Direção do SC Beira-Mar vai renegociar com o investidor e marcar nova Assembleia Geral
Depois da proposta da direção do Sport Clube Beira-Mar para a constituição de uma sociedade desportiva ter sido chumbada, a estrutura dá nota de que vai voltar a negociar com o investidor para apresentar uma nova proposta aos sócios. A direção do Beira Mar aguarda agora que o presidente da Mesa da Assembleia Geral convoque nova Assembleia Geral e admite a demissão caso a proposta não seja aprovada por “3/4 dos associados presentes”, como referem os estatutos.
Redação
Em nota enviada às redações, a direção do SC Beira-Mar afirma que, após o chumbo da proposta para a constituição de uma sociedade desportiva na passada quarta-feira, dia 23, vai voltar a reunir com Breno Dias, o investidor que tem trabalhado com o clube, para “negociar (…) a introdução de alguns ajustes à proposta de constituição da sociedade desportiva para o futebol”. A direção aponta ainda que a decisão foi tomada “com sentido de responsabilidade perante a situação muito frágil do ponto de vista económico-financeiro do Clube e em respeito pela vontade dos 103 associados que manifestaram a sua confiança no processo desenvolvido ao longo dos últimos 12 meses”, lembrando que a proposta apresentada vai de encontro aos pressupostos aprovados na Assembleia Geral de novembro.
O clube aguarda agora o agendamento de uma nova Assembleia “para submeter a nova proposta à apreciação dos associados”. O comunicado recorda ainda que “a proposta apenas será aprovada se merecer voto favorável de ¾ dos associados presentes” e apela “ao sentido de responsabilidade de todos os associados neste importante ato da vida do Clube”. A direção repara ainda que caso a proposta não mereça “a confiança da maioria qualificada de todos os sócios presentes na Assembleia Geral, não restará outra solução à atual Direção que não seja a apresentação da sua demissão”.
Recomendações
Quarteto belga Bombataz inaugura segundo trimestre de programação da Vic Aveiro Arts House
Bombataz, o quarteto belga “que desafia rótulos e expectativas com uma abordagem sonora livre e inclassificável” está responsável por abrir a programação do segundo trimestre da Vic Aveiro Arts House. O concerto arranca às 21h30, a lotação é de 42 lugares sentados e a contribuição recomendada tem o valor de 6€ que revertem “integralmente para os artistas convidados”, dá nota o espaço cultural. Este concerto está inserido na série Ressonância que "desde 2017 tem convidado a Aveiro propostas internacionais de excelência nas áreas da música exploratória e da arte sonora", aponta a direção artística da Vic Aveiro Arts House. A programação segue com concertos de GRÓA, a “explosiva banda islandesa de punk-pop no feminino” e com o argentino Flaaryr, no dia 14 de maio. Maio conta ainda com atuação do projeto Kesherul Neg Pineg, no dia 22, e a 14 de junho “o duo italiano de ambient-post-rock” Tristan da Cunha está encarregue por dar vida à noite aveirense.
Teatro Aveirense revela a programação do segundo quadrimestre de 2025
Entre maio e agosto são várias as propostas musicais que o Teatro Aveirense traz à cidade. A primeira segunda-feira de maio, dia 5, traz já a Orquestra do Palácio de Schönbrunn de Viena (Austria) num concerto de celebração do 200º Aniversário de Johann Strauss e a semana termina, no dia 9, com a antestreia do álbum a solo de Zé Ibarra. De 15 a 25 de maio realiza-se ainda a bienal Reencontros de Música Contemporânea. Bia Maria volta a trazer música a Aveiro no dia 12 de junho e The Black Mamba ficam responsáveis por animar o dia 14. Agosto conta com a rubrica Novas Quintas na Rua, este ano com um concerto dos Expresso Transatlântico, no dia 7 na Praça da República, e com a apresentação do projeto aveirense Lés e Lés, de Vitor Hugo e Carlos Lázaro, no dia seguinte. No stand-up comedy o espaço cultural aveirense apresenta duas propostas. A primeira acontece já este domingo, dia 4, com ‘Aleixo Amigo – Um show ao vivo muito seu amigo’. Em junho, no dia 21, a missão de trazer animação a Aveiro fica a cargo de ‘Snob’, do humorista Carlos Coutinho Vilhena. No teatro há encontro marcado nos dias 30 e 31 de maio, com exibição da peça Hamlet, do Teatro Nacional São João, encenado por Nuno Cardoso. Em junho é apresentada uma performance/sessão de leitura denominada ‘Como Desenhar Uma Filha Nua’, no dia 26 de junho. No dia seguinte o encenador Tiago Guedes propõe a sua visão de À Primeira Vista, num monólogo conduzido por Margarida Vila-Nova. Para 26 e 27 de julho fica a apresentação de Swing, um espetáculo que conta com a presença de Diogo Morgado, Diana Nicolau, Manuel Marques e Susana Blazer. A área da dança arranca no dia 16 de maio com ‘OU’, de André Braga e Cláudia Figueiredo, da CRL – Central Elétrica, e termina a 25 de julho com a apresentação da oitava edição do programa Território, dos Estúdios Victor Córdon. Pelo meio há o espetáculo ATA, de Maria Fonseca, a 5 de junho e Maurice Accompagné, de Paulo Ribeiro, a 4 de julho. O segundo quadrimestre verá ainda a chegada ao palco de dois projetos criados com a comunidade aveirense ao longo do ano. Em maio, no dia 10, é a vez da estreia de O Navio dos Sonhos e a Ilha dos Amores, com texto e direção artística de João Garcia Miguel, no âmbito do projeto OLAS - Objetos e Laboratórios Artísticos e Sociais e em junho, no dia 29, dá-se a terceira edição do Cantar-o-Lar, um projeto criado em parceria com a Orquestra Sem Fronteiras e realizado com os utentes de quatro lares para a terceira idade de Aveiro. A programação familiar não foi deixada de fora e este quadrimestre conta com Panda Express, de Lewis Gillon & Joana Mário, para espetadores a partir dos 6 anos. A apresentação decorre nos dias 4, 5 e 6 de maio. O Festival dos Canais - um evento da Câmara Municipal de Aveiro organizado pelo Teatro Aveirense - celebra este ano a sua 10ª edição. A programação ainda não está disponível, mas o município dá nota de que decorrerá de 16 a 20 de julho.
Mobilidade Sustentável é a temática do quinto encontro de Alberto Souto
A Sala Polivalente do Edifício da Antiga CP, acolhe este sábado, dia 3 de maio, pelas 16h, o quinto encontro temático promovido por Alberto Souto de Miranda. Em nota enviada às redações, o socialista aponta que a “mobilidade urbana sustentável é um dos maiores desafios da atualidade”, considerando “imperativo encontrar soluções para sistemas de transportes integrados que proporcionem opções seguras, acessíveis e confortáveis; soluções que priorizem o transporte público, a bicicleta e a caminhada, e reduzam a dependência do automóvel individual”. Recorde-se que no debate organizado pela Ciclaveiro relativo à mobilidade, Alberto Souto de Miranda defendeu uma visão do espaço público “descarbonizada e sustentável” e apontou que a aposta para Aveiro deve passar pelo aumento do transporte público. O encontro vai contar com a presença de Eduardo Barata, administrador executivo da Metro-Mondego, S.A e de Anabela Ribeiro, embaixadora da SDG Alliance Portugal para as ‘Cidades e Comunidades Sustentáveis’. A iniciativa é aberta à participação da comunidade em geral.
Luís Montenegro: "Quem convive mal com tolerância não é digno de viver o 25 de Abril"
“O 25 de Abril é uma data que nos transmite o sentimento de liberdade, o sentimento de respeito e tolerância pelo pensamento diferente, isso é a essência do 25 de Abril, é a essência da democracia e, portanto, todos aqueles que convivem mal com a diferença, com a tolerância, não são, efetivamente, dignos de poder viver plenamente o 25 de Abril e o seu significado. E eu lamento isso”, afirmou. O primeiro-ministro falava aos jornalistas após cruzar a meta da caminhada dos cinco quilómetros, uma das provas da 5.ª edição da Maratona da Europa, que se realizou hoje em Aveiro. Sobre os confrontos registados na sexta-feira, em Lisboa, que envolveram participantes de uma manifestação de extrema-direita, não autorizada, Montenegro disse que quando há excessos, tem de haver alguém que ponha ordem e que garanta a liberdade de todos. “Eu creio que as autoridades fizeram aquilo que se impunha para manter a tranquilidade e a ordem pública. Agora quando há comportamentos que são de excesso e que extravasam o cumprimento das regras, isso responsabiliza os autores desses comportamentos”, referiu. O primeiro-ministro disse ainda não temer que a campanha eleitoral fique marcada por este tipo de movimentos, considerando que, apesar de algumas exceções, a democracia em Portugal funciona e os partidos políticos e os agentes políticos respeitam-se. “Evidentemente que há fenómenos extremos que devem ser acompanhados, devem ser também combatidos democraticamente e nós não os subestimamos nem desvalorizamos, mas também não entramos agora em depressão porque há esses epifenómenos relativamente àquilo que é a generalidade das pessoas, dos portugueses e a generalidade dos partidos políticos também”, observou. Segundo a PSP, a operação policial associada ao 25 de Abril em Lisboa, na sexta-feira, terminou com três detidos, inclusive os líderes do Ergue-te e do grupo de extrema-direita 1143, quatro pessoas identificadas e dois polícias com ferimentos ligeiros. Num balanço ao final do dia, o comandante da 1.ª Divisão Policial do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, Iúri Rodrigues, realçou a realização de “dois eventos que foram comunicados e que foram proibidos pela autoridade competente”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), referindo-se a duas concentrações marcadas para o Martim Moniz, uma promovida pelo partido Ergue-te e grupos de extrema-direita e uma contramanifestação a essa mesma iniciativa. Esses dois eventos justificaram a mobilização de um dispositivo policial para “fazer cumprir a ordem da autoridade administrativa, portanto a proibição” da realização dessas iniciativas, explicou Iúri Rodrigues, referindo que o partido Ergue-te tentou realizar a iniciativa no Largo de São Domingos, junto ao Rossio, e foi nesse local que se verificaram dois momentos de “elevada tensão”, que exigiram a intervenção da PSP. Quanto ao tradicional desfile das celebrações do 25 de Abril, desde a Praça Marquês de Pombal até à Avenida Liberdade, “decorreu praticamente sem quaisquer incidentes”, afirmou Iúri Rodrigues. Em reação às críticas do líder do PS, que referiu que agora há mais serviços de urgência encerrados do que no ano passado, Luís Montenegro aponta que a situação na Saúde é melhor do que há um ano atrás. “Há um ano atrás a saúde estava pior do que está agora. Não quer dizer que agora esteja bem, nós sabemos que há muita coisa para fazer”, disse Luís Montenegro. Questionado pelos jornalistas sobre a situação na saúde, Montenegro referiu ainda que o Governo tem vindo a trabalhar para resolver um problema com muitos anos, realçando que atualmente “espera-se menos tempo para ter uma consulta e para ter uma cirurgia e também há menos urgências fechadas do que havia há um ano atrás, nas mesmas circunstâncias”. “Isto não quer dizer que está tudo bem, mas quer dizer que nós estamos a resolver os problemas à medida que o tempo nos permite que eles sejam resolvidos. Agora, não nos podem exigir que façamos em 11 ou 12 meses aquilo que outros não fizeram em mais de 20 anos. Não foram só os oito anos que nos antecederam, o PS governou 22 dos últimos 30 anos”, observou. Montenegro disse ainda que espera que os portugueses tenham sentido de justiça de fazer uma apreciação sobre aquilo que cada um foi capaz de fazer no seu período, adiantando que o juízo será feito na campanha eleitoral e depois culminará no dia das eleições. Recorde-se ainda que Luís Montenegro foi desmentido por José Ribau Esteves relativamente ao ponto de situação do hospital de Aveiro, depois de ter afirmado na apresentação da candidatura de Luís Souto de Miranda que espera que as obras de ampliação do hospital de Aveiro avancem até outubro.
Últimas
Câmara de Ílhavo com novas instalações para o Atendimento Social Integrado
As instalações resultam da primeira fase da remodelação do edifício dos Paços do Concelho. De acordo com uma nota municipal, a intervenção teve em vista aumentar a capacidade de resposta da Divisão de Desenvolvimento Social e Saúde da autarquia. A reorganização aproveitou a antiga galeria de exposições para acolher aqueles serviços. O espaço passou a dispor de área de atendimento geral e dedicada à CPCJ, salas de espera e gabinetes. A adaptação inclui também o Balcão da Inclusão, adaptado a pessoas com mobilidade condicionada, e acolhimento para equipas da área social. Segundo a Câmara de Ílhavo, a primeira fase da intervenção representou um investimento superior a meio milhão de euros. “Numa segunda fase, será remodelada a ala poente do edifício para serviços de suporte e arquivo”, adianta a nota de imprensa.
Anadia volta a receber “Portugal Wine Trophy”
À semelhança de anos anteriores, os produtores da Região Demarcada da Bairrada contam com condições especiais de participação, nomeadamente com a isenção de pagamento para inscrição dos seus vinhos e espumantes, revelou hoje a Câmara de Anadia, num comunicado enviado à agência Lusa. A medida é “um investimento do Município de Anadia”, que procura assim “incentivar e promover internacionalmente os vinhos Bairrada, bem como o enoturismo e outros recursos endógenos regionais”. O “Portugal Wine Trophy”, juntamente com o “Berliner Wein Trophy” e o “Asia Wine Trophy”, estão entre os maiores concursos de vinhos do mundo e contam com o patrocínio da International Organisation of Vine and Wine (OIV). O certame é organizado pelo Deutsche Wein Marketing (DWM) e pelo Município de Anadia.
Porque há tão poucos jovens no Parlamento? Investigadora da UA explica o que está a falhar
A idade média dos deputados da nação tem vindo a subir, segundo o estudo ‘Jovens com asas cortadas: Colmatar o fosso entre o recrutamento e a representação jovem nas listas de candidatos’, de Carlos Jalali (DCSPT-UA), Patrícia Silva (DCSPT-UA) e Edna Costa (UMinho). “A idade média dos membros do parlamento tem vindo a aumentar. Nós fizemos esse levantamento em 2013: a idade média era 45,9; em 2022 era 49 (…) e a taxa de jovens, com menos de 35 anos, tem vindo a cair (…), com menos de 30 anos é baixíssima, são 5%, são muito, muito poucos os jovens que conseguem garantir esse caminho”, dá nota a docente e investigadora Patrícia Silva. Se considerarmos que os resultados das próximas legislativas, pelo círculo de Aveiro, serão semelhantes aos das últimas eleições, nenhum jovem será eleito neste círculo. O quadro pode, contudo, alterar-se, com as habituais suspensões de mandatos de alguns deputados que acabam por integrar o Governo. Nesse cenário, assumindo que voltarão a existir vários deputados que irão ocupar funções governativas, Carolina Marques, jovem de 27 anos da distrital da JSD-Aveiro que ocupa o nono lugar da lista da AD – Coligação PSD/CDS, poderá tomar posse como deputada. No segundo partido mais votado no círculo de Aveiro nas últimas eleições legislativas – o Partido Socialista (PS) – o cenário é idêntico ao da lista da AD e Catarina Gambelas, da distrital da JS-Aveiro, ocupa também o nono lugar. Note-se que em nenhuma eleição para a Assembleia da República, neste círculo, PSD ou o PS elegeram mais do que oito deputados. O Livre é, na atual eleição, o partido com mais jovens na sua lista, com dez dos 16 elementos a terem idades compreendidas entre os 22 e os 33 anos. O estudo dá conta de que as juventudes partidárias têm o “papel formal” de fazer a ligação “entre os jovens e os partidos neste processo fundamental para a seleção de candidatos, que é o momento mais importante na vida dos partidos”, aponta a investigadora Patrícia Silva. E, embora dentro da estrutura ocupem uma grande parte dos lugares – no estudo referido como a parte não visível de um iceberg - continuam a não ser “escolhidos” para integrarem as listas e, por consequência, a não conseguirem a eleição e a representação na AR. Mas o que é considerado “ser jovem” em política? Na política portuguesa a idade “limite” para se poder pertencer às juventudes partidárias são os 30 anos. “Tendo em conta os estatutos dos partidos, o ano que consideram são os 30 anos e, portanto, para efeitos daquilo que é considerado a juventude, nós consideramos 30 anos”, aponta Patrícia Silva. Logo aí, levantam-se questões sobre a representatividade dos próprios jovens dentro das juventudes partidárias. Além de só poderem permanecer nas ‘jotas’ até aos 30 anos, a professora destaca ainda que a maioria destes jovens “são de espaço urbano, maioritariamente com Ensino Superior, que têm tempo e muitos deles já foram socializados com os pais mobilizados em partidos políticos”. “Não são jovens que têm dificuldades financeiras, não são jovens em contextos menos urbanos e, portanto, não são jovens que se situam em locais do país onde não existem estruturas partidárias”, atenta Patrícia. O estudo refere ainda que os jovens que aderem a estas estruturas “aspiram frequentemente a uma carreira política, sendo a ambição política dos seus membros amplamente reconhecida”. Já relativamente à razão pela qual os jovens parecem ficar de fora na corrida a lugares elegíveis nas listas, a resposta é mais complexa. Patrícia Silva aponta que há um “aperto (…) no processo de seleção de candidatos” que faz com que os jovens “desapareçam” desse processo, mesmo que sejam uma “massa (…) muito considerável”, considera Patrícia Silva. “Os jovens não aparecem nas listas naquilo que nós consideramos lugares vencedores. Aparecem nas listas – até porque as juventudes vão tentando fazer esse trabalho – mas são empurrados para posições onde (…) têm muita dificuldade em garantir essa eleição”, aponta a investigadora. “Não conseguem ultrapassar esta barreira entre ser potencial candidato e ser um candidato efetivo, quer por conta da forma como se organizam os partidos, quer por conta do próprio sistema eleitoral que dá às lideranças” o poder para “estabelecer quem é que integra [a lista] e qual é o ranking das pessoas dentro das listas dos partidos”, explica Patrícia Silva. Pode-se, por isso, concluir que fazer parte de uma juventude partidária não só não é o único critério para que os jovens consigam entrar na política, como não é suficiente. O estudo mostra mesmo que são os processos informais que parecem ter um maior peso para que seja possível aos jovens escaparem do tal “gargalo” que existe na seleção dos candidatos às listas. “O nome dos jovens aparece muito [no processo de discussão das listas], porque os jovens fizeram um trabalho de estabelecer relações com a liderança da juventude partidária, com a liderança do próprio partido, construíram a sua carreira política que lhes permitiu construir redes dentro dos partidos e são essas redes e mecanismos mais informais que permitem aos jovens superar essa barreira, esse tal ‘gargalo’, esse aperto no processo de seleção”, explica Patrícia Silva. Isso faz com que os jovens, que já não sentem afeto pelos partidos nem pelas estruturas juvenis dos mesmos, “fujam” para outras formas de fazer política. Patrícia Silva aponta mesmo à Ria que “a participação jovem [na política] não está necessariamente em declínio, mas sim a ser reinventada, com jovens a envolverem-se em novas formas de participação política”. “Do ponto de vista de participação em manifestações, assinar petições (…), outro tipo de formas de contestar a política, os jovens estão a aproximar-se dos padrões europeus, estão muito ativos”, salienta a investigadora. Contudo, no caso português, apesar de um contexto onde as juventudes partidárias têm sido historicamente relevantes, o sistema de representação proporcional com listas fechadas, aliado ao monopólio formal dos partidos na apresentação de candidaturas, torna a seleção partidária de jovens muito restrita. Para além disso, segundo o estudo, “Portugal é uma das poucas democracias europeias (juntamente com Espanha e Roménia, no seio da União Europeia) com eleições parlamentares baseadas num sistema de representação proporcional com listas fechadas”. Este sistema faz com que a posição na lista seja o fator determinante na composição do parlamento. Se o nosso sistema eleitoral fosse um sistema aberto, os candidatos poderiam “mobilizar o eleitorado para ultrapassar uma colocação desfavorável na lista”. Não alterando esta realidade do nosso sistema eleitoral, resta então que os partidos se aproximem dos jovens, ou os jovens dos partidos. Patrícia Silva salienta, além da falta de representação anteriormente identificada, duas outras problemáticas que estão a dificultar essa aproximação. A primeira prende-se com a “perceção da existência de problemas e corrupção entre os partidos políticos”, o que leva a que seja feita uma “associação muito negativa dos partidos políticos a questões de corrupção”. Este é um dos fatores que mais “preocupa” os jovens que não se identificam com práticas corruptas e rejeitam qualquer associação a esse tipo de conduta. A segunda problemática é a forma como os jovens são vistos dentro dos próprios partidos. “É quase como se nós tivéssemos uma ponte que só tem um sentido. É assim que os partidos funcionam, utilizam estas estruturas [juventudes partidárias] numa lógica de ‘esta é a nossa mensagem: transmitam-na aos mais jovens’”, aponta a investigadora. Apesar disso, o eleitorado jovem é uma peça importante para a democracia. “O afastamento dos jovens das listas dos partidos impede a representação descritiva e dificulta essa representação substantiva. (…) Se estas duas são importantes para o eleitorado, o efeito que isto tem é que este eleitorado não participa e sente-se afastado, porque sente que os partidos não ouvem, não falam para pessoas como nós. E então, por que motivo deveria eu mobilizar-me para um partido que não está a falar para pessoas como eu?”, termina a investigadora.
Aveiro sob aviso amarelo devido à chuva até às 15h
Aveiro está sob alerta amarelo devido à chuva até às 15h do dia de hoje, 30 de abril. O alerta abrange ainda Viseu, Guarda, Castelo Branco e Coimbra. A chuva vai fazer-se sentir, no entanto, em todo o território nacional. O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.