Paulo Raimundo diz que não irá ter espasmo simulado para conseguir mediatismo
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse na noite de ontem, em Aveiro, que não irá ter um espasmo simulado para conseguir mediatismo, em alusão ao espasmo esofágico que afetou o líder do Chega, André Ventura, em maio, levando-o a ser hospitalizado.
Redação
“Nós só contamos com a força que temos. Não contemos com as câmaras de televisão. Não contemos com notícias extraordinárias. Não contemos, que eu me dê para aqui um espasmo qualquer para passar 15 dias na televisão para trás e para a frente. Não contemos com nada disso, porque isso não vai haver. Nem eu vou ter um espasmo simulado, nem as câmaras vão andar atrás de nós”, disse Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP falava durante um comício em Aveiro com a presença da candidata da coligação que junta PCP e o partido ecologista “Os Verdes” à presidência da Câmara local, Isabel Tavares. Raimundo disse não saber o que vai acontecer nas eleições autárquicas de 12 de outubro, mas mostrou-se convicto de que esta jornada de mobilização e esclarecimento que estão a desenvolver dará os seus frutos e resultados. “Uns serão resultados do ponto de vista eleitoral e outros serão resultados de alargamento para a luta que vai continuar”, acrescentou.
O líder dos comunistas realçou ainda o esforço feito pela CDU para a elaboração das listas que vão concorrer às eleições autárquicas, afirmando que a coligação que junta PCP e "Os Verdes" é "a única força que em Portugal continental e na Madeira concorre a todos os órgãos autárquicos, seja câmaras, seja assembleias municipais".
Paulo Raimundo referiu que as listas da CDU contam com 35 mil candidatos, 45% dos quais são mulheres, e assinalou ainda a presença de 12 mil independentes.
“São independentes e não estão aqui para dar a fotografia. Não estão aqui para compor o ramalhete. Estão aqui para serem construtores e protagonistas desta mesma força. Fazem cá falta. Queremos que sejam mais e queremos alargar ainda mais a CDU a toda essa gente”, concluiu.
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ERC oficializa sondagem do PS: Alberto Souto à frente, mas com empate técnico
Recorde-se que a divulgação sem ficha técnica e sem registo oficial foi criticada pela candidatura adversária, que acusou o PS de “ilusionismo”. A própria Ria, numa notícia publicada no seu site, esclareceu que até aquela data nenhuma informação estava disponível no site da ERC que validasse e oficializasse o estudo encomendado pela direção nacional do Partido Socialista. Mas a verdade é que a informação consta hoje no site da ERC, acompanhada de toda a documentação legalmente exigida. O inquérito foi realizado entre 4 e 20 de agosto, através de 603 entrevistas presenciais junto de eleitores do concelho de Aveiro. Os entrevistadores registaram diretamente as respostas em dispositivo eletrónico (sistema CAPI, Computer Assisted Personal Interview). As entrevistas foram distribuídas por todas as freguesias, respeitando quotas de género e idade, para garantir uma amostra semelhante à população recenseada. A margem de erro indicada é de cerca de quatro pontos percentuais. No que diz respeito aos resultados, o PS aparece na frente com 36%, a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM) surge logo de seguida com 31% e o Chega com 19%. Os restantes partidos ficam entre 1% e 2%, com BE, IL e Livre a surgirem com 2% cada e CDU e PAN com 1% cada. Como a diferença entre PS e Aliança é de cinco pontos e a margem de erro ronda os quatro pontos, os intervalos possíveis das duas candidaturas sobrepõem-se. Em termos simples: tanto é possível que o PS esteja realmente à frente como que as duas candidaturas estejam praticamente empatadas. É por isso que este cenário é classificado como empate técnico. Na corrida autárquica por candidatos, a vantagem de Alberto Souto (PS) é mais evidente: 46% contra 22% de Luís Souto (‘Aliança com Aveiro’) e 16% de Diogo Soares Machado (Chega). Os restantes candidatos não ultrapassam os 3%, com Miguel Gomes (IL) a registar 3%, João Moniz (BE) 2%, Isabel Tavares (CDU) 2% e Bruno Simões Fonseca (Livre) 1%. O estudo evidencia também um dado curioso: Alberto Souto tem um melhor resultado eleitoral do que o próprio partido, enquanto Luís Souto obtém um resultado inferior à coligação que lidera. Este desfasamento sugere que a imagem de Alberto Souto é mais valorizada pelos eleitores do que a sigla partidária que o apoia, atraindo votos para além da base socialista. No caso da ‘Aliança com Aveiro’, acontece o inverso: a marca partidária parece ter mais força do que o candidato, sinal de que parte do eleitorado social-democrata e centrista pode não estar totalmente convencido com Luís Souto. Apesar destes números, há sinais que recomendam prudência. Três em cada dez eleitores continuam indecisos e outros 7% dizem que não irão votar. A incerteza é maior entre os jovens e entre as mulheres, dois segmentos que podem vir a decidir o desfecho. Salienta-se ainda que, desde o período em que decorreu a sondagem, aconteceram vários debates, iniciativas de rua e até polémicas que podem ter influenciado os eleitores. No retrato que a sondagem traça, espera-se uma eleição autárquica muito disputada em Aveiro, com PS e Aliança separados por uma margem curta e com o Chega (partido que habitualmente tem resultados oficiais superiores aos das sondagens) consolidado como terceira força. O dado mais importante, porém, é o número de indecisos: são esses eleitores que podem, em última instância, decidir quem vai liderar os destinos da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) a partir de 12 de outubro. Ficha técnica da sondagem Relatório da sondagem
João Moniz desafia candidatos de Aveiro a assumir compromisso com transparência e ética
Numa nota de imprensa enviada às redações, João Moniz atira que a “transparência, a ética e a integridade não podem ser apenas bandeiras de ocasião em tempo de campanha”. “Têm de traduzir-se em compromissos concretos, assumidos por quem se propõe representar a nossa comunidade”, sugere o candidato. O bloquista explica que ao assinar este compromisso vincula-se “a um conjunto de práticas que incluem a criação de um Portal de Transparência Local com informação acessível e atualizada, a adoção de um Código de Ética e Conduta com auditoria independente, a implementação de mecanismos externos de denúncia, o acesso ativo à informação pública, o uso de dados abertos, a prevenção da corrupção em processos de contratação pública, a promoção de pactos de integridade e de participação cidadã em decisões estruturantes, bem como a prestação anual de contas sobre o grau de cumprimento destes compromissos”. João Moniz afirma ainda que “assinar este compromisso significa garantir que a governação autárquica se rege por princípios claros de ética, integridade e prestação de contas à comunidade".
Ribau Esteves regressa à campanha ao lado de Luís Souto no “Encontro Continuidade & Inovação”
Os meses que se seguiram à decisão unilateral da direção nacional do PSD, liderada por Luís Montenegro, de avançar com a candidatura de Luís Souto foram marcados por forte turbulência interna. O anúncio, inesperado para a estrutura local, precipitou uma vaga de demissões, com destaque para Simão Santana, então presidente da concelhia e adjunto do gabinete da presidência, Rogério Carlos, vice-presidente da autarquia e vogal da concelhia, e o próprio Ribau Esteves, enquanto presidente da Mesa do Plenário de Militantes. À época, todos invocaram divergências quanto à forma como o processo tinha sido conduzido pela direção nacional, mas foi Ribau Esteves quem mais se destacou pela contundência das críticas. Não se limitou ao comunicado da demissão: em entrevistas à imprensa local e nacional, acusou Luís Souto de não ter “nenhuma experiência de gestão” e, em direto na SIC Notícias em horário nobre, chegou mesmo a admitir que a derrota do candidato social-democrata era “uma possibilidade objetiva”, classificando a sua escolha como “errada” e responsabilizando o próprio candidato e Luís Montenegro por um eventual cenário de derrota. Com o tempo, a polémica foi perdendo intensidade. Ribau Esteves, após uma fase inicial em que fragilizou seriamente a candidatura do seu partido, começou a dar sinais de reaproximação. A primeira evidência surgiu em abril, quando apareceu ao lado de Luís Montenegro e Luís Souto na entrega da lista de candidatos do PSD pelo círculo de Aveiro às eleições legislativas. Ainda assim, nesse dia, garantiu à Ria que estaria “fora do processo de campanha eleitoral” autárquica, embora tenha reiterado a sua preferência pela vitória de Luís Souto, invocando “motivos muito políticos e de seriedade” para se manter afastado. O aparente afastamento durou pouco. Menos de uma semana depois, Ribau Esteves foi a grande surpresa na apresentação oficial de Luís Souto, no Hotel Meliã. Apesar dos elogios dirigidos à sua governação, foi o único que não se levantou para aplaudir de pé o candidato do partido, num gesto que foi registado em vídeo e amplamente partilhado nas redes sociais. A partir daí, os sinais de aproximação tornaram-se mais evidentes, com encontros discretos entre os dois dirigentes, segundo o que apurou a Ria, e uma causa comum a falar mais alto: impedir o regresso do socialista Alberto Souto, presidente da Câmara entre 1998 e 2005, e garantir a continuidade da governação social-democrata em Aveiro. E assim aconteceu. Em junho, Ribau Esteves dava um passo mais explícito ao declarar, novamente na SIC Notícias, que “entre o candidato do Partido Socialista e o candidato da Aliança Democrática em Aveiro, não há dúvida nenhuma, o melhor dos dois é o candidato da AD”. No mesmo momento, admitiu publicamente que gostaria de prolongar a carreira política e que tinha “várias possibilidades em aberto”, que estavam a ser articuladas com a direção nacional do PSD. Já em agosto, na reunião de Câmara que aprovou o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, o autarca mostrava-se relutante em ser associado à disputa autárquica. Ribau Esteves, visivelmente tenso pelas acusações que estavam a ser feitas pela oposição a propósito deste tema, quis deixar uma nota a todos os candidatos autárquicos, numa resposta a uma intervenção de Diogo Soares Machado, candidato do Chega à autarquia aveirense. “Os candidatos não têm que falar para mim. Eu não sou candidato. (...) Não me metam numa discussão à qual eu não pertenço. Vocês discutam uns com os outros. (...) Entretenham-se uns com os outros. Deixei-me em paz! Eu não tenho nada a ver com o assunto”, atirou. Agora, semanas depois dessas palavras, Ribau Esteves prepara-se para regressar de forma oficial à campanha, marcando presença no “Encontro Continuidade & Inovação” ao lado de Luís Souto. A iniciativa da ‘Aliança com Aveiro’ acontece esta segunda-feira, às 18h00, na sede de campanha da coligação. Com avanços e recuos, uma coisa é certa: Ribau Esteves continuará a marcar estas eleições e o impacto dos seus comunicados e da sua presença em eventos públicos de campanha eleitoral é evidente para todos.
PS Aveiro critica “défice democrático” e Alberto Souto responde a Ribau Esteves em comício
Na tarde de ontem, o PS Aveiro realizou um comício na Praça da República para apresentar as suas listas eleitorais. A iniciativa contou com a presença do eurodeputado Bruno Gonçalves e reuniu dezenas de apoiantes. Durante a sessão, Cláudia Cruz Santos, cabeça de lista do PS à Assembleia Municipal, dirigiu críticas a Luís Souto de Miranda, candidato da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) e atual presidente daquele órgão. A socialista acusou Luís Souto de Miranda de limitar o debate democrático, sublinhando que “há um défice democrático no funcionamento da Assembleia Municipal”. “O atual presidente da Assembleia Municipal (…) tem vindo a estender a passadeira vermelha ao atual presidente da Câmara e tem permitido que ele use a casa (…) de todos os aveirenses como se fosse o seu salão de festas, destratando com frequência deputados municipais e limitando as possibilidades de participação do público”, atirou. As críticas referiam-se à última Assembleia Municipal, na qual foi aprovado o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. Cláudia Cruz Santos acusou ainda o executivo de ter promovido um “esquecimento das freguesias” e criticou os sucessivos cortes de árvores na cidade, apontando como exemplos a Avenida Lourenço Peixinho e o Rossio. A candidata referiu-se também à recusa de Luís Souto de Miranda em dar a palavra a uma cidadã na última Assembleia Municipal, comparando a situação a práticas do Estado Novo. “Os líderes autoritários não gostam de parlamentos, de assembleias, de ser fiscalizados, escrutinados e tomam as assembleias peças decorativas”, atentou. “Não é isso que vai acontecer connosco e essa é a principal promessa que quero deixar”, continuou. No seguimento, defendeu ser essencial elaborar e aprovar “um regimento da Assembleia Municipal que garanta o contraditório e abra a porta a todos os aveirenses”. Já Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, reforçou a ideia de que o partido pretende dar voz a “todos os anseios” na Assembleia Municipal, sublinhando que não quer um órgão reduzido a uma “caixa de ressonância”. “De um pregador desrespeitoso”, acrescentou. Também dirigido a Luís Souto de Miranda, o socialista apontou: “Foram oito anos de emojis de aplauso e de silêncios cúmplices. Deve ser por isso que ele agora sentiu tanta necessidade de fazer um autorretrato. Mas o retrato das suas ideias parece uma foto bolorenta”. Entre as críticas, destacou ainda o que classificou como “o maior erro estratégico” de Aveiro: o Pavilhão Oficina. “E ele a sorrir e a bater palmas”, atirou. Apontou ainda a massificação da antiga lota, o Rossio, Avenida Lourenço Peixinho ou a antiga casa da Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Aveiro (CERCIAC). “Estas são as fotografias do passado que eles querem construir. As nossas estão cheias de verde, de azul e de luz”, clarificou. O candidato socialista deixou ainda uma palavra de reconhecimento a Fernando Nogueira e Rosa Venâncio, atuais vereadores do PS na Câmara Municipal, elogiando a sua “lealdade, competência e resistência”. “Tiveram de encontrar doses suplementares de boa educação para não responderem aos destratos dela”, acrescentou. Recorde-se que Rui Soares Carneiro também integrava a vereação socialista, mas o partido retirou-lhe a confiança política no passado dia 23 de junho. Numa alusão direta ao edifício dos Paços do Concelho, Alberto Souto de Miranda defendeu que a Câmara Municipal “tem de ser de vidro”, num apelo a uma gestão cívica e “totalmente transparente nos processos”. O candidato do PS à Câmara de Aveiro respondeu ainda ao comunicado do Município em que José Ribau Esteves, presidente da autarquia, o acusava de recorrer à “mentira”, ao “insulto” e à “arrogância” de querer governar sem legitimidade eleitoral. “A minha liberdade de expressão não se intimida com comunicados oficiais da Câmara Municipal. É falso que eu tenha mentido, insultado ou sido arrogante”, afirmou. Alberto Souto enumerou depois o que classificou como “erros” da atual gestão, destacando a intenção de construir um “caixote” na Betesga, bem como a demolição do edifício da CERCIAV. “São factos”, frisou, contrapondo ainda que Ribau Esteves não herdou uma Câmara do PS, mas sim “oito anos de gestão PSD-CDS”. “Não pode reescrever a história. Os aveirenses recordam-se do que nós fizemos e do que foi feito a seguir”, disse, rejeitando críticas de ter desfeito o trabalho de anteriores executivos. “É de uma ignorância atrevida de quem não estava cá quando estávamos nós na autarquia. (…) Os erros vão ser corrigidos, é essa a nossa obrigação”, atirou ainda Alberto Souto de Miranda. O socialista lamentou que Ribau Esteves “não esteja a saber terminar o mandato com dignidade”. Na reta final da intervenção, Alberto Souto de Miranda acusou ainda Luís Souto de Miranda de fugir aos debates e defendeu que Aveiro “precisa de muito mais”. Relembre-se que o candidato da ‘Aliança’ foi o único a não aceitar estar presente nos frente-a-frente promovidos pela Ria. “Precisa das nossas ideias, da nossa visão, da nossa vontade e dos nossos projetos. É por isso que no dia 12 vamos mudar de locatário. Quem vai para lá não sou eu, somos todos nós, o povo de Aveiro, que vai construir o futuro desta terra”, concluiu, repetindo várias vezes: “Viva Aveiro”.
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ERC oficializa sondagem do PS: Alberto Souto à frente, mas com empate técnico
Recorde-se que a divulgação sem ficha técnica e sem registo oficial foi criticada pela candidatura adversária, que acusou o PS de “ilusionismo”. A própria Ria, numa notícia publicada no seu site, esclareceu que até aquela data nenhuma informação estava disponível no site da ERC que validasse e oficializasse o estudo encomendado pela direção nacional do Partido Socialista. Mas a verdade é que a informação consta hoje no site da ERC, acompanhada de toda a documentação legalmente exigida. O inquérito foi realizado entre 4 e 20 de agosto, através de 603 entrevistas presenciais junto de eleitores do concelho de Aveiro. Os entrevistadores registaram diretamente as respostas em dispositivo eletrónico (sistema CAPI, Computer Assisted Personal Interview). As entrevistas foram distribuídas por todas as freguesias, respeitando quotas de género e idade, para garantir uma amostra semelhante à população recenseada. A margem de erro indicada é de cerca de quatro pontos percentuais. No que diz respeito aos resultados, o PS aparece na frente com 36%, a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM) surge logo de seguida com 31% e o Chega com 19%. Os restantes partidos ficam entre 1% e 2%, com BE, IL e Livre a surgirem com 2% cada e CDU e PAN com 1% cada. Como a diferença entre PS e Aliança é de cinco pontos e a margem de erro ronda os quatro pontos, os intervalos possíveis das duas candidaturas sobrepõem-se. Em termos simples: tanto é possível que o PS esteja realmente à frente como que as duas candidaturas estejam praticamente empatadas. É por isso que este cenário é classificado como empate técnico. Na corrida autárquica por candidatos, a vantagem de Alberto Souto (PS) é mais evidente: 46% contra 22% de Luís Souto (‘Aliança com Aveiro’) e 16% de Diogo Soares Machado (Chega). Os restantes candidatos não ultrapassam os 3%, com Miguel Gomes (IL) a registar 3%, João Moniz (BE) 2%, Isabel Tavares (CDU) 2% e Bruno Simões Fonseca (Livre) 1%. O estudo evidencia também um dado curioso: Alberto Souto tem um melhor resultado eleitoral do que o próprio partido, enquanto Luís Souto obtém um resultado inferior à coligação que lidera. Este desfasamento sugere que a imagem de Alberto Souto é mais valorizada pelos eleitores do que a sigla partidária que o apoia, atraindo votos para além da base socialista. No caso da ‘Aliança com Aveiro’, acontece o inverso: a marca partidária parece ter mais força do que o candidato, sinal de que parte do eleitorado social-democrata e centrista pode não estar totalmente convencido com Luís Souto. Apesar destes números, há sinais que recomendam prudência. Três em cada dez eleitores continuam indecisos e outros 7% dizem que não irão votar. A incerteza é maior entre os jovens e entre as mulheres, dois segmentos que podem vir a decidir o desfecho. Salienta-se ainda que, desde o período em que decorreu a sondagem, aconteceram vários debates, iniciativas de rua e até polémicas que podem ter influenciado os eleitores. No retrato que a sondagem traça, espera-se uma eleição autárquica muito disputada em Aveiro, com PS e Aliança separados por uma margem curta e com o Chega (partido que habitualmente tem resultados oficiais superiores aos das sondagens) consolidado como terceira força. O dado mais importante, porém, é o número de indecisos: são esses eleitores que podem, em última instância, decidir quem vai liderar os destinos da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) a partir de 12 de outubro. Ficha técnica da sondagem Relatório da sondagem
GrETUA estreia rubrica “Fora do Armário” com conversa sobre a ‘flânerie’
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a primeira edição do “Fora do Armário” será dedicada ao tema “A Flânerie: dos livros às outras artes” e procurará “debruçar-se sobre esta figura icónica da poesia do século XIX para explorar o gesto de caminhar e deambular pela cidade enquanto prática literária e artística”. O convidado desta edição será Diogo Marques, investigador do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e do CODA - Center for Digital Culture and Innovation da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A conversa contará ainda com sugestões de leitura do “catálogo da livraria-armário que o GrETUA mantém em parceria com a snob e por leituras de textos selecionados”. A entrada é gratuita. A nova rubrica ficará ainda, posteriormente, disponível em formato podcast.
Requalificação de centros de saúde por ajuste direto aprovadas pela Câmara da Mealhada
De acordo com esta autarquia do distrito de Aveiro, a decisão foi tomada pelo executivo municipal na segunda-feira para garantir a execução destas obras apoiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O executivo aprovou a contratação, por ajuste direto, da requalificação do Centro de Saúde da Mealhada à entidade Canas – Engenharia e Construção, pelo valor de 2,2 milhões de euros, com o prazo de execução de 240 dias. Já a requalificação do Centro de Saúde da Pampilhosa será contratada à empresa BERAFA, Lda, por 720.500 euros, com um prazo de execução de 180 dias. “Os dois avisos do PRR contemplam, além das unidades da Mealhada e da Pampilhosa, a requalificação do Centro de Saúde do Luso, com 377.200 euros, cuja obra já está a decorrer. Um outro aviso do PRR contempla a construção de um novo equipamento, na Vacariça, com um financiamento de 702.168 euros, cuja construção avançará no início de outubro”, indicou. Na nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Câmara da Mealhada referiu também que foi aprovado o lançamento de novo concurso para a Requalificação da Pampilhosa Baixa – Fase 1, após o primeiro concurso ter ficado deserto. Com o preço base de 1,6 milhões de euros e um prazo de execução de um ano, a intervenção pretende requalificar o espaço público nas suas várias vertentes, quer ao nível dos trajetos motorizados e pedonais, quer como espaço de convívio e fruição, promovendo a circulação pedonal. Visa ainda a criação de espaços seguros e confortáveis para todo o tipo de mobilidade e, paralelamente, pretende melhorar as condições de circulação motorizada e de estacionamento de veículos.
Bob James, Hollenbeck, Yumi Ito e Marta Ren nos 16 espetáculos de Espinho até fim do ano
O programador dessa sala de espetáculos do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto revela que o cartaz inicialmente previsto para o último trimestre de 2025 também incluía um espetáculo com o compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal, para o qual a bilheteira já tinha sido aberta e rapidamente esgotara, mas essa agenda teve de ser redefinida face à morte do artista brasileiro no passado dia 13 de setembro, aos 89 anos (que também incluía passagens por Braga, Lisboa e Viseu). "Temos as melhores memórias da passagem do Hermeto Pascoal por Espinho em 2018 e dos dois concertos que deu nessa altura, um com o seu sexteto e outro com a Orquestra de Jazz de Espinho. Era um génio, um dos maiores nomes da história da música, e era com muita felicidade que nos preparávamos para o receber de novo. Tal já não será possível, mas o seu legado é eterno”, declarou o programador André Gomes à Lusa. A programação definitiva do Auditório aposta agora em música, dança e na performance multidisciplinar da americana Meredith Monk, cuja atuação a 14 de outubro já tem plateia esgotada, tal como acontece com a estreia nacional de Michelle David & The True-tones e o regresso de Kandace Springs, em parceria com a Orquestra Clássica de Espinho. “Será um trimestre que nos permitirá afirmar ainda mais o Auditório de Espinho como uma sala que pretende proporcionar ao seu público experiências originais ou distintas”, realça André Gomes. O cartaz do último trimestre arranca já esta sexta-feira com o concerto que junta a violinista holandesa Noa Wildschut à Orquestra Clássica de Espinho, para, sob a direção do jovem maestro polaco Pawel Kapula, se explorar repertório de Max Bruch, Mendelssohn e Mieczyslaw Weinberg. Seguem-se duas formações portuguesas: a 04 de outubro, o Ludovice Ensemble, com composições barrocas que marcaram o ambiente de Paris no tempo de Luís XV, e a 10 a dupla constituída pelo barítono André Baleiro e pelo pianista David Santos, com “Paisagens Marítimas” a partir de obras de Brahms, Fauré, Debussy, Benjamin Britten, Rebecca Clarke, Freitas Branco e Lopes-Graça. A 18 o palco será para Marta Ren e a Orquestra de Jazz de Espinho, com o que André Gomes define como “um programa inédito de homenagem ao cantor e compositor norte-americano Otis Redding”, e a 31 dar-se-á “a estreia absoluta em Portugal do lendário teclista Bob James”, que, vencedor de dois prémios Grammy, para uns é “o padrinho do smooth jazz” e para outros “um ícone do hip-hop, uma vez que os samples da sua música tiveram um papel fundamental na fundação do rap”. Além da esgotada sessão com Kandace Springs, novembro trará quatro outras propostas: a 14, o regresso da pianista e cantora Yumi Ito, que, no âmbito do Misty Fest, demonstra porque a consideram “uma referência mundial na improvisação vocal, entre a art-pop, o jazz e o neoclássico”; a 21, o brasileiro Castello Branco, que se associa ao Ensemble da Escola Profissional de Música de Espinho para reinterpretar temas da sua discografia; a 28 o espetáculo “Take”, em que a Companhia Instável apresenta com detalhes “cinematográficos” uma criação de dança contemporânea de São Castro e António M. Cabrita; e a 30 a estreia em Portugal do recital para traverso e cordas pela brito-australiana Liane Sadler e o alemão Elias Conrad, a partir de temas do compositor e teórico português renascentista Vicente Lusitano. A 06 de dezembro o foco passa para a Mimo’s Dixie Band, cuja performance para famílias “Circus Time” envolve música da década de 1920, artes circenses e comédia, e a 12 estará em cena a Orquestra de Jazz de Espinho com o compositor e baterista norte-americano John Hollenbeck, que André Gomes considera “um dos mais inovadores e singulares criadores do jazz contemporâneo”. Os últimos concertos do trimestre serão protagonizados, a 19 e 20 de dezembro, por outro coletivo germinado no Auditório, em concreto a Orquestra Clássica de Espinho, que, sob a batuta da jovem maestrina austríaca Katharina Wincor, escolheu para concerto de Natal “Danças Orquestrais” que evocarão “desde o hedonismo dos salões vienenses dos últimos anos do Império Austro-Húngaro até à música tradicional eslovaca”.