RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Autárquicas: Debate autárquico junta PS e BE esta terça-feira na Ria

O Partido Socialista (PS) e o Bloco de Esquerda (BE) são os convidados desta terça-feira, 16 de setembro, para o ciclo de debates organizado pela Ria – Rádio Universitária de Aveiro, que junta os candidatos à Câmara Municipal de Aveiro com assento na Assembleia Municipal (AM). O frente-a-frente está marcado para as 20h30 e será transmitido em direto nas páginas da Ria no Facebook e no YouTube.

Autárquicas: Debate autárquico junta PS e BE esta terça-feira na Ria
Redação

Redação

16 set 2025, 19:00

A sessão desta terça-feira contará com a presença dos dois candidatos à Câmara Municipal de Aveiro: Alberto Souto de Miranda pelo PS e João Moniz pelo BE.

Alberto Souto de Miranda tem 67 anos, é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e pós-graduado e mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Clássica de Lisboa. Foi presidente do Município de Aveiro entre 1998 e 2005 e Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações no XXI e no XXII Governos constitucionais. No currículo profissional constam ainda empresas como a Caixa Geral de Depósitos, a Autoridade Nacional das Comunicações, o Tribunal de Justiça da União Europeia e o Banco Europeu de Investimento.

João Moniz, tem 35 anos, é natural da freguesia da Glória, doutorado em Ciência Política pela Universidade de Aveiro e trabalha como investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.Para além da carreira académica, tem um percurso de ativismo social, especialmente na luta pela habitação acessível. É coordenador do movimento "Casa para Viver" no distrito, tendo organizado várias manifestações sobre o tema em Aveiro nos últimos anos. Foi ainda eleito para a Assembleia de Freguesia em Esgueira em 2017 e para Assembleia Municipal de Aveiro em 2021.

O frente-a-frente de hoje [entre o PS e o BE] terá início pelas 20h30 e poderá ser acompanhado pelo Facebook e pelo Youtube da Ria. O próximo encontro acontece já amanhã, 17 de setembro, entre o PAN e a CDU, seguindo-se o PS e o Chega, na quinta-feira, no mesmo horário e nos mesmos moldes.

Os debates irão abordar questões sobre a atualidade da campanha, perguntas temáticas em áreas como habitação, urbanismo, mobilidade, transportes, turismo, educação, economia, empresas, inovação, ambiente, espaço público, saúde, ação social, educação, desporto e cultura, bem como questões sobre governabilidade na Câmara e na Assembleia Municipal. Todos os tempos serão cronometrados e iguais para cada candidatura, garantindo equilíbrio no confronto de ideias.

Tal como noticiado pela Ria, durante quatro semanas, os candidatos às eleições autárquicas em Aveiro vão confrontar-se em duelos diretos, com 45 minutos de duração, e em debates alargados, com 90 minutos. Dos debates frente-a-frente, dos partidos com assento na AM, apenas Luís Souto de Miranda, candidato da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM), não estará presente.

Serão ainda realizados dois debates alargados: um no dia 29 de setembro, pelas 20h30, com todos os partidos com assento na AM (‘Aliança com Aveiro’, Partido Socialista, PAN, Bloco de Esquerda, Chega e CDU), e outro no dia seguinte, à mesma hora, com todos os partidos sem assento na AM (Iniciativa Liberal, Livre e Nós, Cidadãos!).

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Chega apresenta Bruno Alves como candidato em Santa Joana e aponta críticas à gestão local
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Bruno Alves começou, numa fase inicial, por se dar a conhecer aos presentes. Aveirense de gema, exprimiu que tem uma “paixão imensa” pela cidade e que mora “há 15 anos” em Santa Joana. Num tom crítico, reconheceu que a freguesia “precisa de muita atenção”, apontando em particular o estado “muito degradado” das estradas. “É uma freguesia que vive apenas para uma ou duas ruas, ficando o restante remetido para segundo plano”, sublinhou, insistindo que o partido quer mudar esta realidade. “Queremos representar esta mudança de mentalidade de que só existe um sítio ou aquilo que vai na cabeça de quem governa”, atirou Bruno Alves. Ainda nas críticas, o candidato do Chega em Santa Joana apontou o exemplo da escola EB1 do Solposto, que considera estar “absolutamente esquecida”. “É de uma falta de cuidado tremenda a forma como nós tratamos as nossas crianças, os nossos pais, os nossos professores. É inadmissível uma obra estar há quatro ou cinco anos no começa, acaba. Passa por duas empresas ambas abriram falência. Não há responsabilidade do executivo na falência das empresas”, criticou. Bruno Alves defendeu que a sua candidatura pretende trazer “transparência”. “Temos ido a outras freguesias vizinhas e as queixas são transversais a toda a gente. São as estradas, os passeios, as escolas, o facto de não se ponderar sequer a execução de um cemitério…. (…) Temos de ter esta presença, ouvir as pessoas constantemente, perceber o que é que realmente a freguesia quer e para onde a freguesia quer caminhar”, explicou. No seguimento, avançou que a sua candidatura assenta em “cinco compromissos básicos”: Cuidados com os espaços públicos; apoio às famílias; transparência nas contas; segurança e educação e presença. “A nossa freguesia só tem a presença do executivo naqueles pontos-chave da freguesia e são pontos-chave para eles. Para mim, o ponto-chave da freguesia é toda a freguesia”, reforçou. A sessão contou ainda com a intervenção de Diogo Soares Machado, candidato do Chega à Câmara de Aveiro, que aproveitou o momento para criticar o atual executivo. A propósito da habitação em Santa Joana, apontou como exemplo negativo as zonas do Caião e do Griné. “Foi construir e abandonar”, frisou, atirando responsabilidades ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e ao Município. “Uma vez eleitos, tudo o que é IHRU vai passar para a posse do Município. (...) Com essa gente nós não vamos perder mais tempo”, garantiu. O candidato acrescentou ainda que o Chega se apresenta “para assumir responsabilidades que outros permanentemente tentam alijar, passando-as para terceiros”. Numa crítica direta a Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, atirou, ironicamente, que: “um deixou 250 milhões de euros de dívidas e foi-se embora dizendo que foram 250 milhões, mas deixou um estádio”. Sem esquecer a área da saúde, Diogo Soares Machado classificou-a como “quase criminosa”. “Ao longo de 35 anos, o Hospital de Aveiro é o mesmo. (…) Há dez anos não tinha contentores… Agora tem contentores onde funcionam consultas (…) de quimioterapia, de oncologia”, atirou. O candidato acusou ainda a autarquia de inação. “O que é que fez a Câmara que ainda está? Vendeu (…) o terreno em frente ao hospital e comprou, demoliu os antigos armazéns da Câmara e o antigo estádio Mário Duarte. (…)E, em oito anos, o que fez foi um parque de estacionamento em gravilha. Mais nada. Zero”, criticou. Recorde-se que tal como noticiado pela Ria, o Chega apresenta como uma das principais medidas a construção de um novo hospital, localizado fora de Aveiro, na confluência das grandes autoestradas, nos terrenos do Parque Desportivo de Aveiro. A propósito da reclamação que suspendeu a adjudicação do projeto de ampliação do Hospital de Aveiro, Diogo Soares Machado deixou ainda uma garantia: “Se for preciso eu acampo à porta do Ministério da Saúde e não saio enquanto não me disserem quais são os compromissos e os requisitos que a Câmara de Aveiro tem de cumprir para, em conjunto com o Ministério da Saúde, ambos unirem esforços e até 2029 termos o novo hospital a construir”. Sobre o curso de Medicina na Universidade de Aveiro acrescentou também: “Vai ser o nosso parceiro de excelência, não só no projeto do novo hospital, como na exploração do novo hospital. O edifício académico, com laboratórios, com 15 blocos operatórios”.

CDU Aveiro apresenta programa eleitoral com foco em habitação, cultura, transportes e desporto
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“Há toda uma panóplia de medidas que podem e devem ser postas em marcha. Claro que não é de um dia para o outro, tudo leva o seu tempo e nós temos compromisso e assumindo o compromisso que queremos cumprir, tem de ser dado o tempo necessário para que todas estas medidas possam ser implementadas”, frisou Isabel Tavares. Segundo a cabeça de lista, o projeto está “alicerçado num conjunto de medidas necessárias à população”. Questionada pelos jornalistas sobre o que distingue a CDU dos restantes partidos, a cabeça de lista foi clara: “A carência habitacional que se vive no concelho, a questão dos transportes públicos que não dão resposta às necessidades da população, o desporto que está deixado de parte e a cultura nem se fala… Uma cidade viva tem de ter cultura e nós queremos que Aveiro tenha resposta também nestas vertentes”, exprimiu. Ao longo de 23 páginas do seu programa eleitoral, a CDU propõe para enfrentar o problema da habitação, entre outras propostas, um reforço da habitação social e cooperativa, a criação de novas cooperativas de moradores e o combate aos imóveis devolutos. A coligação quer ainda que 20% dos fogos em novos empreendimentos sejam destinados a custos controlados, além de programas de habitação jovem nos centros urbanos e históricos. No campo da cultura, a CDU defende um Teatro Aveirense mais aberto às produções locais, a criação de ateliers municipais coletivos para artistas e uma aposta forte na valorização do património histórico, cultural e industrial da cidade. No campo da mobilidade, a CDU compromete-se a municipalizar os transportes rodoviários, reduzir tarifas e caminhar para a gratuitidade progressiva. O programa inclui ainda a requalificação da Linha do Vouga, a expansão das ciclovias e o reforço das ligações fluviais a São Jacinto. O desporto é outra das áreas em destaque. A CDU propõe a construção de um pavilhão multiusos com capacidade para 3000 pessoas (no mínimo) e de um complexo de piscinas municipais, incluindo uma piscina olímpica. Quer ainda apoiar o desporto escolar e de formação, criar um parque para desportos radicais e valorizar o CAR-Surf de São Jacinto. Quanto às acessibilidades, o programa insiste na conclusão da ligação sul à A1, na valorização da Linha do Vouga e na recuperação das estradas e passeios degradados. A CDU quer também mais percursos pedonais e cicláveis e uma gestão do estacionamento que dê prioridade aos residentes. Para além das propostas, o programa eleitoral da CDU aponta também críticas à atual gestão camarária, acusando-a de manter uma “dívida relevante, fruto de décadas de irresponsabilidade política na gestão do património e das finanças municipais, com projeção no presente e futuro”. “Mantemos hoje uma câmara à deriva, que foi abdicando ao longo das últimas décadas das suas principais competências, privatizando serviços, na maior parte dos casos de forma ruinosa, desde os resíduos sólidos urbanos à água, do saneamento aos transportes”, lê-se no documento. Confrontada com estas críticas, Isabel Tavares explicou que este tipo de afirmações tem a ver com o tipo de investimento que foi feito no município, “que foi sempre em prol dos privados e em prol da obra que não traz benefícios para os aveirenses”. Como exemplos apontou a obra do Rossio ou da Avenida Lourenço Peixinho. “Há um conjunto de obra feita no Município que não veio reforçar, nem dar aos aveirenses aquilo que era necessário. Veio descaraterizar. É betão em cima de betão”, atentou, insistindo que houve dinheiro “mal investido”. “Os aveirenses não estão libertos de continuar a pagar a dívida que veio no passado. Ribau Esteves a sair da Câmara Municipal propõe honorar Aveiro com mais um empréstimo para a construção do pavilhão municipal”, continuou Nuno Teixeira. Sobre a dispersão de votos à esquerda com a entrada do LIVRE Aveiro nas eleições autárquicas, Isabel Tavares recordou que a CDU tem um projeto “próprio, virado para aquilo que são as necessidades de Aveiro, dos aveirenses e daqueles que cá querem viver”. “Estamos disponíveis para trabalhar com todos desde que tenhamos voz e que nos deem essa voz para podermos fazer esse trabalho”, afirmou. Recorde-se que nas eleições autárquicas de 2021, a CDU obteve 3,34% dos votos, contra os 51,26% alcançados pela coligação PSD/CDS/PPM, que conquistou a liderança da Câmara. Questionados ainda sobre a possibilidade de o Partido Socialista (PS) chegar ao poder e se seria mais fácil para a CDU estar “alinhada”, Nuno Teixeira explicou que, no caso da revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, o partido estará ao lado da proposta. Ainda assim, recordou que, em outras ocasiões, como nas votações [em Assembleia Municipal] sobre as portagens da A25 ou sobre os artistas de rua, o PS votou “contra”. “Sempre dissemos: todas as propostas que sejam em prol da população, a CDU lá estará”, sublinhou. “Não nos fechamos ao diálogo com ninguém, estamos abertos ao diálogo, mas sempre nesta perspetiva”, completou Isabel Tavares.

Autárquicas: IL Aveiro apresenta programa eleitoral esta quarta-feira
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Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a sessão será conduzida por Miguel Gomes, candidato da IL à Câmara Municipal de Aveiro, que apresentará as principais propostas do partido para as áreas de: “Educação; Segurança e Proteção Civil; Serviços Urbanos e Gestão do Espaço Publico; Mobilidade e Transportes; Obras Particulares; Ambiente e Sustentabilidade; Cidadania Juventude e Seniores; Cultura; Saúde; Toponímia e História Urbana; Economia, Turismo e Habitação; Habitação Social; Multiculturalismo; Mercados e Feiras; Obras Municipais; Planeamento e Ordenamento e Desporto”. “A Iniciativa Liberal acredita que Aveiro merece mais ambição e mais liberdade. Este programa é o resultado de um trabalho sério, com propostas concretas e realistas, pensadas para responder às necessidades das famílias, dos jovens, das empresas e das freguesias”, realça. O evento contará ainda com a presença de Hugo Condesa, gestor e empreendedor comprometido com a transformação do país. Licenciado em Economia e mestre em Gestão de Empresas, Hugo Condesa “é uma voz ativa na defesa de uma verdadeira descentralização de funções e competências do Estado central para os Municípios, alinhada com a visão da Iniciativa Liberal de uma governação mais próxima, eficaz e livre”, esclarece a nota.

PS-Aveiro responde à ‘Aliança’ sobre Bruno Ferreira e lança questões sobre Catarina Barreto
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No texto, o PS acusa a Aliança com Aveiro de incoerência e de emitir “juízos de valor” infundados. A força política recorda que Bruno Ferreira integra o atual executivo da Junta, eleito pelo PSD/CDS, como tesoureiro, mas sublinha que se trata de um candidato independente, sem lealdades partidárias. “O Partido Socialista reconhece as suas qualidades técnicas, pessoais e políticas. Orgulha-se em tê-lo na candidatura ‘Um Futuro com Todos’”, lê-se no comunicado. Recorde-se que no passado sábado, 13 de setembro, a direção de campanha da coligação ‘Aliança com Aveiro’ acusou Bruno Ferreira de usar “o cargo, os eventos e as instalações da autarquia” para fins eleitorais. Em resposta às acusações de aproveitamento político, os socialistas questionam se “os presidentes de junta e restantes membros dos executivos em funções, eleitos pelo PSD/CDS, que se recandidatam às autárquicas 2025, não o fazem sistemática e diariamente”, apontando exemplos de publicações em redes sociais que, alegadamente, configurariam práticas semelhantes. “Não publicam nas redes sociais das Juntas de Freguesia, atividades , inaugurações, campanhas que não existem? Como fez a presidente e atual candidata à Junta de Freguesia de Aradas com o «Pack Bebé»? A publicação foi apagada mas há prints da mesma”, atira. Sobre o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, o PS reafirma a sua oposição à alteração proposta e assegura que Bruno Ferreira “acompanha essa posição”. O partido sublinha ainda que, caso o candidato tivesse estado presente numa reunião da Assembleia Municipal, “votaria como lhe aprouvesse”, rejeitando a ideia de imposições. O comunicado acusa ainda Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança’ à Câmara Municipal e atual presidente da Assembleia Municipal, de incoerência política, por ter recusado demitir-se do cargo quando lhe foi sugerido, ao mesmo tempo que exige a saída de Bruno Ferreira da Junta de Freguesia. Os socialistas vão mais longe e levantam dúvidas sobre a recandidatura de Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia de Aradas, eleita pela coligação da ‘Aliança’. “Desafia os jornalistas a «investigar o caso». Não confia na candidata por si escolhida? Não está seguro de que a mesma não se inscreveu indevidamente na ADSE, Instituto de Proteção e Assistência na Doença, I.P. ? Este assunto é para si um assunto novo do qual nunca tinha ouvido falar? A falta de transparência e de respeito pelo Estatuto da Oposição, nesta Junta de Freguesia, não o incomodam? Não beliscam a ética por si defendida?”, questiona. Relembre-se que, em entrevista à Ria, Luís Souto admitiu que teria de “atuar” caso Catarina Barreto tivesse beneficiado indevidamente de ADSE. A concluir, a Comissão Política Concelhia de Aveiro do PS deixa um aviso ao candidato da Aliança com Aveiro: “Não é por falar mais alto que o ouvem, não é por apontar o dedo aos adversários que passará incólume. Estamos de olhos postos no futuro. Atentos ao presente".

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UA inaugura novo teatro anatómico e lança programa de doação de corpos à ciência esta quarta-feira
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De acordo com uma nota de imprensa da UA enviada às redações, o teatro anatómico é considerado “fundamental” para a formação dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina da UA. A nota salienta ainda que a observação e intervenção em corpos é essencial para o estudo e avanço da ciência médica. O processo de doação está enquadrado pela legislação nacional e deve ser feito em vida, embora ainda exista necessidade de maior divulgação e esclarecimento sobre esta prática, considerada simples, mas essencial para a “qualidade do ensino e da investigação”. Neste contexto, a UA lançou a campanha de sensibilização “Doar para Ensinar a Salvar”, em colaboração com as Unidades Locais de Saúde do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Alliance (EMHA). Durante a sessão de inauguração, que terá início pelas 14h30, será apresentado o Programa de Doação do Corpo à Ciência, seguido de uma visita às instalações do Teatro Anatómico. O momento contará com a presença de Ana Povo, Artur Silva, presidente do Centro Académico Clínico EMHA e vice-reitor da UA, Francisco Amado, diretor de Ciências Médicas da UA e Rui Costa, diretor da Escola Superior de Saúde da UA.

Chega apresenta Bruno Alves como candidato em Santa Joana e aponta críticas à gestão local
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Capicua, Ana Deus e dezenas de autores nos 10 anos do Festival Literário de Ovar
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Com entrada livre em todas as iniciativas do programa, o evento do distrito de Aveiro é organizado pela Câmara Municipal local e propõe uma edição comemorativa “mais alargada, participativa e profundamente ligada ao território e ao seu tempo”. Domingos Silva, presidente da Câmara de Ovar, declarou à Lusa que, ao fim de 10 anos e 11 edições, o festival está “totalmente consolidado” e acrescenta: “Se é verdade que o Festival Literário de Ovar é hoje uma efetiva celebração do concelho, que durante cinco dias se transforma numa verdadeira biblioteca viva, também tem a ambição de continuar a reinventar-se, na certeza da sua valia cultural, social e económica da proposta neste caminho dinâmico e eterno de aproximar a literatura dos leitores”. O autarca defende, por isso, que o futuro do evento passa por “continuar a crescer e a reinventar novas formas de promover a leitura e a partilha de momentos culturais diferenciadores e identitários”. Distribuída por locais como o Parque Urbano de Ovar, o Centro de Arte, a Escola de Artes e Ofícios, o Museu Júlio Dinis e o Parque Ambiental do Buçaquinho, a edição do 2025 do Festival Literário de Ovar propõe para o seu primeiro dia uma instalação sonora de Tiago Schwäbl, uma mesa-redonda sobre a relação entre criação artística e obra literária, uma performance teatral pela companhia Contacto, uma conversa entre os músicos Capicua e Luís Portugal, e um concerto por Carlos Alberto Moniz. Para quinta-feira está prevista a apresentação do livro de Daniel Pinto-Rodrigues “O corregedor interior”, assim como uma conferência sobre literatura enquanto processo de libertação e o concerto “Canções para beber com Pessoa”, de Ana Deus e Luca Argel. O dia seguinte está reservado para uma performance do Trigo Limpo Teatro ACERT, uma oficina de leitura e escrita por Paulo Freixinho, a apresentação dos livros “Um pouco mais de sol” de Abel Mota e “Phosphoros (100 amorfos)” de António Carlos Santos, uma conferência sobre a relação do festival com o território e outra sobre o potencial anti-poder da cultura – tudo antes do concerto “Anónimos de Abril” com Joana Alegre, Rogério Charraz e José Fialho Gouveia. Sábado será dedicado à entrega de prémios do Concurso Literário e de Ilustração Júlio Dinis, a oficinas de ilustração por Nuno Alexandre Vieira e aRita, e à apresentação dos livros “Truz Truz, abre a porta, avestruz”, de Vera Morgado, “Patrulha Raposa – Vigilantes da floresta”, de Diana de Oliveira, “Agora sou capaz”, de Ricardo Santos e Joana Nogueira, e “Cartografia”, de Minês Castanheira e Raquel Patriarca. No mesmo dia haverá mais teatro do Trigo Limpo, uma sessão de contos por Luís Correia Carmelo, uma mesa-redonda sobre vaidade e inveja, outra sobre amizade e dinheiro, e uma terceira sobre obstinação na escrita, sendo que para a noite está reservada uma sessão de “Poesia a meias” e o espetáculo “Para atravessar contigo o deserto do mundo”, com Lúcia Moniz e Pedro Lamares. O festival encerra domingo com várias outras atividades: além de teatro profissional e cinema por estudantes locais, incluirá sessões de contos por Cândida Jardim e Paula Margato, oficinas de ilustração por Matilde Horta e Rita Correia, e a apresentação dos livros “O descabido caso dos livros desaparecidos” de Carlos Nuno Granja, “A dança dos pássaros invisíveis” de Edgar Pedro, “O rufo do tambor que levamos no peito” de Rui Guedes e os títulos da coleção “Colégio do Templo” de Nuno Bernardo. As mesas redondas desse dia, por sua vez, contarão com os autores Vanessa Martins, Alice Caetano, Joana Leitão Cristina Carvalho, José Manuel Castanheira, Madalena Sá Fernandes, Manuel Frias Martins e Rui Couceiro.

Estudo da Universidade de Aveiro defende reforço da legislação farmacêutica
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Estudo da Universidade de Aveiro defende reforço da legislação farmacêutica

O trabalho, desenvolvido pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, no âmbito do Projeto ETERNAL, foca-se no reforço da legislação europeia, “promovendo práticas mais sustentáveis e seguras para o ambiente”.  Desenvolvido em colaboração com o UK Centre for Ecology & Hydrology (Centro para a Ecologia e Hidrologia do Reino Unido), o estudo analisa a estratégia e as propostas legislativas da União Europeia relativas a produtos farmacêuticos, face “aos riscos potenciais para os ecossistemas e para a saúde humana”. A análise identifica áreas fundamentais onde persistem necessidades de melhoria, nomeadamente a avaliação de misturas de fármacos em vez de substâncias individuais. São também defendidas “abordagens mais abrangentes para testar e prever efeitos ecológicos, consideração da variabilidade ambiental, e medidas mais rigorosas para reduzir as emissões de fármacos para o ambiente”. “O estudo sublinha a necessidade de uma legislação adaptativa, que evolua em consonância com os avanços científicos, garantindo uma proteção mais robusta da biodiversidade e da saúde pública”, refere o texto sobre o trabalho, publicado na página oficial da UA. A contribuição da Universidade de Aveiro foi descrita num artigo científico publicado na revista Environmental Sciences Europe, disponível para consulta online, em co-autoria de Susana Loureiro, Maria Pavlaki, Patrícia Veríssimo Silva e Madalena Vieira, investigadoras do CESAM, no quadro do projeto Horizon Europe ETERNAL. Com base em conhecimento especializado em modelação de alterações ambientais, sistemas marinhos e terrestres e abordagens One Health (Uma Só Saúde), os autores revisitaram documentos legislativos chave, literatura científica e contributos de várias partes interessadas recolhidos em consultas públicas realizadas entre 2021 e 2023. Os investigadores esperam que as suas conclusões “apoiem o diálogo entre decisores políticos, comunidade científica e setor industrial, promovendo uma regulamentação farmacêutica mais sustentável na Europa”.