís Montenegro já disse estar “atento ao problema”. Questionado se, não constando do OE, não se podem esperar soluções já em 2026, Luís Souto respondeu que “essa é uma questão que tem que colocar ao primeiro-ministro”. Na passagem por Aveiro, Luís Montenegro não prestou declarações aos jornalistas.

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes
Opinião

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes

As eleições autárquicas de 2025 em Aveiro são mais do que uma disputa local — são um espelho de duas formas de encarar o tempo: entre quem insiste em reviver o passado e quem ousa pensar o futuro. Este fim de semana, Aveiro vai a votos numas eleições autárquicas dominadas pelo passado. A candidatura da coligação “Aliança Mais Aveiro” parte para o sufrágio, assombrada pelo legado de 12 anos de Ribau Esteves, a quem a cidade deve estabilidade financeira, após o descalabro herdado de anos de má gestão do PS e do próprio PSD. Mas esses três mandatos também ficaram marcados por polémicas, decisões contestadas e por uma notória incapacidade de ouvir a sociedade civil. Essa tensão entre o agradecimento e o desgaste está bem espelhada no slogan da coligação liderada pelo PSD: “continuidade & inovação”. O projeto de Luís Souto é, pois, indissociável do passado — sem o seu protagonista principal é uma mão cheia de nada. Na candidatura socialista reencontramos o seu irmão. Alberto Souto encarna como poucos a ideia de círculo fechado que tem marcado a política aveirense. Autarca entre 1997 e 2005, regressa agora, vinte anos depois, movido por um impulso quase revanchista — uma tentativa de reabilitar a imagem de despesismo e de ruína financeira que se lhe seguiu. O slogan “Um futuro com todos” promete futuro, mas a campanha vive do passado: do que fez, do que diz ter feito e da vontade de reescrever a memória de um tempo em que Aveiro mergulhou na estagnação orçamental. Há ainda outro nome que remete para o passado: Diogo Machado, candidato do CHEGA, autointitulado herdeiro de Girão Pereira, histórico autarca aveirense do CDS. Mais um representante de velhas famílias e dinastias políticas, preso a uma retórica de nostalgia que idealiza a Aveiro dos anos 80 e 90 — uma cidade que já não existe, nem deve existir. Em contraste com este panorama, surge a Iniciativa Liberal (IL), que se apresenta como a verdadeira candidatura do futuro. Sob o lema “Somos a diferença que Aveiro precisa”, a IL apresenta uma equipa com perfis jovens e profissionais: Miguel Gomes para a Câmara e Cláudia Rocha para a Assembleia Municipal. Esta mudança geracional é, por si só, um sinal de esperança: menos carreirismo político, mais mérito, mais trabalho e mais ideias. A IL distingue-se pelo compromisso com a modernização institucional, pela defesa de uma gestão municipal mais leve, transparente e orientada para resultados, e pela aposta na liberdade individual, na competitividade e na inovação como motores de progresso. Em vez de repetir as fórmulas do passado, propõe uma nova relação entre a autarquia, os cidadãos e as empresas. O PSD, o PS e o CHEGA representam, cada um à sua maneira, a nostalgia de um tempo que já passou — uns pela herança familiar, outros pela inércia, outros ainda pela crítica sem proposta. A Iniciativa Liberal é a única força política que fala a linguagem do futuro: habitação, mobilidade inteligente, cultura, empreendedorismo e participação cívica real. Aveiro precisa disso, de ideias novas, de políticas modernas, de energia transformadora. Porque o futuro da cidade constrói-se com a coragem de redesenhar.

AveiroExpo: Presidente não esclarece dúvidas sobre atuação de Diogo Machado para evitar “campanha”
Cidade

AveiroExpo: Presidente não esclarece dúvidas sobre atuação de Diogo Machado para evitar “campanha”

Na sua intervenção, que Nuno Teixeira, deputado municipal do PCP, apelidou de “grande obra” do mandato, Ribau Esteves começou por dizer que a liquidação formal da AveiroExpo tinha sido traçada como “linha vermelha” a atingir até ao término das suas funções. Congratulando-se por ter conseguido atingir o objetivo a quatro dias das eleições autárquicas, Ribau Esteves não deixou de falar sobre a queixa-crime apresentada pelo candidato do Chega contra si. Recorde-se que, depois de, na última reunião de Câmara ter sido mencionada pelo vereador Rui Soares Carneiro uma dívida de 20 mil euros que Diogo Soares Machado terá à AveiroExpo, o candidato do Chega reagiu em conferência de imprensa ao apresentar uma queixa-crime contra o vereador e contra o presidente. Durante a Assembleia, Ribau Esteves disse que em momento nenhum tinha mencionado o nome do antigo dirigente porque já sabia que se ia gerar um “bruá absurdo”. No entanto, Rui Soares Carneiro, vereador eleito pelo PS que, entretanto, perdeu a confiança política do partido – com que Ribau Esteves, em tom de brincadeira, disse “já ter afinidades” - , acabou por levantar o nome de Diogo Soares Carneiro numa interpelação que, diz o autarca à Ria, foi “legítima”. O autarca assinala mesmo ter tentado fugir a mencionar o nome do candidato do Chega por já o conhecer “há muitos anos”. “Tenho uma coleção de emails [de Diogo Soares Machado] a tratar-me do pior que já fui tratado na minha vida, a ameaçar-me da pior violência […] O que é que eu faço ao e-mail? Imprimo para uma pilha que lá tenho e faço delete”, acrescentou. Para explicar o processo, Ribau Esteves começou por explicar o que são as “imparidades”. Segundo afirma, quando tem uma despesa em nome da Câmara, usa o cartão de crédito da CMA, pede fatura com o número de contribuinte da autarquia e, mais tarde, quando chega ao seu gabinete, preenche uma folha onde justifica a despesa. No entanto, aponta, Diogo Soares Machado não fazia as coisas da mesma forma: “Levantava dinheiro das máquinas e depois apresentava os comprovativos da despesa. É uma coisa muito original, mas era assim”. Nesse sentido, diz Ribau Esteves, as imparidades não resultam necessariamente de dinheiro que saiu da empresa e que não voltou a entrar, mas que podem ser apenas despesas não justificadas. Em entrevista à Ria, quando questionado sobre o porquê de a CMA não ter tentado pedir os documentos ao longo dos últimos anos, o presidente respondeu que “a pergunta que tem de fazer é outra. É à pessoa em causa dizer: «Dê-me uma cópia dos documentos que comprovam que você usou os 20 mil euros». Não é a mim estar aqui com conversas que me vão envolver numa disputa eleitoral”. Ribau Esteves afirma que Diogo Soares Machado pode alegar que “por algum motivo não os [documentos] quis entregar, ou não pôde, ou sei lá, perdeu, ou perdemo-los nós. Podia haver uma tese: «Olha, está aqui a cópia, e a empresa perdeu os papéis»”. Na discussão, o autarca encontrou a concordância de praticamente todos os partidos. Nuno Teixeira, do PCP, afirma que a empresa “foi quase ‘jobs for the boys’” e que “um deles mordeu a mão do dono”. Já João Moniz, do Bloco de Esquerda, disse que ia ter cuidado nas palavras para “não ser processado” e perguntou a Ribau Esteves se a dívida existe, a quanto corresponde e como caracteriza a gestão de Diogo Soares Machado. Jorge Girão, do CDS-PP, frisou que o ex-diretor da AveiroExpo já não tem qualquer ligação ao seu partido e considerou que não havia vantagens em dar tempo de antena a Diogo Soares Machado na discussão. Mário Costa, do PS, pediu apenas para que o presidente esclarecesse se era verdade que, rondando as imparidades os 20 mil euros, se Diogo Soares Machado foi indemnizado em cinco mil euros, como tem alegado. Manuel Prior, do PSD, usou da palavra apenas para celebrar a liquidação da empresa, tal como constava no programa eleitoral da coligação ‘Aliança com Aveiro’ em 2021. Fugindo a responder à maioria das perguntas para, segundo diz, não se envolver na disputa eleitoral – o presidente disse mesmo que gostava que o processo tivesse chegado à Assembleia mais cedo, de forma a poder discutir com maior clareza -, Ribau Esteves explicou apenas que o processo conduzido por Diogo Soares Machado contra a empresa não tem relação direta com este caso. O processo “era sobre questões laborais, da relação laboral deu com a empresa, antes da minha chegada […] E aquilo que se dá como sanado, com a decisão que a juíza do processo tomou, tem a ver com essa relação”, disse o autarca à Ria. Ribau Esteves acrescentou ainda que, mesmo depois de sair da Aveiro Expo, Diogo Soares Machado ainda fez uso do cartão de crédito da empresa “em cerca de 700 euros”. “Aí não havia dúvidas, obviamente repôs […] Foi a única coisa que conseguimos que fosse devolvida”, concluiu. O candidato do Chega reagiu na tarde de ontem, dia 9, através de uma publicação do Facebook. Nas suas palavras o presidente da Câmara Municipal de Aveiro “não percebeu ainda que o seu tempo acabou” e que “é tempo de reparar os danos graves que 12 anos da sua governação inflingiram a Aveiro”. A primeira medida do Chega caso ganhe as eleições no Município é, segundo o candidato, “solicitar com carácter de urgência uma auditoria exaustiva” aos últimos três mandatos da autarquia. Conforme aponta, “nessa altura se verá quem abusou sistematicamente do dinheiro dos impostos dos aveirenses”. Diogo Soares Machado acusa ainda Ribau Esteves de ter tentado “impor como sucessor o seu número dois [Rogério Carlos]” para “manter as gavetas mais sujas fechadas e os dossiers mais sensíveis no segredo dos cúmplices”. Como não o conseguiu, afirma o candidato, “tenta arrastar pessoas de bem para o lamaçal onde sempre se moveu”. De acordo com o candidato do Chega, as declarações do autarca em sede de Assembleia Municipal vão ser “anexadas à queixa-crime por difamação agravada”. Nesse sentido, diz ter a consciência “absolutamente tranquila” e reafirma ter em sua posse uma sentença do tribunal que diz “preto no branco que não devo e nunca devi um cêntimo à Aveiro Expo”.

Cerimónia de Abertura do Ano Letivo da UA recebe ministro Fernando Alexandre na próxima quarta-feira
Universidade

Cerimónia de Abertura do Ano Letivo da UA recebe ministro Fernando Alexandre na próxima quarta-feira

Para além de assinalar o arranque do novo ano letivo, a cerimónia também serve para distinguir os melhores estudantes que ingressaram nos cursos do primeiro ciclo de estudos da Universidade de Aveiro, bem como daqueles que, já frequentando a UA, “mantêm um excelente desempenho académico”. No total, vão ser entregues 114 bolsas a novos estudantes e 52 bolsas de manutenção. Para além destas bolsas, somam-se ainda aquelas que são entregues por empresas e entidades parceiras da instituição: no âmbito o Prémio de Mérito da Licenciatura em Engenharia Física, vão ser entregues quatro bolsas patrocinadas pelas empresas Aspöck Portugal, Porcelanas da Costa Verde, S.A., Prirev, e MTBrandão; no âmbito o Prémio de Mérito da Licenciatura em Engenharia de Materiais, serão atribuídas nove bolsas patrocinadas pelas empresas Saint-Gobain Portugal, SA, Durit-Metalurgia Portuguesa do Tungsténio, Lda, Polivouga - Indústria de Plásticos, SA, J. Prior, Fábrica de Plásticos, Lda, Grestel - Produtos Cerâmicos, SA, Palbit, SA, Isolago Europe Lda; Componit e Prifer e Technical Molds S.A. Durante a cerimónia vai ser ainda atribuído o Prémio Ambiente & Desenvolvimento, patrocinado pela Fundação Eng. António Pascoal e pelo Instituto do Ambiente e Desenvolvimento. Da mesma forma, ainda vai ser entregue o Prémio Literário Aldónio Gomes a Renata Flaiban Zanete, que venceu o XIV Prémio Literário Aldónio Gomes de 2025 na categoria de narrativa juvenil com o texto "Férias de verão e águas de bacalhau".