Luís Souto quer criar Centro de Energias Oceânicas em parceria com a Universidade de Aveiro
De acordo com uma nota de imprensa enviada às redações, durante a sessão de abertura do IV Encontro Energia e Território, que decorreu na passada quarta-feira, dia 5, em Aveiro, Luís Souto, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) disse querer promover a criação de um Centro de Energias Oceânicas em parceria com a Universidade de Aveiro (UA). Para além da criação do centro, o autarca defendeu que nos próximos anos devem existir uma aposta em Comunidades de Energia Renovável, na produção de energia limpa em edifícios públicas, nos incentivos à mobilidade suave, entre outras medidas.
Redação
A sessão de abertura do IV Encontro Energia e Território, onde também estiveram presentes Jean Barroca, secretário de Estado Adjunto e da Energia, e Carlos Santos, presidente da E-REDES, serviu para Luís Souto explanar algumas das suas ideias para aplicar no Município ao longo dos próximos anos. Em colaboração com a Universidade de Aveiro, “dedicado ao desenvolvimento de tecnologias baseadas nas ondas, marés e vento offshore”, o presidente propõe que se crie um Centro de Energias Oceânicas.
Como aposta para Aveiro, o autarca quer começar a utilizar a cidade como “laboratório vivo” através da Aveiro Tech City, de forma a “testar novas soluções energéticas e ambientais”. Da mesma forma, durante a sua intervenção, Luís Souto propôs uma aposta na criação de Comunidades de Energia Renovável, na produção de energia limpa em edifícios públicos, em incentivos à mobilidade sustentável de forma a premiar quem opte por meios de transporte “mais ecológicos” e na “resiliência da rede elétrica”.
Como tem feito desde a apresentação do programa eleitoral da ‘Aliança com Aveiro’, o agora presidente reforçou a vontade de investir nas freguesias e garantiu que “a transição energética só é válida se for justa e inclusiva”. Dessa forma, o autarca quis priorizar não só as freguesias mais pequenas do Município, também as pequenas empresas, as comunidades mais vulneráveis e o investimento em literacia energética.
Luís Souto fez ainda questão de destacar que a cidade de Aveiro “reúne condições únicas para liderar a transição energética e responder, com ambição e pragmatismo, aos desafios climáticos, tecnológicos e sociais do nosso tempo”. Nesse sentido, garantiu que a escolha do Município para a realização deste IV Encontro não foi casual e reforçou que “temos uma universidade de excelência, um tecido empresarial inovador, um ecossistema tecnológico único e, sobretudo, uma vontade política firme”.
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PS propõe correção do Orçamento do Estado para 2026 para incluir isenção de portagens na A25
Segundo uma nota enviada às redações, a iniciativa é a “assunção do compromisso eleitoral dos Deputados de Aveiro deixada pela aplicação da Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto, que pôs fim à cobrança de portagens em várias autoestradas anteriormente integradas no regime SCUT – Sem Custos para o Utilizador, mas que manteve ainda um pequeno troço portajado na A25”. “Este é mais um compromisso com Aveiro que não fica esquecido. E o Partido Socialista trabalha de forma determinada para honrar os compromissos e servir Aveiro e o país”, refere. O PS lembra ainda que, no caso de Aveiro, “além de promover a coesão territorial”, a eliminação total das portagens representaria uma melhoria na segurança rodoviária, a otimização da rede de infraestruturas existente e a retirada de trânsito no atravessamento de vias urbanas. Relembre-se que, tal como noticiado, o Orçamento do Estado para 2026 não contém qualquer referência à isenção de portagens na A25. Neste caso, o Relatório do Orçamento do Estado para 2026 inclui apenas referências genéricas às compensações às concessionárias afetadas pela eliminação de portagens - enquadradas na Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto -, mas sem qualquer menção às portagens entre Albergaria-a-Velha e Aveiro da A25. Importa ter em consideração que, uma vez que a eliminação das portagens não está contemplada no Orçamento do Estado para 2026, a aprovação de um eventual projeto de lei sobre esta matéria, só poderá produzir efeitos em 2027. Tal decorre da chamada “norma-travão”, prevista na Constituição da República, que impede a criação de novas despesas ou a redução de receitas não inscritas no Orçamento em vigor durante o respetivo ano de execução. Como avançado pela Ria, desde o dia 1 de janeiro, que sete portagens em vias rápidas [correspondentes a antigas autoestradas em regime SCUT - Sem Custos para os Utilizadores] foram abolidas. No caso de Aveiro e, especificamente, na A25, das duas concessões existentes nesta autoestrada, a Concessão “Costa de Prata” [que liga a zona das praias a Albergaria-a-Velha] e a Concessão “Beiras Litoral e Alta” [que liga Albergaria-a-Velha a Vilar de Formoso], apenas esta última foi contemplada na proposta apresentada pelo Partido Socialista (PS). Neste caso, a Concessão “A25 Beiras Litoral e Alta”. Após a sua aprovação e aplicação, a medida gerou controvérsia pela falta de clarificação de que pórticos estariam incluídos na A25. Na altura, contactado pela Ria, Hugo Oliveira, deputado eleito do PS pelo círculo eleitoral de Aveiro e presidente da Federação Distrital do Partido Socialista de Aveiro, assegurou que esta eliminação das portagens de uma das concessões abrangidas pela A25 era apenas “o princípio e não o fim”. “Aquilo que dissemos é que iríamos eliminar logo de imediato aquelas [portagens da Concessão Beiras Litoral e Alta] e agora a nossa vontade é de continuar a fazer esse caminho para que consigamos ter toda a A25 independente da sua concessão sem ser portajada”, assegurou.
Aveiro: ‘Kidical Mass’ regista “maior número de crianças a pedalar nas suas próprias bicicletas”
Foi no passado dia 5 de outubro que Aveiro acolheu o movimento internacional “Kidical Mass” que, tal como noticiado pela Ria, teve como objetivo “dar voz às crianças”. A iniciativa tinha, este ano, o mote “Espaço Para Esta Geração - A rua também é nossa” e pretendia “reivindicar cidades para pessoas, ruas mais seguras, saudáveis e amigas da infância, mais espaços verdes e espaço público aberto para brincar e para encontros entre todas as pessoas”. Segundo uma nota enviada às redações, em jeito de balanço, a Ciclaveiro nota que, nesta edição, houve um “maior número de crianças a pedalar nas suas próprias bicicletas”. Para a associação este é um “sinal claro de maturidade desta massa crítica”. “Esta adesão demonstra que Aveiro está cada vez mais atento e consciente do que é uma cidade desenhada para o dia a dia de quem mora e quer morar na cidade, para uma geração que está a crescer e que quer usufruir dos espaços públicos de socialização e brincadeiras com vizinhos e amigos, que se quer sentar à sombra de uma árvore a caminho de casa e quer ter a possibilidade de ir para a escola a pé ou de bicicleta sem ter medo”, realça. Tal como avançado, o percurso percorreu locais emblemáticos como a Avenida Dr. Lourenço Peixinho, “onde as bicicletas partilham o espaço com autocarros e são obrigadas a contornar diariamente muitos carros estacionados abusivamente em segunda fila e a desviar-se de portas de carros a abrir, enfrentando riscos reais de segurança”. “Sabemos que não há mudança verdadeira sem um compromisso do poder político e de quem governa e planeia a nossa cidade. Não há mudança de comportamento sem medidas concretas e só as decisões políticas de planeamento da nossa cidade o conseguem. Não desistiremos de passar esta mensagem para a comunidade e de contribuir para aumentar a massa crítica no nosso concelho”, continua a Ciclaveiro. No comunicado, a associação revela ainda que a 9ª edição acontecerá em “maio de 2026”. Recorde-se que a Kidical Mass tem como objetivo reivindicar, entre outros, cidades e envolventes escolares mais seguras, menos poluídas e com menos carros e a criação de ciclovias largas, continuas e seguras.
Oposição em Aradas mantém “três premissas” para viabilizar executivo
Tal como avançado pela Ria, a segunda sessão de instalação durou apenas dez minutos mais do que a primeira. Catarina Barreto, presidente da Junta de Aradas, suspendeu os trabalhos logo após a reprovação da proposta do primeiro vogal do futuro executivo. Assim, mantém-se em gestão corrente o atual órgão executivo, estando prevista a marcação de uma nova Assembleia de Freguesia para “breve”. Em conversa com a oposição, à margem da reunião, Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento Independente ‘Sentir Aradas’ para a Assembleia de Freguesia, sublinhou que os três partidos querem viabilizar o executivo, mas não estão dispostos a “abrir mão” de “três premissas”: a auditoria financeira independente, o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal e a reposição da situação laboral de duas funcionárias da Junta de Freguesia que denunciaram assédio laboral. “A nossa proposta é muito clara. Há um acordo que propusemos à presidente e que pode ser discutido se é mais ou menos mês, mas queremos um acordo firmado e escrito”, sublinhou. Desde a primeira reunião, que decorreu no passado dia 24 de outubro, Gilberto acrescentou ainda que o Movimento Independente ‘Sentir Aradas’ não voltou a ser contactado – em relação à viabilidade do executivo- por Catarina Barreto, bem como “por ninguém do PSD ou da Aliança”. “Para nós, Sentir Aradas, foi uma surpresa este agendamento da reunião sem nada preparatório”, admitiu. Também Sónia Aires, eleita pelo Partido Socialista (PS), confirmou o mesmo. “Desde que foi a última Assembleia, nunca mais fomos contactados para fazer qualquer mediação ou diálogo ou para chegarmos a um consenso”, acrescentou. Recorde-se que já na passada segunda-feira, 3 de novembro, a Ria tinha entrado em contacto com Sónia Aires e Gilberto Ferreira e ambos tinham garantido que não tinham sido novamente contactados pela presidente da Junta. Restaria assim o Chega que, em resposta escrita à Ria, já tinha assegurado que não existia nenhum acordo entre o partido e a ‘Aliança’. Ainda assim, na noite de ontem, Marlene Teixeira da Rocha, em representação de Ricardo Nascimento, eleito pelo Chega à Assembleia de Freguesia, confirmou aos jornalistas que Catarina Barreto “tentou” dialogar com o partido, após a primeira reunião. “Não houve um contacto com o Chega no sentido de respeitar aquilo que era pressuposto. Foi muito claro para o Chega desde o princípio, pelo menos, os três pontos que o Gilberto menciona não abrimos mão. Por isso, quando dizemos que houve um contacto não houve para se ultrapassar estes pontos”, admitiu. Recorde-se que já na passada terça-feira, Catarina Barreto dava a entender à Ria que teria estado em conversações com a oposição depois da primeira reunião. “As boas práticas negociais impõem recato”, atirou. Questionada ontem, novamente, sobre as negociações, a autarca referiu que não comentaria as que “existiram” e que foram “malogradas”. Interpelados sobre se estão disponíveis para viabilizar o executivo numa nova assembleia, Sónia Aires recordou que os “três partidos” estão disponíveis para o diálogo com a presidente desde que haja entendimento “face aquilo que defendemos”. Marlene Teixeira acrescentou ainda que “qualquer outra data que não haja um consenso- antes- não faz cabimento nenhum”. “Temos vontade de negociar, claro que sim, daí as forças já se terem unido e percebido as balizas que não se podem ultrapassar, contudo, tem de haver conversações”, atentou. Também presente na sessão, enquanto aradense, Ana Torrão, candidata da Iniciativa Liberal (IL) à Junta de Aradas estas eleições autárquicas, manifestou estranheza pelo “impasse”. “Considero, perfeitamente, razoáveis as exigências que a oposição está a fazer - tanto da auditoria como da entrega dos documentos que a junta já foi condenada a entregar e a reposição das trabalhadoras. Não consigo compreender como é que, neste momento, o impasse ainda não foi quebrado perante uma aceitação dessas exigências”, exprimiu.
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Primeiro semestre de 2025 marca “redução substancial” da dívida da AAUAv, segundo Joana Regadas
A direção da AAUAv preferiu não adiantar números concretos durante a AGA e, quando, posteriormente, contactada pela Ria, a presidente também não quis dar os dados relativos ao primeiro semestre. “Temos isso explícito. No entanto, acreditamos que esse não deveria ser o foco, porque iremos falar disso na apresentação do Relatório de Atividades e Contas (RAC) final […] Acreditámos que seria mais justo ter uma figura total dos anos e não só comparar períodos homólogos, porque podem sempre depender de outros fatores”, explica Joana Regadas. Não obstante, os sinais são positivos e, fruto do Plano de Recuperação estabelecido com a Universidade, de um “cuidado redobrado” na gestão da AAUAv e de “ajustes de preços” nos serviços – nomeadamente, conforme destacado em AGA pelo tesoureiro Pedro Rocha, nos preços do Bar do Estudante -, a redução da dívida é “substancial”. Durante a Assembleia, Pedro Rocha explicou que, entre 1 de janeiro de 2025 e 31 de junho de 2025, o resultado líquido tinha sido positivo, ao invés do que tinha acontecido ao longo do mesmo período do ano anterior. No entanto, o tesoureiro qualificou os números como “enganadores”, uma vez que se baseiam num período que precede os meses mais difíceis para a AAUAv - julho e agosto, em que os serviços têm menos atividade devido à pausa letiva. Por seu lado, Joana Regadas adianta que, tendo por base a análise trimestral que já foi feita internamente, esse período do verão passou “sem dificuldades”. A pensar no RAC final, a presidente afirma que o objetivo é manter a gestão e forma de trabalho, bem como a organização de tesouraria, uma vez que as coisas “têm resultado e está à vista”. Ao longo da sua intervenção em AGA, Pedro Rocha deu ainda mais algumas indicações relativamente ao trabalho do semestre. Segundo explica, houve um aumento de vendas e serviços de “10,7%” e de “28,6%” em vendas e donativos. Durante este período, houve funcionários tanto a sair como a entrar, contabilizando-se atualmente 20 funcionários da AAUAv, mas o aumento do salário mínimo acabou por impactar as contas da associação. O tesoureiro garante ainda que não existem quaisquer dívidas à Autoridade Tributária e à Segurança Social e que nunca existiu qualquer atraso no pagamento de salários. Do trabalho realizado até final de junho destaca-se o novo apoio com a Câmara Municipal de Aveiro (CMA), que vem compensar o apoio perdido da Caixa Geral de Depósitos. O tesoureiro adianta ainda que está a acontecer neste momento a renegociação dos contratos com o Super Bock Group e com o Glicínias Plaza. Já perto do final da reunião de estudantes, Leonor Lopes – que disse falar em nome de um “grupo de estudantes” – subiu ao púlpito para defender uma moção contra o aumento das propinas de licenciatura e a remoção dos tetos das propinas de mestrado. No decorrer da intervenção, a estudante aproveitou para elogiar a mobilização dos estudantes a Lisboa no passado dia 28 de outubro, embora com críticas à AAUAv pela comunicação “tardia” da mobilização. Na resposta, Joana Regadas admitiu que as coisas “podiam ter sido feitas mais cedo”, mas explicou que toda a comunicação foi feita em conjunto com o Conselho de Associações Académicas Portuguesas (CAAP). Na sua opinião, assumir uma frente conjunta com as restantes associações acabou por valorizar mais a iniciativa do que se a AAUAv se tivesse adiantado na mobilização dos estudantes. Sobre o conteúdo da moção, a presidente da direção da AAUAv criticou que, sendo uma moção direcionada à luta contra o aumento da propina, fossem mencionados outros assuntos relativos à discussão do ensino superior, nomeadamente o cumprimento do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) ou o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). Do outro lado, Leonor Lopes respondeu que “o foco é a propina, mas é uma luta integrada” e que “medidas individuais não têm tanta força”. Mais concretamente, Joana Regadas questionou a colega sobre a referência ao aumento de representação estudantil nos órgãos de gestão do ensino superior, ao que Leonor Lopes não foi capaz de responder. Quando a presidente ia sugerir uma alteração ao texto do documento, a proponente acabou por se sentir mal, algo que levou à suspensão dos trabalhos. Assistida no local pelo INEM, a estudante acabou por recuperar sem necessidade de ser levada para o hospital. Questionada pela Ria à margem da AGA, Joana Regadas considerou que, à luz da proposta de RJIES do Governo, não entendia a reivindicação de ter maior representatividade estudantil nos órgãos de gestão, pelo que preferia a defesa de mais estudantes na Assembleia Transitória que vai decidir os Estatutos de cada instituição e, assim, decidir a proporção de alunos representados no Conselho Geral. Para além disso, a presidente indica que, sendo o título da moção mais voltado para o combate ao aumento das propinas, teria ainda algumas propostas de alteração ao documento para que esse fosse o foco.
Governo vai investir 52 ME em equipamentos para prevenir os fogos
“Em boa hora fizemos uma reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Agora entregamos motorroçadoras. Depois teremos tratores, bulldozers, máquinas de rasto, o transporte respetivo destas máquinas que as Comunidades Intermunicipais (CIM) se vão responsabilizar a garantir a manutenção e de encontrar manobradores. Estes últimos concursos estão a andar”, afirmou José Manuel Fernandes. O governante falava no hangar do centro de meios aéreos de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, onde o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) entregou 135 motorroçadoras a 27 equipas de Sapadores Florestais dos 10 concelhos do distrito, naquele que é o primeiro lote a ser entregue no âmbito do reequipamento dos Sapadores Florestais. Na área da prevenção, o Ministro da Agricultura e Mar destacou ainda “o plano para pastorícia extensiva, dotado com 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para reduzir o material combustível e, em simultâneo, colocar pessoas no território, criando riqueza”. “Tudo isto está englobado no Pacto para a Floresta, que está aprovado. É absolutamente essencial, para termos sucesso, que toda a legislação relativa à propriedade, em 2026, esteja pronta. A Assembleia da República será fundamental para esse objetivo e eu espero um grande consenso para podermos atuar”, afirmou. Outro aspeto preventivo enfatizado por José Manuel Fernandes prende-se com o fogo controlado. O ministro da Agricultura e Pescas disse que o objetivo do Governo é “mais que duplicar” a área de aplicação dessa técnica, que em 2025 rondou os 2.500 hectares. “Queremos atingir os mais de cinco mil hectares”, reforçou, acrescentando que em muitos sítios onde se devia ter feito fogo controlado, e não se fez, houve uma destruição enorme. Fazer fogo controlado significa usarmos um meio técnico para protegermos, cuidarmos, para evitarmos que os incêndios depois tenham material combustível de tal ordem que ninguém os consegue controlar. Será um trabalho a realizar em conjunto com as CIM”, sublinhou. Segundo o ministro, “há muitos locais onde as pessoas sabem que o fogo vai passar se nada se fizer e muitos locais que sabem que o fogo se pode agarrar”. “É absolutamente essencial que esse trabalho de planeamento do fogo controlado se faça. É tecnicamente, não só, defensável, como, em termos ambientais, é uma necessidade e uma exigência”, frisou Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, José Manuel Fernandes disse que o Governo “tudo fará para valorizar o trabalho dos sapadores florestais, para que eles tenham o rendimento justo e digno de um trabalho árduo, que não é fácil”. “Quando chegámos ao Governo, havia dívidas às equipas de sapadores que nós regularizámos. Passámos o montante de cada equipa de sapadores florestais, composta por cinco elementos, de 55 para 61 mil euros. Tudo o que pudermos fazer dentro legalidade, mas também com o objetivo de valorização dos sapadores florestais iremos fazê-lo. A compra de equipamento é também uma forma a ajudarmos a que o trabalho seja mais facilitado e menos árduo. A formação conta 100% como serviço público. Antes, não contava. São passos que estamos a dar que os sapadores florestais merecem”, referiu. Além das 135 motorroçadoras hoje entregues aos sapadores florestais do Alto Minho, ao todo, serão entregues 2.060 motorroçadoras, numa ação financiada pelo PRR, sendo um investimento destinado a mais de 400 equipas de Sapadores Florestais, contribuindo para o melhoramento e otimização da maquinaria de trabalho e para o reforço da capacidade operacional destas equipas na prevenção da floresta.
Aveiro discute participação cívica esta quarta-feira com base em livro de professor da UA
É com base na investigação, diz José Carlos Mota, que se pode concluir que os cidadãos não estão desinteressados na participação cívica. “Quando se criam condições para o envolvimento dos cidadãos sobre temas que lhes interessam […] o que nós identificamos é uma vontade genuína […] de participar”, sublinha o autor. Este é o mote principal para a discussão da próxima quarta-feira, dia 12, que vai ser moderada pela jornalista Maria José Santana e em que estarão também presentes Artur Rosa Pires (professor aposentado da Universidade de Aveiro), Pompílio Souto (arquiteto e coordenador da Plataforma Cidades), Rui Macário Ribeiro (coordenador do Museu do Falso) e José Carlos Mota. O evento, que conta com o apoio da Universidade de Aveiro e da Fundação Francisco Manuel dos Santos, insere-se num ciclo de sessões que passou também por Lisboa e Coimbra e que ainda vai decorrer em Braga, Faro e no Porto. O desinteresse, no entanto, conta o autor à Ria, resulta muitas vezes “da forma como o convite [à participação] é feito”. Segundo o autor, muitas vezes quem tenta incentivar à atividade cívica assume “um discurso um bocadinho moralista […], colocando o ónus nos cidadãos”. Para além dos problemas com a forma como os convites são feitos, José Carlos Mota sublinha também que se colocam muitas “barreiras” à participação cívica, sendo a maior das quais a “desconfiança” em relação aos decisores. Não obstante, o professor da UA aponta ainda que os cidadãos têm “desconfiança entre si”. No mesmo sentido, o autor aponta o dedo ao Estado, que também tende a “desconfiar” dos cidadãos. Segundo explica, a participação pode ser vista como uma forma de “partilha de poder”, pelo que “muitos decisores entendem que a partilha é uma perda de poder”. Na sua visão, o que acontece é não uma “perda”, mas sim “uma transformação desse poder numa outra forma de exercício que decorre da capacidade de influenciar e mobilizar as pessoas”. A mobilização da comunidade cria o “poder de transformar” – algo que, de acordo com José Carlos Mota, é o que o decisor “deseja”. Nas suas palavras, se as pessoas estiverem envolvidas acabam por estar mais “comprometidas” e, por isso, mais facilmente fazem um esforço de implementação das suas ideias. Outra “barreira”, conta o autor, são as próprias vidas das pessoas. Como, conforme indica, em Portugal as pessoas têm “vidas pessoais e familiares muito intensas” e não têm condições económicas garantidas, acaba por ser mais difícil que as pessoas participem de forma ativa. De acordo com José Carlos Mota, a tendência inverte-se ao dar um verdadeiro espaço de discussão às pessoas em que os decisores tenham “disponibilidade para escutar”. Nessas sessões gera-se um “conhecimento empírico sólido e robusto” sobre a realidade – um “capital relacional muito útil” a que, de outra forma, muitas vezes quem toma as decisões não tem acesso. No livro, o professor diz contar quatro histórias exemplificativas daquilo que defende, duas delas com Aveiro como palco principal: os “Amigos d’Avenida”, que descreve como “mais reativa e de protesto”, e a “Vivó Bairro”, que afirma ter como principal objetivo “o envolvimento das comunidades e a revitalização da zona antiga de Aveiro”.